Você está na página 1de 10

Segundo o Livro da Embrapa: “Produção de caprinos e ovinos de leite” no

capitulo 1, Considerações básicas para produção de caprinos e ovinos na Região


Sudeste do Brasil:
Existem milhares de raças de ovinos e caprinos, cada uma delas com
características importantes que as diferenciam das demais (SANTOS, 2003).
Normalmente, a raça é o primeiro fator a ser considerado quando da implantação de
um sistema de produção de ovinos e caprinos. Em verdade, deveria ser o último.
Compreender profundamente o sistema de produção explorado é fundamental para
indicar a introdução, melhora ou mesmo supressão de atividade de manejo que
podem alterar sua eficiência. Para tanto, pode-se exercitar uma matemática simples,
porém fundamental dos sistemas de produção animal, expressa pela equação P= G
x A (FONSECA; BRUSCHI, 2008), onde: P (Produtividade): quantidade produzida
no sistema de produção. Carne, leite e/ou peles. G (Genética): raça, cruzamentos,
animais explorados. A (Ambiente): onde os animais são criados (região e
instalações), sanidade, nutrição e manejo, onde:
P= G x A: A produtividade é elevada ou adequada. São fornecidas as
características (ambiente) adequadas à raça/espécie explorada. Neste sistema,
o animal tem condições de expressar seu potencial produtivo pleno, havendo
equilíbrio entre os parâmetros que definem a produtividade. No contexto de qualquer
exploração animal, o ambiente onde os animais são explorados exerce papel
determinante na tomada de decisão. Antes da implantação de um projeto de
exploração pecuária é necessário avaliar minuciosamente as condições
regionais, como: bioma; solo relevo, vegetação predominante, topografia,
temperaturas, umidade e precipitações médias anuais e suas dispersões, entre
outras. Esta série de informações agrupadas pode determinar, por exemplo: •
plantas forrageiras com potencial superior de exploração, bem como estratégias
para produção intensiva de forma contínua ou estacional; 18 Produção de caprinos e
ovinos de leite • posicionamento e orientação de instalações e; • raça e/ou
cruzamentos mais adequados para o sistema de produção a ser adotado.
Ainda sobre relação à influência do ambiente, sabe-se que temperaturas
elevadas podem inibir a produção de leite. A raça certamente é um dos fatores mais
importantes quando se analisa a produção de leite. A raça Awassi (aptidão leiteira)
pode produzir cerca de 1.000 litros de leite, enquanto a Poll Dorset (aptidão carne)
produz somente 100-150 litros de leite por lactação. A ordem de parto também pode
influenciar a curva de lactação. Ovelhas de primeira cria produzem menos leite do
que ovelhas mais velhas, e a produção máxima é geralmente alcançada na terceira
ou quarta lactação; depois disso, a tendência é ocorrer uma redução da produção de
leite por lactação (BENCINI; PULINA, 1997; CAPPIO-BORLINO et al., 1997;
HAENLEIN, 2011).
Referência bibliográfica:

Produção de caprinos e ovinos de leite / editores técnicos, Jeferson Ferreira


da Fonseca ... [et al.]. – Juiz de Fora : Embrapa Gado de Leite; Sobral: Embrapa
Caprinos, 2011. 256 p.

A temperatura ideal para ovinos e caprinos varia de acordo com a idade e a fase de
produção dos animais, além das condições climáticas da região em que estão sendo
criados. No entanto, de forma geral, a faixa de temperatura confortável para ovinos e
caprinos adultos é de 5 a 20°C, com temperatura ótima em torno de 15 a 20°C.

Em regiões de clima mais quente, acima de 25°C, é importante adotar medidas para
reduzir a temperatura dentro das instalações, como sombreamento, ventilação
adequada e fornecimento de água fresca e em quantidade suficiente. Já em regiões
de clima mais frio, abaixo de 5°C, é importante garantir um abrigo com boa proteção
contra o vento e forragem em quantidade suficiente para ajudar a manter a
temperatura corporal dos animais.

É importante lembrar que animais jovens, em fase de crescimento, e animais em


lactação, têm uma faixa de temperatura confortável um pouco mais estreita e devem
receber atenção especial em relação à ambiência. Por isso, é sempre importante
consultar um médico veterinário especializado em ovinocultura ou caprinocultura
para obter informações específicas sobre a criação desses animais em sua região.

3. Sistemas de Criação O retorno econômico da criação de ovinos ou


caprinos depende de quatro elementos essenciais: as pessoas envolvidas, os
animais, os recursos naturais disponíveis na propriedade e os recursos tecnológicos
empregados, que devem funcionar em perfeito equilíbrio e voltados para o mesmo
objetivo. A condução desses elementos é chamada de sistema de produção ou
sistema de criação. O que diferencia um sistema do outro é a forma de exploração
dos recursos disponíveis e o grau de utilização de tecnologia. Desta forma, são
classificados em: • Sistema extensivo: o mais simples, rústico e de menor custo.
Normalmente são criados animais de menor exigência nutricional. São mantidas as
pastagens naturais, sendo que o rendimento da atividade depende totalmente da
fertilidade natural da terra, das condições climáticas e da produção sazonal das
pastagens. As instalações são mínimas, as práticas de manejo sanitário são
raramente utilizadas, o nível de adoção de tecnologia é baixo, o que reflete em
baixos índices reprodutivos, elevada taxa de mortalidade e por consequência, menor
produtividade. • Sistema semi-intensivo: com certo grau de adoção de tecnologia,
uma vez que envolve a base do sistema extensivo com algumas melhorias dos
índices produtivos por meio da adoção de algumas ferramentas como a
suplementação dos animais, práticas de manejo sanitário, dentre outras. • Sistema
intensivo: tem como objetivo a maior produtividade por animal ou maior produção
por área, por meio da melhor utilização de recursos tecnológicos, como cultivo e
adubação de pastagens, divisão das pastagens em piquetes, fornecimento de ração
balanceada, uso da estação de monta, instalações adequadas e correto manejo
sanitário dos animais. Todas as ações devem ser muito bem planejadas, pois os
custos de produção são superiores aos demais. A escolha do sistema é complexa e
depende da adequação à realidade de determinada propriedade ou região. O mais
eficiente será aquele capaz de atender o objetivo principal da criação, que é obter
um produto de qualidade (que atenda a necessidade do mercado consumidor) com
custo relativo baixo, possibilitando ganho adequado, com o mínimo prejuízo ao meio
ambiente. Para a escolha do melhor sistema, o produtor deve: 1. Definir claramente
os objetivos da criação (carne, pele, leite, reprodutores, matrizes, etc), baseado
principalmente no conhecimento do mercado consumidor e na realidade da região.
2. Calcular os valores iniciais de investimento e tempo de retorno do capital
investido. 3. Considerar os componentes dos sistemas de criação, tais como: a
infraestrutura da propriedade, a mão de obra a ser utilizada, a genética do rebanho e
os manejos adotados (reprodutivo, sanitário, alimentar). As espécies caprina e ovina
apresentam o ciclo de produção mais curto quando comparado com os bovinos, o
que torna a atividade mais interessante ao pequeno produtor rural, apesar de exigir
maior cuidado, dedicação e mão de obra especializada, independente do sistema de
manejo adotado na propriedade.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
Manual de criação de caprinos e ovinos / coordenação de Paulo San - doval Jr.;
elaboração de texto de Rodrigo Vidal Oliveira ... [et al.] ; revisão técnica de Izabel
Maria de Araújo Aragão, Rosangela So - ares Matos e Willibaldo Brás Sallum. –
Brasília : Codevasf, 2011. 142 p.

Você também pode gostar