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PELOTAS, 2008
1
Pelotas, 2008
2
AGRADECIMENTOS
RESUMO
SUMÁRIO
RESUMO .................................................................................................................... 3
1.INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6
2. MUNICÍPIO DE ESTAÇÃO ..................................................................................... 7
3. COTRIGO ............................................................................................................... 9
4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ......................................................................... 11
5. ATENDIMENTOS CLÍNICOS ............................................................................... 12
5.1 DOENÇAS METABÓLICAS....................................................................... 12
5.1.1 HIPOCALCEMIA ................................................................................ 12
5.1.2 CETOSE ............................................................................................ 14
5.2 DOENÇAS PARASITÁRIAS ...................................................................... 17
5.2.1 TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA .................................................. 17
5.3 DOENÇAS BACTERIANAS ....................................................................... 18
5.3.1 TÉTANO ............................................................................................ 18
5.3.2 MASTITE CLÍNICA ............................................................................ 20
5.3.3 CARBÚNCULO SINTOMÁTICO ........................................................ 22
5.4 DOENÇAS VÍRICAS ................................................................................. 23
5.4.1 PAPILOMATOSE ............................................................................... 23
6. ATENDIMENTOS OBSTÉTRICOS....................................................................... 26
6.1 PARTO DISTÓCICO ................................................................................ 26
6.2 RETENÇÃO PLACENTÁRIA .................................................................... 28
6.3 PROLAPSO UTERINO ............................................................................. 30
6.4 PARALISIA OBSTÉTRICA MATERNA ..................................................... 31
7. ATENDIMENTOS CIRÚRGICOS ........................................................................ 33
7.1 SUTURA DE TETO .................................................................................. 33
7.2 CESARIANA ............................................................................................. 35
7.3 ORQUIECTOMIA ...................................................................................... 37
5
8. ATENDIMENTOS REPRODUTIVOS.................................................................... 39
8.1 DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO ............................................................ 39
8.2 ANESTRO .............................................................................................. 40
9. MANEJO ZOOTÉCNICO ...................................................................................... 42
9.1 MOCHAMENTO ..................................................................................... 42
9.2 REMOÇÃO DE TETOS ACESSÓRIOS .................................................. 43
9.3 CASQUEAMENTO ................................................................................. 44
10. MANEJO SANITÁRIO ........................................................................................ 46
10.1 VACINAÇÃO BRUCELOSE................................................................... 46
10.2 VACINAÇÃO CLOSTRIDIOSES............................................................ 47
11. CONTROLE SANITÁRIO ................................................................................... 49
11.1 DIAGNÓSTICO BRUCELOSE............................................................... 49
11.2 DIAGNÓSTICO TURBERCULOSE ....................................................... 50
12. FOMENTO .......................................................................................................... 52
13. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 53
14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 54
15. ANEXO ............................................................................................................... 57
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1. INTRODUÇÃO
2. MUNICÍPIO DE ESTAÇÃO
3. COTRIGO
4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
ATENDIMENTOS REALIZADOS
350
300
250
200
150
100
50 N° ATENDIMENTOS
0
12
5. ATENDIMENTOS CLÍNICOS
ATENDIMENTOS CLÍNICOS
70
60
50
40
30
20
10
0
Atend. Suínos
Pneumonia
Granuloma Ocular
Tétano
Metrite
Mastite
Cetose
Pericardite
Trauma Úbere
Papilomatose
Edema Fisiológico Úbere
Hipocalcemia
Sobrecarga Alimentar
Atend. Equinos
Necropsia
Granuloma Vulva
Granuloma Membro
Carbúnculo Sintomático
Tristeza Parasitária
Total
N°
ATENDIMENTOS
5.1.1 HIPOCALCEMIA
Caso clínico
Fêmea bovina de quarta cria com parto
parto a 24 horas. Não recebia ração pré-
parto e pastejava juntamente com as demais vacas da propriedade,
propriedade, em uma
pastagem de aveia.
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Sinais clínicos
Fêmea apresentava-se em decúbito esternal em posição de auto-
auscultação. Ao exame clínico observou-se hipotermia (36,2°C), bradicardia e atonia
ruminal.
Diagnóstico
O diagnóstico baseou-se na epidemiologia e sinais clínicos característicos
de hipocalcemia, sendo confirmado por diagnóstico terapêutico.
Tratamento
- Dexametasona (Azium, Lab. Schering-Plough), 10 ml via intravenosa.
- Complexo energético (Polijet, Lab. Fagra), 500 ml via intravenosa.
- Cálcio (Pradocálcio, Lab. Prado), 750 ml via intravenosa.
Logo após o término do tratamento, o animal posicionou-se em estação
apresentando leves tremores musculares e andar cambaleante.
Recomendou-se a ordenha sem esgotamento total da fêmea e aplicação de
cálcio via subcutânea na dose de 50 ml, duas vezes ao dia por 2 dias.
Evolução do quadro
Houve a completa recuperação da fêmea atendida.
Discussão do caso
citado, o fornecimento de uma forragem a base de aveia pode ter sido um dos
fatores para o desenvolvimento do quadro, já que a aveia apresenta grande
quantidade de potássio.
De acordo com Gonzales et al. (2000), a hipocalcemia apresenta etapas:
Primeira etapa (capacidade para incorporar-se). Segunda etapa (prostração,
decúbito esternal). Terceira etapa (fase comatosa, decúbito lateral). No caso
atendido, observamos a paciente na segunda etapa, onde se caracteriza a posição
de auto-auscultação, depressão e sonolência e ausência de movimentos ruminais.
Durante o período deste estágio, também foi atendida uma fêmea na primeira etapa
do distúrbio, onde os animais ainda estão em estação, mas apresentam tremores
musculares, excitação e andar cambaleante, assim como, também foram atendidas
fêmeas em decúbito esternal o que caracteriza a terceira etapa da hipocalcemia.
O tratamento da hipocalcemia é bastante efetivo e a infusão intravenosa de
uma solução com 10 g de Ca na forma de borogluconato de Ca restabelece as
concentrações de Ca sangüíneo por 3 a 4 horas, o que é suficiente para que a vaca
sobreviva, e cerca de 70% a 80% delas se recuperem (BERCHIELLI et al., 2006).
Quando da aplicação de cálcio intravenoso, este foi diluído em uma solução
energética e administrado vagarosamente prevenindo dessa forma, uma parada
cardíaca e conseqüente morte súbita. Além disso, durante a administração realizou-
se o controle da freqüência cardíaca observando-se os efeitos do cálcio a medida
que o mesmo foi sendo aplicado.
Em todos os casos atendidos, foi realizado o esclarecimento do produtor
sobre as causas do distúrbio e feita a recomendação de medidas preventivas, como
o uso de ração pré-parto e retirada das fêmeas de pastagens nas semanas que
antecedem o parto, para evitar a ocorrência de novos casos na propriedade.
5.1.2 CETOSE
Caso clínico
Fêmea bovina, 35 dias pós-parto, quarta cria. Alimentação fornecida
apresentava deficiência em energia.
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Sinais clínicos
Fêmea apresentava andar cambaleante, cegueira, incoordenação motora e
atonia ruminal. Demais sinais vitais apresentavam-se inalterados.
Diagnóstico
Baseou-se nas evidências clínicas e epidemiológicas, sendo confirmado por
diagnóstico terapêutico.
Tratamento
- Glicose 25% (Lab. Prado), 500 ml via intravenosa.
- Cálcio (Pradocálcio, Lab. Prado), 200 ml via intravenosa.
- Dexametasona (Isacort, Lab. Eurofarma), 10 ml via intravenosa.
- Vitamina B12 (Catosal B12, Lab. Bayer), 10 ml, via intravenosa.
- Antitóxico (Mercepton, Lab. Bravet), 100 ml via intravenosa.
- Propilenoglicol (Dairy Dunk, Lab. Vansil), 1Kg via oral, duas vezes ao dia até
o término do conteúdo da embalagem.
Evolução do quadro
Houve completa recuperação do animal após o tratamento adotado.
Discussão
O aumento da oxidação de ácidos graxos é uma das características de
períodos de insuficiente consumo calórico, o que normalmente ocorre durante o final
da gestação e o início da lactação em ruminantes. Apesar de ruminantes
normalmente produzirem um dos corpos cetônicos através da beta-oxidação do
ácido graxo butirato pelo epitélio ruminal, a concentração de corpos cetônicos é
geralmente baixa durante períodos de consumo adequado de nutrientes. Entretanto,
quando o consumo calórico é reduzido e as necessidades energéticas aumentadas,
a concentração de corpos cetônicos aumenta, podendo ocasionar a doença clínica
conhecida como cetose (BERCHIELLI et al., 2006).
A cetose é uma doença relativamente comum em vacas de alta produção
leiteira, sendo as multíparas mais afetadas que as primíparas. Geralmente, a
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Sinais clínicos
Perda de apetite, queda na produção, sinais vitais alterados (temperatura
39,2°C, taquicardia, taquipnéia), mucosas com intensa icterícia e apresentava pulso
de jugular.
Diagnóstico Presuntivo
Através da sintomatologia clássica chegou-se ao diagnóstico de tristeza
parasitária.
Tratamento
- Antitóxico (Pradotectum Antitóxico, Lab. Prado), 100 ml via intravenosa.
- Oxitetraciclina (Solutetra Pronto Uso, Lab. Ibasa), 1 ml para cada 20 kg de
peso corporal. Aplicação, via intramuscular, de 24 em 24 horas, durante 4 dias.
- Diminazeno (Ganazeg 7%, Lab. Novartis), 1 ml para cada 20 kg de peso
corporal. Duas aplicações, via intramuscular, com intervalo de 24 horas entre as
aplicações.
Evolução do quadro
Não obtivemos informações sobre a resolução do quadro.
Discussão
Farias (1998) denomina tristeza parasitária bovina (TPB), o complexo de duas
enfermidades causadas por agentes etiológicos distintos, porém com sinais clínicos
e epidemiologias similares: babesiose e anaplasmose.
No Brasil, o carrapato Boophilus microplus transmite para os bovinos dois
protozoários (Babesia bovis e Babesia bigemina) responsáveis pela doença
denominada babesiose, e uma rickettsia (Anaplasma marginale) que causa a
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5.3.1 TÉTANO
Caso clínico
Macho bovino, castrado havia 15 dias. Apresentava-se em posição de
cavalete e com salivação abundante.
Sinais clínicos
Além da posição de cavalete e salivação, bovino apresentava trismo e
enrijecimento muscular.
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Diagnóstico Presuntivo
Baseado nos aspectos epidemiológicos e clínicos.
Tratamento
- Penicilina (Penjet, Lab. Clarion Biociências), 1ml para cada 10 kg de peso
corporal, via intramuscular.
Evolução do quadro
Após 72 horas do início dos sinais clínicos, não sendo apresentada melhora
do animal, proprietários procederam o sacrifício.
Discussão
De acordo com Raposo (1998), o tétano é uma doença infecciosa, altamente
fatal, causada por uma neurotoxina específica, produzida por Clostridium tetani em
tecidos infectados.
A infecção dos animais e do homem pode ocorrer como resultado da
contaminação de feridas, umbigo, aplicação de ferradura, cirurgia em baias,
aplicação de borracha para castração de ovinos, aplicação de brincos, injeções,
infecções uterinas no pós-parto, infecções de umbigo, brigas de animais de pequeno
porte, ferida causada por armadilhas, feridas profundas e penetrantes. Nestes locais,
formam-se as condições de necrose ideais (baixa tensão de oxigênio e potencial de
oxi-redução), permitindo a multiplicação do C. tetani e, subseqüentemente produção
de toxinas. Clostridium tetani produz 2 exoproteínas, uma hemolisina ou tetanolisina
e uma neurotoxina ou tetanoespasmina. A tetanoespasmina é responsável pelos
sinais clínicos da doença e os anticorpos para a toxina são protetores (GOMES,
2008).
O período de incubação do tétano é variável e depende das dimensões do
ferimento, grau de anaerobiose, número de bactérias inoculadas e título de
antitoxina do hospedeiro. Na maioria dos animais suscetíveis, os sinais clínicos
ocorrem uma a três semanas após a infecção bacteriana (RAPOSO, 1998). No caso
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Sinais clínicos
Apresentava abatimento, diminuição da produção e de um dos quartos
retirava-se apenas um líquido amarelo.
Diagnóstico
Através da sintomatologia evidente em um dos tetos da fêmea e CMT
positivo.
Tratamento
- Cefalexina + neomicina (Rilexine 200, Lab. Virbac), 1 bisnaga (10 ml) de 12
em 12 horas via intramamária, durante 3 dias.
- Cetoprofeno (Biofen 10%, Lab. Biofarm), 1,5 ml para cada 50 kg de peso
corporal, via intramuscular, durante 5 dias.
- Amoxicilina (Vetrimoxin L.A., Lab. Ceva Saúde Animal), 50 ml via
intramuscular em dose única.
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Evolução do quadro
Não obtivemos informações referentes ao quadro.
Discussão
Mastite é a inflamação da glândula mamária, que se caracteriza por
alterações físicas, químicas e organolépticas do leite e alterações no tecido
glandular. A mastite pode ser clínica (superaguda, aguda, subaguda ou crônica) ou
subclínica. A mastite bovina pode ser causada por agentes químicos ou físicos, mas
a maioria dos casos são causados por bactérias (LADEIRA, 1998). No caso acima
relatado, a fêmea apresentava-se com uma mastite clínica aguda, onde
detectávamos alterações na glândula mamária e no leite de um dos quartos,além
disso observamos leves alterações sistêmicas.
O Str. agalactiae é o agente etiológico que maiores perdas provoca na
produção de leite das vacas afectadas. No entanto, o S. aureus é aquele que causa
infecções mais resistentes e de mais difícil tratamento (TEIXEIRA et al., 2008).
Segundo Teixeira et al. (2008), uma mamite pode genericamente ser dividida
em três fases: fase invasão do agente, fase de infecção e fase de inflamação. A
entrada do microrganismo no canal do teto, que pode ocorrer entre ordenhas ou
durante a mesma ordenha, corresponde à fase de invasão. Em plena fase de
infecção, o agente reproduz-se no canal do teto, na cisterna do teto ou na cisterna
do úbere. O crescimento da bactéria pode continuar, mais ou menos rapidamente,
até atingir os alvéolos galactófaros.
Quando atingida a fase anterior, o organismo inicia uma resposta mais
vigorosa à infecção que se está a desenvolver no úbere. O sistema imunitário
comanda esta resposta com a passagem de leucócitos da corrente sanguínea para
os alvéolos na tentativa de combater e neutralizar as bactérias invasoras. Estes
leucócitos aliados ao tecido danificado, proteínas e bactérias começam a formar
farrapos/grumos por aglomeração entre si. O animal apresenta, nesta altura, sinais
de mamite clínica. Os grumos podem bloquear os ductos de leite, provocando uma
diminuição ou mesmo cessação total da produção leiteira. O úbere encontra-se
inflamado, quente, duro e doloroso. Toda esta cascata de acontecimentos
fisiopatológicos corresponde à fase de inflamação de uma mamite clínica.
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Sinais clínicos
Abatimento. Separada do grupo. Não se alimenta. Andar enrijecido.
Crepitação no quarto traseiro e flanco direito. Aumento de temperatura (39,2°C).
Gemidos quando flanco direito era pressionado, sugerindo alguma lesão neste local.
Diagnóstico Presuntivo
Realizado com base na epidemiologia e sinais clínicos.
Tratamento
- Penicilina (Penjet, Lab. Clarion Biociências), 1 ml para cada 10 kg de peso
corporal, via intramuscular, de 24 em 24 horas, durante 5 dias.
- Diclofenaco sódico (Vetflogin, Lab. Vallée), 1 ml para cada 50 kg de peso
corpóreo, via intramuscular, de 24 em 24 horas durante 3 dias.
Evolução do quadro
Doença levou terneira a óbito.
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Discussão
O carbúnculo sintomático é um enfermidade causada por Clostridium
Chauvoei. A doença ocorre quando a bactéria, que pode estar em estado latente no
organismo sem causar lesões, multiplica-se nos músculos produzindo toxinas que
causam uma miosite hemorrágica grave. Desconhecem-se os fatores que
determinam que a bactéria deixe seu estado de latência para causar enfermidade,
mas é possível que as condições favoráveis de anaerobiose ocorram em
conseqüência de traumatismos musculares. Ocorre em bovinos de 6 meses a 2
anos de idade. Ocasionalmente pode afetar terneiros de 3-6 meses (RIET-CORREA,
1998). No caso atendido, a provável razão para a ocorrência de carbúnculo
sintomático, foi uma lesão a nível de flanco causada pela cabeçada de outro animal
do rebanho.
Os animais acometidos apresentam-se anoréticos, deprimidos, febris e
mancam, apresentando um inchaço localizado, doloroso que se torna frio e
edematoso com crepitação ao toque. A morte ocorre dentro de 12 a 48 horas. Este
agente parece ter preferência por grandes músculos (quarto traseiro, diafragma e
coração) que, à necropsia apresentam aspecto seco, de coloração vermelho-escura
e esponjosos (GREGORY et al., 2006).
Na fêmea atendida, utilizamos tratamento a base de penicilina, porém não
houve reversão do caso, ocorrendo a morte da paciente. De acordo com Riet-Correa
(1998), os bovinos afetados podem ser tratados com altas doses de penicilina, mas
a maioria morre apesar do tratamento. Em caso de surto, os animais devem ser
vacinados imediatamente e revacinados 15-21 dias após.
5.4.1 PAPILOMATOSE
Caso clínico
Macho bovino, 18 meses de idade. Apresentava alteração nas mamas.
Sinais clínicos
Mamas completamente encobertas por papilomas (“verrugas”).
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Diagnóstico
Por meio dos sinais clínicos apresentados (lesões características) confirmado
pelo diagnóstico terapêutico.
Tratamento
- Vacina autógena, 10 ml via subcutânea, 3 doses com intervalo de 7 dias
entre doses.
- Clorobutanol (Verrutrat, Lab. Uzinas Chimicas Brasileiras), 1 ml para 20 kg
de peso corporal, via subcutânea, 3 doses com intervalo de 7 dias entre doses.
Evolução do quadro
Houve completa redução dos papilomas após o tratamento.
Discussão
A papilomatose é uma doença infecto contagiosa, freqüente e que acomete
os rebanhos bovinos, muitas vezes causando prejuízos consideráveis,
principalmente naqueles animais de importância econômica. Conhecida também
como verruga, figueira, epitelioma contagioso, entre outros, é uma enfermidade viral
que se caracteriza pela presença de lesões tumorais na pele, mucosas e em alguns
órgãos (NUNES, 2006).
O agente etiológico da enfermidade é um vírus pertencente a família
Papovaviridae, gênero papillomavírus. De acordo com a estrutura e composição do
DNA são conhecidos 6 tipos diferentes de papilomavírus bovinos (BPV) relacionados
com o aparecimento de tumores com diferentes locais e com estrutura macro e
microscópica distinta (SCHUCH, 1998)
Segundo Schuch (1998), a doença tem distribuição mundial. No Rio Grande
do Sul a enfermidade ocorre em todas as regiões, sendo mais freqüente em
pequenas propriedades leiteiras. A morbidade em um rebanho é geralmente baixa,
entretanto, em animais jovens, podem ocorrer surtos com morbidade alta. A
letalidade é baixa e quando ocorrem mortes são devidas ao enfraquecimento do
animal, pela presença de grande número de papilomas ou pela ocorrência de
miíases, que aparecem quando os papilomas são extirpados por traumatismos. No
caso acima relatado, a preocupação do proprietário do animal ao contatar-nos, era
25
6. ATENDIMENTOS OBSTÉTRICOS
Figura 3: Atendimentos
tendimentos obstétricos realizados durante o estágio.
ATENDIMENTOS OBSTÉTRICOS
35
30
25
20
15
10
5
0 N°° ATENDIMENTOS
Sinais clínicos
Edema fisiológico de úbere. Sinais de trabalho de parto.
Diagnóstico
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Através da palpação via genital, observou-se uma distocia fetal, onde feto
estava com apresentação longitudinal anterior, posição superior, com a cabeça
lateral.
Tratamento
- Procedeu-se o ajuste da estática fetal, e devido ao tamanho do feto, tornou-
se necessária uma episiotomia unilateral para então realizarmos a retirada do feto
vivo.
- No local incidido, suturamos com fio absorvível categute n° 5 (Lab.
Suturbras), aplicando ponto simples.
- Complexo energético (Polijet, Lab. Fagra), 500 ml via intravenosa.
- Cálcio (Glucovet, Lab. Allvet), 200 ml via intravenosa.
- Penicilina (Penjet, Lab. Clarion Biociências), 1ml para cada 10 kg de peso
corporal, de 24 em 24 horas, via intramuscular, durante 3 dias.
Evolução do quadro
Houve a completa recuperação da fêmea e a terneira nascida também
sobreviveu.
Discussão
Distocia caracteriza-se pelas dificuldades ou impedimentos que o(s) feto(s)
encontra(m) para ser(em) expulso(s) do útero, em decorrência de problemas de
origem materna, fetal ou de ambos (TONIOLLO & VICENTE, 2003). Segungo
Stainki, a distocia pode variar desde um atraso até a incapacidade de parir e as
conseqüências do parto distócico podem ser a morte do feto, diminuição da
produção em geral, redução da fertilidade, esterilidade e morte da fêmea.
As distocias podem ser de origem materna ou fetal. No caso acima relatado, a
origem da distocia era fetal, relacionada a estática fetal. De acordo com Toniollo e
Vicente (2003) as distocias de origem fetal, são anomalias fetais que podem ocorrer
durante a gestação (mal formações) ou no momento do parto, devido a estática fetal,
impedindo que este se concretize naturalmente. As causas podem ser agrupadas
em hidropisia (anasarca), enfisema, hidrocefalia, gigantismos, monstros, partos
gemelares ou múltiplos, encurtamentos tendíneos (flexão de membros), estática fetal
incorreta e anquilose.
28
Sinais clínicos
Retenção das membranas fetais, pequena elevação de temperatura (39.2 °C).
Demais sinais vitais inalterados.
Diagnóstico
Baseado no histórico de parto recente juntamente com a visível retenção das
membranas.
Tratamento
Introdução da mão via retal, com realização de massagem e
concomitantemente, uma leve tração na placenta exposta. Apenas parte da placenta
foi retirada através deste procedimento.
- Prostaglandina (Prostaglandina Tortuga, Lab. Tortuga), 2 ml via
intramuscular. Repetir após 11 dias.
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Evolução do quadro
Não obtivemos informações sobre o quadro.
Discussão
A retenção placentária é a falha na separação das vilosidades da placenta
fetal (cotilédones) com as criptas maternas (carúnculas). O período médio de
eliminação fisiológica está em torno de 12 horas na vaca e 8 horas em pequenos
ruminantes (TONIOLLO & VICENTE, 2003). Na maioria dos casos atendidos durante
este estágio, a placenta estava retida de 24 a 48 horas, para então, o produtor
recorrer a ajuda veterinária.
Como causas da retenção, Stainki cita as causas de origem infecciosa como
brucelose e leptospirose (pré-parto) contaminação via cervical (pós-parto);
nutricional como deficiências de vitaminas (A, D, E) e selênio; hormonal pela indução
do parto com corticóides ou prostaglandinas; inércia uterina por hipocalcemias e
distocias; tóxicas após emprego ou contato com drogas e produtos químicos; origem
hereditária; sexo do feto sendo de maioria incidência em fetos machos e raças,
sendo as leiteiras mais acometidas.
Em função da imaturidade do placentoma da vaca recém-parida, instala-se
imediatamente um edema nas vilosidades coriônicas, com hiperemia, necrose e
placentite. Após 12 horas, todo tecido retido sofre processo de autólise, com
concomitante infecção bacteriana e decomposição gradativa, tornando-se friável, de
cor amarelo-castanha e com odor pútrido. Nos primeiros dias o estado geral do
enfermo não se altera, porém após 48-72 horas surgem manifestações clínicas
graves, tais como inapetência e/ou anorexia, apatia, arqueamento do dorso, parada
da ruminação, febre e diminuição ou parada completa da lactação (GRUNERT et al.,
2005). Ao atendermos a fêmea, esta já manifestava alteração de temperatura em
função da retenção de placenta, e caso não fosse realizado o tratamento, os sinais
clínicos se agravariam.
O tratamento por nós utilizado variou de acordo com o caso atendido.
Segundo Toniollo e Vicente (2003), algumas recomendações devem ser feitas:
delicada tração manual; corte da porção exposta da placenta; oxitócicos nas
30
Sinais clínicos
Prolapso uterino total com inversão. Placenta ainda estava aderida ao útero.
Um dos fetos apresentava-se mumificado.
Diagnóstico
Baseado nos sinais evidentes de prolapso uterino.
Tratamento
- Remoção da placenta que ainda estava aderida ao útero.
- Higienização da superfície exposta com uso de água limpa e sabão neutro.
- Cloridrato de lidocaína (Anestédico Bravet, Lab. Bravet), 2 ml via epidural
(entre primeira e segunda vértebras coccígeas).
- N-butil brometo de hioscina + dipirona sódica (Buscopan Composto, Lab.
Boehringer Ingelheim), 10 ml via intramuscular, de 12 em 12 horas por 3 dias.
- Reposicionamento do útero.
- Sutura de Flessa no lábios vulvares.
- Sulfadiazina + trimetropim (Tridiazin, Lab. Vansil), 1 ml para cada 30 kg de
peso corporal, via intramuscular , de 24 em 24 horas, durante 5 dias.
Evolução do quadro
Logo após o procedimento, a fêmea acomodou-se sobre cama de feno e
amamentou o filhote. A retirada dos pontos ocorreu 5 dias após o atendimento.
Houve a completa recuperação da paciente.
31
Discussão
O prolapso uterino ocorre invariavelmente durante o parto ou algumas horas
depois, quando a cérvix está aberta e o útero fora de sua forma original. Prolapso do
corno uterino pós-grávido, normalmente é completo em vacas, e a massa do útero
se desloca totalmente para fora (JUNIOR, 2005).
Entre os fatores que possam determinar o prolapso podemos citar a
predisposição hereditária, idade (animais senis) que provoca flacidez dos ligamentos
e do diafragma pélvico, tração forçada (feto e placenta), fetos enfisematosos, lesões
do canal do parto, piso inclinado (estabulação), hiperestrogenismo e atonia uterina
devido a hipocalcemia, mas com presença de prensa abdominal (TONIOLLO &
VICENTE, 2003).
A sintomatologia observada é exatamente a vista no caso relatado, ou seja, a
exteriorização do útero, cólicas e sinais de dor manifestados pela fêmea. Essa
sintomatologia deixa claro o diagnóstico. O tratamento indicado, segundo a
literatura, é semelhante ao utilizado na fêmea atendida.
Segundo Toniollo e Vicente (2003), o prognóstico estará na dependência do
grau e tempo de ocorrência, sendo reservado a mau, inclusive observação de morte
súbita quando ocorrer ruptura do mesovário e/ou artéria uterina. Neste caso que
atendemos, o prognóstico foi favorável, já que o tratamento deu-se logo após o
prolapso.
Sinais clínicos
Fêmea com incapacidade de colocar-se em estação, dificuldade maior nos
membros posteriores. Manifestações de dor. Lesões na vulva devido a expulsão de
feto grande.
Diagnóstico
Realizado com base na epidemiologia e sinais clínicos.
32
Tratamento
- Cálcio (Pradocálcio, Lab. Prado), 500 ml via intravenosa.
- Complexo vitamínico (Pradovit, Lab. Prado), 50 ml via intravenosa.
- Vitamina B12 (Catosal B12, Lab. Bayer), 10 ml via intramuscular.
-Trifosfato sódico de adenosina (Adenozin, Lab. Fagra), 10 ml via
intramuscular. Repetir após 24 horas.
- Dexametasona (Isacort, Lab. Pearson), 10 ml via intramuscular, de 24 em 24
horas, durante 3 dias.
- Manutenção do animal sobre cama macia e movimentá-lo diariamente.
Evolução do quadro
Não foram obtidas informações sobre a resolução do quadro.
Discussão
Segundo Stainki, a paralisia obstétrica materna ocorre em novilhas que
apresentaram parto difícel, prolongado e principalmente as que sofreram tração
excessiva (parto distócico). Esta paralisia deve-se geralmente a lesão nervosa por
compressão do feto ao passar pelo conduto pélvico, atingindo os nervos ciático e
obturador. Durante o período de estágio, os casos de paralisia atendidos não foram
somente em novilhas, e sim em fêmeas com parto dificultado pelo tamanho do feto.
O prognóstico geralmente é reservado a desfavorável. Para a prevenção
deve-se utilizar precocemente a cesariana ou fetotomia, antes da passagem do feto
pelo canal pélvico.
O tratamento consiste no uso de antiinflamatório, vitaminas (B1- Tiamina, B6-
piridoxina), manter o animal em estação (erguida pela anca) sobre cama macia e
profunda. Promover movimentos (fisioterapia) freqüentes.
33
7. ATENDIMENTOS CIRÚRGICOS
ATENDIMENTOS CIRÚRGICOS
20
10
0
N° ATENDIMENTOS
Sinais clínicos
Laceração externa do teto, não houve lesão do canal do teto.
Diagnóstico
Realizado através da visualização da laceração em um dos tetos.
34
Tratamento
- Realizou-se a sedação da fêmea através da aplicação de acepromazina
(Acepran 1%, Lab. Vetnil), 1 ml para cada 100 kg de peso corporal, via
intramuscular. Aplicação de anestésico local cloridrato de lidocaína 2% (Anestésico
Bravet, Lab. Bravet), 15 ml ao redor da lesão.
- Para reconstrução do teto, utilizamos fio categute número 3, sutura
festonada (ancorada de Ford).
- Penicilina (Shotapen L.A., Lab. Virbac), 1 ml para cada 10kg de peso
corporal, via intramuscular. Repetir após 48 horas.
- Cetoprofeno (Biofen 10%, Lab. Biofarm), 1,5 ml para cada 50 kg de peso
corporal, via intramuscular de 24 em 24 horas durante 5 dias.
Evolução do quadro
Não obtivemos informações sobre a resolução do quadro.
Discussão
As lacerações de teto são comuns no gado leiteiro. Durante o estágio vários
casos foram atendidos, porém em sua maioria, os produtores não souberam relatar
de que forma as vacas laceram o teto.
A provável complicação da laceração do teto é a mastite. Estas lesões são
rapidamente colonizadas por bactérias que vão servir como importante reservatório
para as infecções. Material de preparo do úbere, mãos do ordenhador e a própria
máquina de ordenha pode facilitar a transferência de organismos infecciosos entre
os quartos mamários da mesma vaca, como entre indivíduos. A ênfase nos
procedimentos de higiene torna-se crucial para o controle de novas infecções,
sempre que as lesões estão presentes.
Dependendo da severidade e do tempo ocorrido, as lacerações podem ser
reparadas cirurgicamente. Lacerações recentes e superficiais (ocorridas em um
período de 12 horas), no qual o suprimento vascular não foi significativamente
danificado, podem ser corrigidas cirurgicamente com bom prognóstico. De outra
forma, tais lesões em um período de 48 horas, tornam-se intensamente
contaminadas necessitando de agressivos procedimentos de anti-sepsia e de
debridamento da ferida (STAINKI).
35
7.2 CESARIANA
Caso clínico
Fêmea bovina, segunda cria. Manifestou sinais de parto sem chegar a termo.
Sinais clínicos
A fêmea manifestava sinais de parto a 24 horas sem chegar a termo,
demonstrava inquietude, sapateio, distenção de abdômen.
Diagnóstico
Através do exame obstétrico, detectou-se torção uterina de grau médio,
confirmada no momento da cirurgia.
Tratamento
- Cesariana
Sedação com acepromazina (Acepran 1%, Lab. Vetnil), 1 ml para cada 100 kg
de peso corporal, via intramuscular. Anestesia epidural com cloridrato de lidocaína
2% (Anestésico Bravet, Lab. Bravet), 10 ml via epidural.
Decúbito lateral. Tricotomia de fossa paralombar esquerda e aplicação de
anestésico local cloridrato de lidocaína 2% (Anestésico Bravet, Lab. Bravet), em
forma de L invertido. Higienização e desinfecção do local a ser incidido.
Incisão de 25 cm para abertura da cavidade peritonial. Manipulação do útero
para exteriorização de uma região para então incidi-lo. Incisão sobre membro do
feto. Retirada do feto por tração, tomando o cuidado de não derramar conteúdo
uterino na cavidade. Feto foi retirado sem vida.
O útero suturado com categute n° 4 (Lab. Suturbras), sutura contínua
invaginante e após recolocado na sua posição anatômica. Planos musculares
também suturados com categute n° 4 (Lab. Suturbras), sutura festonada (ancorada
de Ford). Sutura de pele realizada com nylon (linha de pesca), sutura em U deitado.
36
Evolução do quadro
Houve a completa recuperação da fêmea. Os pontos de pele foram retirados
após 15 dias da data da cirurgia.
Discussão
Segundo Toniollo e Vicente (2003), a operação cesariana trata-se de uma
laparohisterotomia com finalidade de retirar um ou mais fetos, vivos ou mortos de
fêmeas uníparas ou multíparas na época do parto, podendo ser conservativa ou
radical (histerectomia).
As indicações, ainda segundo Toniollo e Vicente (2003), são inúmeras,
podendo citar: anomalias pélvicas da fêmea (angústia pélvica); conveniência (com
data de cobertura confirmada e para transferência de embriões); estática fetal
anômala não passível de correção; tamanho exagerado do(s) feto(s); monstros
fetais; histerocele gravídica; hidropisias (vaca); inércia uterina primária e secundária;
lesões do canal do parto; morte fetal com retenção, prolapso vaginal; obstrução da
via fetal mole por tumores ou cordões fibrosos; lacerações e perfurações uterinas
por assistência indevida; tempo prolongado de parto; torções uterinas irreversíveis e
toxemia gravídica.
37
7.3 ORQUIECTOMIA
Descrição do atendimento
Diversas castrações foram realizadas, na espécie suína, mas em sua grande
maioria na espécie bovina.
O procedimento iniciava-se com a contenção do animal. Higienização e
desinfecção do escroto. Anestesia local com cloridrato de lidocaína 2% (Anestésico
Bravet, Lab. Bravet), pele do escroto e intratesticular.
Incisão da pele do escroto, corte da túnica vaginal parietal sendo exteriorizado
cada testículo individualmente. Ligadura do plexo pampiniforme com categute n° 4
(Lab. Suturbras). Remoção do testículo e epidídimo. Higienização da região incidida.
Emprego de spray de sulfadiazina + alumínio + cipermetrina+ DDVP
(Bactrovet prata AM, Lab. König). Uso externo sobre o local incidido, durante 3 dias.
Aplicação de ampicilina anidra + colistina + dexametasona (Agroplus, Lab.
Virbac), 1 ml para cada 10 kg de peso corporal, via intramuscular.
Aplicação de ivermectina (Ivergen Premium, Lab. Biogenisis Bago), 1 ml para
cada 50 kg de peso corporal, via subcutânea.
Discussão
38
8. ATENDIMENTOS REPRODUTIVOS
REPR
ATENDIMENTOS REPRODUTIVOS
35
30
25
20
15 N° ATENDIMENTOS
10
5
0
Diagnóstico Anestro Total
Gestação
Discussão
De acordo com Pimentel (1998), o diagnóstico de gestação, nos diferentes
estágios, pode ser diagnosticada por palpação retal, observando as seguintes
características clínicas:
- 28 dias: geralmente só é viável em novilhas; caracteriza-se por apresentar
um espessamento de vesícula embrionária no corno uterino gestante.
- 32 dias: realiza-se o beliscamento (deslizamento do corio-alantóide sobre a
parede do útero) demonstrando a presença de paredes duplas. Esse procedimento
deve ser realizado no corno oposto ao do corpo lúteo, onde se encontra o embrião,
para que este não seja lesionado. Nesse período a placenta já se expandiu pelos
dois cornos.
- 45 dias: a assimetria é evidente e denomina-se pequena bolsa.
- 90 dias: o útero pode ser contornado em toda sua extensão com a mão e
chama-se grande bolsa.
- 120 dias: o útero toma forma de balão e não se consegue passar a mão por
debaixo dele, encontra-se distendido e tenso.
- 5 meses: a cérvice está pesada e afunilada para baixo e essa fase é
denominada fase de descida.
- 6 meses: o feto atinge a base do abdômen.
- 7 meses: o feto começa a voltar a cavidade pélvica, palpa-se a cabeça do
feto, denomina-se fase de subida.
- 8 meses: o feto começa a se posicionar para o parto.
8.2 ANESTRO
Caso clínico
Fêmea bovina, terceira cria, apresentando anestro.
Sinais clínicos
Anestro a 8 meses.
41
Diagnóstico
Realizou-se a palpação via retal, e observamos o aumento do ovário direito,
caracterizando a presença de cisto ovariano. Juntamente com a característica de
anestro, chegamos ao diagnóstico de cisto luteínico.
Tratamento
- Prostaglandina (Prostaglandina Tortuga, Lab. Tortuga), 2 ml via
intramuscular, repetir após 12 horas.
Evolução do quadro
Houve a manifestação de cio após o tratamento.
Discussão
O cisto luteinizado pode resultar da secreção insuficiente de LH para que haja
ovulação. Neste caso ocorre apenas luteinização da parede folicular por dissolução
da parede (membrana basal), permitindo que ocorra uma vascularização da
granulosa, com conseqüente perda de sua capacidade esteroidogênica, sem que
tenha havido ovulação e liberação de ovócito. Esse tipo de cisto cursa com anestro e
pode ser tratado com prostaglandina (PIMENTEL, 1998).
42
9. MANEJO ZOOTÉCNICO
MANEJO ZOOTÉCNICO
20
10
0
N° ATENDIMENTOS
9.1 MOCHAMENTO
Descrição do atendimento
O procedimento de mochamento ou descorna foi realizado em terneiras nos
primeiros meses de vida, onde, após uma boa contenção, removia-se
removia se os pêlos
pêl na
volta do botão córneo, posteriormente
osteriormente ocorria a remoção do botão córneo com o uso
de bisturi ou
u faca e em seguida aplicava-se
aplicava ferro quente com função de
cauterização.
Emprego de spray de sulfadiazina + alumínio + cipermetrina+ DDVP
(Bactrovet prata AM, Lab. König). Uso externo sobre a ferida,
ferida, durante 3 dias.
43
Discussão
Para Stainki o mochamento é a extirpação cirúrgica (exérese) ou a destruição
(química ou térmica) do botão córneo. De acordo com Neto (2000), os chifres devem
sempre ser removidos, para deixar os animais mais mansos e diminuir as brigas e
ferimentos.
Segundo Stainki, as técnicas consistem em:
- Recém nascido – até 15 dias (apresentando botão córneo móvel):
mochamento químico: aplica-se ao redor do botão córneo (0,5 cm) uma substância
oleosa (vaselina ou óleo mineral) e sobre o botão córneo aplicam-se substâncias
cáusticas, como nitrato de prata ou a soda cáustica, friccionando-se sobre o mesmo.
- Com mais de 15 dias (com botão córneo estando fixo): deve ser retirado
cirurgicamente e, logo após, procede-se a cauterização do ferimento.
O animal deve ser contido firmemente, os pêlos da região dos chifres devem
ser cortados com uma tesoura. Pressiona-se o ferro quente (em brasa) sobre o
botão do chifre, assegurando que houve a queima do mesmo (NETO, 2000).
Todos os procedimentos de mochamento foram realizados com o uso de ferro
quente, e logo após aplicamos spray cicatrizante e repelente para prevenir miíases e
acelerar a cicatrização.
Discussão
De acordo com Neto (2000), os tetos acessórios ou quinto teto não são
produtivos e atrapalham a higiene do úbere no momento da ordenha. Todos os
animais jovens devem ser revisados e a remoção deve ser feita o mais cedo
possível.
44
9.3 CASQUEAMENTO
Descrição do atendimento
O casqueamento foi realizado em fêmea bovina que apresentava os cascos
dos membros anteriores com crescimento excessivo. O crescimento de casco no
membro anterior esquerdo provocou uma leve claudicação no animal. Após a
retirada do excesso, a recuperação foi completa após poucos dias da realização do
procedimento.
Para o casqueamento, suspendeu-se o membro afetado e com o uso de uma
torquez removemos o excedente de casco. Em ambos os cascos afetados, o
procedimento foi o mesmo.
Discussão
Muitas vezes o desempenho do rebanho está aquém do esperado. Busca-se
então todo tipo de explicação, menos um dos mais simples, os problemas nos
cascos. Este tipo de problema causa prejuízo ao criador, pois afeta a vida produtiva
e reprodutiva dos animais. As unhas dos bovinos necessitam de um manejo
periódico. Este manejo é o casqueamento. As unhas crescem cerca de 0,6 cm ao
mês.
No entanto, as variadas condições climáticas e o manejo podem interferir na
consistência da composição das unhas. Surge então, com muita frequência, a má-
conformação de casco o casqueamento é um processo simples e que pode resolver
a maioria dos problemas. Basta que seja empregada a técnica correta. Outros
problemas, no entanto, são mais complexos, exigindo, às vezes, até intervenção
cirúrgica. A falta de um casqueamento regular pode gerar sérios problemas. Vários
fatores podem afetar a saúde dos cascos. O tipo de exploração, por exemplo, se é
intensiva ou extensivo; o clima, se é seco ou úmido; as instalações empregadas
para os animais e até a alimentação. Todos estes fatores agem com maior ou menor
intensidade, dependendo de cada condição específica. O que importa é que todos
45
MANEJO SANITÁRIO
150
100
50 N°° ATENDIMENTOS
0
Vacinação Vac. Carb. Vac. Carb. Total
Brucelose Sintomático Hemático
Discussão
A brucelose é uma doença infecto-contagiosa
infecto provocada
ovocada por bactérias do
gênero Brucella. Produz infecção característica nos animais, podendo infectar o
homem.. Sendo uma zoonose de distribuição universal, acarreta problemas
sanitários importantes e prejuízos econômicos vultosos.
47
Discussão
O carbúnculo sintomático é uma enfermidade causada por Clostridium
chauvoei. A doença ocorre quando a bactéria, que pode estar em estado latente no
organismo sem causar lesões, multiplica-se nos músculos produzindo toxinas que
causam um miosite hemorrágica grave. Ocorre em bovinos de 6 meses a 2 anos de
idade (RIET-CORREA, 1998).
O Bacillus anthracis é o agente etiológico do carbúnculo hemático. Os
esporos são altamente resistentes a tratamentos físicos e químicos e permanecem
viáveis por longos períodos no solo, em produtos de origem animal e no
equipamento utilizado para obtê-los. O curso da doença depende do sítio de
infecção e da suscetibilidade da espécie. O período de incubação, após a
contaminação do animal, provavelmente, seja de 1-2 semanas. A doença pode
ocorrer nas formas hiper-aguda, aguda, sub-aguda e crônica (FERNANDES, 1998).
Devido a grande importância destas doenças, a vacinação como medida
preventiva é amplamente utilizada, recomendamos a vacinação dos animais
48
CONTROLE SANITÁRIO
60
50
40
30
20
10 N° ATENDIMENTOS
0
Diagnóstico Diagnóstico Diag. Total
Tuberculose Brucelose Anemia
Infec.
Eqüina
Discussão
A brucelose é uma zoonose de distribuição mundial causada por bactérias
intracelulares facultativas pertencentes ao gênero Brucella. As brucelas resistem
bem à inativação no meio ambiente. Se as condições de pH, temperatura e luz são
favoráveis, elas resistem vários meses na água, fetos, restos de placenta, fezes, lã,
feno, materiais e vestimentas e, também, em locais secos (pó, solo) e a baixas
temperaturas (COSTA, 1998).
No animal infectado, as localizações de maior freqüência do agente são:
linfonodos, baço, fígado, aparelho reprodutor masculino, útero e úbere. As vias de
eliminação são representadas pelos fluidos e anexos fetais, eliminados no parto ou
no abortamento e durante todo o puerpério, leite e sêmen. A principal fonte de
infecção é representada pela vaca prenhe, que elimina grandes quantidades do
agente por ocasião do aborto ou parto e em todo período puerperal (até,
aproximadamente 30 dias após o parto), contaminando pastagens, água, alimentos
e fômites (LAGE et al., 2006).
Segundo Costa (1998), os sinais clínicos predominantes em vacas gestantes
é o aborto ou o nascimento de animais mortos ou fracos. Geralmente o aborto
ocorre na segunda metade da gestação, causando retenção de placenta, metrite e,
ocasionalmente, esterilidade permanente.
O controle da brucelose bovina é baseado na vacinação das terneiras e no
controle sorológico dos animais adultos. O controle da infecção causada pelas
outras espécies de Brucella baseia-se principalmente no controle sorológico. A
eliminação dos animais positivos é recomendada (COSTA, 1998).
Todos os diagnósticos sorológicos acompanhados foram negativos,
demonstrando a sanidade do rebanho, que deve-se principalmente a vacinação
realizada nas propriedades leiteiras da região.
Discussão
Segundo Lage et al., (2006), a tuberculose causada pelo Mycobacterium
bovis é uma zoonose de evolução crônica que acomete principalmente bovinos e
bubalinos. Caracteriza-se pelo desenvolvimento progressivo de lesões nodulares
denominadas tubérculos, que podem localizar-se em qualquer órgão ou tecido.
Diversas espécies, incluindo o homem, são sensíveis a infecção por M. bovis.
No entanto, os bovinos, caprinos e suínos são os mais suscetíveis. Em bovinos a via
mais freqüente de infecção é a respiratória, principalmente, em animais que
permanecem estabulados. Em terneiros alimentados com leite proveniente de vacas
com tuberculose ou em bovinos que bebem águas paradas contaminadas podem
ocorrer infecções pela via digestiva (RIET-CORREA & ANDRADE, 1998).
O controle da tuberculose fundamenta-se no bloqueio de pontos críticos da
cadeia de transmissão da doença. O primeiro passo a ser dado em uma unidade de
criação é conhecer a situação sanitária do rebanho. A identificação das formas de
infecção é feita por meio da implementação de uma rotina de testes tuberculínicos
com abate dos animais reagentes. Na compra de animais, antes da introdução no
rebanho, deve-se testá-los na origem e testá-los de novo logo após a entrada no
quarentenário da unidade de criação, respeitando-se o intervalo mínimo de 60 dias
entre os testes. Adotar como regra a aquisição de animais de propriedades livres de
doença. O risco de infecção é menor em rebanhos fechados (LAGE et al, 1998).
Alguns animais positivos foram detectados nos rebanhos da região, sendo os
mesmo sacrificados como medida de controle.
52
12. FOMENTO
13. CONCLUSÃO
15. ANEXO
A seguir serão ilustrados alguns casos atendidos durante o estágio curricular
supervisionado.