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CONTABILIDADE

AVANÇADA

Conteúdo:

Aline Alves
Combinação de negócios
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta unidade, você deve apresentar os seguintes aprendi-
zados:
„„ Reconhecer o conceito da combinação de negócios.
„„ Identificar os aspectos legais, societários e contábeis do processo.
„„ Analisar a abrangência da combinação de negócios.

Introdução
Os métodos de reorganização das sociedades podem ocorrer me-
diante processos de incorporações, fusão ou cisão, ou de outras for-
mas. Estes processos podem ser simples ou complexos. A incorpo-
ração ocorre quando uma ou mais sociedades têm seu patrimônio
absorvido por outra. A fusão acontece mediante a união de duas ou
mais sociedades formando uma nova. A cisão corresponde ao pro-
cesso de transferência das parcelas do seu patrimônio para uma ou
mais sociedades. Nas três situações a nova empresa assumirá as res-
ponsabilidades.
Neste texto, você vai entender de forma clara sobre os aspectos
societários, tributários e contábeis que envolvem todo o processo.

Reorganização societária
No processo de reorganização societária, você precisa compreender alguns
conceitos de forma bem transparentes. São eles:
Relação de substituição: se refere à relação entre os direitos dos sócios
efetivos, antes ou depois da transação. Nesse caso, os proprietários precisam
conservar o patrimônio efetivo antes da transação.
Métodos de avaliação: a legislação não exige nenhum critério específico
de avaliação. Contudo, dependendo da escolha da avaliação, poderão resultar
efeitos diversos. Devido a esse fato, podem acontecer casos em que a ava-
liação do negócio não está conforme protocolo. Nesses casos, o negócio acon-
tece pelo valor de mercado e a normatização segue o valor contábil.
Data-base da reorganização societária: nesse caso, a avaliação deve
ocorrer com base na posição do patrimônio em data específica. Dessa forma,

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nos processos de fusão, incorporação e cisão, você deve estar atento a duas
situações fundamentais:

„„ A data de avaliação do patrimônio líquido;


„„ A data de aprovação da assembleia para a incorporação.

Alterações patrimoniais posteriores: a transação é efetivada no mo-


mento de aprovação da assembleia. Todavia, as transações da sociedade con-
sideradas objeto do negócio seguem acontecendo normalmente. Com isso, no
período entendido como data-base e data de aprovação, ocorrerá um aumento
patrimonial, ou seja, lucro ou redução correspondendo ao prejuízo decorrente
das atividades da empresa. Os resultados decorrentes são denominados de
“variações patrimoniais posteriores”, que deverão ser destinadas conforme
protocolo.
Valor do reembolso referente às ações dos acionistas contraditórios:
conforme o protocolo ou estatuto, os acionistas que não concordarem com os
termos da negociação deverão ser beneficiados. Eles têm a possibilidade de
saída da sociedade. Dessa forma, receberão o valor de suas ações conforme o
determinado. O reembolso poderá ser compreendido por meio da legislação,
no artigo 45 da Lei 6.404/76.
Por meio da negociação de organizações, surgem ótimas oportunidades
para ganhos relevantes de capital. A compra de empresas possui fases cres-
centes e decrescentes nos mercados financeiros internacionais. Nesse sen-
tido, os processos de compra e fusão de entidades podem envolver recursos
relevantes. A busca das empresas por advogados se explica por esse evento,
vinculado à dificuldade das questões operacionais, fiscais e legais do pre-
domínio de processos de negociações envolvendo a aquisição e a fusão de
organizações.

Em conciliação ao processo de convergência das normas contábeis com as normas


internacionais de contabilidade, o CPC emitiu o Pronunciamento Técnico CPC 15 –
Combinação de Negócios, vinculado à IFRS 3 – Normas Internacionais de Contabili-
dade.

A combinação de negócios se refere a um evento em que um comprador


adquire o controle sobre um ou mais negócios. Sua finalidade é melhorar a

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significância, a confiança e a equiparação dos dados concedidos pela em-


presa, por meio das suas demonstrações contábeis, a respeito da combinação
de negócios e seus reflexos. Você deve saber que a particularidade principal
da combinação de negócios é a aquisição do controle de um negócio.

Aspectos societários e legais


Em concordância com a legislação, a combinação de negócios é amparada
pela Lei 6.404/76 e pela Lei 9.457/97. Já na ocorrência de reestruturação so-
cietária em companhias abertas, existe a obrigação de remeterem-se as Ins-
truções 319/99, 349/01 e 469/08.
A Lei 6.404/76, artigo 223, afirma que a incorporação, a fusão ou a cisão
podem ocorrer no meio de sociedades da mesma espécie ou diferentes. Essa
lei também afirma que esses processos precisarão ser determinados na forma
prevista, para a modificação de estatutos específicos ou contratos sociais.

Como exemplo dessa situação, você pode considerar uma sociedade por ações. Nela,
a determinação ocorrerá por meio de assembleia geral extraordinária, que deve obe-
decer à legislação, de acordo com o estatuto. Já na sociedade limitada, ocorrerá o que
estiver estabelecido em contrato, observando cada situação. Na ocorrência da origem
de uma sociedade – por exemplo, no caso da cisão –, você precisa analisar as normas
que regulam a constituição do tipo societário específico. Dessa forma, a cisão que cor-
responda a uma nova empresa deverá ser elaborada em conformidade com a legis-
lação, de acordo com a Lei das Sociedades por Ações.

Aa CPC 15 R1 determina alguns princípios e obrigações relacionados ao


comprador. Por exemplo:

„„ O método como são reconhecidos e mensurados, mediante demons-


trações contábeis, os ativos identificáveis contraídos, os passivos ado-
tados e as participações societárias de não controladores na empresa
comprada;
„„ Os critérios de reconhecimento e mensuração do ágio por meio de
perspectiva de rentabilidade futura, decorrente da combinação de ne-
gócios ou do recebimento originário da aquisição benéfica;

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„„ Os dados que precisam ser publicados para permitir aos usuários das
demonstrações contábeis mensurarem a natureza e os reflexos finan-
ceiros da combinação de negócios.

O Pronunciamento CPC 15 R1 não pode ser praticado nas seguintes ocasiões:

(a) na contabilização da formação de negócios em conjunto em


suas demonstrações contábeis (Alterada pela Revisão CPC 06);
(b) na aquisição de ativo ou grupo de ativos que não constitua
negócio nos termos deste Pronunciamento. Nesse caso, o ad-
quirente deve identificar e reconhecer os ativos identificáveis
adquiridos individualmente (incluindo aqueles que atendam
à definição de ativo intangível e o critério para seu reconheci-
mento de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 04 – Ativo
Intangível) e os passivos assumidos. O custo do grupo deve ser
alocado individualmente aos ativos identificáveis e aos passivos
que o compõem com base em seus respectivos valores justos na
data da compra. Operações e eventos desse tipo não geram ágio
por expectativa de rentabilidade futura (goodwill);
(c) em combinação de entidades ou negócios sob controle co-
mum (os itens B1 a B4 contêm orientações adicionais).
2A. Os requisitos deste Pronunciamento não se aplicam à aqui-
sição por entidade de investimento, conforme definido no Pro-
nunciamento Técnico CPC 36 – Demonstrações Consolidadas, de
investimento em controlada que deva ser mensurado ao valor
justo por meio do resultado.

Diferença entre incorporação, fusão e cisão


Incorporação: o processo de incorporação pode ser compreendido por meio
da Lei 6.404/76, artigo 227. Essa lei afirma que, na incorporação, ocorre a
absorção de uma ou mais sociedades por outra, que assume todos os seus
direitos e obrigações, obedecendo aos artigos 223 a 226 da mesma lei. Nesse
processo, as empresas incorporadas deixam de existir, e a entidade incorpora-
dora passa a ser a responsável pelas suas personalidades jurídicas.

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A operação da incorporação gera efeitos internos e externos nos plane-


jamentos societário, tributário e fiscal. A transação de incorporação poderá
ser realizada por meio do valor contábil. No entanto, a Lei 6.404/76 requisita
um laudo de avaliação com o intuito de proteger terceiros e acionistas. Dessa
forma, essa lei não permite que os bens sejam integrados ao patrimônio da
organização com valor superior ao de mercado. Além disso, não permite a
incorporação de bens com valores inferiores ao de mercado.

Para o processo de incorporação, é preciso que ocorram três assembleias gerais das
sociedades que demonstrem interessem. Uma das assembleias deve ser realizada na
empresa incorporada e duas na empresa incorporadora.

Você deve estar atento aos seguintes aspectos do processo de incorporação:

„„ Após a aprovação do protocolo, a assembleia geral deverá autorizar


o aumento de capital a ser subscrito e realizado pelos proprietários
vigentes da empresa incorporadora. Isso deverá ser feito a partir da
versão do seu patrimônio líquido. Dessa forma, é preciso identificar os
peritos que realizarão a avaliação;
„„ Na aprovação do protocolo pela assembleia geral, a empresa incorpo-
rada irá autorizar seus administradores a executar os atos previstos
para a incorporação, inclusive a subscrição do aumento de capital da
incorporada;
„„ A incorporadora será extinta por meio da aprovação da assembleia
geral da incorporada, do parecer de avaliação e da incorporação. A
empresa incorporada é responsável por articular a organização, o ar-
quivamento e a divulgação dos atos da incorporação.

Fusão: por meio dessa transação, ocorre a união de duas ou mais em-
presas com o objetivo de formar novas organizações. Estas vão assumir todas
as responsabilidades com relação aos direitos e obrigações, de acordo com o
artigo 228 da Lei 6.404/76.
Pela fusão, o patrimônio da nova empresa será definido com base na ava-
liação decorrida, considerando as empresas envolvidas. A nova empresa re-
sultará da união dos patrimônios fundidos. No processo de transação, você
deve observar as normas aplicadas à incorporação, porém sob o argumento de

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que na fusão as organizações atraídas ao processo desaparecerão, originando


outra empresa. No término do processo, o novo estatuto deverá ser elaborado
e aprovado pela assembleia geral.

Como procedimento da fusão, três assembleias gerais devem ser realizadas, ocorrendo
uma em cada organização e uma determinante, que definirá a criação de uma nova
sociedade.

Cisão: esse procedimento obedece ao artigo 229 da Lei 6.404/76. Nele,


ocorre uma transação pela qual a empresa transporta parcelas do patrimônio
líquido para uma ou mais empresas que foram constituídas para esse fim ou
que já existiam. Dessa forma, a empresa cindida é exterminada. Isso pode
ocorrer pela cisão total de todo o patrimônio ou pela divisão do seu capital,
por meio de cisão parcial.

Existem duas formas de cisão: total ou parcial. Na cisão total, a empresa é liquidada. Na
parcial, ela perdura com redução do seu capital.

A transação da cisão apresenta efeitos societários, tributários e contábeis.


Na cisão, ocorrem alterações em todas as empresas envolvidas no processo,
exceto na criação de uma empresa nova. Na cisão parcial, a empresa passa a
ter parcelas menores do seu patrimônio, com efeitos resultantes na sua estru-
tura e na sua contabilidade. Por consequência, as empresas que recebem essas
parcelas têm o aumento do capital.

Alienação de controle
A alienação de controle é a transferência, realizada direta ou indiretamente,
de ações inseridas ao controle. Ela se refere a ações ligadas aos acordos de
acionistas e de valores mobiliários modificados em ações com direitos de
subscrição de ações referentes a outros títulos; ou ainda a diretos relacionados

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a valores mobiliários transformados em ações que possam originar a alie-


nação do controle acionário da empresa.
Para melhor compreensão, você pode verificar o que diz o artigo 254-A da
Lei 6.404/76, conforme segue:

Art. 254-A. A alienação, direta ou indireta, do controle de com-


panhia aberta somente poderá ser contratada sob a condição,
suspensiva ou resolutiva, de que o adquirente se obrigue a fazer
oferta pública de aquisição das ações com direito a voto de pro-
priedade dos demais acionistas da companhia, de modo a lhes
assegurar o preço no mínimo igual a 80% (oitenta por cento) do
valor pago por ação com direito a voto, integrante do bloco de
controle. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 1º Entende-se como alienação de controle a transferência, de
forma direta ou indireta, de ações integrantes do bloco de con-
trole, de ações vinculadas a acordos de acionistas e de valores
mobiliários conversíveis em ações com direito a voto, cessão de
direitos de subscrição de ações e de outros títulos ou direitos re-
lativos a valores mobiliários conversíveis em ações que venham a
resultar na alienação de controle acionário da sociedade. (Incluí-
do pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 2º A Comissão de Valores Mobiliários autorizará a alienação de
controle de que trata o caput, desde que verificado que as con-
dições da oferta pública atendem aos requisitos legais. (Incluído
pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 3º Compete à Comissão de Valores Mobiliários estabelecer nor-
mas a serem observadas na oferta pública de que trata o caput.
(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 4º O adquirente do controle acionário de companhia aberta
poderá oferecer aos acionistas minoritários a opção de permane-
cer na companhia, mediante o pagamento de um prêmio equi-
valente à diferença entre o valor de mercado das ações e o valor
pago por ação integrante do bloco de controle. (Incluído pela Lei
nº 10.303, de 2001).

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Aquisição de controle
A aquisição de controle é distinta da alienação de controle. Na existência da
alienação de controle, há antes um verdadeiro controlador que realiza a venda
do controle até para um comprador. Porém, na aquisição de controle, o com-
prador pode obter o controle por meio da compra – por exemplo, pela compra
de ações de investidores –, sem a necessidade de existir um investidor entre
eles ou um conjunto de investidores que possuam o controle.
O artigo 257 da Lei 6.404/76 afirma o seguinte:

Art. 257. A oferta pública para aquisição de controle de compa-


nhia aberta somente poderá ser feita com a participação de ins-
tituição financeira que garanta o cumprimento das obrigações
assumidas pelo ofertante.
§ 1º Se a oferta contiver permuta, total ou parcial, dos valores
mobiliários, somente poderá ser efetuada após prévio registro na
Comissão de Valores Mobiliários.
§ 2º A oferta deverá ter por objeto ações com direito a voto em
número suficiente para assegurar o controle da companhia e será
irrevogável.
§ 3º Se o ofertante já for titular de ações votantes do capital da
companhia, a oferta poderá ter por objeto o número de ações
necessário para completar o controle, mas o ofertante deverá fa-
zer prova, perante a Comissão de Valores Mobiliários, das ações
de sua propriedade.
§ 4º A Comissão de Valores Mobiliários poderá expedir normas
sobre oferta pública de aquisição de controle.

Aquisição de controle com goodwill


Na CPC 15, você pode verificar que o ágio mediante rentabilidade futura é
determinado como um ativo que retrata privilégios econômicos futuros de-
correntes dos ativos obtidos pela combinação de negócios. Esses ativos não
são identificados de forma individual e reconhecidos separadamente. Consi-
derando como base a avaliação efetivada com relação à data de aquisição e
às exigências do pronunciamento, o comprador precisa reconhecer o ágio por

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rentabilidade futura (goodwill), designada pela divergência positiva existente


entre:

„„ O valor justo referente à contraprestação deslocada em troca do con-


trole, adicionado ao valor das participações de não controladores na
adquirida e, havendo possibilidade, ao valor justo de qualquer partici-
pação que tenha antecedido o adquirente na adquirida;
„„ O valor justo referente aos ativos identificáveis obtidos, líquido dos
passivos admitidos.

Na possibilidade de uma diferença negativa, o comprador precisará con-


siderar como ganho uma compra vantajosa no resultado do período, nesse
caso um deságio. A situação mencionada, referente à compra vantajosa, não
é considerada, porém não é impossível. Ela pode acontecer, por exemplo, na
combinação de negócios que decorram de uma venda imposta.

Antes do reconhecimento sobre o ganho resultante da compra vantajosa, o comprador


deve favorecer uma conferência. Ela serve para constatar que todos os ativos obtidos e
os passivos admitidos foram identificados e avaliados de forma correta. Nesse sentido,
é preciso revisar os processos de mensuração usados para medir a participação dos
não controladores por meio de qualquer participação antecedente ao comprador na
adquirida e da contraprestação que sofreu transferência em virtude do controle da
adquirida. O principal objetivo é garantir que as mensurações retratem de forma ade-
quada todos os dados disponíveis, possuindo como data-base a data em que ocorreu
a aquisição.

A contraprestação que foi substituída por controle da adquirida precisa ser


avaliada pelo seu valor justo na data em que ocorreu a transação. Para isso,
você deve observar o seguinte cálculo:

a. Ativos que foram transferidos pelo adquirente, podendo considerar di-


nheiro ou outros ativos ou negócios;
b. Passivos incorridos pelo adquirente em conjunto com os ex-sócios da
adquirida;
c. Instrumentos patrimoniais formulados pelo adquirente, como as ações
ordinárias, as ações preferenciais, as quotas de capital, os bônus de
subscrição, as participações em entidades de mútuo e as opções.

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A exceção que não se enquadra nessa regra se refere à mensuração de


valor justo. Ela se aplica na ocorrência dos planos de pagamento com base em
ações do comprador. Eles são fornecidos em substituição aos planos de paga-
mentos com base em ações, que estão em posse dos funcionários da adquirida
e inseridos na determinação da contraprestação. Em virtude dessa situação,
a mensuração deve possuir como base a CPC 10, que trata sobre pagamento
baseado em ações.

Enfoques contábeis
No aspecto contábil da cisão, cabem as mesmas observações feitas sobre a incor-
poração, obedecendo a seus tipos. Para sua contabilização, você deve realizar os
seguintes lançamentos na empresa que sofreu a cisão e na receptora:

a. Efetuar lançamento a crédito nas contas ativas pelo valor referente às


parcelas que devem ser transferidas para a empresa nova. Em contra-
partida, debitar a conta cisão, criada para fins de registro da operação;
b. Realizar o débito das contas passivas referente ao valor das parcelas
transferidas para a empresa nova. Além disso, creditar a conta cisão,
criada anteriormente.
c. Efetuar débito na conta de capital social pelo valor que representa o
patrimônio líquido transferido. Depois, efetuar a crédito a conta de só-
cios retirantes;
d. Debitar a conta de sócios retirantes pelo montante da operação, credi-
tando, em contrapartida, a conta cisão.

A CVM é responsável por definir as regras especiais de mensuração e contabilização


que são praticáveis às transações relacionadas à fusão, à incorporação e à cisão, em
concordância com o artigo 226 da Lei 6.404/76. Essa lei abrange a companhia aberta,
assim como a alienação de controle por outros métodos que não seja a incorporação,
a fusão ou a cisão. Quanto às questões contábeis, a norma executável, conforme apro-
vação da CVM pela Deliberação 580/09, é o Pronunciamento Técnico CPC 15.

Já no processo de incorporação, a empresa incorporadora deverá realizar


o registro contábil ou um aumento de capital, ou ainda um ganho ou uma

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perda patrimonial, por meio das contas de apuração de resultado. O aumento


de capital só acontece quando a incorporadora não participa do capital da em-
presa incorporada. Na ocorrência de participação desse capital, você precisa
realizar a apuração do respectivo resultado, que deve ser lançado em conta
diferenciada. Isso precisa ser feito por meio de um comparativo entre o valor
da participação à qual será dada baixa e o valor correspondente ao patrimônio
incorporado.
Para os aspectos contábeis da fusão, no que for aplicável com relação à
avaliação, aos balanços e aos registros contábeis, você deve considerar as ob-
servações realizadas sobre os aspectos contábeis da incorporação.

Na legislação, você pode verificar os regulamentos sobre o processo da combinação de


negócios nas Leis 6.404/76, 9.457/97 e 10.303/01, sempre que as diversas informações
não forem suficientes.

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1. Com relação ao processo de reorga- c) O CPC 15 que aborda a combi-


nização societária, escolha a alterna- nação de negócios não pode
tiva correta: ser aplicado na contabilização
a) Pode ser considerado funda- da formação de negócios em
mental nos processos de reor- conjunto em suas demonstrações
ganização societária a data de contábeis.
avaliação do patrimônio líquido. d) Uma situação onde o CPC 15 é
b) Na reorganização societária de completamente aplicável, ocorre
acordo com os métodos de ava- em combinação de entidades ou
liação, existem critérios que são negócios sob controle comum.
obrigatórios e específicos para a e) De acordo com o CPC 15, é
avaliação. entendido como princípios e
c) Quanto a relação de substituição obrigações, a extinção posterior
podemos afirmar que é uma a mensuração do ágio, mediante
relação referente as obrigações estimativas futuras de rentabili-
dos sócios, antes ou depois da dade.
transação. 3. Com relação ao processo de incor-
d) Relativo as alterações patrimoniais poração, escolha a alternativa que
posteriores, é correto afirmar que considerar correta:
a operação é considerada efetiva a) O artigo que explica todo o pro-
quando os sócios decidem entre cesso de incorporação é o art. 337.
eles mesmos a aprovação ou não. b) A operação de incorporação po-
e) O valor do reembolso referente derá ser realizada mediante valor
às ações dos acionistas contra- contábil, no entanto, a legislação
ditórios diz que de acordo com exige um laudo de avaliação com
o voto dos sócios, os acionistas o intuito de proteger terceiros e
que não concordarem com os acionistas.
termos da negociação, devem ser c) No processo de incorporação,
beneficiados, por exemplo, com apenas uma única Assembleia
sua saída da sociedade. Geral decisiva basta.
2. De acordo com os aspectos legais d) No processo de incorporação, as
e societários, verifique as opções e empresas incorporadas perma-
aponte a única correta: necem na decisão de opiniões
a) A combinação de negócios é que são tomadas em conjunto.
regulamentada pela Lei 6.404/79. e) É permitido mediante a lei que
b) O artigo que aborda o processo os bens sejam integrados ao
de incorporação, fusão ou cisão patrimônio da organização com
é o art.331 da Lei 6.404/76, onde valor superior ao de mercado,
é determinado que ocorrer entre desta forma também permitindo
sociedades do mesmo tipo ou a incorporação de bens com
diferentes. inferiores ao de mercado.

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4. Com relação aos processos de cisão escolha a única opção correta:


e fusão, analise e escolha a única a) A aquisição de controle e a
opção correta: alienação de controle são consi-
a) A cisão somente poderá ocorrer deradas muito semelhantes
pelo método total. b) Conforme o art. 254-A da lei
b) No processo de cisão são apresen- 6.404/76, fica determinado que
tados somente efeitos tributários, é de reponsabilidade do CPC a
desconsiderando os societários. definição de regras que devem
c) Na cisão ocorre o processo onde ser observadas na oferta pública.
as parcelas da empresa, referente c) A CVM define as regras referente
ao patrimônio líquido são retidas. à mensuração e contabilização,
d) A partir da fusão ocorre o pro- porém somente as praticáveis a
cesso de união entre duas ou fusão.
mais empresas com o intuito de d) A alienação de controle ocorre
formar novas organizações. mediante transferência exclusiva-
e) O artigo que aborda sobre o mente direta.
processo de fusão é o art.341. e) Na aquisição de controle o ad-
5. Diante das alternativas que envolvem quirente poderá obter o controle
a combinação de negócios, avalie e através da compra de ações.

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. Combinação de negócios. Brasília, DF, 1976. Dispo-


nível em: <http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/leis/anexos/Lei6404-76.
pdf>. Acesso em: 15 set. 2016.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Demonstrações consolidadas. Disponível
em: <http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/235_CPC_15_R1_rev%2006.
pdf>. Acesso em: 15 set. 2016.

Leituras recomendadas
IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, .R. Manual de contabilidade das sociedades por
ações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E.R.; SANTOS, A. Manual de contabilidade societária.
São Paulo: Atlas, 2010.
NEVES, S. Contabilidade avançada e análise das demonstrações financeiras. 11. ed. São
Paulo: Frase Editora, 2002.
OLIVEIRA, L. M. et al. Manual de contabilidade tributária: textos e testes com as respostas.
10. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
PEREZ, J. H. Jr.; OLIVEIRA, L. M. Contabilidade avançada: textos e testes com as respostas.
7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

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