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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC

Campus de São Miguel do Oeste


Área das Ciências Sociais
Cursos de Administração e Ciências Contábeis
Componente Curricular: Administração Financeira
Prof. MSc. Alex Fagner Martiny

Administração Financeira

SÃO MIGUEL DO OESTE-SC, 2023


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1. CONCEITOS BÁSICOS
1.1 O QUE SÃO FINANÇAS?
No nível macro, as finanças são o campo de estudo de instituições financeiras e mercados
financeiros e como funcionam dentro do sistema financeiro. No nível micro, as finanças são o
estudo do planejamento financeiro, da gestão de ativos e da captação de fundos por empresas e
instituições financeiras.

1.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

A administração financeira diz respeito às responsabilidades do administrador financeiro


numa empresa. Eles administram ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, financeiras
ou não financeiras, privadas ou públicas, grandes e pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles
desempenham uma variedade de tarefas, tais como orçamentos, previsões financeiras,
administração do caixa, administração do crédito, análise de investimentos e captação de fundos.
Nos últimos anos, as mudanças no ambiente econômico e regulatório elevaram a importância e a
complexidade das responsabilidades do administrador financeiro. Como resultado, muitos altos
executivos da indústria e do governo provêm da área financeira.
A maioria das decisões empresariais são medidas em termos financeiros, o administrador
financeiro desempenha um papel crucial na operação da empresa. As pessoas de todas as áreas de
responsabilidade da empresa – contabilidade, produção, marketing, recursos humanos, pesquisas
e assim por diante – necessitam interagir com o pessoal de finanças, para realizar seu trabalho.
Todos têm de justificar necessidades de acréscimos nos orçamentos, pois, devem
preocupar-se com a avaliação do desempenho financeiro e defender propostas que tenham, pelo
menos em parte, méritos financeiros, para conseguir recursos da alta administração. Naturalmente,
o pessoal de finanças, para fazer previsões úteis e tomar decisões, precisa ter a disposição e a
capacidade de conversar com todos, dentro da empresa.

1.3 QUAL O PRINCIPAL OBJETIVO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA?

O principal objetivo da Administração Financeira é o de maximizar a riqueza dos


sócios/acionistas. Para tanto, as atribuições do Administrador Financeiro podem ser sintetizadas
em três atividades básicas:

• Realizar Análise e Planejamento Financeiro;


• Tomar Decisões de Investimentos; e
• Tomar Decisões de Financiamento.

As atividades empresariais envolvem recursos financeiros e orientam-se para a obtenção


de lucros. Os recursos investidos na empresa pelos proprietários (capital próprio/Patrimônio
Líquido) e por terceiros (capital de terceiros/Passivos) encontram-se aplicados em ativos
empregados na produção e/ou comercialização de bens ou na prestação de serviços.

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As receitas obtidas com as operações devem ser suficientes para cobrir todos os custos e
despesas incorridas e ainda gerar lucros. Paralelamente a esse fluxo econômico de resultados
ocorre uma movimentação de numerário que deve permitir a liquidação dos compromissos
assumidos, o pagamento de dividendos e a reinversão da parcela remanescente dos lucros.
Neste contexto, a função financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas
com a gestão dos recursos (tanto o numerário movimentado pelas empresas, quanto os direitos e
obrigações decorrentes das transações realizadas a crédito) movimentados por todas as áreas da
empresa. Tal função, que possui um papel muito importante no desenvolvimento de todas as
atividades operacionais, é responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela formulação
de uma estratégia voltada para a otimização da aplicação desses recursos, contribuindo
significativamente para o sucesso do empreendimento.
O administrador financeiro gere ativamente a área financeira de qualquer tipo de
organização, seja ela pública ou privada, grande ou pequena, com ou sem fins lucrativos.

1.4 DESCRIÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO DE UMA


ORGANIZAÇÃO

Em termos gerais, o que chamamos de administrador financeiro, qualquer que seja o título
específico de seu cargo - diretor financeiro, tesoureiro, controlador, vice-presidente de finanças,
gerente financeiro, etc. - é o indivíduo ou grupo de indivíduos preocupados com: (1) a obtenção
de recursos monetários para que a empresa desenvolva as suas atividades correntes e expanda a
sua escala de operações, se assim for desejável, e (2) a análise da maneira (eficiência) com a qual
os recursos obtidos são utilizados pelos diversos setores e nas várias áreas de atuação da empresa.
Via de regra, a função financeira caracteriza-se pela sua centralização e por estar situada
bem perto do nível mais alto da estrutura organizacional. Na verdade, administrador financeiro é
um membro do grupo assessor da alta direção de qualquer empresa.

Essa posição central tem duas explicações:

• A utilização de uma administração financeira centralizada permite a obtenção de


economias de escala no levantamento de recursos, com a diluição máxima dos custos fixos
decorrentes da emissão de títulos ou negociação de empréstimos.
• Todas as decisões da empresa possuem aspectos financeiros vitais. Daí dizer-se também
estarem todos os aspectos de uma empresa sob as vistas da administração financeira.
Embora isso seja um exagero, sem dúvida é a função financeira a que mais claramente
possui uma visão global da empresa. Tal fato se verifica mais nitidamente ainda quando a
administração da empresa usa orçamentos globais, pois nesse caso o planejamento e o
controle em termos operacionais e financeiros, de curto e médio prazo, ficam sob a
supervisão efetiva de um setor da administração financeira - o setor de orçamentos.

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Resumidamente, é possível afirmar que dentro da empresa podem ser avaliadas em relação
às demonstrações financeiras básicas da empresa. Suas três funções primordiais são:

a. Análise e planejamento financeiro – esta função envolve a (1) transformação dos dados
financeiros em uma forma que possa ser utilizada para orientar a posição financeira da empresa
e promover a sua continuidade; (2) avaliar a necessidade de aumento ou redução da capacidade
produtiva; e (3) determinar que tipo de financiamento adicional deve ser realizado. Estas três
atividades são sustentadas pelas decisões de natureza estratégica, tática e operacional. Os
demonstrativos contábeis, principalmente o Balanço Patrimonial e a Demonstração do
resultado do Exercício são importantes fontes de informações para elaboração de análise e
planejamento financeiro. Cabe ressaltar que o enfoque do caixa é essencial para o gestor
financeiro. Assim, a utilização dos Fluxos de caixa também é imprescindível, destacando a
principal diferença entre a ótica do contador e a do administrador. Enquanto o primeiro gera
informações com base no regime de competência, o segundo, precisa aplicá-las com base no
regime de caixa, denotando a importância dos Fluxos de caixa nesta atividade.

b. Administração da estrutura de ativo da empresa (Decisão de Investimento) – o administrador


financeiro determina a combinação e os tipos de ativos que fazem parte do Balanço Patrimonial
da empresa. Essa atividade está relacionada ao lado esquerdo do Balanço. A composição
refere-se ao montante de recursos aplicados em Ativos Circulantes e em Ativos Permanentes
(fixos). Depois que a composição estiver definida, o administrador financeiro deve fixar e
tentar manter níveis ótimos para cada tipo de ativo circulante. Deve também decidir quais são
os melhores ativos permanentes a adquirir e saber quando os ativos existentes se tornarão
obsoletos e precisarão ser modificados, substituídos ou liquidados. A determinação da melhor
estrutura de ativo para a empresa não é uma tarefa simples; requer o conhecimento das
operações passadas e futuras da empresa, e a compreensão dos objetivos que deverão ser
alcançados a longo prazo. Existem várias técnicas para avaliação destas decisões como a Taxa
Média de Retorno, Payback (Prazo de Retorno), VPL (valor Presente Líquido) e TIR (Taxa
Interna de Retorno).

c. Administração da estrutura financeira da empresa (Decisão de Financiamento) - relaciona-


se com o lado direito do Balanço Patrimonial da empresa e envolve as fontes de recursos. Dois
enfoques sustentam esta atividade do administrador financeiro: (1) qual a composição mais
apropriada entre financiamento a curto e a longo prazo deve ser estabelecida, esta é uma
decisão importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global; e (2)
quais as fontes individuais de financiamento, a curto ou a longo prazo, são as melhores, em
dado momento. Algumas decisões dessa natureza exigem uma análise profunda das
alternativas disponíveis, de seus custos e de suas implicações em longo prazo. O Custo Médio
Ponderado de Capital é uma medida eficaz para este tipo de decisão.

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1.5 OPORTUNIDADES DE CARREIRA EM ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

• Analista Financeiro: Basicamente, prepara os planos financeiros e os orçamentos da


empresa. Entre suas tarefas estão previsões financeiras, comparações financeiras e trabalho
em contato próximo com a contabilidade.
• Gerente de investimentos: Avalia e recomenda aquisições de ativos. Pode envolver-se
com aspectos financeiros da implantação de investimentos aprovados.
• Gerente de financiamento: Nas empresas maiores, obtém financiamento para os
investimentos aprovados, coordena consultores de projetos de bancos de dados e assessores
jurídicos.
• Gerente de caixa: Mantém e controla os saldos diários de caixa da empresa. Com
frequência, gere as atividades de recebimento e pagamentos e as aplicações financeiras de
curto prazo; coordena o financiamento de curto prazo e as relações com os bancos.
• Analista/gerente de crédito: Administra a política de crédito, avaliando solicitações de
crédito. É quem toma as decisões relativas à concessão de crédito, monitora e executa a
cobrança de contas a receber.
• Gerente de fundo de pensão: Nas grandes empresas, supervisiona ou administra os ativos
e passivos do fundo de pensão dos funcionários.
Acesse: https://cvmweb.cvm.gov.br/swb/default.asp?sg_sistema=fundosreg, e siga as
instruções do professor.
• Gerente de operações de câmbio: Gere operações internacionais específicas e a
exposição da empresa a flutuações de taxas de câmbio. Analise a questão a seguir e
entenda a importância deste profissional:

1) Em uma transação comercial internacional, na qual uma empresa (importadora e/ou


exportadora) deve escolher a melhor opção para o fechamento do câmbio.

Banco Cotação de Compra US$ Cotação de Venda US$


Banco do Brasil R$ 5,1950 R$ 5,3290
Santander R$ 5,1870 R$ 5,3250
Itaú R$ 5,1890 R$ 5,3380

Considere os dados do quadro acima e indique com qual banco exportador e importador
devem realizar o fechamento do câmbio:

( ) O exportador com o Itaú, pois é o banco que possui a maior cotação de venda e o importador
com o Banco Santander, pois é o banco que possui a menor cotação de compra.

( ) O importador com o Itaú, pois é o banco que possui a maior cotação de venda e o exportador
com o Banco Santander, pois é o banco que possui a menor cotação de compra.

( ) O exportador com o Banco do Brasil, pois é o banco que possui a maior cotação de compra e
o importador com o Banco Itaú, pois é o banco que possui a maior cotação de venda.

( ) O importador o câmbio com o Banco do Brasil, pois é o banco que possui a maior cotação de
compra e o exportador com o Banco Santander, pois é o banco que possui a menor cotação de
venda.

( ) O exportador com o com o Banco do Brasil, pois é o banco que possui a maior cotação de
compra e o importador com o Banco Santander, pois é o banco que possui a menor cotação de
venda.
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1.6 OBJETIVO DA EMPRESA E OS GRUPOS DE INTERESSE.

Os grupos de interesse incluem todos os indivíduos com algum vínculo econômico direto
com a empresa, como:

• Funcionários;
• Clientes;
• Fornecedores;
• Credores;
• Proprietários.

Esse ponto de vista, que leva em conta os outros grupos de interesse, indica que a empresa
deve fazer um esforço deliberado para evitar ações prejudiciais à riqueza desses grupos.
Diz-se que essa é uma visão ‘socialmente responsável’.
Analise a figura abaixo e responda: De que formas ações prejudiciais praticadas pela
empresa, podem afetar negativamente cada um dos grupos de interesse citados
anteriormente?

Alternativa Risco? Aumenta o


Administrador Sim Aceitar
Financeiro
de decisão Retorno? preço da
financeira ação?

Não

Rejeitar
Fonte: Gitman, 2009
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1.7 O PAPEL DA ÉTICA

Ética é o conjunto de padrões de conduta ou julgamento moral — tem-se transformado


numa questão fundamental tanto em nossa sociedade quanto na comunidade financeira. As
violações éticas geram enorme publicidade. A publicidade negativa produz, em geral, impactos
também negativos sobre uma empresa.

1.7.1 Análise dos aspectos éticos

Para avaliar a viabilidade ética de uma ação proposta, deve-se perguntar:


• A ação é arbitrária ou caprichosa? Concentra-se injustamente em um indivíduo ou grupo?
• A ação viola os direitos morais ou legais de algum indivíduo ou grupo?
• A ação está de acordo com os padrões morais aceitos?
• Existem alternativas de ação que tenderiam a causar menos danos efetivos ou potenciais?

1.7.2 Ética e o preço da ação

Os programas de comportamento ético procuram:


• Reduzir a ocorrência de litígios e os custos judiciais;
• Manter uma imagem positiva da empresa;
• Aumentar a confiança dos acionistas;
• Conquistar a lealdade, o comprometimento e o respeito dos diversos grupos de interesse
vinculados à empresa.

O resultado esperado de tais programas é um impacto positivo sobre o preço da ação da empresa.

Anotações:
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Para compreender melhor o papel da ética e o reflexo no preço das ações da empresa vamos
ler e debater o texto a seguir:

Texto para leitura e debate: Avaliação do objetivo da Sports Products, Inc.

Loren Seguara e Dale Johnson trabalham para a Sports Products Inc., um importante
fabricante de barcos de passeio e acessórios. Loren trabalha como auxiliar de escritório no
departamento de contabilidade, e Dale trabalha na área de embalagem do departamento de
entregas. Durante o horário de almoço, certo dia, os dois começaram a conversar a respeito da
empresa. Dale queixou-se de que sempre trabalhou duro, procurando não desperdiçar material de
embalagem e, em geral, realizar seu trabalho de maneira eficiente. Apesar dos esforços dele e dos
colegas de departamento, o preço da ação havia caído quase US$ 2,00 nos últimos nove meses.
Loren disse que compartilhava da frustração de Dale, particularmente porque os lucros da empresa
tinham subido. Nenhum dos dois conseguia entender por que o preço da ação estava caindo, uma
vez que o lucro da empresa subia.
Loren disse que havia visto documentos em que era descrito o plano de participação nos
lucros da empresa, segundo o qual, todos os administradores eram remunerados, em parte, com
base nos lucros. Ela afirmou que talvez fosse o lucro a coisa mais importante para os
administradores, pois afetava diretamente sua remuneração. Dale retrucou: “Isso não faz sentido,
por que os acionistas são donos da empresa. Os administradores não deveriam fazer o que é melhor
para os acionistas? Algo está errado!” Loren respondeu: “Bem isso talvez explique por que a
empresa não tem se preocupado com o preço da ação. Veja: os únicos lucros que os acionistas
recebem são os dividendos em dinheiro, e a empresa nunca pagou dividendos em toda sua história,
ou seja, em 20 anos. Portanto, como acionistas não nos beneficiamos diretamente dos lucros. A
única maneira de nos beneficiarmos é por meio da elevação do preço da ação”. Dale acrescentou:
“Isso provavelmente explica por que a empresa está sendo processada pelas autoridades ambientais
estaduais e federais, por despejar agentes poluidores no rio aqui perto. Por que gastar dinheiro com
controle da poluição? Isso aumentaria os custos, diminuiria os lucros, e, como consequência,
diminuiria a remuneração dos administradores! ”
Loren e Dale perceberam que o horário de almoço havia terminado e precisavam voltar
logo ao trabalho. Antes de sair, decidiram encontrar-se no dia seguinte para continuar a discussão.

Fonte: Gitman, 2004, pg 22. Princípios de Administração Financeira.

Pergunta: Caso você fosse contratado por essa empresa para resolver esses problemas, quais
medidas você tomaria? Justifique.
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Texto para leitura e debate: A Ascensão do Administrador e a Decadência do Empresário. O caso


Sadia-Perdigão.

Stephen Kanitz

A fusão da Perdigão com a Sadia (na realidade, o salvamento da Sadia pela Perdigão) foi fruto de uma
mudança de mentalidade que vem ocorrendo no Brasil e que merece ser bem analisada.

A Perdigão foi fruto de uma gestão profissional de administradores competentes – não de sócios nem de
donos da empresa.

Nildemar Secches substituiu a família de empreendedores ou fundadores, os Brandalise, que venderam a


Perdigão em 1994 com problemas. A empresa foi comprada por fundações e fundos de pensão.

Eles substituíram a gestão familiar -- ou “empreendedora” -- por uma gestão profissional.

No Estatuto da época, estava escrito que os administradores teriam de ser pessoas com escolaridade
acadêmica comprovada. Algo que a maioria dos “empreendedores” não tinham.

De 1994 para cá, a Perdigão não parou de crescer e ultrapassou a Sadia, líder de mercado, mas ainda nas
mãos de duas famílias, Fontana e Furlan. Na realidade, nas mãos de filhos dessas famílias, sem o tino
comercial e o empreendedorismo dos pais.

Filhos de famílias outrora empreendedoras tendem a se preocupar com maximização de controle familiar.
Têm medo de perder, são conservadores. Você faria o mesmo.

Arriscar-se e perder tudo, nem pensar!

Preferem crescer a um ritmo menor, reinvestindo lucros, a crescer aceleradamente, mas perdendo controle
familiar e abrindo o capital, permitindo, inclusive, que fornecedores e trabalhadores possam participar no
sucesso da empresa.

Na Sadia, as duas famílias tinham poder sobre o diretor financeiro, que respondia diretamente ao Conselho,
e não ao Presidente da empresa, como seria em qualquer empresa profissional.

O diretor financeiro não era formado em administração financeira, e temia ser despedido pelo Conselho se
seguisse os preceitos da boa administração.

Um diretor financeiro profissional teria dito ao Conselho Familiar que especular com derivativos não fazia
parte do Objeto Social da empresa. “Nosso 'core business', senhores, é frango e suínos, e não especular
com câmbio”.

“Parágrafo 3º - É expressamente vedado e será nulo de pleno direito o ato praticado por qualquer
administrador da Companhia que a envolva em obrigações relativas a negócios e operações estranhas ao
objeto social, sem prejuízo da responsabilidade civil ou criminal, se for o caso, a que estará sujeito o infrator
deste dispositivo. ”

Mas empresas familiares e de “empreendedores” não seguem os preceitos da ciência da


administração; criam organogramas para satisfazer as vontades do “empreendedor” e estatutos que não
precisam ser respeitados -- “a lei somos nós”, dizem os “empreendedores”.

Esta fusão fará da Sadia uma empresa profissional. O administrador financeiro será um administrador
financeiro, e não alguém “especializado em arbitragens e distorções nos preços de mercado” sem formação
em administração.

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Alguém que saberá a diferença entre hedge e especulação. Que dirá aos Conselhos da Família: “Quem
quiser especular que o faça na pessoa física, não nesta empresa, colocando em risco nossa sustentabilidade
e a segurança da nossa força de trabalho”.

O triste desta história é que, apesar de 40 anos de má gestão, as duas famílias saíram com uma parcela
muito acima do que mereceriam da nova empresa.

Tinham 23% da Sadia, ficaram com 12% da Brasil Foods. Quase quebraram a Sadia, cujo patrimônio
beirava zero, dependendo de que hipóteses do futuro fossem usadas. E, mesmo assim, saíram ricos...

Por quê? Porque uma empresa com patrimônio dilapidado, quase zero, ainda vale muita coisa.

Vale a marca Sadia, construída pelos empreendedores originais. Vale a sinergia de ser comprada por uma
empresa maior e mais eficiente.

O que significa isso? Se a Perdigão comprar a Sadia, ela deixa de precisar da equipe de vendedores da
Sadia; é só aumentar a lista de produtos para vender. Antes eram dois vendedores visitando o mesmo
supermercado; agora só precisam de um. Era obvio que haveria demissões, e era óbvio que a diretoria não
poderia anunciar isto na imprensa antes de conversar com os próprios funcionários as serem eventualmente
demitidos.

Digamos que esta sinergia seja de 2 bilhões de reais, e de zero se as duas empresas não se juntarem.
Se você fosse Luiz Furlan, você diria: “eu quero parte deste lucro da sinergia, apesar de não merecê-la,
porque a empresa agora é sua”?

Se você fosse Nildemar Secches, você aceitaria oferecer uns R$ 600.000.000, ou até um bilhão, a mais na
compra porque a alternativa seria zero?
Para um administrador profissional, essas brigas de controle ou “participação acionária” são menos
importantes, por isto Nildemar aceitou.

O importante para o administrador profissional é criar uma empresa mais eficiente e competitiva
internacionalmente, e não manter o controle acionário na família.

Se Nildemar Secches fosse um “empreendedor” ou patriarca de uma família, provavelmente teria recusado
fazer a fusão, como fez o Rolim Amaro, da TAM

Os mesmos Fontana abortaram uma fusão entre a TAM e a Transbrasil, que teria criado uma empresa
internacional poderosa, a Tambrasil. Mas Rolim, outro empreendedor, jamais aceitou uma exigência injusta
como dividir a sinergia da nova empresa.

A fusão é um marco de uma nova era neste país. Enquanto nossos comentaristas estavam preocupados com
o fato de que muitos funcionários da Sadia iriam perder o emprego, deixaram de perceber que é justamente
disto que o Brasil precisa: empresas que possam competir com as enormes empresas chinesas que
teremos competindo com nossas empresas, daqui uns 10 anos, mais ou menos.

Fonte:http://blog.kanitz.com.br/2009/05/a-ascens%C3%A3o-do-administrador-e-a-decad%C3%AAncia-doempres%
C3%A1rio-o-caso-sadiaperdig%C3%A3o-.html Acessado em: 12.06.2009

Pergunta: A empresa agiu com ética preservando os interesses dos indivíduos elencados
anteriormente? Justifique.
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Dados coletados das demonstrações de resultados da Empresa Sadia S.A. para análise e
compreensão do texto anterior:

Fonte: Sadia S.A. (2009)

Fonte: Sadia S.A. (2009)

O que é um HEDGE?

Hedge é uma proteção, cujo contratação de um instrumento financeiro poderá proteger o


negócio da organização. O Hedge consiste em assumir uma posição no mercado, de forma que os
resultados econômicos e financeiros sejam do mesmo valor absoluto, mas de sentido oposto aos
produzidos pelos ativos ou passivos de risco em questão, anulando ou minimizando seus efeitos
em eventuais variações de preços.
A seguir, os 04 exemplos servem para compreender o que aconteceu com a empresa Sadia
no ano de 2008:

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Exemplo 1: Exportador utilizando HEDGE como proteção às suas exportações em um cenário de


valorização cambial:
• Faturamento R$ 12.192 milhões;
• Mercado Externo equivalente à 46%;
• Faturamento proveniente de exportações foi igual à R$ 5.608 milhões.
Considerando que a empresa possui seu produto competitivo no mercado internacional a
partir da cotação do dólar à R$ 1,60, observe os quadros abaixo e as relações de ganhos e perdas:
Quadro 1: Utilizando o Hedge como proteção
Cenário de proteção (mil R$)
Valorização Desvalorização
Faturamento R$ 12.192.000,00 R$ 12.192.000,00
% do fat. exportado pela Sadia 46% 46%
Contrato Hedge $ 5.608.320,00 $ 5.608.320,00
Cotação do dólar fixado no Hedge R$ 1,60 R$ 1,60
Nova cotação US$ R$ 1,52 R$ 1,83
Diferença atual versus Anterior -R$ 0,08 R$ 0,23
Receita maior/menor com exportação -R$ 448.665,60 R$ 1.289.913,60
Valor do Hedge a pagar pela Sadia R$ - R$ 1.289.913,60
Valor do Hedge a pagar pelo Banco R$ 448.665,60 R$ -
O que aconteceria com a Sadia S.A. Protegeria Deixaria de ganhar
O que aconteceria com o Banco? Perderia Ganharia
Fonte: Elaborado por Prof. MSc. Alex Fagner Martiny (2019)

Quadro 2: Utilizando o Hedge como especulação


Cenário de especulação (mil R$)
Valorização Desvalorização
Faturamento R$ 12.192.000,00 R$ 12.192.000,00
% do fat. exportado pela Sadia 46% 46%
Contrato Hedge R$ 20.000.000,00 R$ 20.000.000,00
Cotação do dólar fixado no Hedge R$ 1,60 R$ 1,60
Nova cotação US$ R$ 1,52 R$ 1,83
Diferença atual versus Anterior -R$ 0,08 R$ 0,23
Receita maior/menor com exportação -R$ 448.665,60 R$ 1.289.913,60
Valor do Hedge a pagar pela Sadia R$ - R$ 4.600.000,00
Valor do Hedge a pagar pelo Banco R$ 1.600.000,00 R$ -
O que aconteceria com a Sadia S.A. Ganharia Perderia
O que aconteceria com o Banco? Perderia Ganharia
Fonte: Elaborado por Prof. MSc. Alex Fagner Martiny (2019)

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JBS deve registrar perda bilionária com contratos de câmbio

Maior produtora mundial de carnes, a JBS engordou seu caixa em mais de R$ 10


bilhões no ano passado com contratos que simulam uma aposta na desvalorização do real.
Mas a inesperada recuperação da moeda brasileira no primeiro trimestre queimou quase
metade desse ganho.
A empresa, que possui operações na América do Sul, Estados Unidos, Europa e Austrália,
deve reportar uma perda financeira de aproximadamente R$ 5 bilhões com seus derivativos de
câmbio depois de o real registrar o maior ganho entre 150 moedas do mundo todo no primeiro
trimestre, afirma uma fonte familiarizada com o assunto.
Pega na contramão, a JBS liquidou cerca de US$ 2,5 bilhões dos US$ 12 bilhões de sua
posição de hedge para evitar prejuízos adicionais, disse a pessoa. O mesmo já havia acontecido
com outras empresas em 2008, como Votorantim, Aracruz e Sadia. A estratégia de hedging da
JBS chamou a atenção de analistas e investidores no ano passado ao gerar lucros maiores do que
o das operações de carne.

Proteção contra alta do dólar

O presidente da empresa, Wesley Batista, afirmou em teleconferência, em 17 de março,


que o programa era necessário para proteger a empresa contra eventuais desvalorizações cambiais,
capazes de fazer explodir o tamanho de sua dívida externa quando medida em reais.
Analistas ponderam que essa estratégia é incomum para uma empresa com operações espalhadas
pelo mundo e que obtém 80% de suas receitas em dólares.
"Ganhar dinheiro com derivativos por meio da depreciação cambial parece ter sido uma
ótima estratégia, olhando para trás", afirma Viccenzo Paternostro, analista do Credit Suisse, em
relatório de 4 de abril.
O analista calcula em R$ 5,1 bilhões a perda de caixa da JBS com hedge cambial no
primeiro trimestre. "A JBS deve experimentar o lado negativo desse tipo de estratégia".
A JBS preferiu não comentar. Na conferência de março com os investidores Batista disse
que a estratégia reflete uma visão de longo prazo. "Toda a volatilidade e a incerteza que vimos nos
dão ainda mais certeza de que precisamos estar protegidos", disse ele.

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Estratégia foi adotada por outras empresas

Embora tenha adotado a política de proteger sua dívida em dólar há vários anos, a JBS
aumentou em 50% sua posição de hedge em 2015, com US$ 12,2 bilhões em contratos futuros e a
termo de moedas em 31 de dezembro, segundo seus relatórios financeiros.
Há quase um ano, em uma entrevista à agência de notícias Bloomberg, Batista afirmou que
esperava uma forte desvalorização do real.
Como comparação, a rival da JBS, a Marfrig Global Foods, que também possui uma grande
dívida em dólar, afirma que utiliza as receitas das exportações como um hedge natural em vez de
utilizar derivativos cambiais.
Outras grandes exportadoras, incluindo a Vale, que exporta minério de ferro, e a Fibria, de
celulose, também adotam a estratégia do hedge natural. A posição agressiva da JBS tem sido bem-
sucedida, pelo menos até agora. Em 2015, a JBS registrou um ganho financeiro de R$ 10,6 bilhões
com sua mesa de câmbio depois que o real caiu 33%.
A JBS --como a maioria dos analistas de câmbio-- foi pega de surpresa pela alta repentina
do real no primeiro trimestre. Os investidores começaram o ano prevendo uma queda de 10%,
segundo os contratos a termo. Em vez disso, o real subiu 10%.
A valorização do real ajudou a pressionar as ações da JBS. Os papéis registraram uma perda de
20% desde o início do ano, contra um ganho de 11% do Ibovespa, principal índice da Bolsa
brasileira.

Disponível em: http://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2016/04/07/jbs-deve-registrar-perda-bilionaria-com-


contratos-de-cambio-1t.htm, acessado em: 07/04/2016.

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2. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: LEITURA E INTERPRETAÇÃO

Também chamadas de demonstrações contábeis, as demonstrações financeiras são


consideradas um conjunto de informações apuradas e divulgadas pelas empresas, revelando os
vários resultados de seu desempenho em determinado exercício. Por meio das demonstrações, é
possível obter conclusões sobre a efetiva situação da empresa.
O foco do estudo será a Demonstração de Resultados (DRE), Demonstração de Fluxo de
Caixa (DFC) e o Balanço Patrimonial (BP).
DRE: Sua finalidade é apurar o lucro ou prejuízo do exercício para depois ser transferido
o resultado para os lucros ou prejuízos acumulados. O Demonstrativo engloba as receitas,
despesas, ganhos e perdas apurados por regime de competência, independentemente, portanto, de
seus pagamentos e recebimentos.
DFC: Demonstra os recebimentos e os pagamentos efetuados pela empresa em caixa, bem
como suas atividades de investimentos e financiamentos. A DFC pode ser elaborada pelo método
direto (a partir da movimentação no caixa da empresa) ou indireta (a partir do resultado, isto é, a
partir do lucro ou prejuízo). OBS: O método que será utilizado no estudo será o direto.
Balanço Patrimonial: O balanço patrimonial pode ser resumidamente dividido em 03
partes: Ativo, Passivo e Patrimônio líquido.

2) A Estelar Aérea S.A., uma das mais importantes empresas na vida empresarial recente do Brasil,
viveu, durante o ano de 2006, um processo de insolvência, como se pode observar pelos seguintes
grupos de contas em seu Balanço de 31 de dezembro de 2005:
em R$ milhões
Ativo circulante ................................ 1.310
Ativo não circulante ................. 1.026
Passivo circulante ........................... 2.111
Passivo não circulante ..................... 8.146

O Patrimônio Líquido da Estelar Aérea S.A, em 31 de dezembro de 2005, em R$ milhões,


era de:
( ) 12.593
( ) 7.921
( ) 2.336
( ) -2.336
( ) -7.921
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15

Agora que você já compreendeu melhor a estrutura do Balanço Patrimonial, poderá após
instruções do professor elaborar o que se pede no exercício a seguir:

Estudo de Caso 1: Industrial Ltda

Admita que dois sócios abram uma empresa no setor de indústria com um capital de R$
40.000,00 (Quarenta mil reais), sendo 40% de capital próprio e 60% financiado por um banco, a
juros compostos de 2% ao mês pelo prazo de 12 meses pela Tabela Price.
A empresa pretende investir R$ 22.000,00 (Vinte e dois mil reais) em imobilizado
necessário à produção, que será depreciado em 20 anos e R$ 18.000,00 (Dezoito mil reais) para
capital de giro.
O plano de produção da empresa é de 1.400 unidades por mês, portanto, serão compradas
1.400 unidades/mês de matéria prima, necessárias para produção total em cada um dos dois
primeiros meses a um custo de R$ 30,00 (Trinta reais) a unidade. A política de compras da empresa
é 40% com pagamento a vista e 60% com pagamento em 30 dias.
Considere as vendas 1.300 unidades em janeiro e 1.360 em fevereiro sendo 60% à vista e
40% a prazo com recebimento em 30 dias, compra da matéria prima e a venda do produto é feita
dentro do mesmo Estado ao preço de R$ 62,00 (Sessenta e dois reais).
A empresa paga ainda despesas fixas mensais de R$ 8.500,00 (Oito mil e quinhentos reais) e
despesas administrativas de R$ 2.800,00 (Dois mil e oitocentos reais).
Quanto aos impostos: a alíquota de imposto de renda é de 15%, da contribuição social de
9%, ICMS de 12%, IPI de 15%, PIS/COFINS de 9,25%.

Planilha de Amortização
n Saldo Devedor Amortização Juros Prestação
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Balanço Patrimonial DRE DFC

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Orçamento de Compras
Janeiro Fevereiro Março
Compras
Pgto a vista
Pgto a prazo

Orçamento de Vendas
Janeiro Fevereiro Março
Vendas
Rec. a vista
Rec. 30 dias

Impostos sobre vendas e compras e saldo a pagar janeiro (R$)


Impostos Vendas Compras Saldo de impostos
Base de cálculo IPI
IPI
Base de cálculo ICMS, Pis e Cofins
ICMS
PIS e Cofins
Total
Onde será utilizado: DRE CPV Balanço e DFC

Impostos sobre vendas e compras e saldo a pagar fevereiro (R$)


Impostos Vendas Compras Saldo de impostos
Base de cálculo IPI
IPI
Base de cálculo ICMS, Pis e Cofins
ICMS
PIS e Cofins
Total
Onde será utilizado: DRE CPV Balanço e DFC

Cálculo do CPV:
CPV = (R$ Compras – R$ Impostos s/ compras) * un. Vendidas =
Un. Compradas

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17

Demonstração de Resultados
Histórico Janeiro Fevereiro
Receita Bruta
(-) Impostos
= Receita Líquida
(-) CPV
= Lucro Bruto
(-) Despesas Fixas
(-) Despesas Adm.
(-) Perdas
= EBITDA
(-) Depreciação
= LAJIR
(-) Desp. Financeiras
= LAIR
(-) IR + CS (24%)
= Lucro Líquido

Demonstração do Fluxo de Caixa (Método direto)


Histórico Janeiro Fevereiro
Saldo Inicial
(+) Recebimentos
(+) Ctas. Receber do mês anterior
(-) Pgto a vista
(-) Ctas a pagar do mês anterior
(-) Impostos a pagar
(-) Financiamentos
(-) Despesas Fixas
(-) Despesas Administrativas
Saldo Final

Anotações:

_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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18

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO Mês 0 Janeiro Fevereiro
Caixa
Contas a receber
Estoque
Total do Ativo Circulante
Ativo Não Circulante
Imobilizado
(-) Depreciação Acumulada
Ativo Permanente Líquido
TOTAL DO ATIVO

PASSIVO
Contas a Pagar
Impostos a pagar
Financiamentos
Total do Passivo Circulante
Patrimônio Líquido
Capital Social
Lucros Acumulados
Total do Patrimônio Líquido
TOTAL DO PASSIVO + PL

Anotações:
Estoque= CPV * ( un. Compradas – un. Vendidas)

Un. vendidas

Anotações:

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

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19

Estudo de Caso 2: Industrial Ltda

Admita que dois sócios abram uma empresa no setor de indústria com um capital de R$
70.000,00 (Sessenta mil reais), sendo 40% de capital próprio e 60% financiado por um banco, a
juros compostos de 1,5% ao mês pelo prazo de 18 meses pela Tabela Price.
A empresa pretende investir R$ 50.000,00 (Cinquenta mil reais) em imobilizado necessário
à produção, que será depreciado em 10 anos, e R$ 20.000,00 (Vinte mil reais) para capital de giro.
O plano de produção da empresa é de 1.400 unidades por mês, portanto, serão compradas
1.400 unidades de matéria prima em cada mês, necessária para produção total a um custo de R$
35,00 (Trinta e cinco reais) a unidade. A política de compras da empresa é 60% com pagamento a
vista e 40% com pagamento em 30 dias.
Considere as vendas: De janeiro a março 1.350 unidades mensais de abril a junho 1.410
unidades mensais, sendo 60% a vista e 40% com prazo de 30 dias, com o preço de R$ 64,00
(Sessenta e quatro reais).
A empresa paga ainda despesas fixas mensais de R$ 15.000,00 (Quinze mil reais) e
despesas administrativas de R$ 5.100,00 (Cinco mil e cem reais).
Quanto aos impostos: a alíquota de imposto de renda é de 15%, da contribuição social de
9%, ICMS de 12%, IPI de 15%, PIS/COFINS de 9,25%. A compra da matéria prima e a venda do
produto é feita dentro do mesmo Estado.
Planilha de Amortização
n Saldo Devedor Amortização Juros Prestação
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
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Orçamento de Compras
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho
Compras
Pgto a Vista
Pgto Prazo

Orçamento de vendas
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho
Vendas
Rec. a Vista
Rec. 30 dias

Impostos sobre vendas e compras e saldo a pagar janeiro, fevereiro e março (R$)
Impostos Vendas Compras Saldo de impostos
Base de cálculo IPI
IPI
Base de cálculo ICMS, Pis e Cofins
ICMS
PIS e Cofins
Total
Onde será utilizado: DRE CPV Balanço e DFC

Impostos sobre vendas e compras e saldo a pagar abril, maio e junho (R$)
Impostos Vendas Compras Saldo de impostos
Base de cálculo IPI
IPI
Base de cálculo ICMS, Pis e Cofins
ICMS
PIS e Cofins
Total
Onde será utilizado: DRE CPV Balanço e DFC

Cálculo do CPV:

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21

Demonstração de Resultados
DRE Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Receita
(-) Impostos
Receita Líquida
(-) CPV
Lucro Bruto
(-) Despesas Fixas
(-) Despesas Adm.
(-) Perdas
EBITDA
(-) Depreciação
LAJIR
(-) Desp. Financeiras
LAIR
(-) IR/CS
Lucro Líquido
Demonstração do Fluxo de Caixa
DFC Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Saldo Inicial
(+) Recebimentos
(+) Ctas. Receber
(-) Pgto a vista
(-) Ctas a pagar
(-) Impostos
(-) Financiamentos
(-) Despesas Fixas
(-) Despesas Adm.
Saldo Final

Anotações:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

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22

Balanço Patrimonial
ATIVO Mês 0 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Caixa
Contas a Receber
Estoque
Total Ativo Circulante
Ativo Não Circulante
Imobilizado
(-) Depreciação Acumul.
Ativo Permanente Líq.
TOTAL DO ATIVO

PASSIVO
Contas a Pagar
Impostos a pagar
Financiamentos
Total Passivo Circulante
Patrimônio Líquido
Capital Social
Lucros Acumulados
Total do Patrimônio Líq.
TOTAL DO PASSIVO +PL

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23

Estudo de Caso 3: Industrial Ltda (Continuação)

O plano de produção da empresa aumentou para 1.800 unidades por mês, portanto, a
empresa compra 1.800 unidades de matéria prima necessária para produção total a um custo de R$
39,00 (Trinta e nove reais) a unidade. A política de compras da empresa é 50% com pagamento a
vista e 50% com pagamento em 30 dias.
O preço de venda é agora é de R$ 60,00 (Sessenta reais), a alíquota de imposto de renda é
de 15%, da contribuição social de 9%, ICMS de 18%, IPI de 15%, PIS/COFINS de 9,25%.
Considere as vendas nos meses julho à setembro da empresa de 1.550 unidades por mês,
porém devido a uma crise econômica suas vendas despencaram para 950 unidades nos últimos 03
meses do ano. Sua política de vendas no 2º semestre mudou para 40% a vista, 60% a prazo com
recebimento em 30 dias.
O novo imobilizado será depreciado em 10 anos. A compra da matéria prima e a venda do
produto são feitas dentro do mesmo Estado. A empresa agora paga despesas fixas mensais de R$
19.000,00 (Dezenove mil reais) e despesas administrativas de R$ 6.800,00 (Seis mil e oitocentos
reais).

OBS.: A empresa contraiu novo empréstimo no valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais)
em 12 meses a taxa de 1,80% a.m. pela tabela price. Investiu todo o valor em imobilizado para
aumento de sua capacidade produtiva.

Pede-se desenvolver exercício conforme planilhas a seguir:

Planilha de amortização
n Saldo Devedor Amortização Juros Prestação
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12

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24

Orçamento de compras
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro
Compras
Pgto a Vista
Pgto Prazo
Orçamento de vendas
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro
Vendas
Rec. a Vista
Rec. 30 dias

Impostos sobre vendas e compras e saldo a pagar julho, agosto e setembro (R$)
Impostos Vendas Compras Saldo de impostos
Base de cálculo IPI
IPI
Base de cálculo ICMS, Pis e Cofins
ICMS
PIS e Cofins
Total
Onde será utilizado: DRE CPV Balanço e DFC

Impostos sobre vendas e compras e saldo a pagar outubro, novembro e dezembro (R$)
Impostos Vendas Compras Saldo de impostos
Base de cálculo IPI
IPI
Base de cálculo ICMS, Pis e Cofins
ICMS
PIS e Cofins
Total
Onde será utilizado: DRE CPV Balanço e DFC

Cálculo do CPV:

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25

Demonstração de Resultados
DRE Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Receita
(-) Impostos
Receita Líquida
(-) CPV
Lucro Bruto
(-) Despesas Fixas
(-) Despesas Adm.
(-) Perdas
EBITDA
(-) Depreciação
LAJIR
(-)Desp. Financeiras
LAIR
(-) IR/CS
Lucro Líquido

Demonstração do Fluxo de Caixa


DFC Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Saldo Inicial
(+) Recebimentos
(+) Ctas. Receber
(-) Pgto a vista
(-) Ctas a pagar
(-) Impostos
(-) Financiamentos
(-) Despesas Fixas
(-) Despesas Adm.
Saldo Final

Anotações:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________________
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26

Balanço Patrimonial
ATIVO Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Caixa
Contas a Receber
Estoque
Impostos a recuperar
Total Ativo Circulante
Ativo Não Circulante
Imobilizado
(-) Depreciação Acumul.
Ativo Permanente Líq.
TOTAL DO ATIVO

PASSIVO
Contas a Pagar
Impostos à pagar
Financiamentos
Total Passivo Circulante
Patrimônio Líquido
Capital
Lucros/prej. Acumulados
Total do Patrimônio Líq.
TOTAL DO PASSIVO +PL

Anotações:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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Questão para avaliação do conhecimento

3) Analise a figura a seguir:

A Cia. de Produtos Vegetais – CPV possui duas fábricas que abastecem três depósitos. As fábricas
têm um nível máximo de produção baseado nas suas dimensões e nas safras previstas. Os custos
em R$/t estão anotados em cada rota (ligação entre as fábricas e depósitos). José de Almeida,
estudante de Administração, foi contratado pelo Departamento de Logística com a finalidade de
atender a demanda dos depósitos sem exceder a capacidade das fábricas, minimizando o custo total
do transporte.

Em sua decisão ele considerou as seguintes situações:

I - 1.000 unidades devem ser transportadas da Fábrica 2 para o Depósito 1. A demanda restante
deve ser suprida a partir da Fábrica 1;
II - 2.500 unidades devem ser transportadas da Fábrica 1 para os Depósitos 1 e 2. A demanda
restante deve ser suprida a partir da Fábrica 2;
III - 1.000 unidades devem ser transportadas da Fábrica 2 para o Depósito 2. A demanda restante
deve ser suprida a partir da Fábrica 1.

Apresenta(m) o(s) menor(es) custo(s) apenas a(s) situação(ões):


( ) I.
( ) II.
( ) III.
( ) I e III
( ) II e III
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28

4) Análise de custo, volume e lucro. As decisões sobre a localização de empresas são estratégicas
e integram o planejamento global do negócio. Considerando que o preço de venda da grande
maioria dos bens produzidos é estabelecido pelo mercado, faz-se necessário que as empresas
conheçam em detalhes os custos nos quais incorrerão em determinada localidade. O modelo padrão
“custo-volume-lucro” é útil na decisão de localização. A figura a seguir apresenta, em um único
gráfico, as curvas de custo total versus quantidade produzida mensalmente para as cidades de
Brasília, São Paulo e Goiânia, as quais foram previamente selecionadas para receber uma nova
fábrica de brinquedos. Sabe-se que a receita total é a mesma para as três localidades e que a decisão
com base no lucro esperado em cada localidade varia com a quantidade produzida.

A análise do modelo de “custo-volume-lucro” apresentado no gráfico revela que:

( ) São Paulo é a localidade que proporcionará maior lucro para a nova fábrica, se a
quantidade mensal a ser produzida variar entre 5.000 e 10.000 unidades, considerando-se a
estrutura de custos apresentada.
( ) São Paulo é a cidade na qual deve ser instalada a nova unidade produtiva, se a quantidade
a ser produzida mensalmente for maior que 7.500 unidades, pois, a partir desse volume de
produção, é a localidade que proporcionará maior lucro.
( ) Brasília é a localidade mais indicada para receber a nova fábrica para volumes de
produção mensal inferiores a 5.000 unidades, pois é a cidade que viabilizará maior lucro.
( ) Goiânia deve receber a instalação da nova fábrica, se a quantidade produzida
mensalmente for superior a 10.000 unidades, tendo em vista que, nas condições apresentadas, é a
cidade que poderá dar maior lucro.
( ) tanto Goiânia quanto Brasília podem receber a nova fábrica, se o objetivo é produzir uma
quantidade mensal exatamente igual a 5.000 unidades, considerando que o lucro será o mesmo nas
duas localidades.

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29

5) Métodos de apuração de custos e estoques. Parte da revisão orçamentária de uma empresa


consiste no acompanhamento do valor empregado em estoques. A tabela abaixo resume as diversas
entradas e saídas de estoque de calças da Armando & Silva Confecções Ltda.

Sobre esse assunto, considere as afirmativas sobre a avaliação do valor do estoque, ao final
do mês de outubro, a seguir:

I. Considerando-se o método do Custo Médio, o valor do estoque é de R$ 550,00.

II. Considerando-se o método “PEPS” (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair), o valor do estoque é
de R$ 600,00.

III. Considerando-se o método “UEPS” (Último a Entrar, Primeiro a Sair), o valor do estoque é
de R$ 500,00.

Em relação a essas afirmativas, é CORRETO afirmar que:

( ) estão corretas somente as afirmativas I e II.


( ) estão corretas somente as afirmativas I e III.
( ) estão corretas somente as afirmativas II e III.
( ) nenhuma afirmativa está correta.
( ) todas as afirmativas estão corretas.

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30

3. TÉCNICAS DE ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA DOS INDICADORES

3.1 ANÁLISES VERTICAL E HORIZONTAL

As análises horizontais e verticais tratam-se de uma técnica simples e ao mesmo tempo


importante no que se refere à riqueza de informações para a avaliação do desempenho empresarial.
A análise horizontal (AH) permite a avaliação da evolução de vários itens de uma
demonstração financeira em intervalos de tempo como, por exemplo, 2012-2013, e a análise
vertical (AV) é um processo comparativo entre valores afins ou relacionáveis identificados numa
mesma demonstração financeira.

Pede-se elaborar análise Horizontal e Vertical das demonstrações financeiras da Sadia S.A.
conforme demonstrações que constam nesse material.
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS (R$ MIL)
SADIA S.A. 2007 AV 2008 AV AH
Receita Operacional Bruta 9.909.973 12.191.896
Mercado Interno 5.319.918 6.606.836
Mercado Externo 4.590.055 5.585.060
(-) Tributos. Devoluções a abatimentos -1.201.832 -1.463.254
Receita Operacional Líquida 8.708.141 10.728.642
Custo dos Produtos Vendidos -6.312.130 -8.109.377
Lucro Bruto 2.396.011 2.619.265
Despesas com vendas -1.464.262 -1.727.067
Honorários de Administração -16.433 -20.165
Despesas administrativas -97.088 -139.197
Participação no resultado -83.128 -17.833
Outros Resultados operacionais 8.352 -5.901
Resultados não recorrentes -13.156 -11.689
Lucro Antes dos juros e impostos 730.296 697.413
Resultado Financeiro líquido 132.042 -3.892.336
Resultado da equivalência patrimonial 4.966 -2.927
Resultado Antes dos juros impostos e participações 867.304 -3.197.850
Provisão para IR e Contribuição Social -99.972 702.758
Resultado antes dos minoritários 767.332 -2.495.092
Participação dos acionistas minoritários -1.016 -10.258
Resultado Líquido 768.348 -2.484.834
EBITIDA 1.172.439 1.164.222
Fonte: Adaptado de Demonstrações de Resultado Sadia S.A. (2009)
Anotações:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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31

3.2 INDICADORES DE LIQUIDEZ, RENTABILIDADE E ESTRUTURA DE CAPITAL

A análise de índices envolve métodos de cálculo e interpretação de índices financeiros,


visando analisar e acompanhar o desempenho de uma empresa. É importante para acionistas,
credores e os próprios administradores da empresa.

A utilização e comparação de índices econômicos e financeiros

• Análise de tendências ou séries temporais: Usada para avaliar o desempenho de uma


empresa com o passar do tempo.
• Análise em corte transversal: Usada para comparar empresas diferentes no mesmo
momento.
• Análise setorial comparativa: Usada para comparar o desempenho financeiro de uma
empresa ao desempenho médio do setor.
• Análise combinada: A análise combinada simplesmente combina a análise de séries
temporais com a análise em corte transversal.

Precauções no uso da análise de índices

• Os índices devem ser considerados em conjunto; um índice isolado significa muito pouco.
• As demonstrações financeiras comparadas devem se referir à mesma data ou ao mesmo
período.
• Devem ser utilizadas demonstrações financeiras auditadas sempre que possível.
• Os dados financeiros comparados devem ter sido produzidos do mesmo modo.
• Deve-se ter cuidado com distorções causadas pela inflação.

A seguir podemos verificar um quadro resumo dos principais índices de Estrutura de capital,
Liquidez e Rentabilidade.

Pede-se: Utilizar fórmulas do quadro resumo e os demais índices para análise das
Demonstrações Financeiras da Sadia S.A e demais demonstrações financeiras serem
disponibilizadas pelo professor.

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32

SÍMBOLO ÍNDICE FÓRMULA INDICA INTERPRETAÇÃO


Estrutura de Capital

1. CT/PL * Participação de Passivo total x 100 Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $ 100 Quanto menor, melhor.
Capitais de Patrimônio Líquido de capital próprio.
Terceiros
(Endividamento)
2. PC/CT Passivo Circulante x 100 Qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às Quanto menor, melhor.
* Composição do Passivo total obrigações totais.
Endividamento

3. AP/PL Ativo Permanente x 100 Quantos $ a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $ 100 Quanto menor, melhor.
* Imobilização do Patrimônio Líquido de Patrimônio Líquido.
Patrimônio
Líquido

Liquidez

4. LG * Liquidez Geral Ativo total Quanto a empresa possui de Ativo Circulante + Ativo não Quanto maior, melhor.
Passivo total Circulante para cada R$ 1 de dívida total.

5. LC * Liquidez Corrente Ativo Circulante Quanto a empresa possui de Ativo Circulante para cada $ 1 de Quanto maior, melhor.
Passivo Circulante Passivo Circulante.

6. LS * Liquidez Seca Ativo Circulante - estoques Quanto a empresa possui de Ativo Líquido (- estoques) para cada Quanto maior, melhor.
Passivo Circulante $ 1 de Passivo Circulante.
Rentabilidade (ou
Resultados)

7. V/AT * Giro do Ativo Vendas Líquidas Quanto a empresa vendeu para cada $ 1 de investimento total. Quanto maior, melhor.
Ativo

8. LL/V * Margem Líquida Lucro Líquido x 100 Quanto a empresa obtém de Lucro para cada $ 100 vendidos. Quanto maior, melhor.
Vendas Líquidas

9. LL/AT * Rentabilidade do Lucro Líquido x 100 Quanto a empresa obtém de Lucro para cada $ 100 de investimento Quanto maior, melhor.
Ativo Ativo total.

10. LL/PL Lucro Líquido x 100 Quanto maior, melhor.


* Rentabilidade do Patrimônio Líquido Quanto a empresa obtém de Lucro para cada $ 100 de capital
Patrimônio Líquido próprio investido, em média, no exercício.

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33

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34

Fonte: JBS (2009)

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35

Fonte: Perdigão (2009)

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36

Fonte: Perdigão S.A. (2009)

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37

Fonte: Perdigão S.A. (2009)

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38

Fonte: Sadia S.A. (2009)

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39

Fonte: Sadia S.A. (2009)

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40

Exercícios propostos:

6) Leia as afirmativas abaixo e identifique as corretas.

I. Para calcular a margem bruta é necessário dividir o lucro bruto pela receita líquida.
II. Se ocorrer um aumento do ativo imobilizado haverá o aumento da despesa de depreciação.
III. O tempo decorrido entre a compra das matérias-primas e o recebimento das vendas é o que
define o ciclo operacional.
IV. As despesas financeiras dependem principalmente da dívida bancária contratada pela empresa.

( ) Somente as opções I, II e III estão corretas.


( ) Somente as opções II, III e IV estão corretas.
( ) Somente as opções I, III e IV estão corretas.
( ) Todas as opções estão corretas.

Prof. MSc. Alex Fagner Martiny


41

4. ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA DO EMPREEENDIMENTO

4.1 PONTO DE EQUILÍBRIO

Segundo Gitman (2009) O ponto de equilíbrio é usado para determinar o nível de


operações necessário para cobrir todos os custos operacionais e avaliar a rentabilidade associada
a diversos níveis de vendas. Existe mais de uma forma de se calcular o ponto de equilíbrio, veja
a seguir:

Ponto de equilíbrio operacional: consiste no nível de vendas necessário para cobrir todos os
custos operacionais. Nesse ponto o lucro antes de juros e impostos é igual a 0.

Ponto de equilíbrio econômico: consiste no nível de vendas necessário para cobrir todos os
custos operacionais e ainda um retorno desejado.

Ponto de equilíbrio financeiro: consiste no nível de vendas necessário para cobrir todos os
custos operacionais menos a despesa com depreciação.

Abaixo seguem as fórmulas:

Ponto de equilíbrio operacional:

PEo = ________CDF`s________
Margem de contribuição

PEo = ______CDF`s_________
Preço de venda - CDV`s

Ponto de equilíbrio econômico:

PEe = _CDF`s_+ Retorno desejado_


Margem de contribuição

PEe = _CDF`s_+ Retorno desejado_


Preço de venda - CDV`s

Ponto de equilíbrio financeiro:

PEf = __CDF`s_- Depreciação__


Margem de contribuição

PEf = __CDF`s_- Depreciação__


Preço de venda - CDV`s
42

Observação: CDF = Custos e despesas fixas, CDV = Custos e despesas variáveis

Agora resolva os problemas a seguir utilizando as fórmulas citadas anteriormente:

7) A Comercial de água Mineral Gasosa Ltda. compra seus produtos a R$ 3,00, revendendo por
R$ 5,00, ou seja, ela possui uma margem de contribuição da 40%. Sabendo que a empresa
apresenta gastos fixos da ordem de R$ 1.200,00 por mês e os sócios desejam uma retirada de
R$ 2.000,00 por mês referente ao pró-labore, pede-se calcular o ponto de equilíbrio econômico
da empresa.

PEe: 1.200,00 + 2.000,00 3.200,00


------------------------- = ------------- = 1.600 unidades
5,00 – 3,00 2,00

PEe: 1.200,00 + 2.000,00 3.200,00


------------------------- = ------------- =
R$ 8.000,00 unidades monetárias
40% (0,40) 0,40

8) Uma loja de brinquedos comercializa variados jogos de madeira. Os jogos apresentam custo
igual a R$ 17,00 e são vendidos por R$ 30,00. Sabendo que os gastos com aluguéis, salários e
demais itens classificados como fixos são iguais a R$ 8.000,00 por mês, calcule o ponto de
equilíbrio financeiro em quantidade e em unidades monetárias da empresa. De forma adicional,
considere que a empresa paga 3% das vendas a título de comissão e outros 7% a títulos de
impostos e possui um imobilizado depreciável em 5 anos no valor de R$ 40.000,00.

Imobilizado = R$ 40.000,00 / 60 meses =

PEf: = 8.000,00 – 666,67 7.333,33


-------------------------------------- = -------------- = 734 unidades
30,00 -17,00 – (30,00 * 10%) 10,00

PEf: = (8.000,00 – 666,67) * PV 7.333,33 * 30,00


-------------------------------------- = ---------------------- = R$ 22.020,00 / R$ 22.000,00
30,00 -17,00 – (30,00 * 10%) 10,00

10% é a soma de comissão mais impostos que é aplicado sobre as vendas


43

9) Uma pequena pousada costuma cobrar uma diária igual a R$ 160,00. Sabe-se que os gastos
fixos anuais associados à operação da pousada são iguais a R$ 50.000,00. Gastos variáveis
associados ao consumo de energia elétrica do ar condicionado e chuveiro dos quartos, café da
manhã e lavagem de toalhas e lençóis são iguais a R$ 18,00 por diária. Para poder vender seus
pacotes de diárias e hospedagens, a pousada paga comissões sobre o preço de venda igual a
10%. Pede-se obter: a) O ponto de equilíbrio operacional em diárias por ano.

PE = 50.000,00 50.000,00
---------------------------------------- = ------------------- = 397 diárias
160,00 – 18,00 – (160,00 * 10%) 160,00 – 34,00

10) Uma empresa comercial compra determinada mercadoria por R$ 40,00 e revende por R$
80,00. Sobre o preço de venda, a empresa considera a existência de impostos iguais a 17% e
comissões iguais a 8%. Gastos fixos com aluguel, salários, condomínio e diversos são iguais a
R$ 1.800,00 por mês e os sócios desejam um retorno de R$ 2.000,00 por mês. Calcule o ponto
de equilíbrio econômico anual da empresa: a) em quantidade. b) em unidades monetárias.

PEe = 21.600,00 + 24.000,00 45.600,00


------------------------------------- = -------------------------- = 2.280 unidades
80,00 – 40,00 – (80,00 * 25%) 80,00 – 40,00 – 20,00

PEe = (21.600,00 + 24.000,00) * 80,00 45.600,00 * 80,00


------------------------------------- = -------------------------- = R$ 182.400,00
80,00 – 40,00 – (80,00 * 25%) 80,00 – 40,00 – 20,00
44

11) Uma pequena loja de cartões postais compra uma centena de cartões por R$ 40,00,
vendendo-os a R$ 1,00 por unidade. Os gastos fixos da loja são iguais a R$ 1.000,00 por mês e
os vendedores, além dos salários já incluídos nos gastos fixos, recebem 10% de comissão sobre
vendas. A) qual a margem de contribuição unitária da empresa? B) qual o ponto de equilíbrio
mensal da empresa em unidades vendidas?

40,00 / 100 (centena) = 0,40 por cartão


PE = 1.000,00 1.000,00
-------------------------- = ------------- = 2.000 cartões (B)
1,00-0,40-(1,00*10%) 0,50

,00-0,40-(1,00*10%) = 50%

12) A Cia dos Doces Gulosos Ltda. verificou que seu volume de produção e vendas tem sido
igual a 20.000 unidades por mês. Seu custo fixo mensal é igual a R$ 60.000,00 e seu custo
variável unitário é igual a R$ 6,00. Pede-se: a) determine o preço mínimo a ser cobrado pela
empresa para obter um resultado nulo (lucro = zero) b) sabendo que a área financeira de empresa
deseja um lucro igual a R$ 40.000,00, calcule o preço a ser praticado pela empresa.

R$ 60.000,00 custo fixo


R$ 120.000,00 Custo variável (20.000 unidades * 6,00)
R$ 180.000,00 Custo total
A) R$ 180.000,00 / 20.000 unidades = R$ 9,00 é preço mínimo
R$ 60.000,00 custo fixo$ 120.000,00 Custo variável (20.000 unidades * 6,00)
R$ 40.000,00 Lucro desejado
R$ 220.000,00 Custo total + lucro
R$ 220.000,00 / 20.000 unidades = R$ 11,00 é preço mínimo

13) Uma determinada empresa vende seu único produto a R$ 129,00 por unidade. Os custos
operacionais fixos anuais da empresa são de R$ 473.000,00 e seus custos operacionais variáveis
são de R$ 86,00 por unidade. Encontre o ponto de equilíbrio operacional da empresa, em
unidades.
PE = 473.000,00
----------------- = 11.000 um

idades
129,00 – 86,00
45

14) A análise do ponto de equilíbrio da empresa revela o nível de vendas necessário para
cobrir as despesas operacionais. Nesse sentido, é possível avaliar a rentabilidade associada
aos níveis de vendas da empresa. O ponto de equilíbrio é calculado pela fórmula a seguir.

ponto de equilíbrio = custo fixo


preço de venda unitário - custo variável unitário

Utilizando essa fórmula, o gerente financeiro de uma empresa quer verificar qual será o efeito,
sobre o ponto de equilíbrio do aumento ou diminuição, separadamente, do custo operacional,
do preço do produto, e do custo variável unitário, bem como de todas as variáveis ao mesmo
tempo.

Considerando essa situação, avalie as afirmações a seguir.

I. Se apenas o custo operacional fixo aumentar, o ponto de equilíbrio da firma será reduzido,
uma vez que o custo operacional fixo não afeta os meios de produção da empresa.
II. Se apenas o preço do produto da empresa aumentar, o ponto de equilíbrio da firma será
reduzido, porque será possível vender quantidade menor de produtos para cobrir despesas
operacionais.
III. Se apenas o custo variável unitário da empresa aumentar, o ponto de equilíbrio da firma
aumentará, dado que o gasto com insumos será maior na linha de produção.
IV. Se o custo operacional fixo, o preço do produto e o custo variável unitário da empresa
aumentarem, simultaneamente, o ponto de equilíbrio da firma não será alterado.

É correto apenas o que se afirma em:

( ) I.
( ) II.
( ) I e IV.
( ) II e III.
( ) III e IV.
46

Estudo de caso 4: Ponto de equilíbrio:

Observe as informações a seguir e calcule o ponto de equilíbrio operacional, econômico e


financeiro:

Cenário 1:

Aquisição de terreno R$ 500.000,00 (INVESTIMENTO)


Construção: R$ 1.000.000,00 (Depreciável em 20 anos) (INVESTIMENTO)
Outros imobilizados R$ 400.000,00 (Depreciável em 05 anos) (INVESTIMENTO)
Estoques: R$ 1.000.000,00VESTIMENTO)
TMA: 10,65% a.a. (Calcular retorno dos sócios)
Custos de aquisição de materiais: 67% (CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEL)
Impostos: 15% (CUSTO E DESPESAS VARIÁVEL)
Comissões: 2% (CUSTO E DESPESAS VARIÁVEL)
Custos Fixos: R$ 120.000,00 (mensal e não inclui depreciação)

Espaço para desenvolvimento do cálculo


47

Estudo de caso 5: Ponto de equilíbrio

Aquisição de terreno R$ 200.000,00


Construção: R$ 1.000.000,00 (Depreciável em 20 anos)
Outros imobilizados R$ 400.000,00 (Depreciável em 05 anos)
Estoques: R$ 900.000,00
TMA: 10,65% a.a. (Calcular retorno dos sócios)
Custos de aquisição de materiais: 75%
Impostos: 13%
Comissões: 1,8%
Custos Fixos: R$ 140.000,00 (mensal e não inclui depreciação)

Espaço para desenvolvimento do cálculo


48

QUESTÃO PARA AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO

15) Ponto de equilíbrio. A figura abaixo representa os custos de diferentes formas de processos
de produção (celular, automatizada e intermitente), e a receita de vendas de um determinado
produto.

Considerando a figura, analise as afirmações a seguir:

Se for esperado um volume de produção abaixo de 10.000, a manufatura intermitente é a


preferível; entre 10.000 e 43.000, a manufatura celular é a preferível; acima de 43.000, a
manufatura automatizada é a preferível.

PORQUE

Os pontos de equilíbrio (quantidade/valor para os quais as receitas igualam os custos) são de


27.000, 30.000 e 40.000, respectivamente, para as manufaturas celular, automatizada e
intermitente.

A respeito das informações acima, conclui-se que:

( ) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.


( ) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
( ) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.
( ) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
( ) as duas afirmações são falsas.
49

4.3 ANÁLISE ECONÔMIA, PAYBACK, VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL), TAXA


INTERNA DE RETORNO (TIR).

Qualquer análise de investimentos deve considerar alguns elementos fundamentais em


cada alternativa. São eles:

4.3.1 Custo de oportunidade

O Custo de Oportunidade nada mais é que a diferença dos ganhos líquidos de uma dada
alternativa em relação aos ganhos líquidos de outra alternativa. Ou seja, é a diferença entre os
ganhos que deixaram de ser obtidos e os que realmente são obtidos. Se a seleção recair sobre a
alternativa de menor ganho líquido em relação a uma alternativa mais vantajosa, então se
incorre em Custo de Oportunidade, pois neste caso, o custo de oportunidade é positivo.

4.3.2 Horizonte de planejamento

Constitui um certo período de tempo, durante qual espera-se o retorno do capital


despendido. A decisão de investimento quanto ao horizonte de planejamento é influenciada
tanto por fatores ligados à natureza do projeto, quanto por fatores relacionados às características
das empresas.
De modo geral, o horizonte de planejamento será tanto mais curto quanto menor for a
vida útil dos ativos fixos envolvidos e quanto menor for a capacidade financeira da empresa.
No primeiro caso é óbvia a condição que limita o horizonte. No segundo caso, as condições
estão relacionadas ao fato das empresas que dependem em grande escala de capital de terceiros
estarem sujeitas à maior margem de risco e, por isso, tenderem a atribuir menor importância
aos ganhos potenciais que se distanciam no tempo. Essas empresas, geralmente pequenas e
médias, estão mais expostas às mudanças na conjuntura econômica, o que encurta drasticamente
seu horizonte de planejamento em situações de turbulência e alto risco.
Assim, portanto, horizonte ou vida econômica da alternativa, constitui a data prevista
entre o início e o final do investimento, ou prazo considerado para o retorno. Por outro lado,
como a vida útil dos investimentos geralmente é diferente, deve se estabelecer um período
equivalente. O período equivalente para efeitos de comparação é estabelecido pelo mínimo
múltiplo comum.
50

4.3.3 Taxa mínima de atratividade

É a taxa de desvalorização imposta a qualquer ganho futuro, por não estar disponível
imediatamente. Apesar de constituir um parâmetro de avaliação e comparação de alternativas
de investimentos, não deverá ser exagerada, pois, uma mesma oportunidade de investimento,
avaliada sob dado horizonte de planejamento, pode mostrar-se viável ou inviável dependendo
da taxa mínima de retorno à qual são descontados os ganhos futuros.
A taxa mínima de retorno deve representar o custo de oportunidade para a empresa.
Pode concluir-se que esta taxa corresponde a uma taxa de juros que deixa de ser obtida na
melhor alternativa quando há emprego de capital próprio, ou é a menor taxa de juros que tem
de ser paga quando recursos de terceiros são aplicados.
A Taxa de mínima atratividade ou taxa mínima esperada, como também é
conhecida, é, portanto, a taxa mínima de retorno que se espera conseguir como rendimento ao
realizar um determinado investimento. A mesma deve representar o custo de oportunidade para
a empresa. Pode concluir-se que esta taxa corresponde a uma taxa de juros que deixa de ser
obtida na melhor alternativa quando há emprego de capital próprio, ou é a menor taxa de juros
que tem de ser paga quando recursos de terceiros são aplicados.

4.3.4 Fluxo de caixa e necessidade de capital de giro

Todo investimento, para uma empresa, é um desembolso feito com o fim de gerar um
fluxo de benefícios futuros, usualmente superior a um ano. Daí, os projetos de investimentos
sempre serão representados por um fluxo de caixa, como segue:

CF0

O Fluxo de caixa, portanto envolve a relação entre receitas (recebimentos) e despesas


(pagamentos), ou resultados equivalentes em termos de ganhos. Os investimentos, embora não
sejam despesas, devem ser considerados com os pagamentos a recuperar.
51

4.3.5 Dimensionamento do fluxo de Caixa do projeto

Na elaboração de um projeto de investimento, é necessário quantificá-lo para


identificar os momentos em que ocorrerão as saídas e as entradas de recursos. Este
procedimento é denominado dimensionamento do fluxo de caixa do investimento.
O fluxo de caixa é a sincronização dos ingressos e desembolsos de um projeto durante
sua vida útil, a fim de que se possa avaliar a sua viabilidade financeira de implantação, por meio
das técnicas de análise de investimento.
Para dimensionar o fluxo de caixa de um projeto é preciso que se tenha claro todo e
qualquer recebimento e desembolso que o projeto irá gerar, e todas as despesas desembolsáveis
que terá, a fim de que se possa identificar o momento do efetivo desembolso e do efetivo
ingresso de recursos.

4.3.6 Componentes da projeção do fluxo de Caixa

Basicamente, o investimento caracteriza-se por um desembolso inicial para a


obtenção de uma série de ganhos futuros.
Para a definição do fluxo de caixa do projeto, é necessário que se defina
primeiramente o horizonte de análise, que também chamamos de horizonte de projeção.
Normalmente este horizonte corresponde à vida útil do projeto.
Durante o período de vida útil do projeto, é necessário construir a projeção dos fluxos
de caixa futuros. Geralmente essas estimativas são realizadas com base em três elementos:

4.3.7 Investimento inicial:

Compreende os gastos incorridos no início do investimento. Deve considerar todo e


qualquer desembolso de recurso que o projeto necessitar, como: valor das máquinas e
equipamentos, despesas de montagem e treinamento pessoal.
Caso o projeto de investimento a ser implantado venha substituir um projeto já
existente e o projeto existente tenha um valor de revenda, este deverá servir para abater o
valor inicial do projeto a ser implantado.
52

4.3.8 Fluxos incrementais:

Incremento é a alteração ocorrida nos fluxos de caixa da empresa em função da


realização do investimento, ou seja, a contribuição do fluxo de caixa que o projeto irá gerar
no futuro para a empresa. Nesta perspectiva é importante levar em consideração três pontos:

Valor de revenda dos ativos: É o valor que pode ser obtido pela empresa pela venda
dos ativos após sua vida útil. Exemplo: Uma dada empresa adquire uma frota de veículos e
define que a vida útil da mesma é de dez anos. Após este período a empresa vende esta frota.
Os recursos dessa venda devem ser considerados como ingressos do projeto em seu fluxo de
caixa.
Investimento em capital de giro: Muitas vezes os projetos de investimento
necessitam que a empresa também disponibilize recursos para aquisição de estoques iniciais
e financiamento de clientes. Estes recursos são denominados de investimento em capital de
giro do projeto, que deverá ser considerado no início do mesmo e retornar ao final.

Valor residual: Representa o valor de revenda do projeto de investimento ao final de


sua vida útil para a empresa. No caso de uma máquina, por exemplo, o valor pelo qual a
mesma poderá ser vendida como sucata, e deve ser considerado como um ingresso de recurso
do projeto em seu fluxo de caixa.

4.3.9 Elaboração do fluxo de caixa de um projeto de investimento

O fluxo de caixa de um projeto é o levantamento dos valores reais que serão


desembolsados, e que ingressarão na empresa em momentos da ocorrência dos eventos
correspondentes.

4.3.10 Demonstrativo de fluxo de caixa projetado de um investimento

O Fluxo de Caixa de um projeto de investimento pode ser demonstrado por duas


formas. A demonstração tradicional que apresenta as estimativas ou projeções de entradas
(benefícios) e de saídas (desembolsos) financeiros do projeto.
53

Descrição N0 N1 N2 N3 N4 N5
SALDO INICIAL
RECEBIMENTOS
Vendas à Vista
PAGAMENTOS
Compras a vista Compras a Prazo
Salários e Encargos, alugueis,
impostos sobre vendas
SALDO PERIÓDICO
SALDO ACUMULADO

Para obter o Fluxo de Caixa Livre de um projeto de investimento, também


denominado de Fluxo de Caixa Econômico, utilizam-se as seguintes expressões:

Descrição N0 N1 N2 N3 N4 N5
(+) Receitas
(-) Custos e despesas variáveis
(-) Custos e despesas fixas (exceto
(=) Lucro operacional
depreciação) tributável
(-) Depreciação
(-) Imposto de renda
(=) Lucro Líquido Operacional

(+) Depreciação
(=) Fluxo de caixa operacional (FCO)
(+/-) Investimentos ou
desinvestimentos líquidos em
equipamentos
(=) Fluxo de caixa livre (FCL)
(+/-) Investimentos ou
desinvestimentos
4.4 MÉTODOS DEem capital de
ANÁLISE giro
FINANCEIRA DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS

Os métodos de análise financeira dos investimentos baseiam-se no fluxo de caixa


descontado, e podem ser divididos em dois grupos: Métodos por índices associados à
rentabilidade do investimento e Métodos por índices associados ao risco do investimento.
Nos itens seguintes discute-se cada um dos métodos.
54

4.4.1 Método do valor presente líquido (VPL)

Este método de análise de alternativas de investimentos, tem como finalidade


determinar o valor atual do fluxo de caixa (receitas menos despesas) de um investimento em
um dado horizonte temporal, utilizando a taxa mínima esperada.

É o método mais conhecido e utilizado, e é considerado um dos métodos robustos. O


VPL é a concentração do todos os valores esperados de um fluxo de caixa na data zero. Para
isso, usa-se como taxa de desconto a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) da empresa.

O valor atual pode ser determinado a partir dos saldos ou resultados líquidos periódicos
do fluxo de caixa ou fluxo financeiro, razão pela qual é conhecido como método do Valor
Presente Líquido (VPL).

Sob a abordagem financeira e econômica, um investimento será atrativo somente se


apresentar receitas maiores que despesas, ou proporcionar resultados positivos. A priori, sob o
ponto de vista econômico, entre várias alternativas, a melhor alternativa é aquela que apresentar
o melhor resultado.

Onde:

VPLj = Valor Presente Líquido de um fluxo de caixa da alternativa j;

n = número de períodos envolvidos em cada elemento da série de receitas e dispêndios do


fluxo de caixa.
Costuma se denominar n ao número de períodos do horizonte;
CFn = E o investimento inicial do projeto;

CFn = Cada um dos diversos valores envolvidos no fluxo de caixa e que ocorrem em n;

i = Taxa de juros ou Taxa Mínima de Atratividade (TMA), também chamada de taxa de


equivalência, taxa de expectativa, ou ainda, taxa de desconto.

A expressão pode ser detalhada como segue:

VPLj = - CF0 + (CF1 / (1+i)1) + (CF2 / (1+i)2) + (CF3 / (1+i)3) + (CFn / (1+i)n)
Critério de decisão:

VPL > 0: o projeto é viável, pois o retorno é maior do que o custo de capital;
VPL = 0: é indiferente aceitar ou não o projeto;
VPL < 0: o projeto é inviável.
55

As principais vantagens do VPL são:

 Considera o Valor do dinheiro no tempo;


 Informa sobre o aumento ou não do valor da empresa em função da decisão e
investimento;
 Analisa todos os fluxos de caixa originários do projeto;
 Considera o custo de capital nas análises;
 Considera também o risco, já embutidono custo de capital.

Algumas desvantagens na utilização deste método são:

 Existe a necessidade do conhecimento do custo capital;


 A resposta se dá em valor monetário, o que dificulta a comparação de projetos com
valores diferentes de investimento;
 Não leva em conta a grandeza do investimento;
 Supõe que o mercado de capitais é eficiente.

4.4.2 Valor presenta líquido anualizado (VPLa)

O Valor Presente Líquido Anualizado (VPLa) é também denominado Valor Uniforme


Líquido ou Valor Anual Uniforme Equivalente ou, simplesmente, Valor Periódico Equivalente.
Por este método, o valor presente líquido de um fluxo financeiro se transforma numa série anual
uniforme.

O VPLa tem origem numa série uniforme anual pelo uso da fórmula financeira do fator
de recuperação de um capital, onde o montante é o resultado do Valor Presente Líquido (VPL)
no período. O VPLa pode ser considerado a disponibilidade ou excedente entre a receita e os
custos operacionais, ou mesmo a margem bruta anual, descontada a taxa de atratividade do
capital. Sua fórmula é:
56

A vantagem do VPLa em relação ao VPL é que ele permite comparação de projetos


com horizontes de planejamento distintos.

Quanto à escolha, o VPLa utiliza o critério do VPL.

4.4.3 Taxa interna de retorno (TIR)

A taxa interna de retorno (TIR) representa o valor do custo do capital que torna o VPL
nulo. É a taxa que remunera o valor investido no projeto. Para uma análise de investimentos, a
escolha recai sobre a alternativa que apresentar a maior TIR. Mas, uma alternativa será viável
somente se a TIR for superior à taxa mínima de atratividade, ou no mínimo igual a ela.

O cálculo da taxa interna de retorno é feito com o método das tentativas, e com
interpolação aritmética. Sua equação é expressa como segue:

Critério de decisão:

TIR > TMA ou taxa de desconto: o projeto pode ser aceito, pois o projeto proporciona retorno
superior ao retorno da aplicação pela TMA ou da taxa de desconto;

TIR = TMA ou taxa de desconto: é indiferente aceitar ou não o projeto;

TIR < TMA ou taxa de desconto: o projeto é inviável (o retorno com a aplicação do capital
pela TMA é superior).

A vantagem da TIR está no rigor da condição de aceitação e a facilidade de


entendimento e interpretação por ser expressa em percentuais. Além disso, considera o valor do
dinheiro no tempo e é fortemente relacionada com o VPL.

Por outro lado, apresenta como desvantagem, a necessidade de cuidados específicos, tais como:
57

• A TIR é obtida por iteratividade, o que torna muito difícil ser obtida manualmente.
• Supõe que todas as entradas de caixa são reinvestidas à taxa de retorno do projeto,
o que na prática nem sempre ocorre;
• Pode apresentar respostas múltiplas se os fluxos de caixa forem não
convencionais;
• Um projeto pode apresentar não apenas uma TIR, mas várias TIRs,
principalmente em projetos de investimento mutuamente excludentes, podendo
induzir a decisões incorretas.

4.4.4 Taxa interna de retorno modificada (TIRM)

O método da TIR, embora amplamente utilizado, apresenta algumas restrições que o


tornam desvantajoso em comparação ao método do VPL. As duas principais restrições da TIR
são:

• O método da TIR supõe que todas as entradas de caixa devem ser reinvestidas à
taxa de retorno do projeto, no caso, a própria TIR.
• Um mesmo projeto pode apresentar múltiplas TIR’s, caso haja mais de uma
inversão de sinal no fluxo de caixa do projeto.

O método da Taxa Interna de retorno modificada - MTIR contorna estas


deficiências, considerando-se uma alternativa ao método da TIR. A TIRM considera o
reinvestimento dos saldos positivos de caixa ao custo de capital, o que a torna um método de
avaliação mais preciso que a TIR regular. A TIRM pode ainda considerar que o capital
investido é captado no mercado financeiro caso o investidor faça a opção de não utilizar seus
recursos próprios.

Para a obtenção da TIRM, aplicam-se os seguintes passos:

• Calcular o valor futuro líquido dos fluxos com uma taxa de reinvestimento adequada com as
praticadas no mercado, que pode ser a TMA (VF dos Ingressos);
• Calcular o valor presente líquido dos fluxos de caixa negativos, com a taxa de desconto, que
pode ser a TMA ou uma taxa de financiamento compatível com as do mercado, que pode
ser a TMA (VP dos Desembolsos);
• Com os valores concentrados no instante zero e no período final, o cálculo da TIRM é feito
pela fórmula de cálculo da taxa de juros compostos: como segue:
58

Como vantagens da TIRM, pode se destacar:

• A TIRM elimina o pressuposto da taxa de reinvestimento da TIR tradicional;


• A TIRM não fornece, em qualquer circunstância, múltiplas taxas de retorno;
• Combina a segurança do VPL com a facilidade de entendimento da análise
percentual da TIR tradicional;
• Os resultados obtidos são uma função de parâmetros controlados pela empresa: a taxa
de reinvestimento e de desconto dos fluxos de caixa intermediários.

Embora os resultados sejam mais reais, tem como desvantagem a dificuldade do


entendimento dos resultados por parte dos gestores, não sendo assim tão utilizados como a TIR
convencional.

4.4.5 Período de retorno de investimento ou Payback Simples (PBS)

O período de Payback é o tempo necessário para recuperar o investimento inicial, ou


período exigido para que um investimento gere fluxos de caixa suficientes para recuperar o
custo inicial. Também pode ser interpretado como uma medida do grau de risco do projeto. As
incertezas associadas a um projeto tendem a aumentar à medida que as previsões das receitas e
dos custos se afastam da data focal zero.

Para se calcular o período de Payback de um projeto, somam-se os valores dos fluxos


de caixa auferidos, período a período, até que a soma se iguale ao valor do investimento inicial.
O período correspondente à última parcela da soma será o período de Payback procurado.

Há duas formas para o cálculo do período de Payback:

Para projetos com fluxos periódicos uniformes divide-se o valor do investimento pelo
fluxo de caixa periódico, como segue:
Payback = Investimentos / FCp
59

Exemplo:
Ano 0 1 2 3 4 5
Fluxo de caixa -100 25 25 25 25 25
Resulta: Payback = 100/25 = 4 anos

Para projetos com fluxos periódicos não uniformes divide-se o valor do investimento
pelo fluxo de caixa periódico. Neste caso, é necessário pode se construir a partir do fluxo de
caixa descontado uma tabela de “amortização” do projeto para estabelecer o exato momento
de recuperação do investimento.

Exemplo:
Ano 0 1 2 3 4 5
Fluxo de caixa -100 20 30 30 40 30

Pode se calcular o exato momento de recuperação do investimento, conforme a tabela


abaixo:

Ano 0 1 2 3 4 5
Fluxo de caixa -100 20 30 30 40 30
Saldo -100 -80 -50 -20 20 50
Acumulado
Note-se que ao final do quarto ano o projeto já recuperou todo o investimento e já
“sobraram” $20. Para identificar em que momento do quarto ano o projeto recuperou o
investimento, aplica-se uma regra de três. Se em doze meses ganha-se $40, em quantos meses
se ganharia $20? De onde resulta seis meses. Então o período de Payback deste projeto é de
três anos e seis meses.

Os critérios de decisão para um projeto de investimento são os seguintes:

• Período de Payback inferior ao prazo predeterminado: pode se aceitar o projeto;


• Período de Payback igual ao prazo predeterminado: é indiferente em aceitar ou
rejeitar o projeto;
• Período de Payback superior ao prazo predeterminado: deve se rejeitar o projeto.

Sua principal vantagem é a condição da extrema simplicidade de cálculo e a facilidade


de interpretação do resultado. Além disso, é um indicador que contempla o aspecto de liquidez
na tomada de decisão de investimento.
60

As principais fragilidades do período de Payback residem no fato de ele não considerar


o valor do dinheiro no tempo, e de desconsiderar tudo o que acontece após o período de
recuperação. Esta última restrição penaliza todos os projetos que tenham receitas iniciais
pequenas, porém crescentes ao longo da vida do projeto.

Outras deficiências do período de Payback são:

• não pode ser utilizado em análises de projetos onde os sinais do fluxo de caixa se
alternam mais de uma vez;
• não estabelece o valor máximo de período de retorno do investimento exigido para a
aceitação dos projetos;
• não é uma medida da lucratividade do investimento.

4.4.6 Período de Payback Descontado (PBD)

Também conhecido como Payback econômico, Payback ajustado, ou Payback a valor


presente, o Payback Descontado busca contornar a deficiência do método do Período de
Payback simples ou tradicional de não considerar o valor do dinheiro no tempo. Esta deficiência
é corrigida, calculando-se o do período de Payback descontado com base no Fluxo de Caixa
descontado pela TMA (Valor Presente (VP) do Fluxo de Caixa).

As principais vantagens e desvantagens do método do Período Payback Descontado


são as mesmas do Período de Payback Simples, com exceção para o fato do método do
Período Payback Descontado considerar o valor do dinheiro no tempo.
61

Questões para avaliação do conhecimento

16) Indique o valor presente de uma série de fluxos com os seguintes valores, considerando
uma taxa de desconto de 8% ao ano: Ano 1: R$ 3.230, Ano 2: R$ 3.860, Ano 3: R$ 4.180.

( ) R$ 8.830.
( ) R$ 9.260.
( ) R$ 9.618.
( ) R$ 8.320.

17) Encontrando o custo do capital. Num projeto para a construção de um parque temático,
serão financiados 30% com recursos do BNDES, 20% com debêntures e 50% com capital dos
sócios. O custo do financiamento junto ao BNDES é 10% a.a., a debênture tem um custo de
15% a.a., e o custo de capital dos acionistas é 20% a.a. Desprezando-se o efeito de imposto de
renda, o retorno mínimo que o parque temático deverá ter, para ser interessante aos investidores,
é de:

( ) 20%
( ) 16%
( ) 15%
( ) 13%
( ) 10%

18) Avaliando a viabilidade do investimento. A Gatos e Cães S.A. analisa o projeto de um


novo tipo de ração para cachorros. O gerente financeiro responsável estimou o seguinte gráfico
para o Valor Presente (VP) das saídas de caixa e o Valor Presente de entradas de caixa em
função do custo de capital:

Com base nesse gráfico, qual é a decisão que o gerente financeiro deve tomar em relação
ao projeto da nova ração?
62

( ) Abandonar o projeto, se o custo de capital for igual a 30%.


( ) Abandonar o projeto, se o custo de capital for menor que 10%.
( ) Investir no projeto, se o custo de capital for igual a 20%.
( ) Investir no projeto, se o custo de capital for maior ou igual a 40%.
( ) Investir no projeto, se o custo de capital for menor que 50%.

19) Retorno do investimento. Os gestores de uma empresa realizaram avaliação de 02


alternativas de investimento (A e B) com probabilidades de ocorrência para situações de
mercado em recessão, em estabilidade e em expansão, respectivamente, de 25%, 50% e 25%.

A tabela a seguir apresenta o retorno esperado em cada situação.

É correto afirmar que os retornos dos investimentos A e B serão respectivamente:

( ) 10,00% e 12,00%.
( ) 11,00% e 12,75%.
( ) 11,33% e 12,75%.
( ) 11,33% e 13,00%.
( ) 12,00% e 13,50%.

20) Suponha que você investiu R$ 1.500.000,00 para comprar um galpão industrial com 10.000
metros quadrados. Você pretende alugar esse galpão por R$ 45.000,00 anuais.
Suponha que você queira permanecer com o imóvel por 4 anos e vendê-lo ao final do quarto
ano por R$ 2.000.000,00.
Represente financeiramente os investimentos apresentados, preenchendo os campos em
branco.

t=
fluxo

21) Você investiu R$ 80.000,00 para comprar ações com cotação de R$ 4,00 por ação na data
de hoje. Os dividendos esperados são de R$ 0,20 por ação a cada ano. Sua expectativa é vender
cada ação por R$ 6,00 daqui a quatro anos.
Represente financeiramente os investimentos apresentados, preenchendo os campos em
branco.

t=
fluxo
63

22) César Petronius, investidor romano, negociou um empréstimo R$ 26.000.000,00 com


investidores gregos. Esse empréstimo foi negociado de forma a Petronius pagar 5 prestações
anuais sucessivas. As primeiras 3 prestações são no valor de R$ 6.000.000,00 cada uma. As 2
últimas prestações são no valor de R$ 7.800.000,00 cada uma.
Represente financeiramente os investimentos apresentados, preenchendo os campos em
branco.

t=
fluxo

23) O projeto Gênesis promete dar como retorno uma sequência de fluxos de caixa da seguinte
forma: R$ 1.800,00 em t = 1 ano, R$ 4.200,00 em t = 2 anos e, finalmente, R$ 5.600,00 em t =
3 anos. O custo necessário para implementar este projeto hoje é de R$ 9.000,00.
Represente financeiramente o projeto apresentado, preenchendo os campos em branco.

t=
fluxo
64

Atividades propostas

1ª Atividade: SOCRATIVE, sala a definir

2ª Atividade: Elaborar fluxos de caixa conforme modelo

3ª Atividade: Acompanhar exemplos de cálculos na calculadora HP12C.


VPL: $CF0; $CFj; i; f NPV TIR: $CF0; $CFj; i; f IRR

4ª Atividade: Considere a taxa de atratividade 25% a.a., calcular o payback simples, payback
descontado e a TIR das três alternativas.

5ª Atividade: Identificar a melhor das 03 alternativas de investimento.


65

Considere as seguintes alternativas de investimentos, tomando os respectivos cenários:

a) ALTERNATIVA PARA CENÁRIO 01

INVESTIMENTOS CUSTOS E DESPESAS RECEITAS


DESCRIÇÃO R$ DESCRIÇÃO R$ /ano DESCRIÇÃO R$ /ano
Inicial 217.000 3º ano 159.000 3º ano 192.000
1º ano 98.000 4º ao 15º ano 389.000 4º ano 331.000
2º ano 119.000 16º ao 23º ano 276.000 5º ano 523.000
6º ao 15º ano 662.000

Investiment Saídas: Entradas: Fluxo de Fluxo de Fluxo de Fluxo de


o inicial Custos de Receitas caixa caixa caixa caixa
Despesas nominal acumulado descontado descontado
acumulado
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15

Payback simples Payback descontado TIR


66

b) ALTERNATIVA PARA CENÁRIO 02

INVESTIMENTOS CUSTOS E DESPESAS RECEITAS


DESCRIÇÃO $ DESCRIÇÃO $ /ano DESCRIÇÃO $ /ano
Inicial 252.000,00 3º ano 153.000,00 3º ano 154.000,00
1º ano 94.000,00 4º ao 15º ano 374.000,00 4º ano 265.000,00
2º ano 114.000,00 16º ao 23º ano 264.000,00 5º ano 418.000,00
6º ao 15º ano 529.000,00
16º ao 23º ano 431.000,00

Investiment Saídas: Entradas: Fluxo de Fluxo de Fluxo de Fluxo de


o inicial Custos de Receitas caixa caixa caixa caixa
Despesas nominal acumulado descontado descontado
acumulado
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15

Payback simples Payback descontado TIR


67

c) ALTERNATIVA PARA CENÁRIO 03


INVESTIMENTOS CUSTOS E DESPESAS RECEITAS
DESCRIÇÃO R$ mil DESCRIÇÃO R$ mil/ano DESCRIÇÃO R$ mil/ano
Inicial 220.000,00 3º ano 105.000,00 3º ano 116.000,00
1º ano 61.000,00 4º ao 15º ano 358.000,00 4º ano 198.000,00
2º ano 72.000,00 16º ao 23º ano 250.000,00 5º ano 315.000,00
6º ao 15º ano 398.000,00

Investiment Saídas: Entradas: Fluxo de Fluxo de Fluxo de Fluxo de


o inicial Custos de Receitas caixa caixa caixa caixa
Despesas nominal acumulado descontado descontado
acumulado
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15

Payback simples Payback descontado TIR


68

Questões para avaliação do conhecimento:

24) A CAR (Companhia Agropecuária Rondonópolis) está analisando a implantação de um


projeto de investimento no nordeste brasileiro para a produção de frutas com destino ao
mercado europeu. Metade do capital necessário ao investimento virá de uma linha de crédito a
ser obtida junto ao BNB (Banco do Nordeste do Brasil), e a outra metade virá de capital próprio,
a ser captado através do lançamento de ações da empresa no mercado de capitais brasileiro. O
investimento será de R$ 120 milhões, com benefícios anuais líquidos de R$ 20 milhões, em
perpetuidade. O custo de capital junto ao Banco deverá ser de 8% a.a. e o custo do capital
próprio é de 12% a.a.. Neste projeto não se deve considerar o Imposto de Renda. A equipe que
realizou a análise de viabilidade financeira do projeto encontrou diferentes valores, tais como:

I - valor presente líquido do projeto: R$ 80 milhões;


II - valor presente líquido do projeto: R$ 200 milhões;
III - custo médio ponderado de capital do projeto: 8% a.a.;
IV - custo médio ponderado de capital do projeto: 10% a.a.;
V - custo médio ponderado de capital do projeto: 12% a.a..

Para se definir a viabilidade financeira do projeto, devem ser utilizados, apenas:

( ) I e III.
( ) I e IV.
( ) I e V.
( ) II e III.
( ) II e IV.
69

25) Avaliação pelo método do VPL. O diretor de operações da Biomais Bebidas Ltda. deseja
substituir um equipamento de controle químico mecânico por outro eletrônico. Existem três
equipamentos candidatos: X, Y e Z. Apesar de o investimento inicial ser o mesmo para todos
os equipamentos, a magnitude e a época de ocorrência dos fluxos de caixa intermediários
diferem em razão dos custos operacionais definidos pelas especificações técnicas de cada
equipamento.

O custo médio ponderado de capital, tido como a taxa mínima de atratividade para a empresa,
é de 23% a.a. Os perfis de valor presente líquido (VPL) que sintetizam os resultados estão
representados na figura a seguir:

Considerando os perfis de VPL para as três propostas candidatas, avalie as afirmações


seguintes:

I. A análise da dinâmica dos fluxos de caixa líquidos do equipamento Y indica que a taxa interna
de retorno desse equipamento é de 34% a.a.
II. A melhor alternativa de investimento para a empresa é a escolha pelo equipamento X,
considerando a análise pelo VPL.
III. Se a taxa mínima de atratividade fosse para 27% a.a., a escolha pelo equipamento mais
viável não deveria ser alterada.

É correto o que se afirma em:

( ) II, apenas.
( ) III, apenas.
( ) I e II, apenas.
( ) I e III, apenas.
( ) I, II e III.
70

26) Avaliação da viabilidade financeira do investimento. A CAR (Companhia Agropecuária


Rondonópolis) está analisando a implantação de um projeto de investimento no nordeste
brasileiro para a produção de frutas com destino ao mercado europeu. Metade do capital
necessário ao investimento virá de uma linha de crédito a ser obtida junto ao BNB (Banco do
Nordeste do Brasil), e a outra metade virá de capital próprio, a ser captado através do
lançamento de ações da empresa no mercado de capitais brasileiro. O investimento será de R$
120 milhões, com benefícios anuais líquidos de R$ 20 milhões, em perpetuidade. O custo de
capital junto ao Banco deverá ser de 8% a.a. e o custo do capital próprio é de 12% a.a.. Neste
projeto não se deve considerar o Imposto de Renda. A equipe que realizou a análise de
viabilidade financeira do projeto encontrou diferentes valores, tais como:

I - valor presente líquido do projeto: R$ 80 milhões;


II - valor presente líquido do projeto: R$ 200 milhões;
III - custo médio ponderado de capital do projeto: 8% a.a.;
IV - custo médio ponderado de capital do projeto: 10% a.a.;
V - custo médio ponderado de capital do projeto: 12% a.a..

Para se definir a viabilidade financeira do projeto, devem ser utilizados, apenas:

( ) I e III.
( ) I e IV.
( ) I e V.
( ) II e III.
( ) II e IV.
71

27) Custo do capital. Um microempresário está avaliando a captação de recursos com o


objetivo de implementar um projeto de substituição de equipamentos de sua empresa. Do total
dos recursos necessários, 40% serão financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), ao custo de 10% a.a.; 10% dos recursos serão obtidos de uma
linha de crédito do banco com o qual a empresa mantém relacionamento, ao custo de 18% a.a.;
e o restante dos recursos necessários virão dos lucros retidos pela empresa.

Com base nas especificações da captação de recursos acima descrita e desconsiderando o


risco do projeto e os efeitos do imposto de renda, avalie as afirmações seguintes:

I. O custo de capital de terceiros do projeto de substituição é de 5,80% a.a.


II. Se a rentabilidade do projeto está estimada em 17% a.a., então o custo de capital próprio
desse investimento deve ser inferior a 22,40% a.a., para que o empreendimento seja viável.
III. A expansão do endividamento deve promover aumento no custo de capital próprio da
empresa.

É correto o que se afirma em:

( ) I, apenas.
( ) II, apenas.
( ) I e III, apenas.
( ) II e III, apenas.
( ) I, II e III.
72

28) Avaliação de alternativas de investimento pelo método do VPL. Em determinado país,


entrou em vigor uma rigorosa legislação ambiental que bane a fabricação de produtos à base de
amianto, em razão dos danos causados ao meio ambiente e à saúde humana. O Conselho de
Administração de uma indústria do setor solicitou ao diretor financeiro que avaliasse as
alternativas à disposição, a fim de tomar uma decisão quanto ao futuro da empresa. Após
estudos detalhados, o diretor apresentou duas alternativas viáveis do ponto de vista financeiro.

Alternativa 1

Transferência da fábrica para um país em que a legislação é omissa quanto ao assunto, visto
que as instalações atuais ainda têm uma vida econômica considerável. O diretor observou que
produtos à base de amianto foram banidos de todos os países com maiores [índices de
desenvolvimento humano. Embora o investimento necessário para a transferência seja
considerável, os países elegíveis para receber a fábrica caracterizam-se por apresentarem custos
de mão de obra baixos e elevado potencial de vendas. O Investimento é estimado em $ 250
milhões, com valor presente líquido (VPL) de $ 100 milhões e taxa interna de retorno (TIR) de
18,8%.

Alternativa 2

Adaptação das instalações atuais, visando a utilização de matérias-primas que causem menores
danos ao meio ambiente e à saúde humana. O investimento estimado é de R$ 200 milhões, com
VPL de R$ 75 milhões e TIR de 20%.

O retorno exigido, ajustado ao risco, de ambas as alternativas é de 15%, não havendo problemas
para captar os recursos necessários. Considerando as alternativas à disposição da empresa,
avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. Do ponto de vista financeiro, a empresa deverá optar pela alternativa com maior TIR.

PORQUE

II. A alternativa com maior TIR maximizará a riqueza do acionista e não causará danos ao meio
ambiente e à saúde.

A respeito das asserções, assinale a opção correta:

( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.


( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta
da primeira.
( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
( ) As asserções I e II são proposições falsas.
73

5. PLANEJAMENTO FINANCEIRO

5.1 ADMINISTRAÇÃO DO ATIVO E DO PASSIVO CIRCULANTE

5.1.1 Custo do investimento marginal em valores a receber

Este custo é obtido mediante a aplicação de uma taxa de retorno mínima exigida pela
empresa (para seus investimentos ativos) sobre o investimento marginal (adicional) efetuado
em valores a receber.
O critério geral de análise de uma política de crédito, conforme será desenvolvido mais
adiante, prevê basicamente um confronto entre o retorno mínimo exigido pela empresa (ou o
custo do dinheiro utilizado no financiamento desse investimento adicional) e a variação em seus
resultados operacionais provocada pela introdução de determinada política de crédito (ou por
alterações em alguns de seus elementos). Evidentemente, se o custo for inferior ao resultado
operacional, sendo ambos medidos em termos marginais, tem-se uma atratividade econômica
pela aceitação da proposta, ocorrendo uma propensão de rejeição na situação inversa.
Mais claramente, uma maior liberalidade na prática de concessão descrédito de uma
empresa provoca normalmente um aumento das vendas (motivado por um maior volume de
vendas a prazo) e, consequentemente, de seus resultados. Outra consequência desse critério
mais frouxo de crédito, que conduz a um incremento das vendas a prazo, concentra-se na
necessidade de maiores investimentos em valores a receber.
Exemplificando: Uma empresa fabricante de peças para tomos mecânicos, está atualmente
vendendo um produto por R$ 10,00 a unidade. As vendas (todas a crédito) do ano mais recente
foram de 60.000 unidades. O custo variável unitário é de R$ 6,00 e o custo fixo total é de R$
120.000,00.
A empresa está pretendendo flexibilizar os padrões de crédito e espera-se que essa
medida acarrete um acréscimo de 5% nas vendas, para 63.000 unidades, um aumento no período
médio de cobrança (PMC) do seu nível atual de 30 para 45 dias, e um aumento no nível atual
de devedores duvidosos de 1% para 2% sobre as vendas. O retorno exigido pela empresa sobre
investimentos de igual risco, o qual corresponde ao custo de oportunidade do comprometimento
de fundos com as duplicatas a receber, é de 15% ao ano.
Para determinar se a Empresa deve adotar padrões de crédito mais flexíveis, é necessário
calcular o efeito sobre a contribuição adicional aos lucros, decorrentes das vendas, o custo do
investimento marginal em duplicatas a receber e o custo Marginal com devedores duvidosos.
Contribuição Adicional aos Lucros: Decorrentes das vendas pode-se calcular facilmente a
contribuição adicional aos lucros que se espera das vendas como resultado da flexibilidade dos
padrões de crédito. Como os custos fixos não mudam devido a alterações no nível de vendas,
apenas o custo variável unitário seria relevante na análise. Espera-se que as vendas aumentem
em 5%, ou 3.000 unidades. A margem de contribuição por unidade será igual à diferença entre
o preço unitário de venda (R$ 10,00) e o custo variável unitário (R$ 6,00), ou seja R$ 4,00.
Portanto, a contribuição adicional total aos lucros será de R$ 12.000,00 (3.000 unidades x R$
4,00 por unidade).
Custo do Investimento Marginal em Duplicatas a Receber: Pode-se calcular o custo do
investimento marginal em duplicatas a receber, obtendo-se a diferença entre o custo de manter
74

duplicatas antes e após a introdução dos padrões de crédito mais flexíveis. Como nossa única
preocupação refere-se às saídas efetivas de caixa, os custos variáveis constituem-se na variável
relevante da análise (os custos fixos não são afetados por essa decisão). O investimento médio
em duplicatas a receber pode ser calculado usando-se a seguinte fórmula:

Investimento médio em duplicatas a receber = Custo variável total das vendas anuais
Giro das duplicatas a receber

Onde: Giro das duplicatas a receber = 360


Período médio de cobrança

O custo variável total das vendas anuais sob os planos propostos e atual pode ser obtido
conforme descrito abaixo:

Custo variável total das vendas anuais:


Plano proposto: (R$ 6,00 x 63.000 unidades) = R$ 378.000,00
Plano atual: (R$ 6,00 x 60.000 unidades) = R$ 360.000,00

O cálculo do custo variável total para ambos os planos envolve o uso direto do custo
variável unitário de R$ 6,00. Assim, esse custo será de R$ 378.000,00 para o plano proposto e
R$ 360.000,00 para o plano atual. Portanto, a implementação do plano proposto causará uma
elevação dos custos variáveis em R$ 18.000,00.
O giro das duplicatas a receber refere-se ao número de vezes por ano que as duplicatas
da empresa são de fato, convertidas em caixa. Para encontrar o giro divide-se 360 pelo período
médio de cobrança (PMC).

Giro de duplicatas a receber:

Plano proposto: 360 = 8 Plano atual: 360 = 12


45 30

Pode-se ver que, com a implantação do plano proposto, o giro de duplicatas a receber
cairá de 12 para 8 vezes por ano.
Substituindo-se na equação os dados de custo e giro calculados acima para cada caso,
resultam os seguintes investimentos médios em duplicatas a receber:

Investimento médio em duplicatas a receber:

Plano proposto: R$ 378.000,00 = R$ 47.250,00 Plano atual: R$ 360.000,00 = R$ 30.000,00


8 12
75

Calcula-se o investimento marginal em duplicatas a receber, bem como seu custo, da seguinte
forma:

Custo do investimento marginal em duplicatas a receber:

Investimento médio com o plano proposto R$ 47.250,00


Investimento médio com o plano atual - (R$ 30.000,00)
Investimento marginal em duplicatas a receber = R$ 17.250,00

Multiplicado pelo retomo exigido sobre o investimento: 15%


= Custo do investimento marginal em D/R R$ 2.587,50

Deve estar claro que se calculou o custo de investir mais R$ 17.250,00 em D/R, multiplicando
por -15% (o retomo exigido sobre o investimento). O valor restante de R$ 2.587,50 é
considerado um custo, porque apresenta o valor máximo que poderia ter sido ganho sobre os
R$ 17.250,00, caso fosse aplicados na melhor alternativa de investimento de idêntico risco
disponível.

Custo marginal com devedores duvidosos:

Acha-se o custo marginal com devedores duvidosos, tomando a diferença entre o nível
de incobráveis antes e após a flexibilidade dos padrões de crédito conforme descrito a seguir:

Custo marginal com devedores duvidosos:

Plano proposto: (0,02 x R$ 10,00/unidade x 63.000 unidades) = R$ 12.600,00


Plano atual: (0,01 x R$ 10,00/unidade x 60.000 unidades) = R$ 6.000,00
Custo marginal com devedores duvidosos R$ 6.600,00

Observa-se que os custos devedores duvidosos são calculados utilizando-se o preço de


venda unitário (R$ 10,00) para cobrir não só a perda real do custo variável (R$ 6,00), que resulta
quando um cliente deixa de pagar sua conta, mas também a margem de contribuição unitária -
nesse caso, R$ 4,00 (R$ 10,00 - R$6,00) - que está incluída na "margem de contribuição
adicional aos lucros, decorrentes das vendas".
Para que uma empresa decida se deve afrouxar seus padrões de crédito, é preciso
comparar a contribuição adicional aos lucros com a soma do custo do investimento marginal
em duplicatas a receber, e o custo marginal dos devedores duvidosos. Se a contribuição
adicional exceder os custos marginais, os padrões de crédito devem ser afrouxados; caso
contrário, os padrões de crédito devem permanecer inalterados. Vejamos um exemplo:
Os resultados e principais cálculos relativos à decisão da empresa de flexibilizar seus
padrões de crédito já discriminamos acima. Pode-se observar que como a contribuição
adicional aos lucros, proveniente de maiores vendas, seria R$ 12.000,00, a qual excede a soma
do custo do investimento marginal em duplicatas a receber com o custo marginal dos devedores
76

duvidosos, a empresa deve flexibilizar seus padrões de crédito, conforme proposto. A adição
líquida aos lucros totais, resultante de tal ação, seria de R$ 2.812,50 por ano.
Efeitos de uma flexibilização dos padrões de crédito da empresa:

Contribuição adicional aos lucros R$ 12.000,00


(3,000 unidades x (R$10,00 - R$6,00)

Custo do investimento marginal em D/R


Investimento médio com o plano proposto:
(R$ 6,00 x 63.000 ) = R$ 378.000,00 R$ 47.250,00
8 8

Investimento médio com o plano atual


(R$6,00 x 60.000 ) = R$ 360.000,00 R$ 30.000,00
12 12

Investimento marginal em D/R R$ 17.250,00


Custo do investimento marginal em D/R (0,15 x 17.250) (R$
2.587,50)

Custo marginal de devedores duvidosos


Com o plano proposto (0,02 x R$ 10,00 x 63.000) R$ 12.600,00
Com o plano atual - (0,01 x R$ 10,00 x 60.000) R$ 6.000,00
Custo marginal dos devedores duvidosos (R$ 6.600,00)

Lucro líquido proveniente da implementação do plano proposto R$ 2.812,50

A técnica aqui descrita para se tomar uma decisão sobre de crédito também é usada
frequentemente para avaliar outros tipos de mudanças na administração de duplicatas a receber.
Se a empresa do exemplo estivesse pensando em adotar padrões mais restritivos de crédito, o
custo teria sido uma redução na margem de contribuição, e o retomo teria sido uma redução no
custo marginal do investimento em duplicatas a receber e em devedores duvidosos.

Desconto financeiro:

Quando uma empresa começa a oferecer um desconto financeiro ou o aumento, podem-


se esperar os seguintes efeitos sobre o lucro:

Variável Direção da mudança Efeito sobre o lucro


Volume de vendas Aumenta Positivo
Investimento em duplicatas a receber devido a
clientes que não aproveitavam o desconto Diminui Positivo
financeiro e que passam a pagar mais cedo
77

Investimentos em duplicatas a receber devido a Aumenta Negativo


novos clientes
Perdas com devedores duvidosos Diminui Positivo
Lucro por unidade Diminui Negativo
O volume de vendas deve aumentar, pois se uma empresa estiver disposta a pagar dentro
de dez dias, o preço por unidade cai. O efeito líquido sobre o investimento em duplicatas a
receber é de difícil previsão porque os clientes que não estavam aproveitando o desconto,
passam a preferi-lo e isso reduz o investimento em D/R, por outro lado, os novos clientes devem
provocar um aumento desse investimento. A perda com devedores duvidosos deve baixar, pois,
à medida que os clientes, em média, pagam mais cedo, a probabilidade de não recebimento deve
diminuir. Tanto a redução do investimento em D/R como a diminuição nas perdas com
devedores duvidosos devem ocasionar maiores lucros. O aspecto negativo de um aumento no
desconto financeiro é menos lucro por unidade, à medida que um maior número de compradores
aproveita o desconto e paga um preço reduzido.
Diminuir ou eliminar um desconto financeiro traria efeitos opostos. Os efeitos
quantitativos de mudanças dos descontos financeiros podem ser avaliados por um método
semelhante ao usado para avaliar alterações nos padrões de crédito.
Ex.: Suponha que a empresa esteja pretendendo introduzir um desconto financeiro de 2%
para o pagamento à vista. O atual período médio de cobrança é trinta dias [giro = (360/30) =
12, as vendas a crédito montam em 60.000 unidades e o custo variável por unidade é R$ 6,00.
A empresa espera que, com a introdução do desconto financeiro, 60% de suas vendas passarão
a ser feitas com desconto e as vendas aumentarão em 5%, para 63.000 unidades. O período
médio de cobrança deve cair para quinze dias, giro = (360/15) = 24. Espera-se que a perda com
devedores duvidosos caia do nível atual de 1% para 0,5% das vendas. O retorno exigido pela
empresa sobre investimentos de igual risco permanece em 15%. Pode-se verificar que os
cálculos são bastante semelhantes aos apresentados para decisão dos padrões de crédito, exceto
para o elemento final, "Custo do desconto financeiro". Esse custo de R$ 7.560,00 reflete o fato
de que os lucros serão reduzidos em consequência de se aproveitar o desconto de 2% sobre
60% do novo nível de vendas. A empresa pode aumentar o lucro em R$ 9.427,50 introduzindo
o desconto proposto; portanto, tal ação parece aconselhável. Esse tipo de análise também pode
ser aplicado a decisões quanto à eliminação ou redução de descontos financeiros.

Efeitos se introduzir um desconto financeiro na empresa:

Margem de contribuição adicional aos lucros


[3.000 unidades X (R$ 10,00 - R$ 6,00)] = R$ 12.000,00

Custo de investimento marginal em D/R


Investimento médio com o plano proposto:
(R$ 6,00 x 63.000) = R$ 378.000 R$ 15.750,00
24 24
Investimento médio com o plano atual:
(R$ 6,00 X 60.000) = R$ 360.000,00 R$ 30.000,00
12 12
78

Investimento marginal em D/R (R$14.250,00)


Custo do investimento marginal em D/R (0,15 X R$ 14.250,00) R$
2.137,50

Custo marginal do devedores duvidosos


Com o plano proposto (0.005 X R$10,00 X 63.000) R$ 3.150,00
Incobráveis com o plano atual (0.01 X R$ 10,00 X 60.000) R$ 6.000,00
Custo marginal dos devedores duvidosos R$
2.850,00

Custo do desconto financeiro (0.02 X 0.60 X $10,00 X 63.000) (R$ 7.560,00)

Lucro líquido proveniente da implementação do plano proposto R$ 9.427,50

Pode-se verificar que os cálculos são bastante semelhantes aos apresentados para
decisão dos padrões de crédito, exceto para o elemento final, "Custo do desconto financeiro".
Esse custo de R$ 7.560,00 reflete o fato de que os lucros serão reduzidos em consequência de
se aproveitar o desconto de 2% sobre 60% do novo nível de vendas. A empresa pode aumentar
o lucro em R$ 9.427,50 introduzindo o desconto proposto; portanto, tal ação parece
aconselhável. Esse tipo de análise também pode ser aplicado a decisões quanto à eliminação
ou redução de descontos financeiros.

Anotações:
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79

Exercícios:

29) A Empresa ADM Ltda está pensando em estender seu período de crédito de 36 dias para
48 dias. A empresa fatura R$ 4.450.000,00 anualmente pela venda que é equivalente a 445.000
unidades, enquanto seus custos variáveis são de R$ 7,70 para cada unidade. A mudança nas
condições de crédito deve elevar as vendas para R$ 4.700.000,00 ou 470.000 unidades e as
perdas com incobráveis devem subir de 1,2% para 1,5% das vendas. E empresa exige uma taxa
de retorno de 6,5% sobre investimentos de idêntico risco. Considere que a empresa possui um
custo fixo anual de R$ 1.000.000,00. Para sua conclusão de decisão você deve realizar os
seguintes cálculos:

a) Que contribuição adicional ao lucro proveniente das vendas será conseguida com a
mudança?

b) Qual a diferença entre o investimento médio em duplicatas a receber para o plano proposto
e atual?

c) Qual é o custo da diferença do investimento médio em duplicatas a receber?

d) Qual é o custo marginal das perdas com devedores duvidosos ou incobráveis?

e) Lucro ou prejuízo proveniente da implementação do plano e sua decisão?

f) Qual foi o percentual de perdas considerado sobre as novas vendas?


80

30) Você é responsável pela definição da estratégia da Empresa ADM Ltda e recebe uma
proposta do Gerente de Vendas para promover uma promoção que propõe um aumento nos
prazos de pagamentos de nossas vendas dos atuais 30 dias para 45 dias. Você como diretor
financeiro deve avaliar a proposta considerando que a empresa passaria a vender de R$
7.800.000,00 por ano para 7.905.000,00. Conforme informação do próprio gerente de vendas,
e sua equipe financeira tem conseguido buscar recursos a 10,5% a.a. Sua área de controladoria
informou que atualmente nossos produtos estão atingindo 85% de custo variável. Observação
feita pelo responsável do departamento de contas a receber de que esta promoção proposta
elevaria o percentual de devedores duvidosos dos atuais 1,1% para 1,3%. Considere que a
empresa possui um custo fixo anual de R$ 900.000,00. Para sua conclusão de decisão você deve
realizar os seguintes cálculos:

a) Que contribuição adicional ao lucro proveniente das vendas será conseguida com a
mudança?

b) Qual a diferença entre o investimento médio em duplicatas a receber para o plano proposto
e atual?

c) Qual é o custo da diferença do investimento médio em duplicatas a receber?

d) Qual é o custo marginal das perdas com devedores duvidosos ou incobráveis?

e) Lucro ou prejuízo proveniente da implementação do plano e sua decisão?

f) Qual foi o percentual de perdas considerado sobre as novas vendas?


81

31) Você é responsável pela definição da estratégia da Empresa ADM Ltda e recebe uma
proposta do Gerente de Vendas para promover uma promoção que propõe um aumento nos
prazos de pagamentos de nossas vendas dos atuais 25 dias para 40 dias. Você como diretor
financeiro deve avaliar a proposta considerando que a empresa passaria a vender de 785.000
unidades por ano para 810.000 unidades que são vendidos a R$ 12,40, conforme informação
do próprio gerente de vendas, e sua equipe financeira tem conseguido buscar recursos a 16%
a.a. Sua área de controladoria informou que atualmente nossos produtos estão atingindo R$
9,80 de custo variável por unidade e estamos com um custo fixo anual de R$ 1.500.000,00.
Observação feita pelo responsável do departamento de contas a receber de que esta promoção
proposta elevaria o percentual de devedores duvidosos dos atuais 1% para 1,4%. Para sua
conclusão de decisão você deve realizar os seguintes cálculos:

a) Que contribuição adicional ao lucro proveniente das vendas será conseguida com a
mudança?

b) Qual a diferença entre o investimento médio em duplicatas a receber para o plano proposto
e atual?

c) Qual é o custo da diferença do investimento médio em duplicatas a receber?

d) Qual é o custo marginal das perdas com devedores duvidosos ou incobráveis?

e) Lucro ou prejuízo proveniente da implementação do plano e sua decisão?

f) Qual foi o percentual de perdas considerado sobre as novas vendas?


82

32) Suponha que a empresa ADM Ltda esteja pretendendo introduzir um desconto financeiro
de 3% para o pagamento à vista. O atual período médio de cobrança é trinta dias [giro =
(360/30) = 12, as vendas a crédito somam 60.000 unidades e o custo variável por unidade é R$
6,00. A empresa espera que, com a introdução do desconto financeiro, 50% de suas vendas
passarão a ser feitas com desconto e as vendas aumentarão em 6%, para 63.600 unidades. O
período médio de cobrança deve cair para vinte dias [giro = (360/20) = 18. Espera-se que a
perda com devedores duvidosos caia do nível atual de 1% para 0,5% das vendas. O retorno
exigido pela empresa sobre investimentos de igual risco permanece em 15%. Considere que o
preço de venda unitário é de R$ 10,00 e a empresa possui um custo fixo anual de R$ 500.000,00.
Calcule o que se pede:

a) Que contribuição adicional ao lucro proveniente das vendas será conseguida com a
mudança?

b) Qual a diferença entre o investimento médio em duplicatas a receber para o plano proposto
e atual?

c) Qual é o custo da diferença do investimento médio em duplicatas a receber?

d) Qual é o custo marginal das perdas com devedores duvidosos ou incobráveis?

e) Qual é o custo do desconto financeiro?

f) Lucro ou prejuízo proveniente da implementação do plano e sua decisão?


83

QUESTÕES PARA AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO

33) Planejamento financeiro. A Cia. Alonso de Auto Peças Ltda. distribui peças para oficinas
de reparo de automóveis localizadas em grande área metropolitana. Embora se trate de um
mercado competitivo, a Cia. Alonso gostaria de oferecer níveis de estoque adequados às
oficinas atendidas, ao mesmo tempo em que deseja maximizar seus lucros. Ela é sabedora de
que, à medida que aumenta a percentagem média de atendimentos aos clientes (nível de
serviço), maior é seu custo de estoques. A fim de determinar a influência dos níveis de estoque
no percentual de atendimento aos clientes, a Alonso fez um levantamento dos principais itens
de seu estoque nos últimos seis meses. A seguinte tabela foi preparada:

A partir dos dados apresentados nessa tabela, pode-se concluir que o maior lucro ocorrerá
quando o nível de serviço for equivalente a:

( ) 80%
( ) 85%
( ) 90%
( ) 95%
( ) 98%
84

34) Planejamento financeiro. Uma empresa metal-mecânica produz um tipo especial de


motor. A quantidade em estoque desse motor segue uma distribuição normal com média de 200
unidades e desvio-padrão de 20.

O gráfico abaixo representa a distribuição normal padrão (média igual a 0 e desvio-padrão igual
a 1), em que as percentagens representam as probabilidades entre os valores de desvio-padrão.

Qual é a probabilidade de, em um dado momento, o estoque da empresa apresentar mais


de 220 unidades?

( ) 84,13%.
( ) 68,26%.
( ) 34,13%.
( ) 15,87%.
( ) 13,60%.

35) Planejamento financeiro. As vendas de uma concessionária de carros nos últimos cinco
meses foram de 450, 750, 450, 400 e 350.

A previsão para o próximo mês, utilizando o método de média móvel trimestral, é 400 unidades.

PORQUE

A média móvel trimestral é a média de todos os elementos de uma série temporal durante um
ano.

A respeito dessas duas afirmações, é CORRETO afirmar que:

( ) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.


( ) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
( ) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.
( ) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
( ) as duas afirmações são falsas.
85

36) Planejamento financeiro. Se a empresa A, localizada no país X, vende um produto nesse


país por US$ 100,00 e exporta o mesmo produto para o Brasil, em condições comparáveis de
comercialização (volume, estágio de comercialização, prazo de pagamento) por US$ 80,00,
considera-se que há prática de dumping com margem de US$ 20,00. MDIC/SECEX.
http://www.mdic.gov.br/. Acesso em 03 out. de 2009.

Com base nessa situação, pode-se afirmar que a prática de dumping:

I. permite que uma empresa entre em mercados estrangeiros, com vantagem em relação às
empresas já estabelecidas naqueles mercados;
II. é considerada uma prática leal de comércio;
III. pode provocar o desmantelamento da indústria nacional de um país, se for implementada
por uma empresa estrangeira.

É CORRETO afirmar que:

( ) apenas os itens I e III estão corretos.


( ) apenas os itens I e II estão corretos.
( ) os itens II e III estão corretos.
( ) nenhum item está correto.
( ) todos os itens estão corretos.
86

Estudo de Caso: Projeto Supermercado Universitário Ltda

Admita que 02 Sócios que pretendem abrir um supermercado, possuem um capital de


R$ 3.500.000,00. Este valor atualmente está investido a uma taxa líquida de 10,65% a.a..

A primeira opção é construir o supermercado do 0 (zero), com os seguintes custos:


• Investimento com aquisição do terreno de 15.000 m², com espaço para um amplo
estacionamento R$ 5.500.000,00, no centro da cidade, em local estratégico.
• Investimento com projeto de arquitetônico, construção, taxas e despesas diversas para
início de funcionamento R$ 8.000.000,00
• Investimento em estoque R$ 3.500.000,00
• Investimentos em equipamentos, máquinas, móveis para o escritório R$ 500.000,00.
• Capital de giro necessário ao início do negócio R$ 600.000,00

A segunda opção é alugar um local pronto, com 9.000 m², de área construída e alugar
terreno ao lado, que pertence à outro proprietário, também de R$ 9.000 m², o qual o atual
proprietário pensa em vender por R$ 3.500.000,00, ou alugar com um contrato de 5 anos, pelo
valor de R$ 10.000,00 mensais. A localização é em bairro predominantemente residencial
próximo ao centro da cidade, sem estacionamento rotativo.

• Aluguel do imóvel R$ 45.000,00/mês.


• Investimento em estoque R$ 2.500.000,00
• Investimentos em equipamentos, máquinas, móveis para o escritório R$ 400.000,00.
• Capital de giro necessário ao início do negócio R$ 500.000,00

Sabendo-se que os sócios possuem patrimônio comprovado, que podem deixar como
garantias das operações de financiamentos, avalie a melhor alternativa:

O Maravilha Bank S.A. – Banco Múltiplo possui as seguintes condições:

• Financia terreno e construção em até 60% com custo de 8,5% a.a., pela tabela SAC em
até 180 meses.
• Não financia máquinas e equipamentos, pois não possui linha de crédito específica.

O Bank of Iraceminha S.A. possui as seguintes condições:

• Financia terreno e construção em até 80% com custo de 9,5% a.a., pela tabela SAC em
até 240 meses.
• Financia 100% das máquinas, equipamentos e móveis para escritório a uma taxa de 6%
a.a., pelo prazo de 96 meses, pela tabela price, desde que o terreno e a construção sejam
financiados na instituição.
87

Em grupos de até 05 pessoas, vocês devem:


• Organizar as informações;
• Debater e definir uma opção de investimento;
• Encontrar o custo do capital baseado investimentos e capitais próprio e de terceiros.
• Justificar a escolha e estratégia utilizada.
88

Estudo de caso 2: Continuação do estudo: Uma nova alternativa

Não satisfeitos com as condições que encontraram nos bancos onde são clientes, os 02
sócios procuraram uma terceira alternativa. Considere agora que a empresa encontrou uma 3a
instituição financeira chamada Banco Oeste S.A. que se propôs a financiar:

a) O terreno e construção em até 80% com custo de 10,5% a.a., pela tabela SAC em até 240
meses.

b) Financiar 80% das máquinas, equipamentos e móveis para escritório a uma taxa de 8%
a.a., pelo prazo de 120 meses, pela tabela SAC, desde que o terreno e a construção sejam
financiados na instituição.

c) Financiar até R$ 2.000.000,00 para aquisição dos estoques, na modalidade de capital de


giro de longo prazo, com garantia de imóveis e aval dos sócios do empreendimento, pelo prazo
de 60 meses, com taxa efetiva de 12% a.a pela tabela price.

Em grupos de até 05 pessoas, vocês devem:


• Organizar as informações;
• Debater e definir uma opção de investimento;
• Encontrar o custo do capital baseado investimentos e capitais próprio e de terceiros.
• Justificar a escolha e estratégia utilizada.
89

Para a primeira opção: Informações sobre funcionários, faturamento e margem:

• Tempo para o início das atividades 2 anos;


• Faturamento médio mensal previsto R$ 6.000.000,00;
• Margem líquida 11,1%;
• Custo com funcionários:
· R$ 800,00 estagiários/menor aprendiz = 10 pessoas;
· R$ 1.100,00 repositores = 10 pessoas;
· R$ 1.200,00 atendentes = 10 pessoas;
· R$ 2.000,00 caixas = 08 pessoas;
· R$ 3.500,00 supervisor = 02 pessoas;
· R$ 4.500,00 gerente = 01 pessoa;
· R$ 10.000,00 Pró-labore dos sócios = 02 sócios.
• Encargos sociais 80% sobre os salários
• Despesas mensais fixas e administrativas R$ 20.000,00.

Para a segunda opção: Informações sobre funcionários, faturamento e margem:

• Tempo para o início das atividades 03 meses;


• Faturamento médio mensal previsto R$ 4.500.000,00;
• Margem líquida 13,1%;
• Custo com funcionários:
· R$ 800,00 estagiários/menor aprendiz = 08 pessoas;
· R$ 1.100,00 repositores = 08 pessoas;
· R$ 1.200,00 atendentes = 08 pessoas;
· R$ 2.000,00 caixas = 05 pessoas;
· R$ 3.500,00 supervisor = 02 pessoas;
· R$ 4.500,00 gerente = 01 pessoa;
· R$ 10.000,00 Pró-labore dos sócios = 02 sócios.
• Encargos sociais 80% sobre os salários
• Despesas mensais fixas e administrativas R$ 20.000,00.

Considere um reajuste médio de 6,8% a.a. para as receitas e despesas (capitalizado) e


realize na planilha o cálculo dos valores

UTILIZE A PLANILHA DE CÁLCULO QUE SERÁ DISPONIBILIZADA PELO


PROFESSOR PARA CONCLUSÃO DA ATIVIDADE.
90

5.2 FUSÕES E AQUISIÇÕES

Embora as fusões e aquisições devam ser usadas para aumentar o valor da ação da
empresa, elas também são empregadas por vários outros motivos:
• expansão externa, com a aquisição do controle de outra empresa;
• diversificação de linhas de produtos, ou geograficamente etc.;
• redução de impostos;
• aumento da liquidez do investimento do proprietário.

A reestruturação empresarial inclui as atividades que envolvem a expansão ou


contração das operações de uma empresa ou mudanças em sua estrutura de ativos ou financeira
(de propriedade). Uma aquisição ocorre quando há a combinação de duas ou mais empresas,
pela qual a empresa resultante mantém a identidade de uma delas, geralmente a de maior porte.
Uma fusão é a combinação de duas ou mais empresas para formar uma empresa completamente
nova.
• Uma fusão amigável é uma transação apoiada pela administração da empresa visada,
aprovada por seus acionistas e consumada com facilidade.
• Uma fusão hostil é uma transação não apoiada pela administração da empresa visada,
forçando a empresa compradora a tentar obter o controle mediante a aquisição de ações
no mercado.
• Uma fusão estratégica é uma transação realizada com o objetivo de obter economias de
escala.
• Uma fusão financeira é uma transação realizada com o objetivo de reestruturar a
empresa adquirida para melhorar seu fluxo de caixa e liberar valor oculto na empresa.

5.2.1 Motivos das fusões

• O objetivo básico de uma fusão ou aquisição é a maximização da riqueza dos


proprietários, refletida no preço da ação da empresa compradora.
• As empresas que desejam crescer rapidamente ou diversificar suas linhas de produtos
podem concluir que uma fusão ou aquisição pode ser útil para esses fins.
91

• As empresas também fazem fusões ou aquisições para obter sinergia em suas operações.
A sinergia é representada pelas economias de escala que resultam dos custos gerais das
empresas combinadas.
• As empresas também podem se combinar para aumentar sua capacidade de captação
de fundos quando uma empresa ‘cheia de caixa’ une-se a uma empresa desprovida de
fundos.
• As empresas às vezes se unem para adquirir capacidade gerencial ou tecnologia quando
se sentem incapazes de desenvolver-se integralmente por força de deficiências nessas
áreas.
• Em outros casos, uma empresa pode fundir-se com outra para adquirir prejuízos
transferíveis para o futuro, já que o prejuízo pode ser deduzido apenas parcialmente do
lucro futuro da empresa adquirida.
• A fusão de duas empresas pequenas ou de uma empresa pequena com uma empresa
grande pode dar aos proprietários das primeiras maior liquidez em virtude da maior
negociabilidade associada às ações de uma empresa maior.
• Ocasionalmente, uma empresa que é alvo de uma tentativa indesejada de aquisição de
controle poderá comprar outra empresa como mecanismo de defesa, assumindo dívidas
adicionais, eliminando sua atratividade como objeto de aquisição.

5.2.2 Tipos de fusão

Os quatro tipos de fusão são:


• A fusão horizontal é uma combinação de duas empresas no mesmo ramo de atividade.
• A fusão vertical é uma combinação de empresas em que uma delas adquire um
fornecedor ou um cliente.
• A fusão congenérica é uma combinação em que uma empresa adquire outra no mesmo
setor geral, mas não no mesmo setor de atividade, e não é seu fornecedor ou cliente.
• Finalmente, um conglomerado é uma fusão que combina empresas pertencentes a ramos
não relacionados.

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