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UNI

VERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO DE LICENCIATURA EM AGROPECUARIA LABORAL


3º ANO

AGNALDO PAULO RODRIGUÊS

PROBLEMAS REPRODUTIVOS EM BOVINOS

Quelimane

2022

AG
NALDO PAULO RODRIGUÊS

PROBLEMAS REPRODUTIVOS EM BOVINOS

Trabalho de carácter avaliativo a ser entregue e apresentado a Faculdade de


Ciências Agrárias, Departamento de Ciências Agronómicas, ao curso de
licenciatura em Agropecuária na cadeira de Reprodução Animal.

Docente: Dr. Pedro Eduardo Zezema

Quelimane

2022
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Índice
1. Introdução..............................................................................................................................4

1.1.Objectivos............................................................................................................................5

1.1.1.Objectivo Geral.................................................................................................................5

1.1.2.Objectivos específicos.......................................................................................................5

1.1.3.Metodologias.....................................................................................................................5

2. Problemas de reprodução.......................................................................................................6

2.1. Problemas de Maneio..........................................................................................................6

2.1.1. Maneio sanitário...............................................................................................................7

2.2. Problemas infecciosos.........................................................................................................7

2.3. Problemas anatómicos.........................................................................................................8

2.3.1. Anatomia ligada aos cascos dos bovinos.........................................................................9

2.3.2. Problemas nos cascos relacionado ao ambiente.............................................................10

2.3.3. Nutrição..........................................................................................................................11

2.4. Problemas funcionais........................................................................................................12

Conclusão.................................................................................................................................15

Referência Bibliográfica..........................................................................................................16
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1. Introdução
Os problemas reprodutivos em bovinos, são em sua maioria, causados por infecções. Elas
ocorrem devido a presença de microrganismo. Esses agentes conseguem infectar o trato
reprodutivo, levando a consequências para a fêmea bovina e ao feto. Muitas vezes resultando
em abordo. Em geral, quanto maior a dimensão ou produtividade do efectivo de uma
exploração, maior é a necessidade de cuidados e maiores são as preocupações no que diz
respeito à manutenção do seu bem-estar. Assim, qualquer alteração que se pretenda executar
numa exploração e que afecte o sistema de produção, maneio e os alojamentos dos animais
não deve ser realizada sem previamente se avaliar as suas repercussões em termos de bem-
estar animal. O proprietário ou detentor dos animais deve tomar todas as medidas necessárias
para assegurar o bem-estar dos animais ao seu cuidado, e para garantir que não lhes sejam
causadas dores, lesões ou sofrimentos desnecessários. Este plano deverá prever as medidas
sanitárias, que abranjam todo o ciclo anual de produção e incluir estratégias que previnam,
tratem ou limitem possíveis problemas existentes de doenças.

Os conhecimentos devem abranger, por um lado, as necessidades dos animais e, por outro,
proporcionar os meios de antever e prevenir situações e assim protegerem os animais de
eventuais problemas. Isto significa que o pessoal necessita de conhecimentos e perícia
específicos, a desenvolver pela prática, através do trabalho com um tratador experiente, no
sistema de produção em causa.

Quanto a estrutura organizacional o trabalho apresenta numa primeira fase a introdução, do


qual consta os objectivos e a metodologia do trabalho, na segunda fase temos a
fundamentação teórica, onde encontramos ideias que sustentam a pesquisa do trabalho,
seguindo da conclusão e por fim temos a referência bibliográfica no qual consta os manuais
consultados para a materialização do trabalho.
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1.1.Objectivos

1.1.1.Objectivo Geral
 Compreender ate que ponto os problemas de maneio, infecciosos, anatómicos e
funcionais podem influenciar nos problemas de reprodução nos bovinos.

1.1.2.Objectivos específicos
 Falar de cada tipo de problemas mencionados;
 Identificar cada tipo de problema e ate que pode afectar na reprodução dos bovinos;
 Explicar a detalhadamente os problemas aliados a reprodução dos bovinos;
 Analisar a relação de interdependência entre os problemas de maneio, infecciosos,
anatómicos e de reprodução.

1.1.3.Metodologias
Metodologia é o conjunto de técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e
resolver problemas de aquisição objectiva do conhecimento de maneira sistemática (Lakatos
& Marconi, 2009). No que tange a metodologias para este trabalho foi usado uma abordagem
bibliográfica, visto que a pesquisa bibliográfica consta da verificação de livros, artigos,
jornais, todo meio didáctico já publicados.
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2. Problemas de reprodução
Segundo Genero & Perusia (2006) “A eficiência reprodutiva é fundamental para o sistema de
produção de bovinos, que apresenta ciclo reprodutivo longo, com um descendente a cada
parto”. Uma boa eficiência reprodutiva, seja pelo acasalamento ou pela inseminação artificial,
permite maior vida útil dos animais e mais nascimentos de bezerros. A idade para se atingir o
peso ideal vai depender do nível de manejo, da alimentação e de cuidados sanitários (Genero
& Perusia, 2006).

Os cuidados do pós parto da vaca são também indispensáveis para que o animal fique prenhe
o mais rápido possível, e com isso tenha um melhor aproveitamento de sua vida reprodutiva.
Existem inúmeras informações ou tecnologias geradas pelos resultados de pesquisas
disponíveis para aplicação imediata pelos produtores, capazes de reduzir seus custos de
produção, desde que correctamente utilizadas (Hafez 2004, p.498).

2.1. Problemas de Maneio


Para Komig & Leibich (2004, p. 399) os bovinos devem ser movidos pelo seu próprio passo,
sem serem apressados pelo seu tratador e sem a utilização de outros meios. Deverão ser
incitados com cuidado especialmente em curvas e solos escorregadios. Deverá ser evitado o
barulho, excitação ou força. Não deverá ser exercida pressão, em qualquer zona
particularmente sensível do corpo (como a cabeça, o úbere ou testículos), nem ser exercida
violência sobre os animais. Tudo o que se utilizar para guiar os animais deverá ser concebido
e utilizado apenas para esse fim e não poderá ter pontas afiadas ou pontiagudas. O uso de
aparelhos de descargas eléctricas deve ser evitado ao máximo. Os caminhos, passagens e
áreas envolventes aos bebedouros, por onde habitualmente os animais circulam, devem ser
inspeccionados periodicamente para verificar se estão transitáveis, de forma a prevenir
possíveis danos e/ ou acidentes. A existência de superfícies escorregadias, ou abrasivas para
as patas dos animais, deve ser evitada (Komig & Leibich, 2004).

Com relação aos hábitos de pastejo, os animais definem os locais onde desenvolvem suas
atividades como áreas de descanso (malhadouro) e de alimentação, dependendo da
disponibilidade de recursos (forragem, suplementos e água) e da pressão de ambiente.
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Além desse comportamento quanto ao espaço, na questão do tempo o bovino divide seu dia
em períodos de pastejo, ruminação e descanso de maneira alternada ao longo do dia.
Didaticamente, atribui-se que os animais passariam cerca de oito horas em cada uma dessas
atividades.

Na verdade, vários fatores podem alterar esse padrão, claramente burocrático demais para
representar um comportamento natural. Por exemplo, o tempo de pastejo é determinado pela
qualidade da forragem e pela forma como esta se distribui no espaço (estrutura da pastagem).
Quanto mais nutritiva (qualidade) e de mais fácil preensão (estrutura) estiver a forragem,
menor será o tempo que o animal passará pastejando (Bento, 2005).

Há relatos de animais pastejarem até por 12 horas, mas o tempo de pastejo não costuma
passar das 9 horas. Períodos de pastejo maiores do que nove horas são indicativos de baixa
qualidade e/ou disponibilidade do pasto o que limita a ingestão de forragem.

2.1.1. Maneio sanitário


Para Genero & Penusis (2006) o manejo sanitário correcto deve iniciar com atenção para as
anotações das ocorrências dentro do rebanho. Somente com os dados passados é que
podemos analisar e tomar iniciativas para suprimir ou implementar medidas que possam
auxiliar o manejo sanitário do rebanho. Sem estas informações, não podemos melhorar os
índices zootécnicos dos animais.

2.2. Problemas infecciosos


Existem diversos factores que comprometem a reprodução animal, variando desde a
manifestação de cio até o parto, podendo ser de origens não-infecciosas ou infecciosas.
Quando falamos de causas infecciosas, o problema é maior e podem ser classificadas em
primárias ou secundárias (Flores, 2017, p.1136). As causas secundárias são originárias de
alteração sistémica que gere manifestação de carácter clínico, como mastite, tristeza
parasitária bovina e pododermatites, sendo frequentemente encontradas em rebanhos
leiteiros.

As afecções podais acometem 39,54% do rebanho criado em sistema intensivo


(principalmente de leite), segundo estudo realizado em 2004, onde relataram ainda que dos
46,47% dos animais com doenças de casco, 20,07% tinham mastite. Casos de metrite também
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podem estar vinculados às afecções podais e às mastites ou ainda serem resquícios de


problemas durante o parto e que não foram tratados no período pós-parto.

Segundo Flores (2017, p.1136) na bovinocultura de corte as pododermatites e as mastites são


de caráter pontual e eventual, mas as demais enfermidades podem influenciar negativamente
nos resultados reprodutivos. Dentre os problemas envolvidos, as causas infecciosas primárias
são frequentemente encontradas, sendo as principais: bacterianas (Brucella abortus,
Leptospira spp., Mycoplasma sp., Campylobacter fetus), virais (IBR, BVD), protozoárias
(Tritrichomonas fetus, Neospora caninum) e fúngicas.

2.3. Problemas anatómicos


Dentre os vários problemas anatómicos, destacam-se o de cascos, o problema de cascos em
bovinos têm-se como muito importantes a alimentação e o desgaste que ocorre
principalmente em animais confinados. As lesões podais são responsáveis por 90% das
claudicações (mancar) em bovinos, um bovino que “manca” será responsável por prejuízos
econômicos com queda na produção, custo com profissionais para realizar o tratamento e
descarte de leite por resíduos de antibióticos quando necessários no tratamento (cordeiro,
2011, p.25-52).

Figura 1: Anatomia dos bovinos

Fonte: www.google.imagemanatomiadebovino.com
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2.3.1. Anatomia ligada aos cascos dos bovinos


Antes é bom compreender os nomes das regiões anatómicas externa do casco, o tamanho e o
ângulo ideal do casco bovino, como mostra a imagem a baixo.

Figura 2: Anatomia externa dos cascos

Fonte: www.google.imagemanatomiadebovino.com

Figura 3: 1.2 – Altura da parede do casco 7,5cm (a), Altura do talão 4,5cm (b), Ângulo do
casco de 45º (c)

Fonte: Fonte: www.google.imagemanatomiadebovino.com

De acordo com Bento (2005) os problemas podais são mais comuns no confinamento de gado
de corte, e encontrados em maior numero na produção leiteira, isso devido à intensificação da
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produção e confinamento constante dos animais, como no free stall, compost barn e sistemas
de linhas de cocho em terrenos abrasivos. Mas isso não é regra, o dejeto (barro e fezes)
acumulado em sistemas de piquetes rotacionados é um vilão ao produtor leiteiro.
Independente do sistema têm um tripé responsável pelos fatores de risco nos problemas
podais. Fatores de risco nos problemas podais.

Uma vaca de leite que apresenta uma lesão de casco, pode reduzir o consumo de matéria
seca e de ingestão de agua, levando a perda de peso e queda da produção (de 5 a 100%) e
reduz sua taxa de concepção. Genética nos problemas de cascos A Genética do gado leiteiro
sempre foi desenvolvida para aumentar a produção de leite, a seleção não envolveu a
qualidade do casco, necessário para suportar um maior peso corporal, hoje no rebanho leiteiro
uma das características que tem chamado a atenção dos produtores é a longevidade produtiva
do animal, os aprumos e histórico de lesões podais de um determinado animal já começam a
entrar nessa seleção. Um animal confinado tende a sofrer maior desgaste do casco em relação
a pasto, e logo um maior crescimento; um animal a pasto em geral apresenta um crescimento
de 5 a 6mm/mês, já um confinado de 3 a 9mm/mês.

Quando não se tem um casqueamento preventivo é inevitável as lesões em determinados


animais da propriedade, lembrando que alguns animais necessitam de uma melhor
conformação do casco para sustentar sua evolução genética. Uma vaca com aprumos
irregulares ira transferir essas características a suas filhas, e os aprumos já podem ser
corrigidos na fase jovem desses animais com características genéticas negativas.

2.3.2. Problemas nos cascos relacionado ao ambiente


O Ambiente abriga fatores como bactérias, umidade, agentes químicos presentes na urina e
nas fezes, em principal nos confinamentos o casco tende a ser mais úmido e apresentam
menor dureza em relação aos animais a pasto. Um animal com a sola mole e parede fina,
pode ser penetrado por pedras, pregos e etc., abrindo espaço para bactérias agravando as
lesões. Outro ponto é o estresse térmico que faz com que o animal fique mais tempo em pé,
assim permite aumentar sua respiração e troca de calor, amentando o numero de lesões na
região da sola e da linha branca.

O pedilúvio também é essencial para melhorar o manejo, que independente do sistema de


produção é um modo preventivo e de baixo custo, quando comparado a sua eficácia. A
superlotação dos currais e condições de sanidade em má qualidade favorece infecções e
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lesões especificas, como Dermatite Digital Papilomatosa, Dermatite Interdigital e Flegmão


Interdigital.

Figura 4: Problemas nos cascos relacionado ao ambiente

Fontes: Glauber Melo Flegmão

2.3.3. Nutrição
A Nutrição é a ferramenta para aumentar a produção, o produtor sempre quer aumentar o
consumo diário dos animais para maior ganho de peso ou maior produção de leite. Animais
confinados recebem alto volume de concentrados (Alimentos com baixo teor de fibra e alto
valor energético) e muitas vezes uma baixa quantidade e qualidade de volumosos (Alimento
que tem alto teor de fibra e baixo valor energético). As vacas de alta lactação são mais
exigidas e exigentes, necessitam de melhor equilíbrio entre carboidratos estruturais (fibra
vegetal) e não estruturais (grãos), os grãos contêm mais açúcares e amido e alta fermentação
no rúmen. Alta ingestão de grãos como o milho pode ser responsável pela Laminite (Processo
inflamatório agudo que atinge as estruturas sensíveis da parede do casco) que afeta mais de
60% das vacas em confinamento, e como causa secundaria as Ulceras de Sola, que em alguns
casos é necessário a retirada de boa parte ou completa do casco para realizar a limpeza da
lesão. A lesão da ulcera de sola proliferou na parede do casco ate a borda coronária.

Figura 5: lesão da úlcera


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Fonte: Glauber Melo

2.4. Problemas funcionais


Megid; Ribeiro & Paes (2010, p.1295) salientam que os hábitos dos animais e a capacidade
deles se adaptarem às diferentes condições que lhes são impostas, podem influenciar no
desempenho. Aprofundar o conhecimento sobre o comportamento dos animais e dele tirar
proveito prático, portanto, ajuda na boa produção animal. É a etologia, a ciência que estuda o
comportamento dos animais, que tem nos dado várias informações que ajudam a melhorar
nossas práticas com os animais, sempre que possível impelindo o manejo na direcção de estar
mais sintonizado com as preferências dos bovinos e em maior harmonia com seus instintos.

Um traço de comportamento facilmente identificável nos bovinos é o fato deles serem


animais gregários, isto é, de viverem em grupos. Outro aspecto importante, ligado a esse fato,
é que, dentro do grupo, forma-se uma hierarquia social, na qual animais dominantes têm
prioridade sobre os animais submissos na competição pelos recursos de interesse comum,
seja água, comida ou sombra. Saber isso é importante, pois ela nos faz entender o porquê da
falta de espaço para acesso aos animais aos cochos levar a subalimentação dos animais
submissos e/ou superalimentação de animais dominantes. Na prática, no caso de oferta de
concentrados em confinamento e semiconfinamento, o submisso, que come menos, tem pior
desempenho e o dominante, que come mais, fica mais sujeito a ter problemas metabólicos
(acidose, timpanismo, intoxicação com uréia etc) (Megid; Ribeiro & Paes, 2010, p.1295).

Esse instinto de formar hierarquia pode levar a formação de subgrupos dentro de um mesmo
lote, caso o número de animais seja muito grande. De fato, a dificuldade dos animais em
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memorizar e reconhecer todos os demais animais do seu lote acaba aumentando a


agressividade entre eles. Esse estresse pode prejudicar o desempenho, além de predispor à
lesões por causa das brigas. Em função disso, não é interessante formar lotes com mais de
100 animais, aproximadamente.

Outro factor importante é que, cada vez que há saída ou entrada de novos animais no lote,
inicia-se a disputa para se estabelecer uma nova hierarquia no grupo, ou seja, mais estresse e
maior perigo de contusões (Baccili; Torres & Gomes, 2018). Este é um dos motivos de se
fazer lotes homogêneos, pois os animais tem mais chance de saírem para abate ao mesmo
tempo, reduzindo a ocorrência deste problema. Mesmo que a venda não seja feita do lote todo
de uma vez só, reduz-se o número de vezes que o lote vai ser “descascado” (vendido
parcialmente). Por isso, além de deixar a competição entre os animais mais equilibrada, é
vantagem deixar os lotes de animais tão homogêneos e constantes em sua composição quanto
possível para reduzir novas disputas pela liderança dos grupos.

Quanto ao tempo da ruminação, apesar de ser mais constante, também varia conforme o teor
e qualidade da fibra do alimento. Quanto maior o teor de fibra e pior sua qualidade, maior o
tempo de ruminação. A observação de baixo tempo de ruminação nos animais pode ser um
indicativo de falta de fibra efetiva na dieta o que, obviamente, ocorrerá apenas em
confinamento. Animais em dietas com elevada inclusão de bagaço tratado à pressão e vapor
(bagaço hidrolisado), que tem baixíssima fibra efetiva, por exemplo, praticamente não
ruminam (Baccili; Torres & Gomes, 2018).

O clima altera, também, padrões de ingestão de alimentos. Nos períodos quentes, o consumo
ocorre com maior intensidade nos horários mais frescos, ou seja, próximos ao amanhecer e ao
pôr-do-sol, havendo também aumento do consumo noturno (particularmente se há
resfriamento noturno). Essa informação pode ser benéfica na troca de piquetes no pastejo
rotacionado: o horário da troca dos animais, preferencialmente, deve ocorrer em horários
anteriores aos períodos de consumo, ainda que esse efeito não deva ser muito grande.
Também se deve levar em conta o hábito do animal, que é o de fazer o reconhecimento da
nova área antes de iniciar o pastejo.

Para Baccili; Torres & Gomes (2018) em pastagem, quando são fornecidos concentrados não
auto-limitantes (com alta inclusão de cloreto de sódio), deve-se prover espaço de cocho para
que todos comam ao mesmo tempo, caso contrário, além de termos o problema já comentado
na hierarquia (super e subalimentação de dominantes e submissos, respectivamente), quando
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o líder do grupo se afastar do cocho os outros irão juntos. Sem espaço suficiente, alguns
animais poderão não ingerir todo o alimento que desejariam ou, na pior das hipóteses, não
consumir nada. Isso é particularmente importante quando se idealiza um sistema de creep-
feeding, pois, quando as matrizes forem embora, seguindo ao líder do grupo, os bezerros
também irão. É por causa disso que a estrutura de creep-feeding deve ficar preferencialmente
nos malhadouros, onde os animais permanecem por mais tempo.

É comum a observação de animais ingerindo terra, e/ou outras coisas que não fazem parte da
sua dieta usual. A esse comportamento dá-se o nome de apetite depravado. Geralmente isso é
associado à deficiência mineral e é um dos factores predisponentes para intoxicação por
toxina botulínica, presente nos ossos que o animal acaba mastigando. Todavia, quando
aparecem buracos no confinamento, algumas pessoas tendem a associar esse fato ao desejo
por comer terra em função de deficiência mineral (o já referido apetite depravado). Na
maioria das vezes, os animais estão bem mineralizados (evidenciado, por exemplo, por ganho
de peso dentro do esperado). O que ocorre, de fato, é que o tempo que o animal passa
comendo é bem menor do que quando em pastejo, consequentemente sobra muito tempo para
o ócio. Com a realização dos buracos, então, os animais apenas estão preenchendo seu tempo
com alguma actividade (Cancino; Gaiao & Oliveira, 2005, p.35-303).

Quanto à preferência para a ingestão de fibra ou concentrado, observa-se um efeito de raças.


Raças zebuínas têm preferência pelo volumoso, enquanto que os taurinos pelo concentrado.
Assim, em um confinamento ao oferecer para o rebanho zebuíno a ração (concentrado e
volumoso), observa-se que estes selecionam o volumoso em detrimento do consumo de
concentrado (Cancino; Gaiao & Oliveira, 2005, p.35-303). Portanto, nesse caso é ainda mais
importante que a mistura volumoso: concentrado resulte em uma dieta bem homogênea, para
dificultar a seleção pelo animal, mantendo-se, assim, o balanceamento original da ração.

É de salientar que todos problemas a que expostos estão associados ao problema de


funcionamento nos bovinos. Para que aja um bom funcionamento nos bovinos é necessário
que se cuide bem deles porque o mau funcionamento implica baixa reprodução
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Conclusão
Nos últimos anos, tem ganhado importância o uso de informação sobre comportamento
animal para melhorar o manejo e o conforto destes, havendo reconhecimento que essa
preocupação faz diferença e que tem retorno. É estimulante perceber a satisfação das pessoas
que vivem da lida e criação dos animais em incorporarem os conhecimentos da etologia, visto
que ela transcende meramente o lado económico e inclui também satisfação pessoal por uma
relação mais positiva com os animais. Independente da causa da baixa fertilidade, é
necessário que se realize um exame clínico e sorológico no rebanho, associado a uma
avaliação das causas secundárias por um Médico Veterinário a fim de pontuar factores e/ou
agentes que possam influenciar negativamente os índices.

Os conhecimentos devem abranger, por um lado, as necessidades dos animais e, por outro,
proporcionar os meios de antever e prevenir situações e assim protegerem os animais de
eventuais problemas. Isto significa que o pessoal necessita de conhecimentos e perícia
específicos, a desenvolver pela prática, através do trabalho com um tratador experiente, no
sistema de produção em causa.
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Referência Bibliográfica
Baccili, C. A.; Torres, F. D.; Gomes, V. (2018). Manejo sanitário contra herpes e vírus da
diarreia viral bovina na fase reprodutiva. Disponível em: <http://www.milkpoint.br>.
Acesso em: 4 Abril. 2022.

Bento, R. T. (2005). Implante de tendão autólogo do músculo flexor superficial dos dedos no
reparo de desvio do pênis de bovinos. 25f. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias).
Escola de Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia.

Cancino, C. M. H.; Gaião, L.; & Oliveira, M. G. (2005). Profilaxia antimicrobiana em


fraturas mandibulares: estudo descritivo retrospectivo. Pesq. Bras, Odontoped. Clin. Integr.,
João Pessoa, v.5, n.1, p.35-39.

Cordeiro, M., J. (2011). Manual do criador do gado bovino.s/d. IPAD. Setembro. p.23-52

Flores, E.F.( 2017). Virologia Veterinária. 3.ed. Santa Maria: Ed. Da UFSM, 1136 p.

Megid, J., Ribeiro, M.G., & Paes, A.C. Doenças Infecciosas em animais de produção e de
companhia. (2016). Rio de Janeiro: Roca. 1294p.

Marconi. M. de A. & Lakatos, E. M. (2009). Técnicas de pesquisa. 7ª Ed. São Paulo: Atlas.

Garnero, O. J.; Perusia, O. R. (2006). Manual de anestesia e cirurgia de bovinos. São Paulo:
Tecmedd.

Hafez, E. S. E.(2004). Reprodução animal. 7. ed. São Paulo: Manole. 498p.

Konig, H. E.; Leibich, H. G.(2004). Anatomia dos animais domésticos. V.2. Porto Alegre:
Artmed editora. 399p.

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