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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do título

de especialista em Gestão de Negócio – 2023.

Análise Econômico Financeira: Um estudo de caso da Taesa S/A

José Luiz de Sousa Neto; Fabiano Martin Tiossi


1 TRF2. Servidor Público Federal.
2 USP Pecege. Professor Universitário.

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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do título
de especialista em Gestão de Negócios – 2023

Análise Econômico Financeira: Um estudo de caso da Taesa S/A

Resumo

A análise econômico financeira de empresas é muito valiosa para administradores,


investidores, credores e outros atores envolvidos na dinâmica empresarial, sendo vital para
uma tomada de decisão mais assertiva, além de propiciar um diagnóstico sobre o estado de
saúde financeira da empresa. O objetivo geral do trabalho foi o de analisar uma empresa
brasileira do setor de transmissão de energia, denominada Taesa S/A, e verificar se está
havendo uma gestão eficiente de recursos econômico financeiros nos últimos três
exercícios. A metodologia do estudo foi o estudo de caso, sendo que o instrumento
escolhido de coleta de dados é a pesquisa documental e bibliográfica. A análise indicou que
a empresa tem gerido de forma eficiente os seus recursos econômico financeiros nos
últimos três exercícios analisados, havendo equilíbrio financeiro, manutenção da eficiência
operacional e geração de caixa.

Palavras-chave: Finanças; Gestão Financeira; Diagnóstico Financeiro.

Introdução

O trabalho contêm um estudo de caso sobre a empresa Taesa S/A, uma grande
empresa de capital aberto do Brasil, pelo qual será analisada sobre os aspectos contábeis e
financeiros visando verificar a sua saúde financeira. As informações geradas a partir da
análise contábil financeira são valiosas para os administradores, investidores e outros atores
envolvidos, haja vista que servem de subsídio para tomadas de decisões.

A Transmissora Aliança de Energia Elétrica é uma empresa que atua no segmento


de transmissão de energia, tendo suas ações negociadas na Bolsa de Valores do Brasil
(B3). O setor de transmissão de energia é marcado pela alta necessidade de investimentos
e custos, sendo remunerado pela disponibilidade, sendo que cada estação tem direito a uma
receita anual permitida (RAP) a qual é determinada pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL). Além disto, é importante destacar que seus direitos são adquiridos através
de concessões que possuem um prazo alongado, pelo que trazem um conjunto de regras e
normas dispostas em contratos.

O estudo de caso contribui de forma singular para o conhecimento de fenômenos


organizacionais e empresariais. Como uma estratégia metodológica para a pesquisa, tem se
que permite uma maior amplitude ao investigador, revelando aspectos complexos, que não
seriam percebidos de outra maneira. A essência de um estudo de caso está na tentativa de
iluminar uma decisão ou um conjunto de decisões, permitindo a reflexão pelo que foram
tomadas, como foram executadas e quais os seus resultados. Um dos aspectos mais

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elementares sobre o estudo de caso é que o mesmo deve ser significativo, a qual traz
consigo a ideia de importância e valor para o mundo científico e ao público em geral (YIN,
2005).

O primeiro elemento a ser analisado é o conteúdo do relatório de administração, pelo


qual inclui a carta de acionistas e diversas informações objetivas e subjetivas. Dentro deste
estão contidos os principais demonstrativos contábeis, aos quais incluem: Balanço
Patrimonial e Demonstração de Resultado. Com foco nestes dois documentos, é possível ter
uma visão distinta e complementar sobre as esferas: eficiência operacional; equilíbrio
financeiro e geração de caixa. Como técnica de análise, será priorizado: análise horizontal;
análise vertical e análise de índices.

No que tange a análise horizontal esta permite a avaliação de desempenho das


contas em distintos exercícios sociais. O seu objetivo está em avaliar o crescimento ou
queda ocorrida nas rubricas presentes nas demonstrações contábeis em diferentes períodos
consecutivos, comparando percentuais ao longo dos mesmos. Sob o aspecto da análise
vertical, esta envolve uma comparação homogênea de rubricas em um mesmo período,
visando obter um percentual de participação da mesma sobre o valor total do conjunto.

Os indicadores abordam metodologias para revelarem o estado econômico financeiro


das empresas, devendo ser comparados com padrões anteriores. A seleção do índices a
serem aplicados dependerá do objetivo e da profundidade da análise. O que mais importa
não é a quantidade de índices, mas a escolha mais adequada dentro do objetivo a que se
propõe a análise (MATARAZZO, 2008).

A análise de demonstrações contábeis é um estratégico meio gerencial a qual


permite aos administradores e gestores de uma empresa a ter uma visão holística do
negócio, além de que proporciona a possibilidade de avaliação pelo público externo, tais
como: investidores e credores (BRAGA,1999).

Portanto, tem se que tal estudo de caso permite uma avaliação de desempenho da
Taesa, com foco na averiguação de gestão eficiente de recursos econômico financeiros nos
últimos três exercícios, permitindo obter uma visão holística do negócio.

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Material e Métodos

A empresa objeto deste estudo de caso tem sua sede no Rio de Janeiro-RJ, atua no
setor de transmissão de energia elétrica, operando em dezoito estados e Distrito Federal,
sendo uma empresa de grande porte detendo uma Receita Anual Permitida (RAP) elevada
que a coloca entre as líderes do seu segmento. A empresa tem suas ações negociadas na
Bolsa de Valores da B3, no nível 2 de governança corporativa. O seu controle acionário é
detido pela CEMIG - Companhia Energética de Minas Gerais e ISA Investimentos
Participações do Brasil S.A. A empresa detêm quarenta e três concessões, sendo que
quatro concessões tem vencimento até 2030, as quais representam em torno de 30% da
receita. As concessões atuais possuem como índice de inflação o IPCA (43% do total da
RAP) e o IGP-M (57% do total da RAP), aos quais ajustam a receita anualmente,
protegendo o negócio da variação geral de preços, estando detalhadas no Apêndice C.

O setor de geração de energia brasileiro é majoritariamente hidrelétrico, sendo que


as disposições geográficas das usinas são na maior parte em territórios mais afastados dos
centros urbanos, o que aliado à dimensão territorial do país, exige a presença de redes de
transmissão de longas distâncias. Atualmente o setor privado tem atuado com larga escala
neste setor, por meio de concessões com prazos alongados, aos quais exigem como
contrapartida disponibilidade e qualidade dos serviços (operação e manutenção) e se
sujeitam as regras e disposições dos órgãos governamentais de regulamentação, inclusive
ditando a necessidade de investimentos. A receita anual permitida (RAP) é garantida
através do contrato de concessão, sendo que havendo alteração na composição de custos
também será garantida a revisão pela agência reguladora, havendo descontos das
indisponibilidades registradas. Assim, a remuneração se dá pela disponibilidade da linha e
não no volume transportado.

A metodologia escolhida para este trabalho é o estudo de caso. O período escolhido


para análise será os últimos três exercícios anuais, sendo que as últimas contas anuais
publicadas se referem a 2019, 2020 e 2021. A escolha desta série temporal está relacionada
a necessidade de uma análise atualizada, sendo estes os últimos três exercícios anuais
publicados.

O instrumento escolhido de coleta de dados é a pesquisa documental, sendo através


das publicações de relatórios de administração pelo RI da instituição, além de registros

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contábeis extraídos da CVM – Comissão de Valores Mobiliários. Assim como também a


pesquisa bibliográfica, pelo qual formam o conjunto extraído dos livros, literatura e artigos
para a compreensão dos conceitos tratados neste trabalho.

Foi utilizada a pesquisa exploratória e a descritiva, pelo que além da publicação das
demonstrações contábeis, também o conteúdo do relatório de administração, pelo qual inclui
a carta de acionistas e diversas informações objetivas e subjetivas. Como técnica de
análise, será priorizado: análise horizontal, análise vertical e análise de índices.

Na análise horizontal temos a possibilidade de verificação da evolução das rubricas


em distintos exercícios sociais. É uma análise que compara elementos homogêneos, diante
de distintos períodos. Blatt (2001) apresenta uma visão de que esta análise permite
demonstrar o crescimento ou declínio gerado em rubricas das demonstrações financeiras
em períodos consecutivos, sendo que na análise horizontal compara-se em percentuais.

No que tange a análise vertical tem se que permite a determinação da relevância das
contas no que tange ao total, relativo a um igual exercício. Ribeiro (1997) expõe que esta
análise é denominada também como análise de coeficientes, pelo que compara cada um
dos elementos do conjunto em relação ao seu total.

Sob o aspecto da análise de índices, foram escolhidos indicadores de liquidez,


rentabilidade e endividamento. A seleção dos índices foi determinada pelo objetivo de
averiguar o equilíbrio financeiro, manutenção da eficiência operacional e geração de caixa
da empresa.

O grupo denominado liquidez indica a base do estado financeiro da empresa. Bons


índices significam que a empresa possui capacidade para adimplir as suas contas, apesar
de não indicar ou garantir que serão pagas em dia.

O índice de liquidez corrente mostra a capacidade de pagamento da empresa no


curto prazo, a qual sendo maior que 1 indica que os recursos do passivo circulante foram
investidos no ativo circulante. É obtido através da fórmula:

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A liquidez imediata é constituída da relação entre o disponível e o passivo circulante.


Refletindo a capacidade de pagamento das dívidas de curto prazo com as disponibilidades
de caixa da empresa.
A liquidez Geral mostra a capacidade de pagamento no longo prazo. A liquidez geral
é obtida através da fórmula:

Sobre o aspecto dos indicadores de rentabilidade, observamos a margem líquida, a


qual permite identificar a eficiência de uma empresa em gerar lucros a partir das suas
vendas, sendo que quanto maior melhor. Permite avaliar se o aumento das vendas está
sendo acompanhado de crescimento do lucro. Segundo Ribeiro (1997) a margem líquida
revela quanto a empresa obteve de lucro líquido para cada unidade monetária vendida. O
índice pode ser calculado através da fórmula:

O ROE expõe o retorno sobre os recursos aplicados pelos investidores ou sócios da


empresa, sendo utilizado para comparar diferentes investimentos, vide comparação entre
risco e retorno realizada entre os investidores. Tal indicador pode ser alcançado através da
fórmula:

O EBITDA pode indicar uma melhor performance do desempenho operacional ante


ao lucro líquido, haja vista que não incorpora itens aos quais não possuem impacto no fluxo
de caixa, portanto não sendo impactado por itens como tributação sobre o lucro e estrutura
de capital. O EBITDA permite refletir a geração de fluxo operacional da empresa (ASSAF,
2019).

Com relação aos indicadores de endividamento, tem se que a participação de capital


de terceiros mostra o quanto a empresa tomou de capital de terceiros por capital próprio
investido, sendo que quanto menor melhor.

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O índice composição do Endividamento, permite avaliar o quanto da dívida total é de


curto prazo, sendo esta a mais desafiadora para as empresas. Quanto menor o resultado
melhor. É obtido através da fórmula:

O índice de imobilização do PL indica o quanto do PL tem sido investimento no ativo


permanente. O elevado grau de imobilização pode comprometer a liquidez e gerar lucros
fictícios. Conforme leciona Ribeiro (1997), quanto menos a empresa depender de capital de
terceiros, melhor. Tal índice pode ser alcançado através da fórmula:

A relação dívida líquida/Ebitda 12m é uma importante métrica para avaliar o


alavancamento do negócio, haja vista que mede a probabilidade de pagamento ante o seu
fluxo de caixa operacional.

O endividamento Geral (EG) determina o percentual de recursos totais da empresa


(AT) que são financiados pelo capital de terceiros. Tal indicador é alcançado através da
soma do passivo circulante e não circulante sobre o Patrimônio Líquido da empresa.

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Resultados Preliminares

1.1 Análise Vertical e Horizontal da Taesa S.A

Apresentação da análise vertical e horizontal do Ativo. Com detalhamento das


rubricas no Apêndice A.

Tabela 1. Análise Vertical do Ativo dos exercícios de 2019, 2020 e 2021


AT - ATIVO (R$ mil) AV2019% AV2020% AV2021%
Ativo Circulante 32% 16,7% 13,4%
Caixa e equivalentes de caixa 0,7% 6,4% 2,4%
Títulos e valores mobiliários 20,7% 0,0% 0,0%
Contas a receber 1,1% 1,3% 1,3%
Outros 47,4% 9,0% 9,7%
Ativo Não-Circulante 47,4% 61,2% 63,8%
Títulos e valores mobiliários 0,0% 0,1% 0,1%
Créditos com partes relacionadas 0,2% 0,1% 0,1%
Outros 47,2% 61,0% 63,6%
Ativo Fixo 21,0% 22,1% 22,8%
Investimentos 19,8% 20,9% 21,6%
Intangível 0,7% 0,6% 0,6%
Imobilizado 0,5% 0,5% 0,5%

Ativo Total 100,0% 100,0% 100,0%

Tabela 2. Análise Horizontal do Ativo dos exercícios de 2020 e 2021

BP - ATIVO (R$ mil) AH2020% AH2021%


Ativo Circulante -34% -10%
Caixa e equivalentes de caixa 985% -57,1%
Títulos e valores mobiliários
Contas a receber 49% 11,4%
Outros 25% 20,8%
Ativo Não-Circulante 61% 17,5%
Títulos e valores mobiliários 109% 3,8%
Créditos com partes relacionadas 4% 8,6%
Outros 61% 17,5%
Ativo Fixo 31% 16,2%
Investimentos 32% 16,4%
Intangível 14% 10,3%
Imobilizado 31% 17,2%

Ativo Total 25% 12,7%

A análise vertical do ativo da companhia evidencia a importância das contas do não


circulante que correspondem a 63,8% do total em 2021, tendo havido um pequeno
incremento ante 2021 (61,2% do total). A qual também observa se a importância de duas

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contas: Outros do não circulante (63,6% em 2021 e 61% em 2020) e investimentos (21,6 %
em 2021 e 20,9% em 2020). Na conta de outros do não circulante encontra se o ativo de
contrato de concessão, pelo que conforme demonstrações financeiras da empresa as
mutações se referem a adição (reforços e às novas construções de subestações e linhas de
transmissão), aquisição, remuneração e correção monetária. No que tange ao investimentos
estes se referem as controladas e coligadas, sendo que a variação de valor entre 2020 e
2021 se refere ao aumento de capital e equivalência patrimonial ocorrida no período,
conforme demonstrações financeiras da empresa.

Em análise horizontal do ativo observamos um aumento de 12,7% em 2021 ante


2020, com o aumento sendo derivado principalmente da conta outros, a qual reúne a já
citada subconta do ativo contratual de concessão a qual atingiu na categoria circulante o
montante de R$ 1,32 bilhão (ante R$ 1,01 bilhão em 2020) e no não circulante atingiu R$
9,79 bilhões (ante R$ 8,35 bilhões). O aumento dessa rubrica também reflete os impactos
oriundos da metodologia da IFRS 15 de correção mensal desta conta pela inflação (IGP-M
ou IPCA), calculado sobre a correção monetária dos fluxos futuros trazidos ao valor
presente, utilizando a taxa estabelecida do projeto. Observamos também um crescimento de
16,4% na rubrica de investimentos se referindo aos investimentos diretos já citados e
detalhados no apêndice B. Nos últimos três exercícios houve a seguinte dinâmica de
evolução do ativo e patrimônio líquido:

18.000.000

15.895.635
16.000.000

14.105.419
14.000.000

12.000.000
11.292.769
10.000.000

8.000.000
6.684.756
6.025.904
6.000.000 4.990.377
4.000.000

2.000.000

dez-19 dez-20 dez-21

Ativo Total (R$ mil) Patrimônio Líquido (R$ mil)

Figura 1. Evolução do Ativo e PL em 2019, 2020 e 2021

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Apresentação da análise vertical e horizontal do Passivo. Com detalhamento das rubricas no


Apêndice A.

Tabela 3. Análise vertical do Passivo dos exercícios de 2019, 2020 e 2021

BP - PASSIVO (R$ mil) AV2019% AV2020% AV2021%


Passivo Circulante 8,8% 6,0% 8,9%
Empréstimos e financiamentos 0,1% 0,9% 0,1%
Debêntures 6,4% 2,3% 5,9%
Fornecedores 0,8% 0,6% 0,8%
Salários e encargos a recolher 0,4% 0,4% 0,4%
Débitos com partes relacionadas 0,1% 0,1% 0,1%
Outras obrigações 1,0% 1,0% 0,7%
( - ) Dividendos/JSCP a pagar 0,0% 0,8% 0,9%

Passivo Não-Circulante 47,0% 51,3% 49,0%


Empréstimos e financiamentos 3,7% 6,5% 3,9%
Debêntures 36,8% 34,4% 32,9%
Impostos diferidos 5,7% 9,1% 11,4%
Provisões 0,3% 0,3% 0,3%
Arrendamentos 0,0% 0,0% 0,0%
Outros Obrigações 0,5% 0,9% 0,6%

Patrimônio Líquido 44,2% 42,7% 42,1%


Capital social 26,9% 21,6% 19,1%
Reserva de capital 5,3% 4,2% 3,8%
Reserva de lucros 12,0% 17,0% 19,0%
Outros resultados Abrangentes 0,0% -0,1% 0,1%
Total Passivo + PL 100,0% 100,0% 100,0%

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Tabela 4. Análise horizontal do Passivo dos exercícios de 2020 e 2021


BP - PASSIVO (R$ mil) AH2020% AH2021%
Passivo Circulante -16% 68,4%
Empréstimos e financiamentos 1067% -87,1%
Debêntures -56% 192,3%
Fornecedores -7% 54,7%
Salários e encargos a recolher 35% 6,8%
Débitos com partes relacionadas 1% -1,4%
Outras obrigações 21% -17,3%
( - ) Dividendos/JSCP a pagar 962909% 38,8%

Passivo Não-Circulante 36% 7,7%


Empréstimos e financiamentos 123% -33,4%
Debêntures 17% 7,6%
Impostos diferidos 100% 40,5%
Provisões 35% 10,7%
Arrendamentos
Outros Obrigações 122% -24,5%

Patrimônio Líquido 21% 10,9%


Capital social 0% 0,0%
Reserva de capital 0% 0,0%
Reserva de lucros 78% 25,9%
Outros resultados Abrangentes -246,8%
Total Passivo + PL 25% 12,7%

Em análise vertical do passivo na Tabela 3 evidencia a importância das contas:


passivo não circulante com 49% e do patrimônio Líquido de 42,1% do total. Nota se também
um pequeno incremento da importância do passivo circulante saindo de 6% em 2020 para
8,9% em 2021. Dentre estas destaca se: debêntures do não circulante com 32,9% e
impostos diferidos do não circulante com 11,4%, além da conta capital social com 19,1% e
reserva de lucros com 19% do total. Conforme relatório de administração, foi verificado que
em 2021 foi lançada a 10° emissão de debentures em suas séries, aos quais culminaram no
aumento do valor total de debêntures.

Na análise horizontal do passivo na Tabela 4 destaca se: um aumento de 68,4% no


circulante em detrimento do aumento nas rubricas de debêntures, detalhados no apêndice
B. Pode se perceber também uma variação desta rubrica no não circulante de 7,6% ante
2021, ambas também em parte pela variação dos indexadores das taxas de juros
estabelecidas.

Também destaca se na análise horizontal do passivo uma variação de 40,5% nos


impostos diferidos, sendo que esta rubrica sinaliza as diferenças temporárias entre os
valores contábeis de ativos e passivos para fins contábeis e os utilizados para fins fiscais.

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Como último destaque do passivo, tem se o crescimento de 25,9% da reserva de lucros em


2021, mediante a assunção de lucros no período anterior.

Apresentação da análise vertical e horizontal da DRE. Com detalhamento das


rubricas no Apêndice A.

Tabela 5. Análise vertical da DRE dos exercícios de 2019, 2020 e 2021


DRE - R$ mil AV2019% AV2020% AV2021%
Receita Operacional Líquida 100% 100% 100%
(-) Custos dos produtos vendidos -31% -29,4% -18,7%
(=) Lucro Bruto Operacional 69% 70,6% 81,3%
(-) Despesas Gerais e Administrativas -7% -3,5% -4,1%
(-) Outras Receitas Operacionais 1% 0,0% 0,0%
(-) Outras Despesas Operacionais 0,0% -0,4%
Resultado de Equivalência Patrimonial 20% 10,4% 0,0%
(=) EBIT 83% 89,9% 99,3%
(+) Depreciação e Amortização 1% 0,4% 0,7%
(=) EBITDA 83% 90,4% 100,0%
EBITDA CVM - IN 527 83% 90,1% 99,6%
Margem EBITDA
Resultado Financeiro -14% 1,1% -23,3%
(+) Receitas Financeiras 5% 1,1% 1,0%
(-) Despesas Financeiras -19% -14,4% -24,3%
(+/-) Outros Resultados Não-operacionais 0% -0,2% 0,0%
EBT 68% 76,4% 75,6%
Impostos 0% -0,8% -0,6%
(+/-) IR e CSLL - diferido -8% -12,0% -11,2%
Taxa de Impostos/Contribuição Efetiva
(=) Lucro Líquido de Operações continuadas 60% 63,5% 63,8%
Resultado Líquido de Operações
Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 60% 63,5% 63,8%
Margem líquida

Tabela 6. Análise horizontal da DRE dos exercícios de 2020 e 2021


DRE - R$ mil AH2020% AH2021%
Receita Operacional Líquida 94% -2,5%
(-) Custos dos produtos vendidos 83% -38,1%
(=) Lucro Bruto Operacional 99% 12,3%
(-) Despesas Gerais e Administrativas 0% 14,2%
(-) Outras Receitas Operacionais
(-) Outras Despesas Operacionais
Resultado de Equivalência Patrimonial 0%
(=) EBIT 110% 7,7%
(+) Depreciação e Amortização 16% 48,4%
(=) EBITDA 110% 7,9%
EBITDA CVM - IN 527 110% 7,7%
Margem EBITDA 8% 10,7%
Resultado Financeiro 84% -2187,2%
(+) Receitas Financeiras -60% -11,7%
(-) Despesas Financeiras 45% 64,2%
(+/-) Outros Resultados Não-operacionais 0%
EBT 117% -3,5%
Impostos 590% -21,4%
(+/-) IR e CSLL - diferido 196% -9,1%
Taxa de Impostos/Contribuição Efetiva 42% -6,6%
(=) Lucro Líquido de Operações continuadas 105% -2,2%
Resultado Líquido de Operações
Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 105% -2,2%
Margem líquida

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No que tange a análise vertical da DRE na tabela 5 observa se que o lucro líquido
corresponde a 63,8% da receita operacional líquida, o resultado financeiro 24,3% e o custo
de 18,7% do total. Observamos que a representação do lucro líquido de manteve
praticamente estável nos dois últimos exercícios anuais. Observamos no gráfico a seguir o
desempenho de lucros dos últimos três exercícios:
2.500.000
2.262.927 2.213.714
40,0%

35,0%

2.000.000 33,1%
37,6% 30,0%

1.500.000
22,2% 25,0%

1.106.117 20,0%

1.000.000
15,0%

10,0%

500.000

5,0%

- 0,0%

dez-19 dez-20 dez-21

Lucro/Prejuízo (R$ mil) ROE (LL 12m/PLm)

Figura 2. Evolução do Lucro Líquido e ROE em 2019, 2020 e 2021

Em 2021 houve um lucro inferior ao exercício anterior, isto em razão do aumento das
despesas financeiras, haja vista a alta do IPCA e do CDI. Além disto, houve maior
distribuição de dividendos e juros de capital próprio a um total de R$1.789.870,00 (ante R$
1.606.374 em 2020), conforme demonstrações financeiras da empresa.

Na análise vertical da DRE na tabela 5 ainda destacamos o EBITDA. Segue


evolução do EBITDA da empresa:
4.000.000 105,0%

3.472.045
3.500.000

3.218.085 100,0%

100,0%
3.000.000

95,0%

90,4%
2.500.000

2.000.000 90,0%

1.534.892
1.500.000

85,0%

1.000.000

80,0%

83,4%
500.000

- 75,0%

dez-19 dez-20 dez-21

EBITDA (R$mil) Margem EBITDA

Figura 3. Evolução do EBITDA e margem entre 2019, 2020 e 2021

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Diante da mesma DRE e realizando a análise horizontal na Tabela 6 tem se que


destaca se uma redução de 38,1% no custo, pelo que trata se de menores investimentos de
implementação de infraestrutura em função da operacionalização do projeto Janaúba,
segundo o seu relatório de administração. Além disto, observamos deterioração da rubrica
resultado financeiro, com o crescimento de 64,2% da despesa financeira, sendo que esta
piora deve se ao maior montante de dívida em virtude da 10ª emissão de debêntures da
Taesa e pelo aumento do IPCA entre os períodos comparados (10,06% em 2021 e 4,52%
em 2020). Além disto, em virtude de menor volume de caixa aplicado, houve queda na
receita financeira.

1.2 Análise de Indicadores

A Tabela I apresenta os indicadores de liquidez, endividamento e rentabilidade


referente aos anos 2019, 2020 e 2021 da Taesa:

Tabela 7. Evolução de indicadores de liquidez, rentabilidade e endividamento

2019 2020 2021


Indicadores de Liquidez

Liquidez Corrente 3,58 2,80 1,51


Liquidez Geral 1,42 1,36 1,33
Liquidez Imediata 0,1 1,1 0,3

Indicadores de Rentabilidade

Margem Líquida 60,1% 63,5% 63,8%


ROE 22,2% 37,6% 33,1%

Indicadores de Endividamento

Dívida Líquida/EBITDA 12m 1,9x 1,7x 1,8x


Participação de Capital de Terceiros 1,26 1,34 1,38
Composição do Endividamento 0,16 0,10 0,15
Imobilização do PL 2,25 2,77 2,80
Endividamento Geral 1,26 1,34 1,38

No caso da Taesa a trajetória histórica mostra um aumento do passivo circulante e


um declínio do ativo circulante nos últimos três exercícios, o que resultado em um indicador

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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do título
de especialista em Gestão de Negócios – 2023

1,51x em 2021, estando maior que 1, indicando folga financeira, significando que a mesma
consegue saldar suas dívidas de curto prazo por meio de suas aplicações de curto prazo.

Ao analisar a liquidez imediata observamos o índice de 0,3x em 2021, mostrando a


incapacidade de pagamento das dívidas de curto prazo com as disponibilidades de caixa da
empresa.

A liquidez Geral foi de 1,33x em 2021, acima de 1, o que mostra que a mesma
possui ativos suficientes para saldar os seus compromissos a médio e longo prazo.

Sobre o aspecto dos indicadores de rentabilidade, observamos a margem líquida em


2021 que ficou em 63,8%, mostrando crescimento ao longo dos últimos três exercícios, o
que é positivo e indica capacidade de melhora de resultados.

Quanto ao ROE – Retorno sobre o patrimônio líquido, a empresa obteve crescimento


entre 2019 e 2020, mas com pequeno recuo em 2021 atingindo 33,1%. Pelo que
destacamos que o patrimônio líquido cresceu nos últimos três exercícios ante a
incorporação de reservas de lucros, especialmente em 2021 no valor de R$ 408,0 milhões
destinada a reserva especial com sua origem na aplicação do CPC 47 da receita de
contratos com o cliente.

Com relação aos indicadores de endividamento, tem se que a participação de capital


de terceiros em 2021 o índice ficou em 1,38x pelo que vem crescendo nos últimos três
exercícios, mostrando maior dependência de capital de terceiros.

A relação dívida líquida/Ebitda 12m é mostrado e perceptível uma relação estável


nos últimos exercícios, conforme pode ser avaliado no gráfico abaixo:

15
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7.000.000
1,9x 1,9x

1,8x 6.404.272
1,9x
6.000.000

5.325.382
1,8x
5.000.000

1,8x

4.000.000

2.888.082 1,7x 1,7x

3.000.000

1,7x

2.000.000
1,6x

1.000.000
1,6x

- 1,5x

dez-19 dez-20 dez-21

Dívida Líquida (R$ mil) Dívida Líquida/EBITDA 12m

Figura 4. Evolução da Dívida Líquida e alavancamento

O aumento da dívida líquida em 2021 tem por razão principal a redução do caixa em
2021 (saindo de R$ 905,6 milhões para R$ 394,7 milhões). Conforme relatório de
administração cerca de 70,1% da dívida está para o IPCA e 29,9% para o CDI. Além disto,
cerca de 14% está para o curto prazo e 86% para o longo prazo.

O índice composição do Endividamento ficou em 0,15x em 2021, mostrando uma


trajetória de pequeno aumento ante 2020, mas mostrando que não existem tantas dívidas
de curto prazo em relação ao total do capital de terceiros, o que é positivo.

O índice de imobilização do PL ficou em 2,80x em 2021, mostrando trajetória de


crescimento ante 2020 e 2019, pelo que atestamos que o mesmo é elevado, atestando
incapacidade de financiamento do ativo não circulante com o PL da empresa, além de não
sobrar recursos para financiar o ativo circulante. No entanto, dado a configuração de
balanço oriunda da característica do setor, tal situação não é anormal.

O endividamento Geral (EG) ficou em 1,38x em 2021 pelo que mostrou crescimento
ante 2020 e 2019, mostrando maior dependência de recursos de terceiros.

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Considerações Finais

O presente estudo de caso propiciou um diagnóstico do estado financeiro da TAESA


S/A, uma empresa do setor de transmissão de energia do Brasil. A análise verificou que
quanto a eficiência operacional está havendo uma manutenção de bons patamares, visto
que a empresa tem produzido lucros líquidos e ROE’s expressivos, aos quais estão aliados
a geração de receitas estáveis e manutenção de custos e resultado financeiro equilibrados.
No entanto, a mesma pode sofrer impactos futuros dado ao descasamento dos índices que
lastreiam a RAP (57% para IGPM e 43% IPCA) com os índices que lastreiam as dívidas
(70,1% IPCA e 29,9% para o CDI), portanto influenciando no resultado financeiro. Além
disto, a tradicional e elevada distribuição de juros e dividendos pode ser um fator de
agravamento de riscos diante da hipótese citada. A empresa detêm concessões de longo
prazo, aos quais possuem contratos lastreados em disponibilidade, o que garante a
estabilidade das receitas – recebidas por RAP. Sobre o prisma do equilíbrio financeiro,
observou-se que a instituição tem mantido uma maior dependência de recursos de terceiro,
mas mantendo estável sua situação financeira, pelo que atesta-se o equilíbrio entre a
geração de recursos e os níveis de endividamento, além de que a dinâmica de balanço
demonstra uma posição a maior do ativo circulante sobre o passivo circulante, evidenciando
folga refletida no índice de liquidez corrente. Além disto, os demais índices de liquidez
tambem evidenciam um equilíbrio, reflexo da dinâmica atual do balanço. É importante
destacar que na medida em que terminem as concessões com vencimento até 2030, a
empresa tem feito novas aquisições, o que exige mais recursos, aliado ao fato de que os
investimentos possuem um prazo de maturação alongado. Sob o prisma da geração de
caixa, tem se que o EBITDA demonstrou uma orientação de crescimento nos últimos três
anos, como exposição da manutenção da geração de receitas e controle de custos. Dada a
alta disponibilidade das linhas, tem se uma RAP estável, estando blindada de variações
inflacionárias. A atuação em setor de transmissão de energia determinou a configuração da
composição de seus ativos, a maior parte alocada em não circulante, tratando se dos ativos
operacionais da empresa, em que pese determina uma alocação importante dos direitos
oriundos destas também no ativo circulante da empresa. Outro ponto em destaque está
ligado a identificação das fontes de financiamento, tendo sido averiguado uma alocação
majoritária no longo prazo, combinado com o perfil elevado de investimentos do setor, além
de que existe uma importante participação do direito residual (patrimônio líquido) dos sócios
composta de acumulação de lucros, o que é positivo. Desta forma a análise indicou que a
companhia tem gerido de forma eficiente os seus recursos econômico financeiros nos
últimos três exercícios analisados, tendo por premissa que a gestão eficiente é a capacidade

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de alcançar os objetivos com melhor equilíbrio na utilização de recursos, pelo que houveram
oscilações nos principais indicadores dentro dos patamares históricos, mesmo diante de
maior dependência de recursos externos e maior pressão sobre o retorno e liquidez.

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Referências

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Bookman, Porto Alegre, RS, Brasil. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/


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De Andrade, G. N., & SantAnna, A. P. (2011). Análise da evolução da eficiência de


empresas de transmissão de energia elétrica.

Eiteman, D.K.; Stonehill, A.I.; Moffett, M.H. 2012. Administração financeira internacional.
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custos operacionais eficientes das empresas de transmissão do setor elétrico Brasileiro:

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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do título
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Taesa SA. Divulgação de resultados. Disponível em: <www.ri.taesa.com.br/divulgacao-ao-


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<https://integrada.minhabiblioteca. com.br/books/9788522128402>. Acesso em: 19 ago.
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Yin, R. K. (1994). Pesquisa estudo de caso-desenho e métodos.

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de especialista em Gestão de Negócios – 2023

Apêndice A
Os quadros 1,2 e 3 apresentam as análises horizontais e verticais do Balanço Patrimonial e
Demonstração de Resultado, com base nas Demonstrações Consolidadas, a qual permite a
observância das principais variações ocorridas entre os anos analisados.

Quadro 1 – Análise Horizontal e Vertical do BP da Taesa S/A


BP - ATIVO (R$ mil) dez-19 dez-20 AV% dez-21 AV% AH % AH R$
Ativo Circulante 3.568.430 2.360.161 16,7% 2.135.183 13,4% -9,5% (224.978)
Caixa e equivalentes de caixa 82.562 896.031 6,4% 384.824 2,4% -57,1% (511.207)
Títulos e valores mobiliários 2.337.228 - 0,0% - 0,0% -
Contas a receber 128.177 190.378 1,3% 212.069 1,3% 11,4% 21.691
Outros 1.020.463 1.273.752 9,0% 1.538.290 9,7% 20,8% 264.538
Ativo Não-Circulante 5.349.942 8.629.485 61,2% 10.138.624 63,8% 17,5% 1.509.139
Títulos e valores mobiliários 4.586 9.586 0,1% 9.948 0,1% 3,8% 362
Créditos com partes relacionadas 18.869 19.635 0,1% 21.332 0,1% 8,6% 1.697
Outros 5.326.487 8.600.264 61,0% 10.107.344 63,6% 17,5% 1.507.080
Ativo Fixo 2.374.397 3.115.773 22,1% 3.621.828 22,8% 16,2% 506.055
Investimentos 2.239.298 2.952.525 20,9% 3.436.678 21,6% 16,4% 484.153
Intangível 78.660 89.572 0,6% 98.801 0,6% 10,3% 9.229
Imobilizado 56.439 73.676 0,5% 86.349 0,5% 17,2% 12.673
0,0% -
Ativo Total 11.292.769 14.105.419 100,0% 15.895.635 100,0% 12,7% 1.790.216

Quadro 2 – Análise Vertical e Horizontal do Passivo da Taesa

BP - PASSIVO (R$ mil) dez-19 dez-20 AV% dez-21 AV% AH% AH R$


Passivo Circulante 996.501 841.643 6,0% 1.417.130 8,9% 68,4% 575.487
Empréstimos e financiamentos 10.395 121.355 0,9% 15.672 0,1% -87,1% (105.683)
Debêntures 724.086 319.473 2,3% 933.841 5,9% 192,3% 614.368
Fornecedores 91.200 85.086 0,6% 131.622 0,8% 54,7% 46.536
Salários e encargos a recolher 40.731 55.157 0,4% 58.894 0,4% 6,8% 3.737
Débitos com partes relacionadas 12.979 13.162 0,1% 12.981 0,1% -1,4% (181)
Outras obrigações 117.099 141.479 1,0% 117.072 0,7% -17,3% (24.407)
( - ) Dividendos/JSCP a pagar 11 105.931 0,8% 147.048 0,9% 38,8% 41.117
0,0% -
Passivo Não-Circulante 5.305.891 7.237.872 51,3% 7.793.749 49,0% 7,7% 555.877
Empréstimos e financiamentos 414.557 922.669 6,5% 614.073 3,9% -33,4% (308.596)
Debêntures 4.158.834 4.857.916 34,4% 5.225.510 32,9% 7,6% 367.594
Impostos diferidos 643.543 1.288.527 9,1% 1.810.960 11,4% 40,5% 522.433
Provisões 33.223 44.795 0,3% 49.583 0,3% 10,7% 4.788
Arrendamentos - - 0,0% - 0,0% -
Outros Obrigações 55.734 123.965 0,9% 93.623 0,6% -24,5% (30.342)
0,0% -
Patrimônio Líquido
Quadro 3 – Análise Horizontal e4.990.377 6.025.904
Vertical da 42,7% 6.684.756
Demonstração de 42,1% 10,9% 658.852
Capital social 3.042.035 3.042.035 21,6% 3.042.035 19,1% 0,0% -
Resultado
Reserva da Taesa.
de capital 598.736 598.736 4,2% 598.736 3,8% 0,0% -
Reserva de lucros 1.349.606 2.400.431 17,0% 3.021.522 19,0% 25,9% 621.091
Outros resultados Abrangentes - (15.298) -0,1% 22.463 0,1% -246,8% 37.761
Total Passivo + PL 11.292.769 14.105.419 100,0% 15.895.635 100,0% 12,7% 1.790.216

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Quadro 3 – Análise Vertical e Horizontal da DRE da Taesa


DRE - R$ mil dez-19 dez-20 AV% dez-21 AV% AH% AH R$
Receita Operacional Líquida 1.839.990 3.561.286 100,0% 3.472.049 100,0% -2,5% (89.237)
(-) Custos dos produtos vendidos (574.018) (1.047.979) -29,4% (648.988) -18,7% -38,1% 398.991
(=) Lucro Bruto Operacional 1.265.972 2.513.307 70,6% 2.823.061 81,3% 12,3% 309.754
(-) Despesas Gerais e Administrativas (123.902) (123.902) -3,5% (141.515) -4,1% 14,2% (17.613)
(-) Outras Receitas Operacionais 9.811 - 0,0% - 0,0% -
(-) Outras Despesas Operacionais - - 0,0% (13.639) -0,4% (13.639)
Resultado de Equivalência Patrimonial 369.811 369.811 10,4% 0,0% (369.811)
(=) EBIT 1.521.692 3.202.785 89,9% 3.449.345 99,3% 7,7% 246.560
(+) Depreciação e Amortização 13.200 15.300 0,4% 22.700 0,7% 48,4% 7.400
(=) EBITDA 1.534.892 3.218.085 90,4% 3.472.045 100,0% 7,9% 253.960
EBITDA CVM - IN 527 1.526.698 3.210.005 90,1% 3.457.953 99,6% 7,7% 247.948
Margem EBITDA 83,4% 90,4% 0,0% 100,0% 10,7% 0
Resultado Financeiro (258.797) (475.523) 1,1% (810.109) -23,3% -2187,2% (848.922)
(+) Receitas Financeiras 96.939 38.813 1,1% 34.283 1,0% -11,7% (4.530)
(-) Despesas Financeiras (355.736) (514.336) -14,4% (844.392) -24,3% 64,2% (330.056)
(+/-) Outros Resultados Não-operacionais (8.194) (8.194) -0,2% 0,0% 8.194
EBT 1.254.701 2.719.182 76,4% 2.625.144 75,6% -3,5% (94.038)
Impostos (4.014) (27.698) -0,8% (21.763) -0,6% -21,4% 5.935
(+/-) IR e CSLL - diferido (144.570) (428.557) -12,0% (389.667) -11,2% -9,1% 38.890
Taxa de Impostos/Contribuição Efetiva -11,8% -16,8% 0,0% -15,7% 0,0% -6,6% 0
(=) Lucro Líquido de Operações continuadas 1.106.117 2.262.927 63,5% 2.213.714 63,8% -2,2% (49.213)
Resultado Líquido de Operações Descontinuadas - - 0,0% 0,0% -
Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 1.106.117 2.262.927 63,5% 2.213.714 63,8% -2,2% (49.213)
Margem líquida 60,1% 63,5% 63,8% 0

Apêndice B

Nas imagens 1 e 2 são detalhados os investimentos diretos da TAESA e também as


emissões de dívidas.

Imagem 1. Investimentos diretos da Taesa.


Fonte: Relatório de Administração da Empresa.

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Imagem 2. Detalhamento de Emissões de Dívidas da Taesa.


Fonte: Relatório de Administração da Empresa.

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Apêndice C

Assinatura do
RAP 22/23 (R$ MM)
Concessões Categoria Contrato de Redução da RAP Participação Km* Subestações Termino Indice Revisão Tarifária
**
Concessão

NOVATRANS 2 2000 jun/18 a abr/19 100,00% 1278 6 535,40 dez/30 IGP-M Não
TSN 2 2000 mar/18 a jun/18 100,00% 1138 8 506,20 dez/30 IGP-M Não
ECTE 2 2000 42795 19,09% 253 2 16,50 nov/30 IGP-M Não
ETEO 2 2000 42644 100,00% 506 3 159,90 mai/30 IGP-M Não
EATE 2 2001 fev/18 a mar/18 49,98% 927 5 198,30 jun/31 IGP-M Não
ETEP 2 2001 42948 49,98% 328 2 44,60 jun/31 IGP-M Não
ETAU 2 2002 abr/20 a set/20 75,62% 188 4 43,20 dez/32 IGP-M Não
PATESA 2 2002 43709 100,00% 146 4 26,70 dez/32 IGP-M Não
GTESA 2 2002 43313 100,00% 52 3 8,90 jan/32 IGP-M Não
NTE 2 2002 43466 100,00% 383 4 139,90 jan/32 IGP-M Não
STE 2 2002 jun/19 a jul/19 100,00% 392 4 77,20 dez/32 IGP-M Não
ENTE 2 2002 43862 49,99% 459 3 102,10 dez/32 IGP-M Não
ERTE 2 2002 43709 49,99% 155 3 23,20 dez/32 IGP-M Não
MUNIRAH 2 2004 44105 100,00% 106 2 33,10 fev/34 IGP-M Não
ATE I 2 2004 44105 100,00% 370 3 135,30 fev/34 IGP-M Não
LUMITRANS 2 2004 44835 39,99% 40 2 12,10 fev/34 IGP-M Não
TRANSLESTE 2 2004 44166 54,00% 139 2 20,00 fev/34 IGP-M Não
ATE II 2 2005 44531 100,00% 942 4 211,80 mar/35 IGP-M Não
TRANSIRAPÉ 2 2005 44682 54,00% 61 2 23,50 mar/35 IGP-M Não
TRANSUDESTE 2 2005 44593 54,00% 140 2 12,40 mar/35 IGP-M Não
ATE III 2 2006 abr/23 a mai/23 100,00% 454 4 158,90 abr/36 IPCA Não
STC 2 2006 44866 39,99% 230 4 18,00 abr/36 IPCA Não
BRASNORTE 3 2008 Não 100,00% 402 4 37,80 mar/38 IPCA Sim
EBTE 3 2008 Não 74,49% 782 7 48,50 out/38 IPCA Sim
ESDE 3 2009 Não 49,98% - 1 9,10 nov/39 IPCA Sim
ETSE 3 2012 Não 19,09% - 2 6,50 mai/42 IPCA Sim
SÃO GOTARDO 3 2012 Não 100,00% - 1 6,90 ago/42 IPCA Sim
SÃO JOÃO 3 2013 Não 100,00% 413 2 62,40 ago/43 IPCA Sim
SÃO PEDRO 3 2013 Não 100,00% 494 6 67,20 out/43 IPCA Sim
MARIANA 3 2014 Não 100,00% 82 2 20,60 mai/44 IPCA Sim
MIRACEMA 3 2016 Não 100,00% 90 3 86,40 jun/46 IPCA Sim
EDTE 3 2016 Não 49,99% 165 3 46,10 dez/46 IPCA Sim
AIMORÉS 3 2017 Não 50,00% 208 2 52,70 fev/47 IPCA Sim
PARAGUAÇU 3 2017 Não 50,00% 338 2 78,60 fev/47 IPCA Sim
ESTE 3 2017 Não 49,98% 237 2 74,50 fev/47 IPCA Sim
JANAÚBA 3 2017 Não 100,00% 545 3 257,60 fev/47 IPCA Sim
IVAÍ 3 2017 Não 50,00% 600 5 199,20 ago/47 IPCA Sim
LAGOA NOVA 3 2017 Não 100,00% 28 2 16,10 ago/43 IPCA Sim
SANT’ANA 3 2019 Não 100,00% 606 5 77,80 mar/49 IPCA Sim
ANANAÍ 2 2022 Não 100,00% 363 4 159,90 ago/52 IPCA Sim
PITAGUARÍ 3 2022 Não 100,00% 93 3 19,50 set/52 IPCA Sim
Tangará 3 2023 Não 100,00% 279 4 100,70 mar/53 IPCA Sim
Saíra 3 2023 Não 100,00% 743 3 167,70 mar/53 IPCA Sim
Total 15.155 109*** 4.103,00

Imagem 3. Concessões da Taesa.


Fonte: Portal da Taesa RI.

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