Pode ser sintomática ou assintomática e, em alguns casos, evoluir com sepse e até
morte, caso não seja tratada.
A ITU é considerada a infecção bacteriana mais comum, porém, sua real incidência
não é totalmente conhecida. Nos Estados Unidos, estima-se que, anualmente, cause
cerca de 7 milhões de consultas ambulatoriais, 1 milhão de consultas de emergência
e 100 mil hospitalizações, sendo a sua incidência duas vezes maior entre mulheres.
Entre os homens, são incomuns até os 50 anos. Após essa idade, pode ocorrer
hiperplasia prostática, causando obstrução no fluxo urinário, com aumento da
incidência.
4.2.1 Bacteriúria
4.2.5 Piúria
• Bacteriúria assintomática;
4.3.1 Idade
Vários fatores no DM têm sido propostos como de risco: controle glicêmico ruim,
duração da doença, microangiopatia diabética, disfunção leucocitária secundária a
hiperglicemia e vaginite de repetição. Além disso, parece haver maior prevalência de
alterações anatômicas e funcionais do trato urinário entre pacientes com DM.
Embora os agentes etiológicos mais comuns sejam E. coli, Klebsiella spp. e
Acinetobacter spp., os agentes estreptococos do grupo B e Candida spp. são causas
de ITU nesses pacientes.
4.3.4 Lesão espinal ou cateterização vesical
4.3.5 Gravidez
4.4 CLASSIFICAÇÃO
As ITUs podem ser classificadas de acordo com sua localização anatômica, em alta e
baixa, sintomática ou assintomática, complicada ou não complicada, recorrente ou
esporádica. Essa classificação é importante tanto para a terapêutica a ser utilizada
quanto para o tempo de tratamento, que pode variar.
• ITU baixa:
• Cistite;
• Uretrite;
• Orquite;
• Epididimite;
• Prostatite.
• ITU alta:
• Pielonefrite aguda;
• Pielonefrite crônica;
• Pielonefrite xantogranulomatosa;
• Pielonefrite enfisematosa;
• Abscesso perinefrético e paranefrético;
• Abscesso renal.
• Mecanismos de defesa:
• pH e osmolaridade;
• Diurese;
• Camada de mucopolissacarídeos;
• Junção ureterovesical;
• Defesa imunológica;
• Secreções prostáticas.
• Virulência bacteriana:
• Cepas nefritogênicas;
• Elementos de aderência — fímbrias tipos 1 e P;
• Lipopolissacarídeos antiperistálticos;
• Lipopolissacarídeos antifagocitários;
• Produção de hemolisinas — maior citotoxicidade.
4.5.2.1 Ascendente
4.5.2.2 Hematogênica
Algumas doenças podem causar infecção urinária por extensão direta: abscessos
intraperitoneais, causados por doenças intestinais inflamatórias, como diverticulite,
abscessos perivesicais e fístulas do trato geniturinário.
4.6.2 Cistite
4.6.3 Pielonefrite
Febre, em geral, acima de 38 °C, com calafrios, taquicardia, sinal de Giordano, dor
costovertebral, náuseas e vômitos são sugestivos de pielonefrite.
A presença de piúria é praticamente universal, seja em pacientes com ITU baixa, seja
com pielonefrite, e a ausência dela sugere fortemente diagnóstico alternativo não
infeccioso. O melhor método para determiná-la é a análise do jato médio da urina por
hemocímetro com contagem maior de 10 leucócitos/mL. Pode estar presente, ainda,
em cerca de 30 a 35% dos indivíduos com bacteriúria assintomática.
Independentemente desse achado, esses pacientes continuam sem indicação de
tratamento, exceto em subgrupos específicos.
O exame definitivo para o diagnóstico de ITU é a urocultura, que deve ser colhida
antes da introdução de antibióticos. Considera-se que o melhor espécime para a
urocultura seja a urina de jato médio após higiene íntima. Realiza-se cultura
quantitativa, e se considera positiva uma contagem igual ou superior a 105 UFC/mL.
Em mulheres com sintomas fortemente sugestivos, pode-se considerar contagens
menores, a partir de 102 UFC/mL.
4.9 TRATAMENTO
4.9.1 Bacteriúria assintomática
A bacteriúria assintomática não deve ser tratada, exceto em caso de gravidez e pré-
operatório de cirurgia urológica com potencial de sangramento em mucosa.
• Febre;
• Imunossupressão;
• DM;
• Gravidez;
• Primeira linha:
• Segunda linha:
Caso não haja a melhora dos sintomas, devem ser realizados exame de urina — urina
I ou sedimento urinário — e urocultura com antibiograma, orientando o tratamento
com base nos seus resultados. É importante lembrar-se, ainda, dos diagnósticos
diferenciais de cistite — vaginite e uretrite.
• Levofloxacino: 750 mg IV ou VO, 1x/d — vale lembrar que, para optar por
fluoroquinolonas, a taxa de resistência a tais medicações deve ser menor que 10%;
Por definição, são as infecções com pacientes em uso de sonda crônica ou aqueles
que foram sondados nas últimas 48 horas do início dos sintomas.
Os cateteres devem ser trocados, e uma urocultura deve ser colhida com essa nova
sonda e, caso a bacteriúria persista 48 horas após a retirada, indica-se o tratamento.
Porém, pacientes críticos, com diagnóstico presuntivo de ITU, devem receber
tratamento antibiótico imediato. A terapia antibiótica deve ter duração de 10 a 14
dias, e a escolha do antibiótico depende dos resultados de culturas.
Nos indivíduos em que a coloração de Gram não apresente cocos Gram positivos —
etiologia provável de infecção por Enterococcus ou Staphylococcus coagulase-
negativo —, o agente de escolha é cefalosporina de terceira geração, como
ceftriaxona, 2 g/d, ou fluoroquinolonas, como ciprofloxacino, 400 mg IV, a cada 12
horas.
Na suspeita de infecção por Pseudomonas, indica-se ceftazidima, 2 g, a cada 8
horas, e pode-se considerar usar aminoglicosídeos.
4.10 PROFILAXIA
Em pacientes com ITUs de repetição, definidas por três ou mais episódios ao ano ou
dois episódios nos últimos seis meses, deve ser considerada a profilaxia.