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NARRATIVA CRÍTICO-REFLEXIVA:
IMPRESSÕES INDIVIDUAIS SOBRE A TRAJETÓRIA DE APRENDIZAGEM DURANTE O
CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS.
NARRATIVA CRÍTICO-REFLEXIVA:
IMPRESSÕES INDIVIDUAIS SOBRE A TRAJETÓRIA DE APRENDIZAGEM DURANTE O
CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS.
São Carlos-SP
2020
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
Folha de aprovação
___________________________________________________________________
Prof. Ms. Renata Giannecchini Bongiovanni Kishi
Docente do Departamento de Medicina/ UFSCar
Orientadora do TCC apresentado por Fernanda Negrini Delgado
Agradeço aos meus filhos Arthur e Agatha pela compreensão de minha ausência, pois se não
fosse por eles eu não teria chegado ao fim desta caminhada árdua.
Ao meu marido Adimilson por acreditar em mim, compreender minhas faltas e não me deixar
desistir.
À professora e minha orientadora Renata Giannecchini Bongiovanni Kishi pelo incentivo antes
mesmo de entrar no curso e por me guiar durante esses anos de graduação.
Aos meus colegas de curso pelo aprendizado que me possibilitaram durante estudos e
discussões em grupo.
Aos amigos e colegas de internato pelo apoio mesmo nos momentos mais difíceis. Foi muito
bom ter a companhia de vocês nessa jornada.
Aos meus mestres e preceptores, minha eterna gratidão àqueles que repartiram comigo os
seus conhecimentos e saberes.
1 INTRODUÇÃO 11
1.1 O CURSO DE MEDICINA UFSCAR 11
1.2 O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 11
2 A NARRATIVA CRÍTICO-REFLEXIVA 12
3 APRESENTAÇÃO - CONSIDERAÇÕES SOBRE A AUTORA 13
4 VIVÊNCIAS DURANTE O CURSO E UNIDADES EDUCACIONAIS 13
4.1 CICLO I e II 14
4.1.1 Unidade Educacional Simulação Da Prática Profissional 14
4.1.1.1 Situações-Problema 14
4.1.1.2 Estações De Simulação Da Prática Profissional 16
4.1.2 Unidade Educacional Prática Profissional 18
4.2 CICLO III 20
4.2.1 Unidade Educacional Prática Profissional 20
4.3 UNIDADE EDUCACIONAL ELETIVA 26
5 ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES 27
CONSIDERAÇÕES FINAIS 27
REFERÊNCIAS 28
11
1 INTRODUÇÃO
diversidade dos aspectos de sua formação universitária” (NEHER, 2009, p. 2). Sendo
assim, os tipos de TCC variam, de acordo com cada instituição de ensino. Eles podem
ser solicitados na forma de um estudo de caso, de uma revisão bibliográfica ou de
uma pesquisa de campo, entre outros (NEHER, 2009).
Portanto, o Trabalho de Conclusão do Curso de medicina UFSCar representa
uma síntese do desenvolvimento da prática profissional do estudante no curso, a
partir de seus registros no portfólio reflexivo. A avaliação do TCC analisa a
capacidade individual do estudante de sintetizar sua trajetória de formação,
contemplando as dimensões de ensino, assistência e pesquisa. Nesse âmbito,
pesquisa e assistência são orientadas às necessidades das pessoas e população
adscritas aos serviços nos quais o estudante estiver inserido, a partir de sua vivência
na Unidade Educacional de Prática Profissional (Medicina UFSCar, 2007).
2 A NARRATIVA CRÍTICO-REFLEXIVA
Um dos mais importantes aprendizados que obtive durante o curso foi que não
devemos avaliar um indivíduo sem considerar a sua história de vida. Da mesma
forma, não é possível que o leitor desse trabalho entenda sobre as reflexões nele
contidas, se não souber um pouco sobre a minha história de vida.
Em síntese, iniciei o curso com 38 anos de idade. Apresentava uma graduação
anterior em fisioterapia (nessa mesma Universidade). Trabalhei por mais de 9 anos
como fisioterapeuta e professora universitária na área hospitalar. E o mais importante:
sou filha, sou irmã, sou esposa e sou mãe de dois filhos maravilhosos.
4.1 CICLO I e II
4.1.1.1 Situações-Problema
colegas. Apesar do estresse, vejo nessa situação uma certa vantagem, pois permitiu
aprender a lidar melhor com minhas emoções e com a de outras pessoas. Durante o
exercício de auto avaliação, avaliação do grupo e facilitador, aprendi a ouvir a
impressão do colega e facilitador sobre mim, a receber críticas, a identificar pontos
que poderia melhorar, a expressar minha opinião de forma construtiva para a melhoria
do andamento do grupo e, enfim, aprendi a trabalhar em grupo.
Durante o decorrer do curso, as Situações-problemas foram ficando mais
complexas, exigindo mais tempo de estudo e, consequentemente, uma melhor
organização dos meus horários. Nesse ponto, lembro que organizar horários deveria
incluir tempo para ficar com filhos e marido, além de outras atividades de casa
(compras, cozinhar, cuidar de alguns afazeres de casa). Optei então por estudar de
madrugada. Não foi fácil, mas quando estava cansada podia dar um beijo nos meus
filhos e retomar energia. Em uma das madrugadas, minha filha apareceu e disse que
queria me fazer companhia. Montei uma cabaninha em uma poltrona, ao meu lado, e
ela dormiu ali aquela noite e algumas outras também. Não posso deixar de dizer que
todo essa minha jornada foi cheia de muito amor, estímulo e compreensão de minha
família.
obrigados a parar. Era a pandemia de novo coronavírus que fazia o mundo se isolar
em suas casas. O COVID-19 já havia vitimizado milhares de pessoas no mundo e,
não havendo vacinas ou tratamentos eficazes no momento, a saída para reduzir o
impacto da infecção era evitar ao máximo aglomerações e reduzir o número de
pessoas circulando nas ruas. Não imaginava que o mundo tivesse que passar por tal
situação. E nós alunos?
Assim como a grande maioria das faculdades de medicina no Brasil, a decisão
foi parar. Reduzir o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), evitar
aglomerações nos hospitais e a exposição dos alunos foram algumas das
justificativas. Nesse momento, começou uma grande discussão na turma. Foram
milhares de mensagens no Whatsapp. Uma parte da turma queria retornar em meio
a pandemia e outra não podia (por apresentarem algum fator de risco, como asma)
ou não se sentia segura. Isso porque sabia-se que 25 % dos óbitos por coronavirus
no Brasil eram de pacientes fora do grupo de risco. Além disso, a grande parte dos
infectados eram profissionais de saúde. Segundo relato de alguns colegas e
profissionais de saúde (fisioterapeutas, enfermeiros e médicos) de outras cidades,
haviam vários casos de pacientes que, mesmo sem apresentarem comorbidades,
adoeceram de forma grave após contrair o COVID-19 e evoluíram com necessidade
de intubação orotraqueal e até diálise, além de permanecerem em UTI de 14 a 21
dias (fora as sequelas pulmonares adquiridas), sendo que vários acabaram falecendo.
Fui uma das poucas pessoas que, embora não apresentasse uma patologia
prévia, não queria voltar em meio a pandemia. Meu motivo pessoal mais importante
era o medo de contaminar minha família.
Após várias discussões, não havia uma proposta de retorno apresentada pela
turma que considerasse os anseios da maioria e que não prejudicasse a formação
dos alunos que não retornassem naquele momento. Foi um período angustiante, pois
além de todos os receios, eu considerava que não se tratava de negar o fato de que
seríamos futuros médicos ou que poderíamos ajudar de alguma forma a controlar a
pandemia, mas acreditava que a melhor forma de ajudar era deixar o espaço e
recursos (EPIs) para os profissionais melhor preparados e qualificados para tais
atendimentos. Foi quando o governo federal criou a ação estratégica “O Brasil conta
comigo”, coordenada pelos ministérios da educação e da saúde, para atuação de
estudantes de cursos da área da saúde em unidades engajadas no enfrentamento da
pandemia (BRASIL. MS, 2020). Dessa forma, os alunos do internato que
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Contudo, a pandemia se mostrava como uma situação que duraria mais tempo
do que o esperado e que teríamos que aprender a lidar com essa nova realidade. Em
meio a tal circunstância, no final de maio, após solicitação da reitoria aos
departamentos sobre parecer a respeito da possibilidade de realização remota de
cada uma das atividades curriculares, o Núcleo Docente Estruturante (NDE),
apresentou uma proposta para cancelamento das atividades acadêmicas do curso de
Medicina no ano de 2020, considerando o impedimento legal de substituir atividades
presenciais de Prática Profissional e Laboratório (ES) por atividades remotas, o
currículo integrado da Medicina, a conjuntura de insegurança e incerteza sanitárias.
Diante disso, os alunos se manifestaram contrários a tal decisão pois acabaria
por prejudicar, especialmente os alunos do sexto ano, considerando que os mesmos
já possuiam diversos planos quanto à inserção no mercado de trabalho, inclusive por
necessidade financeira de muitos, realização de provas de residência (visto que não
havia uma expectativa de adiamento pelas grandes escolas até aquele momento),
fora interesses pessoais quanto à formatura, dívidas, contrato de aluguel e, evidente,
o estresse emocional que essa decisão iria causar aos discentes. Além disso, outras
escolas médicas do estado de São Paulo tinham previsão de retorno, principalmente
do internato, entre junho e agosto de 2020.
Por outro lado, os alunos da turma que estavam participando da ação
estratégica “O Brasil conta comigo” puderam observar diariamente, na prática, a
situação da saúde na pandemia em São Carlos, além de perceberem a variedade de
cenários possíveis de atuação e aprendizado para os alunos naquele momento, com
potencial extensão no ambiente hospitalar. Dessa forma, considerando a permissão
para manutenção da realização de estágios por parte dos alunos de graduação da
área da saúde, neste caso em particular, dos alunos matriculados no último ano do
curso de Medicina (Portaria-MEC nº 356, de 20/03/2020), os discentes do sexto ano,
manifestaram ao Conselho de curso o interesse em planejar uma proposta de
retomada das atividades do internato.
Sendo assim, houve a instituição de um Grupo de Trabalho (de planejamento),
o qual, com a colaboração de docentes e discentes inseridos nas atividades, construiu
uma proposta para retomar as atividades nos campos de estágio, que foi aprovada
pela 23ª Reunião Extraordinária do Conselho de Coordenação do Curso de Medicina
em 08/07/2020. Tal proposta previa a retomada do 6º ano do Curso de Medicina/2020,
mantendo a supervisão docente presencial, a partir de 31/08 e com término das
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5 ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LIU, Y., YANG Y., ZHANG C., et al. Clinical and biochemical indexes from
2019-nCoV infected patients linked to viral loads and lung injury. Sci China Life Sci,
v. 63, n.3, p.364–374, 2020.