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Universidade Federal de Goiás – UFG

Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia - FACE

Gestão Financeira I

Profa. Daiana Paula Pimenta

Goiânia - GO
2012
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UNIDADE 1- SIGNIFICADO E OBJETIVO


DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


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UNIDADE 1- SIGNIFICADO E OBJETIVO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Conceitue Administração financeira. Comente como as empresas obtêm seus recursos


financeiros.
2. Qual o objetivo da administração financeira? Por que a maximização de lucro não é um
bom objetivo para a administração financeira?
3. Quais as principais funções da administração financeira?
4. Quais as principais decisões financeiras? Comente detalhadamente a decisão de
investimento e a decisão de financiamento. Dê exemplos.
5. Como o administrador financeiro atua na busca de melhores resultados operacionais?
Baseie-se na Demonstração de Resultados.
6. Quais as ciências com as quais a administração financeira mais se relaciona? Mostre a
importância de cada uma delas para as finanças. Em sua opinião qual a que mais
contribui para a área financeira?
7. Conceitue mercado financeiro e comente sobre seus vários agentes. Como eles
interagem? Dê exemplos.
8. Como as empresas podem ser organizadas?
9. Por que é importante o administrador financeiro conhecer a estrutura de mercado em que
atua?
10. Por que ocorrem conflitos entre administradores e proprietários? Quais os objetivos
devem prevalecer? Por que é tão importante zelar pelos grupos de relacionamento?

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UNIDADE 2 – INVESTIMENTO A LONGO PRAZO

1. Princípios de Fluxo de Caixa para Orçamento de Capital

1.1 Processo de decisão de orçamento de capital

A decisão de investimento de longo prazo é a decisão financeira mais importante que o


administrador financeiro pode tomar, devido a uma série de fatores:
- O impacto da decisão é de longo prazo;
- Risco envolvido;
- Dificuldades de conhecer o momento adequado;
- O orçamento de capital é um processo que proporciona a melhoria da decisão;
- O orçamento de capital pode melhorar a decisão de financiamento.

Orçamento de Capital – Processo que consiste em avaliar e selecionar


investimentos a longo prazo, que sejam coerentes com o objetivo da
empresa de maximizar a riqueza de seus proprietários

O Orçamento de Capital procura atender a uma série de objetivos empresariais estratégicos, os


quais são fundamentais, na determinação do sucesso ou fracasso das empresas:
1. Maximizar a riqueza do acionista mediante investimentos nos projetos mais
rentáveis;
2. Criar sinergia entre os diversos projetos.
3. Substituir ativos obsoletos, desgastados e antieconômicos.
4. Proteger mercado.
5. Conhecer e dominar novas tecnologias.
6. Dominar novos mercados.
7. Inibir concorrentes.
8. Aproveitar recursos existentes e potencial de crédito e de novas captações.
9. Reduzir custos e deficiências.
10. Aproveitar novas oportunidades.

De acordo com GITMAN(1997), as empresas geralmente costumam fazer investimentos a


longo prazo, mas o investimento mais comum em uma empresa industrial é em ativos
imobilizados, que incluem imóveis, instalações e equipamentos. Esses ativos muitas vezes
são denominados ativos rentáveis, pois geralmente fornecem a base para a geração de lucro
e valor à empresa.
 Gastos de Capital e Gastos Operacionais

Gastos de Capital Desembolso de fundos feito pela empresa, com a expectativa de


gerar benefícios após um ano.
Gastos Operacionais Desembolso de fundos feito pela empresa, resultando em
benefícios obtidos em prazo inferior a um ano.
Ex.  Compras de matérias-primas, salários e diversas despesas

 Motivos para os Gastos de Capital

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 Expansão – Expandir o nível de operações atual da empresa, geralmente com a


aquisição de ativos imobilizados.
 Substituição – Substituir ou renovar ativos obsoletos ou gastos.
 Modernização – Inclui a reconstrução, o recondicionamento ou a adaptação de uma
máquina ou das instalações existentes.
 Desenvolvimento de produtos – Novos ativos com o objetivo de produzir novos
produtos para a empresa.
 Exigência Legal – Ativos que visam atender exigências governamentais

 Processo de Orçamento de Capital


Consiste em cinco etapas distintas, porém inter-relacionadas

Geração de Avaliação e Tomada de Implementação Acompanhamento


Propostas Análise decisão

 Terminologia Básica

Projetos Independentes X Projetos Mutuamente Exclusivos

 Projetos Independentes – São projetos cujos fluxos de caixa não estão relacionados ou
são independentes entre si; a aceitação de um deles não exclui a consideração posterior
dos demais projetos.
Ex.: Instalação de ar condicionado na fábrica; a compra de um novo software para o “chão
da fábrica”; a aquisição da empresa de um pequeno fornecedor; troca da frota de veículos.
 Projetos Mutuamente Exclusivos – São projetos que possuem a mesma função e,
consequentemente, competem entre si; a aceitação de um projeto elimina a consideração
dos demais.
Ex.: Expansão da fábrica; aquisição de outra empresa; a contratação de outra empresa para
a fabricação.

Fundos Ilimitados X Racionamento de Capital

 Fundos Ilimitados – É a situação financeira na qual a empresa é capaz de aceitar todos os


projetos independentes que propiciam retorno aceitável para a empresa.
 Racionamento de Capital – É a situação financeira na qual a empresa tem somente um
valor monetário fixo para alocar entre alternativas de investimento que competem entre si.

Aceitação-Rejeição e Classificação de projetos

 Aceitação-Rejeição – Envolve a avaliação de propostas de orçamento de capital para


determinar se atendem ao critério mínimo de aceitação da empresa.
 Classificação de projetos – Envolve o ordenamento dos projetos com base em alguma
medida predeterminada, como a taxa de retorno.

Padrões de Fluxos de Caixa convencionais X não convencionais

 Fluxo de Caixa Convencional – Consiste em uma saída inicial de caixa seguida por
uma série de entradas.

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R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2

Entradas de caixa 0

Saídas de caixa 1 2 3 4 5 6 7 8

Tempo (anos)
R$10

 Fluxo de Caixa não-convencional – É o padrão em que uma saída inicial não é


seguida por uma série de entradas.
R$5 R$5 R$5 R$5 R$5 R$5 R$5 R$5 R$5

Entradas de caixa 0 5

Saídas de caixa 1 2 3 4 6 7 8 9 10

R$8
R$20
Tempo (anos)

1.2 Fluxo de Caixa relevantes para análise de projetos de investimento

Fluxo de Caixa Relevantes – É a saída de caixa incremental, após os impostos


(investimentos) e as entradas de caixa subsequentes resultantes, associados a
um gasto de capital proposto.

 Principais Componentes de fluxo de caixa

- Investimento Inicial – É a saída de caixa relevante no instante zero, associada a


um projeto proposto a longo prazo.
- Entradas de caixa operacionais – Entradas de caixa incrementais, após os
impostos, originárias do projeto ao longo de usa vida.
- Fluxo de caixa residual – É o fluxo de caixa não operacional, após o imposto de
renda, que ocorre no final do projeto, em geral decorrente da liquidação do projeto.

Fluxo de caixa residual

R$5

Entradas de caixa operacionais

R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2

1 2 3 4 5 6 7 8

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R$10
Investimento inicial Tempo (anos)
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 Fluxo de caixa de expansão e Fluxo de caixa de substituição

Fluxo de caixa para decisões de substituição

Investimento Investimento Inicial necessário Entradas de caixa, após o IR,


Inicial = para adquirir um novo ativo - da liquidação do antigo ativo

Entradas de Entradas de caixa Entradas de caixa


caixa = operacionais do novo ativo - operacionais do antigo ativo
operacionais

Fluxo de caixa Fluxo de caixa, após o IR, do Fluxos de caixa, após o IR do


residual = término do novo ativo - término do antigo ativo

Fluxo de caixa para decisões de expansão

O investimento inicial, as entradas operacionais e o fluxo de caixa residual são


simplesmente as saídas e entradas associadas à própria proposta de gasto de
capital

 Determinação do Investimento Inicial

- Investimento Inicial – É a saída de caixa relevante no instante zero, associada a


um projeto proposto a longo prazo.

 Variáveis básicas
- custos de instalação do novo ativo
- recebimentos (se houver) pela venda do ativo antigo descontado o IR
- mudanças (se houver) no capital circulante líquido.

Custo do novo ativo instalado =


Custo do novo ativo
+ custo de instalação
(-) Recebimentos, após IR, obtido com a venda do ativo antigo =
recebimento com a venda do ativo antigo
 imposto de renda*
 Variação no capital circulante líquido
___________________________________________
= Investimento inicial

* O imposto de renda incidente sobre a venda de um ativo velho depende da relação entre o preço de
venda desse ativo, seu preço inicial de compra e o seu valor contábil.

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EXEMPLO:

Uma grande e diversificada fabricante de componentes aeronáuticos, está tentando determinar


o investimento inicial necessário para substituir uma máquina antiga por um modelo novo e
muito mais sofisticado. O preço de compra da nova máquina é R$ 380.000, e R$20.000
adicionais serão exigidos para instalá-la. Ela será depreciada pelo método de depreciação
linear durante cinco anos. A máquina atual(antiga) foi comprada há três anos por R$240.000 e
está sendo depreciada pelo método linear, pelo período de cinco anos. A empresa encontrou
um comprador disposto a pagar R$280.000 pela máquina atual e a arcar com os custos de sua
remoção. A empresa espera que haja um aumento de R$35.000 nos ativos circulantes e de
R$18.000 nos passivos circulantes, em conseqüência da substituição; essas variações
acarretarão um aumento de R$17.000 (35.000 – 18.000) no capital circulante líquido. A
empresa está na faixa de 25% de imposto de renda, tanto para o resultado operacional quanto
para os ganhos de capital.
a) Calcule o valor contábil para o equipamento existente.
b) Determine os impostos, se devidos, incidentes sobre a venda do equipamento existente.
c) Calcule o investimento inicial associado à proposta de substituição de equipamento.

Resolução:
a) Valor contábil = custo histórico(valor de compra) – depreciação acumulada
Custo histórico = R$240.000
Depreciação anual = Valor de compra/ Vida útil do ativo
Depreciação anual = 240.000/5 = R$48000
Depreciação acumulada após 3 anos = 48.000*3 = R$144.000
Valor contábil = 240.000 - 144.000 = R$ 96.000
b) Impostos sobre a venda do equipamento existente:
- Ganho de capital = preço de venda – preço de compra
Ganho de capital = R$280.000 – R$240.000 = R$40.000
- Depreciação recuperada = preço de compra – valor contábil
Deprec. Recuperada = R$240.000 – R$96.000 = R$ 144.000
- Imposto = [0,25 * (ganho de capital + deprec.recuperada)]
Imposto = [0,25 * (40.000 + 144.000)] = R$46.000
c) Investimento Inicial

Custo do novo ativo instalado


Custo do novo equipamento 380.000
+ Custos de instalação 20.000
= Custo total do novo ativo instalado 400.000
- Recebimento após IR sobre a venda do ativo existente
Recebimento da venda do ativo existente 280.000
- Imposto de renda sobre a venda do ativo existente (46.000)
Recebimento após IR sobre a venda do ativo existente (234.000)
+ Variação no capital circulante líquido 17.000
= Investimento inicial * 183.000
* Este valor representa a saída de caixa líquida necessária no instante zero

 Determinação das entradas de caixa operacionais

- Entradas de caixa operacionais – Entradas de caixa incrementais após o imposto


de renda, originárias do projeto ao longo de sua vida.

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Receita
- Despesas (excluindo a depreciação)
= Lucro antes da depreciação e do imposto de renda
- Depreciação
= Lucro líquido antes do imposto de renda
- Imposto de Renda
= Lucro líquido após o imposto de renda
+ Depreciação
= Entradas de caixa operacionais

EXEMPLO:
As estimativas de receitas e despesas (excluindo a depreciação), da indústria do exemplo
anterior, com a nova máquina proposta e com a máquina atual, são fornecidas abaixo. A vida
útil da máquina proposta e a vida útil restante da máquina atual são iguais a 5 anos. Utilizando
o método de depreciação linear, e uma alíquota de IR de 25%, calcule:
a) As entradas de caixa da máquina proposta.
b) As entradas de caixa da máquina atual.
c) As entradas de caixa incrementais do projeto proposto.

Máquina proposta Máquina atual


Ano Receita Despesa Receita Despesa
1 R$ 2.520,00 R$ 2.300,00 R$ 2.200,00 R$ 1.990,00
2 R$ 2.520,00 R$ 2.300,00 R$ 2.300,00 R$ 2.110,00
3 R$ 2.520,00 R$ 2.300,00 R$ 2.400,00 R$ 2.230,00
4 R$ 2.520,00 R$ 2.300,00 R$ 2.400,00 R$ 2.250,00
5 R$ 2.520,00 R$ 2.300,00 R$ 2.250,00 R$ 2.120,00

Resolução:
a)
Máquina Proposta Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Receita R$ 2.520,00 R$ 2.520,00 R$ 2.520,00 R$ 2.520,00 R$ 2.520,00
(-) Despesas (R$ 2.300,00) (R$ 2.300,00) (R$ 2.300,00) (R$ 2.300,00) (R$ 2.300,00)
Lucro antes da deprec e IR R$ 220,00 R$ 220,00 R$ 220,00 R$ 220,00 R$ 220,00
(-) Depreciação (R$ 80,00) (R$ 80,00) (R$ 80,00) (R$ 80,00) (R$ 80,00)
Lucro antes do IR R$ 140,00 R$ 140,00 R$ 140,00 R$ 140,00 R$ 140,00
(-) IR (25%) (R$ 35,00) (R$ 35,00) (R$ 35,00) (R$ 35,00) (R$ 35,00)
Lucro líquido depois do IR R$ 105,00 R$ 105,00 R$ 105,00 R$ 105,00 R$ 105,00
(+) Depreciação R$ 80,00 R$ 80,00 R$ 80,00 R$ 80,00 R$ 80,00
Entradas de caixa operacionais R$ 185,00 R$ 185,00 R$ 185,00 R$ 185,00 R$ 185,00

b)
Máquina Atual Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Receita R$ 2.200,00 R$ 2.300,00 R$ 2.400,00 R$ 2.400,00 R$ 2.250,00
(-) Despesas R$ 1.990,00 R$ 2.110,00 R$ 2.230,00 R$ 2.250,00 R$ 2.120,00
Lucro antes da deprec e IR R$ 210,00 R$ 190,00 R$ 170,00 R$ 150,00 R$ 130,00
(-) Depreciação R$ 48,00 R$ 48,00 R$ - R$ - R$ -
Lucro antes do IR R$ 162,00 R$ 142,00 R$ 170,00 R$ 150,00 R$ 130,00

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(-) IR (25%) R$ 40,50 R$ 35,50 R$ 42,50 R$ 37,50 R$ 32,50


Lucro líquido depois do IR R$ 121,50 R$ 106,50 R$ 127,50 R$ 112,50 R$ 97,50
(+) Depreciação R$ 48,00 R$ 48,00 R$ - R$ - R$ -
Entradas de caixa operacionais R$ 169,50 R$ 154,50 R$ 127,50 R$ 112,50 R$ 97,50

c)
Entradas de Caixa Incrementais
Ano Máq. Proposta Máq. Atual Incrementais
1 R$ 185.000,00 R$ 169.500,00 R$ 15.500,00
2 R$ 185.000,00 R$ 154.500,00 R$ 30.500,00
3 R$ 185.000,00 R$ 127.500,00 R$ 57.500,00
4 R$ 185.000,00 R$ 112.500,00 R$ 72.500,00
5 R$ 185.000,00 R$ 97.500,00 R$ 87.500,00

 Cálculo do Fluxo de Caixa Residual

- Fluxo de Caixa Residual – É o fluxo de caixa relevante, resultante do encerramento


e da liquidação de um investimento a longo prazo no final de sua vida útil.

 Variáveis básicas
- Resultados com a venda de ativos
- Impostos incidentes na venda de ativos
- mudanças (se houver) no capital circulante líquido.

Recebimento pela venda do novo ativo após o IR =


Recebimentos pela venda do novo ativo
 Imposto de Renda
(-) Recebimento pela venda do ativo velho após o IR =
Recebimento pela venda do ativo velho
 Imposto de renda
+ Variação no capital circulante líquido*
___________________________________________
= Fluxo de Caixa Residual

* A variação no capital circulante líquido reflete a reversão para sua situação original, de qualquer
investimento no capital circulante líquido, refletido como parte do investimento inicial.

Exemplo: Prosseguindo com o exemplo anterior, vamos supor que a empresa espere ser capaz
de vender a nova máquina no final de seu quinto ano de vida útil pelo valor líquido de
R$50.000, após pagar custos de vendas e remoção. A máquina velha pode ser liquidada no
final de seu quinto ano de vida por R$0, pois estará completamente obsoleta. A empresa
espera recuperar os R$17.000 de investimento em capital circulante líquido ao término do
projeto. Como foi mostrado antes, tanto os ganhos operacionais como os ganhos de capital são
taxados à mesma alíquota de imposto de renda de 25%. Calcule o fluxo de caixa residual
associado à decisão de substituição proposta.

Resolução:
Valor contábil da máquina proposta = custo histórico – depreciação acumulada

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Valor contábil = R$400.000 – R$400.000 = R$0,00 (totalmente depreciada)


Valor Contábil da máquina velha = 0 (totalmente depreciada)
Imposto sobre a venda da máquina proposta:
- Ganho de capital = preço de venda – valor contábil
Ganho de capital = R$50.000 – R$0,00= R$ 50.000
- Imposto = 0,25 * (ganho de capital)
Imposto = 0,25 * (50.000) = R$12.500
Imposto sobre a máquina velha = 0, pois Valor contábil = 0 e Valor = 0

Recebimento pela venda do novo ativo após IR


Recebimento pela venda do novo ativo 50.000
- Impostos incidentes na venda do novo ativo 12.500
= Resultado final pela venda do ativo após o IR 37.500
- Recebimento após IR sobre a venda do ativo velho
Recebimento da venda do ativo velho 0
 Imposto incidente sobre a venda do ativo velho 0
Resultado final pela venda do ativo velho após o IR 0
+ Variação no capital circulante líquido 17.000
= Fluxo de Caixa Residual 54.500

Os fluxos de caixa relevantes da empresa para a proposta de dispêndio de capital com a


substituição de equipamento podem ser representados na linha do tempo:

R$54.500 Fluxo de caixa residual

R$87.500 Entradas de caixa operacionais

R$15.500 R$30.500 R$57.500 R$72.500 R$142.000 Fluxo de caixa total

0 1 2 3 4 5

R$183.000
Investimento inicial Tempo (anos)

1.4 QUESTÕES PARA REVISÃO

1. O que é Orçamento de capital?


2. Por que as decisões de orçamento de capital são essenciais para o sucesso da empresa?
3. Qual é a importância das decisões de investimentos a longo prazo para a empresa e para a
economia como um todo?
4. Conceitue gastos de capital, e em que se distingue dos gastos operacionais. Cite exemplos.
5. Todos os gastos de capital envolvem ativos imobilizados? Explique.

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6. Quais são os motivos básicos para se fazer gastos de capital? Explique, discuta e compare esses
motivos.
7. Descreva quais as etapas do processo de orçamento de capital.
8. Defina e diferencie cada um dos grupos de termos associados ao orçamento de capital.
a) Projetos independentes e projetos mutuamente exclusivos.
b) Fundos ilimitados e racionamento de capital.
c) Padrões de fluxos de caixa convencionais e não convencionais.
9. O que são fluxos de caixa relevantes?
10. Descreva quais são os principais componentes do fluxo de caixa.
11. Explique quais são as diferenças entre os fluxos de caixa nas decisões de expansão versus decisões
de substituição de investimento.
12. Quais são as variáveis básicas para o cálculo do investimento inicial em uma proposta de
investimento. Qual o formato básico para este cálculo?
13. Com os dados de receitas, despesas (excluindo depreciação), e depreciação do ativo atual e do ativo
proposto, como seriam calculadas as entradas de caixa operacionais incrementais para efeito de
decisão?
14. O que é fluxo de caixa residual? Use o formato básico apresentado para explicar como o valor desse
fluxo de caixa é calculado em projetos de substituição.

1.5 EXERCÍCIOS
1. Uma indústria está considerando a compra de um novo equipamento para substituir o
existente. O novo equipamento custará R$75.000 e exigirá R$5.000 em custos de instalação.
Ele será depreciado pelo método linear utilizando um período de depreciação de cinco anos. O
equipamento existente foi adquirido a um custo total de R$50.000, quatro anos atrás; ele está
sendo depreciado pelo método linear, utilizando um período de depreciação de cinco anos.
Esse equipamento pode ser vendido hoje por R$55.000, líquidos de quaisquer despesas com
venda ou remoção. Como resultado dessa proposta de substituição de equipamento, espera-se
que o investimento em capital circulante líquido aumente em R$15.000. A empresa paga
imposto de renda a uma alíquota de 25%, tanto nos seus ganhos normais, quanto nos seus
ganhos de capital.
a) Calcule o valor contábil para o equipamento existente.
b) Determine os impostos, se devidos, incidentes sobre a venda do equipamento existente.
c) Calcule o investimento inicial associado à proposta de substituição do equipamento.

2. Uma indústria está considerando a compra de um nova máquina para substituir uma já
existente. A máquina atual foi comprada há 3 anos por um custo total de R$20.000; ela está
sendo depreciada pelo método linear por um período de 5 anos. A nova máquina custaria
R$35.000 e exigiria mais R$5.000 para instalação; ela seria depreciada por um período de
cinco anos pelo método de depreciação linear. A máquina existente pode ser vendida hoje por
R$25.000, livres de custos de venda ou remoção. A empresa paga imposto de renda a uma
alíquota de 25%, tanto para os ganhos normais quanto para os ganhos de capital. Calcule o
investimento inicial associado a compra da máquina nova.

3. Uma empresa está considerando a reforma de seu equipamento para atender à crescente
demanda por seus produtos. O custo para as modificações no equipamento será de R$1,9
milhão mais R$100.000 de instalação. A empresa depreciará as modificações no equipamento
por um período de cinco anos. As receitas de vendas adicionais proporcionadas pela reforma
seriam de R$1,2 milhão por ano, e as despesas operacionais adicionais e outros custos

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(excluindo a depreciação) serão no montante de 25% das vendas adicionais. A empresa tem
uma alíquota de imposto de renda de 25%. Responda as questões:
a) Quais serão os lucros incrementais antes da depreciação e impostos gerados pela reforma?
a) Quais serão os lucros incrementais após os impostos gerados pela reforma?
b) Quais serão as entradas de caixa operacionais incrementais geradas pela reforma?

4. Uma indústria está considerando a substituição de um torno mecânico totalmente


depreciado, que vai durar outros cinco anos. O novo torno deverá Ter vida útil de cinco anos e
despesas com depreciação de R$2.000 por ano. A empresa estima as receitas e despesas
(excluindo a depreciação para o torno novo e para o usado apresentado no quadro a seguir. A
empresa está sujeita a uma alíquota de IR de 25%).
a) Calcule as entradas de caixa operacionais associadas a cada torno.
b) Calcule as entradas de caixa incrementais resultantes da proposta de substituição.

Torno Novo Torno usado


Ano Receitas Despesas Receitas Despesas
1 40.000,00 30.000,00 35.000,00 25.000,00
2 41.000,00 30.000,00 35.000,00 25.000,00
3 42.000,00 30.000,00 35.000,00 25.000,00
4 43.000,00 30.000,00 35.000,00 25.000,00
5 44.000,00 30.000,00 35.000,00 25.000,00

5. Uma máquina que está sendo usada atualmente foi comprada dois anos atrás por R$40.000.
Ela está sendo depreciada pelo método linear, usando-se um período de depreciação de cinco
anos, e tem três anos de vida útil remanescente. Essa máquina pode ser vendida hoje por
R$42.000, líquidos de quaisquer custos de venda ou remoção. Uma nova máquina, utilizando o
método linear de depreciação por três anos pode ser adquirida pelo preço de R$140.000. São
necessários R$10.000 para instalá-la e ela tem três anos de vida útil. Se a nova máquina for
adquirida, espera-se que o investimento em duplicatas a receber aumente em R$10.000, o
investimento em estoques cresça em R$25.000, e as duplicatas a pagar cresçam em R$15.000.
Espera-se que os lucros antes da depreciação e imposto de renda sejam de R$70.000 para
cada um dos próximos três anos, com a máquina existente, e de R$120.000 no primeiro ano e
R$130.000 no segundo e terceiro anos, com a nova máquina. Ao final dos três anos, o valor de
mercado da máquina existente, seria igual a zero, mas a nova máquina poderia ser vendida por
R$35.000, antes dos impostos. Tanto os ganhos normais quanto os ganhos de capital são
taxados a uma alíquota de 25% de imposto de renda.
a) Determine investimento inicial associado à decisão de substituição proposta.
b) Calcule as entradas de caixa operacionais incrementais para os anos 1 a 3, associadas à
proposta de substituição.
c) Calcule o fluxo de caixa residual associado à decisão de substituição proposta. (Obs.: isso
ocorre no final do terceiro ano.).
d) Trace o diagrama dos fluxos de caixa relevantes encontrados em a, b e c, associados a
decisão de substituição proposta, supondo que seu término seja no final do terceiro ano.

6. Uma empresa está analisando a compra de um novo triturador super-rápido para substituir o existente. Ele foi
comprado dois anos atrás, a um custo instalado de R$60.000; está sendo depreciado em um período de cinco anos
pelo método linear. A nova máquina irá custar R$105.000 e irá exigir R$5.000 para instalação; ela tem uma vida útil
de cinco anos e seria depreciada pelo método linear por igual período. A máquina usada poderia ser vendida hoje por
R$70.000, sem incorrer em custos de venda ou remoção. Para sustentar o aumento nos negócios, resultante da
compra do novo triturador, as duplicatas a receber iriam crescer em R$40.000, os estoques em R$30.000, e as

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duplicatas a pagar em R$58.000. Ao final dos cinco anos, espera-se que a máquina existente tenha um valor de
mercado de zero, e a nova poderia ser vendida por R$29.000 antes dos impostos. A empresa paga imposto de renda a
uma alíquota de 25%. Os lucros estimados antes da depreciação e imposto de renda para os próximos cinco anos,
tanto para o triturador novo como para o existente são apresentados no quadro abaixo:
Lucro antes da depreciação e do IR
Ano Triturador Novo Triturador usado
1 43.000 26.000
2 43.000 24.000
3 43.000 22.000
4 43.000 20.000
5 43.000 18.000

a) Calcule o investimento inicial associado à substituição do triturador existente pelo novo.


b) Determine as entradas de caixa operacionais incrementais associadas à proposta de
substituição.
c) Determine o fluxo de caixa residual esperado para a proposta de substituição.
d) Faça o diagrama do fluxo de caixa relevante, associado à decisão de substituição.

7. A Atlantic Drydock está analisando a possibilidade de substituir um guindaste por um


equipamento mais nove e eficiente. O guindaste atual tem três anos de uso, custou R$32.000 e
está sendo depreciado pelo método linear por um período de cinco anos. O guindaste A, uma
das alternativas de substituição, custa R$40.000 e envolve despesas de instalação de R$8.000;
tem vida útil de cinco anos e será depreciado pelo método linear pelo prazo de cinco anos. O
guindaste B (a outra alternativa), pode ser comprado por R$54.000 e instalado por R$6.000;
também tem vida útil de cinco anos e será depreciado pelo método linear pelo prazo de cinco
anos.
Investimentos adicionais em capital de giro líquido acompanharão a decisão de adquirir o
guindaste A ou o B. A compra de A resultaria em um aumento de capital de giro líquido de
R$4.000; a compra de B resultaria em mais R$6.000 de capital de giro líquido. As projeções de
lucro antes da depreciação e do imposto de renda para cada alternativa de compra e para o
guindaste atual são fornecidas na tabela a seguir.

Lucro antes da depreciação e do IR


Ano Guindaste A Guindaste B Guindaste atual
1 21.000 22.000 14.000
2 21.000 24.000 14.000
3 21.000 26.000 14.000
4 21.000 26.000 14.000
5 21.000 26.000 14.000

O guindaste já existente pode ser vendido agora por R$18.000 e não provocará custos de
remoção nem de limpeza; ao final de cinco anos poderá ser vendido pelo preço líquido de
R$1.000 antes do imposto de renda. Os guindastes A e B poderão ser vendidos pelo preço
líquido de R$12.000 e R$20.000, respectivamente, antes do IR, também no final de cinco anos.
A empresa está sujeita à alíquota de 25% de imposto sobre rendimentos ordinários e ganhos de
capital.
a) Calcule o investimento inicial associado a cada alternativa.
b) Calcule as entradas operacionais incrementais de caixa associadas a cada alternativa.
c) Calcule o fluxo de caixa residual no final do ano 5 associada a cada alternativa.

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d) Represente, em uma linha de tempo, os fluxos de caixa associados a cada alternativa.

UNIDADE 3 – CUSTO DE CAPITAL E CUSTOS FINANCEIROS

1. Custo de Capital

Custo de capital é a taxa de retorno que a empresa precisa obter sobre os seus projetos de
investimentos, para manter o valor de mercado de suas ações e atrair os recursos
necessários para a empresa. Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta
16

- Funciona como vínculo básico entre as decisões de investimento em longo prazo da empresa
e a riqueza dos proprietários, determinada pelos investidores no mercado.
- A capacidade que uma empresa tem de obter um custo de capital menor que o de uma
concorrente pode dar-lhe vantagem competitiva.
- No Brasil, o custo de capital é elevado em relação aos países desenvolvidos e mesmo em
relação a outros países emergentes. Isso torna as empresas brasileiras menos competitivas no
mercado internacional.
- Se a empresa subestimar o custo de capital(k), poderá decepcionar seus acionistas. Se o
custo de capital(k), for superavaliado, bons projetos podem ser abandonados.
- É afetado por fatores externos, como as condições gerais da economia e de mercado; e
fatores internos à empresa, como os riscos de negócios, riscos financeiros e o volume de
recursos a serem financiados.

 Risco de negócio é o risco que a empresa corre de não gerar receitas suficientes para
cobrir seus custos operacionais.
 Risco financeiro é o risco que a empresa corre por utilizar capital de terceiros.

- O custo de capital é medido depois do imposto de renda, devido ao enfoque adotado na


tomada de decisões de orçamento de capital.
- O custo de capital deve refletir a inter-relação das atividades de financiamento da empresa,
que deve buscar uma combinação ótima desejada de capital de terceiros e capital próprio,
conhecida como estrutura meta de capital.

Balanço Patrimonial
Passivos Circulantes
Ativos Empréstimos a LP
Patrimônio Líquido
Ações preferenciais Fontes de recursos a longo
Capital social prazo.
Ações ordinárias
Lucros retidos

O financiamento de longo prazo sustenta os investimentos em Ativos Permanentes da


empresa.

2. Custo de capital de terceiros(kt)

Custo de capital de terceiros, kt, é o retorno que os banqueiros exigem de seus recursos.

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Cálculo:

Onde: kt = custo de capital de terceiros


j = juros
ct = capital de terceiros

EXEMPLO:
A LG Empreendimentos paga juros de R$150.000 por ano sobre um empréstimo de
R$1.000.000. O seu custo de capital de terceiros, kt, seria encontrado assim:

 O custo de capital de terceiros, deve ser considerado após o imposto de renda, tendo em
vista que os juros são dedutíveis. Sendo assim, deve-se deduzir dos juros a parte referente à
alíquota de imposto de renda.

Cálculo do custo de capital de terceiros, kt, depois do imposto de renda, ktir:

Onde: ktir = custo de capital de terceiros depois do IR


j = juros
ct = capital de terceiros
IR = alíquota de imposto de renda

EXEMPLO:
A LG Empreendimentos paga juros de R$150.000 por ano sobre um empréstimo de
R$1.000.000 e está sujeita ao IR de 25%. Qual o custo de capital de terceiros depois do
imposto de renda, ktir?

Teoricamente, o custo de capital de terceiros, kt, deverá ser sempre menor que o custo de
capital próprio, kp, por dois motivos:
1. O risco do capital próprio é maior.
2. Só tem sentido utilizar-se de capital de terceiros se houver vantagem financeira.
Na prática, devido aos benefícios tributários proporcionados por um maior endividamento,
permitindo abater os juros como despesas, muitas empresas decidem por aumentar a
participação de capital de terceiros em relação ao capital próprio, para reduzir o custo de capital
da empresa, ke.

3. Custo da dívida a longo prazo ou custo de debêntures (k d)


A dívida a longo prazo é composta de fontes de recursos de terceiros. A composição se dá
através de empréstimos e financiamentos captados em bancos, instituições financeiras, ou no
mercado de capitais através da emissão de títulos de longo prazo (debêntures).

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O custo da dívida de longo, é o custo, após o imposto de renda, para levantar recursos a
longo prazo através de títulos de dívida.

Debênture é um certificado indicando que uma empresa tomou em empréstimo uma certa
quantia, com a promessa de devolvê-la no futuro. Debêntures são instrumentos de
empréstimos a longo prazo que podem ser usados para se obter grandes importâncias de
um grupo de credores.

 Variáveis básicas para o cálculo do custo da dívida a longo prazo:

- Recebimentos líquidos(Nd): São os fundos efetivamente recebidos com a venda de


uma obrigação ou de qualquer título.
- Custos de lançamento: São os custos totais de emissão e venda de um título –
reduzem os recebimentos líquidos proporcionados pela venda de um título.
- Prazo(n): período da dívida
- Taxa de juros(J): taxa anual de juros paga sobre o valor de face do título.

Cálculo:
1. Calcular a TIR dos fluxos de caixa da obrigação – uso da calculadora financeira.
2. Utilizando a fórmula de aproximação do custo

J = juros anuais
Nd = Recebimentos líquidos com a
venda do título
, onde N = número de anos até a data de
vencimento do título

EXEMPLO:

Uma empresa está estudando a possibilidade de vender obrigações com prazo de vinte anos,
com uma taxa de juros de 9% ao ano sobre o valor de face do título de R$1.000, no valor total
de R$10 milhões. Como as obrigações com risco semelhante rendem mais do que 9%, a
empresa deve vender suas obrigações por R$980 para compensar a taxa de juros mais baixa.
Os custos de lançamento correspondem a 2% do valor de face do título. A empresa é tributada
à alíquota de IR de 25%. Calcule o custo da dívida antes e depois do IR. Calcule o custo da
dívida através da TIR e da fórmula de aproximação.

VF = R$1000 J = 9%a.a sobre VF Custos de lançamento = 2% do VF


n = 20 anos Preço de venda = R$980

Recebimentos líquidos:
Nd = Preço de venda – Custos de lançamento
Nd = 980 – (0,02*1000)
Nd = 980 – 20 = R$960

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Juros:
J = tx de juros * VF
J = 0,09*1000 = R$90 por ano

1. Cálculo do custo (TIR) R$1090


J = R$90 por ano
960 chs g CF0
90 g Cfj
19 g Nj
0 1 20 1090 g Cfj
Tempo f IRR
R$960 TIR = 9,4524%

O custo da dívida antes do IR(kd) é 9,4524% ao ano.

2. Uso da fórmula de aproximação

Este custo aproximado da dívida


antes do IR está próximo do valor
ao ano de 9,452% calculado com
exatidão na calculadora.

O custo da dívida depois do IR pode ser calculado através da fórmula:

então:

ao ano

4. Custo das Ações Preferenciais (kp)

Ação Preferencial representa um tipo especial de participação na propriedade da


empresa. Ela proporciona aos acionistas preferenciais o direito de receber seus dividendos
estipulados antes da distribuição de quaisquer lucros aos acionistas ordinários.

O Custo das ações preferenciais, Kp, é o retorno que os acionistas de ações preferenciais
esperam obter sobre seu capital.

Cálculo:

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É o quociente entre o dividendo da ação pago anualmente e o recebimento líquido com a venda
da ação pela empresa.

Dp = Dividendo preferencial

, onde Np = Recebimentos líquidos


com a venda da ação

* Como os dividendos de ações preferenciais são pagos com os fluxos de caixa da empresa
depois do IR, não é necessário fazer nenhum ajusto por causa do imposto.
* As ações preferenciais tendem a ter um custo menor que o das ações ordinárias, porque são
menos arriscadas que aquelas, quanto ao recebimento de dividendos. Os acionistas
preferências ao exigem uma remuneração, a empresa é que a oferece; no entanto se esta não
for satisfatória, provavelmente ao comprarão ações da empresa.

EXEMPLO:
Uma empresa está examinando a possibilidade de emitir uma ação preferencial pagando um
dividendo de 10%. A empresa espera vender a ação pelo valor de face de R$87,00. O custo de
emissão e venda está previsto em R$5,00 por ação. Calcule o custo de capital obtido com a
venda das ações preferenciais.

Dividendo preferencial:
Dp = 10% do valor de face da ação
Dp = 0,10 * 87
Dp = R$8,70 por ação

Recebimentos líquidos
Np = preço de venda – custos de emissão e venda
Np = 87,00 – 5,00
Np = R$82,00 por ação

O custo de ações preferenciais de 10,6% é bem superior ao custo de capital de terceiros de LP


7,08%. Isso se dá principalmente porque o custo de capital de terceiros (juros) é dedutível para
fins de imposto de renda.

5. Custo do Capital Próprio ou custo da Ação Ordinária (k ao)


O Custo da Ação Ordinária, é o retorno mínimo que os acionistas ordinários exigem
por sua participação no financiamento permanente da empresa.

Existem duas formas de financiamento com ações ordinárias:


1. Retenção de lucros

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2. Emissão de novas ações ordinárias


Cálculo:
 Modelo de avaliação com crescimento constante de dividendos:

P0 = Valor da ação ordinária


D1 = dividendo por ação esperado
, onde ao final do ano 1
Kao = retorno exigido da ação
ordinária
g = taxa constante de crescimento
dos dividendos

O custo de capital próprio pode ser obtido dividindo-se o dividendo esperado ao final do ano 1
pelo preço corrente da ação e somando a taxa esperada de crescimento. Como os dividendos
de ações ordinárias são pagos com lucro após o imposto de renda, não é necessário fazer
nenhum ajuste por causa do imposto.

EXEMPLO:
Uma empresa deseja determinar seu custo de capital próprio, kao. O preço de mercado de sua
ação ordinária, P0, é igual a R$50,00. A empresa espera pagar um dividendo, D1, de R$4,00 no
final do próximo ano, 2004. Os dividendos pagos aos acionistas nos últimos seis anos foram:

Anos 2003 2002 2001 2000 1999 1998


Dividendos R$3,80 R$3,62 R$3,47 R$3,33 R$3,12 R$2,97

Taxa de crescimento (g): Uso da calculadora – 2,97 chs PV


3,80 FV
5n
i = g = 5,05%

O custo da ação ordinária de 13% é o custo do capital próprio, e representa o retorno exigido
em sua aplicação pelos acionistas. Se o retorno efetivo for inferior a esse, os acionistas
tenderão a vender suas ações.

5.1 Custo dos Lucros Retidos (kr)

Custo dos lucros retidos, Kr, é o retorno que os acionistas exigem sobre o capital
próprio obtido através da retenção de parte dos lucros gerados pela empresa.

 Se os lucros não fossem retidos, seriam pagos aos acionistas comuns como dividendos. O
custo dos lucros retidos para a empresa, é o mesmo que o custo de uma emissão adicional de
ações ordinárias inteiramente subscrita. Isso quer dizer que os lucros retidos aumentam o
patrimônio líquido dos acionistas, da mesma forma que uma nova emissão de ações ordinárias.

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Cálculo:

5.2 Custo de novas emissões de ações ordinárias (kn)

Custo de novas emissões de ações ordinárias, Kn, é a taxa de retorno exigida pelos
acionistas de ações ordinárias, considerando os custos de lançamento das ações no
mercado.

 Na subscrição de novas ações ordinárias, a empresa incorre nos custos de lançamento –


emissão, corretagem, deságios – que resultam num custo de capital superior ao das ações
ordinárias existentes. Espera-se, portanto, que os recebimentos líquidos com a venda de novas
ações seja inferior ao preço de mercado das ações existentes.

Cálculo: Utiliza a expressão do modelo de avaliação com crescimento constante.

Nn = Recebimento líquido com a


venda de novas ações
, onde D1 = dividendo por ação esperado
ao final do ano 1
Kn = retorno exigido da ação
ordinária depois dos custos de
lançamento
g = taxa constante de crescimento
dos dividendos

 O custo da nova ação ordinária é normalmente maior que o custo de qualquer outro
financiamento a longo prazo.
 Uma vez que os dividendos da ação ordinária são pagos do fluxo de caixa após o imposto de
renda, nenhum ajuste devido aos impostos é necessário.

EXEMPLO:
Considerando o custo do capital próprio de 13%, usando os valores: D1 = R$4,00; P0 = R$50,00,
e uma taxa esperada de crescimento dos dividendos de 5%. Para determinar o custo de novas
ações ordinárias, kn, a empresa estimou que, em média, elas podem ser vendidas por R$47,00.
O deságio de R$3,00/ação deve-se á natureza competitiva do mercado. Um segundo custo
associado ao lançamento dos títulos é de R$ 2,50/ação.

Recebimentos líquidos (Nn) = Preço de venda da ação – Custos de lançamento


Nn = 47,00 – 2,50
Nn = R$44,50 por ação

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O custo de obtenção de capital próprio com a emissão de novas ações ordinárias é igual a
14%.

1. Custo Médio ponderado de Capital (CMPC) ou Custo de Capital da


empresa (ke)

O custo de capital da empresa, Ke, é a média ponderada dos custos das várias fontes de
financiamento de longo prazo da empresa.

É comum existirem diversos tipos de fontes de financiamento numa estrutura de capital. Cada
uma delas com custos específicos. Para calcularmos o custo de capital da empresa, é preciso
obter a média ponderada dos custos de capital das diversas fontes.
 É importante lembrar que o custo de capital da empresa é sempre obtido depois do imposto
de renda.

Cálculo:

onde: wt = proporção de capital de terceiros de longo prazo na estrutura de capital.


wp = proporção de ações preferenciais na estrutura de capital.
ws = proporção de capital próprio na estrutura de capital

Devem ser considerados alguns pontos em relação a equação:


 Converter os pesos em números decimais e deixar os custos específicos sob a forma de
porcentagem.
 A soma dos pesos deve ser igual a 1, ou seja todos os componentes da estrutura de capital
devem ser levados em conta.
 O peso do capital próprio, ws, é multiplicado pelo custo de lucros retidos, kr, ou pelo custo de
emissão de novas ações ordinárias, kn.

EXEMPLO:
Nos exemplos precedentes, encontramos os seguintes custos para os diferentes tipos de
capital da empresa:
Custo de capital de terceiros, ki = 7,089%
Custo de ações preferenciais, kp = 10,6%
Custo de lucros retidos, kr = 13%
Custo de novas ações ordinárias, kn = 14%
A empresa usa os seguintes pesos ao calcular seu custo médio ponderado de capital:

Fonte de capital Peso


Capital de terceiros de LP 40%
Ações preferenciais 10%
Capital próprio 50%

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A empresa planeja usar seu custo de lucros retidos, k r, como custo de capital próprio. Calcule o
custo médio ponderado de capital da empresa.

O custo de capital da empresa é 10,39%. Supondo que não seja alterado seu nível de risco, ela
deve aceitar todos os projetos que tenham retorno superior a 10,39%.

7. Custo Marginal e decisões de investimento

O custo médio ponderado de capital pode variar com o tempo, dependendo do volume de
financiamento que a empresa espera obter. À medida que esse volume cresce, os custos dos
vários tipos de financiamento elevam-se, aumentando o custo médio ponderado de capital.
Por essa razão, é útil calcular o custo marginal do capital, que é o custo de se obter R$1,00
adicional de financiamento novo.

 Isso ocorre porque o mercado pode acreditar que a empresa está captando recursos para
solucionar problemas financeiros, ou por verificar que a empresa está ficando mais endividada,
exigindo retornos maiores sob a forma de juros, dividendos ou crescimento como remuneração
pelo risco adicional introduzido por volumes maiores de financiamento novo.

 Pontos de quebra: O nível do novo financiamento total, no qual o custo de um dos


componentes de financiamento se eleva, elevando custo marginal de capital.

Cálculo do ponto de quebra:


PQ = ponto de quebra para a fonte de financiamento
, onde VF = volume de fundos disponível da fonte de financiamento a um dado
custo.
wi = peso da fonte de financiamento na estrutura de capital (em formato
decimal)

EXEMPLO:
A esgotar seus lucros retidos disponíveis de R$300.000 (kr = 13%), a empresa do exemplo
anterior é forçada a usar o financiamento mais caro, obtido com a emissão de novas ações
ordinárias (kn = 14%), para satisfazer suas necessidades de capital próprio. Além disso, a
empresa espera obter apenas R$400.000 de capital de terceiros ao custo de 5,6%. O
endividamento adicional terá um custo, depois do IR (ki) de 8,4%. Portanto, há dois pontos de
quebra: quando são esgotados os R$300.000 de lucros retidos ao custo de 13%; e outro
quando é ultrapassado o limite de R$400.000 de capital de terceiros a LP a 5,6%. Calcule os
pontos de quebra.

Cálculo do Custo Marginal de capital:

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25

Uma vez determinados os pontos de quebra, para o cálculo do custo marginal, deve-se calcular
o custo médio ponderado de capital no intervalo de financiamento novo total entre os pontos de
quebra.
Para cada um dos intervalos de financiamento novo total os custos dos tipos de capital se
elevarão, fazendo com que o custo médio ponderado de capital suba a um nível superior ao do
intervalo precedente.
EXEMPLO:
Em uma tabela será calculado o CMPC da empresa nos três intervalos de financiamento novo
criados pelos dois pontos de quebra.

Intervalo de Fonte de Capital Peso Custo CMPC (ke)


financiamento novo
total
Capital de terceiros 0,40 7,09% 2,83
R$0 a R$600.000 Ações preferenciais 0,10 10,6% 1,06
Capital próprio 0,50 13% 6,5
Custo médio ponderado de capital 10,39%
Capital de terceiros 0,40 7,09% 2,83
R$600.000 a Ações preferenciais 0,10 10,6% 1,06
R$1.000.000 Capital próprio 0,50 14% 7,0
Custo médio ponderado de capital 10,89%
Capital de terceiros 0,40 10,63% 4,25
Acima de Ações preferenciais 0,10 10,6% 1,06
R$1.000.000 Capital próprio 0,50 14% 7,0
Custo médio ponderado de capital 12,31%

Os dados acima descrevem o custo marginal de capital que aumenta com o crescimento do
nível de financiamento novo total. Com esses dados fica claro através do gráfico abaixo que o
Cmc é uma função crescente do financiamento novo total obtido.

Custo marginal de capital (Cmc)

12,31%
CMPC (%)
12

11,5

11 10,89%

10,5 10,39%

10

1.000 1.500
500
Gestão
Financiamento novo total Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta
26

 Custo Marginal e Decisões de Investimento

A empresa dispõe de oportunidades e investimento, as quais diferem entre si quanto à


magnitude do investimento, ao risco e ao retorno.

 Perfil de oportunidades de investimento: É uma classificação de possibilidades de


investimento em ordem decrescente, indo da melhor (retorno mais alto) à pior (retorno mais
baixo).

Regra de decisão: Aceitar projetos até o ponto em que o retorno marginal de um investimento é
igual a seu custo marginal de capital. Além desse ponto, o retorno do investimento será menor
que seu custo de capital.

EXEMPLO:
A tabela abaixo, mostra a atual escala de oportunidades de investimento de uma empresa,
enumerando as possibilidades desde a melhor a pior.

Oportunidades de TIR (%) Investimento Investimento


investimento Inicial acumulado
A 15,0 R$100.000 R$100.000
B 14,5 R$200.000 R$300.000
C 14,0 R$400.000 R$700.000
D 13,0 R$100.000 R$800.000
E 12,0 R$300.000 R$1.100.000
F 11,0 R$200.000 R$1.300.000
G 10,0 R$100.000 R$1.400.000

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27

Custo marginal de capital (Cmc)

A
15
B
14,5
14
C
CMPC e
TIR(%) 13,5
D
13

12,31%
12,5 E
12

11,5
F

11 10,89%

10,39%
10,5
G

10

800 1.000 1.500


500

Financiamento novo total

Captando R$800.000 de financiamento novo e aplicando esses fundos nos projetos A, B, C e D,


a empresa deverá maximizar a riqueza de seus proprietários porque esses projetos resultam no
VPL total máximo.

O retorno de 13% do projeto D excede o custo médio de 12,31%. O investimento no projeto E


não é viável porque seu retorno de 12%
é inferior ao custo de capital de 12,31%.

O orçamento ótimo de capital da empresa é de R$800.000. Nesse ponto, a TIR = k e, e o


tamanho da empresa e o valor para o acionista serão maximizados.

Na prática, a maioria das empresas atua sob condições de racionamento de capital. Ou seja, a
administração impõe restrições que mantêm o orçamento de gastos de capital aquém do nível
ótimo (TIR = ke).

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8. QUESTÕES PARA REVISÃO

1. O que é custo de capital? Qual papel que ele desempenha nas decisões de investimento de
longo prazo?
2. O que ocorrerá se uma empresa subestimar ou subavaliar o custo de capital em suas
decisões de investimento?
3. Por que o custo de capital é medido depois do imposto de renda?
4. O que é risco de negócio e risco financeiro? Como esses dois riscos afetam o custo de
capital da empresa?
5. “Como iremos financiar este projeto com capital de terceiros, a taxa de retorno exigida deve
ser superior ao custo de capital de terceiros”. Você concordo ou discorda? Explique a resposta.
6. Conceitue custo de capital de terceiros e custo da dívida a longo prazo (debêntures).
Determine suas fórmulas e explique como uma evolução nesses custos pode afetar o risco
financeiro da empresa.
7. Por que, teoricamente, o custo de capital de terceiros é menor que o custo de capital próprio?
8. Por que se utiliza o custo de capital de terceiros depois dos impostos, em vez dos custos
antes dos impostos para calcular o custo de capital da empresa?
9. O que são os recebimentos líquidos com a venda de uma obrigação? O que são os custos de
lançamento e como afetam os recebimentos líquidos da venda de uma obrigação?
10. Conceitue ações preferenciais e explique como se calcula o seu custo.
11. Por que o custo das ações preferenciais deve ser menor que o custo das ações ordinárias?
12. Conceitue custo de capital próprio ou custo da ação ordinária e cite quais as formas de
financiamento com as ações ordinárias.
13. Conceitue custo dos lucros retidos e o custo de novas ações ordinárias e mostre como
calculá-los.
14. Por que o custo de financiar um projeto com lucros retidos é inferior ao custo de financiá-lo
com uma emissão de novas ações ordinárias?
15. O que é o custo médio ponderado de capital (CMPC) ou custo de capital da empresa (k e)?
Como é calculado?
16. O que é o custo marginal de capital (Cmc)? Como é calculado?
17. O que é o perfil de oportunidades de investimento?
18.Por que muitas empresas escolhem níveis de financiamento e investimento abaixo do nível
ótimo(ponto onde a TIR = ke)?

9. EXERCÍCIOS

1. Atualmente, uma indústria pretende vender obrigações com prazo de quinze anos, a um valor
de face de R$1.000, pagando juros anuais de 12%. Em conseqüência das taxas de juros
vigentes, as obrigações podem ser vendidas a R$1.010 cada; os custos de lançamento
correspondem a R$30 por obrigação. A empresa é tributada à alíquota de imposto de renda de
25%.
a) Calcule os recebimentos líquidos obtidos com a venda das obrigações, Nd.
b) Apresente os fluxos de caixa, do ponto de vista da empresa, ao longo do prazo da
obrigação.
c) Use o enfoque da TIR para calcular os custos de capital de terceiros antes e depois do
imposto de renda.
d) Use a fórmula de aproximação para estimar os custos de capital de terceiros antes e depois
do imposto de renda.

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


29

2. A Tecidos Champagnat tem uma debênture de 4 anos, faltando 1 ano para vencer, com uma
taxa de juros de 19,5% ao ano, valor nominal de R$1.000 e que gera um recebimento líquido
após despesas de lançamento e deságio de colocação de R$940. Sua alíquota de imposto de
renda é de 25%. Qual é o custo de debêntures depois do imposto de renda? Desenhe o fluxo
de caixa e resolva utilizando a HP12C demonstrando os passos utilizados.

3. Uma empresa está discutindo com seu banco de investimentos a emissão de novas
obrigações. O banco informou à empresa que títulos com prazos de vencimento diferentes
terão taxas distintas e serão vendidos a preços diferentes. A empresa precisa escolher entre
várias alternativas. Em cada um dos casos, as obrigações terão o valor de face de R$1000,00 e
os custos de lançamento serão de R$30,00 por obrigação. A empresa é tributada à alíquota de
20%. Calcule o custo de financiamento, depois do IR para cada uma das seguintes alternativas.

Alternativas Taxas Prazo Ágio/Deságio


A 9% 16 anos R$ 250,00
B 7% 5 anos R$ 50,00
C 6% 7 anos 0
D 5% 10 anos - R$ 75,00

4. A Cia FPU acaba de emitir ações preferenciais. O título promete um dividendo anual de 12%
e seu valor de face é igual a R$100,00. Foi vendido a R$97,50 por ação. Além disso, devem ser
pagos custos de lançamento de R$2,50 por ação.
a) Calcule o custo de capital obtido com a emissão de ações preferenciais.
b) Se a empresa lançar a ação com dividendo anual de 10% e receber R$90 após os custos
de lançamento, qual será seu custo?

5. Uma empresa deseja medir seu custo de capital próprio. A ação da empresa está atualmente
cotada a R$ 57,50. Ela espera pagar um dividendo de R$3,40 no final do ano. Os dividendos
dos últimos cinco anos serão apresentados na tabela a seguir.

Ano Dividendo
(R$)
2003 3,10
2002 2,92
2001 2,60
2000 2,30
1999 2,12

Depois de levar em conta o deságio e os custos de lançamento, a empresa espera receber


R$52,00 por ação, caso faça uma nova emissão.
a) Determine a taxa de crescimento dos dividendos.

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


30

b) Usando o modelo de avaliação com crescimento constante, determine o custo de lucros


retidos, kr
c) Determine o custo de novas ações ordinárias.

6. A companhia Criativa de Computadores pretende lançar novas ações ordinárias no mercado.


Suas ações ordinárias atuais estão cotadas a R$13,45 cada; espera-se pagar um dividendo no
ano 1 de R$1,80/ação; haverá um deságio de 0,45/ação, e um custo de lançamento de
R$0,40/ação. A taxa anual de crescimento de dividendos da empresa esperada para os
próximos anos é de 4,55%. Qual será o custo das novas ações ordinárias? Supondo ainda, que
se fossem lançadas também ações preferenciais da empresa, elas teriam um recebimento
líquido de caixa de R$11,20, qual seria o custo destas ações?

7. Após cuidadosa análise, uma indústria determinou que sua estrutura ótima de capital é
composta das fontes e pesos de valor de mercado indicados abaixo.

Fonte de Capital Peso ideal


Capital de terceiros a LP 30%
Ações preferenciais 15%
Capital Próprio 55%
Total 100%

O custo de capital de terceiros é estimado em 7,2%; o custo estimado de ações preferenciais é


de 13,5%; o custo de lucros retidos é estimado em 16%, e o custo de novas ações ordinárias é
estimado em 18%. Todas essas taxas são custos depois do imposto de renda. A empresa
espera dispor de um volume substancial de lucros retidos e não planeja vender novas ações
ordinárias. Calcule o custo médio ponderado de capital com base nos pesos ideais de valores
de mercado.

8. Uma indústria está interessada em medir seu custo geral de capital. Investigações correntes
produziram os dados a seguir. A empresa está tributada ‘a alíquota de IR de 40%.
- Capital de terceiros: A empresa tem condições de captar um volume ilimitado de capital de
terceiros vendendo obrigações com valor de face de R$1000,00, com taxa de 8% e prazo
de vinte anos, pagando juros anuais. Para vender as obrigações, seria necessário um
deságio médio de R$30,00 por título. A empresa também deve pagar custos de lançamento
de R$30,00 por título.
- Ações preferenciais: A empresa poderia lançar ações preferenciais com dividendo de 8%,
vendendo-as a seu valor de face de R$95,00. O custo de emissão e venda das ações
preferenciais é da ordem de R$5,00 cada uma.
- Capital Próprio (Ação Ordinária): As ações ordinárias da empresa estão atualmente
sendo negociadas a R$90,00 cada. A empresa espera pagar dividendos de R$7,00 por
ação no próximo ano. Os dividendos da empresa têm crescido a uma taxa anual de 6% e
espera-se que essa taxa continue no futuro. Para serem vendidas, as ações precisariam
sujeitar-se a um deságio de R$7,00 por ação e são previstos custos de lançamento de
R$5,00 por ação.
- Capital Próprio (Lucros Retidos): A empresa espera ter disponíveis 100.000 de lucros
retidos no próximo ano, uma vez que, quando esses lucros retidos forem totalmente
utilizados, a empresa vai usar novas ações ordinárias como forma de financiamento.

a) Calcule o custo específico de cada fonte de financiamento.

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


31

b) Os pesos que a empresa utiliza para calcular o custo médio ponderado de capital são
apresentados na tabela abaixo.

Fonte de Capital Peso ideal


Capital de terceiros a LP 30%
Ações preferenciais 20%
Capital Próprio 50%
Total 100%

(1) Calcule o único ponto de ruptura associado com a situação de financiamento da


empresa( esse ponto resulta da utilização total dos lucros retidos da empresa).
(2) Calcule o CMePC associado com o financiamento total abaixo do ponto de ruptura calculado
em (1).
(3) Calcule o CMePC associado com o financiamento total acima do ponto de ruptura calculado
em (1).

9. Uma indústria está interessada em medir seu custo geral de capital. A empresa está situada
na faixa de imposto de renda de 25%. Investigações recentes recolheram as seguintes
informações:
- Capital de terceiros: A empresa tem condições de captar um volume ilimitado de capital de
terceiros vendendo obrigações com valor de face de R$1000,00, com taxa de 10% e prazo
de dez anos. Os pagamentos de juros seriam anuais. Para vender as obrigações, seria
necessário um deságio médio de R$30,00 por título. A empresa também deve pagar custos
de lançamento de R$20,00 por título.
- Ações preferenciais: A empresa pode vender ações preferenciais com dividendo anual de
11%, ao valor de face de R$100,00. O custo esperado de emissão e venda das ações
preferenciais é da ordem de R$4,00 cada uma. Um volume ilimitado de ações preferenciais
pode ser vendido nessas condições.
- Capital Próprio: As ações ordinárias da empresa estão atualmente cotadas a R$80,00 por
unidade. A empresa espera pagar dividendos em dinheiro de R$6,00 por ação no próximo
ano. Os dividendos da empresa têm crescido a uma taxa anual de 6% e espera-se que essa
taxa continue no futuro. Para serem vendidas, as ações precisariam sujeitar-se a um
deságio de R$4,00 por ação e são previstos custos de lançamento de R$4,00 por ação.
- Lucros retidos: A empresa espera obter lucros retidos de R$225.000, disponíveis no
próximo ano. Esgotados esses lucros, recorrerá à emissão de novas ações ordinárias como
forma de obtenção de capital próprio.
a) Calcule o custo específico de cada fonte de financiamento.
b) Sabendo que a empresa utiliza os pesos apresentados na tabela a seguir baseados nas
proporções da estrutura ideal de capital, calcule o custo médio ponderado de capital.

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


32

Fonte de Capital Peso ideal


Capital de terceiros a LP 40%
Ações preferenciais 15%
Capital Próprio 45%
Total 100%

b.1) Determine o único ponto de quebra associado à situação financeira da empresa. (Esse
ponto resulta do esgotamento dos lucros retidos da empresa.)
b.2) Calcule o custo médio ponderado de capital associado ao financiamento novo total abaixo
do ponto de quebra.
b.3) Calcule o custo médio ponderado de capital associado ao financiamento novo total acima
do ponto de quebra.
c) Usando os resultados do item anterior, assim como as informações fornecidas na tabela que
se segue a respeito das oportunidades de investimento disponíveis, desenhe a escala do
custo marginal de capital e o perfil de oportunidades de investimento.

Oportunidades de TIR (%) Investimento


investimento Inicial
A 11,2 R$100.000
B 9,7 R$500.000
C 12,9 R$150.000
D 16,5 R$200.000
E 11,8 R$450.000
F 10,1 R$600.000
G 10,5 R$300.000

d) Que investimento você recomendaria para a empresa? Explique sua resposta. Qual é o
volume total de financiamento novo necessário?

UNIDADE 4 – ALAVANCAGEM E ESTRUTURA DE CAPITAL

1. Alavancagem

Alavancagem é o resultado do uso de ativos ou fundos a custo fixo para multiplicar retornos
para os proprietários da empresa. Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta
33

 Flutuações nas receitas de vendas, associadas à existência de custos fixos, provocam


mudanças significativas nos resultados das empresas. Uma queda de 10% no faturamento
poderá causar um decréscimo muito maior no lucro. Inversamente, a elevação das vendas em
proporção superior ao crescimento dos custos fixos beneficiará significativamente os resultados.

 Tipos de Alavancagem:

- Alavancagem Operacional: relação entre a receita de vendas e o lucro antes de juros e IR


ou LAJIR (resultado operacional).
- Alavancagem Financeira: relação entre o LAJIR e o lucro líquido por ação ordinária da
empresa (LPA)
- Alavancagem total: relação entre a receita de vendas e o LPA

Receita de vendas
Alavancagem (-) Custo dos produtos vendidos
Operacional
= Lucro bruto
(-) Despesas operacionais
= Lucro antes de juros e IR (LAJIR)
(-) despesas financeiras
Alavancagem
= Lucro líquido antes do IR Total
(-) Imposto de Renda
Alavancagem
= Lucro líquido depois do IR
Financeira
(-) Dividendos de ações preferenciais
= Lucro líquido disponível para acionistas ordinários
Lucro por ação (LPA)

 Conceito e Análise do Ponto de Equilíbrio

Ponto de equilíbrio consiste no nível de vendas necessário para cobrir todos os custos
operacionais. (LAJIR = 0)

Análise do ponto de equilíbrio (Análise custo-volume-lucro), é usada para determinar o


nível de operações necessário para cobrir todos os custos operacionais e avaliar a
rentabilidade associada a níveis diversos de vendas.

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


34

 Os elementos envolvidos na análise do ponto de equilíbrio são:


- Quantidades produzidas e vendidas e os respectivos preços, determinantes das receitas
de vendas; e
- Os custos e despesas variáveis e fixas.

 Classificação dos custos:


- Custos fixos: são os que permanecem constantes dentro de certo intervalo de tempo,
independentemente das variações ocorridas no volume de produção e vendas durante
esse período. Ex.: salários e encargos sociais, aluguel, materiais de escritório, despesas
financeiras etc.
- Custos variáveis: são aqueles cujo valor total aumenta ou diminui direta e
proporcionalmente com as flutuações ocorridas na produção e vendas. Ex.: consumo de
matérias-primas, energia industrial, fretes, comissões sobre vendas.

 Cálculo do Ponto de equilíbrio:


PEQ = número de unidades vendidas
pvu = preço unitário de venda
Quantidade  , onde
cvu = custo variável unitário
CF = custo fixo

Valores 

EXEMPLO:
Vamos supor que uma pequena loja tenha custos operacionais fixos de R$2500, que seu preço
de venda por unidade seja de R$10 e que seu custo operacional variável por unidade seja de
R$5. Calcule o ponto de equilíbrio operacional e em receita de vendas.

Com as vendas de 500 unidades, o LAJIR da


empresa deve ser exatamente igual a R$0. Ela
terá LAJIR positivo com vendas superiores a 500
unidades e LAJIR negativo, ou prejuízo, com
vendas inferiores a essa quantia.

 Alavancagem Operacional

Alavancagem Operacional é a possibilidade de uso dos custos operacionais fixos para


ampliar os efeitos de variações de vendas sobre o lucro da empresa antes de juros e
imposto de renda.
-50% +50%
EXEMPLO:
Utilizando os dados do exemplo anterior (pvu = R$10; cvu = R$5 e CF = R$2500), calcule o
LAJIR da empresa para 500, 1000 e 1500 unidades vendidas; e utilizando 1000 unidades como

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta

-100% +100%
35

referência, quais as variações percentuais das vendas e do LAJIR, à medida que as vendas vão
do nível de referência aos outros níveis usados.

Vendas em unidades (Q) 500 1000 1500


Receita de Vendas (pv * Q) R$5000 R$10000 R$15000
(-) Custos variáveis (cv * Q) (R$2500) (R$5000) (R$7500)
(-) Custo fixo (CF) (R$2500) (R$2500) (R$2500)
= LAJIR 0 R$2500 R$5000

Caso 1. Um aumento de 50% das vendas resulta em um aumento de 100% do LAJIR.


Caso 2. Uma redução de 50% das vendas resulta em uma queda de 100% do LAJIR.
Vimos que os custos fixos permanecem constantes dentro de intervalos de variação do volume
de operações. Mantidos os preços de venda dos produtos, constatamos que, para cada
aumento no volume de vendas, corresponderão idênticas taxas de aumento nas receitas de
vendas e nos custos variáveis. Entretanto, a maior absorção dos custos fixos fará com que o
lucro cresça mais do que proporcionalmente; uma redução nas vendas acarretaria decréscimo
muito maiores nos lucros.

 Grau de Alavancagem Operacional – É o índice que mostra a variação dos lucros em função
das vendas. É a medida numérica da alavancagem operacional.

EXEMPLO:
Aplicando as fórmulas aos casos 1 e 2:

Como o resultado é maior que 1, há alavancagem operacional.


A empresa ao manter a mesma estrutura de custos, para cada 1% de variação nas vendas,
verificará uma variação de 2% no seu lucro operacional.
Quanto mais perto o volume de vendas estiver do ponto de equilíbrio, maior será o seu GAO,
entretanto o risco dela operar com prejuízo aumentará consideravelmente.

 Alavancagem Financeira

Alavancagem Financeira é a possibilidade de uso dos custos financeiros fixos para


ampliar os efeitos de variações do lucro antes de juros e imposto de renda sobre o lucro
por ação. Resulta da presença de custos financeiros fixos na estrutura de resultado da
empresa.

EXEMPLO:

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


36

Uma pequena empresa de comida oriental, espera ter LAJIR de R$10.000 no ano em curso.
Tem uma obrigação de R$20.000 com cupom anual de 10% e 600 ações preferenciais com
dividendos anuais de R$4,00 por ação. Também existem mil ações ordinárias. Os juros anuais
da obrigação são iguais a R$2.000. Os dividendos anuais das ações preferenciais são de
R$2.400. A tabela abaixo apresenta o LPA correspondente aos níveis de LAJIR de R$6.000,
R$10.000 e R$14.000, supondo alíquota de IR de 25%.

-40% +40%

LAJIR R$6000 R$10.000 R$14.000


(-) juros (R$2.000) (R$2.000) (R$2.000)
= LAIR R$4.000 R$8.000 R$12.000
(-) IR (40%) (R$1.600) (R$3.200) (R$4.800)
= Lucro líquido depois IR R$2.400 R$4.800 R$7.200
(-) dividendos preferenciais (R$2.400) (R$2.400) (R$2.400)
= Lucro disponível p/ R$ 0 R$2.400 R$4.800
acionista ordinários
Lucro por ação (LPA) R$ 0 R$2,40 R$4,80

-100% +100%

Caso 1. Um aumento de 40% do LAJIR resulta em um crescimento de 100% no LPA.


Caso 2. Uma redução de 40% do LAJIR resulta em um decréscimo de 100% do LPA.

 Grau de Alavancagem Financeira – É o índice que mostra a variação do LPA em função da


variação do LAJIR. É a medida numérica da alavancagem financeira.

EXEMPLO:
Aplicando as fórmulas aos casos 1 e 2:

Como o resultado é maior que 1, há alavancagem financeira. Quanto maior o valor, mais alto o
grau d alavancagem financeira.

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


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Se a empresa mantiver o nível de encargos fixos para cada 1% de aumento do LAJIR, haverá
um aumento de 2,5% do LPA.

 Alavancagem Total

Alavancagem Total é o efeito combinado da alavancagem operacional e financeira


sobre o risco da empresa. È o uso de custos fixos, tanto operacionais quanto financeiros,
para ampliar o efeito de variações do faturamento sobre o LPA da empresa.

EXEMPLO:
Uma empresa fabricante de cabos para computadores, prevê vendas de 20.000 unidades a
R$5,00 no próximo ano e precisa cobrir as seguintes obrigações: custos variáveis de R$2,00
por unidade, custos fixos de R$10.000, juros de R$20.000 e dividendos preferenciais de
R$12.000. A empresa é tributada à alíquota de IR de 40% e seu capital é formado por 5.000
ações ordinárias. A tabela abaixo apresenta os níveis de LPA correspondentes às vendas
esperadas de 20.000 unidades e de 30.000 unidades.

+50%
Vendas (em unidades) 20.000 30.000
Receita de vendas (PVu * Q) R$100.000 R$150.000
(-) Custos operacionais variáveis (Cvu*Q) (R$40.000) (R$60.000)
(-) Custos operacionais fixos (R$10.000) (R$10.000)
= LAJIR R$50.000 R$80.000 60%
GAO   1,2
 50%

(-) juros (R$20.000) (R$20.000)


+60%
= LAIR R$30.000 R$60.000
(-) Imposto de renda (40%) (R$12.000) (R$24.000) 300%
= LL depois do IR R$18.000 R$36.000 GAT   6,0
300%  50%
(-) Dividendos preferenciais (R$12.000) (R$12.000) GAF   5,0
 60%
= Lucro disponível p/ acionistas R$6.000 R$24.000
LPA (lucro por ação) R$1,20 R$4,80

A tabela mostra que em conseqüência de um aumento de 50% das vendas, a empresa teria um
+300%
aumento de 300% do lucro por ação.
 Grau de Alavancagem Total – É o índice que mostra a variação do LPA em função da
variação das vendas. É a medida numérica da alavancagem total.

*Fórmula direta para calcular o GAT em certo nível de vendas de referência.

EXEMPLO:
Aplicando as fórmulas no caso anterior:

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


38

*GAT a o nível de vendas de 20.000 unidades

Como o resultado é maior que 1, há alavancagem total. Quanto maior o valor, mais alto o grau
de alavancagem total.
Se a empresa mantiver o nível de encargos fixos para cada 1% de aumento das vendas, haverá
um aumento de 6% do LPA.

 EFEITO COMBINADO DA ALAVANCAGEM OPERACIONAL E ALAVANCAGEM FINANCEIRA –


ALAVANCAGEM TOTAL

A relação entre alavancagem operacional e alavancagem financeira é multiplicativa, a


alavancagem total reflete o impacto combinado das alavancagens operacional e financeira na
empresa. Graus elevados de alavancagem operacional e financeira fazem com que a
alavancagem total seja alta

2. Estrutura de Capital da Empresa


Estrutura de Capital é a combinação de todas as fontes de financiamento de longo prazo,
dívida ou capital próprio, utilizada pela empresa.

 As decisões de investimento, de financiamento e de remuneração dos acionistas buscam


maximizar o valor das ações da empresa e, nesse sentido, a escolha adequada da estrutura de
capital envolve todas os três, abrangendo amplos conhecimentos de conceitos de risco, retorno,
custo de capital, alavancagem financeira e valor.
 A empresa se depara constantemente com novos projetos, novos negócios, novas
demandas, novos desafios, que determinam a necessidade de captação de recursos
financeiros. Para suprir essa necessidade ela seleciona várias fontes de financiamento.
 Nesse processo, avalia as condições da economia, conhece o mercado financeiro, analisa as
decisões operacionais e financeiras a serem tomadas, dimensiona as necessidades de recursos
a serem financiados e escolhe a estrutura de capital.
Os índices que fornecem informações a respeito da alavancagem financeira na estrutura de
capital são: Incides de endividamento e índice de cobertura de juros. Em geral, quanto mais
baixos eles são, maior a alavancagem financeira da empresa e menor sua capacidade de fazer
pagamentos à medida que vencem.

Capital é o total de recursos, próprios ou de terceiros, que financiam as necessidades de


longo prazo da empresa.

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


39

 TIPOS DE CAPITAL

Balanço Patrimonial
Passivo Circulante
Exigível a longo prazo Capital de
terceiros
Patrimônio Líquido
Ativo Ações Preferenciais Estrutura de
Capital Ordinário Capital Capital total
próprio
Ações Ordinárias
Lucros retidos

 Essas fontes apresentam diferentes características, principalmente quanto a custos, prazos,


atualização monetária, riscos...

Capital de Terceiros Capital Próprio


- Assume um risco menor por ter preferência - Assume um risco maior em relação ao
sobre lucros/ativos disponíveis para recebimento de sua remuneração, devido a
pagamento; posição subalterna em relação ao capital
- Podem exercer pressão legal maior contra de terceiros, de direitos sobre resultados e
a empresa para receber pagamentos; ativos;
- Custo de capital menor, devido a - As fontes básicas são ações preferenciais
possibilidade de dedução de juros para fins e ações ordinárias;
fiscais; - A emissão de novas ações é a forma mais
- Prazo de vencimento determinado. cara de capital próprio, seguido pelos
lucros retidos e ações preferenciais;
- Prazo de vencimento indeterminado.

 FATORES DETERMINANTES NA ESCOLHA DA ESTRUTURA DE CAPITAL

1. Risco de negócio – O mercado avalia o comportamento das receitas e dos custos e


despesas da empresa, visando calcular as tendências de lucros. Avalia também, a capacidade
de a empresa gerar caixa suficiente para cumprir suas obrigações.
2. Risco financeiro – A obtenção de lucros operacionais para pagar juros e devolver
empréstimos é fundamental para que a empresa não corra o risco de insolvência. Um baixo
risco financeiro propicia condições para a tomada de novos financiamentos ou lançamentos de
ações.
3. Posição tributária da empresa – Uma das grandes vantagens da utilização do capital de
terceiros é o benefício da dedução do imposto de renda. Se por qualquer motivo, a empresa
não puder se beneficiar dessa vantagem, o endividamento deixa de ser interessante.
4. Condições dos agentes – Uma série de restrições contratuais ou de políticas empresariais
podem dificultar que a empresa emita novas ações, assuma novas dívidas, retenha lucros ou
até dilua seu controle acionário.
5. Informações – A empresa deve preocupar-se em prestar informações que possam permitir ao
mercado avaliar adequadamente a sua posição de risco. Por outro lado, deve estar bem
informada sobre as condições dos mercados de capital e financeiro, em termos de fontes de
financiamento disponíveis e a melhor oportunidade para capta-las.
6. Sincronia – Deve haver equilíbrio entre o vencimento dos juros e do principal, e entrada de
recursos, para que os compromissos sejam honrados nos prazos e condições contratadas.

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


40

7. Vontade do acionista controlador – A preferência do acionista deve ser levada em


consideração na determinação da estrutura de capital.

 TEORIA DA ESTRUTURA DE CAPITAL

 A política da estrutura de capital envolve uma troca entre risco e retorno:


- utilização de mais dívida eleva o fator risco da corrente de ganhos da empresa;
- Um índice mais alto de endividamento geralmente leva a uma taxa de retorno esperada
mais alta.
Portanto, a estrutura ótima de capital é aquela que faz com que haja um equilíbrio entre risco e
retorno para maximizar o preço das ações no mercado.

Resultado de uma Balanceamento dos


estrutura ótima de benefícios e custos de
capital empréstimos

 Benefícios fiscais – Permite as empresa a dedução dos juros de dívidas do lucro tributável,
reduzindo o volume de impostos pagos sobre os lucros, aumentando os lucros disponíveis aos
donos da empresa.
 Custos
Risco Econômico – Risco de que a empresa não consiga cobrir seus custos operacionais. Ele
depende de uma série de fatores: 1. Variabilidade da demanda; 2. Variabilidade do preço de
venda; 3. Variabilidade dos preços dos insumos; 4. Alavancagem operacional, quanto maior o
GAO, maior o risco econômico.
O risco econômico varia de empresa para empresa, independente do ramo de atividade, e não
é afetado por decisões quanto a estrutura de capital.

Risco Financeiro – Risco de que ela não seja capaz de cobrir suas obrigações financeiras. E a
penalidade pelo descumprimento de obrigações financeiras é a falência. Quanto mais
financiamentos com custos fixos (capital de terceiros e ações preferenciais) uma empresa tiver
em sua estrutura de capital, maior será sua alavancagem financeira e mais alto será seu risco
financeiro.

Risco Total – A combinação do risco econômico e risco financeiro, determina a probabilidade de


falência da empresa.

EXEMPLO:
Uma empresa está se preparando para tomar uma decisão quanto à sua estrutura de capital.
Obteve as seguintes estimativas de vendas e níveis correspondentes de lucro antes de juros e
imposto de renda da sua equipe de previsão:

Probabilidade de Vendas 0,25 0,50 0,25


Receita de vendas R$400.000 R$600.000 R$800.000
(-) Custos fixos (R$200.000) (R$200.000) (R$200.000)
(-) Custos variáveis (50% das vendas) (R$200.000) (R$300.000) (R$400.000)
= LAJIR 0 R$100.000 R$200.000

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


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- Os dados do LAJIR refletem efetivamente certo nível de risco econômico que decorre da
alavancagem operacional, da variabilidade da receita de vendas e da previsibilidade dos
custos da empresa.

Estrutura de Capital Atual


Capital de terceiros R$0
Ações ordinárias (25 mil ações a R$20) R$500.000
Capital total (ativos) R$500.000

Imaginemos que a empresa esteja analisando sete estruturas de capital alternativas. Se as


medirmos usando o índice de endividamento, descobriremos que estão associadas a índices
iguais a 0, 10, 20, 30, 40, 50 e 60%. Suponha que:

1. A empresa não tenha passivos circulantes;


2. Sua estrutura de capital contenha apenas capital próprio;
3. O volume de capital permaneça constante em R$500.000;
4. As taxas de juros associadas a cada nível de endividamento estão apresentadas na tabela
abaixo, e são crescentes de acordo com o aumento da alavancagem financeira.
5. A tabela mostra também o número de ações ordinárias existentes de acordo com cada
alternativa.

Índice de Total de Capital de Capital Ações Taxa de Juros (R$)


Endividamento Ativos (R$) terceiros (R$) Próprio(R$) existentes juros (%)
0 500.000 0 500.000 25.000 0,0 0,00
10% 500.000 50.000 450.000 22.500 9,0 4.500
20% 500.000 100.000 400.000 20.000 9,5 9.500
30% 500.000 150.000 350.000 17.500 10,0 15.000
40% 500.000 200.000 300.000 15.000 11,0 22.000
50% 500.000 250.000 250.000 12.500 13,5 33.750
60% 500.000 300.000 200.000 10.000 16,5 49.500

Utilizando os níveis de LAJIR e as probabilidades, o número de ações, os valores dos juros,


devemos determinar o LPA para cada nível de endividamento, o desvio padrão e o coeficiente
de variação.

Probabilidade de LAJIR 0,25 0,50 0,25


Índice de Endividamento = 0%
LAJIR 0,00 100.000 200.000
(-) Juros 0,00 0,00 0,00
LAIR 0,00 100.000 200.000
(-) Imposto de renda (40%) 0,00 (40.000) (80.000)
Lucro Líquido depois do IR 0,00 60.000 120.000
LPA (25.000 ações) 0,00 2,40 4,80
LPA esperado 2,40
Desvio Padrão do LPA*1 1,70
Coeficiente de variação do LPA*2 0,71
Índice de Endividamento = 30%
LAJIR 0,00 100.000 200.000

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42

(-) Juros (15.000) (15.000) (15.000)


LAIR (15.000) 85.000 185.000
(-) Imposto de renda (40%) (6.000) (34.000) (74.000)
Lucro Líquido depois do IR (9.000) 51.000 111.000
LPA (25.000 ações) (0,51) 2,91 6,34
LPA esperado 2,91
Desvio Padrão do LPA 2.42
Coeficiente de variação do LPA 0,83
Índice de Endividamento = 60%
LAJIR 0,00 100.000 200.000
(-) Juros (49.500) (49.500) (49.500)
LAIR (49.500) 50.500 150.500
(-) Imposto de renda (40%) (19.800) (20.200) (60.200)
Lucro Líquido depois do IR 29.700 30.300 90.300
LPA (25.000 ações) (2.97) 3,03 9,03
LPA esperado 3,03
Desvio Padrão do LPA 4,24
Coeficiente de variação do LPA 1,40
*1: Desvio Padrão mede a dispersão em torno do valor esperado, o qual é o retorno mais provável de um ativo.
*2: Coeficiente de Variação é a medida de dispersão relativa útil na comparação de riscos de ativos com retornos
esperados diferentes.

A seguir são resumidos os dados referentes as sete estruturas de capital alternativas:

Índice de LPA Desvio-padrão Coeficiente de


endividamento esperado do LPA variação do LPA
0 2,40 1,70 0,71
10% 2,55 1,88 0,74
20% 2,72 2,13 0,78
30% 2,91 2,42 0,83
40% 3,12 2,83 0,91
50% 3,18 3,39 1,07
60% 3,03 4,24 1,40

LPA Máximo

A medida que se substitui capital próprio por capital de terceiros, o nível de LPA primeiro sobe
e depois começa a cair. O gráfico mostra que o LPA máximo ocorre no índice de endividamento
de 50%. O declínio do LPA além desse índice resulta do fato de que os aumentos substanciais
de juros não são inteiramente compensados pela redução no número de ações ordinárias
existentes.

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43

Risco
financeiro

Risco
operacional

Como o coeficiente de variação mede o risco relativamente ao LPA esperado, essa é a


medida preferível de risco na comparação de estruturas de capital alternativas.
A medida que a alavancagem financeira da empresa aumenta, o mesmo acontece com o
coeficiente de variação do LPA.
Parte do risco pode ser atribuída ao risco econômico, mas a parte que reage ao crescimento da
alavancagem financeira seria atribuída ao risco financeiro.

 A medida que uma empresa introduz mais alavancagem em sua estrutura de capital, terá
aumentos tanto do nível esperado de retorno quanto do risco correspondente.

3. Estrutura Ótima de Capital

Estrutura Ótima de Capital é a estrutura em que o custo médio ponderado de capital é


minimizado, maximizando o valor da empresa.

, onde LAJIR = lucro antes de juros e IR


IR = alíquota do IR
Ke = custo médio ponderado de capital

Custo
 FUNÇÕES DO CUSTO DE CAPITAL anual K
(%) s
Ki = Custo de capital de terceiros (empréstimos) K
Ks = Custo do capital próprio e
Ke = Custo Médio Ponderado de capital
K
i

0 M EmpréstimosAtivo
total

Alavancagem Financeira

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44

O custo médio ponderado de capital (Ke) resulta do cálculo de uma média ponderada dos custos de
capital de terceiros e de capital próprio da empresa. O ponto M no gráfico representa o Ke mínimo, o
ponto de alavancagem financeira ótima, portanto a estrutura ótima de capital.
 FUNÇÕES DE VALOR DA EMPRESA
Valor da
empresa

LAJIR * (1  IR)
V
k e

0 M EmpréstimosAtivo total

Alavancagem Financeira

A maximização do valor da empresa é obtida quando o custo geral de capital é mínimo, então
no ponto M, ou seja, na estrutura ótima de capital, o valor da empresa é maximizado no nível V.

 Quanto mais baixo o custo médio ponderado de capital, maior a diferença entre o retorno de
um projeto e o Ke e, portanto, maior o retorno para os proprietários. Minimizar o custo médio
ponderado de capital permite à administração realizar um número maior de projetos rentáveis,
aumentando assim o valor da empresa.

4. Enfoque LAJIR-LPA sobre a análise da estrutura de capital

O enfoque LAJIR-LPA envolve a seleção da estrutura de capital que maximize o LPA no


intervalo de valores possíveis do LAJIR.

Para essa análise é necessário fazer gráficos de planos financeiros obtendo as coordenadas de
LAJIR e LPA.
1. Supor valores específicos de LAJIR e calculando o LPA associado a cada um deles.
2. Calcular o ponto de equilíbrio financeiro, ou seja, o nível de LAJIR necessário para cobrir
exatamente todos os custos financeiros fixos (LPA = 0).

Estrutura de capital LAJIR


Endividamento (%) R$100.000 R$200.000
LPA
0% 2,40 4,80
30% 2,91 6,34
60% 3,03 9,03

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45

LPA 60%

30%

0%
3

0
50.000 100.000 150.000 200.000

-1 LAJIR

 O gráfico mostra que cada estrutura de capital é superior às demais em termos de


maximização do LPA dentro de certas faixas de LAJIR.
1. A estrutura de capital com índice de endividamento = 0% é superior às demais para
níveis de LAJIR entre 0 e R$50.000.
2. A estrutura de capital com 30% de endividamento é superior às outras duas para níveis
de LAJIR entre R$50.000 e 95.000.
3. Em um nível de LAJIR superior a R$95.000, a estrutura de capital que proporciona o
LPA mais alto contém 60% de capital de terceiros.

 Na análise LAJIR-LPA, o risco pode ser considerado em termos de duas medidas:


1. O ponto de equilíbrio financeiro – quanto mais alto maior o risco.
2. Grau de alavancagem financeira refletida na inclinação da linha de estrutura de capital –
quanto mais inclinada à linha, maior o risco financeiro.

Conforme o gráfico acima, a estrutura de capital com índice de endividamento igual a 60% é
mais arriscada que a estrutura com 30% de endividamento, que por sua vez é mais arriscada
que a estrutura com 0% de endividamento.

 Deficiências básicas na análise LAJIR-LPA:


1. Essa técnica tende a concentrar na maximização do lucro e não da riqueza dos
proprietários, por ignorar o risco.
2. Uma vez que os prêmios de risco aumentam com os aumentos na alavancagem
financeira, a maximização do LPA não assegura aos proprietários a maximização de
suas riquezas.

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46

5. Escolha da Estrutura Ótima de Capital

Enfoque na maximização da riqueza


 A fim de atuar sobre a deficiência encontrada no método LAJIR_LPA e também
determinar o valor da empresa com estruturas de capital alternativas, é preciso encontrar o
nível de retorno que deve ser alcançado para recompensar os proprietários pelo risco que
estão assumindo.

 Essa abordagem consiste em vincular o risco financeiro, medido por uma estatística como o
coeficiente de variação do LPA, associado a cada alternativa de estrutura de capital
diretamente ao retorno exigido.

P0 = Valor estimado da ação


, onde Ks = Retorno exigido estimado

Índice de LPA Coeficiente de Retorno Valor


endividamento esperado variação do LPA exigido estimado da
estimado (Ks) ação (P0)
0 R$2,40 0,71 11,5% R$20,87
10% R$2,55 0,74 11,7% R$21,79
20% R$2,72 0,78 12,1% R$22,48
30% R$2,91 0,83 12,5% R$23,28
40% R$3,12 0,91 14,0% R$22,29
50% R$3,18 1,07 16,5% R$19,27
60% R$3,03 1,40 19,0% R$15,95

LPA Máximo = R$3,18


a um índice de
endividamento de 50%

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47

Valor máximo da ação = R$23,28 a


um índice de endividamento de 30%

 MAXIMIZAÇÃO DE VALOR E MAXIMIZAÇÃO DO LPA

O objetivo do administrador financeiro é a maximização da riqueza dos proprietários, e não o


lucro. Embora haja alguma relação entre lucro esperado e valor, não há motivo para crer que as
estratégias de maximização do lucro necessariamente resultem em maximização da riqueza.
Portanto, é a riqueza dos proprietários, refletida no valor estimado da ação que deve ser o
critério de escolha da melhor estrutura de capital.

6. QUESTÕES PARA REVISÃO


1. O que quer dizer o termo Alavancagem? De que maneira as alavancagens operacional,
financeira e total estão relacionadas à demonstração do resultado do exercício?
2. O que é ponto de equilíbrio operacional? De que maneira ele é afetado por variações de
custos operacionais fixos, preço unitário de venda e custo operacional variável por unidade?
3. O que é alavancagem operacional? O que causa? Como é medido o grau de alavancagem
operacional (GAO)?
4. O que é alavancagem financeira? O que causa? Como é medido o grau de alavancagem
financeira (GAF)?
5. Qual é a relação geral entre alavancagem operacional, financeira e total da empresa? Esses
tipos de alavancagem complementam uns aos outros? Explique.
6. O que é o risco econômico? Como esse risco se associa a um GAO elevado?
7. Associe o GAF ao risco financeiro da empresa.
8. Explique como funciona o efeito combinado do GAO e GAF. Indique e interprete as duas
fórmulas para o cálculo do grau de alavancagem total.
9. O que é a estrutura de capital de uma empresa? Que índices medem o grau de alavancagem
financeira nessa estrutura?
10. O que distingue a estrutura financeira da estrutura de capital de uma empresa?
11. Qual é o principal benefício do financiamento com capital de terceiros? De que modo afeta o
custo de capital de terceiros da empresa?
12. Como o risco econômico e o risco financeiro influenciam a escolha da estrutura de capital
pela empresa?

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48

13. Como se diferenciam as características entre capital de terceiros e capital próprio quanto
aos prazos, custos e riscos?
14. Quais os fatores determinantes na escolha da estrutura de capital da empresa?
15. Como se comportam os custos de capital de terceiros e de capital próprio e o custo médio
ponderado de capital à medida que a alavancagem financeira da empresa deixa de ser igual a
zero?
16. Onde se situa a estrutura ótima de capital? Qual é a relação dela com o valor da empresa
nesse ponto?
17. Explique o enfoque LAJIR-LPA sobre a análise da estrutura de capital. Esse enfoque é
compatível com a maximização da riqueza dos proprietários da empresa?
18. Por que a maximização do LPA e a maximização do valor não levam necessariamente à
mesma conclusão quanto à estrutura ótima de capital? Explique.

7. EXERCÍCIOS
1. A Cia MG tem custos operacionais fixos de R$380.000,00, custos operacionais variáveis
de R$16,00/unid e o preço de venda é igual a R$63,50/unid.
a) Calcule o ponto de equilíbrio operacional em unidades.
b) Calcule o LAJIR da empresa a 9 mil, 10 mil e 11 mil unidades, respectivamente.
c) Usando 10 mil unidades como nível de referência, quais são as variações percentuais de
unidades vendidas e LAJIR, à medida que as vendas vão do nível de referência aos outros
níveis usados no item b?
d) Use as porcentagens calculadas em c para determinar o grau de alavancagem operacional
(GAO).
e) Utilize a fórmula do GAO para calcular o GAO no nível de 10.000 unidades.

2. A Cia Paraná está esperando para o próximo exercício, um incremento nas vendas na
ordem de 30% A empresa também está pretendendo promover uma alteração em sua
estrutura de custos com a finalidade de maximizar sua rentabilidade. A mudança
proposta seria a troca de parte de sus custos operacionais variáveis (eliminando a
comissão sobre vendas), por custos operacionais fixos (aumentando o salário dos
vendedores). Os estudos mostraram os seguintes números:
Situação Atual
Vendas de 20.000 unidades a R$10,00/unid
Custo variável = 40% das vendas
Custo operacional fixo = R$80.000,00

Situação Proposta
Vendas de 20.000 unidades a R$10,00/unid
Custo variável = 30% das vendas
Custo operacional fixo = R$ 100.000,00

Incremento nas vendas de 30%

Calcule o LAJIR na situação atual e na situação proposta e faça um estudo sobre o grau de alavancagem
operacional com o incremento nas vendas de 30%.

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49

3. Uma empresa tem atualmente uma estrutura de capital composta de obrigações no valor
total de R$250.000,00, pagando juros anuais de 16%, e 2 mil ações ordinárias. A
empresa é tributada à alíquota de 40%.
a) Usando valores de LAJIR de R$80.000,00 e R$120.000,00, determine o lucro por ação
correspondente.
b) Usando o LAJIR de R$80.000,00 como base, calcule o grau de alavancagem financeira
(GAF).
c) Refaça os itens a e b, supondo que a empresa tenha dívidas no valor de R$100.000,00, pagando juros
anuais de 16%, e 3 mil ações ordinárias.

4. A Cia Piauí, uma empresa em fase de expansão, apresenta a seguinte situação;


- A projeção do lucro operacional para o próximo exercício é de R$100.000,00.
- A empresa tem um empréstimo bancário no valor de R$250.000,00, cujos juros
correspondentes são de 10% ao ano.
- Estão distribuídas no mercado 4.900 ações preferenciais, com dividendo anual
estipulado em R$5,00 por ação.
- Possui ainda, 10.000 ações ordinárias.
A empresa pretende fazer um estudo para verificar o impacto de uma variação de 20% do lucro
operacional (LAJIR) esperado sobre o lucro por ação (LPA).

5. Uma empresa fabricante de cabos para computadores prevê vendas de 20 mil unidades
a R$5,00 cada no próximo ano, e precisa cobrir as seguintes obrigações: CV =
R$2,00/unid; CF = R$10.000,00, Juros = R$20.000,00; dividendo preferencial =
R$12.000,00 e IR = 40%. O capital da empresa é formado por 5000 ações. A partir do
conceito de grau de alavancagem total, determine o efeito no LPA em termos
percentuais de um aumento de 50% nas vendas.

6. Uma indústria produz uma tranca patenteada para barcos que é vendida no atacado por
R$6,00. Cada tranca tem um custo operacional variável de R$3,50. Os custos
operacionais fixos são de R$50.000,00 por ano. A empresa paga R$13.000,00 de juros
e R$7.000,00 de dividendos preferenciais por ano. Atualmente, está vendendo 30 mil
trancas por ano e é tributada à alíquota de 40% anualmente.
a) Calcule o ponto de equilíbrio operacional da empresa.
b) Com base nas vendas correntes da empresa de 30 mil unidades por ano, e nos níveis de
juros e dividendos preferenciais atualmente pagos, calcule os valores do LAJIR e do lucro
líquido.
c) A indústria assinou um contrato para produzir e vender mais 15 mil trancas no próximo ano.
Calcule as variações no LAJIR e no lucro líquido, e através dessas informações calcule o
GAO, o GAF e o GAT da empresa.
d) Calcule o GAO, GAF e o GAT da empresa, através da fórmula.

7. A empresa TOR recentemente vendeu 100 mil unidades de seu produto a R$7,50 cada.
Seus custos operacionais variáveis são de R$3,00/unid e os fixos são iguais a
R$250.000,00. As despesas anuais de juros totalizam R$80.000,00 e a empresa tem 8
mil ações preferenciais com dividendo anual de R$5,00/ação. Atualmente, há 20 mil
ações ordinárias em seu capital. Suponha que a empresa seja tributada à alíquota de
40%.

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


50

a) Em que nível de vendas (unidades) a empresa ficaria em equilíbrio operacional(ou seja,


LAJIR = 0)?
b) Calcule o lucro por ação (LPA) da empresa sob a forma de uma tabela no nível corrente de
vendas e no nível de vendas de 120 mil unidades.
c) Usando a atual receita de vendas de R$750.000,00 como base, calcule o grau de
alavancagem operacional (GAO) da empresa.
d) Aplicando o LAJIR associado à receita de vendas de R$750.000,00 como base, calcule o
grau de alavancagem financeira (GAF) da empresa.
e) A partir do conceito de grau de alavancagem total (GAT), determine o efeito, em termos percentuais,
de um aumento de 50% das vendas, partindo da receita de vendas de R$750.000,00 como base,
sobre seu lucro por ação.

8. A Cia Multi possui ativos totais no valor de R$10 milhões, e seu LAJIR é de R$2 milhões. Ele
paga dividendos preferenciais de R$200.000,00 e é tributada a alíquota de IR de 35%. Em um
esforço visando determinar a estrutura ótima de capital, a empresa coletou dados relativos ao
custo de capital de terceiros, ao número de ações ordinárias em cada nível de endividamento e
ao retorno geral exigido sobre o investimento.

Índice de Custo capital Nº ações Retorno exigido


endividamento terceiros (%) ordinárias (%)
0% 0 200.000 12,0
15% 8,0 170.000 13,0
30% 9,0 140.000 14,0
45% 12,0 110.000 16,0
60% 15,0 80.000 20,0

a) Calcule o LPA em cada nível de endividamento.


b) Calcular o preço da ação em cada nível de endividamento.
c) Escolha a estrutura ótima de capital. Justifique a sua escolha.

9. Uma companhia coletou os seguintes dados relativos à sua estrutura de capital, aos lucros
por ação esperados e aos retornos exigidos.

Índice de LPA esperado Retorno


endividamento (R$) exigido (%)
0% 3,12 13
10% 3,90 15
20% 4,80 16
30% 5,44 17
40% 5,51 19
50% 5 20
60% 4,40 22

a) Calcule o valor estimado da ação associado a cada uma das estruturas de capital.
b) Determine a estrutura ótima de capital com base na maximização do LPA e na maximização
do valor da ação.
c) Que estrutura de capital você recomendaria? Por quê?

10. O conselho de administração de uma empresa encontrou um estudo sobre estrutura de


capital. A empresa possui ativos totais de R$40 milhões. Seu lucro antes de juros e imposto de
renda é de R$8 milhões e a empresa é tributada à alíquota de 35%.

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51

a) Calcule o volume de capital de terceiros, o volume de capital próprio e o número de ações


ordinárias em cada uma das estruturas de capital , supondo um valor contábil de R$25,00
por ação.

Índice de Ativo total Capital de Capital Número de


endividamento (R$) terceiros (R$) próprio (R$) ações
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%

b) Dado o custo de capital de terceiros em diversos níveis de endividamento, calcule o valor


anual das despesas financeiras.

Índice de Capital de Custo capital Despesas


endividamento terceiros (R$) terceiros (%) financeiras (R$)
0% 0,0
10% 7,5
20% 8,0
30% 9,0
40% 11,0
50% 12,5
60% 15,5

c) Usando o LAJIR de R$ 8 milhões, uma alíquota de IR de 35% e as informações obtidas nos


itens a e b, calcule o LPA mais provável da empresa nos diversos níveis de endividamento.
Assinale o nível de endividamento que maximiza o LPA.

Índice de LAJIR Despesas LAIR (R$) Imposto de Lucro Número de LPA (R$)
endividamento (R$) financeiras Renda líquido (R$) ações
(R$)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%

d) Usando o LPA calculado no item anterior, as estimativas de retorno exigido, estime o valor
da ação nos diversos níveis de endividamento. Assinale o nível de endividamento que
maximiza o preço da ação.

Índice de LPA (R$) Retorno Preço da ação


endividamento exigido (%) (R$)
0% 10,0
10% 10,3
20% 10,9

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52

30% 11,4
40% 12,6
50% 14,8
60% 17,5

e) Prepare uma recomendação ao conselho de administração da empresa, especificando o


nível de endividamento que acompanhará o objetivo de otimização da riqueza do acionista.
Use os resultados obtidos para justificar sua resposta.

11. A Cia ETA. possui custos operacionais fixos de R$300.000 e custos operacionais variáveis
que correspondem a 40% das vendas, fez as seguintes estimativas de vendas:

Probabilidade de Vendas 0,30 0,40 0,30


Receita de vendas R$600.000 R$900.000 R$1.200.000

A empresa deseja analisar cinco estruturas de capital possíveis, com índices de endividamento
iguais a 0, 15, 30,45 e 60%. Supõe-se que os ativos totais da empresa, no valor de R$1 milhão,
permaneçam constantes. Sua ação ordinária tem valor igual a R$25,00 a unidade, e a empresa
paga imposto de renda à alíquota de 35%. Os seguintes dados adicionais foram coletados para
uso na análise das cinco estruturas de capital alternativas.

Índice de Custo capital Retorno exigido


endividamento terceiros (%) (Ks)
0% 0,0 10%
15% 8,0 10,5%
30% 10,0 11,6%
45% 13,0 14,0%
60% 17,0 20%

a) Calcule o nível de LAJIR associado a cada um dos três níveis de vendas.

Probabilidade de Vendas
Receita de vendas
(-) Custos fixos
(-) Custos variáveis
= LAJIR

b) Calcule o volume de capital de terceiros, o volume de capital próprio e o número de ações


ordinárias em cada uma das estruturas de capital que está sendo considerada.

Índice de Ativo total Capital de Capital Número de


endividamento (R$) terceiros (R$) próprio (R$) ações
0%
15%
30%
45%
60%

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53

c) Calcule os juros anuais devidos em cada estrutura de capital considerada.

Índice de Capital de Custo capital Despesas


endividamento terceiros (R$) terceiros (%) financeiras (R$)
0%
15%
30%
45%
60%

d) Calcule o LPA associado a cada um dos três níveis de LAJIR determinados no item a para
cada estrutura de capital considerada.

Índice de LAJIR Despesas LAIR (R$) Imposto de Lucro Número de LPA (R$)
endividamento (R$) financeiras Renda líquido (R$) ações
(R$)

0%

15%

30%

45%

60%

e) Calcule o LPA esperado para cada estrutura de capital utilizando os resultados obtidos
acima.

f) Utilize os dados obtidos acima para estimar o valor da ação (P0) para cada estrutura de
capital que está sendo considerada.

Índice de LPA Retorno Preço da ação


endividamento esperado(R$) exigido (%) (R$)
0%
15%
30%
45%
60%

Qual é a estrutura preferível, caso o objetivo da empresa seja maximizar o LPA? Que estrutura
seria preferível se o objetivo fosse maximizar o valor da ação? Qual das estruturas de capital
deveria ser recomendada para a empresa? Justifique sua resposta.

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UNIDADE 5- POLÍTICA DE DIVIDENDOS

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UNIDADE 6- AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

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UNIDADE 7- ADMINISTRAÇÃO DO
CAPITAL DE GIRO
UNIDADE 7- ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO

1. Responda as questões:

1. Qual o objetivo da administração financeira de curto prazo e qual a importância da


administração do capital de giro para a gestão financeira nas empresas?
2. Relacione as 2 questões básicas que estão no campo de estudo da administração do
capital de giro. Descreva a relação fundamental que está sempre presente nas decisões
relacionadas a ela.
3. Defina Capital de Giro e Capital de Giro Líquido e descreva a equação do CCL.
4. Explique a frase: “CCL positivo significa que fundos a longo prazo estão financiando
parte dos Ativos Circulantes.”
5. Justifique a conclusão: “Para a maioria das empresas a presença de CCL positivo e
básica a seus negócios.”
6. Explique as necessidades de financiamento permanentes e sazonais da empresa.

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57

7. Quais são as estratégias de administração do CCL, para a determinação do mix


adequado de financiamento à curto prazo e à longo prazo. Explique-as.
8. Que tipo de impacto pode ser esperado nas variáveis de risco e de retorno quando é
utilizada uma política agressiva de investimentos em capital de giro?
9. Qual o dilema risco-retorno nas decisões de financiamento de capital de giro?
10. Se os empréstimos de longo prazo são menos arriscados para o tomador dos recursos,
porque as empresas deveriam avaliar a contratação de recursos de curto prazo?

2. Resolva os exercícios:

1. O patrimônio líquido da Cia. TEC é de $ 6.000.000, o que corresponde a 60% do seu ativo
permanente. A empresa possui direitos a receber no valor de $ 1.000.000 para daqui a 24
meses e financiamentos a pagar para daqui a 19 meses no valor de $ 4.000.000. Determine o
volume de recursos a longo prazo (próprios e de terceiros) da empresa que se encontra
aplicado em itens circulantes. (utilize o cálculo do CCL)

2. Uma empresa projetou, para determinado período, as seguintes necessidades mínimas e


máximas de investimentos em capital de giro:

Investimento Investimento
Mínimo Máximo
Valores a Receber $ 4.000.000 $ 7.000.000
Estoques $ 7.000.000 $ 12.000.000

Por outro lado, as suas oportunidades de captação de recursos a curto prazo, também definidas
em valores mínimos e máximos, estão previstas da forma seguinte:

Volume Mínimo de Volume Máximo de


Captação a Captação a
Curto Prazo Longo Prazo
Fornecedores $ 3.000.000 $ 4.500.000
Empréstimos Bancários $ 3.000.000 $ 6.000.000

Para um custo de capital de curto prazo inferior ao de longo prazo, pede-se determinar o
volume de capital circulante líquido que deve ser mantido pela empresa visando maximizar o
seu nível de rentabilidade. De maneira inversa, demonstre também o nível de capital circulante
líquido que ofereça o menor nível de risco (e de rentabilidade) à empresa.

3. Com relação ao exercício anterior, admita-se que a empresa mantenha um ativo permanente
de $ 35.000.000 e um patrimônio líquido de $ 26.000.000. O seu realizável a longo prazo é
nulo. Sabe-se ainda que o custo do dinheiro a curto prazo (aplicável a todo o passivo circulante)
atinge 12,0% a.a., e o de longo prazo, 15,5% a.a. Pede-se:
a) o montante de recursos de terceiros de longo prazo necessários em cada nível de risco
considerado (alto e baixo);
b) para um lucro operacional (antes do IR) de $ 7.700.000, demonstrar a rentabilidade sobre o
capital próprio da empresa para os dois níveis de risco considerados. Sabe-se que a alíquota
de IR é de 34%.

4. Pede-se determinar o retorno sobre o patrimônio líquido em três estruturas possíveis de


investimento em giro: baixo, médio e alto. A taxa de juro para o passivo circulante é de 16%, e
para o exigível a longo prazo, de 22%. O lucro operacional bruto é de $ 1.750.000, e a alíquota
de IR, de 34%.

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BAIXO MÉDIO ALTO


Ativo Circulante $ 1.000.000 $ 2.000.000 $ 3.000.000
Ativo Permanente 2.000.000 2.000.000 2.000.000
TOTAL $ 3.000.000 $ 4.000.000 $ 5.000.000
Passivo Circulante 600.000 800.000 1.000.000
Exigível a LP 900.000 1.200.000 1.500.000
Patrimônio Líquido 1.500.000 2.000.000 2.500.000

5. Seguem as informações da Cia Segurança Ltda, de 31/01/2004 disponibilizadas pela


Contabilidade:
Saldos das contas da Cia Segurança em 31/01/2004
Veículos R$ 2.964,00
Impostos a recolher R$ 1.635,00
Móveis e Utensílios R$ 9.379,00
Lucros para investimentos R$ 6.130,00
Caixa R$ 22.690,00
Salários a pagar R$ 6.963,00
Bancos c/ movimento R$ 19.823,00
Fornecedores R$ 9.853,00
Estoques R$ 6.889,00
Instalações R$ 26.662,00
Clientes R$ 9.764,00
Financiamentos de CP R$ 16.000,00
Financiamentos de LP R$ 22.590,00
Capital R$ 35.000,00

Pede-se:
1. Classifique as contas do Balanço.
2. Calcule a Folga Financeira (CCL) da empresa.
3. Analise e comente sobre esta folga financeira, justificando-ª

6. Indique a Folga Financeira (CCL), positiva ou negativa, da Cia Mineira.


a) Calcule esta Folga Financeira para os dois períodos (2010 e 2011).
b) Analise e comente o que ocorreu com a folga financeira de 2010 para 2011.
BALANÇO PATRIMONIAL – Cia Mineira

ATIVO 2010 2011 PASSIVO 2010 2011


Disponível 750 900 Fornecedores 1.300 4.100
Duplicatas a receber 3.200 4.600 Empréstimos 1.000 1.600
Estoques 2.200 3.300 Provisão de IR 1.600 2.500
TOTAL DO AC 6.150 8.800 TOTAL DO PC 3.900 8.200

Imobilizado 3.000 8.000 Exigível a LP 1.450 1.900


Depreciação (300) (900)
TOTAL DO AP 2.700 7.100 Patrimônio Líquido 3.500 5.800
ATIVO TOTAL 8.850 15.900 Passivo + PL 8.850 15.900

7. Os ativos circulantes, permanentes e totais da Indústria X, para cada mês do próximo ano
são:
Mês At. Circulantes At. Permanentes Ativos Totais Nec. Perman. Nec. Sazonal
Janeiro 15.000 30.000 45.000
Fevereiro 22.000 30.000 52.000
Março 30.000 30.000 60.000
Abril 18.000 30.000 48.000
Maio 10.000 30.000 40.000

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59

Junho 6.000 30.000 36.000


Julho 9.000 30.000 39.000
Agosto 9.000 30.000 39.000
Setembro 15.000 30.000 45.000
Outubro 20.000 30.000 50.000
Novembro 22.000 30.000 52.000
Dezembro 20.000 30.000 50.000

a) Classifique as necessidades mensais totais de fundos nos componentes permanente e


sazonal.
b) Calcule as necessidades médias mensais de fundos permanentes e sazonais a partir de
seus resultados no item anterior.

8. A Empresa XYZ projetou suas necessidades totais de fundos para o próximo ano conforme os valores abaixo:
Mês Ativos Totais Necessidade Necessidade
Permanente Sazonal
Janeiro 2.000
Fevereiro 2.000
Março 2.000
Abril 4.000
Maio 6.000
Junho 9.000
Julho 12.000
Agosto 14.000
Setembro 9.000
Outubro 5.000
Novembro 4.000
Dezembro 3.000

a) Classifique as necessidades mensais de fundos da empresa, nos seus componentes


permanente e sazonal. Calcule a necessidade média mensal para cada um desses
componentes.
b) Indique os montantes de financiamento a longo e curto prazo que são usados para atender
às necessidades totais de fundos sob uma estratégia agressiva e uma estratégia
conservadora. Suponha que, sob a estratégia agressiva os fundos a longo prazo financiem
as necessidades permanentes e que os fundos a curto prazo seriam usados para financiar
as necessidades sazonais.
c) Admitindo que os fundos a curto prazo têm um custo anual de 12% e que o custo anual dos
fundos a longo prazo é de 17%, utilize as médias encontradas em a para calcular o custo
total das estratégias descritas em b.
d) Discuta a relação entre risco e lucratividade associados com as estratégias agressiva e
conservadora.

8. Os ativos circulantes, permanentes e totais da empresa MG para cada mês do próximo


ano são, em R$:
Mês Ativos Ativos Ativos Totais Necessidade Necessidade
Circulantes Permanentes Permanente Sazonal
Janeiro 5.000 20.000 25.000
Fevereiro 4.500 20.000 24.500
Março 2.500 20.000 22.500
Abril 2.000 20.000 22.000
Maio 2.500 20.000 22.500
Junho 4.000 20.000 24.000
Julho 5.500 20.000 25.500
Agosto 6.500 20.000 26.500
Setembro 7.000 20.000 27.000

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


60

Outubro 6.500 20.000 26.500


Novembro 6.000 20.000 26.000
Dezembro 5.500 20.000 25.500

a) Classifique as necessidades mensais de fundos da empresa, nos seus componentes


permanente e sazonal. Calcule a necessidade média mensal para cada um desses
componentes.
b) Indique os montantes de financiamento a longo e curto prazo que são usados para atender
às necessidades totais de fundos sob uma estratégia agressiva e uma estratégia
conservadora. Suponha que, sob a estratégia agressiva os fundos a longo prazo financiem
as necessidades permanentes e que os fundos a curto prazo seriam usados para financiar
as necessidades sazonais.
c) Calcule o custo total de financiamentos nas estratégias agressiva e conservadora,
considerando que os recursos de curto prazo custam 6% e os de longo prazo custam 15%.
d) Discuta a relação entre risco e lucratividade associados com as estratégias agressiva e
conservadora.

10. A seguir são apresentados os saldos das contas patrimoniais extraídos dos balanços
publicados por uma empresa especializada em artigos para vestuário masculino.
Solicita ordenar as contas nos respectivos grupos (não existem exigibilidades em longo prazo)
e montar os Balanços Patrimoniais dos dois exercícios.

Valores nominais em R$ Saldos em 31/12


2004 2005
Contas a pagar 15.126 43.764
Contas a receber de clientes 106.017 424.654
Investimentos (permanentes) 4.488 19.278
Reservas de lucros 3.994 18.830
Empréstimos a pagar 2.483 2.049
Dividendos e Participações a pagar 24.336 36.238
Provisão para créditos de liquidação duvidosa 3.180 12.739
Impostos e contribuições a recolher 55.397 130.768
Estoque de mercadorias 73.136 364.556
Aplicações financeiras 95.722 224.438
Diferido 10.463 56.272
Provisões diversas a pagar 10.383 39.759
Créditos diversos (a receber a curto prazo) 11.972 27.805
Fornecedores (duplicatas a pagar) 107.752 496.678
Depósitos judiciais (RLP) 307 14.918
Imobilizado 90.148 436.113
Lucros acumulados 95.141 145.657
Empréstimos compulsórios (RLP) 59 2.178
Capital social realizado 51.000 153.000
Caixa e bancos 17.619 41.120
Reservas de capital 41.139 531.850

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TOTAL DO ATIVO 406.751 1.598.593

A partir dos dados obtidos acima, determine o capital de giro da empresa, calcule o CCL e
indique o que esta variável significa para a empresa.

UNIDADE 8- ADMINISTRAÇÃO DE
DISPONIBILIDADES

1. Responda as questões:
1. Conceitue os Ciclos Operacionais e de Caixa. Apresente as principais diferenças entre eles.
Como o Ciclo Operacional e o Ciclo de Caixa têm influência nas necessidades de recursos
financeiros na empresa? Como são calculados o Ciclo Operacional e o Ciclo de Caixa?
2. Conceitue o Caixa. Apresente e discuta os motivos de se manter caixa.
3. Quais os fatores importantes na determinação do saldo mínimo de caixa?
4. Cite e explique as estratégias básicas para redução do ciclo de caixa na empresa.
5. Apresente as principais técnicas de administração do caixa da empresa.
6. Conceitue Títulos Negociáveis, e cite os motivos pelos quais as empresa aplicam seus
recursos nesses títulos.
7. Quais as três características principais dos Títulos Negociáveis?
8. Quais as alternativas que o mercado financeiro oferece as empresa para aplicação de
recursos temporariamente ociosos? Descreva como são feitas essas aplicações.

2. Resolva os exercícios:

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


62

1. A empresa Empreendimentos Piraquara S.A. pretende melhorar a eficiências da gestão de


seu caixa. Seus valores a receber são cobrados, em média, em 45 dias e a idade média dos
estoques é de 60 dias. Os compromissos com seus fornecedores são pagos no prazo de 30
dias. A empresa gasta R$250.000,00 por ano para dar suporte ao ciclo operacional.
a) Calcule o Ciclo Operacional da empresa.
b) Calcule o Ciclo de Caixa.
c) Calcule o montante de financiamento, necessário para sustentar o Ciclo de Caixa.
d) Quais as alternativas possíveis para que a empresa possa reduzir o Ciclo de Caixa?

2. Utilizando-se dos dados do exercício 1, calcule os resultados nos Ciclos de Caixa e no Giro
de Caixa, se acontecerem as seguintes hipóteses:
a) Os valores a receber são cobrados, em média, em 60 dias.
b) Os compromissos com fornecedores são pagos, em média, em 90 dias.
c) A idade média dos estoques passa a 45 dias.
3. Uma indústria paga as duplicatas de seus fornecedores no décimo dia após a compra. O
período médio de cobrança é de 30 dias, e a idade média dos estoques é de 40 dias. Os
investimentos no ciclo operacional consomem desembolsos de aproximadamente R$18 milhões
por ano. A empresa está estudando um plano que irá aumentar o prazo de pagamento de seus
fornecedores em 20 dias. Se a empresa paga 12% ao ano por seus financiamentos, que
economia anual pode ser realizada com esse plano?

4. A Petrogás gira seus estoques seis vezes por ano, tem um período médio de cobrança de 45
dias e um período médio de pagamento de 30 dias. Os dispêndios anuais com o ciclo
operacional são de R$3 milhões. Supondo um ano de 360 dias:
a) Calcule o ciclo operacional e o ciclo de caixa da empresa, seus gastos operacionais
diários e o montante de empréstimos necessários para sustentar o seu ciclo de caixa.
b) Determine o ciclo de caixa e as necessidades de financiamento, caso se faça as
seguintes mudanças simultaneamente: (1) Redução da IME em 5 dias; (2) Aceleração
da cobrança de duplicatas em 10 dias; (3) Extensão do período médio de pagamento em
10 dias.
c) A empresa paga 13% ao ano sobre empréstimos. Se for o caso, de quanto aumentaria
seu lucro anual a partir das mudanças apontadas no item b?
5. A Bocaiúva Comércio e Indústria S.A. terá, nos próximos três meses, recursos ociosos no
valor de R$100.000,00. O gerente financeiro da empresa está analisando algumas alternativas
de aplicação desses recursos. Utilizando seus conhecimentos de matemática financeira, ajude
o gerente na decisão. Não considere a incidência de eventuais impostos.
a) Alternativa A: Pagar uma duplicata de R$120.000,00, com vencimento em 90 dias, com
um desconto de 3% ao mês. Como o emitente exige o pagamento integral, o gerente
precisará recorrer ao banco para emprestar a diferença a um custo de 2,5% ao mês.
b) Alternativa B: Aplicar em CDB a uma taxa de 3% ao mês.
c) Alternativa C: Aplicar em ações com uma expectativa de rendimento de 5% ao mês.

6. A American Products está preocupada com a gestão eficiente de seu caixa. Em média, os
estoques têm idade de 90 dias e as contas a receber são pagas em 60 dias. As contas a pagar
são liquidadas em aproximadamente 30 dias após serem geradas. A empresa gasta R$30
milhões em investimentos em seu ciclo operacional por ano. Suponha um ano de 360 dias.
a) Calcule o ciclo operacional da empresa.
b) Calcule o ciclo de caixa da empresa.
c) Calcule o volume de recursos necessários para sustentar o ciclo de caixa da
empresa.
d) Discuta como a administração poderia reduzir o ciclo de caixa da empresa.

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


63

7. Uma indústria gira seu estoque oito vezes por ano, tem prazo médio de pagamentos de 35
dias e prazo médio de recebimento de 60 dias. Os gastos totais anuais da empresa com
investimentos no ciclo operacional são de R$3,5 milhões. Suponha um ano de 360 dias.
a) Calcule os ciclos operacionais e de caixa da empresa.
b) Calcule o gasto diário com o ciclo operacional. Que proporção desses recursos deve
ser aplicada para sustentar o ciclo de caixa?
c) Se a empresa estiver pagando 14% por esses recursos, em quanto seu lucro poderá
aumentar se ela puder alterar favoravelmente o ciclo de caixa em 20 dias?

8. A empresa AAA paga aos fornecedores de insumos 15 dias após a compra. O prazo médio
de cobrança dos clientes é de 30 dias e a idade média de estoques é de 42 dias. Os
investimentos no Ciclo Operacional demandam cerca de R$20 milhões. Está nos planos da
empresa aumentar o prazo de pagamento aos fornecedores para 35 dias. A empresa tem um
custo de financiamento de capital de 15% ao ano.
a) Demonstre, comparativamente, o ciclo de caixa atual e o proposto.
b) O novo ciclo de caixa seria vantajoso para a empresa? Por quê?
c) Faça uma comparação entre os custos financeiros de aquisição de insumos atuais e
os propostos com o novo fluxo de caixa.

9. A Cia. TP mantém um giro de 12 vezes em suas duplicatas a receber e de 24 vezes em suas


duplicatas a pagar. As suas matérias-primas permanecem normalmente 40 dias estocadas,
antes de serem consumidas pela produção, e os produtos terminados demandam 60 dias para
serem vendidos. A empresa dispende ainda 40 dias para a fabricação de seus produtos.
Visando-se desenvolver alguns estudos da empresa a partir de seu ciclo de caixa pede-se:
a) Calcule o ciclo operacional e o ciclo de caixa da Cia TP. Represente graficamente o ciclo
de caixa.
b) Considerando que as saídas de caixa anuais relativas aos investimentos no ciclo
operacional sejam de R$3,5 milhões, qual o montante de financiamento necessário para
sustentar o ciclo de caixa da empresa?
c) A empresa vem procurando dinamizar suas vendas através de uma elevação de seus
prazos de recebimento. Uma reavaliação rigorosa em seu ciclo de caixa demonstrou que
o prazo de estocagem de matérias-primas pode ser reduzido em 10 dias, o de produção
em 5 dias e o de estocagem de produtos terminados em 15 dias. Mantendo-se em 160
dias o ciclo de caixa máximo para a Cia TP, qual o prazo de recebimento adicional que
poderá ser concedido a seus clientes?

3. Estudos de Caso:
Em seguida estão relacionadas três notícias publicadas pelas seções de economia e finanças
de alguns jornais brasileiros de grande circulação em agosto de 2003. A partir das informações
de cada uma delas, desenvolva uma avaliação dos possíveis impactos decorrentes destes fatos
nas variáveis-chaves necessidade de capital de giro e ciclo de caixa das empresas.

Caso 1

“Indústria e varejo brigam por prazo – Os fabricantes e os varejistas de materiais de


construção travam uma queda-de-braço por causa dos prazos de pagamento e de reposição de

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estoques. O varejo pleiteia junto à indústria o alongamento do prazo de vencimento das suas
compras – em torno de 30 dias – para tentar ajustar este período com o prazo de financiamento
dado aos clientes das lojas, de seis meses em média. É difícil o varejo honrar as dívidas em
prazo tão curto quando o próprio lojista financia os clientes...” (Valor Econômico)

Caso 2

“Pão de Açúcar obtém prazos maiores dos seus fornecedores – Apesar da queda-de-braço
com os fornecedores, o grupo Pão-de-Açúcar vem conseguindo melhores condições de
compra. A varejista – que controla as redes Pão de Açúcar, Barateiro, Extra e Eletro – obteve
um prazo médio de pagamento de 42.7 dias no terceiro trimestre, ampliando o prazo
conseguido em igual período do ano passado, de 38 dias. Com isso, a empresa apresentou
uma vantagem em relação ao giro médio do estoque, que foi de 37,5 dias entre julho e
setembro. Em igual período do ano passado, a varejista girava o seu estoque em 39,6 dias”
(Valor Econômico)

Caso 3

“United Airlines admite que poderá pedir concordata – A UAL Corp. Controladora da United
Airlines admitiu que poderá pedir concordata ainda este ano, se a companhia não conseguir
cortar custos e obter garantias do governo americano para levantar empréstimos que ajudem a
pagar US$ 875 milhões em dívidas com vencimento no quarto trimestre. Se a empresa usar
suas reservas para pagar as dívidas poderá lhe restar muito pouco dinheiro para manter suas
operações...”(Valor Econômico)

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UNIDADE 9- ADMINISTRAÇÃO DE
CONTAS A RECEBER

1. Responda as questões:

1. Conceitue crédito. Justifique a importância do crédito na realização de vendas. Como o


crédito interfere nas necessidades de capital da empresa?
2. O que é Administração de Duplicatas a receber?
3. Porque a preferência pelas vendas à vista é uma verdade para a maioria das empresas?
4. O que são e para que servem as políticas de crédito?
5. O que são e para que servem os padrões de crédito?
6. Quais as variáveis influenciadas pelos padrões de crédito? Como a influência acontece?
Como o prazo influencia o volume de vendas? Quais as principais conseqüências de um
aumento de prazo para quem compra e para quem vende?
7. Qual a função da exigência de garantias? Explique os tipos de garantias que podem ser
utilizados pelas empresas.
8. Explique as cinco etapas do processo de concessão de crédito.

Gestão Financeira I – Profa. Daiana Paula Pimenta


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9. O que é cobrança e como a cobrança pode influenciar as vendas? O que as políticas de


cobrança estabelecem? Quais os principais mecanismos de cobrança utilizados pelas
empresas?
10. Se você vendesse a crédito em que condição utilizaria os mecanismos alternativos
mencionados neste Capítulo? Que conseqüências negativas podem advir da cobrança via
representante.

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