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Universidade Paulista
Curso de Ciências Contábeis
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
Material do aluno
1 - CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
• INVESTIMENTOS
• IMOBILIZADO
• INTANGÍVEL
Os pronunciamentos emitidos pelo CPC não têm poder normativo. Passam a ser
obrigatórios quando aprovados por Resoluções do CFC (Conselho Federal de
Contabilidade) e transformados em Normas Brasileiras de Contabilidade, identificadas por
NBC TG seguidas pelo número do CPC. As Normas Brasileiras de Contabilidade são de
aplicação obrigatória para todos os profissionais de contabilidade.
Para cada assunto tratado nesta disciplina, sempre será referenciado o respectivo
CPC e consequentemente a respectiva NBC TG.
4
2 - AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS
INTRODUÇÃO
INVESTIMENTOS
PARTICIPAÇÕES
• Obras de arte
• Marcas e patentes não utilizadas nos negócios
• Perdas Estimadas (conta credora)
5
• Intenção de permanência
• Ativos que não se destinem à manutenção da atividade operacional da empresa.
Exemplo
SOLUÇÃO
6
Entretanto, se o valor registrado no ativo circulante não for alienado até a data do
balanço do exercício seguinte àquele que tiver sido adquirido, deverá, o valor da
aplicação, ser transferido para o subgrupo de Investimentos, no ativo não circulante,
entendimento confirmado pela Legislação Tributária através do CST nº 108/78
(D.O.U.09.01.1979).
7
Note-se que a Lei nº 6.404/76 não reconhece o método do valor justo como método
de avaliação de participações societárias em outras sociedades. Essa forma de avaliação
não está de acordo com os pronunciamentos do CPC e, consequentemente, com as
Normas Brasileiras de Contabilidade.
MEP Valor de
Custo
MEP
• O objetivo da mensuração do valor justo é estimar o preço pelo qual uma transação
não forçada para vender o ativo ou para transferir o passivo ocorreria entre
participantes de mercado na data da mensuração sob condições correntes de
mercado.
• O valor de custo deverá ser usado apenas em raras situações: quando o valor justo
não puder ser mensurado com certo grau de confiabilidade ou quando não existir
preço de cotação em mercado ativo.
Resumindo, o método de custo deve ser utilizado somente quando não existir preço
cotado em um mercado ativo, ou quando o seu valor justo não puder ser mensurado com
confiabilidade. Portanto, as participações em outras sociedades serão avaliadas pelo
custo se, e somente se, não tiverem preço de cotação em mercado ativo e seu valor justo
não puder ser mensurado com confiabilidade.
Exemplo
A Cia. Serra Dourada adquiriu, sem intenção de venda, 5 mil ações da Cia. Santa
Cruz por R$ 20,00 cada. O Patrimônio Líquido da Cia. Santa Cruz, na data da aquisição,
era de R$ 800.000,00. Ao fim do exercício o valor de mercado do patrimônio líquido da
investida Santa Cruz, foi confiavelmente mensurado em R$ 1.000.000,00.
Contabilizar a operação.
Custo de Aquisição
Exemplo 1
SOLUÇÃO
11
Perdas Estimadas
Art. 616. Para fins da legislação tributária federal, as referências a provisões aplicam-se às perdas
estimadas no valor de ativos, inclusive aquelas decorrentes de redução ao valor recuperável (Lei nº
12.973, de 2014, art. 59, caput ).
Portanto, estas participações serão avaliadas pelo custo se, e somente se, não
tiverem preço de cotação em mercado ativo ou se o seu valor justo não puder ser
mensurado com confiabilidade.
Cabe lembrar que as Perdas Estimadas (contas redutoras de ativos) não são dedutíveis
para fins de Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido, de acordo com o Decreto nº 9.580/2018 (RIR/2018)
Art. 260. Na determinação do lucro real, serão adicionados ao lucro líquido do período de
apuração ( Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 2º ):
Exemplo 2
Admita que, as ações da Cia. São Luiz estejam desvalorizadas em virtude dos
constantes prejuízos gerados, sem perspectivas de recuperação a curto prazo, e tragam
um reflexo para a investidora no valor de $ 10.000,00. O lançamento contábil será o
seguinte;
SOLUÇÃO
13
Obs.: a conta devedora também poderá ser denominada de: Perdas por Desvalorização.
Art. 415. Ressalvado o disposto no art. 416 e no § 1º do art. 425 , os lucros e os dividendos
recebidos de outra pessoa jurídica integrarão o lucro operacional ( Decreto-Lei nº 1.598, de 1977,
art. 11, caput ).
§ 1º Os lucros e os dividendos recebidos de pessoas jurídicas domiciliadas no País poderão ser
excluídos do lucro líquido, para fins de determinação do o lucro real ( Lei nº 9.249, de 1995, art.
10 ).
DIVIDENDOS RECEBIDOS APÓS 6 MESES:
D = Caixa/Dividendos a Receber
C = Receita de Dividendos (Receitas Operacionais)
D = Caixa/Dividendos a Receber
C = Participações em Outras Sociedades
Exemplo 1
Exemplo 2
SOLUÇÃO
15
Exemplo 3
Admita que o investimento é avaliado pelo método de custo. (Petrobrás – Contador Pleno –
Fundação Cesgranrio – com adaptações)
SOLUÇÃO
16
(a) terrenos mantidos para valorização de capital a longo prazo e não para venda a curto prazo no curso
ordinário dos negócios;
(b) terrenos mantidos para futuro uso correntemente indeterminado (se a entidade não tiver determinado
que usará o terreno como propriedade ocupada pelo proprietário ou para venda a curto prazo no curso
ordinário do negócio, o terreno é considerado como mantido para valorização do capital);
(c) edifício que seja propriedade da entidade (ou mantido pela entidade em arrendamento financeiro) e que
seja arrendado sob um ou mais arrendamentos operacionais;
(d) edifício que esteja desocupado, mas mantido para ser arrendado sob um ou mais arrendamentos
operacionais;
(e) propriedade que esteja sendo construída ou desenvolvida para futura utilização como propriedade para
investimento.
Para que uma propriedade para investimento seja reconhecida como ativo é
necessário que:
Caso uma propriedade tenha uma parte destinada a investimento e outra parte
destinada a imobilizado, somente se não for possível classificar, no seu todo, como
imobilizado ou quando for mínima a parte que estiver sendo utilizada pela empresa,
(imobilizado) cada parte deve ser classificada separadamente e ser tratada contabilmente
de forma separada.
17
Uma Propriedade para Investimento deve ser inicialmente mensurada pelo seu
custo. Após o seu reconhecimento a entidade deve escolher o método do valor justo ou o
método de custo e deve aplicar essa política a todas as propriedades para investimento.
Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago
pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do
mercado na data de mensuração.
Ou
Método de Custo
Perdas estimadas
79. Além das divulgações exigidas pelo item 75, a entidade que aplique o método do custo do item
56 deve divulgar:
(v) a quantia de perdas por impairment reconhecida e a quantia de perdas por impairment revertida
durante o período de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01;
Depreciação
Exercício 1
Exercício 2
Informe (sim/não) para os itens que compõem o custo de uma propriedade para
investimento para fins de registro inicial
Exercício 3
a) Considerando que a Cia. J optou pelo método de custo e adotou uma taxa de
depreciação linear de 2% ao ano, sem valor residual.
b) Considerando que a Cia. J optou pelo método de valor justo e o valor justo do
imóvel era de R$ 2,3 milhões em 31/12/X2
(Exercício extraído do curso: Extensão em IFRS – NIA – Módulo 2 – FIPECAFI)
SOLUÇÃO
20
Exercício 4
No exemplo, será pouco provável que o proprietário consiga recuperar a perda do valor
do seu imóvel, portanto, caberá a constituição de Perdas Estimadas por Valor Não
Recuperável. O lançamento correspondente à perda permanente será:
SOLUÇÃO
22
• Obras de arte
• Marcas e patentes não utilizadas pela empresa
• Perdas Estimadas (conta credora)
Tais investimentos devem ser avaliados pelo método do valor justo ou pelo método de
custo, deduzidos das perdas estimadas por impairment, quando necessário. Devem ser
avaliados pelo método de custo quando o ativo não tiver preço de mercado cotado em
mercado ativo ou cujo valor justo não possa ser confiavelmente medido.
RESUMO
Feita a escolha todas as propriedades para Investimento devem ser avaliadas pelo
mesmo método
Contabilização do Ajuste:
Outros Investimentos
• Investimentos em Coligadas;
• Investimentos em Controladas;
• Investimento em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou
estejam sob controle comum.
• Investimentos em Coligadas
• Investimentos em Controladas
• Empreendimentos Controlados em Conjunto (joint ventures)
Note-se que a Lei, na definição de coligada, não especifica o tipo de sociedade ou ainda a
proporção da participação na investida, a não ser pelo conceito presumido de influência
significativa, abrangendo, portanto, todos os tipos de sociedade. Também não faz menção
sobre participações indiretas, o que nos leva ao entendimento que, existindo influência
24
5. Se o investidor mantém direta ou indiretamente (por meio de controladas, por exemplo), vinte por
cento ou mais do poder de voto da investida, presume-se que ele tenha influência significativa, a
menos que possa ser claramente demonstrado o contrário. Por outro lado, se o investidor detém,
direta ou indiretamente (por meio de controladas, por exemplo), menos de vinte por cento do poder
de voto da investida, presume-se que ele não tenha influência significativa, a menos que essa
influência possa ser claramente demonstrada. A propriedade substancial ou majoritária da investida
por outro investidor não necessariamente impede que um investidor tenha influência significativa
sobre ela.
6. A existência de influência significativa por investidor geralmente é evidenciada por uma ou mais
das seguintes formas:
(b) participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões sobre dividendos e
outras distribuições;
Esses direitos são conferidos às ações com direito a voto e quando a investidora possuir
o controle acionário representado por mais de 50% do capital votante
OBS.: A proporção das ações preferenciais em relação ao total das ações emitidas passa
de 2/3 para 50%. (Lei 10.303/2001 – art. 15)
25
A B C D E
CAPITAL SOCIAL
N° Ações Pref 40.000 200.000 400.000 300.000 50.000
Ord 80.000 400.000 800.000 600.000 100.000
Total 120.000 600.000 1.200.000 900.000 150.000
PARTICIPAÇÃO-Cia.X
N° Ações Pref 4.000 - 6.000 - -
Ord 20.000 400.000 160.000 312.000 7.000
Total 24.000 400.000 166.000 312.000 7.000
Custo ou Valor
CLASSIFICAÇÃO Coligada Controlada Coligada Controlada Justo
A B C D E
CAPITAL SOCIAL
N° Ações Pref 10.000 15.000 20.000 25.000 20.000
Ord 20.000 30.000 40.000 50.000 30.000
Total 30.000 45.000 60.000 75.000 50.000
PARTICIPAÇÃO-Cia.Y
N° Ações Pref - 2.550 1.000 500 1.000
Ord 12.000 9.600 8.800 36.500 2.000
Total 12.000 12.150 9.800 37.000 3.000
% PARTICIPAÇÃO-Cia.Y Pref
Ord
Total
CLASSIFICAÇÃO
26
Art. 248 da Lei Nº 11.638/2007, alterado pela Lei 11.941/2009, define Controle Comum
Exemplo:
51% 51%
51%
A B C
10%
10%
Se XYZ controla A, B e C,
Se A tem participação em B e C
Logo, A aplica o método de equivalência patrimonial em B e C, estão sob o controle de XYZ
Ocorre quando duas ou mais pessoas jurídicas juntam os recursos e esforços para
desenvolver em conjunto uma atividade. Os empreendedores podem, até, ter
participações diferentes e mesmo assim o controle pode ser compartilhado, de acordo
com as definições contidas no estatuto ou contrato social ou em documentos à parte,
como um acordo de acionistas. Por esse acordo os sócios compartilham as decisões e
defendem os interesses da controlada em conjunto.
• Coligadas
• Controladas
• Controladas em conjunto
• Sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum.
27
EXEMPLO 1
A
33,15% B
EXEMPLO 2
A
9%
53%
B C
43%
28
EXEMPLO 3
TERCEIROS
A
20%
40%
70%
B C
40%
SOLUÇÃO
EXEMPLO 4
60% 45%
B C
E D
SOLUÇÃO
29
30
Exemplo
1) Em 01.01. X1 a Cia. Beta foi constituída com um capital social de $ 100.000 emitindo
100.000 ações ordinárias ao valor nominal de $ 1,00 por ação, integralizado em dinheiro,
da seguinte forma:
LANÇAMENTOS
PL da Investida = 106.000
Participações na Investidora = 63.600
% de participação = 60%
EM X2
PL da Investida = 144.000
Participações na Investidora = 86.400
% de participação = 60%
32
D = Investimentos
C = Resultado de Equivalência Patrimonial (no caso de lucro)
DIVIDENDOS PROPOSTOS
INTEGRALIZAÇÃO DO CAPITAL
D = Investimentos
C = Caixa e equivalentes de caixa
Pelo disposto no CPC 18 (R2), item 10, somente a parte do investidor nos lucros ou
prejuízos gerados pela investida é devem ser reconhecidos no lucro ou prejuízo do
período do investidor.
Adicionalmente o CPC dispõe que a parte do investidor nas mutações do PL, que não
pelo resultado do período, devem ser reconhecidas de forma reflexa diretamente no
patrimônio líquido do investidor.
Se aumentar PL na Investida
D = Investimentos
C = Lucros Acumulados
Se diminuir PL na Investida
D = Lucros Acumulados
C = Investimentos
Caso apresente outros resultados abrangentes com saldo devedor, o lançamento será o
inverso.
34
EXERCÍCIOS 1, 2 e 3
35
4.5 - MAIS VALIA, ÁGIO POR RENTABILIDADE FUTURA E GANHO POR COMPRA
VANTAJOSA EM COLIGADAS E CONTROLADAS
A essa diferença, se o valor pago for maior que o valor patrimonial, se dá o nome
de mais-valia de ativos líquidos, ou de ágio por expectativa de rentabilidade futura
(Goodwill). Se o valor pago for menor que o valor patrimonial, a essa diferença se dá o
nome de ganho compra vantajosa (ou deságio)
• Paga-se mais até do que o valor justo dos ativos líquidos da investida, porque se
esperam lucros acima do normal, paga-se por expectativa de rentabilidade futura
(goodwill). Neste caso o Goodwill refere-se:
• prestígio da empresa
• tradição da empresa
• credibilidade da marca
• Fundo de comércio
• Capital intelectual
• Carteira de clientes
Como vimos, a diferença entre o valor pago e o valor contábil adquirido se configura de
duas situações:
II. Rentabilidade Futura (Goodwill): Diferença entre o valor justo atribuído ao negócio
e o valor justo dos ativos líquidos da investida.
Muito embora, a mais-valia (por diferença do valor justo dos ativos líquidos
identificáveis) e o Ágio (por rentabilidade futura - goodwill), integrem o saldo contábil do
investimento, sua contabilização deverá ser feita em contas separadas para fins de
controle interno. Todavia, quando da publicação do balanço patrimonial, somente o saldo
da conta investimentos deverá ser publicado.
• Se o valor pago for menor que o valor contábil dos ativos líquidos da investida
(Valor Patrimonial) = Ganho por compra vantajosa.
EXEMPLO
Aquisição: 100%
Valor do PL da Investida na data da aquisição 200.000
Exemplo 1
Suponha que a empresa X adquira, por $ 12.000,00, 30% do patrimônio líquido de uma
investida Y que tenha um patrimônio Líquido de 30.000,00.
Empresa Y Empresa X
30%
Valor do Patrimônio Líquido 30.000,00 9.000,00
Valor justo do imobilizado 1.000,00 300,00
Valor justo da patente 1.200,00 360,00
Valor do PL/Investimentos 32.200,00 9.660,00
Ágio por rentabilidade futura (goodwill) 2.340,00
Total do Investimento 12.000,00
Exemplo 2
Suponha que a empresa X adquira, por $ 7.000,00, 30% do patrimônio líquido de uma
investida Y que tenha um patrimônio Líquido de 30.000,00.
Empresa Y Empresa X
30%
Valor do Patrimônio Líquido 30.000,00 9.000,00
Deságio (ganho por compra vantajosa) (2.000,00)
Total do Investimento 7.000,00
38
Exemplo 3
SOLUÇÃO
39
Exemplo 4
A Cia. Horizonte adquire 60% das ações da Cia. Marítima por $ 1.100. Os balanços das
duas empresas, antes da aquisição de controle eram os seguintes:
Cia. Horizonte
ATIVO PASSIVO E PL
Ativos diversos 1.300 Capital 1.300
Cia. Marítima
ATIVO PASSIVO E PL
Ativos diversos 2.000 Passivos 800
Capital 1.200
A Cia. Horizonte ao adquirir as ações da Cia. Marítima considera que seus ativos, que se
contabilizados e mensurados a valor justo, corresponderiam a $ 2.500, mas os passivos
de $ 800 (esse é também o valor justo dos passivos contabilizados) não registram uma
contingência passiva avaliada em $ 200.
SOLUÇÃO
40
REALIZAÇÃO DA MAIS-VALIA
Exemplo
Nos investimentos em coligadas, ele simplesmente permanecerá como sub conta até
a baixa do investimento por alienação ou por impairment (redução ao valor recuperável de
ativos). Segundo o CPC 18, o ágio não será testado separadamente em relação ao seu
valor recuperável. O valor contábil total do investimento é que é testado como um único
ativo.
Quando a investida aumenta o seu capital social com a emissão de novas ações,
todos os acionistas são convidados a participar desse aumento de capital de forma que
continuem com o mesmo percentual detido antes desse aumento de capital. È
assegurado aos acionistas o direito de preferência, ou seja, o direito de continuar com o
mesmo percentual anteriormente detido, deixando intacta a sua participação no capital
social da investida.
Mas, nem sempre os acionistas exercem esse direito e podem ceder o seu direito
de preferência para outros acionistas, alterando, assim, o seu percentual de participação.
EXERCÍCIOS Nº 4, 5, 6 e 7
42
Os resultados não realizados ocorrem quando uma sociedade vende bens para
outra empresa do mesmo grupo, e esses bens, no final do exercício, ainda não foram
vendidos a terceiros e, portanto, ainda estão no ativo da sociedade compradora.
“Em outras palavras, não é reconhecido via MEP a parte do investidor nos lucros
não realizados gerados por sua investida, igualmente ao que consta na Lei, mas
determina algo além da lei: não permite reconhecimento do lucro no investidor quando ele
próprio tenha gerado em vendas para a controlada(s).” (FIPECAFI, Fundação Instituto de
Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. Manual de contabilidade societária. 2a ed., São Paulo:
Atlas, 2013, pág. 229).
De acordo com as determinações produzidas pelo CPC 18 (R2) e ICPC 09 (R2), foi
fixado um tratamento diferenciado para os resultados não realizados para coligadas e
controladas.
Contabilização
À medida que o Ativo que deu origem ao lucro não realizado, no nosso exemplo os
estoques, forem realizados pelo uso, perda ou venda, o valor deve ser reconhecido nos
Investimentos.
Supondo-se que, no ano seguinte, a Cia. Investida venda para terceiros esses
ativos, deve-se proceder ao seguinte lançamento:
Note-se que o lançamento foi invertido, de forma que o valor do Investimento passe
a apresentar o saldo que teria senão houvesse venda de mercadorias para a Cia.
Investida.
que for considerado como não realizado pela investidora e contabilizar como resultado de
equivalência patrimonial.
Vamos admitir, agora, que a Cia. Investida adquiriu as mercadorias e as vende para a
Cia. Investidora, e que a Cia. Investidora ainda nada vendeu a terceiros:
Contabilização
Contabilização
Seguindo o mesmo exemplo, admitindo agora que o percentual de participação no capital social
da controlada seja de 60%.
Contabilização
A Cia. Investidora vende para terceiros, metade dos ativos adquiridos da Cia.
Coligada, a qual apurou, no exercício, um lucro líquido de R$ 50.000,00.
Contabilização
Exercícios
Uma determinada sociedade empresária vendeu mercadorias para a sua controladora por
R$ 300.000,00, auferindo um lucro de R$ 50.000,00. No final do exercício remanescia no
estoque da controladora 50% das mercadorias adquiridas da controlada. O valor do ajuste
referente ao lucro não realizado, para fins de cálculo da equivalência patrimonial, é de:
(Exame de Suficiência-Bacharel em Ciências Contábeis-1ª ed.2011)
50
SOLUÇÃO
A Cia. Georgia detém 80% do capital total da Cia. Atlanta. No decorrer do exercício de X1,
a empresa controlada vende para sua controladora estoques de mercadorias no valor de
R$ 100.000,00, obtendo uma margem de lucro de 50% nessa operação. Ao final do
período, a controladora informa que havia repassado a terceiros por R$ 200.000,00, parte
destes estoques, mantendo ainda em seus ativos R$ 20.000,00 relativos a essa
aquisição. Considere que o lucro líquido apurado pela Cia. Atlanta, no final do exercício,
foi de R$ 80.000,00
Ao final do exercício a Cia. Georgia deve eliminar do Resultado de Equivalência
Patrimonial, o valor de:
51
D = Investimentos 56.000,00
C = REP 56.000,00
A Cia. Investida adquiriu 100 unidades de determinada mercadoria por 50,00 cada e as
vende para a Cia. Investidora por R$ 80,00 cada. No final do exercício a Cia. Investidora
ainda nada vendeu a terceiros. Nessa data o lucro líquido gerado pela investida foi de R$
50.000,00. A Cia Investidora participa com 30% no capital social da Investida.
Calcular o Resultado da Equivalência Patrimonial.
SOLUÇÃO
52
53
5 - ATIVO IMOBILIZADO
5.1. CONCEITO
A Lei nº 6.404/76 com as alterações produzidas pela Lei nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09,
em seu art. 179, item IV, define Imobilizado como:
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade,
inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle
desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
Bens em operação
Terrenos
Edificações
Máquinas e Equipamentos
Móveis e Utensílios
Instalações (elétricas, hidráulicas, etc.)
Veículos
Ferramentas
Equipamentos de Informática (hardwares)
Peças de Reposição
Sistemas Aplicativos (softwares)
Benfeitorias em Propriedade de Terceiros
Direitos de Recursos Minerais
Direitos de Recursos Florestais
Edificações - depreciação
Máquinas e Equipamentos - depreciação
Móveis e Utensílios - depreciação
Instalações (elétricas, hidráulicas, etc.) - depreciação
Veículos - depreciação
Ferramentas - depreciação
Peças de Reposição - depreciação
Equipamentos de Informática (hardwares) - depreciação
Sistemas Aplicativos (softwares) - amortização
Benfeitorias em Propriedade de Terceiros - amortização
Direitos sobre Recursos Minerais – exaustão
Direitos sobre recursos Florestais - exaustão
54
Imobilizações em andamento
Obras em Andamento
Importações em Andamento de bens do Imobilizado
Adiantamentos a Fornecedores – para bens do Imobilizado
Não precisa ser registrado no Ativo Imobilizado para posterior depreciação e, portanto, pode ser computado
diretamente como custo de produção ou despesa operacional, conforme o caso, o custo de aquisição de:
I - se o bem adquirido tiver valor unitário não superior a R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais);
ou
II - se o prazo de vida útil do bem adquirido não for superior a um ano.
5.6. DEPRECIAÇÃO: Corresponde à diminuição do valor dos direitos que têm por objeto
bens físicos sujeitos ao desgaste ou perda de utilidade, ação da natureza ou
obsolescência.
TAXAS DE DEPRECIAÇÃO:
MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO
Embora existam vários métodos para calcular a depreciação, o método empregado deve
sempre refletir os benefícios econômicos futuros gerados pelo imobilizado.
Exemplo
Uma máquina adquirida por $ 50.000,00, cuja vida útil estimada é de 10 anos.
SOLUÇÃO
56
Por este método estima-se que o bem sofra quotas de depreciação maiores no início e
menores no fim da vida útil. Os bens quando novos precisam de pouca manutenção e
reparos e com o passar do tempo a manutenção tende a aumentar. O crescimento das
despesas de manutenção e reparos seria compensado pelas quotas decrescentes de
depreciação.
Exemplo
Uma Máquina adquirida por $ 50.000,00 com vida útil estimada de 5 anos.
SOLUÇÃO
INÍCIO DA DEPRECIAÇÃO
§ 2º A quota de depreciação é dedutível a partir da época em que o bem é instalado, posto em serviço ou
em condições de produzir (Lei nº 4.506, de 1964, art. 57, § 8º).
55. A depreciação do ativo se inicia quando este está disponível para uso, ou seja, quando está no local e
em condição de funcionamento na forma pretendida pela administração.
A taxa de depreciação de bens adquiridos usados é fixada tendo em vista o maior dos
seguintes prazos:
OBS.: a empresa deve munir-se de documento que comprove a época da sua aquisição
como novo ou a em que ele foi instalado para utilização pela primeira vez,
Exemplo 1
Exemplo 2
SOLUÇÃO
58
Exemplo 3
Aquisição de um veículo usado após 3 anos de uso, cuja vida estimada foi de 5 anos,
SOLUÇÃO
Em relação aos bens móveis, poderão ser adotados, em função do número de horas
diárias de operação, os seguintes coeficientes de depreciação acelerada:
Coeficiente %
I – um turno de oito horas 1,0 10%
II – dois turnos de oito horas 1,5 15%
III – três turnos de oito horas 2,0 20%
Embora não seja exigida autorização prévia para a adoção dessas taxas majoradas de
depreciação, o fisco poderá, posteriormente, exigir a justificação da sua utilização,
devendo, neste caso, a empresa comprovar que, no período em que se adotou as
referidas taxas, os bens realmente estiveram em operação em 2 ou 3 turnos diários de 8
horas, conforme o caso. Para fins comprobatórios poderão ser utilizados:
Exemplo 1
Exemplo 2
SOLUÇÃO
Exemplo 3
SOLUÇÃO
60
Em alguns casos, mesmo ao término de sua vida útil, o bem depreciado apresenta um
determinado valor de revenda no mercado. Esse valor é denominado valor residual. Se a
empresa, assim o desejar e for possível estimar o valor residual do bem, a quota de
depreciação poderá ser ajustada levando em consideração o valor residual, da seguinte
forma:
Exemplo
Ou
Ao final do décimo ano, quando o bem estiver 100% depreciado, o Ativo Não Circulante
Imobilizado estará assim representado:
IMOBILIZADO
Custo de Aquisição 300.000,00
Depreciação Acumulada (280.000,00)
Valor Contábil 20.000,00
5.10. REPAROS E CONSERVAÇÃO DOS BENS: De acordo com o RIR/2018 art. 354
Exemplo 1
Contabilização
Exemplo 2
Admita uma máquina cujo custo de aquisição é de $ 100.000,00 e que já tenha sido
depreciada em $ 45.000,00. Nesta data passou por uma reforma gastando $ 50.000,00,
que lhe garantiu um aumento de vida útil de 2 anos. Considere a vida útil estimada em 10
anos.
Pede-se: Calcular a nova taxa de depreciação.
Contabilizar a operação
SOLUÇÃO
62
Exemplo 3
No Ativo Imobilizado de uma empresa consta uma máquina adquirida por $ 200.000,00 e
que já foi depreciada em $ 140.000,00. Recentemente passou por uma reforma cujos
gastos foram de $ 80.000,00. Estudos feitos pelo setor industrial garantem que a vida útil
da máquina aumentará em 3 anos. Considere a vida útil estimada em 10 anos.
Pede-se: Calcular a nova taxa de depreciação.
Contabilizar a operação
SOLUÇÃO
EXERCÍCIOS IMOBILIZADO Nº 1, 2, 3 e 4
63
5.11. AMORTIZAÇÃO
Exemplo 1
Uma empresa comercial alugou um imóvel pelo prazo de 5 anos, (de 01.01.2005 a
31.12.2009) cujo contrato determina que o locador não indenizará as benfeitorias
realizadas pelo locatário. Visando adaptar o imóvel às suas necessidades, a empresa
construiu um salão que, naturalmente se agregará ao imóvel. O salão terá vida útil de 25
anos e o custo de construção do salão foi de $ 25.000,00. O tempo gasto para a
construção do salão foi de 2 meses. Contabilizar a amortização.
A amortização deverá ser feita em função do prazo do contrato, por ser o menor e a partir
do término de sua construção, ou seja, quando o salão está em condições de operar,
portanto 58 meses.
Contabilização
5.12. EXAUSTÃO
A exaustão de bens classificados no Imobilizado está prevista na Lei 6.404/76, art. 183:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:
……………………………………………………………………………………
§ 2º A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado, intangível e diferido será registrada
periodicamente nas contas de (Redação dada pela Lei nº 11.638 de 2007)
…………………………………………………………………………………….
a) exaustão, quando corresponder à perda do valor decorrente da sua exploração, de direitos cujo
objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.
Existem portanto, dois critérios para o cálculo da quota de exaustão de recursos minerais:
O critério a ser observado será aquele que proporcionar maior percentual de exaustão no
período. Desta forma à medida que os recursos minerais vão se exaurindo, registra-se, na
contabilidade,, simetricamente à possança conhecida da jazida, a quota de exaustão.
Exemplo
Calcular a quota anual de exaustão considerando-se os seguintes dados:
100
= 12,5%
8
Contabilização
O art. 183, § 3º da Lei 11.638/07 determina que os ativos devem ser avaliados ao valor
recuperável.
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) que tem por objetivo o estudo, o preparo
e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a
divulgação de informações dessa natureza, também emitiu um pronunciamento sobre o
assunto, o CPC – 01 – REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS.
6. ATIVO INTANGÍVEL
6.1. CONCEITO
A Lei nº 6.404/76 com as alterações produzidas pela Lei nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09,
em seu art. 179, item VI, define Intangível como:
VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da
companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela
Lei nº 11.638,de 2007)
Marcas
Patentes
Softwares
Gastos com desenvolvimento (de produtos, projetos, etc)
Concessões
Goodwill (só no Balanço Consolidado)
Direitos Autorais
Direitos sobre recursos naturais
Licenças e Franquias
De acordo com o CPC 04(R1) um ativo intangível deve ser reconhecido inicialmente ao
custo. (CPC 04 (R1) item 24)
25. Normalmente, o preço que a entidade paga para adquirir separadamente um ativo intangível
reflete sua expectativa sobre a probabilidade de os benefícios econômicos futuros esperados,
incorporados no ativo, serem gerados a seu favor. Em outras palavras, a entidade espera que
haverá benefícios econômicos a seu favor, mesmo que haja incerteza em relação à época e
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Muitos fatores devem ser considerados na determinação da vida útil de ativo intangível,
inclusive: (Item 90)
(a) a utilização prevista de um ativo pela entidade e se o ativo pode ser gerenciado
eficientemente por outra equipe de administração;
(b) os ciclos de vida típicos dos produtos do ativo e as informações públicas sobre
estimativas de vida útil de ativos semelhantes, utilizados de maneira
semelhante;
(g) o período de controle sobre o ativo e os limites legais ou similares para a sua
utilização, tais como datas de vencimento dos arrendamentos/locações
relacionados; e
(h) se a vida útil do ativo depende da vida útil de outros ativos da entidade.
A vida útil de um ativo intangível pode ser muito longa ou até indefinida. A incerteza
justifica a prudência na estimativa de sua vida útil, mas isso não justifica escolher um
prazo tão curto que seja irreal.
• Um Ativo Intangível com vida útil definida: deve ser amortizado (itens 97 a 106)
• Um Ativo Intangível com vida útil indefinida não deve ser amortizado (itens 107 a 110)
Exemplo
A empresa A, adquiriu da empresa B por $ 15.000,00, o direito de exploração de uma marca pelo
período de 5 anos.
De acordo com o CPC-04 – Intangível: Deve-se presumir que o valor residual de um ativo
intangível com vida útil definida é zero, a não ser que:
• haja um compromisso de terceiros para comprar o ativo ao final da sua vida útil; ou
• exista um mercado ativo para ele (o valor residual possa ser determinado em
relação a esse mercado)
• seja provável que esse mercado continuará a existir ao final da vida útil do ativo.
Exemplo
Determinada empresa adquiriu uma patente pelo valor de $ 200.000,00. A vida útil da
patente é de 10 anos, mas existe um compromisso de terceiros para comprar essa
patente após os 10 anos por um valor residual de $ 40.000,00.
EXERCÍCIOS INTANGÍVEL