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O bem estar animal é uma das condições primordiais para uma boa produção e
satisfação do cliente, e consequentemente, para uma maior lucratividade do
rebanho também. Para isso, os animais devem estar livres de doenças, como
forma profilática, pode-se utilizar as vacinas garantindo uma imunização correta
desses animais. Existem diversas vias de vacinações, como intravenosa,
intramuscular e subcutânea, na rotina de criação bovina, a mais utilizada é a
subcutânea, no entanto, conforme varia a vacina, o mais indicado é seguir as
recomendações do fabricante, devendo comprar sempre os produtos de
revendedores autorizados e aplicar somente se estiver dentro da validade e se
foi realmente bem acondicionado. Para vacinação, deve-se evitar estresse aos
animais, os conduzindo de maneira calma e tranquila até o curral, atendo aos
fatores higiênicos e ao tamanho da agulha para evitar abcessos vacinais por
reações ou falhas na higienização, o que geraria prejuízos econômicos. Para
aplicação subcutânea realiza-se a contenção do animal e aplica-se na tabua do
pescoço do animal, em uma região de pele solta e de fácil acesso a pele é
puxada e vacinação e aplicada. É importante ressaltar que vacinações erradas,
seja pelo protocolo, ou pela ausência de higienização, pode levar a perca de
apetite, febre e até formação de abcessos.
Nos anos 60, teve-se início a produção do boi orgânico através de hippies,
realizando a reprodução desses animais de forma totalmente natural, passando-
se décadas, esse método de produção foi cada vez mais desenvolvido e gerou
até a criação de uma legislação regulando a reprodução de qualquer tipo de
alimento ou produto orgânico, para produzir o boi orgânico, determinando como
deve ser feito esse processo. Esses animais são criados a pasto, sem
agrotóxico, adubação verde, sem ureia, adensamento 90 dias antes do abate,
suplementados com alimentos de origem exclusivamente vegetal, uso de
medicamentos homeopáticos quando necessário, acupuntura contra parasitas e
fisioterapia. Não se deve dar antibióticos, no entanto, esses animais podem ser
vacinados. Nenhum produto químico pode ser utilizado. Para diferenciar, o boi
verde é criado a pasto, já o boi orgânico, além disso, deve-se seguir uma série
de normas, garantindo assim, um certificado comprobatório para a
comercialização do produto com essa característica. Esse segmento ganha
forças quando surgem escândalos como operação carne franca e para pessoas
que buscam alimentos que praticam o bem estar animal e a sustentabilidade.
O nelore é uma das raças de maior interesse pelos criadores de gado de corte,
no entanto, suas fases de produção são bastante desafiadoras no Brasil, mas
com um bom conhecimento e aplicabilidade sobre manejo adequado e sobre a
genética podem facilitar o processo produtivo. Para isso, é necessário agir nos
pontos principais e primordiais da criação de bovinos, que no caso, é na seleção
de fêmeas e machos para a reprodução, estas que devem atender as exigências
do mercado consumidor. A fase de cria inicia com o nascimento dos bezerros e
termina com o desmame, quando a prole se torna independente da mãe. Para
garantir o sucesso reprodutivo, deve-se atentar ao período da estação da vaca
nelore (>285 dias) e os sinais pré-partos, que podem ser úberes e vulva
edemaciada, liberação de muco e adesão desses nos pelos próximos ao períneo
e rabo, além do relaxamento de ligamentos e articulações. Após o parto, os
bezerros recebem o colostro e a cura do umbigo, recebem o brinco de
rastreabilidade e e são levados até o piquete maternidade, onde podem ser
separados com lotes homogêneos que serão destinados ao setor produtivo. Para
o crescimento saudável desses animais, também se deve atentar a fatores
ligados ao seu bem estar, ou seja, livre de doenças além de um bom
fornecimento nutricional, visto que animais com déficit imunológico podem sofrer
de alguns patógenos como Escherichia coli, podendo morrer até mesmo pelo
excesso de diarreia, manter os animais saudáveis irá permitir com que seja
expresso de forma mais acentuada as características genéticas do rebanho.
A cria é uma das fases menos rentáveis par ao produtor, sendo ela responsável
pela reprodução dos animais. Por isso, os produtores tendem a destinar esses
animais para pastos de menor qualidade e menor valor nutricional, no entanto,
isso acaba reduzindo na qualidade animal e consequentemente, interfere na
produção anual de bezerros. Deve-se emprenhar a vaca logo após o parto,
entretanto, nessa fase o animal necessita de uma grande demanda energética
para que não ocorra problemas reprodutivos como o atraso na ovulação. No final
da gestação a demanda energética da vaca também aumenta
consideravelmente, podendo ocorrer um balanço energético negativo e
atrasando o retorno do cio. Deve-se atentar a nutrição desses animais conforme
a etapa vivenciada com leve adaptação nutricional, inclusive, o pico de lactação,
deve ser justamente no período em que a oferta alimentar é maior. Além disso,
o desmame deve ser realizado de maneira precoce para evitar a produção
leiteira durante o desenvolvimento fetal. Á água deve ser fornecida como ad
libitum e conforme o desbalanceamento mineral na pastagem, deve ser
adicionado o sal mineral na dieta desses animais, pois são primordiais para o
bom desempenho reprodutivo. É importante também utilizar na fazenda a época
da estação de monta para avaliar a qualidade dos animais e conseguira assim,
um rebanho mais homogêneo. Já a recria, tem início após o desmame de
novilhas, ela tem como função a produção de bezerros mais pesados e vacas
com o aumento da vida reprodutiva. Se realizado o desmame precoce, deve se
atentar ao peso e a estrutura físico-anatômica dos animais, para que estes, não
estejam leves demais, comprometendo o seu crescimento e ganho de peso. A
suplementação do bezerro e essencial para o ganho de peso e uma melhor
lucratividade no sistema de cria e recria. Por fim, os rebanhos devem ser
substituídos em 20% para que se mantenha a qualidade animal, observando
animais com baixo desempenho produtivo, reprodutivo e histórico de doenças e
abortos.
Para manter uma boa produtividade animal, primeiros e deve atentar ao alicerce
para que isso ocorra, que é ligado ao conforto e ao bem estar-animal. Sabe-se
que diversos fatores podem influenciar nesses tópicos, do quais, podemos citar
o estresse térmico e o desconforto estrutural, seja por superlotação ou outras
precariedades na propriedade. Tudo siso pode acarretar na redução de 30% do
rendimento animal, diminuindo assim, a lucratividade do produtor. Reduzir o
estresse também está ligado a nutrição animal, uma vez que animais
extremamente estressados podem ter uma diminuição drástica no seu apetite. A
relação homem-animal, ambiente climático podem ser fontes de estresse animal,
quando há um desequilíbrio. Problemas esses, que podem ser minimizados ou
solucionado com o manejo correto dos animais, por exemplo, na proporção
numérica normal de animais na propriedade. Além disso, deve-se evitar locais
com muito barulhos, próximos as rodovias, aeroportos ou parte urbana, pois o
efeito sonoro também representa um dos principais fatores estressantes nesses
animais. A superlotação leva a brigas, competição, dificuldade na troca de calor
e o próprio estresse calórico, para isso, se deve evitar as altas temperaturas no
espaço, tentando manter uma média de 21 a 25ºC, através de ambientes
ventilados, sombreados e com baixa lotação. Outro fator relevante é a umidade,
que quando alta pode agravar o desconforto térmico, limitando a sudorese e a
perda de calor para o ambiente. Por isso, também deve ser escolhida a raça
animal conforme a região do criatório, pois algumas possuem uma melhor
adaptação e sofrem menos com esses efeitos negativos. Uma forma de avaliar
os animais quanto a esses fatores é através da frequência respiratória, estresse
térmico, rivalidades e brigas por água e comidas.
A primeira etapa do ciclo da vaca se refere a ordenha (P01). A ordenha pode ser
realizada 3 vezes no dia, no entanto, deve se realizar no local a higienização e
os resíduos devem ser destinados a uma fossa séptica. Ainda pode-se utilizar
músicas para relaxar e acalmas os animais e os matérias devem estar
organizados antes da ordenha para evitar imprevistos. Primeiramente, observa-
se a qualidade do leite no primeiro jato dentro de uma caneca, os tetos devem
ser limpos antes e após o processo e as teteiras devem ser desinfectadas
conforme for mudando o animal. Após o período de produção de leite, a vaca e
secada para que retorne as condições fisiológicas, volta do ciclo estral e assim,
possa gerar e criar uma cria saudável. Para isso, esvazia-se o úbere e a vaca
deve ficar 48 horas sem se alimentar. Posteriormente, realiza-se o fornecimento
de água ad libitum e dieta de baixa densidade, aplica-se no animal antibiótico e
é feita a desinfecção do teto, o animal posteriormente irá para o piquete
maternidade. No preparo pré-parto (PO3), busca-se deixar a vaca no escore
corpora adequado para permitir com que haja a produção de bezerros fortes e
saudáveis. Deve-se sempre prestar atenção na sanidade e saúde desses
animais, de modo, que se deve fornecer nutrientes, água, vitaminas e realizar o
controle vermifugação. Quando faltar 15 dias par ao parto, a vaca deve ir ao
piquete maternidade, com silagem, água e sal vontade, além de 3 Kg de ração.
O parto corresponde ao PO4. No pôs parto (PO5) a manutenção de um escore
corporal adequada irá permitir com que o animal apresente o cio em 60 dias. Na
PO6, período de criação das bezerras ocorre a cura do umbigo e o fornecimento
do colostro. No sexto dia de vida já pode iniciar o fornecimento de ração para
que com 50 dias o animal já tenha feito o desmame. A cria 2 é caracterizada pela
redução de efeitos estressantes para que o animal passe da transição de
lactante para ruminante. Já na cria 3 cria-se lotes com pesos animais
homogêneos com o objetivo de reduzir a competição. Além disso a PO7 é a fase
de recria com o o ganho de peso para inseminação artificial. PO8 é o período de
inseminação, a PO9 é a conservação do volumoso e a PO10 a produção de
concentrado.
Para a produção de leite em uma vaca, é necessário com que 500 L de sangue
passe pelas mamas para produzir apenas 1 L de leite. Em virtude disso, as vacas
possuem um úbere bastante irrigado sanguineamente, que irá permitir com que
esse leite tenha características nutritivas, aspecto e aparência bom e sem a
presença de microrganismos patogênicos. No entanto, para isso, os cuidados
com o animal deve-se iniciar durante a sua alimentação no pasto até a retirada
do leite utilizando um ordenador. O manejo sanitário é primordial para manter a
qualidade do leite desses animais. Por exemplo, é primordial realizar a retirada
de dejetos, higienização dos ordenhadores, dos equipamentos a cada ordenha,
dos tetos e até realizar a análise do leite nos primeiros jatos antes de realizar a
ordenha completa. As vacas devem ser ordenhadas por até 3 vezes durante o
dia, e 10 vacas podem ser ordenhadas por hora em sistema automatizado, no
entanto, deve-se atentar que o UFC desse leite deve ser menor que 200 mil/ml
e a CCS menor que 250 mil/ml, e amostras desse leite devem ser coletadas 1
vez por mês.