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de Giro Orçamento e
Fluxo de Caixa
Nestor Alberto Rancich Filho
Administração de Capital
de Giro Orçamento e
Fluxo de Caixa
Introdução
Capítulo 1
As Finanças nas
Organizações
ÂÂ
N
este capítulo, vamos apresentar a importância das fi-
nanças nas organizações, sua área de abrangência e
seus principais objetivos. Veremos também a contabilida-
de como instrumento de análise e acompanhamento para
o administrador financeiro, bem como as possibilidades
de controle estabelecidas a partir dos relatórios contábeis.
2 Administração de Capital de Giro Orçamento e Fluxo de Caixa
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE
CIRCULANTE Obrigações com terceiros no
Disponibilidades curto prazo
Direitos realizáveis no curso do
exercício social
Despesas do exercício seguinte EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Obrigações com terceiros no
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO longo prazo
Direitos realizáveis após término
do exercício social corrente
Direitos realizáveis com partes
relacionadas
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
NÃO CIRCULANTE Capital social
Investimentos Reservas de capital
Imobilizado Reservas de reavaliação
Diferido Reservas de lucro
Lucros ou prejuízos acumulados
Ativo
É formado pelos bens e direitos da empresa, ou seja onde
estão aplicados os recursos financeiros, tendo como critério
de disposição das contas o grau de liquidez em ordem decres-
cente dos elementos nelas registrados nas mesmas, ou seja,
a possibilidade de conversão em dinheiro desses elementos,
dos itens de maior para os itens de menor liquidez. Exemplo: a
conta Caixa, que representa o próprio dinheiro em tesouraria,
é a primeira conta do ativo circulante e os estoques de menor
liquidez, a ultim. O Ativo divide-se em: ativo circulante, ativo
realizável a longo prazo e ativo não circulante ou permanente.
Passivo
É formado pelas obrigações da empresa, com terceiros e
com os acionistas, ou seja as fontes dos recursos finaneiros.
Embora sem obrigatoriedade legal, por analogia ao ATIVO, o
PASSIVO tem como critério de disposição das contas o grau
de exigibilidade, em ordem decrescente, dos elementos regis-
trados nas mesmas, ou seja, o vencimento da obrigação. Por
esse critério, aparecem primeiramente as contas que tenham o
vencimento mais próximo. O PASSIVO divide-se em:
ÂÂpassivo circulante;
ÂÂpassivo exigível a longo prazo;
ÂÂresultados de exercícios futuros; e
ÂÂpatrimônio líquido.
ORIGENS DE RECURSOS
Lucro líquido do exercício
+ Despesas com depreciação, amortização e exaustão.
+ ou (–) Outras receitas e despesas que não afetam o Capital
Circulante Líquido (CCL)
+ ou (–) Variações nos resultados de exercícios futuros
+ ou (–) Ajustes de exercícios anteriores que afetam o CCL
= Total das origens geradas pelas operações da empresa
+ Realização do capital social
+ Contribuições para reservas de capital
+ Recursos de terceiros, originários:
do aumento do passivo exigível a longo prazo
da redução do ativo realizável a longo prazo
da alienação de investimentos permanentes
da alienação de direitos do ativo imobilizado
= Total das origens de recursos
12 Administração de Capital de Giro Orçamento e Fluxo de Caixa
APLICAÇÕES DE RECURSOS
Dividendos distribuídos
+ Aquisição de direitos do imobilizado
+ Aumento do ativo realizável a longo prazo
+ Aumento dos investimentos permanentes
+ Aumento do ativo diferido
+ Redução do passivo exigível a longo prazo
= Total das aplicações de recursos
Reservas de lucros
Lucros acumulados
Reserva de capital
Capital realizado
Ações tesouraria
Saldos em 32/12/XXX0
Aumento de capital
mediante novas
subscrições
Reversões de reservas
para contingências
de lucros a realizar
Parcela realizada da res.
reavaliação
Ajustes de exercícios
anteriores
mudança de critério
contábil
retificação de erro de
exercícios anteriores
Saldos em 31/12/XXX1
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Recebimentos Pagamentos
Pagamentos de clientes De fornecedores
Recebimentos de juros e De despesas operacionais e
dividendos antecipadas
De salários, encargos sociais e
Outros recebimentos
benefícios.
De impostos e contribuições
Outros pagamentos
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS
Da realização de capital De parcelas de empréstimos e
(novo sócio, subscrição de financiamentos (principal mais
novas ações) juros)
De empréstimos e Outros pagamentos de
financiamentos financiamentos
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
De empréstimos e De investimentos em bens
financiamentos concedidos imobilizados e do permanente
Do resgate de investimentos
De bens do diferido
temporários
Vendas de bens imobilizados Saldo inicial menos saldo final das
e do permanente disponibilidades
Atividades
GABARITO
1. O administrador financeiro responde pela gestão de todos
os recursos financeiros, de curto e longo prazo, movimen-
tados na empresa, desde sua captação para o financia-
mento das atividades empresariais até a formulação de
uma estratégia voltada para garantir o melhor aproveita-
mento desses recursos.
Capítulo 1 As Finanças nas Organizações 17
Capítulo 2
Administração de caixa
Administração de custos e preços
Administração de crédito e
Auditoria interna
cobrança
Contabilidade
Administração de risco
Controle do orçamento
Administração de câmbio
Controle do patrimônio
Decisão de financiamento
Planejamento tributário
Decisão de investimento
Emissão dos relatórios gerenciais
Planejamento e controle financeiro
das finanças
Proteção dos ativos
Desenvolvimento e
Relações com acionistas e
acompanhamento de sistemas de
investidores
informação financeira
Relações com os bancos
Quadro 2.4 Resultado das operações. Fonte: Lemes Jr., Rigo e Cherobim,
2005, p. 9.
Atividades
GABARITO
1. É a ciência de administrar recursos financeiros, incluin-
do a gestão do caixa do dia a dia, as cobranças, os
pagamentos e a relação com os bancos para tomada
ou aplicação de recursos. Uma empresa administrada
com sucesso gerará sempre fluxos monetários positivos.
Capítulo ?
3
Fluxo de Caixa da
Empresa
ÂÂ
N
este capítulo, vamos ver como funciona o fluxo de
caixa de uma empresa e, através de projeções, ve-
rificar se as operações e decisões gerenciais da empresa
irão gerar caixa ao longo do tempo ou déficit de caixa.
No momento em que as projeções operacionais revelam
déficit ou falta de caixa, tem-se à mão um instrumento de
tomada de decisão. Na realidade, o saldo de caixa nun-
ca pode ser negativo. Quando isso ocorre, existem duas
possibilidades: alguma(s) conta(s) não é (são) paga(s) ou
a empresa obtém recursos em operações de crédito junto
ao mercado para suprir o déficit de caixa.
Capítulo 3 Fluxo de Caixa da Empresa 33
Despesas financeiras 70
LUCRO TRIBUTÁVEL 300
3.3 P
lanejamento de caixa (orçamento de
caixa)
Outros 30.000
Aluguel, energia,
12.000 12.000 12.000
telefone etc.
Impostos 52.000 104.000 78.000
Aquisição de
30.000
equipamentos
Outros
Atividades
a)
O déficit máximo de caixa no período foi de R$
10.000,00
Capítulo 3 Fluxo de Caixa da Empresa 51
b)
O déficit máximo de caixa no período foi de R$
1.000,00
GABARITO
1. Fontes de caixa são recursos financeiros que aumentam
o caixa da empresa. Por exemplo: venda de ativos, au-
mento na margem dos produtos, reduções nos custos
operacionais.
5. b
Nestor Alberto Rancich Filho
Capítulo ?
4
Planejamento Financeiro
Capítulo 4 Planejamento Financeiro 53
VENDAS X Y
X Y
PASSIVO R$
Circulante 220.000,00
Duplicatas a pagar 120.000,00
Impostos a pagar 37.400,00
Outros exigíveis 62.600,00
Exigível de longo prazo 150.000,00
Patrimônio líquido 530.000,00
Cotas 300.000,00
Lucros retidos 230.000,00
Passivo Total 900.000,00
QUANTIDADES R$
X Y
4)
Custo indireto de fabricação anual previsto totaliza R$
500.000,00 e inclui R$ 70.000 de depreciação.
X Y
Estoque inicial dos produtos 320 350
Vendas previstas (premissa 1) 1.500 2.800
Estoque final dos produtos (premissa 2) 120 150
Plano de produção do exercício 1.300 2.600
A B Total
Estoque inicial da MP 600 4.000
Consumo previsto 3.900 10.400
Estoque final desejado (premissa 2) 500 3.000
Quantidade necessária de MP 3.800 9.400
Custo unitário das MP (R$) 20,00 5,00
Total das compras de MP 76.000,00 47.000,00 123.000,00
Valores das compras trimestrais 19.000,00 11.750,00 30.750,00
Capítulo 4 Planejamento Financeiro 65
MOD X Y Total
MOD (homens hora)/
2 hh 2,5 hh
produto
Custo R$ MOD/hora
35,00 35,00
(premissa 3)
Plano de produção 1.300 2.600
Custo anual da MOD R$ 91.000,00 227.500,00 318.500,00
Custo trimestral da MOD 22.750,00 56.875,00 79.625,00
% da MOD sobre o produto 28,57% 71,43%
CIF X Y Total
Custo anual
91.000,00 227.500,00 318.500,00
da MOD
Apropriação
Premissa
CIFs/produto/ 142.857,00 357.143,00 500.000,00
4
ano
Apropriação
CIFs/produto/ 109,89 137,36
unidade
CPV X Y Total
Custo MP/unidade 30,00 35,00
MOD p/unidade 70,00 87,50
CIF p/unidade 109,89 137,36
Custo total p/unidade 209,89 259,86
Produção vendida no ano 1.180 2.450
CPV do ano 247.670,33 636.663,46 884.333,79
⇓
Quantidades de X e Y para o cálculo do CPV
Produto X = 1500 – 320 = 1.180
Produto Y = 2.800 – 350 un. = 2.450
Capítulo 4 Planejamento Financeiro 67
VENDAS R$
Modelo X 375.000,00
Modelo Y 924.000,00
Total das vendas 1.299.000,00
CPV
Estoque inicial de produtos 127.836,00
MOD 296.975,00
MP 121.150,00
Custo indireto 466.208,79
Total 1.012.169,79
Despesas operacionais
Vendas (premissa 5) 80.000,00
Administrativas (premissa 6) 60.000,00
Total 140.000,00
Vendas –
total ano: R$ 259.800,00 519.600,00 324.750,00 194.850,00
1.299.000,00
Recebimentos
0,2 0,4 0,25 0,15
(premissa 10)
Compras (ver
30.750,00 30.750,00 30.750,00 30.750,00
etapa 2)
Pagamentos
CIF (500.000–
107.500,00 107.500,00 107.500,00 107.500,00
70.000)/4
Despesas
operacionais
Aquisição de
35.000,00 35.000,00 35.000,00 35.000,00
máquina
Distribuição de
15.000,00
lucros (premissa 16)
Impostos (Conta
50.000,00
passivo/4) premissa 14
Capítulo 4 Planejamento Financeiro 69
Fluxo líquido de
(145.075,00) 192.425,00 11.237,50 (99.900,00)
caixa
Saldo inicial de
60.000,00 (85.075,00) 107.350,00 118.588,00
caixa
Saldo final de
(85.075,00) 107.350,00 118.588,00 18.687,50
caixa
Saldo final de
40.000,00 107.350,00 118.588,00 40.000,00
caixa Premissa 15
Atividades
4) Q
ual será o valor total dos ATIVOS e PASSIVOS?
Etapa 1
X Y
Vendas previstas
Etapa 2
X( ) Y( ) Total
Matéria-prima A (1 para X e Y)
A B Total
Estoque inicial de MP
Consumo previsto
Quantidade necessária de MP
Etapa 3
MOD X Y Total
MOD (homens hora)/produto
Custo R$ MOD/hora
Plano de produção
Custo anual da MOD R$
Custo trimestral da MOD
% da MOD sobre o produto
Etapa 4
CIF X Y Total
Custo anual da MOD
Apropriação CIFs/produto/ano
Apropriação CIFs/produto/unidade
Etapa 5
CPV X Y Total
Custo MP/unidade
MOD p/unidade
CIF p/unidade
Custo total p/unidade
Plano de produção
CPV do ano
74 Administração de Capital de Giro Orçamento e Fluxo de Caixa
Etapa 6
VENDAS R$
Modelos
Modelo Y
Totais
CPV
Estoque inicial de produtos
MOD
MP
Custo indireto
Total
Lucro bruto
Despesas operacionais
Vendas
Administrativas
Total
Lucro antes do IR
Provisão IR
Lucro líquido
Distribuição de lucros
Lucro retido
Capítulo 4 Planejamento Financeiro 75
Etapa 7
1º 2º 3º 4º
Trim Trim Trim Trim
Vendas – Total Ano R$
Recebimentos
75% das vendas correntes
25% das vendas do trimestre anterior
Total
Etapa 8
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Caixa Duplicatas a pagar
Títulos negociáveis (inalterado) Impostos a pagar
Duplicatas a receber Títulos a pagar
Estoques Outros exigíveis (inalterado)
MPs
Produtos prontos Exigível de longo prazo
Gabarito
1. Lucro bruto: R$ 288.089,00. Lucro líquido: R$ 36.507,85
2. R$ 59.358,75
3. R$ 180.585,63
4. R$ 834.604,00
5. R$ 566.507,85
Nestor Alberto Rancich Filho
Capítulo ?
5
Em que:
Em que:
Alavancagem operacional
A alavancagem operacional refere-se ao uso de ativos ope-
racionais, com custos e despesas fixas, visando a aumentar os
lucros antes dos juros e do Imposto de Renda. Representa a
variação percentual no lucro operacional da empresa em rela-
ção à variação percentual das vendas. Sempre que a variação
porcentual do lucro operacional resultante de uma dada varia-
ção porcentual das vendas for maior que a variação porcentu-
al das vendas, ocorre a alavancagem operacional.
Alavancagem financeira
A alavancagem financeira diz respeito à capacidade da
empresa de usar encargos financeiros fixos para maximizar os
efeitos de variações no lucro operacional sobre o lucro líquido
ou lucro por ação. A alavancagem financeira resulta da pre-
sença de encargos financeiros fixos no fluxo de lucros da em-
presa que não variam com o lucro operacional, ou seja, eles
precisam ser pagos independente de haver lucro operacional
disponível para cobri-los.
Alavancagem total
A alavancagem total refere-se à medida numérica da alavan-
cagem total da empresa. Representa a variação percentual no
86 Administração de Capital de Giro Orçamento e Fluxo de Caixa
Atividades
Gabarito
1. Ponto de equilíbrio operacional diz respeito às vendas de
produtos em quantidade, que cobrem os custos fixos e
variáveis incluindo a parcela de depreciações dos ativos.
Ponto de equilíbrio em moeda diz respeito às vendas de
produtos, em valores monetários, que cobrem custos fixos
e variáveis incluindo a parcela de depreciações dos ativos.
5.
Lucro por ação: R$ 2,89; Alavancagem Financeira:
2,3077.
Nestor Alberto Rancich Filho
Capítulo 6
Administração do
Capital de Giro
90 Administração de Capital de Giro Orçamento e Fluxo de Caixa
1 A delimitação de um ano não costuma ser obedecida por empresas cujo ciclo
operacional produção-venda-pagamento ultrapasse esse prazo (exemplo: estalei-
ros, algumas atividades rurais etc.).
92 Administração de Capital de Giro Orçamento e Fluxo de Caixa
Onde:
ÂÂfornecedores;
ÂÂsalários a pagar;
ÂÂcomissões a pagar;
ÂÂencargos sociais a recolher;
ÂÂimposto de renda retido na fonte;
ÂÂcontas de despesas operacionais a pagar, como água,
energia elétrica, aluguel, telefone etc.;
ÂÂadiantamento de clientes;
ÂÂimpostos a pagar.
ST = ACF – PCF
Em que:
Circulante
Circulante
Circulante
CCL = NCG + ST
ATIVO PASSIVO
Ativo total
Capítulo 6 Administração do Capital de Giro 99
ÂÂaspectos de moda;
ÂÂintervenção governamental, por políticas econômicas,
que prejudique os produtores;
ÂÂtaxa do dólar baixa reduzindo receita em R$ dos expor-
tadores que utilizam insumos nacionais;
ÂÂgastos forçados de adaptação para atender a exigências
de entidades de controle do meio ambiente.
Atividades
1) Conceitue o CCL de uma empresa.
2) Como se determina a NCG de uma empresa?
3) Qual o significado da NCG quando seu valor é positivo e
quando seu valor é negativo?
4) Qual o significado do ST quando seu valor é positivo e
quando seu valor é negativo?
5) Determine o CCL, a NCG e ST nos anos 1 e 2, respeitan-
do a seguinte estrutura de balanço patrimonial:
ATIVO PASSIVO
Passivo
Ativo circulante 2.336 2.215 2.012 1986
circulante
Caixa 10 29
Salários e
Bancos 49 80 385 346
encargos
Contas a
Aplicações CP 364 217 545 541
pagar
Matéria-prima
Produtos em
ELP 1.706 1.828
elaboração
Patrimônio
Produtos prontos 534 470 2.172 1.822
líquido
Ações
Ativo permanente 3.554 3.421
preferenciais
Ações
40 40
ordinárias
Prédios e terrenos 4.119 3.824
Ágio venda
de ações
Lucros
Equipamentos 1.157 1.157 2.132 1.782
acumulados
GABARITO
1. CCL é o valor das fontes de recursos de longo prazo
que excede os investimentos em realizável a longo prazo
mais os ativos permanentes ou fixos.
Ano 2 Ano 1
CCL 324 229
NCC 34 25
ST 290 204
Nestor Alberto Rancich Filho
Capítulo ?
7
ÂÂ
C
omo vimos no capítulo 6, diversos fatores podem in-
terferir no volume de capital de giro das empresas.
Entretanto, um deles deve ser objeto de especial atenção
dos administradores das empresas, no que se refere ao
ciclo de suas operações.
Capítulo 7 Ciclo das Atividades e Determinação do Saldo Mínimo de Caixa 109
CC = 30 dias; GC = 12
CC = 45 + 0 + 0 + 30 – 45 = 30 dias
Capítulo 7 Ciclo das Atividades e Determinação do Saldo Mínimo de Caixa 113
CC = 80 – 45 = 35 dias
CC = 90 + 40 – 50 = 80 dias
114 Administração de Capital de Giro Orçamento e Fluxo de Caixa
Resolução:
Resolução:
7.1 E
stratégias de administração do ciclo de
caixa (CC)
Qualquer empresa desejaria ter CC negativo, pois isso signi-
ficaria que o período de pagamento excederia o ciclo opera-
cional. Empresas industriais normalmente não conseguem ter
ciclos negativos de caixa, a menos que retardem seus paga-
mentos por um período de tempo muito longo (superior ao
ciclo operacional), o que na prática dificilmente ocorre. Já o
comércio pode apresentar CCs menores e até negativos, em
situações de alta demanda com menores níveis de estoque
e, consequentemente, maior giro, pagando as mercadorias a
prazo e as vendendo à vista. Em tal situação, a empresa se
beneficia ainda mais por poder utilizar fontes espontâneas de
118 Administração de Capital de Giro Orçamento e Fluxo de Caixa
Gestão de cobrança
Cobrar é tão importante quanto vender. A gestão de cobrança
abrange os procedimentos utilizados para cobrar as duplicatas
a receber na data do vencimento e também os procedimentos
cabíveis para o caso de não ser efetuado o pagamento. Uma
política de cobrança depende essencialmente da política de
concessão de crédito da empresa, que será abordada no pró-
ximo capítulo.
Capítulo 7 Ciclo das Atividades e Determinação do Saldo Mínimo de Caixa 121
Atividades
1) Qual o significado do ciclo operacional financeiro e eco-
nômico e por que a sua gestão é importante para a admi-
nistração financeira empresarial?
2) Como se determina o saldo mínimo de caixa de uma em-
presa, para que ela possa pagar suas contas em dia?
3) Qual o ciclo de caixa de uma empresa que apresenta um
giro anual de estoque igual a 24, período médio de fa-
bricação de 20 dias, estoque de produto acabado para 3
dias, giro anual de cobrança igual a 12 e pagamento a
fornecedores em 45 dias?
4) Uma empresa tem um giro de caixa igual a 6 e desembol-
sos anuais de R$ 900.000,00. Qual será a variação no
saldo médio de caixa da empresa se ela conceder mais 10
dias, em média, no prazo de pagamento aos seus clientes,
assim como receber dos seus fornecedores um prazo de
mais 15 dias?
5) Calcule o caixa mínimo operacional de uma empresa que
apresenta as seguintes características: vendas líquidas anu-
ais de R$ 5.000.000,00, sendo 10% à vista; duplicatas a
receber no valor de R$ 550.000,00 em média; lucro bruto
de 25%; duplicatas a pagar no valor de R$ 150.000,00,
em média, decorrentes das compras realizadas a prazo
equivalente a 80% do custo da mercadoria vendida; esto-
que médio de R$ 125.000,00 e desembolsos totais anuais
de R$ 4,5 milhões.
124 Administração de Capital de Giro Orçamento e Fluxo de Caixa
GABARITO
1. Ciclo operacional é o período de tempo (normalmente
dias) compreendido desde a compra da matéria-prima
até o recebimento da venda do produto acabado. Ci-
clo financeiro ou ciclo de caixa é o período de tempo
compreendido desde o pagamento dos fornecedores
até o recebimento da venda do produto acabado. Ciclo
econômico é o período de tempo compreendido des-
de a compra da matéria-prima até a venda do produto
acabado. Sua gestão é importante na gestão financeira
para dimensionar e buscar reduzir a necessidade de ca-
pital de giro das operações da empresa.
3. 23 dias.
Capítulo 8
Concessão de Crédito
ÂÂ
O
crédito é um facilitador das vendas. Segundo Lemes
Jr., Rigo e Cherobim1, a concessão de crédito permi-
te que a empresa venda mais. Por outro lado, o crédito é
um fator de risco para as empresas, pois podem ocorrer
perdas com devedores relapsos. A concessão de crédito
consiste em aplicações de recursos no ativo circulante e
deve ser suportada pela existência ou obtenção de recur-
sos para financiá-la, pois interfere no equilíbrio econô-
mico-financeiro da empresa. Quanto maior o volume de
vendas a crédito e o prazo médio de cobrança, maior será
a necessidade de capital de giro para financiar esse ativo,
cujo custo deve ser agregado ao custo do produto.
As políticas de crédito são fundamentais para uma
eficiente administração das vendas financiadas aos clien-
126 Administração de Capital de Giro Orçamento e Fluxo de Caixa
a. Volume de vendas:
R$ 60.000 x R$ 10,00/un. = R$
Receita anual
600.000,00
R$ 60.000 x R$ 6,00/un. + R$
Custo anual
120.000 = R$ 480.000,00
Lucro da operação R$ 120.000,00
Perdas com devedores
R$ 6.000,00 (1% das vendas)
incobráveis
Lucro final R$ 114.000,00
R$ 600.000,00/12 = R$ 50.000,00
Investimento médio em DAR
(prazo 30 dias gira 12 ao ano)
Capítulo 8 Concessão de Crédito 133
R$ 63.000 x R$ 10,00/un = R$
Receita anual
630.000,00
R$ 63.000 x R$ 6,00/um + R$
Custo anual
120.000 = R$ 498.000,00
Lucro da operação R$ 132.000,00
Perdas com devedores
R$ 12.600,00 (2% das vendas)
incobráveis
Lucro final R$ 119.400,00
R$ 630.000,00/8 = R$ 78.750,00
Investimento médio em DAR
(prazo 45 dias gira 8 ao ano)
Necessidade de investimento R$ 28.750,00 (R$ 78.750,00 – R$
adicional em DAR 50.000,00)
Custo da necessidade
R$ 4.312,50 (15% de R$ 28.750,00)
adicional de CCL
100.000 X R$ 20,00/un. = R$
Receita anual
2.000.000,00
100.000 X R$ 12,00/un. + R$
Custo anual
180.000 = R$ 1.380.000,00
Lucro da operação R$ 620.000,00
Perdas com devedores
R$ 40.000,00 (2% Das vendas)
incobráveis
Lucro final R$ 580.000,00
120.000 x R$ 20,00/un. = R$
Receita anual
2.400.000,00
120.000 x R$ 12,00/un. + R$
Custo anual
180.000 = R$ 1.620.000,00
Capítulo 8 Concessão de Crédito 135
PLANO ATUAL:
R$ 63.000 x R$ 10,00/un. = R$
Receita anual
630.000,00
63.000 x R$ 6,00/un. + R$ 120.000 =
Custo anual
R$ 498.000,00
Lucro da operação R$ 132.000,00
Perdas com
devedores R$ 12.600,00 (2% das vendas)
incobráveis
Lucro final R$ 119.400,00
Capítulo 8 Concessão de Crédito 137
PLANO ATUAL:
72.000 x R$ 32,00/un. = R$
Receita anual
2.304.000,00
72.000 x R$ 28,00/un. = R$
Custo anual
2.016.000,00
Lucro da operação R$ 288.000,00
Perdas com devedores
R$ 23.040,00 (1% das vendas)
incobráveis
Despesas com cobrança R$ 60.000,00
Lucro final R$ 204.960,00
73.000 x R$ 32,00/un. = R$
Receita anual
2.336.000,00
73.000 x R$ 28,00/un. = R$
Custo variável anual
2.044.000,00
Lucro da operação R$ 292.000,00
Perdas com devedores
R$ 46.720,00 (2% das vendas)
incobráveis
Despesas com
R$ 20.000,00
cobrança
Lucro final R$ 225.280,00
Capítulo 8 Concessão de Crédito 139
PLANO ATUAL:
10.000 x R$ 40,00/un. = R$
Receita anual
400.000,00
10.000 x R$ 31,00/un. = R$
Custo variável anual
310.000,00
Lucro da operação R$ 90.000,00
Perdas com devedores
R$ 4.000,00 (1% das vendas)
incobráveis
Lucro final R$ 86.000,00
11.000 x R$ 40,00/un. = R$
Receita anual
440.000,00
11.000 x R$ 31,00/un. = R$
Custo variável anual
341.000,00
Lucro da operação R$ 99.000,00
Perdas com devedores
R$ 13.200,00 (3% das vendas)
incobráveis
Lucro final R$ 85.800,00
Atividades
1) O que representam as duplicatas a receber de uma em-
presa? O que se quer dizer com uma política de crédito de
uma empresa?
2) Qual significado dos 5 Cs DO CRÉDITO e qual a sua im-
portância na atividade de seleção de crédito?
3) Descreva a avaliação por classificação de crédito e expli-
que por que é importante aplicar essa técnica?
4) Quais são os tipos de operações que utilizam ativos como
garantias de crédito?
5) Uma empresa vende 60.000 unidades de produto por ano
com preço médio de R$ 35,00, período médio de cobran-
ça de 60 dias, 2,0% de devedores incobráveis, custo variá-
vel R$ 27,00 por unidade e despesas com cobrança de R$
35.000 por ano. A empresa prevê mais rigor na política de
crédito, aumentando em 10% suas despesas relacionadas
à análise de crédito e cobrança, mas, por outro lado, pre-
vê reduzir seus devedores incobráveis para 1,0%, o prazo
médio de cobrança para 30 dias e uma queda de 9% nas
vendas. Considerando o custo de oportunidade de 20%
ao ano, vale a pena implantar a nova política de crédito
na empresa? Justifique a resposta.
142 Administração de Capital de Giro Orçamento e Fluxo de Caixa
GABARITO
1. Duplicatas a receber representam o valor das vendas já
realizadas pela empresa e ainda não pagas pelos clien-
tes. Significam também os recursos que estão financian-
do as vendas da empresa. Política de crédito significa os
critérios adotados pela empresa para conceder crédito
aos seus clientes bem como o prazo máximo e os custos
financeiros do financiamento a serem praticados.
Capítulo 9
Dificuldades Financeiras
ÂÂ
Q
uando uma empresa não gera fluxo de caixa suficien-
te para pagar suas contas e adia, sistematicamente,
seus compromissos financeiros, ela se encontra com difi-
culdades financeiras. Se essa situação não for revertida
em curto período de tempo, essa empresa caminhará fa-
talmente para uma situação de recuperação extrajudicial,
recuperação judicial ou falência.
Uma situação de dificuldades financeiras não surge de
repente na empresa. Ela vai ocorrendo progressivamente,
como resutlado de inúmeros fatores, a exemplo do que
apontam Lemes Jr., Rigo e Cherobim1:
FI = X1 + X2 + X3 - X4 – X5
Em que:
Recuperação extrajudicial
Segundo Lemes Jr., Rigo e Cherobim5, a recuperação extraju-
dicial tem por objetivo permitir “ao devedor negociar fora dos
tribunais com seus principais credores e aprovar um plano de
pagamento para suas duvidas dentro de suas reais possibili-
dades”. Uma vez aprovado, o plano de pagamento é levado
ao judiciário para homologação, “sendo que a sua aprovação
deve ter a concordância de 60% dos credores. Se o plano não
for aprovado o devedor deve propor, posteriormente, outro
plano para homologação ou se valer da recuperação judicial”.
Recuperação judicial
A recuperação judicial substitui a concordata, e o devedor pro-
põe um plano de pagamento aos credores, dentro de suas
possibilidades financeiras. Inclui todos os débitos da empre-
sa devedora, menos os débitos fiscais, que são excluídos do
processo de recuperação judicial. Os débitos trabalhistas nor-
malmente devem ser quitados pelo devedor no período de um
ano. Os credores não são obrigados a aceitar o plano e, atra-
vés de uma assembleia, poderão aprová-lo, modificá-lo ou
decidir pela decretação de falência. Também é considerada
a venda de ativos da devedora sem que o comprador herde
débitos fiscais.
Falência
Tecnicamente uma empresa está falida, quando as suas dí-
vidas de curto e longo prazo são superiores aos seus ativos
e, desse modo, a empresa não apresenta mais capacidade
de pagar pontualmente os seus credores. A falência pode ser
solicitada pela própria empresa, denominada autofalência, e
cabe ao juiz decretá-la de imediato, sem muitas formalidades.
Qualquer credor pode também requerer a falência do devedor
desde que seu crédito seja superior a 40 salários mínimos. No
caso do credor solicitar a falência, o juiz citará o devedor, de
modo que apresente a sua defesa ou efetue o depósito judicial
correspondente. A falência também pode ser decretada pelo
próprio juiz que conduz um processo de recuperação judicial e
a empresa descumpra algumas das cláusulas da recuperação.
Atividades
Referências
Capítulo 10
Avaliação de Empresas
ÂÂ
A
valiar ou definir o valor de uma empresa é uma tarefa
complexa, pois não se processa mediante os funda-
mentos de uma ciência exata, em que se consegue com-
provar de forma absoluta os resultados apurados. Todos
os modelos de avaliação pressupõem níveis variados de
subjetividade. O valor de uma empresa vista pelo ven-
dedor consiste, normalmente, em mensurar e obter o re-
torno dos investimentos realizados ao longo dos anos na
empresa. Já o comprador investidor valoriza a empresa,
normalmente, em função do retorno esperado de se rea-
lizar no futuro, sujeito a fatores imprevistos, não totalmen-
te controláveis no processo de previsão. Além do critério
diferenciado de julgamento de valor entre comprador e
vendedor, existem outras razões e objetivos associados ao
158 Administração de Capital de Giro Orçamento e Fluxo de Caixa
10.1 A
valiação pelo método de
mensuração dos ativos e passivos
10.2 A
valiação pelo método do fluxo de
caixa descontado (FCD)
Em que:
Tabela 10.1 Consumo anual cativo de bicicletas para os próximos seis anos
1 800.000 3.000.000
2 840.000 3.200.000
3 880.000 3.600.000
4 960.000 3.800.000
5 1.000.000 4.000.000
6 1.050.000 4.250.000
Imposto de
357 989 1.928 2.887 3.519 4.310
Renda
Financiamento
5.000 (750) (750) (750) (750) (5.750)
bancos
Fornecedores/
2.583 150 233 217 150 (3.333)
outros
Investimento ativo
1.832 1.938 2.099 2.254 2.360 2.492
fixo
Investimento ativo
(9.771) (563) (862) (827) (563) 12.587
circulante
Em que:
em que:
Atividades
1) Descreva as diferentes formas de avaliar o valor de uma
empresa.
Capítulo 10 Avaliação de Empresas 177
Referências