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Tributária
Material Teórico
Tributos diretos – Lucro real
Revisão Técnica:
Prof.a Me..Graziela de Faria Santos Soares
Revisão Textual:
Prof. Esp. Kelciane da Rocha Campos
a
Tributos diretos – Lucro real
• Lucro real
• Ajustes ao lucro líquido
• LALUR - Livro de Apuração do Lucro Real
• Adicional do Imposto de Renda
• PAT - Programa de Alimentação ao Trabalhador
Bem-vindos!
Esta unidade apresenta o sistema de tributação do Imposto de Renda pelo lucro real, cujo objetivo
principal é transmitir, de forma clara e precisa, o funcionamento da legislação, a opção e a forma de
apuração baseados no lucro real trimestral ou anual, a utilização dos benefícios fiscais concedidos pela
legislação brasileira, quais são as despesas dedutíveis ou não dedutíveis, como são feitos os cálculos de
ajuste do lucro real e do imposto devido.
Não podemos deixar de mencionar que a legislação tributária no Brasil é bastante dinâmica e vive em
constante atualização, portanto é recomendável que se acompanhem as mudanças nas leis que regem
essa sistemática, para que nenhum detalhe de aplicação passe despercebido e coloque o contribuinte
em situação de contingência.
Não se esqueça de acessar o material didático, onde encontrará o conteúdo e as atividades propostas
para esta unidade. Em caso de dúvidas, coloque-as no fórum de discussão, pois estaremos em contato
permanente com você por meio do ambiente de aprendizagem virtual Blackboard.
Tenha um excelente aproveitamento e conte sempre com o tutor para sanar qualquer dúvida.
Bons estudos!
5
Unidade: Tributos diretos – Lucro real
Contextualização
Tributos diretos, o que vem a ser isso? São tributos que incidem diretamente sobre o
contribuinte e cujo ônus, teoricamente, não é possível repassar para outrem. Isso pode acontecer
com a pessoa física, na retenção na fonte do Imposto de Renda (no trabalho assalariado) e,
também, com a pessoa jurídica, ou seja, quando a empresa tem por obrigação a tributação do
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ.
O Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas é um dos principais impostos e nesta unidade
trataremos da forma de tributação pelo lucro real.
Essa forma de tributação pelo lucro real, apesar de ser opcional para algumas empresas, é
obrigatória para empresas que tenham auferido, no ano anterior, receita superior ao valor de
R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) e para empresas cujas atividades estejam
relacionadas com bancos comerciais, de investimento, caixas econômicas, entre outros.
Diariamente estamos envolvidos com empresas que mantêm essa forma de tributação,
apesar de não nos darmos conta da importância da escolha de tributação.
Essa sistemática de apuração exige um controle bastante rígido quanto aos gastos da
empresa e quanto à documentação fiscal, pois é muito comum, dentro de uma empresa,
quando não se tem um comprovante hábil para uma despesa, o administrador lembrar que a
falta de comprovante hábil custará à empresa 33% de imposto.
Com esse contexto vivenciamos diariamente essa forma de tributação.
Um grande abraço e bons estudos!
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Lucro real
A Receita Federal define que lucro real é a base de cálculo do imposto sobre a renda,
a ser apurada com base nos registros contábeis e fiscais, obedecendo a forma sistemática
estabelecida pela legislação comercial e fiscal.
A apuração do lucro real é feita na parte A do Livro de Apuração do Lucro Real, mediante
adições e exclusões ao lucro líquido de um determinado período, podendo ser anual ou
trimestral, do imposto e compensações de prejuízos fiscais autorizadas pela legislação do
imposto de renda, de acordo com as determinações contidas na Instrução Normativa SRF nº
28, de 1978, e demais atos legais e infralegais posteriores.
Quando a Receita Federal define lucro real como lucro ou prejuízo apurado na escrituração
comercial, existe o pressuposto das seguintes considerações em relação às pessoas jurídicas
tributadas pelo lucro real quanto à escrituração comercial que compreende toda a documentação
comprobatória dos fatos escriturados:
• que elas são obrigadas a mantê-la em boa ordem e guarda;
• que elas devem observar as leis comerciais e fiscais; e
• que elas devem observar os princípios contábeis.
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Unidade: Tributos diretos – Lucro real
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Possibilidade de opção pelo lucro real
Pode ocorrer que uma pessoa jurídica faça a opção de apurar o seu resultado pelo lucro
real, mesmo ela não tendo tal obrigatoriedade.
A empresa pode apresentar um lucro pequeno ou até mesmo um prejuízo (o que a
desobrigaria à opção pelo lucro real), porém ela recorre à apuração do resultado pelo lucro
real tendo em vista um planejamento tributário/fiscal, pelo qual ela pode obter uma economia
tributária, lembrando, porém, que deverão ser considerados aspectos de mudanças nos
controles e obrigações acessórias para atendimento ao sistema.
No caso de opção pelo lucro real, esta poderá ser feita no início do ano, com o pagamento
do primeiro imposto, com o código da receita do sistema escolhido.
A legislação fiscal determina que as despesas não reconhecidas como dedutíveis devem
ser adicionadas ao lucro líquido do período, assim como as receitas que não sejam tributáveis
devem ser excluídas, para que o lucro real seja apurado. De forma geral, podemos dizer que
as despesas que não estão relacionadas com o objetivo social da empresa não poderão ser
consideradas despesas.
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Unidade: Tributos diretos – Lucro real
Sabemos que as empresas, em geral, registram diversas receitas e despesas que fazem parte
do seu sistema de informação contábil, econômico e financeiro. Contudo, a legislação fiscal
restringe algumas despesas que podem ser contabilizadas, ou seja, não aceita a sua dedução do
lucro contábil para fins de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o lucro.
Essas limitações podem ser classificadas como diferenças permanentes e diferenças
temporárias.
Diferenças permanentes
São as despesas e receitas que não são dedutíveis naquele momento, e jamais serão. Da mesma
forma, existem as receitas que não são tributáveis atualmente e também não serão no futuro.
Exemplos
• Receitas de dividendos recebidos de outras sociedades;
• Despesas com multas por infração de trânsito.
Diferenças temporárias
São as despesas e as receitas que não são dedutíveis naquele momento, porém poderão ser
no futuro, desde que cumpridos os ordenamentos legais. Da mesma forma, existem as receitas
que não são tributáveis atualmente, mas serão no futuro.
Exemplos
• Receita da venda de imóveis (para empresas do ramo
imobiliário); ainda que tenha contabilizado o lucro pelo
regime de competência, o lucro pelo recebimento
(regime de caixa) poderá ser tributado;
• Despesas de amortização de ágio na aquisição de
investimentos avaliados pelo método da equivalência
patrimonial. Não é dedutível na data da contabilização,
porém será quando da venda ou baixa do investimento.
Para controlar essas despesas e receitas, foi criado pela legislação fiscal e tributária o livro
LALUR - Livro de Apuração do Lucro Real.
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LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real
O LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real deve ser escriturado por todas as
pessoas jurídicas que são contribuintes do imposto de renda com base no lucro real. Essa
regra, inclusive, aplica-se àquelas pessoas jurídicas que fizeram a opção pelo lucro real de
forma espontânea.
A criação do Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR ocorreu através do Decreto-lei
n 1.598, de 1977, em obediência ao § 2º do art. 177 da Lei no 6.404, de 1976, tendo em
º
vista a apuração extracontábil do lucro real. Esse lucro submete-se à tributação do Imposto de
Renda, que ocorre a cada período de apuração, e pode conter, ainda, elementos que poderão
afetar o resultado de períodos de apuração futuros (RIR/1999, art. 262). Nele são feitos os
ajustes ao lucro líquido do período para fins de apuração do lucro real, que serão compostos
de adições, exclusões ou compensações, que serão escriturados nas partes “A” e “B” (sendo
a primeira subdivida em duas outras partes), a partir do lucro contábil antes da constituição da
provisão para o Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o lucro.
A Lei 7.689, de 15 de dezembro de 1988, instituiu a Contribuição Social sobre o lucro
líquido – CSLL. De maneira semelhante ao Imposto de Renda, a Contribuição Social sobre o
lucro líquido – CSLL era registrada a débito no resultado e a crédito no passivo da empresa,
intitulada provisão para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL. Embora o valor
desse tributo fosse deduzido do resultado contábil (valor a ser deduzido do resultado antes
da Provisão para o Imposto de Renda), para efeito de apuração do lucro real, a parcela de
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL é considerada como despesa não dedutível.
O LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real é composto por duas partes: a parte “A” e
a parte “B”.
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Unidade: Tributos diretos – Lucro real
Adições
São valores registrados como despesa na contabilidade da empresa, mas a legislação fiscal não
permite a sua dedução do lucro. Como esse valor (despesa) deve ser retirado do resultado contábil,
consequentemente o lucro aumenta, daí configura-se como uma ADIÇÃO ao lucro líquido.
Também serão adicionadas as receitas exigidas pelo fisco e não contabilizadas em receita.
Podemos exemplificar quando a empresa não registra na contabilidade em receita, mas o
Fisco exige seu reconhecimento para fins fiscais. Como não está contemplado no resultado da
empresa, se fosse incluído representaria uma adição.
Art. 249 do Decreto-lei nº 3.000, de 26 de março de 1999 (Regulamento do
Imposto de Renda – RIR):
VII - as doações, exceto as referidas nos arts. 365 e 371, caput (Lei nº 9.249,
de 1995, art. 13, inciso VI);
12
VIII - as despesas com brindes (Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, inciso VII);
I - os valores cuja dedução seja autorizada por este Decreto e que não tenham
sido computados na apuração do lucro líquido do período de apuração;
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Unidade: Tributos diretos – Lucro real
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Atualmente, a Receita Federal já disponibiliza a escrituração do LALUR mediante a utiliza-
ção de sistema eletrônico de processamento de dados. Mesmo assim, ao utilizar o sistema eletrô-
nico, na escrituração, as folhas deverão ser numeradas, obedecerão à ordem sequencial, mecânica
ou tipograficamente, e o Livro conterá termos de abertura e encerramento (RIR/1999, arts. 255
e 263; IN SRF no 68/1995; e Portaria Cofins no 13, de 1995). É dispensado o registro do Lalur
em qualquer órgão ou repartição (IN SRF nº 28, de 1978, item 1.3).
O LALUR deverá ser entregue anualmente por meio do SPED.De forma bastante simples,
a apuração do lucro real será:
• Lucro líquido antes do IR...........142.000,00
• + Adições.....................................30.000,00
• (-) Exclusões................................22.000,00
• = Lucro real...............................150.000,00
Portanto, nesse exemplo, o valor de R$ 150.000 será a base de cálculo do Imposto de Renda
e do adicional do Imposto de Renda, conforme a forma de tributação anual ou trimestral.
DRE
....
....
....
....
LALUR LALUR
....
Livro de Apuração
L.L.A.I.R L.L.A.I.R
do Lucro Real
.... (+) Adições
.... (-) Exclusões
L.L.A.I.R
(=) Lucro real Lucro Líquido antes
Provisão IRPJ
Cálculo do IRPJ do Imposto de Renda
Lucro líquido
Lançamentos no LALUR
Segundo o regime de tributação adotado pelo contribuinte, os lançamentos serão efetuados
como a seguir:
Segundo a orientação da Receita Federal, quando da apuração da parte “A”, os ajustes
ao lucro líquido do período serão feitos no curso do trimestre, ou na data de encerramento
deste, no momento da determinação do lucro real. Na parte B, concomitantemente com os
lançamentos de ajustes efetuados na parte A, ou ao final do período de apuração.
No caso de levantamento de balanços ou balancetes para fins de suspensão ou redução
do imposto de renda, as adições, exclusões e compensações computadas na apuração do
lucro real deverão constar, discriminadamente, na parte A, para elaboração da demonstração
do lucro real do período em curso, não cabendo nenhum registro na parte B. No final do
exercício, com a apuração do lucro real anual, deverão ser efetuados todos os ajustes do lucro
líquido do período na parte A, bem como os lançamentos na parte B.
Alíquotas aplicadas:
• 15% - Imposto de Renda.
• 10% - Adicional do Imposto de Renda.
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Unidade: Tributos diretos – Lucro real
O adicional do Imposto de Renda deverá incidir sobre a parcela do lucro real, presumido ou
arbitrado que exceder o valor da parcela de R$ 20.000,00, que deverá ser multiplicada pelo
número de meses que compõem o período de apuração do resultado.
Momento da opção
O momento da opção pela apuração trimestral ocorrerá na apuração do lucro real de
cada trimestre: 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro, cujo imposto
apurado poderá ser pago em 3 parcelas, sendo que no caso de pagamento parcelado a
primeira parcela não terá qualquer acréscimo e a partir da segunda terá os acréscimos
determinados em lei.
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Compensação dos prejuízos
Poderá ocorrer a compensação dos prejuízos de períodos anteriores até o limite de 30%
dos lucros líquidos ajustados pelas adições e exclusões, conforme prevê a legislação vigente,
apurados nos períodos seguintes.
Dessa forma, no lucro real trimestral, o lucro do trimestre anterior não poderá ser
compensado com o prejuízo fiscal de trimestres seguintes, mesmo dentro do ano-
calendário. Os prejuízos não poderão ser compensados na sua totalidade, pois se no
primeiro trimestre a empresa tiver um prejuízo de R$ 50.000,00 e no trimestre seguinte a
mesma empresa tiver um lucro de R$ 20.000,00, mesmo ainda estando com um prejuízo
acumulado de R$ 30.000,00 no semestre, ela terá de pagar Imposto de Renda sobre R$
14.000,00, pois nesse sistema só poderá compensar 30% do lucro de R$ 20.000,00, que
corresponde a R$ 6.000,00.
O imposto a pagar, apurado em cada trimestre, poderá ser pago em uma quota única no
mês seguinte ao trimestre, sem qualquer acréscimo, ou em três quotas mensais com juros pela
taxa SELIC até o mês anterior ao do pagamento e de 1% nesse mês.
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Unidade: Tributos diretos – Lucro real
O art. 3o, §7o, da IN nº 93/97, dispõe que sobre as receitas auferidas nas atividades de
loteamento de termos, incorporação imobiliária e venda de imóveis construídos ou adquiridos
para revenda será aplicado o percentual de 8%, considerando como receita bruta o montante
efetivamente recebido, relativo às unidades imobiliárias vendidas.
As receitas obtidas com atividade incentivada não irão compor a base de cálculo de
imposto, na proporção do benefício a que a pessoa jurídica, submetida ao regime de
tributação com base no lucro real, fizer jus. Dessa forma, como exemplo, a pessoa jurídica
instalada na região da SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) ou
SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) com isenção de 100%
sobre o lucro da exploração, não incluirá na base de cálculo do imposto de renda a
receita bruta da atividade incentivada. Se a empresa tiver direito apenas à redução de um
percentual, o resultado da aplicação desse percentual será excluído da receita bruta da
atividade incentivada.
A legislação dispõe que o ganho de capital auferido na venda de bens do ativo permanente
para recebimento do valor integral ou em parte, após o término do ano-calendário seguinte ao
da contratação, deverá integrar a base de cálculo do imposto de renda mensal, podendo, para
efeito de determinar o lucro real, ser computado na proporção da parcela do preço recebido
em cada mês.
Momento da opção
Opção por estimativa com base nos balancetes mensais a partir do mês de janeiro ou do
início da atividade, sendo a opção feita durante o ano- calendário irretratável. Dessa forma, a
pessoa jurídica não poderá alterar a forma de tributação para o regime de apuração trimestral
e vice-versa. Entretanto, pode suspender ou reduzir o recolhimento por estimativa, caso os
valores recolhidos demonstrem ou excedam o valor do imposto devido.
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Outro detalhe importante a ser observado são as exclusões a serem efetuadas do montante
da receita bruta:
• Vendas canceladas;
• Devoluções de vendas;
• Descontos incondicionais concedidos.
Desconto incondicional é aquele concedido independentemente de condição de prazo de
pagamento.
Não comporão a base de cálculo do imposto as receitas provenientes de atividade incentivada,
na proporção do benefício a que a pessoa jurídica, submetida ao regime de tributação com
base no lucro real, fizer jus (Lei 9.249/1995, art. 15, § 3º).
Os rendimentos líquidos ganhos nas operações realizadas em bolsa de valores e os ganhos
de capital na alienação de bens ou direitos de qualquer natureza serão apurados e tributados
separadamente, e não integrarão a base de cálculo do Imposto de Renda, na declaração anual,
sendo que o imposto pago não poderá ser deduzido do devido na declaração.
Quando do pagamento do imposto de renda mensal por estimativa, a pessoa jurídica
poderá deduzir o imposto retido na fonte sobre receitas, rendimentos ou ganhos computados
na apuração do imposto, porém o imposto retido sobre rendimentos ou ganhos de aplicações
financeiras somente poderá ser deduzido na declaração. A empresa poderá deduzir os incentivos
fiscais de que trata o art. 34 da Lei nº 8.918/95, com nova redação dada pela Lei 9.065/95.
A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do
coeficiente indicado para a atividade sobre a receita bruta auferida mensalmente. Conforme
determinado na Lei 9.249/1995, art. 15, § 1º.
Dentre os coeficientes utilizados, podemos destacar:
• 1,6% revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico
carburante e gás natural;
• 8% para atividades em geral, tais como venda, revenda, transporte de cargas, atividades
imobiliárias, serviços hospitalares, atividade rural e outras;
• 32% para as atividades de serviços em geral, serviços prestados pelas sociedades civis de
profissão regulamentada, intermediação de negócios;
• 16% para atividades de serviços de transporte (exceto o de cargas), bancos comerciais,
de investimentos, de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito,
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras
de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários,
empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros
privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta.
Também deverão utilizar o coeficiente de 16% as empresas prestadoras de serviços em
geral que auferirem receita bruta anual até R$ 120.000,00.
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Unidade: Tributos diretos – Lucro real
Compensação de Prejuízos
A empresa, na apuração do lucro real anual, poderá compensar integralmente os prejuízos
acumulados durantes os meses, com lucros apurados, desde que dentro do mesmo ano-
calendário. Assim, o lucro de janeiro poderá ser compensado com o prejuízo de fevereiro
ou dezembro, e o lucro de março poderá ser compensado com o prejuízo de qualquer mês.
Pagamento do imposto
As pessoas jurídicas sujeitas ao regime de tributação com base no lucro real anual deverão
recolher o Imposto de Renda mensalmente, calculado com base nas regras de estimativa.
O valor pago mensalmente a título de antecipação será recuperado no final do ano. A
contabilização será em conta do ativo em imposto de renda a recuperar. No final do exercício
contabiliza-se a provisão do Imposto de Renda no passivo circulante.
Deve ser feita a confrontação do ativo e passivo, para definição do saldo a pagar ou a recuperar.
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O balanço ou balancete de suspensão ou de redução do imposto deverá compreender o
período entre 1o de janeiro do respectivo ano e a data da apuração do lucro. Assim, a pessoa
jurídica pagou o imposto dos meses de janeiro, fevereiro, março e abril com base na receita
bruta e em 31 de maio levantou o balanço; o lucro real desse balanço terá de compreender o
período de 1º de janeiro a 31 de maio do respectivo ano.
O balanço de maio não servirá para suspender ou reduzir o pagamento relativo ao mês de
junho. A empresa terá de levantar novo balanço ou balancete compreendendo o período de
1o de janeiro a 30 de junho. O imposto e adicional devidos são comparados com o imposto e
adicional pagos nos meses de janeiro a maio, e assim por diante.
Para a comparação, deverá ser considerado como imposto devido o resultado da aplicação
da alíquota do imposto sobre o lucro real, acrescido do adicional e deduzido, quando for o
caso, dos incentivos fiscais de dedução e de isenção ou redução.
Considera-se imposto de renda pago a somatória dos valores correspondentes aos impostos
de renda pagos mensalmente, retidos na fonte sobre receitas ou rendimentos computados na
determinação do lucro real do período; pago sobre os ganhos líquidos de renda variável ou
mesmo pagos a maior ou indevidamente em anos-calendário anteriores.
No lucro real anual, em caso de suspensão ou redução do imposto mensal, o §3o do art.
12 da IN nº 93, de 12/12/97, dispensa a escrituração do livro do inventário. Se a pessoa
jurídica possuir registro permanente de estoque, o §4o permite que o confronto entre a
contagem física e a escritural seja feito só no balanço de 31 de dezembro. Os saldos de
estoques do registro permanente, apurados no final de cada mês, servem para apuração
do lucro mensal.
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Unidade: Tributos diretos – Lucro real
Balanço anual
No final do exercício, deverá ser levantado o balanço anual, e a diferença entre o imposto
devido apurado de forma anual e o pago pelas importâncias estimadas será:
a) Havendo diferença ao recolher, a mesma deverá ser efetuada até o último dia do mês
de março, em uma única quota, acrescida de juros equivalentes à soma:
1) Taxa Selic a partir de 1º de fevereiro até o último dia do mês anterior ao pagamento.
2) 1% no mês do pagamento.
b) Havendo recolhimento a maior entre o valor do imposto sobre o lucro real apurado
e o pago por estimativa, o mesmo poderá ser compensado a partir de janeiro do ano-
calendário seguinte.
De acordo com o artigo 858 do Decreto 3.000/99 (Regulamento do Imposto de Renda),
estabeleceu-se que a compensação será feita a partir de abril do ano subsequente ao do período
de apuração, entretanto a Secretaria da Receita Federal editou o Ato Declaratório Normativo
nº 3, de 7 de janeiro de 2000, estabelecendo que a compensação ou a restituição possa ser
feita a partir do mês de janeiro do ano-calendário subsequente ao período de apuração.
O balancete deverá ser levantado com as observações das leis comerciais e fiscais, transcrito
no livro-diário. O resultado contábil do período será ajustado pelas adições, exclusões e
compensações admitidas pela legislação do Imposto de Renda, resultando, assim, no lucro
real ou lucro tributável.
Nesse sistema, o livro de apuração do lucro real deverá ser escriturado mensalmente,
determinando a cada período ou mês um novo lucro real e considerando sempre os
resultados acumulados.
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PAT – Programa de Alimentação ao Trabalhador
Saiba Mais
No site da Receita Federal
http://goo.gl/E7DuXW, podemos encontrar as considerações adicionais para o caso
de incentivos.
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Unidade: Tributos diretos – Lucro real
Cálculo
– Lucro líquido antes do Imposto de Renda:............................R$ 300.000,00
– Adições:
– Provisão para contingências:.................................................R$ 30.680,00
– Despesas não relacionadas intrinsecamente ..............................R$ 76.000,00
– Exclusões:
– Dividendos recebidos participações societárias......................(R$ 16.000,00)
BASE DE CÁLCULO ANTES DA COMPENSAÇÃO.....R$ 390.680,00
– Compensação do prejuízo (limitado a 30%)............................(R$ 117.204,00)
– Base de cálculo.........................................................................R$ 273.476,00
24
Lucro real anual – Estimativa
Suponhamos que uma empresa, tributada pelo sistema de lucro real anual, apurando seu
Imposto de Renda pelo sistema de Estimativa, no mês de fevereiro de 20X4, apresente os
seguintes dados:
25
Unidade: Tributos diretos – Lucro real
Material Complementar
Livros:
AVILA, H. Sistema constitucional tributário. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. (e-book).
BOMFIM, D. Tributação e livre concorrência. São Paulo: Saraiva, 2010. (e-book).
CHIMENTI, R. C.; TOLEDO. A. teoria e prática do direito tributário. 2 ed. São
Paulo: Saraiva, 2007. (e-book).
LUZ, E. E. Contabilidade tributária. Curitiba: IBPEX, 2010. (e-book).
POLONIO, W. A. Terceirização: aspectos legais, trabalhistas e tributários. São Paulo:
Atlas, 2001. (e-book).
Sites:
Acesso à Legislação do LUCRO REAL pelo site da Receita Federal. Disponível em:
http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/2000/orientacoes/lucroreal.htm
Acesso em: 22 nov. 2014.
26
Referências
27
Unidade: Tributos diretos – Lucro real
Anotações
28