Você está na página 1de 60

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA

MATO GROSSO – CAMPUS SORRISO

Instalação para ovinos e caprinos

Camili Pagliari, Geidivan Costa, Jackson Lima, Lucas Alves e Viviane


De Oliveira

Sorriso- 2023
Tópicos:
• 1. Introdução e Ambiência:
• 1.1 Temperatura:
• 1.2 Sistema de Criação:
• 1.3 Instalações e Equipamentos:
• 1.4 Centro de Manejo:
Introdução e Ambiência:
• A ovinocaprinocultura é uma atividade econômica explorada em
todos os continentes;
• Informações sobre instalações de ovinos e caprinos ainda são
escassas. Sabe-se que a instalação interage com todas as etapas da
produção animal;
• Facilita e reduz a mão de obra para as tarefas diárias;
• Favorece o manuseio do rebanho e o controle de doenças;
• Protege e dá segurança aos animais;
• Divide pastagens, armazena e reduz o desperdiço de alimento.
• Mas, sobretudo, proporciona e oferece o bem-estar, tão necessário
para o bom desempenho produtivo dos rebanhos.
Temperatura:
• Ovinos recém-nascidos a Zona de
Termoneutralidade (ZTN) seria de 6 a 34°C;
• Zona de conforto térmico (ZCT) entre 25 e
30°C;
• Adultos ZTN, variaria de 20 a 35°C;
• ZCT, entre 15 e 30°C.
• Temperatura Critica Inferior (TCI) para
animais adultos dependerá grandemente
do comprimento da lã e do plano
nutricional dos ovinos
Sistema de Criação
• Sistema extensivo;
• Sistema semi-intensivo;
• Sistema intensivo.
Sistema de Extensivo:
• O mais simples, rústico e de menor custo.
• Normalmente são criados animais de menor exigência nutricional.
• São mantidas as pastagens naturais, sendo que o rendimento da
atividade depende totalmente da fertilidade natural da terra, das
condições climáticas e da produção sazonal das pastagens.
• As instalações são mínimas, as práticas de manejo sanitário são
raramente utilizadas;
• O nível de adoção de tecnologia é baixo, o que reflete em baixos
índices reprodutivos, elevada taxa de mortalidade e por
consequência, menor produtividade.
Sistema de Semi-Intensivo:
• Com certo grau de adoção de tecnologia;
• Uma vez que envolve a base do sistema extensivo com algumas
melhorias dos índices produtivos por meio da adoção de algumas
ferramentas como a suplementação dos animais;
• Práticas de manejo sanitário, dentre outras.
Sistema de Intensivo:
• Tem como objetividade maior produtividade por animal ou maior
produção por área;
• Por meio da melhor utilização de recursos tecnológicos;
• Como cultivo e adubação de pastagens;
• Divisão das pastagens em piquetes;
• Fornecimento de ração balanceada;
• Uso da estação de monta;
• Instalações adequadas e correto manejo sanitário dos animais;
• Todas as ações devem ser muito bem planejadas, pois os custos de
produção são superiores aos demais.
Instalações e Equipamentos:
• São de fundamental importância para proporcionar condições de
manejos adequados ao sistema de produção.
• É necessário que sejam de fácil limpeza e desinfecção;
• Além de funcionais e seguras para os animais e trabalhadores,
evitando estresse dos animais;
• Favorecendo o controle e prevenção de doenças;
• Protegendo o rebanho de furtos, predadores e otimizando o emprego
da mão de obra.
Centro de Manejo:
• É o local utilizado para facilitar a realização de atividades, tais como:
• Pesagem, vermifugação, vacinação, banho sarnicida, casqueamento,
tosquia, corte de cauda, apartação, entre outros. Recomenda - se a
área de 1m² /animal adulto;
• Deve ser coberto, o piso pode ser de terra batida ou cimento e
apresentar boa drenagem;
• Geralmente é composto por:
• Currais: área para manter os animais antes e após os procedimentos.
• Seringa: área que afunila fazendo com que os animais entrem um a
um no brete.
• Bretes: principal função é a contenção dos animais para realização de
práticas gerais.
Aprisco
Espécie de curral usado para ordenhar ou abrigar os ovinos/caprinos.
Geralmente os materiais usados são pau-a-pique madeira ou pedra,
podendo ter ou não cobertura, sendo observado para ovinos as condições
de resistencia deles.

Exemplo de Madeira

PAU-A-PIQUE
Principais preocupações
• Local deve haver acesso a cochos de ração, sal mineralizado e
bebedouros.
• Deve ser construído em terreno firme, com boa drenagem,
declividade de 2% a 5%, local de fácil acesso às pastagens,
monitoramento dos animais, adequada disponibilidade de água e
facilidade de limpeza diária.
• Construído em local seco e ventilado, devendo ser de parte coberta e
área descoberta para proporcionar banho de sol.
• Deve ser construído na posição norte-sul, para que haja entrada de
sol pela manhã e pela tarde.
TIPOS DE APRISCO
• Tipo Galpão
• Baia Modular
• Chão batido
• Piso Ripado e suspenso
• Piso de concreto
Posição e localização do aprisco
Deve ser construídos de tal forma que não receba excesso de
sol, chuva e vento. Em direção norte sul, no alto de pequenas
elevações com boa ventilação, seco, ensolarado, com pequeno
declive para o rápido escoamento da água da chuva.
Tipo galpão
• Pode conter ou não baias, sendo seu pé direito de no mínimo 3
metros quando o piso for de chão e quando for ripado, 3,5
metros.
• Para absorção da umidade é recomendável que utilize algum
tipo de cama sobre o piso, podendo ser casca de arroz, pó de
serra.
• O tipo de piso deve ser considerado em função da
funcionalidade, sendo os tipos ripado ou piso cimento/chão.
Chão batido
• É o mais usado entre os criadores do Nordeste.
• Consiste em uma área coberta de telha ou palha com piso de chão
batido, facilitando a drenagem.
• Não evita o contato dos animais com os dejetos.
• Maior demanda com limpeza.
• Altura do pé direito deve ser 2,20 m para facilitar a locomoção do
homem e a circulação do ar.
• Compartimento destinado aos cabritos em um estrado de madeira
para o piso, feitos com ripões de 3cm de largura, espaçado de 1,0
cm entre si.
• A construção deve ser feita para abrigar um mínimo de 40 animais.
Piso ripado e suspenso
• Regiões que apresenta excesso de umidade
• Altura entre o piso e o chão deve ser no mínimo 1.5 m
facilitando a limpeza.
• As ripas devem apresentar 5 a 7 cm de largura; 1,5 a 3,cm de
espessura e o espaçamento entre ripas deve ser de 2 cm.
Piso de concreto
• Apresenta alto custo.
• É utilizado em baias de exposição.
• O piso deve ser recoberto com material absorvente para servir
de cama como serragem, maravalha, feno velho.
https://imagens.mfrural.com.br/mfrural-produtos-us/7153-331065-1801560-apriscos-economicos-sinuelo.jpg
Sala de ordenha
• Deve estar nas proximidades ou anexas ao aprisco.
• Fácil de higienizar.
• Oferecer conforto aos animais para assegurar a qualidade do leite.
• Depende da disponibilidade de recursos para investimento e do
projeto desenvolvido, com capacidades de 60 animais ou até
mesmo salas mais sofisticadas providas de ordenheira mecânica.
• A plataforma de ordenha é fixada em torno de 70 a 90 cm do piso e
pode ser construida com materiais existentes na propriedades
como: madeiras, varas, estacas ou alvenaria.
Fatores importantes para escolha do
sistema de ordenha
• Nº DE CABRAS ORDENHADAS ATUALMENTE E NO
FUTURO.
• Nº de ordenhas por dia.
• Nº de ordenhenhadores que irão trabalhar no ambiente de
ordenha.
• Mecanização atual e no futuro.
• Nº de horas por dia ou tempo de turno desejado
• Capital e recursos disponíveis.
Instalação de especificas para
reprodutores
Obedecer ao regime de ventos dominantes, de maneira a evitar que o
cheiro do macho chegue até o rebanho de fêmeas e seja assimilado
pelo leite.
Recomenda-se 3 m²/animal com distância de 100 m das instalações
frequentadas pelas fêmeas
Curral de parição
• É a construção de uma área para as fêmeas em final de
gestação, sendo chamada de curral de parição, piquete de
parição ou piquete maternidade.
• Deve ser bem monitorado, portando deve ser proximo as
principais instalações da propriedade.
Área de isolamento de animais
(Quarentenário)

 Animais suspeitos ou portadores


de doenças contagiosas/ ou que
foram introduzidos no rebanho
(SILVA, et al. 2011).

 Consiste em baias e pequenos


piquetes.
Infraestrutura complementares;
Comedouros

Creepers

Manjedouras

Fenis

Bebedouros

Saleiros
Comedouros

Madeira Concreto Plástico Pneu


Tabela 1. Comprimento do cocho para cada categoria de animal

No caso de animais mais jovens, o comedouro deve ser colocado em uma altura reduzida dos animais adultos(NOBREGA, A. 2010).
Creepers

O dispositivo de abertura deve possuir dimensões


em torno de 25 a 30 cm de altura e 15 a 17 cm de
largura, sendo ajustado à idade e ao tamanho dos
cordeiros ou cabritos.
Manjedoura
Fenis

 Fenis feitos de bambonas, utiliza-se um para 20 animais.

 As dimensões poderão ser: altura de 30 a 38 cm do chão, largura em torno de


40 cm.
Bebedouros

• Fácil acesso
• Altura: acima da
cauda
• Apoio para os
animais
• Localização: fora
das baias
Saleiros
Saleiros
PEDILÚVIO

O que é um pedilúvio é como posso prevenir contaminação no


casco de ovinos E caprinos.
O pedilúvio é uma caixa que serve como recipiente para
soluções antissépticos que faz a desinfecção dos cascos do
animal, Afim de evitar possíveis doenças e evitar
consequências e prejuízos
CERCAS
No menino tem que tem 2 hectares de terra, a
quantidade de piquete deve ser o suficiente pra
dividir o rebanho em dois para fazer a rotação de
pastagem Se a cerca for mal feita os animais
passaram por ela com facilidade
• Um bom numero de arrame pra se usar e se 6 a
8 Distância entre o 1º fio e o solo: 10
centímetros
• Distância entre o 2º fio e o 1º fio: 10 centímetros
• Distância entre o 3º fio e o 2º fio: 10 centímetros
• Distância entre o 4º fio e o 3º fio: 10 centímetros
• Distância entre o 5º fio e o 4º fio: 15 centímetros
• Distância entre o 6º fio e o 5º fio: 20 centímetros
• Distância entre o 7º fio e o 6º fio: 20 centímetros
• Como pôde perceber, esta cerca tem altura de
0,95 metro. Os finos
DEPOSITORES DE RAÇÃO
• Os cocho de ração devem ficar a 20
cm acima do chão para animais
adultos os jovens deve ser mais baixo
• Área do cocho deve ser 30 cm para o
adulto e 20 cm para o jovem
Farmácia
É o local destinado para o armazenamento de medicamentos e materiais
de curativo e desinfecção.

Deve ser livre de excesso tanto de:


1. calor
2. umidade
3. e luz solar

Neste local, deve haver uma geladeira exclusiva para o armazenamento


de medicamentos e vacinas
Bretes
São equipamentos especialmente
projetados e construídos para a
contenção ou imobilização
completa do animal, de maneira
que se possa realizar qualquer
procedimento, com total
segurança para o operador e para
o animal.

Modelo de brete metal coletivo para ovinos e caprinos (a). Modelo


de brete coletivo de madeira para ovinos e caprinos. (SANTOS,
2004)(b). Modelo de brete rústico para ovinos e caprinos(c).
 Devem ser centralizados e construídos de tal forma a permitir que um fácil acesso e manejo dos
animais.
 O tamanho pode ser variado de acordo com o numero de cabeça do rebanho.
 Se o brete contar com equipamento de balança atentar-se para a instalação na saída do brete e
em um galpão para uma melhor proteção da mesma e uma condição favorável para o manejador.

Modelo de balança para ovinos e caprinos ate 1.000 Kg


Modelo de brete
• Se o brete for muito largo os animais podem se virar dentro e complicar o

trabalho.

• Um brete alto demais não permite uma boa contenção, dificultando aplicações

de vacinas e vermífugos, visualização do brinco e tatuagem.

• As laterais devem ser de tábuas colocadas na horizontal, sem espaço entre elas,

para evitar que os animais se machuquem ou fraturem os membros.

• No entanto, deve-se manter um espaçamento entre o solo e a primeira tábua

para facilitar a limpeza.


Atividades que podem ser realizadas por meio do brete:

- Brincagem: Método de inserção de brincos nos animais. O uso dos brincos facilita a

identificação do animal e auxilia na gestão e rastreabilidade do rebanho.

- Marcação a fogo: Marcação no animal a ferro quente. Prática de identificação individual

do animal e gestão do rebanho.

- Aplicação de injeções: Aplicação de vermífugos, vacinas, vitaminas, etc.

- Castração: Remoção cirúrgica dos testículos do animal.


Considerações finais
Visto que um confinamento precisa de algumas instalações, é
necessário fazer um planejamento dos materiais que for utilizar, saber
quantos e quais categorias de animais será colocado no confinamento, afim
de fazer a escolha correta quanto aos adequados tipos de instalações. No
planejamento de instalações para o sistema produtivo da
ovinocaprinocultura deve-se levar em consideração o conforto, a
segurança, a sanidade dos animais e a otimização da relação
homem/animal/ambiente.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

AGUIAR, A. P. A. Manejo de pastagens. Guaíba: Agropecuária, 1998. 139p.


ALVES, A. A. C.; SILVA, A. F. Cultivo da mandioca para a região semiárida. Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,
2003. Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mandioca/
mandioca_semiarido/index.htm. Acesso em: 25 Out 2010.
ANDRIGUETTO, J. M. et al. Nutrição Animal. Ed. Nobel, 2. ed. São Paulo: Nobel, 1983. 395 p.
ASSIS, FRANCISCO. instalação para caprinos e ovinos, 1985. Disponivel https://www.embrapa.br/busca-de-
publicacoes/-/publicacao/514870/instalacoes-para-caprinos-e-ovinos-de-corte. Acesso 15/05/2023.
BARROS, N. N., CAVALCANTE, A. C. R., SILVA, L. V. Boas práticas na produção de caprinos e ovinos de corte.
Sobral: Embrapa Caprinos, 2005. 16 p. (Documentos, 57).
BELTRÃO, F. A. S.; et al. Comportamento da maniçoba (manihot pseudoglaziovii muell arg) sob diferentes
espaçamentos e adubações. Revista Caatinga, Mossoró, v. 21, n. 4, p. 163-166, 2008.
BRITO, A. J. T. Caprinocultura de corte para o Nordeste do Brasil: raças, alimentação, reprodução e doenças. 2. ed.
Recife: Universitária da UFPE, 2002. 162 p.
CHAGAS, A. C. S. et al. Ovinocultura: controle da verminose, mineralização, reprodução e cruzamentos na Embrapa
Pecuária Sudeste. São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste, 2007. 44 p. (Documentos, 65).
CHAPAVAL, L. et al. Manual do produtor de cabras leiteiras. Viçosa, MG: Aprenda Fácil, 2006. 214 p.
CHAPPELL, G. L. M. Nutritional management of replacement sheep utilizing southern forages: a review. Journal of
Animal Science, Albany, v. 71, p.3151-3154, 1993.
CUNHA, E. A. et al. Produção de ovinos para corte. In: Boletim técnico IZ 48. Nova Odessa: Instituto de
Zootecnia, 2004. 176 p.
DONEY, J. M.; GUNN, R. G.; HORÃK, F. Lactation. In: Sheep and goat production, New York: Elsevier Scientific
Publishing, 1982. v. 1, p. 119- 132
GOUVEIA, A.M.G.; ARAÚJO, E.C.; ULHOA, M.F.P. Instalações para a criação de ovinos tipo corte nas regiões
centro-oeste e sudeste do Brasil. 2007.
Manual de criação de caprinos e ovinos / coordenação de Paulo Sandoval Jr.; ela- boração de texto de Rodrigo
Vidal Oliveira ... [et al.] ; revisão técnica de Izabel Maria de Araújo Aragão, Rosangela Soares Matos e Willibaldo
Brás Sallum. – Brasília : Codevasf, 2015. 141 p. : il. Disponivel
http://editora.iabs.org.br/site/wpcontent/uploads/2018/01/Manual_Ovinos_e_Caprinos.pdf. Acesso15/05/2023.
NOBREGA, A. Como construir instalações adequadas para caprinos e ovinos. 2010. Dispnível em: <
http://hotsites.sct.embrapa.br/prosarural/programacao/2010/comoconstruir-instalacoes-adequadas-para-caprinos-
e-ovinos>. Acesso em: 20/04/2014.
Produção de caprinos e ovinos de leite / editores técnicos, Jeferson Ferreira da Fonseca ... [et al.]. – Juiz de Fora :
Embrapa Gado de Leite; Sobral: Embrapa Caprinos, 2011. 256 p.
SILVA, A. L. O. C.; CARVALHO, F. M.; BRITO, G. S.; ARAGÃO, I. M. A.; et al. Manual de criação de caprinos e
ovinos. Instituto Ambiental Brasil Sustentável. Brasília, 2011.
OBRIGADO!!!

Você também pode gostar