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Societária
Professor Me. Matheus Henrique Delmonaco
Professor Me. Rodrigo Gaspar de Almeida
Diretor Geral
Gilmar de Oliveira
Diretor Administrativo
Renato Valença Correia
<http://lattes.cnpq.br/2569885539130860>
<http://lattes.cnpq.br/6488559129142413>
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Bons estudos!
SUMÁRIO
UNIDADE I....................................................................................................... 6
Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
UNIDADE II.................................................................................................... 29
Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
UNIDADE III................................................................................................... 50
Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor
Adicionado
UNIDADE IV................................................................................................... 71
Notas Explicativas
UNIDADE I
Demonstrações Contábeis e Balanço
Patrimonial
Professor Me. Matheus Henrique Delmonaco
Professor Me. Rodrigo Gaspar de Almeida
Objetivos de Aprendizagem
• Discorrer sobre a Lei 6.404/1976 e as principais alterações introduzidas pela Lei
11.638/2007.
• Conhecer as características qualitativas da informação contábil da NBC TG Estrutura
Conceitual: fundamentais e de melhoria.
• Compreender sobre o Regime de Caixa e Regime de Competência.
• Conhecer o Conjunto Completo das Demonstrações Contábeis.
• Discorrer sobre o Balanço Patrimonial: critérios de classificação de grupos e contas.
• Conhecer a estrutura do Balanço Patrimonial conforme a Lei Societária brasileira.
Plano de Estudo
• A Lei 6.404/1976 e as principais alterações introduzidas pela Lei 11.638/2007.
• Características da informação contábil da NBC TG Estrutura Conceitual:
fundamentais e de melhoria.
• Pressuposto da Continuidade Regime de Caixa e Regime de Competência.
• Conjunto Completo das Demonstrações Contábeis.
• Balanço Patrimonial: critérios de classificação de grupos e contas.
• Balanço Patrimonial: estrutura conforme a Lei Societária brasileira.
6
INTRODUÇÃO
NBC TG ESTRU-
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divul-
CPC 00 02/12/2011 TURA CONCEI-
gação de Relatório Contábil-Financeiro
TUAL
CPC 01 Redução ao Valor Recuperável de Ativos 06/08/2010 NBC TG 01 (R4)
Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e NBC TG 02 (R3)
CPC 02 03/09/2010
conversão de demonstrações contábeis
CPC 03 Demonstração dos Fluxos de Caixa 03/09/2010 NBC TG 03 (R3)
CPC 04 Ativo Intangível 05/11/2010 NBC TG 04 (R4)
CPC 05 Divulgação sobre Partes Relacionadas 03/09/2010 NBC TG 05 (R3)
CPC 06 Operações de Arrendamento Mercantil 06/10/2017 NBC TG 06 (R3)
CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais 05/11/2010 NBC TG 07 (R2)
Custos de Transação e Prêmios na Emissão NBC TG 08
CPC 08 03/12/2010
de Títulos e Valores Mobiliários
CPC 09 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 30/10/2008 NBC TG 09
CPC 10 Pagamento Baseado em Ações 03/12/2010 NBC TG 10 (R3)
CPC 11 Contratos de Seguro 05/12/2008 NBC TG 11 (R2)
CPC 12 Ajuste a Valor Presente 05/12/2008 NBC TG 12
Adoção Inicial da Lei nº. 11.638/07 e da Medi- NBC TG 13
CPC 13 05/12/2008
da Provisória nº. 449/08
CPC 15 Combinação de Negócios 03/06/2011 NBC TG 15 (R4)
CPC 16 Estoques 08/05/2009 NBC TG 16 (R2)
Investimento em Coligada, em Controlada e NBC TG 18 (R3)
CPC 18 07/12/2012
em Empreendimento Controlado em Conjunto
CPC 19 Negócios em Conjunto 09/11/2012 NBC TG 19 (R2)
CPC 20 Custos de Empréstimos 02/09/2011 NBC TG 20 (R2)
CPC 21 Demonstração Intermediária 02/09/2011 NBC TG 21 (R4)
CPC 22 Informações por Segmento 26/06/2009 NBC TG 22 (R2)
Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e NBC TG 23 (R2)
CPC 23 26/06/2009
Retificação de Erro
CPC 24 Evento Subsequente 17/07/2009 NBC TG 24 (R2)
Provisões, Passivos Contingentes e Ativos NBC TG 25 (R2)
CPC 25 26/06/2009
Contingentes
CPC 26 Apresentação das Demonstrações Contábeis 02/12/2011 NBC TG 26 (R5)
CPC 27 Ativo Imobilizado 26/06/2009 NBC TG 27 (R4)
CPC 28 Propriedade para Investimento 26/06/2009 NBC TG 28 (R4)
CPC 29 Ativo Biológico e Produto Agrícola 07/08/2009 NBC TG 29 (R2)
Ativo Não Circulante Mantido para Venda e NBC TG 31 (R4)
CPC 31 17/07/2009
Operação Descontinuada
CPC 32 Tributos sobre o Lucro 17/07/2009 NBC TG 32 (R4)
CPC 33 Benefícios a Empregados 07/12/2012 NBC TG 33 (R2)
CPC 35 Demonstrações Separadas 31/10/2012 NBC TG 35 (R2)
CPC 36 Demonstrações Consolidadas 07/12/2012 NBC TG 36 (R3)
Adoção Inicial das Normas Internacionais de NBC TG 37 (R5)
CPC 37 05/11/2010
Contabilidade
CPC 39 Instrumentos Financeiros: Apresentação 02/10/2009 NBC TG 39 (R5)
CPC 40 Instrumentos Financeiros: Evidenciação 01/06/2012 NBC TG 40 (R3)
CPC 41 Resultado por Ação 08/07/2010 NBC TG 41 (R2)
Analisando o Quadro 01, é possível notar que existem pronunciamentos gerais (ou
amplos) como a NBC TG Estrutura Conceitual: e a NBC TG 26 (R5), e pronunciamentos
que são específicos a grupos como: Estoques, Imobilizado, Intangível, e outros pronuncia-
mentos que se referem a contas ou transações específicas como Receitas dos Contratos,
Contabilização de Seguros, Benefícios a Empregados, entre outros (CFC, 2011, 2011a).
Nesta disciplina, não iremos tratar de todos os Pronunciamentos Técnicos ou CPCs,
visto que alguns deles tratam de situações bem específicas e serão estudados com maior
profundidade em outras disciplinas do curso como: Contabilidade Intermediária, Contabili-
dade Avançada, entre outras.
No próximo tópico será explicado sobre as características fundamentais e de me-
lhoria das informações contábeis.
Exemplo 1
Em janeiro de 20x1, a Cia Mutante LTDA está elaborando suas demonstrações con-
tábeis para o exercício de 20x0 e para tanto, precisa contabilizar uma venda de mercadorias
de R$ 100.000,00 ocorrida em dez/20x0. O valor referente a essa venda foi negociado em
2 parcelas: 50% referente a uma entrada (à vista) e 50% para fevereiro de 20x1. Qual o
montante seria reconhecido nas demonstrações contábeis de 20x0 se a Mutante LTDA
utilizar o regime de competência? E se a Mutante LTDA utilizar o regime de caixa?
Resposta: Se a Mutante LTDA utilizar o regime de competência, vai reconhecer em
20x0 os R$ 100.000,00 (reconhece no período onde ocorreu a venda).
Por outro lado, se a Mutante LTDA utilizar o regime de caixa, reconhecerá R$
50.000,00 em dezembro de 20x0, e os outros R$ 50.000,00 em fevereiro de 20x1 (reconhe-
ce no período em que recebeu os fluxos de caixa).
Exemplo 2
Em janeiro de 20x1, a Cia Vingadora LTDA está elaborando suas demonstrações
contábeis para o exercício de 20x0 e para tanto, precisa contabilizar uma compra de mer-
cadorias de R$ 300.000,00 ocorrida em novembro/20x0. O valor referente a essa venda foi
negociado em 3 parcelas: 20% referente a uma entrada (à vista) e 40% para dezembro de
20x0 e 40% para janeiro de 20x1. Qual o montante seria reconhecido nas demonstrações
contábeis de 20x0 se a Vingadora LTDA utilizar o regime de competência? E se a Vingadora
LTDA utilizar o regime de caixa?
Resposta: Se a Vingadora LTDA utilizar o regime de competência, vai reconhecer
os R$ 300.000,00 em 20x0 (período onde ocorreu a compra).
Por outro lado, se a Vingadora LTDA utilizar o regime de caixa, reconhecerá R$
180.000,00 em 20x0, e os outros R$ 120.000,00 em 20x1 (período em que houve o desem-
bolso dos fluxos de caixa).
Fonte: elaborado pelos autores com base na NBC TG Estrutura Conceitual (CFC, 2011).
A Figura 03, enfatiza que o total do Ativo será a soma entre o Passivo e o Patrimônio
Líquido (CORBARI; MATTOS; FREITAG, 2012). São exemplos de cada um dos itens que
são evidenciados no Balanço Patrimonial, conforme CFC (2011a) (Quadro 02):
Conforme a NBC TG Estrutura Conceitual:, para que um item possa ser considera-
do como ativo tem que ser: (i) um recurso controlado pela organização como (ii) resultado
de eventos passados, do qual se espera que (iii) fluam futuros benefícios econômicos para
Exemplo 3
Em janeiro de 20x1, a Cia Ativa LTDA está elaborando suas demonstrações con-
tábeis para o exercício de 20x0 e para tanto, precisa classificar seus ativos em circulantes
e nao circulantes. Sabe-se que organização efetuou uma venda a prazo de R$ 3.600,00
em dez/20x0 para recebimento em 36 parcelas mensais de R$ 100,00, a primeira parcela
vende em jan/20x1. Qual o montante seria reconhecido nas demonstrações contábeis da
Ativa LTDA como ativo circulante e não circulante?
Resposta: A Ativa LTDA está elaborando seu Balanço Patrimonial para 31/12/20x0,
portanto, o montante a ser reconhecido como circulante, são os valores a receber até
31/12/20x1, no caso, 12 parcelas mensais de R$ 100,00, o restante das parcelas (24 par-
celas) serão reconhecidas como não circulantes. Desta forma, R$ 1.200,00 (12 parcelas
de R$ 100,00) seria considerado como Ativo Circulante e R$ 2.400,00 (24 parcelas de R$
100,00) seria considerado como Ativo Não Circulante.
Exemplo 4
Em janeiro de 20x2, a Cia Ativa LTDA está elaborando suas demonstrações contá-
beis para o exercício de 20x1 e para tanto, precisa classificar seus ativos em circulantes e
nao circulantes. Sabe-se que organização efetuou uma venda a prazo de R$ 3.600,00 em
dez/20x0 para recebimento em 36 parcelas mensais de R$ 100,00. Durante o exercício de
O Passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos
seguintes critérios:
• espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional da entidade (geralmen-
te doze meses);
• está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
• a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo duran-
te pelo menos doze meses após a data do balanço.
Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. Por exem-
plo, os passivos financeiros, que proporcionem financiamento em longo prazo (ou seja, não
façam parte do capital circulante usado no ciclo operacional normal da entidade) e cuja
liquidação não esteja prevista para o período de até doze meses após a data do balanço,
são passivos não circulantes.
Exemplo 5
Em janeiro de 20x1, a Cia Passiva LTDA está elaborando suas demonstrações
contábeis para o exercício de 20x0 e para tanto, precisa classificar seus passivos em circu-
lantes e nao circulantes. Sabe-se que organização contraiu um empréstimo de R$ 7.200,00
em dez/20x0 para pagamento em 36 parcelas mensais de R$ 200,00, a primeira parcela
vende em jan/20x1. Qual o montante seria reconhecido nas demonstrações contábeis da
Passiva LTDA como passivo circulante e não circulante?
Resposta: A Passiva LTDA está elaborando seu Balanço Patrimonial para
31/12/20x0, portanto, o montante a ser reconhecido como circulante, são os valores a pagar
até 31/12/20x1, no caso, 12 parcelas mensais de R$ 200,00, o restante das parcelas (24
parcelas) serão reconhecidas como não circulantes. Desta forma, R$ 2.400,00 (12 parcelas
de R$ 200,00) seria considerado como Passivo Circulante e R$ 4.800,00 (24 parcelas de
Exemplo 6
Em janeiro de 20x2, a Cia Passiva LTDA está elaborando suas demonstrações con-
tábeis para o exercício de 20x1 e para tanto, precisa classificar seus ativos em circulantes
e nao circulantes. Sabe-se que organização contraiu um empréstimo de R$ 7.200,00 em
dez/20x0 para pagamento em 36 parcelas mensais de R$ 200,00. Durante o exercício de
20x1, a Passiva pagou 12 parcelas. Qual o montante seria reconhecido nas demonstrações
contábeis da Passiva LTDA em 31/12/20x1 como passivo circulante e não circulante?
Resposta: A Passiva LTDA está elaborando seu Balanço Patrimonial para
31/12/20x1, dessa forma, ela deve baixar o valor pago, ou seja, o montante a pagar será R$
4.800,00 (R$ 7.200,00 – R$ 2.400,00). O montante a ser reconhecido como passivo circu-
lante, são os valores a receber até 31/12/20x2, no caso, 12 parcelas mensais de R$ 200,00,
o restante das parcelas (12 parcelas) serão reconhecidas como passivo não circulante.
Desta forma, R$ 2.400,00 (12 parcelas de R$ 200,00) seria considerado como Passivo
Circulante e R$ 2.400,00 (12 parcelas de R$ 200,00) seria classificado como Passivo Não
Circulante.
De acordo com a NBC TG Estrutura Conceitual: o grupo do Balanço Patrimonial,
Patrimônio Líquido, refere-se ao interesse residual nos ativos da entidade depois de dedu-
zidos todos os seus passivos.
São exemplos de itens classificados como Patrimônio Líquido: capital social (re-
cursos aportados pelos sócios), reservas de lucros e reservas para manutenção do capital.
As informações evidenciadas no Patrimônio Líquido permitem que os usuários
identifiquem quais os montantes referem-se a direitos sobre o desempenho da organização,
como o recebimento de dividendos.
Por vezes, a constituição de reservas é exigida pelo estatuto ou por lei para dar
à organização e seus credores uma margem maior de proteção contra os efeitos de pre-
juízos. A existência e o tamanho das reservas legais, estatutárias e fiscais representam
informações importantes para a tomada de decisão dos usuários.
Exemplo 7
Em janeiro de 20x1, a Cia Residual LTDA está elaborando suas demonstrações
contábeis para o exercício de 20x0 e para tanto, precisa classificar apurar o valor do Patri-
mônio Líquido. Sabe-se que organização possui um Ativo Total de R$ 200.000,00, possui
R$ 50.000,00 classificados como passivo circulante e R$ 40.000,00 como passivo não
LIVRO
Manual de Contabilidade Societária
Autor: Ernesto Rubens Gelbcke; Ariovaldo dos Santos; Sérgio de
Iudícibus; Eliseu Martins.
Editora: Atlas.
FILME
Fome de Poder
Ano: 2017
Sinopse: O filme retrata a história do empresário que revolucio-
nou o modelo de negócios de uma organização mundial do setor
alimentício. Este filme poderá contribuir com a sua formação ao
abordar facetas do mundo de negócio e ao enfatizar questões
relativas a marca e ativo intangível.
VÍDEO
No link abaixo há explicações sobre a diferença entre os Ativos Circulantes e Ativos Não
Circulantes, os quais são subgrupos do Balanço Patrimonial.
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=sEziQ9oIK5c&list=PLbXEfa3iXrdTET-
zaoJY7KggA10YP3TG44&index=4>. Acesso em: 14 mai. 2019.
Objetivos de Aprendizagem
• Discorrer sobre a Demonstração do Resultado (DR).
• Discorrer sobre a Demonstração do Resultado Abrangente (DRA).
• Abordar sobre a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).
• Apresentar a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
Plano de Estudo
• Demonstração do Resultado (DR).
• Demonstração do Resultado Abrangente (DRA).
• Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
29
INTRODUÇÃO
Bons estudos!
A partir desses conceitos dados pela Lei, pode se perceber que se enquadram
no pressuposto do Regime de Competência no CPC 00 (R1) – Estrutura Conceitual para
Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, que implica na confrontação
entre as receitas e as despesas, conforme descrito no item 95 do Pronunciamento Técnico
do CPC supracitado:
Reserva Legal
Reserva Estatutária
Outras Reservas
No exemplo da companhia Lactose S/A, por se tratar de uma sociedade por ações,
o seu lucro do período deve ser distribuído, não podendo ser acumulado, de acordo com Lei
n° 11.638/07. Dessa forma o saldo no final do exercício sempre será R$ 0,00 em períodos
em que a companhia tiver lucro.
Dos itens que NÃO afetam o patrimônio total de acordo do CFC (2011a) são:
Reservas
de Capital,
Opções Reser- Lucros ou Outros Re- Patrimônio
Capital So-
Outor- vas de Prejuízos sultados Líquido
cial Integra-
gadas e Lucros Acumula- Abrangen- Consolida-
lizado
Ações em (2) dos tes (3) do
Tesouraria
(1)
Saldos Iniciais
Aumento de Capital
Gastos com Emissão de
Ações
Opções Outorgadas Re-
conhecidas
O ano de 2001 pode ser considerado como determinante para a economia mundial.
Não só pelo atentado ao World Trade Center, mas por um acontecimento que mudará para
sempre a relação entre empresas e investidores. Tão alarmada e discutida (motivo de mais
de 50 reportagens em publicações de peso), a queda da Enron abala o mercado mais do
que a queda das torres gêmeas. Com seu pedido de concordata, suas ações que já haviam
caído de 90 dólares (agosto de 2000) atingiram um mínimo de 11 centavos em janeiro de
2002. Como pode um gigante com capitalização de mais de 50 bilhões de dólares implodir
em apenas um ano? A 6° maior empresa de energia do mundo em capitalização de merca-
do. Um conglomerado sediado em Houston, Texas, que faturou US$101 bilhões de dólares
em 2000. A 7° maior empresa dos EUA em faturamento segundo a publicação Fortune 500.
A Enron tem 25.000 milhas de gasodutos e uma rede de fibra óptica de 18.000 milhas.
Para entender o caso todo, que envolve os movimentos contábeis utilizados pela
Enron, acesse:
http://www.provedor.nuca.ie.ufrj.br/eletrobras/artigos/schmitt1.htm
LIVRO
Curso de Contabilidade Avançada em IFRS e CPC
Autor: Marcelo Cavalcanti Almeida
Editora: Atlas.
FILME
Margin Call - O Dia Antes do Fim
Ano: 2011
Sinopse: O filme retrata a crise financeira de 2008 e o papel dos
responsáveis em todo o processo. A trama se passa durante as 24
horas que antecederam o início da crise e tem como palco central
uma corretora imobiliária. Destarte, serão vislumbrados como
agem os tomadores de decisão, que são os usuários da Contabi-
lidade Societária.
VÍDEO
Neste vídeo é comentado sobre um assunto polêmico no mundo contábil, qual seja o pa-
trimônio líquido. É explicado se o Patrimônio Líquido é um grupo contábil (juntamente com
Ativos e Passivos) ou se é subgrupo do Passivo.
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=WfrHwDJy6PM&t=9s>. Acesso em: 14
mai. 2019.
Objetivos de Aprendizagem
Plano de Estudo
● Demonstração do Fluxo de Caixa.
● Estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa conforme Método Direto e Indireto.
● Demonstração do Valor Adicionado.
● Estrutura da Demonstração do Valor Adicionado conforme legislação societária.
50
INTRODUÇÃO
Quadro 02: Tipos de Fluxo do Caixa das organizações conforme o CPC 03.
Fluxo de Caixa das Ativi- São as principais atividades geradoras de receita da entidade
dades operacionais e outras atividades que não são de investimento e tampouco
de financiamento.
Fluxo de Caixa das Ativi- Referem-se à aquisição e à venda de ativos de longo prazo
dades de Investimento e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de
caixa.
Fluxo de Caixa das Ativi- Resultam em mudanças no tamanho e na composição do capi-
dades de Financiamento tal próprio e no capital de terceiros da entidade.
Entradas de Caixa das atividades operacio- Saídas de Caixa das atividades opera-
nais cionais
Recebimentos de caixa pela venda de produ- Pagamentos de caixa a fornecedores de
tos, mercadorias e prestação de serviços matéria-prima ou outro insumo de produ-
ção.
Recebimentos de caixa decorrentes de royal- Pagamentos de salários dos funcionários
ties, honorários, comissões e outras receitas.
Recebimentos de caixa por seguradora ou ou- Pagamentos de impostos sobre o fatura-
tros benefícios da apólice mento
São exemplos de atividades que geram entradas e saídas de Fluxo de Caixa das
atividades de investimento (Quadro 04):
São exemplos de atividades que geram entradas de Fluxo de Caixa das atividades
de financiamento (Quadro 05):
Exercício Resolvido 1
Exercício Resolvido 2
Exercício Resolvido 3
Exercício Resolvido 4
A organização Alvo Certo LTDA deseja conhecer o seu fluxo de caixa total de 20x1.
Sabe-se que ela teve os seguintes resultados em 20x1: saldo do fluxo operacional: R$
R= Para apurar o fluxo de caixa total, soma-se os 3 tipos de fluxos de caixa, quais
sejam: operacional, investimento e financiamento.
Fluxo de Caixa Total: R$ 286.240,00 – R$ 35.000,00 + R$ 11.500,00
Fluxo de Caixa Total: R$ 262.740,00
REFLITA
O Caixa ou equivalente de Caixa têm como característica possuir alta liquidez.
Fonte: o autor.
Com relação à estrutura de elaboração da DFC, o CFC (2016), nos itens 18 a 21,
enfatiza-se que a organização deve apresentar os 3 tipos de fluxo de caixa, quais sejam:
atividades operacionais, de investimento e financiamento.
Especificamente, o fluxo de caixa das atividades operacionais pode ser elabora-
do segundo o Método Direto (demonstra as principais classes de recebimentos brutos e
pagamentos brutos) e Método Indireto (evidencia ajustes ao lucro líquido ou o prejuízo é
ocasionados pelos efeitos de transações que não envolvem caixa) (CFC, 2016).
Logo, quando a organização apresentar o fluxo operacional pelo método direto, a
DFC é classificada como DFC elaborada pelo método direto, da mesma maneira, quando
o fluxo operacional é elaborado pelo método indireto, a DFC é classificada como DFC
elaborada pelo método indireto. (CFC, 2016)
Conforme o CFC (2016), quando a organização elabora a DFC pelo método direto,
apresenta as informações sobre as principais classes de recebimentos brutos e de paga-
mentos brutos. São exemplos de contas apresentadas: montante de vendas, dos custos
dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos.
Quando a organização apresenta a DFC pelo método indireto, inicia a demons-
tração pelo fluxo de caixa líquido advindo das atividades operacionais, o qual é apurado
ajustando ao lucro líquido (ou prejuízo), os efeitos de: (a) variações ocorridas no período
nos estoques e nas contas operacionais a receber e a pagar; (b) itens que não afetam o
caixa, tais como depreciação, provisões, tributos diferidos, ganhos e perdas cambiais não
realizados e resultado de equivalência patrimonial quando aplicável.
Ressalta-se que a organização pode apresentar a DFC por ambos os métodos.
Mas, quando optar pelo Método Direto, deve apresentar em notas explicativas a conciliação
entre o lucro líquido e o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais. Tal conciliação
deve apresentar, separadamente, por categoria, os principais itens dos ajustes ao lucro
líquido ou prejuízo para apurar o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais.
A seguir, apresenta-se os 2 métodos de elaboração da DFC conforme o CFC (2016).
No Quadro 07, refere-se ao modelo indireto da DFC e o Quadro 08, refere-se ao método
direto da DFC.
Em mi- Em mi-
lhares de lhares de
DESCRIÇÃO
reais reais
20X1 20X0
1 – RECEITAS
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2) Outras receitas
1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios
1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição)
2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS
(inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS)
2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3) Perda / Recuperação de valores ativos
2.4) Outras (especificar)
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
6.3) Outras
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO
8.1) Pessoal
8.1.1 – Remuneração direta
8.1.2 – Benefícios
8.1.3 – F.G.T.S
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.2.1 – Federais
8.2.2 – Estaduais
8.2.3 – Municipais
8.3) Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1 – Juros
8.3.2 – Aluguéis
8.3.3 – Outras
Exercício Resolvido 4.
Pessoal 40%
Governo 35%
Remuneração de Capital de Terceiros 20%
Remuneração de Capital Próprio 5%
LIVRO
Gestão do Fluxo de Caixa: perspectivas estratégica e tática.
Autor: Fábio Frezatti
Editora: Atlas.
Sinopse: O objetivo do livro é discorrer sobre o fluxo de caixa das
organizações. Traz a discussão de conceitos e proporciona a visão
de como elaborar fluxo de caixa de forma detalhada. Destarte, traz
exemplos de análises gerenciais envolvendo finanças, liquidez,
capital de giro, entre outros.
FILME
Capital C: The Crowdfunding Revolution
Ano: 2013.
Sinopse: O filme Capital C é o primeiro documento dedicado ao
movimento do crowdfunding (financiamento coletivo). Neste sen-
tido, o filme foca nas armadilhas que a era digital pode propiciar a
estes tipos de investimentos.
WEB
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
No link abaixo do site do SEBRAE consta uma planilha que as organizações podem utilizar
para estruturar seu fluxo de caixa. Salienta-se que o SEBRAE é uma Instituição voltada
para assessoria no controle das atividades das organizações.
WEB: Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/planilha-ajuda-
-a-fazer-fluxo-de-caixa-da-sua-empresa,adf8d53342603410VgnVCM100000b272010aR-
CRD>. Acesso em: 14 abr. 2019.
Objetivos de Aprendizagem
Plano de Estudo
71
INTRODUÇÃO
Bons estudos!
Segundo Hendriksen e Van Breda (2010) as notas explicativas não devem de ser
usados como substituto de classificação, avaliação e descrição apropriadas nas demonstra-
ções, tampouco devem contradizer ou repetir informações já contidas nas demonstrações.
No próximo tópico falaremos sobre como as notas explicativas devem ser divul-
gadas, o conteúdo mínimo exigido pela Lei das Sociedades por Ações regulamente que
devem ser evidenciadas nas notas explicativas, e quais informações os Pronunciamentos
Técnicos – CPC e o Conselho Federal de Contabilidade – CFC recomendam evidenciar nas
notas explicativas.
A Lei das Sociedades por Ações prevê, em seu art. 176, que as notas explicativas
com informações relevantes referentes às Demonstrações Contábeis, sejam publicadas. As-
sim a Lei estabelece que “as demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas
e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessárias para esclarecimento
da situação patrimonial e dos resultados do exercício” (BRASIL,1976).
As Notas Explicativas visam fornecer as informações necessárias para esclareci-
mento da situação patrimonial, ou seja, de determinada conta, saldo ou transação, ou de
valores ou itens relevantes relativos aos resultados do exercício, ou, ainda, para menção
de fatos que podem alterar futuramente tal situação patrimonial.
Uma nota explicativa também pode estar relacionada as Demonstrações Contá-
beis, como Demonstração do Valor Adicionado, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos
Acumulados. É o exemplo do valor relativo a Ajustes de Exercícios Anteriores por mudança
de prática contábil, ou por retificação de erros de exercícios anteriores, que deverá ser
esclarecido por uma nota explicativa.
O art. 176 da Lei das Sociedades por Ações menciona as bases gerais e as notas
explicativas a serem incluídas nas demonstrações contábeis:
I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações
financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas
para negócios e eventos significativos;
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no
Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demons-
trações financeiras;
Ainda em seu artigo 177 a Lei das Sociedades por Ações menciona estabelece que
devem ser indicados em Notas Explicativas os efeitos das mudanças de critérios contábeis.
De acordo com a Lei 6.404/76 os principais fatos que ocasionam ou devem ser expressos
em notas explicativas estão relacionados a seguir.
A entidade deve divulgar em suas demonstrações contábeis os principais critérios
de avaliação dos elementos patrimoniais. Mas deve apenas divulgar os critérios que se re-
firam a itens que sejam materiais ou relevantes. O objetivo de divulgar uma nota explicativa
explicando as práticas exercidas pela entidade permite aos usuários o conhecimento das
práticas contábeis que possam interferir numa melhor compreensão da situação patrimonial
e financeira da empresa e de suas operações. Essa informação é útil, pois, dependendo das
práticas contábeis utilizadas pela empresa, os resultados poderão sofrer variações. Assim,
permite aos usuários determinarem a comparabilidade das demonstrações contábeis da
empresa de um para outro período ou a comparação da posição financeira e dos resultados
das operações dessa empresa com a de outras. Portanto, a companhia deve divulgar as
práticas contábeis adotadas para todas as suas principais operações e elementos patrimo-
niais. (BRASIL,1976).
A entidade deve divulgar, nas notas explicativas, informação acerca dos pressupos-
tos relativos ao futuro e outras fontes principais de incerteza nas estimativas ao término do
Como o processo de elaboração das notas explicativas não é algo trivial e nem
rigidamente padronizado, os contadores, profissionais incumbidos de tal missão, devem
constantemente ponderar: o que, quando e como divulgar. No entanto, comumente, perce-
be-se a elaboração de notas explicativas com conteúdo irrelevante, com informação dema-
siada ou com uma literatura tão complexa, que o usuário da contabilidade não consegue
compreender as informações veiculadas nesses demonstrativos (Dias Filho, 2000).
A partir da Orientação - OCPC 07 (2014), notoriamente deixou clara a elaboração
das notas explicativas, num trabalho inédito em nível mundial, resumindo tudo o que as
normas dizem a respeito de evidenciação, com a já clássica conclusão: só se deve divulgar
o que for relevante, ou seja, o que puder influenciar usuários externos em suas decisões. O
que não for relevante simplesmente não deve ser divulgado.
A OCPC 07 (2014) foi elaborada considerando as diretrizes propostas pelo CPC 00
– Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, do
CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis e da Lei das Sociedades por
Ações n° 6.404/76, visando estabelecer que as informações materiais e relevantes devem
sempre ser divulgadas e evidenciadas nas demonstrações contábeis-financeiras. Caso a
entidade não tenha informações relevantes e materiais a serem divulgadas, não deve a
entidade fazer divulgação daquilo que não seja útil ou material. O que é explicito no item 31
do CPC 26 (R1): “A entidade não precisa fornecer uma divulgação específica, requerida por
Magazine Luiza:
https://ri.magazineluiza.com.br/Download/ITR-DFP-?=Tp4bxceKH46nJfI7OQiGCg==
Sanepar:
http://ri.sanepar.com.br/ptb/1720/RelatriodeAdmeDemonstraesContbeis2018.pdf
Vale:
http://www.vale.com/PT/investors/information-market/financial-statements/FinancialState-
mentsDocs/BRGAAP%204T18%20-%20Final.pdf
Itaú:
https://www.itau.com.br/relacoes-com-investidores/Download.aspx?Arquivo=EintnpeHiG-
DhGHpP/+MJjw==
LIVRO
Manual de Contabilidade Societária
Autor: Moisés Melo; Sergio Barbosa.
Editora: Freitas Bastos Editora.
FILME
Enron — Os mais espertos da sala
Ano: 2006
Sinopse: O filme traz a história da Enron, uma empresa norte
americana que ficou famosa devido escândalos envolvendo as
suas finanças. O filme tem a capacidade de contribuir com a sua
aprendizagem em Contabilidade Societária ao ilustrar os efeitos
da evidenciação de indicadores (ou números) incorretos.
VÍDEO
Este vídeo traz uma animação, na qual os personagens explicam sobre as Notas Explicati-
vas, as quais compõem as demonstrações contábeis.
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=0bu_eZhpxHI>. Acesso em: 14 mai.
2019.