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Júri:
PRESIDENTE
Doutor João Pedro Bengala Freire, Professor catedrático do(a) Instituto Superior de Agronomia
da Universidade de Lisboa.
VOGAIS
Doutor Mário Alexandre Gonçalves Quaresma, Professor auxiliar do(a) Faculdade de Medicina
Veterinária da Universidade de Lisboa;
Doutora Maria Inês Alves de Carvalho Martins Carolino, Professora auxiliar convidada do(a)
Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa;
Doutora Maria Madalena dos Santos Lordelo Redford, Professora auxiliar do(a) Instituto Superior
de Agronomia da Universidade de Lisboa;
Doutora Teresa de Jesus da Silva Matos Nolasco Crespo, Professora auxiliar do(a) Instituto
Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa.
2021
1
Agradecimentos
Aos meus pais, avós e Ana por todas as palavras de carinho, apoio e compreensão e
por todos os seus esforços durante todo o meu percurso escolar e académico.
Aos meus amigos e colegas de faculdade, em especial Claúdia e Catarina, por todos
os risos junto ao mar que tanto me ajudaram aliviar.
2
Resumo
O projeto foi desenvolvido para São Martinho do Porto, numa exploração de 7 500
m². A descrição do projeto inclui as dimensões e características dos pavilhões de
alojamento dos animas e respetiva pastagem, bem como da área social e armazém
associado. A estruturação do projeto inclui ainda uma descrição pormenorizada do
maneio dos animais, maneio alimentar e equipamentos necessários.
Por último, uma breve análise financeira prevê que este projeto seja rentável. Esta
análise assenta numa previsão das receitas obtidas pela venda dos patos, despesas
e investimentos associadas à atividade.
3
Abstract
This dissertation aimed to design a project for a Peking duck production in organic
system.
The dissertation started with a literature review about duck production in Portugal,
Europe and the World, as well as the characterization of the species commonly used
in duck production. Given its production aptitude and traits concerning meat produc-
tion, the Peking duck was chosen for this project.
The project was developed for the São Martinho do Porto region, on a 7,500 m² farm.
The project description includes the dimensions and characteristics of the animals'
facilities and respective outdoor area, as well as the social area and associated ware-
house. The structuring of the project also includes a detailed description of the man-
agement of animals, nutrition management and necessary equipment.
The aforementioned descriptions lead to a prediction regarding that the annual pro-
duction plan foresees the production of 4 147 ducks, with an average weight of 3 kg.
Lastly, a brief financial analysis indicates that this project may be viable. This analysis
is based on a projection on the revenues obtained from the sale of ducks, expenses
and investments associated with the activity.
The sensitivity analysis showed that in the face of variations in the order of 5 and 10%
in terms of production, operating costs and/or investment, the realization of this project
will reamin viable.
Key words: Duck production; Peking Duck; Duck meat; organic production; fi-
nancial analysis
4
Índice
1. Introdução .................................................................................................................... 10
2. A Produção de patos ................................................................................................... 12
2.1 Produção a nível Mundial ......................................................................................... 12
2.2 Produção de patos na Europa .................................................................................. 13
2.3 Produção de patos em Portugal ............................................................................... 15
3. Espécies de patos em produção .................................................................................. 16
3.1 Pato Pequim............................................................................................................. 16
3.2 Pato da Barbárie/Muscovy........................................................................................ 17
3.3 Pato Mullard ............................................................................................................. 19
4. A Fileira de produção de pato ...................................................................................... 20
4.1 Seleção .................................................................................................................... 20
4.2 Centro de incubação ................................................................................................ 21
4.3 Patinhos do dia ........................................................................................................ 22
4.4 Produção de carne ................................................................................................... 23
4.5 Produção de ovos .................................................................................................... 24
4.6 Produção de penas e plumagem .............................................................................. 25
4.7 Produção de Foie Gras ............................................................................................ 27
4.8 Abate........................................................................................................................ 30
5. Sistemas de produção de patos ................................................................................... 31
5.1 Sistemas alternativos ............................................................................................... 31
5.2 Sistema extensivo .................................................................................................... 32
5.3 Sistema Intensivo ..................................................................................................... 33
6. Nutrição de patos ......................................................................................................... 34
7. A agricultura biológica .................................................................................................. 36
7.1 Evolução da agricultura biológica ............................................................................. 36
7.2 Regulamentação e Certificação................................................................................ 37
7.3 Mercado Biológico e Qualidade dos produtos .......................................................... 38
8. Produção Animal biológica ........................................................................................... 39
8.1 Período de conversão .............................................................................................. 40
8.2 Reprodução.............................................................................................................. 40
8.3 Seleção .................................................................................................................... 40
8.5 Alojamento dos animais e práticas de maneio .......................................................... 41
8.6 Bem-estar animal e prevenção de doenças .............................................................. 42
8.7 Abate........................................................................................................................ 42
9. Produção Animal Biológica Nacional ............................................................................ 43
5
9.1 Produção biológica de Patos .................................................................................... 44
10. Objetivo do projeto ................................................................................................... 45
10.1 Memória descritiva e justificativa .............................................................................. 46
10.1.1 Localização ........................................................................................................... 46
10.1.2 Organização da empresa ...................................................................................... 46
10.2 Objetivos de Produção ............................................................................................. 47
11. Caracterização do produto ....................................................................................... 58
12. Análise da rentabilidade económica ......................................................................... 60
12.1 Plano de produção ................................................................................................... 60
12.2 Plano de investimento .............................................................................................. 60
12.3 Plano de exploração ................................................................................................. 61
13. Análise de rentabilidade dos capitais envolvidos ........................................................... 62
14. Análise de sensibilidade ................................................................................................ 65
15. Considerações finais .................................................................................................... 67
16. Bibliografia ............................................................................................................... 69
17. Anexos ..................................................................................................................... 73
6
Lista de figuras
7
Lista de quadros
8
Lista de Siglas e Abreviaturas
AB - Agricultura Biológica
CE- Comissão Europeia
CE- DGA -Comissão Europeia- Direção Geral da Agricultura
DGADR – Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural
DGAV – Direção Geral de Agricultura e Veterinária
ENAB- Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica
FAO - Food and Agriculture Organization
INE – Instituto Nacional de Estatística
ha- hectares
kg- quilograma
kg/m2 - quilograma por metro quadrado
m2 - metro quadrado
OGM - Organismos Geneticamente Modificados
PAC – Política Agrícola Comum
PB – Produção Biológica
PR – Período de Recuperação
UE- União Europeia
TIR – Taxa Interna de Rentabilidade
VLA – Valor Líquido Atualizado
9
1. Introdução
10
divulgação do conhecimento técnico-científico. Estes três eixos estratégicos permitem
promover o interesse e disponibilizar maior oferta de produtos biológicos junto dos
consumidores, contribuindo desta forma para a expansão deste mercado e aumento
da remuneração dos produtores do modo de produção biológico.
11
2. A Produção de patos
Segue-se a Europa, que contribui com 6,2% da produção mundial de pato. A América
do Norte, produz 1,8%, sendo a produção maioritariamente proveniente dos Estados
Unidos da América. Em África, que representa apenas 1,5% produção mundial de
pato, a produção é extensiva e feita principalmente por agricultores locais do Egipto.
Na Oceânia, a Austrália é o maior produtor, mas contribui apenas com 0,3% da
produção mundial.
12
2.2 Produção de patos na Europa
Com base nos dados obtidos pela FAO, foi estabelecido um período de análise, entre
2001 e 2018, por forma a compreender a evolução da produção de patos na Europa.
A análise está representada na figura 2. Apesar do aumento de 46% na produção
europeia de patos entre 2001 e 2018, houve uma queda significativa na produção nos
anos 2004, 2009 e 2016 (FAO, 2018). Em 2004, o decréscimo é consequente de uma
crise de mercado derivada da ocorrência de focos de gripe aviária na UE.
13
Simultaneamente, a diminuição de produção de patos é justificada pela alteração da
Recomendação adotada pelo Comité Permanente
em 22 de Junho de 1999. Esta alteração obriga a substituição das gaiolas individuais
para gaiolas coletivas a partir de 31 de dezembro de 2004 até 31 de dezembro de
2010. Contudo, só em 2016 é que ocorreu efetivamente a proibição das gaiolas
individuais (para engorda e gavage dos animais para produção de foie gras) em
França. A imposição desta alteração, implicou o abandono de muitas explorações que
sentiram dificuldade nos investimentos necessários para adaptarem as suas
instalações às novas regras de bem-estar animal (D. Guémené e G. Guy, 2004).
100
90
Número de patos produzidos (10⁶ cabeças)
80
70
60
50
40
30
20
10
0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Anos
14
2.3 Produção de patos em Portugal
De acordo com os dados recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), foi
estabelecido um período de estudo, entre 2001 e 2019. A figura 4, permite
compreender a evolução da produção de patos em Portugal.
Com base nas estatísticas divulgadas pelo INE, verifica-se que entre o ano 2001 e
2019 ocorreu um aumento de 42% da produção de patos em Portugal.
5 000 000
4 500 000
Patos abatidos e aprovados para consumo
4 000 000
3 500 000
3 000 000
2 500 000
2 000 000
1 500 000
1 000 000
500 000
0
Anos
15
Os dados recolhidos pelo INE, permitem ainda aferir que entre 2001 e 2019, o maior
número de patos abatidos e aprovados para consumo em Portugal, regista-se na
região agrária Ribatejo e Oeste. Em 2019, foram abatidos e aprovados para consumo
4 370 923 patos na região agrária Ribatejo e Oeste, o que representa 99,98% da
produção nacional. Os Açores apresentam um aumento significativo da produção de
patos (+80%), enquanto que a Madeira apresenta uma tendência decrescente (-92%)
(INE, 2019).
O pato Pequim, representado na figura 5, caracteriza-se pelo seu bico, pernas e patas
de cor laranja a amarelo, a sua plumagem branca, pescoço comprido e corpo bastante
desenvolvido. A sua elevada aptidão para a produção de carne e de ovos, fazem do
pato Pequim a espécie mais utilizada em todo o mundo (V. Sandilands e P.M.
Hocking, 2012). A alta taxa de crescimento destes animais permite que atinjam um
peso de 3 kg com 7 a 9 semanas, idade a que são abatidos. Apresentam dimorfismo
sexual pouco acentuado, isto é, os machos geralmente alcançam o peso de 3,5 a 4
kg e as fêmeas alcançam 3 a 3,5 kg. A postura inicia-se aos 5 meses e podem
produzir mais de 200 ovos por ano (S.J Meulen e G. Dikken, 2004). Apesar de
16
bastantes precoces quanto à postura, com ovos de bom tamanho e em abundância,
as fêmeas não apresentam boas características maternas (C. Rosell, 1977).
A sua carne é vermelha escura e é rica em gordura o que é bastante apreciada no
mercado asiático, assim como os seus ovos que são amplamente utilizados em
iguarias típicas.
17
produção (V. Sandilands e P.M. Hocking, 2012). Os patos Barbárie distinguem-se
pelo seu rosto nu com carúnculas vermelhas em redor dos olhos e do bico e a sua
plumagem branca e preta com algumas variações entre o azul e o verde (FAO, 2010).
As suas taxas de crescimento são baixas, isto é, alcançam cerca de 5 kg no caso dos
machos e cerca de 2,0 a 2,5 kg no caso das fêmeas apenas às 16 semanas, idade
em que atingem o peso de abate (F. Bauer, 1983). Aos 7 meses, as fêmeas iniciam a
postura. (S.J. Meulen, G. Dikken, 2004). Apesar de possuir excelentes características
maternas (FAO, 2010) tem fraca aptidão para a produção de ovos, com ciclos de
postura curtos e baixas produções, colocam apenas 90 ovos por ano (V. Sandilands
e P.M. Hocking, 2012). Em condições de produção intensiva podem atingir a produção
de 120 a 150 ovos em dois períodos reprodutivos (M. Nickolova, 2004).
18
3.3 Pato Mullard
Atualmente, 95% da produção de foie gras é proveniente dos patos Mullard e apenas
5% da Barbárie (C. Marie-Etancelin et al, 2008). Os Mullard, tornaram-se
extremamente utilizados até em regiões que não produzem foie gras, como a América
do Norte e a Ásia.
19
4. A Fileira de produção de pato
4.1 Seleção
Na Europa, os maiores empresas de seleção genética de patos são a Grimaud Frères
Sélection, Orvia e Sepalmem em França (C. Marie-Etancelin et al, 2008) e a Cherry
Valley em Inglaterra (P. Cherry e T. Morris, 2008). Estas companhias estão envolvidas
na seleção de animais para a indústria de foie gras e produção de carne.
20
de linhagens específicas maternas e paternas, que permitem beneficiar na
descendência, das melhores características da linha paterna e materna. Geralmente,
a indústria da produção de carne de pato utiliza cruzamentos de 4 vias. O
retrocruzamento com linhagens paternas permite ainda recuperar características
relacionadas à qualidade da carcaça e eficiência alimentar (H. Pingel, 1999).
21
desenvolveram incubadoras com lâmpadas a óleo, mas apenas após o século XIX se
desenvolveram as primeiras incubadoras industriais (P. Cherry e T. Morris, 2008).
Na chegada dos patinhos ao pavilhão, estes devem estar restringidos a uma pequena
área por forma a garantir a temperatura de 30ºC, pois ainda não conseguem manter
a sua temperatura corporal. A cada semana deve reduzir-se 3ºC até à terceira
semana, pois o crescimento das plumagens é rápido e a partir dos 10 dias de idade
já proporciona isolamento suficiente para que o patinho consiga manter a sua
temperatura corporal. A partir da sua segunda semana de vida, o crescimento
22
intensifica-se e aos 30 dias, a sua plumagem está completa (P. Cherry e T. Morris.,
2008).
A sexagem dos patinhos pode ser feita ao nascimento, através de uma ligeira curva
no fim das penas da cauda dos machos, enquanto que as fêmeas não a apresentam.
Os patos Barbárie, não apresenta esta diferenciação, contudo é possível distinguir os
machos pelo seu tamanho bastante maior relativamente as fêmeas (FAO, 2010).
23
4.5 Produção de ovos
Os patos iniciam a produção de ovos entre os 6 a 9 meses de idade. Em condições
de produção comercial de patos, ocorre principalmente a incubação artificial destes
ovos. Os ovos são recolhidos logo pela manhã para prevenir que se partam ou sejam
conspurcados com fezes. Nesta fase, são rejeitados os ovos demasiado pequenos,
rachados ou com casca de fraca consistência. A limpeza superficial evita que
microorganismos penetrem a casca e prejudiquem o embrião. Os ovos podem ser
armazenados até 7 dias, à temperatura de 13°C e humidade relativa de 75%.
Contudo, deve ter-se em atenção que o aumento do período de armazenamento,
diminui a taxa de eclosão dos ovos (M.E. Abd El-Hack et al, 2019).
A produção de ovos de pato para consumo é bastante comum na Ásia, onde são
feitas diversas iguarias locais feitas com ovos de patos (Figura 8). As mais populares
são os ovos ballut (ovos de patos fertilizados), os ovos salgados (ovos salgados
armazenados por muito tempo) e os ovos do século (os ovos são colocados numa
solução salina com argila, sal, casca de arroz, cal e cinzas, o que produz um ovo
cremoso de cor escura) (P. Cherry e T. Morris, 2008).
Figura 8: Ovos ballut, ovos salgados e ovos do século. Fonte: Breaking Asia.
24
Na Europa, a produção de ovos de pato para consumo humano é exclusiva da
empresa Clarence Court, representado na figura 9. A Clarence Court é uma empresa
situada no Reino Unido, especializada na produção de ovos de diversas aves.
É estimado que a produção global de penas e plumagens em 2014 tenha sido 270,000
toneladas (M. Fuller, 2015). A China é o maior produtor com uma produção anual de
100,000 toneladas, seguida do Vietnam e Tailândia (V. Sandilands e P.l M. Hocking,
2012). A Europa constitui o segundo maior produtor, sendo maior parte da produção
proveniente da Hungria (H. Schmitz, 2018). As penas e plumagens de origem
Europeia são bastantes mais valorizadas (pela sua qualidade superior) que as de
25
origem Asiática (M. Fuller, 2015). Os principais importadores são os Estados Unidos
da América, China, Japão e Alemanha (H. Pingel, 2004).
26
Figura 11: Separação das penas das plumagens dentro de camaras de ar. Fonte:
M.Fuller.
De acordo com a Euro Foie Gras, os primeiros vestígios da produção de foie gras,
remontam à época do antigo Egito. Os egípcios aperceberam-se da capacidade
destas aves armazenarem gorduras no fígado antes da migração e desenvolveram a
técnica de alimentação forçada destes animais, denominada gavage. A tradição
continuou pelas comunidades judaicas que utilizavam a gordura de patos e gansos
para cozinhar. Mais tarde, difundiram a produção de foie gras em França,
especialmente na Alsácia, bem como na Hungria. Atualmente, França produz 80% do
foie gras produzido em todo o mundo, sendo produzidas anualmente cerca de 20 000
toneladas, principalmente no sudoeste do território. É o principal produtor, consumidor
e exportador para países como a Bélgica, Espanha, Japão, Brasil e Médio Oriente.
Em conjunto com a Hungria, Bulgária e Espanha produzem 90% do foie gras mundial.
A China, Estados Unidos da América e Canadá, produzem o restante.
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Tradicionalmente, a produção de foie gras consistia na alimentação forçada de patos
Barbárie e gansos. Atualmente, o mais comum é a utilização de patos Mullard que
são criados em condições muito específicas. O foie gras é produzido apenas de
fígados de machos, pois os fígados das fêmeas têm mais presença de veias,
diminuindo a sua qualidade (V. Sandilands e P. M. Hocking, 2012).
Assim, a produção de patos Mullard apresenta três fases. A fase de crescimento que
se compreende desde a eclosão até às 11 semanas, a de preparação que decorre
durante uma semana e por fim a fase de engorda, entre a 12 a 18 semanas de vida
e com duração de 10 a 16 dias (para patos e gansos, respetivamente),
Conforme a Euro Foie Gras, durante a fase de recria os animais são instalados em
pavilhões com acesso permanente ao exterior, com água e alimento ad libitum. Na
fase de preparação, pretende-se que o animal se prepare para a fase de engorda ao
se estimular a sua capacidade bulímica. No fim deste período, só os animais
saudáveis e mais robustos seguem para a fase de engorda. Durante a fase de
engorda, os animais são mantidos em gaiolas coletivas e são alimentados duas vezes
ao dia. O alimento fornecido é à base de milho e óleos para facilitar a ingestão, isto
é, rico em hidratos de carbono e lípidos (P. Neindre et al, 1998). A sua alimentação
consiste em colocar o alimento ao longo do esófago através de um tubo de eixo
helicoidal (processo dura de 45 a 60 segundos) ou de sistema pneumático (apenas 2
ou 3 segundos), mais utilizado em produções de larga escala (P. Neindre et al, 1998).
28
O aumentou da procura e de forma a satisfazer as necessidades dos consumidores,
é importante garantir que as condições de produção cumprem com as normas de
bem-estar dos animais e causam o mínimo de sofrimento possível. Assim, ao longo
dos últimos anos todas as gaiolas individuais (“épinettes”) foram proibidas e
substituídas por gaiolas coletivas (figura 12).
O produto final, o foie gras, representado na figura 13, é uma iguaria bastante
prestigiada e altamente valorizada no mercado.
A carne proveniente destes animais, é uma carne com maior teor de gordura, o que
lhe confere um sabor e textura específica resultando num produto muito apreciado
(G. C. Mead, 2004). O pato poderá ser comercializado inteiro, ou às peças, perna e
peito. O magret, representado na figura 14, é o peito de um pato ou um ganso, com
boa camada de pele e gordura subcutânea cobrindo o músculo, também bastante
apreciado.
29
Figura 14: Magret de pato. Fonte: HomeButcher.
4.8 Abate
A idade de abate varia consoante os animais, para patos Pequim é usual serem
abatidos às 7 semanas, enquanto os patos Barbárie entre as 10 a 12 semanas e os
Mullard às 10 semanas de vida.
O abate dos patos ocorre por atordoamento em tanque de imersão. O processo inicia-
se pela suspensão das aves pelas duas patas, emergidas até à base das suas asas
num tanque de água associado a um elétrodo imerso, durante pelo menos, quatro
segundos a uma corrente de 130 mA. O sangramento é efetuado pela incisão das
artérias carótidas ou os vasos de onde surgem, num intervalo máximo de 20
segundos, para evitar que recuperem a consciência (Regulamento (CE) n. o
1099/2009 do Conselho, de 24 de Setembro de 2009). De seguida os patos são
sujeitos a um escaldão, sendo depois depenados (Marinhave, S.A., 2020).
Nesta última fase, uma parte das carcaças destina-se a expedição em fresco,
enquanto que outras são embaladas e armazenadas no túnel de refrigeração onde
permanecem a temperaturas entre 0 e 2˚C (SGCIE, 2018).
30
Certos nichos de mercado, especialmente localizados na Ásia, utilizam as cabeças,
línguas e patas destes animais. Nesse sentido, após removidos das carcaças são
também mergulhados em água fria (4-12ºC) e armazenadas na câmara de
refrigeração (0-4 ˚C) (Marinhave, S.A., 2020).
Na Ásia, durante muitos anos a produção de patos para obter carne e ovos, estava
fortemente relacionada com agriculturas familiares em zonas rurais. Os patos
andavam soltos, muitas vezes em conjunto com outros animais, a sua produção era
para consumo próprio e os excedentes eram vendidos nos mercados locais.
Atualmente, o aumento da população provocou também um crescente consumo de
carne de pato. Os sistemas de produção tradicionais foram abandonados e a
produção de patos na Ásia está maioritariamente relacionada com sistemas
intensivos em larga escala (V. Sandilands e P.M. Hocking, 2012).
Em alguns países da Ásia, tais como o Vietname, Camboja e Indonésia ainda são
utilizados sistemas de transumância ou sistemas de produção integrados com
aquacultura ou produção de arroz (V. Sandilands e P.M. Hocking, 2012).
31
proveniente do excremento dos patos, que fertiliza e promove o desenvolvimento das
algas das quais se alimentam estes peixes. É também comum, sistemas de produção
de patos integradas em culturas de arroz. Quando os tanques são esvaziados, os
excrementos dos patos são utilizados para fertilizar os campos de arroz.
32
kg/m2 no caso das fêmeas de pato Pequim. O número máximo no interior das
instalações é 4 000 fêmeas ou 3 200 machos para patos Barbárie ou Pequim e 3 200
aves, no caso dos patos Mullard. A área máxima das instalações por unidade de
produção é 1 600 m2 e as aberturas das instalações devem conter, pelo menos, 4 m
por 100 m2 de superfície. Após as 8 semanas, os animais devem ter acesso continuo
durante o dia a um espaço ao ar livre, que deve apresentar uma área de 2 m 2 por
pato Barbárie, pato de Pequim ou 3 m2 por pato Mullard. O regime alimentar fornecido
a estes animais na fase de engorda deve apresentar, pelo menos, 70 % de cereais.
A fase final em cativeiro não deve ser superior a 4 semanas no caso dos patos Mullard
destinados à produção de foie gras e maigret (Regulamento (CE) nº 543/2008 de 16
de junho).
33
nestas condições, a suscetibilidade a doenças é também maior, causando diminuição
da qualidade da carcaça ou mesmo mortalidade (H. Pingel, 2004). A alimentação dos
patos deve ter em consideração as diferentes fases de crescimento dos animais. O
alimento é disposto em comedouros manuais ou abastecidos por sistemas de
transporte de alimento e devem ter acesso livre e permanente a água limpa. É
importante haver locais onde os animais possam efetuar a sua limpeza e assim evitar
a disseminação de doenças. As necessidades relativas à água podem variar
consoante a espécie. Os patos de Pequim, habituados a climas mais frios, utilizam a
água para manter a sua temperatura corporal, enquanto que os patos da Barbárie,
adaptados a climas tropicais, não apresentam essa necessidade. Até às 3 semanas,
quando desenvolvem a penugem, é importante evitar que os patinhos se molhem
(FAO, 2010).
O piso ripado é proibido por questões de bem-estar e devem ser utilizados materiais
como palha ou aparas de madeira (V. Sandilands e P.M. Hocking, 2012). Após a saída
dos bandos, as camas devem ser totalmente renovadas. O controlo da densidade
populacional permite evitar conflitos entre os animais e disseminação de doenças, o
recomendado é entre 5 a 13 animais/m2 no caso dos patos da Barbárie e entre 6 a
15 animais/m2 para patos Pequim. O corte dos seus bicos é permitido para evitar
traumatismos por bicadas. Os machos e fêmeas podem ser criados em pavilhões
comuns, mas o abate das fêmeas deve ser feito às 10 semanas (em vez das 12
semanas em que são abatidos os machos), pois o seu crescimento é afetado pelos
machos que competem pelo alimento. O Conselho Europeu aconselha um máximo
de dezasseis horas diárias de luminosidade, seguido de um período de repouso
noturno contínuo, sem luz artificial, de pelo menos oito horas. (Regulamento (CE) nº
889/2008 de 5 de setembro).
6. Nutrição de patos
A elaboração dos regimes alimentares para patos deve ir de encontro às
necessidades dos animais em três fases distintas, existindo os regimes iniciação e
crescimento para animais destinados à produção de carne e um regime específico
para reprodutores (C. Scanes et al, 2003).
34
Para os patos a metionina, a lisina e treonina são aminoácidos limitantes. A metionina
é responsável pelo desenvolvimento das penas e ganho de peso corporal. A lisina
tem como principal função a síntese de proteína muscular. A treonina está envolvida
na produção de imunoglobulinas. O cálcio constitui cerca de 90% da casca do ovo e
cerca de 60 a 70% do esqueleto. Ao fornecer as quantidades adequadas é possível
evitar deficiências ao nível da produção, o peso e rigidez dos ovos. A riboflavina e a
niacina são duas vitaminas essenciais no crescimento e desenvolvimento dos patos.
A riboflavina (ou vitamina B2) é um importante oxidante, que protege as células do
stress oxidativo, enquanto a niacina (vitamina B3) é responsável pela biossíntese de
coenzimas. As dietas com teores insuficiências provocam deficiências do
desenvolvimento muscular e do esqueleto, refletindo-se em sinais de periose,
emplumação incompleta, fraco rendimento de carcaça e de qualidade da carne, bem
como mortalidade elevada (Fouad et al, 2018).
Na primeira fase, que vai desde a eclosão do patinho até às duas semanas seguintes,
o animal alimenta-se de uma dieta de iniciação que consiste em 2900 kcal/kg de
energia metabolizável, 20% de proteína bruta, 0.48% de metionina, 1.1% de lisina,
0.70% de treonina, 0.83% de cálcio, 10 mg/kg de riboflavina e 50 mg/kg de niacina
(Fouad et al, 2018).
Os animais com destino à produção de carne são alimentados com regimes que
assegurem boas taxas de crescimento e bom rendimento de carcaça. Entre as duas
e as seis semanas, é lhes fornecida a dieta de crescimento, com 3000 kcal/kg de
energia metabolizável, 18% de proteína bruta, 0.50% de metionina, 1% de lisina,
0.80% de treonina, 0.89% de cálcio, 6 mg/kg de riboflavina e 50 mg/kg de niacina.
Nesta fase, a dieta garante o bom desenvolvimento muscular e permite o crescimento
da plumagem (Fouad et al, 2018).
Os patos destinados à produção de ovos, requerem dietas que assegurem boas taxas
de produção de ovos, qualidade e peso dos ovos e ainda boas taxas de fertilidade e
eclosão. As dietas destinadas a reprodutores consistem entre 2500 a 2750 kcal/kg de
energia metabolizável, 17% de proteína bruta, 0.40% metionina, 0.80% de lisina,
0.60% de treonina, 3.60% de cálcio, 10 mg/kg de riboflavina e 25 mg/kg de niacina
(Fouad et al, 2018).
35
Um pato adulto necessita de, pelo menos, 2 litros de água por dia, pelo que devem
ter acesso permanente a água limpa (Fouad et al, 2018).
7. A agricultura biológica
A agricultura biológica é um sistema de produção vegetal e/ou animal que produz uma
ampla variedade de produtos agrícolas diferenciados, de elevada qualidade e que
respondem à procura crescente de alimentos produzidos através de práticas que não
sejam prejudiciais para o ambiente, a saúde humana e animal e ao bem-estar animal.
As técnicas agrícolas aplicadas visam a sustentabilidade e a preservação dos
recursos naturais, como o solo, a água, o ar e a biodiversidade. Recorre a espécies
adaptadas às condições locais, proíbe o uso de organismos geneticamente
modificados (OGM) e a aplicação de pesticidas e fertilizantes sintéticos, de
antibióticos, aditivos alimentares e auxiliares tecnológicos. A agricultura biológica
baseia-se sobretudo na utilização de medidas preventivas e de processos biológicos,
como é o caso da rotação das culturas (Regulamento (UE) nº2018/848, de 30 de
maio).
36
De acordo os dados recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2016
a proporção da superfície agrícola em agricultura biológica corresponde a 5,1%. O
Centro e Alentejo são as regiões de Portugal que ocupam maior proporção da
superfície agrícola em agricultura biológica, com cerca de 7,2% e 6,2%,
respetivamente. No entanto, é na região Alentejo e Beira Interior que se localizam as
maiores explorações em agricultura biológica (DGADR, 2019).
A produção biológica tem sido regulada desde 1991, segundo o Regulamento (CEE)
n.°2092/91. Os produtos de origem biológica são distinguidos, a nível europeu, com
um logótipo. O logótipo indica que o produto foi produzido em conformidade com as
respetivas normas da União Europeia e sujeito a um sistema de controlo e
certificação. Após o Regulamento (UE) nº 271/2010 da Comissão de 24 de Março de
2010, entrou em vigor o novo logótipo biológico da EU (figura 15).
37
Figura 15: Logótipo da Agricultura Biológica. Fonte: ENAB.
38
Em Portugal, o comércio de produtos biológicos faz-se principalmente em mercados
de rua, lojas especializadas, lojas on-line e entregas ao domicílio. Desta forma, é
possível aos produtores biológicos venderem os seus produtos regularmente a preços
acessíveis, reduzir os custos logísticos associados e ainda garantir maior
sustentabilidade económica e ambiental (AGROBIO, 2020).
Por forma a dar resposta às necessidades deste nicho de mercado, tem ocorrido um
maior investimento das cadeias de grande distribuição na sua produção e
comercialização, o que pode contribuir para reduzir a diferença de preços atual entre
produtos biológicos e convencionais (Napolitano et al, 2009).
39
A produção animal biológica assenta em regras especificas e exigentes, a nível de
alimentação, alojamento e prevenção de doenças, que asseguram a saúde e bem-
estar animal, tendo em consideração as necessidades comportamentais de cada
espécie ao longo de toda a produção. (Regulamento (UE) nº 2018/848, de 30 de
maio). Neste modo de produção, a eficiência produtiva destes animais é menor, uma
vez que as taxas de crescimento e peso ao abate são menores, em resultado do
aumento da atividade física e gastos energéticos em termorregulação (Matt et al,
2011).
8.2 Reprodução
8.3 Seleção
40
lento adaptadas à produção ao ar livre (Regulamento (UE) nº 2018/848, de 30 de
maio).
8.4 Alimentação
Os animais devem ter acesso sempre que possível a um espaço ao ar livre que pode
ser parcialmente coberto. Contudo, deve considerar-se o encabeçamento para evitar
o sobrepastoreio, a compactação dos solos, a erosão e a poluição causada pelos
animais ou o espalhamento do seu estrume. O encabeçamento não pode exceder
170 kg de azoto orgânico por ano e por hectare de superfície agrícola (Regulamento
(CE) nº 889/2008 de 5 de setembro). As instalações devem conter zonas de repouso
cobertas de cama do tipo palha, aparas de madeira, areia ou turfa. O alojamento dos
animais não pode conter solo húmido. O isolamento, o aquecimento e a ventilação do
edifício devem assegurar que a circulação do ar, o nível de poeiras, a temperatura, a
humidade relativa do ar e a concentração em gases se encontram dentro de limites
que garantam o bem-estar dos animais. Os edifícios devem permitir a entrada de luz
e ventilação naturais suficientes. Em produção biológica não é permitido a utilização
41
de jaulas ou compartimentos individuais (Regulamente (UE) nº 2018/848 de 30 de
maio). A densidade populacional deve proporcionar espaço suficiente para os animais
executarem todas as posições e movimentos naturais da sua espécie.
8.7 Abate
42
Os animais de produção biológica são separados dos outros animais de produção
não biológica e devem ser os primeiros ou últimos a ser abatidos, constituindo uma
série completa ininterrupta. A linha de abate deve ser previamente limpa e desinfetada
com os produtos autorizados no Regulamento (CE) n.º 889/2008, para evitar riscos
de contaminação. O armazenamento da carne e produtos deve ser separado dos
produtos não biológicos. As unidades de abate devem registar todas as operações
efetuadas e quantidades no abate e desmanchadas e assegurar a identificação dos
lotes para evitar trocas com carnes de origem não biológica.
43
140000
120000
80000
60000
40000
20000
0
2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2017
Figura 16: Evolução do efetivo pecuário em Agricultura Biológica entre 2002 e 2015,
em Portugal Continental. Fonte DGADR.
Nos alojamentos dos patos, pelo menos um terço da superfície deve ser uma
construção sólida, não ripada, e deve ser coberta de palha, aparas de madeira, areia
ou turfa. As instalações devem no limite conter 4 000 fêmeas Barbárie ou fêmeas de
Pequim, 3 200 machos Barbárie ou machos de Pequim. As aberturas das instalações
devem respeitar um comprimento total de pelo menos 4 m por 100 m 2 de superfície
das instalações. A área total utilizável das instalações de uma única unidade, não
pode exceder 1 600 m2. Para garantir um máximo de dezasseis horas diárias de
luminosidade, a luz natural pode ser complementada artificialmente, seguido de um
período de repouso noturno contínuo, sem luz artificial, de pelo menos oito horas.
(Regulamento (CE) nº 889/2008 de 5 de setembro).
44
Os patos não podem ser mantidos em gaiolas e devem ter acesso continuo a uma
área ao ar livre e durante pelo menos um terço da sua vida. As zonas ao ar livre,
devem apresentar cerca de 2 m2 por pato Barbárie ou Pequim e 3 m2 por pato Mullard
e estar maioritariamente cobertas de vegetação (Regulamento (CE) nº 543/2008 de
16 de Junho de 2008).
A produção biológica de patos em Portugal está muito pouco desenvolvida pelo ocorre
principalmente em pequenas produções, onde os animais são alimentados de sobras
das produções vegetais. Esta produção ocorre maioritariamente em simultâneo com
a produção de frangos, sendo posteriormente vendidos em mercados e fóruns online
de produtos biológicos.
45
10.1 Memória descritiva e justificativa
10.1.1 Localização
A área total deste terreno é aproximadamente 7 500 m². Na figura 17, está
representado o terreno que será utilizado neste projeto.
46
Será contratado também um funcionário indiferenciado que irá prestar auxílio ao
engenheiro zootécnico no maneio dos animais: receber e instalar os bandos,
alimentar os animais, verificar as condições das pastagens e dos equipamentos.
47
Figura 18: Representação das várias áreas no terreno. Realizado através do
GoogleMyMaps.
48
Figura 19: Esquema representativo do pavilhão com a pastagem.
Os pavilhões têm janelas e aberturas, para a passagem de luz colocadas por forma a
assegurar uma iluminação homogénea em toda a instalação. No entanto, a instalação
de 3 lâmpadas permite complementar as 16 horas de luz diárias. Por forma a garantir
uma temperatura adequada ao crescimento dos patinhos, serão também adicionadas
3 lâmpadas de aquecimento, suspensas a 0,50 metros do pavimento. Como a
densidade populacional não é elevada, a ventilação será natural. As janelas
existentes e aberturas para a zona exterior, permitem controlar a temperatura, a
humidade do ar e eliminar os gases nocivos através da renovação constante de ar.
49
No interior dos pavilhões, representado na figura 21, o pavimento será composto por
cimento e revestido com palha, comprada a outra exploração.
Os comedouros devem estar dispersos em linha com 1,5 metro entre cada e os
bebedouros devem estar dispostos com distância de 0,5 metro. Cada pato deve ter
acesso a 10 cm de comprimento nos comedouros e a 2,5 cm nos bebedouros. Assim,
cada pavilhão estará equipado com 10 comedouros manuais com capacidade para 5
kg de alimento e 20 bebedouros manuais com capacidade de 5L de água,
representado na figura 22.
50
O parque exterior, representado na figura 23, deverá conter uma área mínima de 2 m 2 por
pato e estar maioritariamente coberto por vegetação. Existirá um lago, com 2 metros de
largura por 5 metros de comprimento, onde os patos possam nadar e tomar banho e 4
bebedouros de 5L
Cada área exterior estará vedada por cercas com rede galvanizada em PVC e ripas
de madeira enterradas a 50 cm de profundidade e com uma altura de 1,50 metros.
Assim, é possível prevenir a entrada de predadores e a saída das aves. Para isso, é
necessário estacas de madeira e rede com 188 metros de comprimento e 2 metros
de altura.
10.2.2 Animais
Na implementação desta exploração foi escolhida a espécie pato Pequim, com base
na sua elevada rusticidade, altas taxas de crescimento, boa condição corporal e
qualidade da carne. O seu comportamento dócil e fraca apetência de voo em virtude
de ser um animal pesado, trazem vantagens à utilização deste animal.
Os patinhos do dia serão adquiridos à empresa Marinhave S.A, sendo uma empresa
de referência do sector avícola, em Portugal, que se dedica exclusivamente à
produção de patos. Os patos são recebidos com idade inferior a 3 dias, de modo a
cumprir regras do modo de produção biológico.
51
O funcionário garantirá que os pavilhões apresentam as condições necessárias à
entrada dos animais. Devem ser previamente limpos e desinfetados com produtos
homologados pelo modo de produção biológico e as camas preparadas. Os
comedouros e bebedouros devem estar cheios.
Durante a receção dos animais, assegurar-se-á o bem-estar dos animais bem como
a distribuição pelas respetivas áreas de produção. Durante a primeira semana, ficam
sujeitos a uma área limitada do pavilhão, sob lâmpadas de aquecimento, por forma a
garantir a temperatura de 30ºC. A cada semana deve reduzir-se 3ºC até à terceira
semana, quando a plumagem já permite manter a sua temperatura corporal. A partir
da terceira semana, os animais terão acesso ao parque exterior. Os patos apenas
são mantidos encerrados durante a noite sendo alimentados nesse período.
A exploração iniciará a sua atividade com 270 patinhos do dia, estando considerada
uma mortalidade total de 4%. Os animais serão adquiridos a um preço de 0,55€/
animal, pelo que cada bando custará 148,50€.
A Marinhave S.A, está a 110 km de distância, pelo que o transporte até a exploração
demorará cerca de 2h.
A primeira etapa é a receção dos patinhos que serão encaminhados para os pavilhões
(previamente preparados como descrito anteriormente). Inicialmente ficarão limitados
a uma pequena área do pavilhão sob o aquecimento de uma lâmpada. A temperatura
deverá ser reduzida (cerca de 3ºC) a cada semana e o seu acesso à restante área do
pavilhão aumentada. Às 3 semanas, os patos apresentam plumagem suficiente para
regular a sua temperatura corporal o que lhes permitirá acesso total ao pavilhão e ao
parque exterior. Os patos apenas são mantidos no interior do pavilhão durante a
noite, por forma a protegê-los das condições meteorológicas e de predadores.
Durante este período, têm alimento e água à disposição.
52
A saída de animais começa a partir do 49º dia, idade mínima de abate, sendo
escolhidos os patos que apresentarem melhor condição corporal. Como o
crescimento dos machos é mais rápido do que das fêmeas, pressupõe-se que serão
estes os primeiros a sair. Os animais que apresentem menor condição corporal
continuarão no pavilhão, até ao fim do segundo mês de crescimento. A apanha das
aves será realizada manualmente pelos funcionários. O abate ocorrerá no matadouro
Nutriaves Lda, a 25 minutos da exploração, pelo que o transporte dos animais será
feito em 45 minutos.
O período dos 49 dias de idade até fim do segundo mês de produção, permite não só
que o desenvolvimento dos animais com menor condição corporal, mas possibilita
também que haja disponibilidade de patos para venda ao longo da produção. De
seguida, ocorre um vazio sanitário mais longo que o convencional, com duração de
um mês, que tem em conta prevenir que se intensifique a quantidade de patos
produzidos e assim que a produção exceda a procura. Apesar das limitações
53
mencionadas, este plano de produção anual maximiza a produção tal como se
descreverá na análise financeira.
54
Legenda: Animais em crescimento; Vazio sanitário; 1º dia de saída de animais;
55
10.2.4 Maneio Alimentar
Após acesso à área exterior, estes permanecerão soltos durante o dia, deambulando
livremente, à procura de comida. No interior do pavilhão, têm alimento composto e
água à disposição.
56
Quadro 1: Composição do alimento composto de iniciação e de crescimento. Fonte:
Diamantino Coelho e Filhos, S.A.
A pastagem para corte será composta por uma pastagem natural com coberto vegetal de
árvores e arbustos. Contudo, o alimento composto satisfaz todas as suas necessidades
nutricionais, pelo que os nutrientes fornecidos pela pastagem não são contabilizados
no cálculo da quantidade de alimento ingerido. No quadro 2, apresenta-se a
quantidade de alimento que será distribuída por pavilhão, dos dois alimentos, de
acordo com os valores obtidos pelo INRA e pela Cherry Valley.
Alimento Composto
Iniciação Crescimento
idade (semanas) 0 às 3 4 às 5 6 às 8
consumo por animal (kg) 0,5 0,75 4
57
11. Caracterização do produto
11.1 Fundamentação para a existência de mercado e clientes
58
11.2 Estratégia comercial
59
Figura 25: Rótulo da PatoNatura.
A análise financeira deste projeto prevê um período de vida útil de 12 anos e assenta
num conjunto de critérios que procuram estabelecer parâmetros de viabilidade.
A empresa iniciará a sua atividade em 2021, sendo que os primeiros animais irão para
abate em meados de fevereiro.
O objetivo deste projeto, de acordo com o esquema de produção (figura 23), prevê
produzir em média 4147 patos anualmente, com um peso médio de 3 kg. Cada pato
será vendido a um preço médio de 20€. Espera-se com a concretização deste projeto,
que as receitas obtidas anualmente pela venda dos animais seja 62210 euros.
60
Não foram previstos os custos de manutenção, uma vez que o tempo útil do projeto é
inferior ao tempo de vida do projeto. Prevê-se apenas que no sexto ano sejam
substituídos os comedouros, bebedouros e lâmpadas.
Equipamentos, materiais e
Valor Unitário (€) Valor Total (€)
terreno
Terreno 26000 26000
Pavilhões 7000 28000
Comedouros 2,45 98
Bebedouros 2,50 200
Lâmpadas de iluminação 1,50 18
Lâmpadas de aquecimento 4 48
Vedações 2,83/m 532
Zona Social 10000 10000
Armazém 6000 6000
Total 70 896
61
Quadro 4: Cálculo dos custos de exploração (em €).
Ano
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 11 12
Mão-de-obra
Trabalhador 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000
Responsável 13200 13200 13200 13200 13200 13200 13200 13200 13200 13200 13200 13200
Consumo
Intermédios
Eletricidade+
1800 1800 1800 1800 1800 1800 1800 1800 1800 1800 1800 1800
Água
Higienização
100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
e camas
Aquisição de
serviços
Animais 2376 2376 2376 2376 2376 2376 2376 2376 2376 2376 2376 2376
Ração 15330 15330 15330 15330 15330 15330 15330 15330 15330 15330 15330 15330
Abate +
557 557 557 557 557 557 557 557 557 557 557 557
transporte
Diversos
Gastos
400 400 400 400 400 400 400 400 400 400 400 400
gerais (2%)
Total 42758
62
Quadro 5: Representação do cash-flow (em €)
Ano
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Entradas 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 90005
Vendas 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210
Valor
27795
Residual
Saídas 113659 42763 42763 42763 42763 42763 43117 42763 42763 42763 42758 42763 42763
Vendas 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210
Valor
27795
Residual
Saídas 113659 42763 42763 42763 42763 42763 43117 42763 42763 42763 42758 42763 42763
63
No quadro 7, estão representados três indicadores de rentabilidade considerados
para este projeto: o valor líquido atualizado (VLA), a taxa interna de rendibilidade (TIR)
e o período de recuperação (PR).
O VLA é a diferença entre os valores dos benefícios e os custos previsionais que
caraterizam um investimento, depois de aplicada a taxa de atualização definida.
Expressa o montante dos benefícios líquidos gerados durante o período de vida útil
do projeto após a dedução dos capitais envolvidos (Avillez et. al 2006). Neste projeto
tem um valor de 187 186 €. O facto
de o VLA ser maior que zero significa que o projeto é rentável, já que gerou fundos
suficientes para amortizar o valor do investimento e ainda gerou um excedente de
fundos.
A TIR de um investimento é a taxa de atualização para a qual se anula o respetivo
valor líquido atualizado. Esta mede o rendimento anual durante o período de vida do
projeto, depois de recuperados os custos por unidade de capital aplicado (Avillez et.
al 2006). A TIR do projeto é de 43%.
O PR corresponde ao número de anos de vida útil do projeto necessários para que o
fluxo de benefícios líquidos positivos iguale o montante total investido (Avillez et. al
2006). O período de recuperação do projeto será 3 anos.
Taxa de
3%
Atualização
VLA 161 328,62 €
TIR 37 %
PR 3 anos
VLA- Valor Líquido Atualizado; TIR- Taxa Interna de Rentabilidade; PR- Período de Recuperação.
64
14. Análise de sensibilidade
A análise de rentabilidade dos capitais envolvidos foi calculada de acordo com valores
pressupostos de diferentes elementos, que representam o cash-flow deste projeto.
Esses valores são pressupostos de acordo com o seu comportamento ao longo da
sua vida útil deste projeto. No entanto, é possível que surjam variações mais ou
menos significativas, provocando uma incerteza associada à atribuição desses
valores.
Deste modo, a análise de sensibilidade do investimento implica uma comparação
entre os resultados obtidos para o VLA, TIR e PR, para variações distintas ao nível
do valor de produção (VP), custo de investimento (I) e encargos de exploração (EE)
anual do projeto.
Assim, considerou-se variações -5%, +5%, - 10% e +10%, ao nível da produção, do
custo de investimento, encargos de exploração (substituição de materiais e custo de
exploração). A taxa de atualização considerada, não sofreu alteração.
A rentabilidade do projeto é superior quando ocorre um aumento da produção e uma
diminuição dos custos de exploração e do investimento inicial, que proporcionam um
aumento das receitas e a uma diminuição a nível dos custos. Esta melhoria pode ser
observada, pelo aumento do VLA e da TIR e pela diminuição no PR, como
apresentado nos quadros 9, 11, 14, e 16 secção de anexos.
No entanto, uma diminuição a nível da produção, um aumento dos custos de
exploração e do investimento inicial, provocam uma diminuição das receitas ou um
aumento dos custos de produção, respetivamente. Estas alterações diminuem a
rentabilidade do projeto levando à diminuição do VLA, da TIR e ao aumento do PR,
como apresentado nos quadros 10, 12, 13, 15, 17, 18, 19, 20 na secção de anexos.
No quadro 8, está representada em síntese os valores do VLA, da TIR e o PR, o que
permite analisar os valores obtidos pelas variações estudadas relativamente aos
valores obtidos pela análise de rentabilidade da situação projetada. Este quadro foi
realizado tendo por base os quadros 9 ao 20, apresentados na secção de anexos.
65
Quadro 8: Síntese dos valores de VLA, TIR e PR, obtidos pelas variações
VLA- Valor Líquido Atualizado; TIR- Taxa Interna de Rentabilidade; PR- Período de
Recuperação.
66
15. Considerações finais
Este projeto pretende ser um negócio rentável aliado a uma produção que assenta
num conjunto de normas que visam reduzir o impacto da produção animal nos
ecossistemas, respeitando as exigências destes animais que crescem ao ar livre.
A análise financeira provou que a concretização deste projeto é viável uma vez que
apresenta um VAL positivo, uma TIR superior à taxa de atualização estabelecida e
um PR inferior ao tempo de vida do projeto.
67
Como conclusão, a elaboração deste projeto que tem como objetivo produzir patos
Pequim em modo biológico, é um projeto exclusivo, inovador e rentável
68
16. Bibliografia
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2020).
MADRP:
http://www.isa.utl.pt/files/pub/destaques/diagnosticos/Carne Diagnostico_Sectorial.
pdf (última consulta a Outubro, 2020).
SGCIE: https://www.sgcie.pt/wp-content/uploads/2019/10/10120-ABATE-DE-AVES-
PRODU%C3%87%C3%83O-DE-CARNE_Caderno.pdf (última consulta a Outubro de
2020).
72
17. Anexos
Vendas 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210
Valor
27795
Residual
Saídas 111521 40625 40625 40625 40625 40625 40979 40625 40625 40625 42758 40625 40625
Vendas 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210
Valor
27795
Residual
Saídas 115797 44901 44901 44901 44901 44901 45255 44901 44901 44901 42758 44901 44901
73
Quadro 11: Análise de rentabilidade, considerando uma diminuição do custo de
exploração em 10% (em €).
Ano
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Entradas 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 90005
Vendas 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210
Valor
27795
Residual
Saídas 109383 38487 38487 38487 38487 38487 38841 38487 38487 38487 42758 38487 38487
Ano
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Entradas 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 90005
Vendas 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210
Valor
27795
Residual
Saídas 117935 47039 47039 47039 47039 47039 47393 47039 47039 47039 42758 47039 47039
74
Análise de rentabilidade caso exista alterações a nível da produção
Vendas 59100 59100 59100 59100 59100 59100 59100 59100 59100 59100 59100 59100 59100
Valor
27795
Residual
Saídas 113659 42763 42763 42763 42763 42763 43117 42763 42763 42763 42758 42763 42763
Ano
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Entradas 65321 65321 65321 65321 65321 65321 65321 65321 65321 65321 65321 65321 93116
Vendas 65321 65321 65321 65321 65321 65321 65321 65321 65321 65321 65321 65321 65321
Valor
27795
Residual
Saídas 113659 42763 42763 42763 42763 42763 43117 42763 42763 42763 42758 42763 42763
75
Quadro 15: Análise de rentabilidade, considerando uma diminuição da produção em
10% (em €).
Ano
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Entradas 55989 55989 55989 55989 55989 55989 55989 55989 55989 55989 55989 55989 83784
Vendas 55989 55989 55989 55989 55989 55989 55989 55989 55989 55989 55989 55989 55989
Valor
27795
Residual
Saídas 113659 42763 42763 42763 42763 42763 43117 42763 42763 42763 42758 42763 42763
Vendas 68431 68431 68431 68431 68431 68431 68431 68431 68431 68431 68431 68431 68431
Valor
27795
Residual
Saídas 113659 42763 42763 42763 42763 42763 43117 42763 42763 42763 42758 42763 42763
76
Análise da rentabilidade se ocorrer alteração no valor do
investimento inicial
Vendas 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210
Valor
27795
Residual
Saídas 110114 42763 42763 42763 42763 42763 43099 42763 42763 42763 42758 42763 42763
Vendas 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210
Valor
27795
Residual
Saídas 117204 42763 42763 42763 42763 42763 43135 42763 42763 42763 42758 42763 42763
77
Quadro 19: Análise de rentabilidade, considerando uma diminuição do investimento
em 10% (em €).
Ano
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Entradas 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 90005
Vendas 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210
Valor
27795
Residual
Saídas 106569 42763 42763 42763 42763 42763 43082 42763 42763 42763 42758 42763 42763
Vendas 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210 62210
Valor
27795
Residual
Saídas 120749 42763 42763 42763 42763 42763 43152 42763 42763 42763 42758 42763 42763
78