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Contábeis
aplicados aos
Negócios
Contribuição da Academia à
disseminação do Conhecimento
Introdução
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Pronunciamentos Contábeis Aplicados aos Negócios
Vamos conhecer a visão do processo sobre o tema: tudo se inicia com, digamos,
duas empresas que desejam firmar um acordo contratual. Nesse acordo, estarão
formalizados todas as condições e os direitos de cada uma das partes, e conforme
apresentado anteriormente, terá um atributo essencial: o estabelecimento de cláu-
sulas para a operacionalização sob controle conjunto.
Segundo o CPC 19, os acordos contratuais podem ser comprovados de diver-
sas maneiras. Nem sempre serão celebrados por escrito, normalmente na forma de
contratos ou de discussões documentadas entre as partes. Mecanismos legais ou
estatutários também podem criar acordos, cujo cumprimento pode ser requerido
de modo coercitivo, seja por si só ou em conjunto com contratos celebrados entre
as partes. Em resumo, o acordo contratual pode cobrir inúmeros detalhes da ope-
ração do negócio e, em essência, terá algumas informações consideradas básicas
para a análise e compreensão dos contadores:
Exemplos práticos
Alianças entre empresas
Para ilustrar uma aliança estratégica entre empresas, relembraremos uma parceria
histórica surgida no Brasil: a formação da Autolatina. Embora na época não existis-
se essa norma contábil, a iniciativa promovida entre Ford e Volkswagen concreti-
zou-se em uma parceria, em 1987, que durou até meados de 1996. O acordo con-
tratual entre as duas montadoras tinha o objetivo de integrar fábricas e operações,
de modo a absorver ganhos de escala com a diluição e o compartilhamento de
custos. Somente em 1990 as fabricantes finalmente iniciaram o funcionamento da
nova empresa, que tinha 51% de suas ações controladas pela Volkswagen e 49%
pela Ford. Não deixaremos de lembrar de alguns dos veículos que foram lançados
e que eram resultado dessa parceria. Veículos como o Volkswagen Apollo e o Ford
Verona foram lançamentos que saíram da prancheta da área de Pesquisa e Desen-
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Pronunciamento Técnico-Contábil CPC 19 – Negócios em Conjunto
volvimento, que passou a atuar sob controle conjunto. Estava, então, formada uma
joint venture com o que chamamos de um “veículo separado”. Essa expressão pode
ser compreendida por ser uma “estrutura financeira separadamente identificável,
incluindo pessoas jurídicas separadas ou entidades reconhecidas por estatuto, in-
dependentemente de essas entidades terem personalidade jurídica” (CPC 19). Não
se tratava de incorporação ou fusão das duas empresas mas, sim, de um acordo
operacional com a constituição de uma pessoa jurídica, com benefícios para am-
bas as partes e para seu público consumidor.
SIM
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Pronunciamentos Contábeis Aplicados aos Negócios
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Pronunciamento Técnico-Contábil CPC 19 – Negócios em Conjunto
Esse material é completo, mas muito complexo, requerendo ser utilizado ade-
quadamente.
O tratamento contábil
Por último, temos a etapa do tratamento contábil do negócio em conjunto. Em
sendo uma operação em conjunto, a parte integrante deverá reconhecer:
• seus ativos, incluindo a parte que lhe cabe em algum ativo mantido con-
juntamente;
1
Sigla que significa Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas. Consiste em um documento básico de iden-
tificação que toda empresa precisa ter antes mesmo de iniciar suas atividades e que a identifica perante
a Receita Federal, assim como na pessoa física somos identificados por um CPF.
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Pronunciamentos Contábeis Aplicados aos Negócios
• seus passivos, incluindo a parte que lhe cabe em algum passivo mantido
conjuntamente;
• a receita resultante da venda de sua parte na produção (ou serviços) gerada
pela operação em conjunto;
• a parte que lhe cabe nas receitas de venda da produção (ou serviços) ge-
rada pela operação em conjunto; e
• suas despesas, incluindo a parte que lhe cabe em alguma despesa incor-
rida conjuntamente.
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Pronunciamento Técnico-Contábil CPC 19 – Negócios em Conjunto
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Pronunciamentos Contábeis Aplicados aos Negócios
Síntese final
Em síntese, a norma atual, de certa maneira, oferece uma simplificação ao trazer as
duas formas de um negócio em conjunto com mais clareza: a operação em conjun-
to e o empreendimento controlado em conjunto (joint venture).
Essas mudanças no teor do CPC 19 (R2) trouxeram efeitos relevantes para os ba-
lanços de incorporadoras imobiliárias no Brasil, que, por sua vez, deixaram de reali-
zar a consolidação proporcional de todos os seus empreendimentos para os quais
havia uma ou mais partes integrantes que compartilhavam o controle conjunto.
Assim sendo, as empresas desse segmento foram obrigadas a somente reconhecer
a equivalência patrimonial correspondente a sua participação em cada um desses
empreendimentos controlados em conjunto. Esse efeito, à época, foi chamado de
“efeito sanfona” nos balanços dessas empresas, face a redução dos ativos e passi-
vos totais decorrente da eliminação da possibilidade de se fazer a consolidação
proporcional.
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Pronunciamento Técnico-Contábil CPC 19 – Negócios em Conjunto
Referências
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Pronunciamentos Contábeis Aplicados aos Negócios
Flávio Riberi
Graduado em Ciências Contábeis e Economia pela PUC-SP e mestrando em Controladoria
e Contabilidade pela FEA/USP. Coordenador do MBA Controller e MBA Contabilidade e
Finanças EAD, professor dos cursos de graduação e pós-graduação da Fipecafi. Tem mais
de 17 anos de experiência em auditoria contábil, auditoria interna e controladoria, tendo
ocupado posições como controller, compliance officer e gerente de Auditoria em multina-
cionais. É pesquisador-membro do Centro de Estudos em Mercados financeiros e labora-
tório de Contabilidade Internacional, diretor-executivo da Anefac e avaliador do prêmio
Abrasca de Relatórios Anuais.
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