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CONTABILIDADE PÚBLICA
MISSÃO
VISÃO
EDITORIAL
Seja bem-vindo!
Apresentação da Disciplina
Caro aluno, seja bem-vindo! O objetivo desta disciplina é estudar sobre elementos
da contabilidade geral, métodos e sistemas de escrituração da contabilidade públi-
ca. Entenderemos sobre as receitas e despesas públicas, contabilidade orçamentária,
financeira e patrimonial, demonstrações contábeis e especificidades do campo de
aplicação da contabilidade pública. Você verá que são temas simples, mas essenciais
à sua formação acadêmica. Ressaltamos que sua participação e integração na aula é
muito importante. Por isso, não deixe de ler os materiais complementares que serão
sugeridos ao longo da matéria.
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
CONCLUSÃO 20
CONCLUSÃO 30
CONCLUSÃO 45
CONCLUSÃO 59
CONCLUSÃO 68
CONCLUSÃO 77
REFERÊNCIAS 79
ICONOGRAFIA
ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR CURIOSIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS
GLOSSÁRIO QUESTÕES
MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES CITAÇÕES
EXEMPLOS DOWNLOADS
UNIDADE 1
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:
> Aponte as
características em
comum entre a
contabilidade geral e a
contabilidade pública
1 CONTABILIDADE GERAL E
CONTABILIDADE PÚBLICA
A contabilidade é uma ciência que estuda as variações do patrimônio de uma entida-
de com o objetivo de orientar e controlar atos e fatos administrativos, como aquisições
de mercadorias, de ativo imobilizado, contratação de serviços, pagamento de mão de
obra própria e terceira e tantas outras transações que uma entidade pode realizar.
Kohama (2016) conceitua contabilidade como sendo a ciência que estuda o patri-
mônio à disposição das organizações, em seus aspectos estáticos e em suas varia-
ções, para enunciar, por meio de fórmulas racionalmente deduzidas, os efeitos da
administração sobre a formação e a distribuição dos créditos.
Silva (2011) afirma que a contabilidade aplicada ao setor público tem por objetivo
fornecer à administração informações a respeito de:
As práticas contábeis no ambiente público são amparadas pela Lei n° 4.320/64, con-
forme artigos a seguir:
Art. 87. Haverá controle contábil dos direitos e obrigações oriundos de ajustes ou con-
tratos em que a administração pública for parte.
A contabilidade pública tem por objetivo captar, registrar e interpretar os atos ad-
ministrativos que afetam as situações orçamentárias, financeiras e patrimoniais das
entidades de direito público interno (União, Estados, Distrito Federal e Municípios),
por meio de metodologia específica, e utiliza de contas escrituradas constituintes do
sistema contábil público (KOHAMA, 2016).
O sistema contábil está intimamente ligado ao plano de contas público, tema a ser
abordado nas próximas unidades.
Silva (2011) afirma que a escrituração dos fatos administrativos da entidade, seja pú-
blica, seja privada, é feita segundo o método de escrituração e por um sistema de
contas adotado.
O método de escrituração pode ser por partidas simples ou por partidas dobradas.
Esse último é o mais usado tanto universalmente quanto na contabilidade pública.
O Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) deve ser utilizado por todos os
Poderes de cada ente da federação, seus fundos, órgãos e autarquias, inclusive espe-
ciais, e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, bem como pelas empre-
sas estatais dependentes. As entidades abrangidas pelo campo de aplicação devem
observar as normas e as técnicas próprias da contabilidade aplicada ao setor público.
Todo registro contábil deverá ser efetuado mediante um comprovante hábil. Tal com-
provante classifica-se em comprovantes de caixa ou extracaixa. Os primeiros são do-
cumentos que servem de comprovação de pagamentos ou recebimentos em dinhei-
ro efetuados pelos setores financeiros ou pela rede bancária, enquanto os segundos
dizem respeito a documentos que fundamentam registros que não tiveram movi-
mentação de recursos financeiros.
Os comprovantes para fins de escrituração, para cada dia, serão separados e agrupa-
dos da seguinte forma:
A escrituração será efetuada por meio dos seguintes livros ou fichas a serem escritu-
radas pelos órgãos setoriais.
Para finalizar, vale ressaltar que tais livros são escriturados pelo órgão central e são
encaminhados para consolidação no:
• diário central, que tem o mesmo formato do diário setorial. No central, serão
registradas as operações resultantes da centralização dos balancetes dos ór-
gãos setoriais e, ainda, ao final de cada exercício, os balanços orçamentários
financeiro e patrimonial consolidados e a respectiva conta de variações patri-
moniais;
CONCLUSÃO
A contabilidade é uma ciência que estuda o patrimônio à disposição das aziendas,
em seus aspectos estáticos e em suas variações, para enunciar, por meio de fórmulas
racionalmente deduzidas, os efeitos da administração sobre a formação e a distribui-
ção dos créditos.
A contabilidade aplicada ao setor público é amparada pela Lei n° 4.320/64 e tem por
objetivo fornecer à administração informações a respeito de:
Além disso, podemos também inferir que a contabilidade pública não se destina
apenas ao registro e escrituração contábil, mas também exige a legalidade dos atos
da execução orçamentária por meio do controle e acompanhamento.
UNIDADE 2
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:
2 RECEITAS E DESPESAS
PÚBLICAS
2.1 RECEITAS PÚBLICAS
Vale destacar que, no âmbito público, receita é diferente de ingresso público. Os in-
gressos são entradas de recursos, assim como as receitas, mas o Estado não é titular
dessa entrada. Portanto, mesmo que aquele recurso esteja na conta do governo, em
um futuro breve ele deverá sair, então não pode ser caracterizado como receita. Um
bom exemplo de ingresso público são os depósitos judiciais.
• doações voluntárias;
• emissão de moeda.
As despesas públicas são os dispêndios realizados pelo Estado para atender os in-
teresses gerais da coletividade, nos termos da Constituição Federal e das leis, ou em
decorrência de contratos ou outros ajustes similares. A realização da despesa pública
depende sempre de prévia autorização legislativa e representa o cumprimento do
programa de trabalho constante na Lei Orçamentária. A violação dessa regra configu-
ra crime e violação à Lei da Responsabilidade Fiscal.
Para finalizar o estudo das despesas, no Brasil foi implantado pela portaria n° 05/1992
uma nova classificação das despesas públicas quanto à sua natureza. Essa nova clas-
sificação, ampliando a abrangência econômica da regra anterior, busca a obtenção
de informações que possibilitem:
• identificar as formas pelas quais as aplicações dos recursos públicos estão sen-
do realizadas;
Por essa classificação, as despesas podem ser diversas, conforme listado a seguir.
a. Despesas correntes: são despesas que não contribuem diretamente para a for-
mação ou aquisição de um bem patrimonial, a exemplo daquelas destinadas à
manutenção, funcionamento ou operação dos serviços públicos e à conserva-
ção de bens móveis e imóveis.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que as receitas públicas surgem do conjunto de entradas nos co-
fres públicos, rendas ou outros bens representativos de valores recebidos pelo Estado
ou por outras pessoas de direito público, para arcar com as despesas ocorridas no
exercício das funções básicas do Estado de atendimento das necessidades coletivas
e de fomento e desenvolvimento econômico e social.
Importante salientar que receita pública não é a mesma coisa que ingresso público.
Os ingressos são entradas de recursos, assim como as receitas, mas o Estado não é
titular dessa entrada. Portanto mesmo que aquele recurso esteja na conta do gover-
no, em um futuro breve ele deverá sair, portanto não pode ser caracterizado como
receita. Um bom exemplo de ingresso público são os depósitos judiciais.
Em 1992, implantou-se no Brasil uma nova classificação para as despesas. Essa nova
classificação buscava:
• identificar as formas pelas quais as aplicações dos recursos públicos estão sen-
do realizadas;
UNIDADE 3
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:
3 PRÁTICAS CONTÁBEIS NO
RAMO PÚBLICO
3.1 INTRODUÇÃO
O que a torna tão diferente surge desde o registro da previsão da receita orçamentá-
ria até o empenho da despesa pública. Tais fatos fornecem uma série de informações
sobre o planejamento e execução pública, tais como temas relacionados ao regime
de competência, receitas e despesas públicas.
• econômica;
• intraorçamentária;
• orçamentária e extraorçamentária;
• entre outras.
Receita não efetiva: também chamada de receita por mutação patrimonial, ingressa
aos cofres públicos durante o exercício financeiro. Porém, não contribui para o au-
mento do patrimônio da entidade. Surge da alienação de bens ou direitos, da contra-
tação de financiamentos de longo prazo e do recolhimento de créditos tributários ou
não tributários de exercícios anteriores.
Receita orçamentária: são as receitas previstas na Lei Orçamentária Anual que tenha
sido objeto de lei que a estabeleça. As receitas orçamentárias devem seguir quatro es-
tágios, sendo eles: previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento. As receitas orça-
mentárias possuem uma subdivisão, em que elas podem ser classificadas como cor-
rentes e de capital. As receitas correntes são aquelas que surgem da arrecadação de
tributos, contribuições, multas recebidas, transferências intergovernamentais constitu-
cionais destinadas a atender às despesas correntes. Já as receitas de capital são oriundas
da obtenção de recursos mediante a constituição de dívidas, amortização de emprésti-
mos e financiamento ou alienação do ativo imobilizado, além dos recursos recebidos de
pessoas públicas ou privadas destinados à aplicação em despesas de capital.
Até aqui revisitamos alguns conceitos das receitas públicas. Falemos agora sobre as
despesas públicas.
• vinculada e ordinária;
• extraorçamentária;
• intraorçamentária;
• orçamentária.
Despesa efetiva: é fixada na Lei Orçamentária Anual como o custeio de pessoal e en-
cargos sociais, juros e encargos da dívida e outras despesas correntes.
Despesa não efetiva: também chamada de despesa por mutação patrimonial. Ela
compõe o ativo não circulante da entidade e se torna realmente despesa por meio da
apropriação da depreciação quando for utilizada na prestação dos serviços públicos.
Despesa orçamentária: devem obedecer aos quatro estágios das despesas (fixação,
empenho, liquidação e pagamento). As despesas orçamentárias podem ser subdivi-
das em despesas correntes e de capital.
3.2.1 ATIVO
São recursos decorrentes de eventos passados controlados por uma entidade. De tais
recursos, esperam-se benefícios econômicos ou serviços para a entidade.
• custo histórico;
• custo corrente;
• valor realizável;
• valor presente.
A contabilidade divide o ativo por ordem de liquidez, em dois grupos: ativo circulante
e ativo não circulante.
O ativo não circulante é todo o ativo que não seja circulante, ou seja, o realizável a
longo prazo, o ativo imobilizado, os investimentos e ativo intangível. Logo, os ativos
não circulantes são os ativos tangíveis, intangíveis e ativos financeiros de longo prazo.
3.2.2 PASSIVO
O passivo será classificado como circulante quando sua liquidação se der dentro
do ciclo operacional da entidade (geralmente no ano corrente) ou até 12 meses
após o fechamento da demonstração contábil e o item é mantido para ser nego-
ciado (SLOMSKI, 2013).
Já o passivo não circulante é todo aquele que não for considerado circulante.
São exemplos de passivo não circulante no ramo público: dívida fundada, precatórios
de longo prazo, dívidas confessadas, entre outros.
Slomski (2013) traz em sua obra que o balanço orçamentário evidencia as receitas e
despesas orçamentárias e confronta o orçamento inicial e suas alterações com a exe-
cução, demonstrando o resultado orçamentário.
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo Passivo
Financeiro Financeiro
Permanente Permanente
Compensação Compensação
Conforme trazido por Slomski (2013), os itens mínimos do balanço patrimonial são:
a. ativo imobilizado;
c. ativos intangíveis;
d. ativos financeiros;
f. estoques;
k. provisões;
l. passivos financeiros;
Slomski (2013) explica que as variações patrimoniais ativas são aquelas que aumen-
tam a situação patrimonial líquida da entidade. Logicamente, as variações patrimo-
niais passivas são aquelas que reduzem a situação patrimonial líquida. E o resultado
patrimonial do exercício será evidenciado pelo superávit ou déficit patrimonial. Supe-
rávit quando as variações patrimoniais ativas forem maiores que as passivas e déficit,
quando for o contrário.
3.4 CONSOLIDAÇÃO
Tal quadro não substitui os balanços, ele apenas visa retratar as informações contidas
nos balanços, no intuito de facilitar o entendimento das informações.
A Constituição Federal, no artigo 70, nos traz que “prestará contas qualquer pessoa
física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou admi-
nistre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em
nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária” (CF, art. 70).
Não existe um modelo padrão para realizar a prestação de contas, todavia ela deve
ser demonstrada de forma transparente, clara e evidenciar os benefícios gerados à so-
ciedade e seus resultados para a gestão pública e coletiva (ARRUDA; ARAÚJO, 2009).
CONCLUSÃO
Podemos concluir que a contabilidade orçamentária aplicada ao setor público é bas-
tante diferente da contabilidade societária. E o que as tornam diferentes é uma série
de informações sobre o planejamento e execução pública, tais como temas relacio-
nados ao regime de competência, receitas e despesas públicas.
• ordinária e vinculada;
• derivada e originária;
• econômica;
• intraorçamentária;
• orçamentária e extraorçamentária;
• entre outras.
• vinculada e ordinária;
• extraorçamentária;
• intraorçamentária;
• orçamentária.
Vimos ainda que o subsistema financeiro patrimonial é composto por quatro grupos
de contas.
UNIDADE 4
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:
> Reafirme a
importância do
registro e consolidação
das contas da
Administração Pública.
4 CONTABILIZAÇÃO NAS
EMPRESAS PÚBLICAS
Nesta unidade, estudaremos a respeito do plano de contas para o âmbito público.
Veremos também sobre as operações típicas da Administração Pública, como tais
fatos são contabilizados, e, por fim, o registro e a consolidação das contas públicas.
O plano de contas quando bem elaborado facilita a transparência dos gastos públi-
cos e demonstra qual a composição do patrimônio público. (ARRUDA; BARRETO;
ARAÚJO, 2009).
A estrutura do plano de contas público visa manter as atividades públicas dentro dos
padrões internacionais das contabilidades societária e pública, sendo que as distin-
gue a inclusão do Subsistema Orçamentário no registro contábil e também a forma
de apuração do resultado (SLOMSKI, 2013). A estrutura do plano de contas para o
ramo público será basicamente formada por:
1 Ativo
2 Passivo
3 Patrimônio Líquido
5 Receita Orçamentária
6 Despesa Orçamentária
Conforme Kohama (2016), as contas do Ativo visam registrar os atos e fatos relativos
aos bens, direitos, valores a receber de curto e longo prazos, investimentos, imobiliza-
do, e integrarão o Ativo Circulante e o Ativo Não Circulante.
RECEITAS DESPESAS
Corrente R$ 100,00 Corrente R$ 100,00
Capital R$ 50,00 Capital R$ 50,00
Total R$ 150,00 Total R$ 150,00
• Bancos: R$50,00.
QUADRO 4 - RAZONETES
R$ R$
Orçamento da receita corrente
100,00 100,00
R$ R$
Orçamento da receita de capital
50,00 50,00
R$ R$ R$
Previsão da receita corrente
100,00 600,00 500,00
R$ R$ R$
Previsão da receita de capital
50,00 150,00 100,00
R$ R$
Orçamento da despesa corrente
100,00 100,00
R$ R$
Orçamento da despesa de capital
50,00 50,00
R$ R$ R$
Crédito disponível corrente
460,00 100,00 360,00
R$ R$ R$
Crédito disponível de capital
145,00 50,00 95,00
R$ R$
Arrecadação da receita corrente
600,00 600,00
R$ R$
Arrecadação da receita de capital
150,00 150,00
R$ R$
Execução de despesa corrente
460,00 460,00
R$ R$
Execução de despesa de capital
145,00 145,00
R$ R$ R$ R$
Total Sistema orçamentário
1655,00 1655,00 1355,00 1355,00
RECEITAS DESPESAS
DESCRI- ARRECA- DIREFEN- DESCRI- REALIZA-
PREVISÃO FIXAÇÃO SALDO
ÇÃO DAÇÃO ÇA ÇÃO ÇÃO
Com esses dados é também possível lançar nos razonetes a movimentação financei-
ra, também chamada de Sistema Financeiro.
BANCOS
SI R$ 50,00 R$ 90,00 4
1 R$ 200,00 R$ 80,00 5
2 R$ 150,00 R$ 65,00 6
3 R$ 150,00 R$ 150,00 8
7 R$ 250,00 R$ 100,00 9
R$ 60,00 10
R$ 800,00 R$ 545,00
R$ 255,00
RESTOS A PAGAR
R$ 50,00 SI
R$ 50,00
APLICAÇÕES FINANCEIRAS
8 R$ 150,00
R$ 150,00
R$ R$
Total Sistema financeiro R$ 50,00 R$ 50,00 R$ 800,00 R$ 800,00
1.295,00 1.295,00
Aplicação Financeira
Total R$ 800,00 Total R$ 800,00
Em 2000, a Lei Complementar nº 101 determinou que cabe ao Poder Executivo Fe-
deral consolidar até o dia 30 de junho de cada ano as contas do ano anterior de cada
ente federativo. Para tanto, os Estados e Distrito Federal devem reportar as informa-
ções à Secretaria do Tesouro Nacional (STN), então definido também na Lei nº 101
como órgão central de Contabilidade da União, até o dia 31 de maio, e os Municípios,
até dia 30 de abril.
O Sistema tem por objetivo coletar dados contábeis dos entes da Federação
– Estados, Distrito Federal e Municípios (englobando os órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário e, quando for o caso, dos Ministérios Públicos Estadu-
ais), de modo a apresentar as informações necessárias à transparência dos
recursos públicos, especificamente aquelas relativas à implementação dos
controles estabelecidos pela LRF e legislação complementar. (TESOURO NA-
CIONAL. Consolidação das Contas Públicas – SISTN e SICONFI. Disponível em:
<http://www.stn.fazenda.gov.br/web/stn/-/consolidacao-das-contas-publicas-
-%E2%80%93-sistn-e-siconfi>. Acesso em: 29 ago. 2018).
CONCLUSÃO
Diante do exposto conclui-se que o plano de contas é um conjunto de contas codifi-
cadas e organizadas de forma a permitir um controle uniformizado e sistematizado
dos atos e fatos contábeis, permitindo a elaboração de relatórios e demonstrativos
contábeis.
As contas públicas precisam ser consolidadas para que sejam analisados os fatos e
dados no âmbito público. Para tanto, é preciso que os entes federativos e todas as
esferas de governo adotem um plano de contas que facilite o entendimento, a elabo-
ração e a análise dos demonstrativos contábeis.
UNIDADE 5
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:
5 PATRIMÔNIO PÚBLICO
Nesta unidade, estudaremos a respeito do Patrimônio Público. Veremos suas classi-
ficações quanto aos aspectos qualitativo e quantitativo, os tipos de bens e despesas
públicas e ainda como os componentes patrimoniais são avaliados. Bons estudos!
5.1 INTRODUÇÃO
Será considerado patrimônio todos os bens, direitos e obrigações que tenham valor
econômico avaliável em moeda e interdependência entre os elementos do patrimô-
nio da entidade que, por sua vez, tenha como objetivo alcançar algum fim. (SILVA,
2011).
Por outro lado, chamado de dívida pública, são os compromissos assumidos pela
Administração Pública para com terceiros, derivados da obtenção de empréstimos
internos e externos, de curto ou longo prazos.
O Patrimônio Público pode ser avaliado sob dois aspectos: qualitativo e quantitativo.
Os bens circulantes possuem grande mobilidade, visto que neles transitam todas
as entradas e saídas financeiras. Nesse grupo, constam as disponibilidades, bens e
direitos pendentes ou em circulação, realizáveis até o término do exercício seguinte,
assim como as aplicações de recursos em despesas de exercícios também do próxi-
mo exercício.
Outra classificação dada aos bens que formam o patrimônio do Estado é quanto ao
critério, podendo ser de critério jurídico ou de critério contábil.
Para as atividades de interesse coletivo, a Administração Pública pode usar tanto dos
bens públicos como dos bens dos particulares. Esses bens podem ser classificados
como: bens de uso comum do povo, bens de uso especial e bens dominicais.
Os bens de uso comum do povo podem ser naturais ou artificiais. Os bens naturais
são aqueles que não absorvem recursos públicos, como praia, rios, lagos, enseadas,
ilhas, etc. Os bens artificiais são aqueles que absorvem recursos públicos, ou seja,
Observe que os bens de uso comum, tanto os naturais quanto os artificiais, são desti-
nados ao uso geral, individual ou coletivo. Por isso, têm as seguintes características:
• os bens naturais não são classificados como ativo, não são inventariados ou
avaliados;
• não podem ser vendidos enquanto estiverem sendo usados pelo povo;
• seu uso pode ser oneroso ou gratuito, conforme estabelecido por lei.
Estudaremos agora sobre os bens de uso especial. Conforme Silva (2011), eles têm
finalidade pública permanente e por isso são chamados de bens patrimoniais indis-
pensáveis. São voltados à execução dos serviços públicos. Podemos citar como exem-
plo os edifícios, terrenos e estabelecimentos públicos, assim como os bens móveis e
materiais indispensáveis ao funcionamento dessas estruturas.
Os bens de uso especial são classificados no ativo, são inventariados, avaliados e ina-
lienáveis quando aplicados no serviço público.
Por fim, os bens dominicais são aqueles que compõem o patrimônio das pessoas
jurídicas de direito público e possuem como objetivo o direito pessoal ou real das
entidades do setor público.
Ainda considerando a visão do aspecto jurídico, os bens podem ser classificados tam-
bém entre bens móveis ou imóveis.
São chamados de bens móveis aqueles que possuem movimento próprio. São os
materiais voltados ao serviço público, tais como numerário, valores, títulos, materiais
destinados à construção (quando ainda não empregados ou quando decorrente de
demolição).
Os bens imóveis, por sua vez, são o solo e tudo aquilo que o incorporar naturalmente
ou artificialmente, inclusive os direitos reais sobre imóveis e as ações que os assegu-
ram e também os direitos à sucessão aberta. São também considerados como bens
imóveis os museus, observatórios, bibliotecas, quartéis, dentre outros.
Até aqui, vimos um pouco sobre o critério jurídico. Agora estudaremos sobre o crité-
rio contábil.
Pelo critério contábil, os bens públicos podem ser divididos em ativo circulante ou
em ativo permanente.
Já os bens do ativo permanente são os demais bens, direitos ou valores que possuam
mobilização ou alienação vinculada à autorização legislativa.
• • numerário em tesouraria;
• • depósito em bancos;
• • entre outros.
• bens que, por sua natureza, produzem variações positivas ou negativas no pa-
trimônio financeiro;
• entre outros.
Para finalizar o estudo dos ativos, chamamos de ativo real todas as contas que repre-
sentam a existência e movimentação dos bens e direitos que não deixam margem
para dúvidas quanto à sua existência.
O passivo também pode ser circulante ou permanente, conforme nos diz Silva (2011)
em seu livro. O passivo circulante são os valores exigíveis até o término do exercício
seguinte ou são valores de terceiros, quando o setor público for fiel depositário. O pas-
sivo permanente compreende as dívidas que não são classificadas como circulante,
tais como compromissos que só podem ser pagos mediante autorização orçamentá-
ria ou dívidas que formam grupos especiais de contas que geram compensações ou
variações no patrimônio.
1. dívida flutuante;
2. dívida fundada.
Para finalizar esse assunto, as contas que representam a dívida pública e que possi-
bilitam o registro e a movimentação das obrigações são chamadas de passivo real.
O confronto entre os bens, valores e créditos com as dívidas públicas nos traz a situa-
ção líquida patrimonial.
O ativo é uma expressão monetária que evidencia o total dos itens positivos do pa-
trimônio (bens, valores e créditos). O passivo é a expressão monetária que evidencia
os itens negativos do patrimônio líquido (dívida flutuante e dívida fundada). Por fim,
o patrimônio líquido, também chamado de situação líquida, é a diferença entre as
expressões do ativo e do passivo.
ASPECTOS
CONJUNTO DE BENS QUANTITATIVO
QUALITATIVO
(FUNDO DE VALORES)
Bens 100
Valores 100
Aplicações
Créditos 150
Soma 350
Dívidas 150
Origens Situação líquida 200
Soma 350
• os bens móveis e imóveis serão avaliados pelo valor de aquisição ou pelo custo
de produção ou construção;
CONCLUSÃO
Diante do exposto, Patrimônio Público, conforme as Normas Brasileiras de Conta-
bilidade, é o conjunto de bens e direitos, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não,
mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público que representem ganho
presente ou futuro de benefícios ligados à prestação de serviços públicos ou à explo-
ração econômica do setor público.
O Patrimônio Público pode ser avaliado sob dois aspectos: qualitativo e quantitativo.
Vimos também que o Patrimônio Público deve ser mensurado ou avaliado mone-
tariamente e devidamente registrado pela contabilidade, assim como o orçamento,
sua execução econômica e financeira e os atos administrativos que acarretem em
alterações no patrimônio.
UNIDADE 6
OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que você:
a. Balanço Orçamentário;
Vale ressaltar que no RREO, o Balanço Orçamentário especifica as receitas por fonte
(previsão atualizada, receita arrecadada e a arrecadar) e as despesas por natureza
(dotação, despesa liquidada e saldo orçamentário). A demonstração da execução das
receitas, por categoria econômica e fonte especifica as previsões inicial, a atualizada
para o exercício, a receita arrecadada no bimestre, a arrecadada no exercício e qual a
expectativa de receita a arrecadar. Já a demonstração da realização das despesas, se-
gregado por classe econômica e grupos de natureza da despesa evidencia a dotação
inicial, a dotação para o período, as despesas empenhadas e liquidadas, bimestral-
mente e no exercício. (ARRUDA; BARRETO; ARAUJO, 2009).
Seguem informações a respeito de alguns dos relatórios que fazem parte do RREO e
que citamos anteriormente:
O termo “função” significa a maior parte das ações da Administração Pública, nas
diversas áreas geradoras de gasto público. Já o termo “subfunção” é um subconjunto
de despesa do ramo público, podendo ser combinadas com funções alheias àquelas
a que estejam ligadas.
Este relatório traz todas as funções, devidamente detalhadas por subfunções, cuja
combinação pode ser típica, que representa subfunções diretamente ligadas à fun-
ção, e atípicas, quando a subfunção de uma determinada função é utilizada por ou-
tra.
Para elaborar esse relatório, os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios) deverão respeitar as características, por função e subfunção, das despesas
e aplicar aos orçamentos conforme a estrutura em nível de funções e subfunções.
Como dito acima, a previdência social tem caráter contributivo, ou seja, o beneficiário
realiza contribuições ao longo da vida, para no futuro ter direito aos benefícios da se-
guridade. Mas tal contribuição e benefícios devem respeitar critérios que preservem
o equilíbrio financeiro e atuarial.
Nos três tipos de regime previdenciário, o objetivo do sistema é realizar a gestão dos
recursos dos assegurados, sob a vigilância do Estado, visando transformar a contri-
buição de hoje em benefícios futuros, quando tais assegurados não estiverem mais
trabalhando.
O Resultado nominal visa apurar a evolução da Dívida Fiscal Líquida. Esse demonstra-
tivo integra o RREO e também será publicado, como os demais citados nesse mate-
rial, em até trinta dias após o encerramento de cada bimestre (ARRUDA; BARRETO;
ARAUJO, 2009).
O Demonstrativo dos Restos a Pagar por Poder e Órgão integra o RREO e é o relatório
que permite que os restos a pagar possam ser acompanhados por meio de relatórios
dos valores inscritos, pagos e a pagar.
Os Restos a Pagar são compromissos financeiros futuros exigíveis que fazem parte da
dívida flutuante e podem ser caracterizados como as despesas empenhadas e não
pagas até o dia 31 de dezembro de cada exercício financeiro. As despesas empenha-
das não pagas até o dia 31 de dezembro, não canceladas pelo processo de análise
e depuração e, que atendam os requisitos previstos em legislação específica, devem
ser inscritas em Restos a Pagar, pois se referem a encargos incorridos no próprio exer-
cício.
O Relatório de Gestão Fiscal, chamado pela sigla RGF, foi criado pela Lei da Respon-
sabilidade Fiscal e tem por objetivo controlar, monitorar e publicar o desempenho
orçamentário, por parte dos entes federativos, tais como com: Despesas com Pessoal,
Dívida Consolidada Líquida, Concessão de Garantias e Contratação de Operações de
Crédito.
CONCLUSÃO
Duas ferramentas para verificar o cumprimento da Lei da Responsabilidade Fiscal e
também para controlar os recursos públicos e sua devida aplicação, são o Relatório
Resumido da Execução Orçamentária – RREO e o Relatório de Gestão Fiscal - RGF,
que tem por objetivo a uniformidade dos relatórios da Administração Pública.
a. Balanço Orçamentário;
Já o RGF, criado pela Lei da Responsabilidade Fiscal, é uma das ferramentas que visa
dar transparência à gestão fiscal O objetivo do RGF é controlar, monitorar e publicar o
cumprimento, por parte da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, dos limites
estabelecidos pela Lei da Responsabilidade Fiscal.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito Finan-
ceiro para elaboração e contrôle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados,
dos Municípios e do Distrito Federal. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 Mar. 1964.
Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-4320-17-mar-
co-1964-376590-publicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso em: 23 Set. 2018.
KOHAMA, Heilio. Contabilidade pública: teoria e prática. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
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ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos; ARRUDA, Daniel Gomes; BARRETTO, Pedro Hum-
berto Teixeira. O essencial da contabilidade pública. São Paulo: Saraiva, 2009.
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BRASIL. Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 25 out. 2018.
ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos; ARRUDA, Daniel Gomes; BARRETTO, Pedro Hum-
berto Teixeira. O essencial da Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios de Concur-
sos Públicos Resolvidos. Ed. Saraiva – São Paulo, 2009.
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