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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

FACULDADE DE AGRICULTURA

ENGENHARIA ZOOTÉCNICA

DISCIPLINA‫ ׃‬SEMINÁRIO III

I SEMESTRE II NÍVEL

Temaː Inseminação artificial nos coelhos

Discentes: Códigos:

Amílcar Pascoal Cumbane 20220114

Dinis Mateus Chefo 20220131

Ivo Arestides Mandlaze 20220124

Miguel Gabriel Baptista 20220130

Neide da Maria Machava 20220132

Docenteː Eng. Kakese Paty

Lionde,18 de Abril 2023


Índice

I. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 1
1.2. Objectivos ................................................................................................................................................... 1
1.2.1. Geral..................................................................................................................................................... 1
1.2.2. Específicos ........................................................................................................................................... 1
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................................................... 2
2.1. Coelho ......................................................................................................................................................... 2
2.2. Sistema de produção de coelhos .................................................................................................................. 2
2.3. Maneio alimentar......................................................................................................................................... 2
2.4. Maneio reprodutivo ..................................................................................................................................... 3
2.5. Características dos Reprodutores ................................................................................................................ 3
2.6. Características das Matrizes ........................................................................................................................ 3
2.7. Materiais/acessórios utilizados na inseminação artificial ............................................................................ 4
2.8. Inseminação artificial .................................................................................................................................. 4
2.9. Boas Práticas na Recolha e Avaliação do Sémen ........................................................................................ 5
2.10. Diluição do sémen ..................................................................................................................................... 5
2.11. Procedimentos da inseminação.................................................................................................................. 6
2.12.Vantagens e desvantagens da inseminação artificial .................................................................................. 6
2.12.1. Vantagens: ......................................................................................................................................... 6
2.12.2. Desvantagem ...................................................................................................................................... 7
2.13. Figura ........................................................................................................................................................ 7
III. CONCLUSÃO ........................................................................................................................................... 8
IV. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................... 9
I. INTRODUÇÃO

O presente trabalho, visa falar sobre a inseminação artificial nos coelhos, nele vamos
debruçar todas as técnicas e etapas a seguir durante esta actividade. Ela por sua vez apresenta
a melhor relação custo-benefício e é definida como um processo no qual há a introdução do
sémen do macho no aparelho reprodutivo da fêmea.
Segundo Carmelo et al. (1989), a técnica da inseminação artificial (IA) em diversas espécies
constituiu uma ferramenta básica para o progresso zootécnico registado nas últimas décadas.
Os mesmos autores afirmam que, em coelhos, a IA vem sendo usada na produção intensiva
de coelhos como uma ferramenta para a selecção genética, aumento da fertilidade em épocas
estacionais desfavoráveis e controle sanitário. A técnica possibilitou o desenvolvimento de
um novo sistema de produção, chamado de sistema de produção cíclica, que consiste em
agrupar animais no mesmo estágio fisiológico da esfera reprodutiva, permitindo inseminar as
coelhas em dias fixos.
A escolha do tema deve-se pelo facto da inseminação artificial ser uma nova tecnologia de
reprodução e melhoramento genético, que abrangi maior número de fêmeas por fecundar e
permite ter animais uniformes homogéneas, enquanto na monta natural o macho pode não
abrangir maior número de animais, não permite ter animais em uniforme e pode se ter o caso
de a fêmea não ficar prenha ou gestante

1.2. Objectivos

1.2.1. Geral
 Estudar a inseminação artificial em coelhos.

1.2.2. Específicos
 Arrolar os materiais necessários para a colheita do sémen;
 Descrever as etapas antes, durante e depois do processo de inseminação artificial;
 Debruçar o protocolo usado na inseminação artificial.

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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Coelho
O coelho é um animal muito prolífero (vários descendentes em curto período de tempo), seu
ciclo produtivo é curto, podendo, portanto ser explorado comercialmente. Sua criação recebe
o nome de “cunicultura”, o qual podemos extrair produtos como carnes, peles, filhotes
(animais de estimação). (Macedo et al., 2011).

2.2. Sistema de produção de coelhos


 Intensivo – Os animais nesse sistema ficam em jaulas individuais ou até mesmo em
pequenos galpões, a alimentação é muito controlada. É um dos sistemas mais
aconselhados, pois permite um controle muito rigoroso sobre todos animais, evita-se
também acasalamento descontrolados e a maior parte dos láparos permite a selecção
dos reprodutores, maior facilidade em captura dos animais, para o abate e as peles
obtidas são de muita qualidade. (Macedo et al., 2011).
 Semi-extensivo – Nesta criação os animais ficam a maior parte do tempo soltos. A
alimentação nesse sistema é baseada em foragem disponível no campo e sempre
reforçado pelo criador por meio de emprego de ração. (Macedo et al., 2011).

2.3. Maneio alimentar


Por serem herbívoros, no habitat natural, se alimentam de uma variedade de tipos de
grãos, verduras e pasto. No ambiente doméstico, a melhor dieta para os coelhos deve
ser composta de ração própria para este tipo de mamífero, folhas e, principalmente, feno –
que é rico em fibras, ajuda a desgastar os dentinhos e ainda regula o sistema
digestivo dos coelhos. (Souza 2011, p. 15).

Os animais reprodutores precisam ser bem alimentados por conta de suas exigências
nutricionais, os animais na fase reprodutiva demandam muitos nutrientes, principalmente a
proteína, por isso a sua alimentação principal é a ração e feno é o suplemento.

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2.4. Maneio reprodutivo
De acordo com o TORRES, (1989). Os animais escolhidos para futuros reprodutores deverão
ser alojados em gaiolas individuais, com dimensões mínimas de 45 x 60 x 40 cm, a partir dos
2 meses de idade. A puberdade ocorre entre 150 – 180 dias, com peso entre 3.000 g a 3.500 g.
A relação entre macho e fêmea, para acasalamento, é de 1 macho para cada 10-12 fêmeas
reprodutoras. O mesmo autor afirma que, A coelha deve ser levada à gaiola do macho para
facilitar o acasalamento, pois, caso contrário, o macho, fora do seu território, passará a
examinar o novo local, deixando de fazer a cobertura. Uma vez introduzida a fêmea na gaiola
do macho, deverá ocorrer a cobertura após alguns minutos.

2.5. Características dos Reprodutores


De forma geral o sistema genital dos machos e das fêmeas é semelhante ao dos mamíferos
típicos. Há ausência da glande e vesícula seminal. Os coelhos de porte médio, podem atingir
a maturidade sexual por volta dos seis meses de idade e não deve-se deixar ultrapassar o
limite de três anos de idade no mantido no plantel para reprodução. Os reprodutores
necessitam ter características específica da raça permitindo transmiti-las aos seus futuros
filhos. Torna-se necessário um processo de selecção genética para apresentar características
ideais como peso adequado, conformação corpórea, saúde e vivacidade (FERREIRA; W, N.
etal, 2012)

2.6. Características das Matrizes


As fêmeas são poliéstrica e podem ovular a qualquer época do ano (COUTO, 2002), contam
com dois cornos uterinos em ambos tem conexão separada com a vagina. Nas
coelhas o ciclo estral é bem diferente de outras espécies, excepto da gata que é
semelhante, ocorre ovulação por indução sexual, ou seja, ovulação induzida, qualquer
tipo de estímulo em sua vulva pode resultar em ovulação, contudo, vários aspectos na
cunicultura está directamente vinculado ao maneio reprodutivo.

O ciclo ovariano desta espécie tem duração de 16 dias podendo ser fecundado
somente durante 12 dias (dois primeiro dias os dois últimos não são férteis). A ovulação
ocorre aproximadamente, 10 horas após a cópula (MOURA, 2007).

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2.7. Materiais/acessórios utilizados na inseminação artificial
 Microscópio com lamínulas e lâminas;
 Tubos de ensaio com rack;
 Mesa de aquecimento e tapetes;
 Vagina artificial;
 Receptáculos seminais com um cateter;
 Dispensador de amostragem de sémen para determinar a qualidade do fluido;
 Uma preparação para diluir o sémen;
 Seringas (insulina e para injecção de esperma).

2.8. Inseminação artificial

Segundo o Brun et al, (2002). A inseminação artificial é um método empregado para melhor
e maior aproveitamento de bons reprodutores, para que deles possa ser obtido um número de
filhos muitas vezes superior ao obtido com acasalamentos naturais. O status fisiológico da
coelha (estágio da lactação e receptividade) no momento da inseminação exerce grande
influência sobre o desempenho reprodutivo (Brun et al.,2002). Para se realizar a inseminação
artificial é preciso ter o controlo da receptividade e indução da ovulação da coelha.
Na inseminação artificial, o sémen inicialmente deve ser colhido. Após isto o sémen deve ser
avaliado quanto à qualidade e, se estiver dentro dos parâmetros mínimos de qualidade, o
próximo passo será o de calcular o número de doses, para então ser realizada a diluição.
Para se realizar a inseminação é preciso usar um hormônio luteinizante ou gonadotropina
coriónica (hCG) ou GnRH que deve ser aplicado antes da inseminação para que aumente o
efeito estimulatório. O hCG pode agir directamente nos ovários, o hCG é muito eficiente para
a indução da ovulação da coelha. Já hormônio sintética de GnRH, imediatamente após a
inseminação, aplicando-se uma dose única de 20 UI a cada fêmea, por via intramuscular.

A cobrição/IA das fêmeas decorreu pela manhã, pois estão mais tranquilas não estão expostas
a grandes variações de temperatura. A técnica da IA consiste na deposição do sémen nas
vias genitais da coelha sem que haja contacto sexual. É uma técnica que requer alguma
prática por parte do operador. A fêmea é imobilizada e a pipeta é introduzida exercendo-se
uma ligeira pressão na vulva da coelha. A pipeta é introduzida alguns centímetros no trato
genital até se sentir um obstáculo à sua entrada. Efectua-se uma rotação na pipeta para que
esta seja introduzida mais alguns centímetros na vagina a inseminação termina quando se
injectar o sémen diluído no local pretendido, junto à cérvix. Após dez ou quinze dias da

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inseminação, realiza-se a apalpação ventral com o objectivo de confirmar ou não a prenhez.
(CARVALHO, 2009).

2.9. Boas Práticas na Recolha e Avaliação do Sémen


 É importante manter o material destinado às recolhas do sémen (vaginas artificiais e
tubos colectores de sémen) limpo e esterilizado, com o objectivo de não propagar
doenças ou alterar a qualidade do sémen;
 Na altura de realizar as recolhas, as vaginas artificiais e tubos colectores devem estar
a uma temperatura recomendável de 42-45ºC.
 Temperaturas superiores podem afectar a mobilidade dos espermatozóides e provocar
um efeito inibitório no salto no macho;

CARVALHO, (2009), diz ainda que, para cada recolha é aconselhável utilizar uma vagina
artificial por macho, pois pode constituir um meio de propagação de doença a machos sãos;
Após a recolha o sémen deverá ser colocado em banho-maria a uma temperatura de 37ºC;
assegurar no laboratório um ambiente limpo e desinfectado, utilizando apenas produtos
autorizados e respeitando sempre as diluições indicadas nos rótulos; a temperatura ambiente
do laboratório deve ser de 15-20ºC de forma a não provocar alterações no sémen, e este não
deve estar muito tempo exposto à luz; A avaliação microscópica do sémen deverá ser
realizada em microscópio que disponha de platina aquecida, a fim de não alterar as suas
características; O material destinado à avaliação microscópica (lâminas, lamelas e pipetas)
deverá estar limpo e esterilizado; é de extrema importância que o diluidor seja armazenado e
conservado de acordo com as indicações do fornecedor, uma vez que o mesmo é responsável
por manter a qualidade do sémen por tempo limitado; quando o sémen é destinado a ser
distribuído a cunicultores este deverá ser transportado em mala térmica que garanta uma
temperatura constante (17,5º/18ºC), evitando assim choques térmicos e mecânicos.

2.10. Diluição do sémen


Uma vez comprovada a qualidade do sémen, procede-se à sua diluição de 1/10. Os meios de
diluição devem apresentar uma pressão osmótica isotónica, pH neutro e conter substâncias
nutritivas. Devem estar a uma temperatura de 37ºC, de modo a evitar o choque térmico no

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momento da diluição. A adição de antibióticos é conveniente para evitar a contaminação
bacteriana, tanto do sémen como do aparelho genital feminino. Brun et al, (2002).

O mesmo autor fala que, quando se recorre à inseminação artificial é necessário induzir a
ovulação devido à ausência dos estímulos provocados pelo macho aquando da cobrição. Para
tal, poder-se-á utilizar machos vasectomizados, inférteis, ou então efectuar tratamentos
hormonais. A deposição do sémen faz-se no fundo da vagina, por intermédio de uma pipeta
apropriada contendo 0.5 a 1 ml.

2.11. Procedimentos da inseminação


O CARVALHO, (2009), Antes de fertilizar a fêmea, o sémen é preparado. Para isso, o sémen
é diluído com um líquido especial na proporção de 1:10. Certifique-se de controlar a
concentração da solução em um microscópio (se a concentração for alta, a proporção é
aumentada). O procedimento de inseminação do coelho consiste nas seguintes etapas.
 A fêmea é virada de costas e fixada em uma máquina especial.
 A solução do sémen é colocada em uma seringa quente.
 Uma seringa é inserida suavemente na vagina do coelho, sem movimentos bruscos.
 Após a injecção da seringa (comprimento total), a solução de esperma é injectada. A
seringa é removida com cuidado.
O coelho é liberado da máquina em 2-3 minutos. Na inseminação artificial de coelhos, deve-
se ter em mente que o resultado é influenciado pela raça das fêmeas, as condições de sua
criação e a dieta alimentar. Os especialistas gastam 3-4 minutos na inseminação de um
indivíduo.

2.12.Vantagens e desvantagens da inseminação artificial

2.12.1. Vantagens:
 Melhoramento o potencial genético da manada;
 Evita a propagação de doenças pela falta de contacto entre animais na hora da
reprodução;
 Permite a conservação do sémen por tempo indeterminado quando está congelado
(aos animais que estão em via de intinção;

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 Ganho em produtividade, em decorrência do melhoramento genético.

2.12.2. Desvantagem
 Cio silêncio ou curto (horas);
 Ma detenção do cio;
 Dificuldade em manter o sémen armazenado por muito tempo, falta de banco de
sémen;
 Baixa motilidade espermática;
 Sémen contaminado (doenças como febre aftosa de brucelose).

2.13. Figura

Fig. 1 Materiais e acessórios usados (IA) Fig. 2. Acto de Inseminação Artificial

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III. CONCLUSÃO

Concluiu-se que a inseminação artificial é uma tecnologia que pode ser utilizada para
melhorar a produção desde que sejam observados os cuidados com a condição genética e
saúde dos reprodutores, o correcto uso das técnicas de colecta e manipulação do sémen. A
fêmea tem que ser muito bem cuidada, pois assim podemos se ter uma boa receptividade e
ovulação. A inseminação na cunicultura ainda tem muito a ser desenvolvida, mas é uma boa
opção para melhorar os animais geneticamente.

Não podemos falar da ia sem citar as biotécnicas usadas para amplificação reprodutiva
animal, a ia vem como uma maximização de potencial genético de um animal de interesse
zootécnico, sem sobrecarregar o macho, usando material especifico para a colecta e diluição
do sémen, esse protocolo só será possível alcançar seu êxito, se for conduzido por pessoal
técnico qualificado, respeitando cada etapa desde a selecção dos animais, a sincronização do
Cio, a colecta do sémen, a diluição do sémen e por fim a inseminação artificial.

Esta biotécnica é bastante utilizada no ramo da zootecnia, pelo seu Custo moderando e pela
sua aplicação.

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IV. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CARVALHO, Rosemary Coelho de. Caracterização da produção cunícula nas regiões de
Trás-os-Montes, Minho e Galiza. 2009. 132 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Zootécnica) – Universidades Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 2009. Disponível em:
<http://repositorio.utad.pt/bitstream/10348/403/1/msc_rccarvalho.pdf>

DIONIZIO, Marli Arena; VIEIRA, Jodnes Sobreira; PEREIRA, Renata Apocalypse


Nogueira. Criação de coelhos: principais raças utilizadas e suas finalidades. Lavras,
[2001]. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/36455270/bol-21>.

FERREIRA W. M.; MACHADO L. C., 2007: Perspectivas da Cunicultura Brasileira. Revista


Veterinária e Zootecnia em Minas, p. 41-44.

Https://docplayer.com.br/55197923-Taxonomia-do-coelho-oryctolagus-cuniculus-yuri-
degennaro-jaruche-1.html

TORRES, M. D., Rebollar, P. G. e Alvariño, J. M. (1989). Técnica de inseminacion artificial


en el conejo. Hojas divulgadoras, nº 17.Madrid. España.

RIOS, Daniel Macedo et al. Manual de cunicultura. 2011. 46 f. Trabalho acadêmico


(Graduação em Engenharia Agronómica) – Universidade do Estado da Bahia, Barreiras,
2011. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/49387002/cunicultura>.

Schiere & Corstiaensen, Fundação Agromisa e CTA, Wageningen, 2008 Criação de


coelho sem quintais, nas regiões tropicais

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Abastecimento, 2006, Disponível em:

http://www.agricultura.pr.gov.br/modules/qas/uploads/143/coelhos_julho2006.pdf

PRODUÇÃO de coelhos. Coimbra: Escola Universitária Vasco da Gama, 2010. Disponível


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