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DOCÊNCIA EM

ZOOTECNIA
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Triagem Organização LTDA ME
Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167
Portal Educação

P842z Zootecnia / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2012.

110p. : il.

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-562-7

1. Zootecnia. 2. Classificação zootécnica. I. Portal Educação. II. Título.

CDD 636.08
SUMÁRIO

1 EVOLUÇÃO DA ZOOTECNIA COMO ARTE E COMO CIÊNCIA .............................................4

2 CLASSIFICAÇÃO ZOOTÉCNICA..............................................................................................7 2

2.1 CLASSE MAMMALIA .................................................................................................................7

2.2 CLASSE AVES ...........................................................................................................................9

2.3 CLASSE PISCES ......................................................................................................................10

2.4 CLASSE INSECTA ....................................................................................................................11

3 ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERESSE ECONÔMICO ....................12

3.1 ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DOS SUÍNOS ...........................................................................12

3.2 ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DOS BOVINOS .........................................................................15

3.3 ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DAS AVES ................................................................................17

4 APTIDÕES E FUNÇÕES MORFOLÓGICAS, FISIOLÓGICAS E ECONÔMICAS ...................19

4.1 BOVINOS ..................................................................................................................................19

4.2 SUÍNOS .....................................................................................................................................23

4.3 OVINOS.....................................................................................................................................25

4.4 CAPRINOS ................................................................................................................................28

4.5 BUBALINOS ..............................................................................................................................30

4.6 AVES .........................................................................................................................................31

4.7 PEIXES......................................................................................................................................34

4.8 EQUINOS ..................................................................................................................................34


5 NOMENCLATURA E LOCALIZAÇÃO DAS REGIÕES DOS CORPOS DOS ANIMAIS ..........36

5.1 EQUINO ....................................................................................................................................36

5.2 BOVINO.....................................................................................................................................37

5.3 SUÍNO .......................................................................................................................................39

5.4 AVES .........................................................................................................................................40 3

6 IDADE DOS ANIMAIS...............................................................................................................42

7 APRUMOS .......................................................................................................................44

8 PELAGEM DOS ANIMAIS ........................................................................................................73

9 NORMAS PARA EXECUÇÃO DE SERVIÇO REGISTRO GENEALÓGICO ............................75

9.1 CATEGORIAS E REGISTROS ..................................................................................................76

10 SISTEMAS DE CRIAÇÃO .........................................................................................................83

11 CONTENÇÃO ...........................................................................................................................99

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................108
1 EVOLUÇÃO DA ZOOTECNIA COMO ARTE E COMO CIÊNCIA

A evolução da Zootecnia se sustenta entre a Arte e a Ciência, pois só a partir destas


definições a atual Zootecnia foi difundida. A Zootecnia como Arte pode ser historiada a partir da
4
Idade Média, onde iniciou a agricultura em áreas semiáridas e montanhosas. Em 8.000 a.C.,
aproximadamente, há indícios de que o homem começou a colher grãos naturais, sendo
posteriormente cultivados, assim como a criação de animais domésticos.

Quando o homem deixou de ser nômade e se tornou definitivamente sedentário, ou


seja, quando teve que manter o alimento no local de sua instalação, a criação de animais e o
cultivo de alimentos foram essenciais.

O homem criou animais para satisfazer seu totemismo, em seguida, com a


indisponibilidade de alimentos espontâneos próximos às aldeias, passou a utilizá-los como
alimento e, por último, com os rigores climáticos ou intempéries, para proteção.

A Zootecnia como Ciência, se sustenta a partir do termo Zootechine, que do grego é


definido como “arte animal”, a partir do Conde Adrien de Gasparin, que publicou o livro "Cours
d'Agriculture", que é referência da ciência de estudo da criação dos animais, o que então pela
primeira vez diferia do cultivo de vegetais.

Em 1848, com a instalação do Instituto Agronômico de Versailles, em Paris, foi adotada


a distinção proposta pelo Conde Adrien de Gasparin e para o ensino teórico da exploração dos
animais domésticos foi estabelecida a Cátedra de Zootecnia.

Pode-se datar o ano de 1849 como o surgimento da Zootecnia como Ciência, na


França, com a aprovação de uma tese apresentada pelo naturalista Emile Baudement em
concurso para a Cátedra de Zootecnia do Instituto Agronômico de Versailles, ao tornar-se o
primeiro docente de Zootecnia.

O objetivo da Zootecnia é realizar o perfeito conhecimento dos animais domésticos,


melhorando sua nutrição, sua sanidade, seu manejo e sua genética, para, desta forma, obter
desse grupo de animais uma maior produtividade econômica possível de seus produtos.
Retiram-se destes animais, alimentos indispensáveis à vida humana; objetos como pele, lã,
pelos; produtos farmacêuticos; esterco; gera empregos; promove avanço no desenvolvimento
socioeconômico de um povo; serve como terapia para deficientes físicos e mentais, entre outros.

O objeto da Zootecnia é o animal doméstico, ou seja, o animal que pertence a uma


espécie criada e reproduzida pelo homem, dotada de mansidão hereditária e que proporciona
algum proveito ao homem. 5

Para atingir o estado de domesticação, a espécie animal deve possuir os atributos de:

 Fecundidade em cativeiro, de modo que os indivíduos não precisem ser


continuamente aprisionados para serem utilizados pelo homem.

 Ter tendência hereditária a mansidão, atributo pelo qual os animais que nascem no
cativeiro aceitam facilmente o convívio com o homem e com outras espécies.

 Sociabilidade, característica das espécies dotadas de hábitos gregários, que


permite a vida em bando, própria dos animais em domesticidade.

As espécies que não possuem estes atributos permanecem selvagens, mesmo


aquelas cuja domesticação foi tentada pelo homem, ou seria resultado do seu convívio com o
homem, como é o caso da zebra, do chacal, do leão, do bisão Americano, do falcão e do
papagaio.

No Brasil, a Zootecnia foi ensinada como disciplina especial nos cursos de agronomia
até 1966 quando foi criado, na PUC de Uruguaiana, Rio Grande do Sul, o primeiro curso de
graduação em Zootecnia.

A profissão foi regulamentada em 4 de dezembro de 1968 pela lei federal nº 5.550.


Quem se forma no curso de Zootecnia recebe o título acadêmico-profissional de Zootecnista.
Segundo esta lei, podem exercer a Zootecnia, também, o graduado em Medicina
Veterinária e o graduado em Agronomia, conforme transcrito a seguir:

Art. 2º Só é permitido o exercício da profissão de Zootecnista:

6
a) ao portador de diploma expedido por escola de Zootecnista oficial
ou reconhecida e registrado na Diretoria do Ensino Superior do
Ministério da Educação e Cultura;

b) ao profissional diplomado no estrangeiro, que haja revalidado e


registrado seu diploma no Brasil, na forma da legislação em vigor;

c) ao Agrônomo e ao Veterinário diplomados na forma da lei.

As grades curriculares das graduações em Zootecnia contemplam disciplinas focadas


na área botânica, cálculo e física, fisiologia e anatomia animal, bem-estar animal, bromatologia,
genética e melhoramento de espécies, biologia, sociologia, direito, gestão de recursos
ambientais, microbiologia, patologia e solos.

O Zootecnista como profissional para poder atuar nos mais diversos setores da cadeia
produtiva do agronegócio, as quais lhe são designadas e/ou permitidas por lei, precisa registrar-
se no Conselho Regional de Medicina Veterinária – CRMV, órgão responsável pela fiscalização,
regulamentação e cobrança de taxas para a consolidação e divulgação da profissão,
principalmente da Medicina Veterinária.
2 CLASSIFICAÇÃO ZOOTÉCNICA

A Zootecnia como Ciência envolve a criação de animais domésticos como um todo,


sendo fundamental o conhecimento da classificação taxonômica das principais espécies, a 7
origem das principais raças e aptidões, além de outras características.

As criações dos animais condizem do produto final que se destina, ou seja, animais
que possuem raças características a fatores, como por exemplo, o clima, assim animais mais
rústicos apresentam melhores desempenhos. Algumas espécies que se destinam à produção de
leite, somente ou dupla aptidão, sendo então caracterizados por carne e leite, ou pela sua
pelagem, para a produção de lã.

O Zootecnista deve saber a classificação inerente das diferentes raças domésticas


destinadas à produção comercial, sendo fundamental o conhecimento destas características.

A saber, dentro da Taxonomia, os animais de interesse zootécnico, estão enquadrados


nas classes: Mammalia, Aves, Pisces e Insecta.

Vamos estudar cada classe e saber quais famílias e espécies são estudadas na
Zootecnia:

2.1 CLASSE MAMMALIA

Esta classe é a maior de todas, pois estão agrupados mais de dez famílias, sendo as
de destaque a família Equidae, que é a família dos cavalos, asnos e zebras. O gênero e espécie
representativos de interesse zootécnico é a Equus caballus, que são os cavalos propriamente
ditos. Mais adiante, no segundo módulo, veremos as raças desta espécie.
Outra família de importância é Suidae, que são os suínos, cujo nome científico é Sus
domesticus.

Os bovinos pertencem a família Bovidae, que são representados pelos bovinos


zebuínos (Bos indicus) e os bovinos europeus (Bos taurus), além dos bubalinos (Bubalus
bubalis), que representam criação comercial no país. Também se enquadram nesta como
subfamília, os caprinos (Capra hircus) e os ovinos (Ovis aries). 8

Outra família que se enquadra nesta classe é a Cavidae, na qual se encontram as


cobaias (Cavia cobaya), que para nós é comumente chamado de porquinho da Índia. São muito
usadas nos laboratórios, para experiências sobre doenças, nutrição, biologia e principalmente
para testes e diagnósticos bacteriológicos, porque as cobaias são susceptíveis de adquirirem
algumas doenças que normalmente não possuem. Sua carne é muito apreciada em países
andinos (Figura 1).

FIGURA 1 - COBAIAS (CAVIA COBAYA).

FONTE: Disponível em: <http://www.agrov.com/animais/peq_ani/cobaia.htm>.

Acesso em: 21 nov. 2011.


A família Leporidae é representada pelos coelhos (Oryctolagus cuniculus), que em
muitos locais é uma iguaria muito apreciada, além de serem também criados como animais de
estimação.

A ordem Carnívora, dentro da classe Mammalia, é a família Felidae e a família


Canidae. Muito comuns em nossos lares os cães (Canis familiaris) e gatos (Felis domestica) são
essencialmente animais de estimação, porém podem ser consumidos em alguns países como 9
alimento. Para o Zootecnista o conhecimento destas espécies está intimamente ligado à nutrição
animal, hoje a formulação de rações, das mais variadas opções para estes animais é atributo
deste profissional.

2.2 CLASSE AVES

A família Anatidae, está representada pelas espécies dos patos (Cairina moschata),
marrecos (Anas boschas), cisnes (Cygnus olor) e os gansos (Anser domesticus). Estas aves são
apreciadas em pratos típicos em certas regiões, inclusive no nosso país, porém também são
criadas como aves ornamentais. Podem ainda serem utilizadas como controle biológico em
algumas culturas, como no caso do arroz irrigado em Santa Catarina (Figura 2).

FIGURA 2 - MARRECOS EM PLANTAÇÃO DE ARROZ IRRIGADO, COM O OBJETIVO AO


CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS
10

FONTE: Disponível em: <http://www.pragasarroz.xpg.com.br/Imagens/PColmoMarrecos.jpg>.

Acesso em: 28 nov. 2011.

As galinhas (Gallus domesticus) estão classificadas na família Phasianidae, que com


certeza é a espécie de maior importância dentro dos animais de interesse doméstico, quando
condiz a aves. Além das galinhas estarem enquadradas nesta família, o pavão (Pavo cristatus),
o faisão (Phasianus colchicus) e o capote (Numida galeata) também estão presentes nesta
família.

O peru (Meleagris gallopavo), ave muito apreciada no Natal, pertence à família


Penelopidae.

2.3 CLASSE PISCES


Nesta classe enquadram-se os peixes de água doce, que estão enquadrados na ordem
Ostariophysi. No próximo módulo, serão abordadas as principais espécies de peixes de interesse
zootécnico.

11
2.4 CLASSE INSECTA

Esta classe sem dúvida é pouco lembrada pela maioria das pessoas, quando se trata
de interesse comercial. Porém, na Zootecnia há disciplinas dedicadas somente ao estudo dessa
classe, é o caso da Apicultura, em que as abelhas (Apis mellifera) são as principais fabricantes
de produtos utilizados como alimento, assim como na indústria farmacêutica e cosmética e a
Sericultura, que são o bicho-da-seda (Bombyx mori), atividade importante em municípios do
Paraná (Figura 3).

FIGURA 3 - BICHO DA SEDA

FONTE: Disponível em: <http://charquinho.weblog.com.pt/arquivo/2007/05/index0>.

Acesso em: 30 nov. 2011.


3 ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERESSE ECONÔMICO

A Zootecnia é a ciência que estuda as criações de animais de interesse zootécnico,


espécies que podem ser criadas em nível comercial, sendo este o principal objetivo, como vimos 12
no módulo I.

A domesticação destas espécies foi evoluindo conforme as tecnologias chegaram à


profissão, assim como tantas outras coisas em nossas vidas. No caso dos suínos, desde a
domesticação, de uma espécie que se apresentava muito rústica, passando pela criação, que
convertia em mais gordura do que carne, chegando até os dias atuais, com a criação enfática de
suínos, que contribui para o novo estilo de vida.

Aparentemente, a domesticação foi iniciada de uma forma inconsciente. Mais tarde, a


pressão que o aumento demográfico exerceu sobre os recursos alimentares e em especial sobre
o terreno cultivável, terá feito o homem tomar consciência sobre os reais benefícios da sua
utilização.

A seguir, serão abordadas a origem e domesticação das espécies de interesse


econômico dos suínos, bovinos e aves.

3.1 ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DOS SUÍNOS

Durante muitos anos, creditou-se aos chineses a domesticação do suíno por volta de
4900 a.C. Porém, pesquisas recentes efetuadas pelo arqueólogo americano M. Rosember, da
Universidade de Delaware, mostraram que a domesticação do suíno ocorreu há 10.000 anos em
aldeias do leste da Turquia.
O primeiro javali a ser domesticado foi o Sus vittatus, no norte da Ásia pelos povos
arianos (árias). Esta espécie ainda é encontrada na Índia, Paquistão, China, Vietnam, etc. É um
animal de porte menor, tido como o ancestral das raças chamadas do tipo Asiático,
caracterizadas pela face curta, de perfil ultracôncavo, orelhas curtas e propensão à engorda,
enquanto o Javali Europeu difundido pelo oeste Asiático e norte da África, deu origem a diversas
raças primitivas europeias, chamadas do tipo Céltica, com face longa e estreita, de perfil
côncavo e orelhas longas e caídas. 13

Tudo leva a crer que estes povos (os árias) nas suas migrações levaram o Sus vittatus
“domesticado” para o sul (Índia), leste (China) e oeste (Europa), ensinando os povos das regiões
invadidas a arte de criá-los. Com a criação em cativeiro ocorreram os cruzamentos entre o javali
asiático e o europeu, dando origem ao javali mediterrâneo ou tipo ibérico (Sus mediterraneus).

Na América não existia nenhum representante do gênero Sus, até que Cristóvão
Colombo, em 1493, na sua segunda viagem trouxe consigo alguns suínos Ibéricos. Os primeiros
suínos chegados ao Brasil vieram com Martim Afonso de Souza em 1532, em São Vicente.
Pertenciam às raças da Península Ibérica existentes em Portugal, muitos fugiram e deram
origem aos suínos asselvajados ou porco monteiro em Mato Grosso.

Desde a sua domesticação os suínos sofreram grandes transformações morfológicas e


fisiológicas, em consequência das condições que viveram e das necessidades do homem, em
relação ao melhor aproveitamento do animal.

Exemplo desta transformação está no javali, antes um animal selvagem, que vivia na
floresta e se alimentava de arbusto, pastos nativos, frutos e pequenos animais. Entre suas
principais armas de defesa e ataque estavam os dentes, que evidenciavam para fora da arcada
bucal, e sua robusta cabeça. Além disso, o javali era um animal muito veloz, que usava esta
capacidade para fugir dos inimigos e predadores que não podia enfrentar.

O javali se caracterizava por membros dianteiros musculosos e fortes; corpo


relativamente curto e musculoso, capaz de transmitir com rapidez os movimentos dos membros
motores; tórax profundo e largo, com ampla capacidade de abrigar o coração e os pulmões. Sua
cabeça era pesada e forte muito bem implantada no pescoço, representava uma de suas
principais armas de defesa. O javali, portanto, era um animal possuidor de uma frente muito
forte, cabeça, tórax e membros anteriores, enquanto o posterior era leve e tinha membros com
fracas massas musculares.

Com a domesticação, o porco selvagem foi tomando o formato de um paralelepípedo,


de comprimento pequeno ou médio, com uma grande papada e quartos traseiros mais amplos
do que tinham os seus ascendentes selvagens. O perímetro torácico foi reduzido com a vida
sedentária, o coração e os pulmões foram envoltos em uma grossa camada de gordura. 14

Na Europa, com a miscigenação ocorrida entre os suínos lá existentes e os de origem


chinesa houve o desenvolvimento de diferentes tipos genéticos, alguns de pequeno porte e com
bastante tendência para acúmulo de gordura, outros magros e de porte mais elevados e ainda o
tipo intermediário, que atendia bem a necessidade de produção de gordura e carne. No entanto,
na Inglaterra, com a revolução industrial e o aumento das populações urbanas, associados à
dificuldade em obtenção de gordura vegetal, os suínos foram selecionados para um tipo mais
especializado na produção de gordura, portanto que a partir de 1750 o termo suíno “melhorado”
estava associado à criação de raças especializadas na produção de gordura.

Nesta época, a gordura, além de oferecer grande aporte de energia para os


trabalhadores braçais (operários), também servia para o preparo de outros alimentos (frituras). A
partir daí, tivemos origem ao suíno tipo banha, e assim, a criação de suíno se expandiu, porque
era o animal ideal para o homem, já que lhe fornecia grande quantidade de gordura, além de
carne. Foi esse o período do porco tipo banha, que se estendeu de 1750 a 1950.

É importante lembrar que a mesma tendência não ocorreu entre os criadores de suínos
do continente, onde a facilidade de obtenção de gordura vegetal era maior. Portanto, na Europa
tinham sido preservados tipos genéticos magros, com maior tendência para a produção de
carne, embora as massas musculares não fossem muito desenvolvidas.

Após a Segunda Guerra Mundial, e com o surgimento do óleo vegetal produzido em


larga escala, a criação de suínos tomou novo rumo, agora selecionando e melhorando os
animais para a produção de carne. Os animais foram selecionados de tal forma que passou a
apresentar nova conformação, ou seja, passou a apresentar 30% da massa corporal no anterior
e 70% no posterior (pernil).
Atualmente, com a busca por maior eficiência e maior produtividade em termos de
quantidade e qualidade de carcaça, observamos o aparecimento do suíno “4 pernis”, ou seja,
com distribuição mais homogênea das massas musculares entre os membros anteriores e
posteriores, e também maior massa muscular na região lombar (Figura 4).

FIGURA 4 - CONFORMAÇÕES DOS SUÍNOS AO LONGO DO TEMPO 15

FONTE: Arquivo do autor.

3.2 ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DOS BOVINOS

O processo de domesticação do gado selvagem foi de grande importância para o


desenvolvimento da população humana. Os animais domesticados representavam uma
importante fonte de carne, leite, pele e força de trabalho. De acordo com estudos arqueológicos,
acredita-se que todos os bovinos atuais, com exceção do gado de Bali e do gado Mithan,
originaram-se de um ancestral comum, o Auroque (Bos primigenius). Esses animais, extintos a
mais de dois mil anos, nas regiões onde viviam, tiveram seu último representante em 1627, na
Europa.
Não é para tanto que estes animais distribuíam-se por todo este continente, assim
como no nordeste da África e sudeste da Ásia, sendo divididos em três raças continentais: Bos
primigenius namandicus (Ásia), Bos primigenius opisthonomus (África) e Bos primigenius
primigenius (Europa) (Figura 5).

FIGURA 5 - MAPA COM A DIVISÃO DAS ESPÉCIES DAS TRÊS RAÇAS CONTINENTAIS DE
BOVINOS 16

FONTE: MacHugh (1996).


Apesar das evidências de que o centro da evolução dos Auroques foi a Ásia, análises
de estudos do registro fóssil, indicam que os bovinos foram sim domesticados a partir da espécie
Bos primigenius primigenius (Europeu), cerca de 10 mil anos atrás. Além disso, um único evento
de domesticação teria ocorrido, originando as primeiras raças de bovinos taurinos. As raças
zebuínas (mais rústicas) teriam sido originadas, posteriormente a partir das taurinas.

17

3.3 ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DAS AVES

As galinhas domésticas são originárias do Sudoeste da Ásia e descendem única ou


principalmente, de uma ave silvestre, a galinha Vermelha do Mato (Red Jungle Fowl), que foi
classificada inicialmente como Gallus bankiva e recentemente como Gallus gallus gallus; ave
selvagem ainda encontrada nas selvas do Sudoeste Asiático. Outras espécies como a galinha de
Java (Gallus varius), do Ceilão (Gallus lafayetti) e a de Sonnerat (Galus sonnerati), para alguns
pesquisadores, também contribuíram para o desenvolvimento da galinha moderna – Gallus
gallus domesticus.

As galinhas foram introduzidas no Brasil pelos primeiros navegadores europeus que


aqui desembarcaram, por volta de 1500. De acordo com a carta histórica escrita por Pero Vaz de
Caminha ao rei de Portugal Dom Manuel, de 22 de abril de 1500, foi de espanto e admiração a
reação dos índios ao terem contato com os primeiros exemplares de galinhas trazidas ao Brasil
(PICOLI, 2004). Entretanto, é provável que os corsários franceses, muito antes do
descobrimento, também tenham trazido galinhas, quando abasteciam seus navios com pau-
brasil e animais silvestres e os trocavam por espelhos, pentes, ferramentas e galinhas que
sobravam de suas despensas.

Eles trouxeram raças orientais, mediterrâneas e do sul da Europa, que foram deixadas
em liberdade nos quintais das casas, sítios e fazendas. Proporcionando cruzamentos aleatórios
e, desta miscigenação de raças, originaram-se as galinhas caipiras brasileiras, ou simplesmente,
galinhas caipiras (caipira em tupi-guarani significa “habitante do campo”), que também são
conhecidas como galinhas crioulas, da colônia, de terreiro, de capoeira ou naturalizadas.

A origem destas aves ainda é incerta, entretanto há fortes evidências de que seja pré-
colombiana, ou seja, quando Colombo, Cabral e os demais “descobridores” das Américas
chegaram aqui, estas galinhas já eram bastante difundidas entre os índios, em particular entre os
sul-americanos. 18
4 APTIDÕES E FUNÇÕES MORFOLÓGICAS, FISIOLÓGICAS E ECONÔMICAS

4.1 BOVINOS

19

Primeiramente, vamos conhecer a classificação das raças bovinas de corte, uma vez
que há raças específicas para a produção de leite.

 Raças Europeias Britânicas

Apresenta como vantagem, ser uma raça maternal, boa taxa de sobrevivência, boa
conversão alimentar, taxas reprodutivas (atinge a maturidade com pesos menores) e de
crescimento ótimas e boa carcaça. Como desvantagem, raças europeias britânicas apresentam
partos distócicos, menos músculo e muita gordura, taxa de conversão alimentar menor. As vacas
adultas podem apresentar um peso de 500 a 600 kg e os machos adultos entre 800 a 900 kg.

Exemplos de raças desta categoria são a Hereford (Inglaterra), Shorthorn (Inglaterra),


Aberdeen Angus (Escócia), Red Angus (Escócia) e Devon (Inglaterra).

 Raças Europeias Continentais


É considerada uma raça terminal, com alto potencial de crescimento. Mais músculo
com pouca gordura e boa conversão alimentar, porém, também apresenta partos distócicos,
peso adulto elevado, quando condiz com a maturidade, grande exigência nutricional para
matança. Vacas adultas podem pesar até 800 kg e os machos entre 1000 a 1200 kg.

Charolês, Limousin e Bond D’Aquitaine são raças oriundas da França, outros exemplos
são as originárias da Itália como a Chianina e Marchigiana, suíça como a Pardo Suíço, Blanc- 20
Belgian-Blue da Bélgica e a Caracu de Portugal.

 Raças Zebuínas

Compõe cerca de 85% dos genes do rebanho brasileiro, apresenta como vantagens
excelente taxa de sobrevivência, boa habilidade materna, tolerantes a parasitas e altas
temperaturas, o que a caracteriza como uma raça rústica. Assim como as raças europeias, a
zebuína também apresenta algumas desvantagens como baixa taxa de crescimento, baixos
índices reprodutivos, carcaça de pouca aceitação. Só para um comparativo dos pesos dos
animais de origem europeia, as vacas adultas oriundas de raças zebuínas apresentam um peso
de 350 a 450 kg e os machos, também adultos, entre 600 a 700 kg.

Os exemplos que podemos citar são o Nelore, Guzerá, Gir, Tabapuã, Indubrasil, Sindi
e Brahman (EUA).

A introdução do Zebu no Brasil promoveu ações simultâneas como: o povoamento e


abertura de grandes propriedades na região centro-oeste, substituição gradual das pastagens
nativas por cultivadas e absorção do rebanho nativo por animais zebuínos, principalmente o
Nelore.
 Raças Sintéticas

Originam-se por meio do cruzamento de diferentes raças com objetivo de aproveitar a


rusticidade e a produtividade, vejamos algumas:
21

Santa Gertudris = 3/
8 Brahman x 5/
8 Shorthom

Canchin = 3/
8 Zebu x 5/
8 Charolês

Simbrasil = 3/
8 Zebu x 5/
8 Simental

Brangus = 3/
8 Brahman x 5/
8 Angus

Pitangueiras = 3/
8 Zebu x 5/
8 Red Polled

Acesse o Link abaixo e descubra as principais raças, informações e imagens de cada uma delas.
Confira!

ANEXO I -
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_i_Zootecnia_b
ovinos_corte.pdf

 Raças Europeias produtoras de Leite


A raça Holandesa Preto e Holandesa Branco, são originárias da província de Frísia,
Holanda, é a raça de maior potencial para a produção de leite e considerada a melhor raça
leiteira do mundo! Esta raça não apresenta boa tolerância ao clima tropical e suas exigências de
manejo sanitário e nutricional requerem cuidados especiais.

Originária da Ilha de Jersey (Inglaterra) a raça Jersey é bem distribuída em quase todo
o mundo, nas regiões tropicais se mostra com elevada tolerância ao calor, sendo encontrada 22
com facilidade na maioria dos Estados do Brasil, pelo fato de se aclimatar-se bem.

É comum encontrar um exemplar desta raça em criações de Holandesas pelo fato de


apresentar um bom teor de gordura em seu leite, assim aumenta o teor deste nutriente na
produção.

A raça Guernsey é originária da Ilha de Guernsey que pertencente à Inglaterra, é


considerada uma raça bem rústica.

A Ayrshire é proveniente da Escócia, recebeu sangue de várias raças especializadas,


entre elas a Holandesa. A aptidão dominante da raça Ayrshire é leiteira.

A Pardo Suíça, originária da Suíça, também conhecida como gado Schwyz, é uma das
raças mais antigas, apresentando predominantemente aptidão leiteira. Animal considerado
adaptado às condições brasileiras.

 Raças Zebuínas produtoras de Leite

Originária do Paquistão o Sindi, de espécies zebuínas é encontrada principalmente nas


regiões Norte e Nordeste no país. Apresenta excelente adaptabilidade adversa de clima e de
manejo no semiárido nordestino.
 Raças Sintéticas produtoras de Leite

O Girolando é formado a partir de 5/8 Holandês mais 3/8 do Gir (leiteiro), isso porque se
aproveitou da rusticidade da raça zebuína, ou seja, o Gir mais o potencial de produção do
Holandês. Este cruzamento gerou uma raça com grande resistência e adaptação ao meio 23

ambiente. É a raça mais utilizada como receptora de embrião no Brasil.

O Guzolando é originário do cruzamento do Guzerá com o Holandês, sendo entre 56%


a 68% de Holandês mais 44% a 32% do Guzerá. É um animal rústico, o touro é utilizado em
fêmeas Girolando para melhorar ligamentos do úbere. Apresenta uma média de produção de
3.500 a 5.000 kg/ano.

O cruzamento de Red Poll (5/8) entre Guzerá (3/8) condiz com a raça sintética
denominada de Pitangueiras, que apresenta um teor de gordura bastante satisfatório (4% a 5%).
Apresenta dupla aptidão, ou seja, tanto para a produção de leite quanto de carne. As vacas
Pitangueiras são boas produtoras, dando em média entre 4.000 a 5.000 kg por lactação em 300
dias. Típico gado leiteiro para condições de campo.

Agora você terá a oportunidade de conhecer as principais raças, informações e imagens dos
Bovinos de leite. Confira acessando o link abaixo:

ANEXO II –
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_ii_Zootecnia_
bovinos_leite.pdf

4.2 SUÍNOS
 Raças de Origem Brasileira

As principais características destas raças são a produção de banha, animais tardios,


pouco prolíferos e baixa produtividade. Piau, Pereira, Mouro, Tatu, Nilo, Pirapitinga, Canastra,
Canastrão, Caruncho, Sorocaba e Junqueira, são as principais raças. 24

O sistema de criação é feito pelo método extensivo, na sua totalidade. Os animais são
alimentados com restos de lavoura ou comida, em instalações inadequadas, sem qualquer tipo
de manejo e sanidade.

 Raças de Origem Estrangeira

Principais características e aptidões destas raças são a prolificidade, precocidade e


qualidade de carcaça. As raças mais conhecidas dentro desta categoria são: Large White,
Landrace, Duroc, Hampshire, Wessex, Essex, Pietrain, Berkshire, Polland China e Tamworth.

No anexo III, você encontrará as principais raças, informações e fotos de suínos. Confira!

ANEXO III -

http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_iii_Zootecnia_
suinos.pdf
4.3 OVINOS

 Raças produtoras de Carne

25

A raça Dorper, originária da África do Sul, foi criada com o único propósito de produzir
carne, o mais eficientemente possível. Pode ser semideslanado ou lanado.

Hampshire é uma raça especializada na produção de carne. Apresenta boa


capacidade de adaptação aos diferentes meios e regimes de criação. Carcaça de boa qualidade,
boa fertilidade e prolífera, atingindo índices de nascimento de 140%. Muito indicada ainda para
cruzamentos industriais.

O Poll Dorset é originário da Inglaterra, é uma raça especializada para a produção de


carne. Fêmeas apresentam também excelente produção de leite e habilidade materna. Alta
prolificidade, atingindo de 110 a 130% de parição. Raça muito adequada para cruzamentos
industriais.

O Santa Inês foi desenvolvido no Nordeste brasileiro. É um animal deslanado, com


pelos curtos e sedosos. Rústicos e precoces adaptáveis a qualquer sistema de criação e regiões
do país. As fêmeas apresentam-se prolíferas e com boa habilidade materna.

 Raças produtoras de Lã

O merino Australiano produz a melhor lã fina do mundo! Adapta-se bem às condições


de alta temperatura e vegetação pobre.
 Raças de dupla ou tripla aptidão

A raça Bergamácia é originária da Itália, ovelhas apresentam boa produção de leite. O


leite desta raça é muito utilizado no seu país de origem para a fabricação do queijo Gorgonzola.
Ovelhas desta raça são muito prolíferas. A lã é de baixa qualidade, presta-se para a fabricação 26

apenas de tecidos grosseiros. Os ovinos desta raça são bastante rústicos, porém exigentes
quanto à alimentação. Apresenta fácil adaptação às condições climáticas do Centro e do
Nordeste brasileiro.

Originário da França, a raça Lacune apresenta dupla aptidão (leite e carne). Para a
fabricação do queijo Roquefort é utilizado o leite deste ovino.

A Border Leicester é originária da Escócia, raça de duplo propósito, apresentando 60%


produção de carne e 40% para lã grossa. Raça muito rústica, prolífera e precoce. É indicada
para cruzamentos industriais, em que colabora eficientemente com a sua prolificidade e aptidão
materna.

A raça Cariri originou-se no Nordeste, apresenta aptidão mista, ou seja, tanto para
carne quanto para pele. Ovelhas muito prolíferas, ocorrendo partos múltiplos com frequência.
Apresenta boa aptidão materna, com boa produção leiteira e cria-se muito bem. São animais
muito rústicos, adaptando-se bem ao semiárido.

Os ovinos da raça Corriedale, são originários da Nova Zelândia, que aliás é um dos
principais países criadores de ovinos no mundo. Esta raça apresenta boa produção de carne
(50%) e lã (50%).

A raça Crioula é de origem brasileira, mais precisamente do Rio Grande do Sul.


Possuem puberdade precoce. Apresentam boa produção de lã, que é utilizada em artesanato e
tapeçaria industrial e carne, que apresenta maciez e sabor diferenciados. A pele destes animais
apresenta-se de qualidade industrial superior, no que se refere à resistência e suavidade.
Rusticidade é vista nesta raça, adaptando-se a diferentes condições de clima, solo e vegetação.
A raça Ideal, Polwarth ou Coopworth é originária da Austrália, apresentando equilíbrio
zootécnico de 70% para produção de lã e 30% para carne. Raça rústica e prolífera produz muito
bem no sistema extensivo (os tipos de sistemas de criação serão abordados no módulo III). A lã
produzida deste ovino apresenta alta qualidade e valor industrial.

A Ile de France é considerada raça de duplo propósito, produção de carne (60%) e lã


(40%). Produz uma carcaça pesada e de muita qualidade, apresenta também precocidade e 27
prolificidade, atingindo médias de nascimentos de 160%. Produz cordeiros em diferentes épocas
do ano.

A raça rústica Karakul adapta-se a diferentes climas, com exceções dos locais muito
úmidos. Produtora de peles de cordeiro, de grande valor na indústria peleteira. A carne é
praticamente isenta de gordura e muito saborosa. A cola (cauda) que é muito grossa, nos
animais desta raça, constitui numa reserva destinada a suprir o animal nos períodos de carência
alimentar.

A raça Polypay é de origem norte-americana, produtora de carne, apresentando uma


razoável carcaça e produtora de lã de qualidade e razoável peso. Muito fértil e prolífera de
puberdade precoce e com grande habilidade materna. A duração estacional de cio é muito
prolongada nesta raça.

A raça Rabo Largo, apresenta como característica a cauda de base larga e ponta de
lança, origem do nome desta raça. São deslanados ou apresentam-se com pouca lã, porém a
dupla aptidão se dá pela produção de carne e pele. São animais rústicos, bem adaptados às
condições do Nordeste semiárido.

Raça originária da Inglaterra, o Romney Marsh é produtor de carne e lã, com maior
ênfase econômica para a carne. É extremamente rústico, suportando bem as condições de
campos úmidos.

A Somalis Brasileira é originária da Somália e Etiópia, porém apresenta diferenciação


no Brasil desta raça em particular. Animal para produção de carne e pele, apresentando
rusticidade, pois se adaptam bem às condições climáticas da região semiárida.

Originária da Inglaterra, a Sufolk apresenta grande capacidade de adaptações a


diferentes climas, rústica, porém necessita de boa alimentação. Muito precoce e prolífera, com
índices de nascimento de até 165%. Apresenta ótimo rendimento de carcaça (50 a 60%), com
pouca gordura externa. A lã é resistente, o que a torna apta para a fabricação de carpetes e
forrações.

A raça Texel, originária da Holanda, é considerada de dupla aptidão, pois produz carne
e lã, em sistemas extensivo e semi-intensivo. Produz uma ótima carcaça, com gordura muito
reduzida. 28

A Morada Nova, raça nativa do Nordeste Brasileiro, não apresenta chifres. É bastante
rústica, adaptando-se bem às regiões mais áridas. Produzem carne e, principalmente, peles de
ótima qualidade.

No anexo IV, você encontrará várias informações importantes sobre as principais raças dos
ovinos. Confira!

ANEXO IV -
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_iv_Zootecnia_
ovinos.pdf

4.4 CAPRINOS

 Raças Europeias
Animais desta raça são cabras essencialmente leiteiras. Apresentam chanfro reto ou
subcôncavo, orelhas pequenas e leves (no módulo III, será estudada a anatomia dos animais
domésticos de interesse zootécnico). Precocidade reprodutiva, boa conversão alimentar e maior
produção leiteira, são características das raças Saanen, Alpina, Toggenbourg e Alpina Britânica.

29

 Raças Asiáticas

Apresentam média a baixa produção de leite. São animais de maior porte, com orelhas
grandes e pesadas, chanfro convexo ou ultraconvexo. Principais raças desta categoria:
Mambrina, Jamnapari, Bhuj, Bôer e Alpina Americana.

 Raças Brasileiras

São animais de porte reduzido e baixa produção de leite, porém são perfeitamente
adaptados ao meio ambiente. Se bem manejadas e alimentadas, podem se reproduzir durante
todo o ano. Caprinos introduzidos no Nordeste do Brasil por colonizadores. Canindé, Marota,
repartida e Moxotó são as principais raças.

No anexo V, você encontrará as principais raças, informações e fotos sobre os caprinos. Confira!
ANEXO V -
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_v_Zootecnia_
caprinos.pdf

30
4.5 BUBALINOS

Existem quatro raças de búfalos no Brasil, com diferenciação no formato dos chifres, a
saber, são:

 Búfalos de Rio

A Mediterrânea predomina a cor preta, com alguns pontos marrons, vassoura da


cauda com pontas brancas, chanfro retilíneo e chifres.

O Jafarabadi apresenta perfil cefálico, chifres arredondados, subconvexo, em forma de


“j”.

O Murrah apresenta chifres em forma de caracol. É um animal de dupla aptidão, ou


seja, tanto para carne quanto para leite.

 Búfalo de Pântano
O Carabao produz somente carne e apresenta o chifre mais reto.

Acesse o link abaixo e confira as principais raças, informações e fotos sobre os Bubalinos.

ANEXO VI – 31

http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_vi_Zootecnia_
bubalinos.pdf

4.6 AVES

 Raças Puras de Galinhas de Duplo Propósito

Plymouth Rock é uma raça americana de pele amarela, crista serra e ovos de casca
marrom. Quando adultos, os machos pesam em média 4,313 e as fêmeas 3,405 kg. As galinhas
produzem em média 180 ovos no primeiro ciclo de postura, que pesam em média 55g.

Originária dos Estados Unidos, a Rhode Island é uma raça de pele amarela, e ovos de
casca marrom. Muitos anos atrás existiam muitas variedades dessa raça e quase todas de alta
produção de ovos.

New Hampshire apresenta-se como uma raça americana de pele amarela, e ovos de
casca marrom. Apresenta cor vermelho-claro e crista serra. Por muitos anos foi utilizada para a
produção de frangos de corte. Mais tarde passou a ser utilizada para cruzamentos com outras
raças de corte na produção de frangos. Atualmente, apenas poucos criadores se dedicam à
comercialização desta raça.

A raça Minorca é de origem mediterrânea de crista serra admitida nas variedades


preta, branca e amarela e de crista rosa nas variedades preta e branca. É a mais pesada das
raças leves e produz ovos de casca branca de tamanho extragrande. Quando adultos, os
machos pesam em média 4,086 kg e as fêmeas 3,405 kg. As galinhas produzem em média 170 32
ovos que pesam em média 60g.

De origem inglesa, a Sussex apresenta crista serra, pele branca e ovos de casca
marrom, predominantemente de duplo propósito com variedades pintada, vermelha e branca
(light), das quais a Light Sussex é a mais popular. É boa produtora de carne.

Raça desenvolvida na Inglaterra nos anos 1880, a Orpington apresenta dupla


finalidade (carne e ovos). Existe nas variedades preta, branca, amarela e azul. Apresentam crista
serra, pele branca e ovos de casca marrom. Quando adultos, os machos pesam em média 4,540
kg e as fêmeas 3,632 g. As galinhas produzem em média 160 ovos de casca marrom, que
pesam em média 55 g.

Australorp é uma abreviatura para Australian Black Orpington, que foi desenvolvida na
Austrália sob a justificativa de que é uma Orpington melhorada tanto para ovos como para carne,
com pele branca.

A Turken é originária da Transilvânia, apresenta pescoço pelado e crista serra.


Admitida nas variedades vermelha, branca, amarela e preta. Característica essa que confere a
aparência semelhante aos perus.

 Raças Puras de Galinhas de Postura de Ovos Brancos


A Leghorn é uma raça mediterrânea de crista serra ou crista rosa dobrada para a
esquerda. As aves são de tamanho pequeno (ao redor de 2,043 kg para as galinhas e 2,724 kg
para os galos) e as galinhas produzem grande número de ovos por ciclo de postura (em média
200), com casca saudável e peso médio de 55 g.

33

 Raças Puras de Galinhas de interesse Nacional

A Cornish é uma raça inglesa de corte com variedades preta, branca laceada vermelho
e amarela. Apresenta crista ervilha, pele amarela e produz ovos de casca marrom. Apresenta
corpo de conformação diferente das outras raças, tendo pernas mais curtas, corpo amplo com
peito musculoso. As habilidades de produção de carne são muito apreciadas nesta raça e tem
sido explorada no cruzamento de galos Cornish com galinhas de raças como a Plymouth Rock
Barrada, Plymouth Rock Branca, New Hampshire e linhas híbridas. Entretanto, produz poucos
ovos, de tamanho pequeno e com eclodibilidade pobre.

Originária da China, a Brahma é para os propósitos de ornamentação e corte, embora


grande parte de seu desenvolvimento tenha se dado nos Estados Unidos.

As Cochin, originárias da China, são aves ornamentais por excelência, com grande
habilidade para chocar, sendo frequentemente utilizadas como chocadeiras para outras aves
ornamentais. Quando adultos, os machos pesam em média 4,994 e as fêmeas 3,859 kg. As
galinhas produzem em média 120 ovos de casca marrom, que pesam em média 53 g.

Acesse o link abaixo e confira as principais raças, informações e fotos.

ANEXO VII -
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_vii_Zootecnia
_aves.pdf
4.7 PEIXES

 Peixes de Água Doce (Ilustrações em azul)

34

Os principais peixes criados oriundos de água doce são: o Dourado, a Tilápia, o Pacu,
o Tambaqui, o Pintado, o Tucunaré, o Matrinxã, a Traíra, a Cachorra, a Truta Arco-Íris, o Black
Bass, o Bagre, as Carpas, o Lambari e o Curimbatá.

 Peixes de Água Salgada

Peixes oriundos da criação em água salgada são: a Anchova, o Badejo, o Salmão, o


Robalo, a Cavala, a Barracuda, a Sardinha, o Atum, o Pescada, a Tainha, o Bonito e o
Espadarte.

No anexo VIII, você encontrará as principais raças, informações e fotos sobre os peixes. Confira!

ANEXO VIII -
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_viii_Zootecnia
_peixes.pdf

4.8 EQUINOS
 Raças Mestiças

São animais puro sangue, raças conhecidas como o Árabe e o Puro Sangue Inglês, os
cavalos de tiro (Bretão e Percherão) e os cavalos meio sangue, sendo as raças Hackney,
Andaluz e Lusitano. 35

 Raças Nacionais

As raças criadas a partir de cruzamento são a Crioulo, originária do Rio Grande do Sul,
Manga-larga, Campolina, Manga-larga Marchador, Pantaneiro, Campeiro, Marajoara, Lauradeiro
e Guarapuavano.

Acesse o link abaixo e confira as principais raças, informações e fotos de equinos.

ANEXO IX -

http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_ix_Zootecnia_
equinos.pdf
5 NOMENCLATURA E LOCALIZAÇÃO DAS REGIÕES DOS CORPOS DOS ANIMAIS

5.1 EQUINO

36

As regiões do corpo do cavalo são divididas em quatro partes: cabeça, pescoço, tronco
e membros (Figura 6).

FIGURA 6 - ANATOMIA EXTERIOR DO EQUINO

FONTE: Dittrich (2006).


 Cabeça: nuca, garganta, parótida, fronte, chanfro, focinho, orelha, fonte, olhal, olho,
bochecha, narina, faude, ganacha, barba, boca, lábio superior e lábio inferior,
mento.

 Pescoço: crineira, tábuas.

37
 Tronco: cernelha, dorso, lombo, anca, garupa, peito, interaxila, axila, costado,
flanco, cilhadouro, ventre virilha, cauda, ânus, períneo, órgãos genitais.

 Membros anteriores: espádua, braços, codilho, antebraço e joelho.

 Membros posteriores: coxa, nádega, soldra, perna e jarrete.

 Membros comuns aos quatro membros: canela, boleto, quartela, machino, coroa
e casco.

5.2 BOVINO

O corpo do bovino pode ser dividido em: cabeça, pescoço, tronco e membros, com as
seguintes constituições (Figura 7):

 Cabeça: nuca, fronte, testa, marrafa, chanfro, garganta, boca, focinho, chifres,
orelhas, olhos, bochechas, narinas, ganachas ou mandíbulas.
 Pescoço: bordo superior e bordo inferior, tábua direita e esquerda, goteira da
jugular e barbela.

 Tronco: cernelha, giba ou cupim (gado de corte – zebuíno), dorso, lombo, ancas,
garupa, cauda, ânus, períneo, peito, axilas, costados, flancos, ventre, virilhas,
umbigo, bolsa escrotal, prepúcio ou bainha, vulva, úbere e tetas (vacas leiteiras). 38

 Membros anteriores ou mãos: pá ou espádua, braços, antebraços, joelhos,


canelas, boletos, quartelas, coroas, cascos ou unhas.

 Membros posteriores ou pés: coxas, pernas, jarretes, canelas, boletos, quartelas,


coroas e cascos que se dividem em unhas.

FIGURA 7 - ANATOMIA EXTERIOR DO BOVINO

FONTE: Almeida (2005).


5.3 SUÍNO

Existem dois tipos de suínos: o tipo carne e o tipo banha. Essas variedades são devido
a fatores, tais como: o manejo nutricional, a seleção dos animais e o tempo de abate. Por este 39
motivo não existe uma nítida divisão entre as raças suínas. Na década de 70, o tipo banha era
muito visado e, é muito fácil correlacionar o motivo. Até a década de 80 não havia a gordura
vegetal, por isso o suíno tipo banha era tão cultuado. Foi então que a partir dessa década
passou a desenvolver-se o suíno tipo carne, apresentando maior prolificidade.

Na figura 8, é possível visualizar o exterior do animal tipo carne. Se dividirmos em


cabeça, pescoço e tronco é possível avaliar sua conformação anatômica, principalmente da
parte dianteira da traseira, assim como visto no módulo I.

FIGURA 8 - ANATOMIA EXTERIOR DO SUÍNO TIPO CARNE

FONTE: Scandolera (2006).


5.4 AVES

As aves possuem um aparelho digestivo composto de boca, faringe, estômago químico


ou ventrículo, papo, esôfago, estômago mecânico ou moela, intestino e dois órgãos anexos: o 40
pâncreas e o fígado.

A moela é um órgão específico do aparelho digestório das aves, sendo composta por
dois pares de músculos denominados músculos intermediários e laterais, os quais possuem
capacidade de moer alimentos.

Da mesma forma que nos mamíferos, o aparelho circulatório das aves também é
formado de vasos sanguíneos e coração. Este se compõe de quatro cavidades: duas aurículas e
dois ventrículos. No lado direito do coração circula sangue venoso e no lado esquerdo, sangue
arterial.

O sistema respiratório das aves é composto por uma traqueia grande e pulmões
pequenos com suas ramificações, os brônquios (local onde ocorrem as trocas gasosas), que são
tubos abertos permitindo a passagem contínua de ar até os sacos aéreos (Figura 9).

FIGURA 9 - ANATOMIA EXTERIOR DA GALINHA


41

FONTE: Disponível em: <http://drubivet.blogspot.com/2011/05/anatomia-dos-animais.html>.

Acesso em: 20 dez. 2011.


6 IDADE DOS ANIMAIS

Conhecer a idade dos animais é importante para que seja realizado um


acompanhamento adequado referente à sua utilização futura. Se em um animal criado para fins 42
exclusivamente produtivos a idade nos dá uma noção eminentemente econômica do que ainda
podemos esperar dele, já em um animal de companhia e/ou lazer a idade é uma indicação
precisa dos cuidados especiais a ter em cada fase da sua vida, de modo a podermos usufruir
dessa relação durante o maior período de tempo possível. Em termos práticos, a idade implica
uma variação do valor comercial do animal, assumindo assim uma importância decisiva na
determinação do valor da sua transação.

Os dentes são os órgãos que melhor registram a passagem do tempo, constando o


seu exame do reconhecimento dos tipos de dentes incisivos presentes e do seu estado de
erupção e desgaste.

Os leitões ao nascerem apresentam oito dentes pontiagudos, quatro caninos e quatro


cantos e só completam a dentição aos 18 meses. Algumas literaturas consideram apenas 28
dentes na primeira dentição, sendo apenas três pré-molares em cada meia arcada dentária. Os
animais, no caso dos reprodutores, permanecem na granja até 2,5 a 3,5 anos. Os animais para
abate, em torno de 4 a 5 meses. Os suínos podem viver durante 10 a 12 anos.

Nos equinos a estimativa da idade por meio do exame da dentição é realizada


essencialmente pela observação dos dentes incisivos, tendo em conta: a arcada inferior, a
erupção dos dentes temporários e permanentes, o seu desenvolvimento até ser atingido o nível
da arcada e, posteriormente, as alterações da superfície oclusal ou mesa dentária devidas ao
desgaste, no que se refere à cavidade dentária externa e ao esmalte central, à estrela dentária e
à forma da mesa dentária, nos cantos superiores a apreciação da formação da cauda de
andorinha e do sulco de Galvayne, o perfil do ângulo de oclusão das duas arcadas.

As idades de erupção dos tipos de dentes dos equinos, podem também contribuir para
a estimativa da idade de um animal. Os caninos aparecem acima dos 3,5 anos, já o primeiro pré-
molar entre os seis meses e três anos, como dentes definitivos. O segundo, terceiro e quarto
pré-molar, ocorrem como dentes temporários entre o nascimento e as quatro primeiras semanas.
O primeiro pré-molar é dente definitivo com um ano de idade, o segundo molar, aos dois anos e
o terceiro entre os 3,5 a quatro anos de idade.

Nos bovinos, a avaliação da idade pode ser feita com base em indícios fornecidos
pelos dentes e pelos chifres. Tanto como no bovino, os búfalos também não possuem os dentes
incisivos superiores. A dentição temporária ou de “leite” é formada por vinte dentes, dos quais 43
oito são incisivos e doze são pré-molares. Na dentição permanente, há o aumento de doze
molares, perfazendo um total de 32 dentes. Aos nove meses, estes animais já possuem todos os
dentes.

A dentição permanente se dá com o primeiro par de incisivos e surge entre 2,5 a três
anos; o segundo par, de 3,5 a quatro anos; o terceiro par irrompe de quatro a cinco anos; e,
finalmente o quarto par, de cinco a 5,5 anos. E são a partir destes parâmetros que são obtidas
informações importantes sobre a idade, inclusive por meio do desgaste dos dentes. Fatores
como o mau manejo nutricional e deficiência mineral, por exemplo, podem vir a resultar em
erupção tardia e desgaste irregular, o que dificulta a avaliação correta da idade com base nas
épocas de muda e desgaste dentário.

O exame da dentição não é o único meio de estimar a idade. O aspecto geral do


animal, a sua estatura e conformação, o seu comportamento, a presença de pelos brancos na
pelagem no animal, entre outros aspectos, são indicações valiosas que devem ser consideradas.
A estimativa da idade por meio da avaliação do desenvolvimento ósseo por exame radiográfico é
também um método bastante preciso, sendo muito utilizado nos dias atuais.
7 APRUMOS

Os aprumos são requisitados em algumas espécies animais de interesse zootécnico. A


conformação dos animais em relação ao solo, angulosidade dos membros são alguns exemplos. 44
No caso dos equinos, é por meio dos aprumos, que se obtém o equilíbrio do animal, sua
anatomia harmônica e essencialmente a saúde do animal.

São determinados pela direção dos segmentos dos membros considerados isolados e
em conjunto, ou seja, é a exata direção que têm os membros em relação ao solo, de maneira à
melhor distribuir o peso do animal sobre seus membros.

Na bovinocultura de leite, no caso na raça Holandesa, os aprumos são verificados para


classificar o animal por pontuações próprias, assim na hora da comercialização, por exemplo,
eles rendem mais. Vejamos alguns parâmetros preconizados.

 Estatura

O animal deve possuir a estatura ideal de 1,52 cm, assim ele recebe a pontuação
máxima neste item (Figura 10).

FIGURA 10 - ESTATURA DO BOVINO LEITEIRO


45

FONTE: SENAR - PR (2006).

 Nivelamento da Linha Superior

A ideal é que seja 3 cm mais alta na frente (figura 11).


FIGURA 11 - NIVELAMENTO DA LINHA SUPERIOR DO BOVINO LEITEIRO

46

FONTE: SENAR - PR (2006).

 Força (Largura Torácica)

Quando o animal apresentar a base do peito larga, resulta em uma ampla separação
dos membros anteriores, quanto maior a força, maior será a área pulmonar e cardíaca. Sendo o
extremamente largo o ideal – (a) Figura 12.
FIGURA 12 - LARGURA TORÁCICA DO BOVINO LEITEIRO

47

a b c

FONTE: SENAR - PR (2006).

 Tamanho (peso) e Profundidade Corporal

Depende da idade no animal, pois o peso é conforme a idade e a fase do animal. A


profundidade animal é ideal quando apresenta costelas largas, espaçadas entre si, bem
arqueadas, com profundidade determinando o equilíbrio e harmonia entre as partes do animal –
(a) Figura 13.

FIGURA 13 - TAMANHO E PROFUNDIDADE CORPORAL DO BOVINO LEITEIRO


48

a b c

a b c

FONTE: SENAR - PR (2006).

 Força Lombar

O lombo deve ser largo e ligeiramente arqueado, vértebras bem definidas, unidas
ligeiramente à garupa, sendo largo e mais alto que as pontas dos íleos – (b) Figura 14.
FIGURA 14 - FORÇA LOMBAR DO BOVINO LEITEIRO

49

a b c

FONTE: SENAR - PR (2006).

 Nivelamento da Garupa e Largura da Garupa

A garupa deve ser larga, ampla, comprida na visão lateral, unida suavemente com o
lombo e articulação coxofemoral, bem separada entre si e sem acúmulo de gordura, sua
articulação deve ser harmônica, com a inserção da cauda suave e com uma ossatura plana. O
nivelamento da garupa tem uma relação direta com o desempenho reprodutivo da vaca,
relacionada com uma drenagem adequada do útero (b). A largura da garupa está relacionada
com a facilidade do parto, sendo ideal quando esta se apresenta extremamente larga – (a)
Figura 15.
FIGURA 15 - NIVELAMENTO DA GARUPA E

LARGURA DA GARUPA DO BOVINO LEITEIRO

50

a b c

a b c

FONTE: SENAR - PR (2006).

 Posição das Pernas (vista lateral)


Ossos limpos e fortes, de uma forma que o animal caminhe com facilidade e possa
sustentar toda sua estrutura corporal. A pontuação ideal para esta característica é quando as
pernas levemente curvadas, de forma que o animal caminhe com facilidade e possa sustentar
toda sua estrutura corporal – (b) Figura 16.

FIGURA 16 - POSIÇÃO DAS PERNAS DO BOVINO LEITEIRO 51

a b c

FONTE: SENAR - PR (2006).

 Qualidade Óssea

Avalia-se toda a ossatura do animal, desde a cabeça até a garupa, sendo o jarrete e as
pernas posteriores os locais mais adequados para análise destas características. Animais que
apresentam ossos extremamente limpos, fortes e planos, estão na classificação como ideais –
(a) Figura 17.
FIGURA 17 - QUALIDADE ÓSSEA DO BOVINO LEITEIRO

52

a b c

FONTE: SENAR - PR (2006).

 Ângulo de Casco

A curvatura das pernas, como o ângulo de casco, determina a longevidade dos animais
e a durabilidade dos aprumos, assim como ordenhar uma vaca é questão de manejo, cuidar dos
cascos também é, sendo necessária a sua aparagem frequente. Esta característica é avaliada
observando o ângulo formado entre a frente do casco (espelho do casco) e o solo, sendo 56
graus o ângulo ideal – (a) Figura 18.
FIGURA 18 - ÂNGULO DE CASCO DO BOVINO LEITEIRO

53

a b c

FONTE: SENAR - PR (2006).

 Inserção do Úbere Anterior

A inserção deve ser firme e suave com o abdômen, comprimento e largura moderados,
quartos bem balanceados. O ideal para esta característica é extremamente forte – (a) Figura 19.

FIGURA 19 - INSERÇÃO DO ÚBERE ANTERIOR DO BOVINO LEITEIRO

a b c

FONTE: SENAR - PR (2006).


 Comprimento dos Tetos

Tetos ideais devem ser uniformes e cilíndricos, comprimento intermediário


aproximadamente de cinco a sete centímetros, objetivando uma correta ordenha (b) Figura 20.
54

FIGURA 20 - COMPRIMENTO DOS TETOS DO BOVINO LEITEIRO

a b c

FONTE: SENAR - PR (2006).

 Colocação dos Tetos Anteriores e Posteriores

O ideal é a base dos tetos localizada no centro do quarto anterior e perpendicular aos
tetos posteriores – (b) Figura 21.
FIGURA 21 - COLOCAÇÃO DOS TETOS ANTERIORES E POSTERIORES DO BOVINO
LEITEIRO

55

a b c

FONTE: SENAR - PR (2006).

 Altura do Úbere Posterior

A altura do úbere posterior indica o potencial da capacidade para a produção de leite.


A observação é feita pela distância entre a vulva e o ponto onde termina o tecido secretor – (a)
Figura 22.

FIGURA 22 - ALTURA DO ÚBERE POSTERIOR DO BOVINO LEITEIRO


56

a b c

FONTE: SENAR - PR (2006).

 Largura do Úbere

A largura do úbere posterior é outra característica capaz de indicar o potencial da vaca


para produção e armazenagem do leite. O ideal são os úberes extremamente largos – (a) Figura
23.
FIGURA 23 - LARGURA DO ÚBERE DO BOVINO LEITEIRO

57

a b c

FONTE: SENAR - PR (2006).

 Ligamento Mediano (suporte central)

É o principal suporte do sistema mamário, auxilia o úbere a manter-se acima do jarrete


(agarrado), separa o úbere anterior e posterior em duas metades (direita e esquerda). Esta
característica quando forte mostra uma fenda entre os quartos e convergem as tetas posteriores
perto do ligamento central – (a) Figura 24.
FIGURA 24 - LIGAMENTO MEDIANO DO BOVINO LEITEIRO

58

a b c

FONTE: SENAR - PR (2006).

 Profundidade do Úbere (altura do piso)

Nesta característica devem ser levados em consideração o número de partos e a idade


do animal. Ela é medida na base dos tetos (piso do úbere) em relação ao jarrete (Figura 25). O
ideal para uma vaca de terceiro parto é que a distância entre o piso do úbere e as pontas dos
jarretes seja de aproximadamente 10 cm para vacas com mais de três crias (a). É importante
que o úbere tenha certo grau de profundidade, pois demonstra sua capacidade para produção,
ao contrário do úbere extremamente raso e sem capacidade de produção.

FIGURA 25 - PROFUNDIDADE DO ÚBERE DO BOVINO LEITEIRO


59

a b c

FONTE: SENAR - PR (2006).

 Angulosidade (caracterização leiteira)

A habilidade leiteira pode ser caracteriza pelo espaçamento existente entre as


costelas, levando em consideração o momento da lactação e grau de desmama. Cabeça
descarnada com pescoço comprido, delgado e feminino, unido suavemente à escápula, com
barbela discreta e sem gordura na garganta e base do peito, ossos planos, principalmente nas
costelas e jarretes, flanco profundo e refinado, pele fina com pelos finos e com coxas
moderadamente musculosas e encurvadas, são características ideais – (a) Figura 26.

FIGURA 26 - CARACTERIZAÇÃO LEITEIRA DO BOVINO LEITEIRO


60

a b c

FONTE: SENAR - PR (2006).

Para se avaliar os aprumos em cavalos, o animal deve ser posicionado de forma que
as quatro extremidades estejam apoiadas sobre o solo, sem que nenhuma delas se encontre
adiantada ou atrasada a respeito à contralateral. Os aprumos dos equinos advêm da seguinte
maneira: Vista cranial (a) e lateral (b) do aprumo normal dos membros torácicos (Figura 27).

FIGURA 27 - APRUMOS NORMAIS DO EQUINO

a b

FONTE: Clayton (2001).


Vista caudal (a) e lateral (b) do aprumo normal dos membros pélvicos de um equino e
vista lateral do aprumo normal na região distal dos membros (Figura 28).

FIGURA 28 - APRUMOS NORMAIS DO EQUINO

61

a b

FONTE: Clayton (2001).

Os defeitos observados em cavalos abertos (a) ou fechados (b) de frente (Figura 29),
se caracterizam por apresentar uma distância maior ou menor entre os cascos, respectivamente,
em relação a distância que há entre os ombros.
FIGURA 29 - DEFEITO DOS CASCOS DO EQUINO

62

a b

FONTE: Clayton (2001).

O defeito de pinças divergentes é aquele em que elas apontam para fora da linha
vertical de aprumo, acarretando em uma maior concussão na superfície medial do casco (Figura
30). Esta região é a primeira a entrar em contato com o solo, durante a fase de apoio do
membro, assim durante a fase de elevação, em vez de realizar um movimento em linha reta,
sem que haja contato entre os membros, o animal desloca sua extremidade, realizando uma
curvatura para o interior, podendo atingir o membro colateral. Assim, pode-se constatar o defeito
de aprumo de pinças divergentes (a), pinças convergentes (b) e normais (c).
FIGURA 30 - DEFEITO DAS PINÇAS DO EQUINO

63

a b c

FONTE: Clayton (2001).

O defeito de aprumo debruçado ou sobre si de frente (Figura 31), condiz com o


encurtamento da fase de elevação do membro tanto em tempo como em distância, o que
possibilita que os membros pélvicos alcancem os torácicos. Cavalos debruçados tendem a ser
verticais, agravando as lesões nas superfícies articulares.

FIGURA 31 - DEFEITO DO APRUMO DEBRUÇADO DO EQUINO


64

FONTE: Clayton (2001).

Em um animal que apresenta bons aprumos, a quartela deve estar alinhada ao casco
(Figura 32). Quartela angulação normal (a), quartela vertical (b) e quartela inclinada (c).

FIGURA 32 - DEFEITO DA QUARTELA DO EQUINO

a b c

FONTE: Clayton (2001).


O casco e quartela podem ainda não serem encontrados alinhados entre si (Figura 33).
Em relação a esta quebra normal (a) pode haver a quebra para trás (b) ou para frente (c).

FIGURA 33 - DEFEITO DO CASCO E DA QUARTELA DO EQUINO

65

a b c

FONTE: Clayton (2001).

Os desvios mediolaterais que envolvem a região metatarso, tarso e tíbia, vistos a partir
de uma posição caudal, comprometem o alinhamento angular das articulações do tarso. No tarso
valgo (a) que é o desvio medial do tarso, os ossos metatársicos apontam para o exterior,
existindo também a possibilidade de um varo compensatório da articulação
metatarsofalangeana. Já no tarso varo (b), que é o desvio lateral do tarso, a superfície das
articulações distais do tarso está submetida a uma excessiva pressão, o que pode ocasionar
degeneração articular (Figura 34).

FIGURA 34 - DEFEITO DO APRUMO DAS ARTICULAÇÕES DO

TARSO DO EQUINO
66

a b

FONTE: Clayton (2001).

O defeito debruçado de trás é frequentemente em animais que possuem o tronco


demasiadamente comprido (Figura 35).

FIGURA 35 - DEFEITO DO APRUMO DEBRUÇADO PARA TRÁS DO EQUINO


67

FONTE: Clayton (2001).

Nos cavalos com jarretes retos, o ângulo formado entre a tíbia, os ossos do tarso e
metatársicos está aumentada e alinha de prumo cai por detrás dos talões (Figura 36). Ocorre
uma falha no mecanismo de controle do impacto recebido pelas articulações do tarso, em
decorrência da verticalidade da mesma. Esse defeito está diretamente relacionado com um
ângulo obtuso, formado entre a tíbia e o fêmur.

FIGURA 36 - DEFEITO DOS JARRETES RETOS DO EQUINO


68

FONTE: Clayton (2001).

Já os cavalos que apresentam jarretes em foice apresentam um excesso de flexão ou


angulação da articulação formada entre a tíbia, ossos társicos e metatársicos (Figura 37).

FIGURA 37 - DEFEITO DOS JARRETES FOICE DO EQUINO

FONTE: Clayton (2001).


Já para os suínos, os aprumos devem estar enquadrados da seguinte maneira, para
haver uma boa conformação do animal.

 Membros superiores: 69

Devem possuir a cabeça de tamanho médio, a face um pouco cavada, focinho médio,
a fronte larga entre os olhos e as orelhas. As orelhas devem ser de tamanho médio, inclinada
para frente e ligeiramente para fora, com uma curva para frente e para baixo, mas não devem
cair sobre os olhos e a face; às vezes, é apenas quebrada na ponta, entretanto, não devem ser
nem muito grandes, nem redondas, nem grosseiras, muito menos cabanas (Figura 38).

As mandíbulas devem ser moderadamente largas, cheias, nítidas, lisas e sem papada.
Devem possuir pescoço curto espesso, profundo e ligeiramente arqueado, com o corpo grande,
maciço e liso (Figura 39).

FIGURA 38 - CONFORMAÇÃO DOS TIPOS DE ORELHAS DOS SUÍNOS

FONTE: Scandolera (2006).


FIGURA 39 - CONFORMAÇÃO DO PERFIL FRONTONASAL DOS SUÍNOS

70

FONTE: Adaptado de Scandolera (2006).

 Membros inferiores:

O peito deve ser largo, com o esterno saliente. O tórax grande, amplo e profundo, com
as costelas bem arcadas, cheio atrás da paleta. As espáduas são moderadas em largura,
profundas e consideradas cheias. O dorso e lombo são bem musculados e lisos, da mesma
largura das espáduas e dos presuntos. Lombo estreitado é considerado um defeito. Os lados são
bem compridos, musculados, cheios, planos e lisos. A barriga deve ser cheia, bem sustida
(sustentada) e com boas tetas.

A garupa é da mesma largura do corpo, arredondada ou arqueada, não muito caída.


Cauda alta, de tamanho regular, larga na base, afinando-se, peluda na ponta, não muito
comprida e enrolada. Os membros são fortes sem serem grosseiros, aprumados,
moderadamente altos, de boa ossatura. Os pernis são compridos, largos, cheios, firmes, porém
observa-se nos tipos modernos que os animais mais pernudos tendem a ser deficientes em
largura e profundidade. As quartelas são firmes e os cascos sólidos, locomovendo-se com
facilidade e levemente. Desvio dos joelhos é considerado um defeito que pode ocorrer (Figura
40).

71

FIGURA 40 - CONFORMAÇÃO DO PERFIL FRONTONASAL DOS SUÍNOS

FONTE: Cavalcanti (1996).

As aves por sua vez, possuem alguns aprumos que conferem a boa linhagem das
galinhas, tanto para aquelas com conformidade para postura, quanto para carne. Devem
apresentar boa musculatura, principalmente na região peitoral, para aquelas destinadas à carne
(Figura 41).

FIGURA 41 - CONFORMAÇÃO DE POSTURA DE AVES

(GALLUS GALLUS DOMESTICUS)


72

FONTE: Disponível em: <http://www.tecnologiaetreinamento.com.br/aves-


peixes/avicultura/criacao-frango-de-corte-alta-densidade/>. Acesso em: 20 dez. 2011.
8 PELAGEM DOS ANIMAIS

Os pelos são anexos epidérmicos queratinizados exclusivos dos mamíferos e


constituem a segunda característica mais marcante dos mamíferos, sendo as primeiras as 73
glândulas mamárias, que de fato dão a denominação de mamíferos. São formados por três
camadas de células queratinizadas, sendo a medula, o córtex e a cutícula.

A coloração da pesagem é determinada geneticamente por meio da interação de vários


locos gênicos e pode ser alterada por fatores como sexo, idade, nutrição, estação do ano e
clima.

Uma disfunção, que é associada à pelagem dos animais é o albinismo, que se


caracteriza pela incapacidade irreversível do animal de sintetizar a melanina devido à ausência
da enzima tirosinase nos melanócitos, os quais estão, entretanto, presentes em número normal,
mas são incapazes de produzir o pigmento. A despigmentação com que nascem não se modifica
com a idade. O albinismo é uma disfunção universal que pode afetar tanto o homem quanto a
mulher e também afeta os animais, sendo frequente em ratos, coelhos, cavalos, porcos, peixes,
tubarões e tigres.

O tipo de pelagem, com suas nuances variam de cada espécie animal, no caso dos
suínos podem se apresentar da seguinte forma:

 Simples (uma cor): Branco, Preto, Marrom.

As raças dos suínos que apresentam a coloração simples de cor branca são os:
LargeWhite, Landrace, Alantejano.

Pata Negra, Fengjing apresentam coloração totalmente preta.

As raças que têm sua pelagem de cor simples variando do marrom ao vermelho são o
Duroc e o Tamworth.
 Composta: Selado, Extremidades claras, Malhado, Oveiro e Mouro.

Os animais que apresentam a pelagem composta tipo selado, ou seja, que apresentam
faixa branca no dorso são as raças: Hampshire, Wessex e Jinhua.

Suínos Berkshire, PolandChina, Hereford e Meishang, apresentam suas extremidades


claras (patas e cauda). 74

A pelagem definida como malhado (manchas grandes definidas) é encontrada em


raças como o Bisaro, Mini-Pig, Lituanos e Arapawa.

O oveiro, ou manchas pequenas salpicadas são características das raças Pietrain,


Piau, Sandblack e Spotted.

O mouro, que é a mistura de pelos claros e escuros ou base escura com pelos mais
claros, é encontrado na raça Moura e Ibéricos da Espanha.
9 NORMAS PARA EXECUÇÃO DE SERVIÇO REGISTRO GENEALÓGICO

Para o registro genealógico dos animais, as normas são regulamentadas conforme o


Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que aprova suas respectivas 75
entidades, para todos os animais de interesse zootécnico, a saber, abaixo há o que rege para os
bovinos e os bubalinos.

PORTARIA N° 7 DE 26 DE SETEMBRO DE 1978

O SECRETÁRIO NACIONAL DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA, no uso das


atribuições que lhe confere o item IV, do artigo 21, do Regimento Interno aprovado pela Portaria
Ministerial n° 654, de 26.07.78, publicada no D.O.U. de 04.08.78 e o constante da Portaria
Ministerial n° 294, de 13.04.78, publicada no D.O.U. de 19.04.78,

RESOLVE:

Aprovar as normas, anexas a esta portaria, para a execução dos serviços de registro
genealógico aplicáveis aos bovinos e bubalinos, elaboradas pela Secretaria de Produção Animal
- SPA. Revogar a Portaria n° 20, de 05 de setembro de 1977- DNPA - publicada no D.O.U. de 20
de janeiro de 1978.

ANDRÉS TRONCOSO VILAS

Secretário Nacional de Produção Agropecuária

SNAP - SECRETARIA DE PRODUÇÃO ANIMAL - SPA.


9.1 CATEGORIAS E REGISTROS

Artigo 1° - O serviço de registro genealógico para bovinos e bubalinos deverá


obedecer às seguintes normas: 76

1 - Das Categorias

2 - Dos Registros

Artigo 2° - As associações manterão os registros de bovinos e bubalinos, de


acordo comas seguintes categorias:

a) Animais Puros de Origem (PO);

b) Animais do Livro Aberto (LA);

c) Animais do Livro Auxiliar (LX);

d) Animais Puros por Cruzamento (PC);

e) Fêmeas Mestiças (FM);

f) Produtos de Cruzamento sob Controle de Genealogia (CCG).

 Animais Puros de Origem (PO)

Artigo 3° - Receberão a inscrição como puros de origem:


a) os animais importados portadores de documentos que asseguram sua origem, como
registro genealógico oficial do país de onde provêm e após submetidos à inspeção zootécnica
por comissão de julgamento ou juiz único do serviço de registro genealógico, além do
atendimento das normas estabelecidas pelas entidades detentoras dos registros;

b) os produtos originários de animais puros de origem, nascidos no País, obedecidas 77

as condições normais sobre comunicações de padreação e de nascimento;

c) os produtos de inseminação artificial, descendentes de reprodutores puros de


origem, devidamente registrados nos livros oficiais das respectivas raças, além do atendimento
das normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura e pela entidade detentora do registro;

d) nas raças zebuínas, os animais inscritos no livro fechado e seus descendentes.

 Animais do Livro Aberto (LA)

Artigo 4° - Serão inscritos no livro aberto os animais de ambos os sexos


pertencentes a agrupamentos étnicos em variação, desde que portadores de caracterização
racial definida, de produção e tipo, dentro das exigências estabelecidas pelas entidades
detentoras do registro genealógico, devidamente homologadas pelo Ministério da Agricultura.

Parágrafo Único - Nas raças bubalinas, os animais registrados de acordo com as


normas estabelecidas pela entidade detentora do respectivo registro.
 Animais do Livro Auxiliar (LX)

Artigo 5° - O Livro Auxiliar da Raça Holandesa Variedade Vermelha e Branca


destina-se a receber os animais filhos PO da Variedade Preta e Branca, desde que as
ocorrências de cobertura e nascimento tenham sido controladas pela entidade de registro oficial.

78

 Animais Puros por Cruzamento (PC)

Artigo 6° - São considerados puros por cruzamento os animais que não podendo
ser incluídos na categoria de puros de origem (PO), sejam, entretanto, portadores de
caracterização racial definida de tipo, dentro das exigências estabelecidas pelas entidades
detentoras do registro genealógico, e devidamente homologadas pelo Ministério da Agricultura.

§ 1° - Serão inscritos como de registro inicial puros por cruzamento de origem


desconhecida (PCOD) somente as fêmeas não registradas, porém portadoras de exigências
mínimas, estabelecidas por meio de avaliação pelas entidades detentoras de registro
genealógico.

§ 2° - Serão inscritos como puros por cruzamento de origem conhecida (PCOC), com
identificação das gerações controladas (CG 1, CG 2, etc.), os machos e fêmeas, filhos de
fêmeas puras por cruzamento e de reprodutores puros de origem

§ 3° - As entidades detentoras de registro genealógico baixarão instruções para o


registro de puros por cruzamentos, já citadas, podendo estabelecer modificações, consideradas
as condições regionais indispensáveis para o melhoramento zootécnico dessa categoria, com a
devida homologação do Ministério da Agricultura.
§ 4° - Se a seleção de animais puros por cruzamento de uma raça o exigir, com a
finalidade de dar objetivo certo ao registro do PC, poderão as entidades instituir um agrupamento
de animais, estabelecido entre as faixas do PO e PC, dando-lhe identificação que julgarem
adequada, encaminhando a respectiva regulamentação ao Ministério da Agricultura para a
necessária aprovação.

79

 Fêmeas Mestiças (FM)

Artigo 7° - Na categoria de fêmeas mestiças, para as inscrições iniciais, a


adjudicação degrau de sangue será feita pelo técnico da inspeção, face à informação ou
documentação que o interessado apresentar, obedecendo à classificação inicial de 1/2, 3/4, 7/8 e
15/ de grau de sangue.
16

 Produtos de Cruzamento para fins de Controle de Genealogia (CCG)

Artigo 8° - Serão inscritos nesta categoria, somente para efeito de confirmação de


genealogia e autenticação do documento particular do criador, os produtos devidamente
identificados, nascidos de acasalamento entre bovinos de qualquer raça, atendendo o previsto
em regulamento das entidades detentoras da concessão do registro genealógico.

 Dos Registros

o Do Registro Individual
Artigo 9° - As Associações de Criadores expedirão os certificados:

 Registro Provisório ou de Nascimento

 Registro Definitivo 80

§ 1°- Do certificado constará a raça, número do registro, nome, sexo e data de


nascimento do animal, nome e número dos ascendentes até a quarta geração, diagrama de
manchas ou fotografias, tatuagem ou marca de fogo (quando for ocaso), dados de "performance"
do animal e dos ascendentes, bem como nome e endereço do criador e do proprietário.

§ 2° - Tendo em vista que o Ministério da Agricultura já não registra marcas arbitrárias


particulares, as entidades detentoras do registro genealógico somente aceitarão como marca a
fogo de identificação as enquadradas no Sistema "ORDEM E PROGRESSO", instituído pelo
Ministério da Agricultura.

Artigo 10 - Serão inscritos no registro provisório ou de nascimento os filhos de animais


registrados, cuja padreação e nascimento, tenham sido comunicados dentro dos prazos
estabelecidos, nos regulamentos das respectivas entidades detentoras da Carta Patente da
Raça.

Artigo 11 - O registro definitivo só será concedido ao animal devidamente identificado,


após completar a idade estabelecida nas normas especiais previstas no regulamento das
entidades de registro.
Do Registro Seletivo

Artigo 12 - Fica instituído o registro seletivo, objetivando a classificação de


reprodutores e matrizes de boa conformação, para produção, mediante os critérios estabelecidos
pelo artigo 16 destas Normas.
81

 Raças Leiteiras

Artigo 13 - Poderão ser avaliados para registros seletivos todos os animais


registrados.

Artigo 14 - As fêmeas devem ser classificadas a partir da primeira parição e em


plena lactação.

Artigo 15 - Os machos poderão ser classificados após 18 meses de idade.

Artigo 16 - Os animais serão classificados em seis classes assim discriminados:

- Classificados com 90 pontos ou mais - EXCELENTE (E);

- Classificados com 85 pontos até 89 - MUITO BOM (MB);

- Classificados com 80 pontos até 84 - BOM para MAIS (B+);

- Classificados com 75 pontos até 79 - BOM (B);

- Classificados com 65 pontos até 74 - REGULAR (R);

- Classificados com menos de 65 pontos - MAU (M).

Parágrafo Único - Os regimentos internos dos registros genealógicos de cada


associação nacional ou brasileira apresentarão tabelas que possibilitem tais classificações,
disciplinando o processo seletivo.
Artigo 17 - Para as raças zebuínas, serão adotadas as normas de registro seletivo,
a partir de 1980.

 Raças de Corte

82
Artigo 18 - O sistema de classificação (registro seletivo), a ser determinado pela
entidade detentora do registro genealógico, devidamente homologado pelo Ministério da
Agricultura, passará a fazer parte das instruções para o registro genealógico das raças zebuínas
de corte.

Parágrafo Único - Para as raças de corte ou de dupla aptidão, de origem europeia, o


registro seletivo, que também deverá ser instituído, poderá adaptar-se aos critérios
internacionais, cabendo a cada entidade de registro estabelecer as normas a serem aprovadas
pelo Ministério da Agricultura.
10 SISTEMAS DE CRIAÇÃO

83
Sistemas de Criação de Ovinos

Para a escolha do sistema deve-se considerar:

 Características climáticas da região;


 Localização;
 Disponibilidade de Alimentos;
 Raça.

o Sistema de produção exclusivo a pasto:

Pastagens:

 Pastagem bem manejada é sinônimo de produtividade e rentabilidade.


 Manejo adequado deve considerar:

a) Obtenção de forragem em níveis elevados de qualidade e quantidade.

b) Manutenção de reduzido nível de contaminação por ovos e larvas de helmintos.


* Ovino apresenta um hábito de pastejo seletivo e rente ao solo!

 Indicadas forrageiras que suportem o manejo baixo, apresentem intensa


capacidade de rebrota por meio das gemas basais e que possuem sistema radicular
bem desenvolvido garantindo boa fixação ao solo.
84
 Utilizar forrageiras de hábito estolonífero como (Figuras 42, 43 e 44):

FIGURA 42 - PASTAGEM PARA OVINOS DE COAST CROSS

FONTE: Disponível em: <http://fazovinos.blogspot.com/2009/06/piquete-de-coast-cross-ovelhas-


po-santa.html>. Acesso em: 15 nov. 2011.
FIGURA 43 - PASTAGEM PARA OVINOS DE TIFTON

85

FONTE: Disponível em: <http://www.farmpoint.com.br/radares-tecnicos/bemestar-e-


comportamento-animal/aspectos-comportamentais-e-fisiologicos-de-ovinos-santa-ines-em-
ambiente-tropical-35855n.aspx>. Acesso em: 15 nov. 2011.

FIGURA 44 - PASTAGEM PARA OVINOS DE PENSACOLA

FONTE: Disponível em:


<http://www.acessorural.com.br/uploads/anuncios/ad0b14984b3707ba719a8b0271ca872a.jpg>.
Acesso em: 15 nov. 2011.

 Lotação de pastagens: depende diretamente da qualidade do pasto.


 Hábito de caminhar: deve haver cercas para delimitação de espaço e controle do
rebanho.
 A divisão de pastos em piquetes é recomendada, pois facilita o manejo, divide o
rebanho em categorias, permite um melhor aproveitamento de pastos e melhora o
controle sanitário, com a rotação de pastagens.
 O tamanho de piquetes é maior quando se trata de criações extensivas, comparada
à criação intensiva. 86

o Sistema de produção a pasto com Creep-feeding:

É utilizado como uma forma de acelerar o desenvolvimento ruminal e melhorar os


ganhos, desde que seja ofertada uma ração palatável de alto nível energético.

O fornecimento de concentrado só deve ser feito a partir dos 10 dias de idade, pois
possibilita desmamar animais precocemente (45 dias) com bom peso. Os animais, se
confinados, estão acostumados com esta alimentação e à exigência das fêmeas lactantes neste
tipo de sistema de criação é menor.

o Sistema de produção em Confinamento:

Envolve investimentos adicionais com instalações e alimentação. A decisão pelo


confinamento pode depender das condições climáticas.

Para os cordeiros o sistema de produção em confinamento é uma boa alternativa, em


especial em regiões muito úmidas, que contenham altas cargas parasitárias presentes nas
pastagens, pois os cordeiros são altamente sensíveis a altas infestações parasitárias.

A desmama precoce mais a recria e terminação de confinados têm por finalidade


aumentar a oferta de carne durante o período de entressafra, colocar no mercado um produto
padronizado e de qualidade superior e contornar sazonalidade alimentar em caso de períodos de
estiagem.
Sistemas de Criação de Bovinos de Corte

A criação de bovinos no Brasil depende das condições regionais. Três são os sistemas
principais de exploração capazes de conciliar essas condições com as necessidades dos
criadores. 87

o Sistema Extensivo

 Muito praticado de forma extrativista.


 Grandes extensões de terras (distantes dos grandes centros).
 Dependendo do manejo das pastagens, os investimentos são menores.
Pastoreio Racional Voisin (PRV): O Sistema Voisin é o manejo racional de pastagem
que preconiza a divisão da área de pasto em várias parcelas, em que, na mesma, são fornecidos
água e sal mineral. Estes pastos são manejados onde é possível aumentar sua produtividade. O
nome é dado em homenagem ao pesquisador francês André Voisin, que faleceu em Janeiro de
1965 (Figura 45).

FIGURA 45 - ANDRÉ VOISIN


88

FONTE: Disponível em: <http://www.sistemavoisin.com.br/site/andre_voisin/>.

Acesso em: 29 nov. 2011.

Para obter mais informações sobre este sistema e a história acesse o site:
<http://www.sistemavoisin.com.br>.

o Sistema Semi-intensivo

 Suplementação a pasto.
 Realizada na época das águas e seca ou apenas na seca.

o Sistema Intensivo

 Confinamento propriamente dito.


 Realiza-se a terminação de animais.
 Atividade de alto custo pelas instalações e manejo.
Sistemas de Criação de Suínos

A criação de suínos pode ser do formato intensivo, no qual há os tipos de: Confinado
89
de alta Tecnologia; Confinado Tradicional; Semiconfinado, Confinado sobre Cama (deep
bedding) e Intensivo ao Ar Livre (SISCAL).

O sistema extensivo também é encontrado da forma de subsistência (“extrativismo”) e


Montanheira/Agroecológico. Vamos conhecer um pouco sobre cada um deles.

o Sistema Intensivo  Confinado de Alta Tecnologia

Possui alta concentração de animais e com sítios múltiplos especializados. A genética


dos animais é especializada, além de alto nível de nutrição e manejo, conferindo um máximo
desempenho zootécnico. Os animais criados neste sistema apresentam alto nível sanitário. A
desvantagem fica pelo alto custo, porém sendo convertido em alta produtividade.

o Sistema Intensivo  Confinado Tradicional

Também possui alta concentração de animais, porém em prédios menos


especializados, ou seja, sem creche e gestação coletiva. A genética dos animais é variável
(raças comerciais). O nível de manejo e nutrição é variável, assim como o desempenho
zootécnico. O nível sanitário é adequado, custo e produtividade são variáveis, pois dependem
dos fatores citados.

o Sistema Intensivo  Semiconfinado Tradicional


Assemelha-se ao Confinamento Tradicional, as fêmeas vazias e gestantes, machos
reprodutores têm acesso aos piquetes, já às porcas em lactação e animais em crescimento e
terminação ficam confinados (sem creche, gestação coletiva). Em geral nível médio a baixo de
tecnologia e produtividade.

o Sistema Intensivo  Confinados sobre Cama (deep bedding) 90

O piquete de creche, crescimento e terminação é conduzido em galpão semelhante a


de frangos de corte, assim confere menor custo fixo. Há também um menor impacto ambiental,
pelo fato dos dejetos sólidos e melhor relação N:C. Melhor bem-estar e melhor carne, pelo
sistema de confinamento utilizado. Há maior gasto energético, porém piora a conversão. Ganho
de peso é semelhante aos sistemas anteriores citados (Figura 46).

FIGURA 46 - SUÍNOS CONFINADOS SOB O SISTEMA DEEP BEDDING

FONTE: Disponível em:


<http://pigtrop.cirad.fr/subjects/animal_husbandry_and_sustainable_practices/deep_bedding_for_
swine_production_is_a_viable_alternative_at_the_small_scale>. Acesso em: 27 nov. 2011.
o Sistema Intensivo  Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (SISCAL)

Neste sistema há o ciclo completo, todas as fases em piquetes ao ar livre, assim há um


custo mínimo com as instalações. Neste sistema é inevitável o uso de cercas elétricas e abrigos
móveis. Necessário programar rotação de piquetes e de abrigos da maternidade. Sistemas
mistos de creche, crescimento e terminação na forma confinada (Figura 47). 91

FIGURA 47 - SUÍNOS CONFINADOS SOB O SISTEMA SISCAL

FONTE: Disponível em: <http://www.emater.df.gov.br/005/00502001.asp?ttCD_CHAVE=15475>.


Acesso em: 01 dez. 2011.

o Sistema Extensivo  Subsistência

Neste tipo de sistema utilizando-se raças rústicas tipo banha de pequeno porte, pois
consiste em grandes extensões com baixa lotação. Os animais ficam permanentemente soltos,
sem divisão de fases e sem controle de reprodução. Utilizam-se os recursos locais, ou seja,
restos de culturas, pastagem nativa e suplementos sazonais. A ineficiência é o baixo nível
sanitário.
o Sistema Extensivo  Tipo Montanheira

Raças rústicas do tipo ibéricas, a reprodução ocorre semelhante ao SISCAL. A


engorda fica por conta da utilização de materiais encontrados nestas regiões como bolota de
carvalho, castanha e pinhão. Porém, é também possível a engorda por meio de pastagem
suplementada com ração (assim como ocorre com os suínos destinados à fabricação de 92
presunto Parma) (Figura 48). O Controle sanitário é considerado normal.

FIGURA 48 - PRESUNTO DE PARMA

FONTE: Disponível em: <http://linguicacaipira.blogspot.com/2011/05/presunto-cru.html>.

Acesso em: 30 nov. 2011.

Sistemas de Criação de Caprinos

o Extensivo
Animais criados soltos, exclusivamente a pastos, sistema característico de grandes
propriedades. Os animais sofrem com variações de clima, quantidade e qualidade de alimentos.
Animais destinados, principalmente à produção de carne e peles. Este sistema é característico
da região Norte e Nordeste do Brasil.

o Semiextensivo 93

Animais permanecem a pasto apenas parte do dia, recebendo suplementação


alimentar em cochos. Sistema adotado tanto para a produção de carne, quanto para a produção
leiteira.

o Intensivo

Sistema característico de pequenas e médias propriedades, pois requer maior


investimento e mão de obra especializada. Sistema adotado, quase exclusivamente, para a
produção de caprinos de leite. Animal recebe alimentação balanceada em cochos. Este sistema
é característico das regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Sistemas de Produção de Bovinos de Leite

Os sistemas de produção de bovinos leiteiros consistem na exploração a pasto com


pastejos extensivos (contínuos), rotacionados e rotacionados com irrigação e manejo correto de
pastagens, o sistema semiextensivo que é a associação entre sistemas de pastejo e alimentação
no cocho em diferentes períodos do dia ou épocas do ano, regime de semiestabulação no qual
os animais têm acesso a pasto e recebem alimentação suplementar normalmente no estábulo no
momento da ordenha. O sistema intensivo, ou seja, o confinamento propriamente dito é de
prática recente no país sendo conduzidos na forma de piquetes, Free Stall, Loose Housing e Tie
Stall, a seguir serão abordados estes sistemas de confinamento.

- Piquetes recobertos por grama ou capim rasteiro: área de 50 m2 por animal deve
apresentar declividade suficiente para escoamento rápido das águas de chuva, disposição de
sombra de árvores ou construídas para os animais, cochos devem ser construídos na parte mais 94

alta do terreno, o modelo é o mais recomendado para regiões de clima quente e seco, formação
de barro poderá trazer maior incidência de mastite.

- Sistema de confinamento do tipo “Loose Housing”: área de descanso coletiva


sombreada com cama de areia para facilitar a drenagem, a área de descanso coletiva
(possibilidade de injúrias nos tetos), vacas podem ainda dispor ou não de piquetes anexos, área
de descanso deve ser construída no sentido norte-sul (Figura 49).

FIGURA 49 - BOVINAS LEITEIRAS CONFINADAS SOB O

SISTEMA LOOSE HOUSING


95

FONTE: Disponível em: <http://www.fwi.co.uk/Articles/19/03/2010/120410/Loose-housing-is-


important-despite-costs.htm>. Acesso em: 03 dez. 2011.

- Sistema de confinamento do tipo “Tie Stall”: confinamento total das vacas no


período produtivo, sistema utilizado em rebanhos pequenos de alta produtividade. Animais ficam
presos normalmente por correntes no pescoço, muito comum em regiões de clima frio (Figura
50).

FIGURA 50 - BOVINAS LEITEIRAS CONFINADAS SOB O

SISTEMA TIE STALL


96

FONTE: Disponível em: <http://www.whminer.com/research.html>. Acesso em: 03 dez. 2011.

- Sistema de confinamento do tipo “Free Stall”: sistema utilizado para vacas de


média a alta produção, neste modelo o animal tem livre acesso ao cocho, área de repouso é
individual em camas. Possui a desvantagem de ter um alto custo de construção (Figura 51).

FIGURA 51 - BOVINOS LEITEIRAS CONFINADAS SOB O

SISTEMA FREE STALL


97

FONTE: Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/55412059@N06/5138013644/>.

Acesso em: 03 dez. 2011.

Sistemas de Criação de Frango e Poedeiras

o Sistema Extensivo

Quando os frangos são criados em liberdade e podem debicar e esgravatar a volta da


casa à procura de comida, fala-se de avicultura extensiva.

o Sistema Semi-intensivo
No sistema de produção avícola semi-intensivo, também conhecido como produção de
pátio/quintal, o número de aves por bando varia entre 50 e 200. É uma criação em pequena
escala. Nos sistemas semi-intensivos, as galinhas encontram-se confinadas a um espaço aberto
vedado com arame. Existe um pequeno galinheiro onde se podem fechar as galinhas à noite. O
criador das galinhas fornece praticamente toda (ou mesmo toda) a comida, a água e outras
necessidades.
98

o Sistema Intensivo

O sistema intensivo de frangos se assemelha muito à criação industrial, na qual se


fornece as condições necessárias para o desenvolvimento das aves. Nesse sistema, os animais
são criados em galpões por todo o seu ciclo de produção, tanto para frangos destinados à carne
quanto para a produção de ovos.
11 CONTENÇÃO

A contenção consiste em imobilizar os animais de interesse doméstico, assim como os


bovinos, caprinos, ovinos, equinos para diversos fins, ou seja, seja para um simples exame, 99
aplicação de medicamentos, abate ou outros. É claro que, em animais menores, a contenção,
imobilização ou derrubamento são tarefas bem mais simples. Em um grande bovino ou mesmo
em bezerros, estes procedimentos requerem técnicas mais específicas, pois não é tão simples
imobilizar um touro, por exemplo, "no braço".

A prática de contenção de bovinos é extremamente necessária e utilizada


regularmente em todos os locais onde se trabalhe com esses animais. Tanto os técnicos,
fazendeiros, peões, médicos veterinários ou qualquer um que necessite que os animais fiquem
total ou parcialmente contidos ou imobilizados, terão que adotar procedimentos de contenção.

A contenção de bovinos é utilizada em fazendas, sítios, abatedouros ou por


profissionais como os médicos veterinários. Pode ser realizada de diversas maneiras e, muitas
vezes, implica no derrubamento do animal, para que um determinado tipo de imobilização seja
realizado. No caso dos bovinos, os métodos de contenção mais utilizados são aqueles
destinados à prevenção de coices, imobilização para a descorna, para a coleta de sêmen,
castração, entre outros.

Muitas vezes, como no caso de exames mais detalhados, a contenção é relativamente


simples, ficando o animal em pé. Entretanto, em outras ocasiões, é necessário que o animal seja
derrubado e contido, isto é, amarrado, para que se mantenha em uma determinada posição.

Em geral, no caso dos animais leiteiros, devido ao temperamento dócil desses bovinos,
a contenção e o derrubamento acontecem de uma maneira relativamente fácil, sem que seja
necessária a aplicação de medidas mais enérgicas.

A contenção mais simples é a da cabeça, que pode ser feita até mesmo com as mãos
ou com a utilização de cabrestos ou cordas. Outro ponto importante sobre as formas de conter
esses animais é a utilização de cercas ou esteios. No caso da imobilização utilizada para a
descorna, é comum se utilizar um esteio, para amarrar o animal e assegurar que este não se
moverá o suficiente para atrapalhar a descorna ou mesmo para a realização de alguns exames.

São muitas as formas de contenção, utilizando-se cordas, guias nasais, esteios,


cercas, piquetes, cangalhas, etc. Cada método deve ser utilizado corretamente e apenas visando
à tarefa a ser realizada. O cuidado é muito importante, para que não aconteçam acidentes que
venham a machucar ou ferir o animal. 100

O criador, funcionário ou técnico deve se informar sobre os métodos mais indicados às


suas necessidades e praticar com o auxílio de alguém com uma boa experiência. Um
derrubamento mal feito, por exemplo, pode resultar em uma fratura ou torção nos membros do
animal que, devido ao seu grande peso, pode ficar até mesmo sem condições de recuperação,
ato que prejudique a sanidade do animal não é desejável.

Eis algumas limitações e cuidados na contenção dos animais de interesse zootécnico:

 Primeiro ponto, deve se aproximar do animal pelo lado, calmamente e com atenção
(Figura 52).

FIGURA 52 - FORMA DE APROXIMAÇÃO PARA

CONTENÇÃO DE UM EQUINO

FONTE: Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/anim.htm>.

Acesso em: 08 dez. 2011.


 A forma de contê-lo para realizar a castração, o amanse e o treino destes animais,
deve ser de forma a adaptá-los ao sistema de trabalho e às ordens recebidas
(Figura 53).

FIGURA 53 - FORMA DE CONTENÇÃO PARA A REALIZAÇÃO DE CASTRAÇÃO

101

FONTE: Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/anim.htm>.

Acesso em: 08 dez. 2011.

 Os acessórios como os arreios, quando inadequados ou incômodos, geralmente


provocam ferimentos e tornam os animais agressivos (Figura 54).
FIGURA 54 - ACESSÓRIOS DE AUXÍLIO PARA A CONTENÇÃO DE ANIMAIS

102

FONTE: Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/anim.htm>.

Acesso em: 08 dez. 2011.

Em atividades agrícolas, em que se utiliza animais, é necessário que não se conduza


os animais com a corda amarrada na cintura ou no braço, pois pode-se ocasionar um movimento
inesperado que poderá derrubá-lo (Figura 55).

FIGURA 55 - ATIVIDADE AGRÍCOLA COM USO DE ANIMAIS

FONTE: Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/anim.htm>.

Acesso em: 08 dez. 2011.


Alguns equipamentos e acessórios utilizados para contenção de animais:

 Mourão: utilizado para animais indóceis, a serem submetidos a tratamento ou


principalmente em abate à martelada (Figura 56).

103
FIGURA 56 - MOURÃO

FONTE: Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/anim.htm>.

Acesso em: 08 dez. 2011.

 Brete: também conhecido como tronco ou manga de contenção - usado na


ferração, castração, vacinação, tratamento de feridas entre outros (Figura 57).
FIGURA 57 - BRETE

104

FONTE: Disponível em:


<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/GadoLeiteiroZonaBragantina/p
aginas/instalacoes.htm>. Acesso em: 08 dez. 2011.

 Entravões: contenção dos membros, com o levantamento de um membro anterior


e colocação de entravões nos outros três (Figura 58).

FIGURA 58 - ENTRAVÕES

FONTE: Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/anim.htm>.

Acesso em: 08 dez. 2011.


 Pé de Amigo: levantar um membro posterior, acrescido do uso de máscara e
cachimbo (Figura 59).

FIGURA 59 - PÉ DE AMIGO
105

FONTE: Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/anim.htm>.

Acesso em: 08 dez. 2011.

 Peia: ou também denominada de corda, é usada nos trabalhos de ordenha, tomada


de temperatura e combate a carrapatos (Figura 60).
FIGURA 60 - PEIA

106

FONTE: Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/anim.htm>.

Acesso em: 08 dez. 2011.

 Derrubamento pelo método italiano: ou de cordas cruzadas, para reprodutores e


vacas com gestação em estágio avançado (Figura 61).

FIGURA 61 - DERRUBAMENTO PELO MÉTODO ITALIANO

FONTE: Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/anim.htm>.

Acesso em: 08 dez. 2011.


 Derrubamento pelo método "Rueff": consiste em comprimir o úbere das vacas e
o pênis dos machos. Pode ocasionar danos ao animal, não deve ser utilizado nem
recomendado (Figura 62).

FIGURA 62 - DERRUBAMENTO PELO MÉTODO RUEFF 107

FONTE: Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/anim.htm>.

Acesso em: 08 dez. 2011.

As técnicas, utilizando-se de equipamentos e acessórios para contenção de um animal,


seja para qualquer finalidade, deve ser um ato de respeito ao animal, qualquer forma de
agressão, reflete no bom manejo e qualidade do produto final, item importantíssimo que o
profissional da zootecnia deve saber.
REFERÊNCIAS

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108

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