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1 – NEUROPSICOFARMACOLOGIA........................................................................ 3
2 - RECEPTORES ..................................................................................................... 6
3 - SISTEMA NERVOSO AUTONOMO (SIMPATICO E PARASIMPATICO) ........... 7
4 - FÁRMACOS AGONISTAS COLINÉRGICOS..................................................... 13
5 - OS FÁRMACOS AGONISTAS COLINÉRGICOS DE AÇÃO DIRETA............... 15
6 - FÁRMACOS AGONISTAS COLINÉRGICOS DE AÇÃO INDIRETA OU
ANTICOLINESTERÁSICOS .................................................................................... 16
7 - INIBIDORES DA ENZIMA ACETILCOLINESTERASE NO SNC ....................... 19
8 - FÁRMACOS ANTAGONISTAS COLINÉRGICOS ............................................. 22
9 - BLOQUEADORES OU AGENTES ANTIMUSCARÍNICOS ............................... 23
10 - BLOQUEADORES GANGLIONARES ............................................................. 26
11 - BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES .................................................... 29
12 - ANTICOLINÉRGICOS CENTRAIS ................................................................... 31
13 - REATIVAÇÃO DAS ENZIMAS COLINESTERASES ....................................... 32
14 - FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS ................................................ 36
14 - OPIOIDES ......................................................................................................... 44
15 - ANTI-INFLAMATÓRIO NÃO ESTEROIDAL (AINES) ...................................... 50
16 - FARMACOLOGIA ............................................................................................ 53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 66
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1 – NEUROPSICOFARMACOLOGIA
Na origem das doenças, até os filósofos gregos, era quase sempre atribuída às
causas sobrenaturais como castigo dos deuses ou infringida por outrem sob a forma
de intenções ruins como mau-olhado ou outros meios semelhantes. A preocupação
com a explicação da saúde e da doença, sem ser em bases sobrenaturais, nasceu
com a filosofia grega, e, sua busca de uma explicação da constituição da natureza.
Teorias foram desenvolvidas em várias escolas médicas gregas como Knidos,
Crotona e Kos. Na escola de Kos, onde Hipócrates seria aluno, desenvolveu-se, pela
primeira vez, a ideia de uma patologia geral, oposta à ideia original, que prevalecia
anteriormente, de que as doenças eram sempre limitadas a um único órgão (1).
Segundo esta escola, os processos mórbidos eram devidos a uma reação da
natureza a uma dada situação, em que havia um desequilíbrio humoral, sendo, então,
a doença, constituída de três fases: a apepsia, caracterizada pelo aparecimento do
desequilíbrio; a pepsis, onde a febre, a inflamação e o pus eram devidos à reação do
corpo, e a crisis ou lysis, onde se dava a eliminação respectivamente, brusca ou lenta,
dos humores em excesso (1).
A ideia de que espíritos animais percorriam os nervos, originada também por
alguns pensadores gregos, permaneceu corrente até o século XVII, quando ficou
demonstrada a natureza elétrica na condução nervosa (1).
Desde seus primórdios, o ser humano percebeu os efeitos curativos das plantas
medicinais, notando que de alguma forma sob a qual o vegetal medicinal era
administrado (pó, chá, banho e outros) proporcionava a recuperação da saúde do
indivíduo. As plantas medicinais, utilizadas há milhares de anos, servem de base para
estudos na produção de novos medicamentos (2) .
A cultura brasileira sofreu sérias influências desta mistura de etnias, tanto no
aspecto espiritual, como material, fundindo-se aos conhecimentos existentes no país.
Farmacologia é derivada de pharmakon, de origem grega, com vários significados
desde uma substância de uso terapêutico ou como veneno, de uso místico ou
sobrenatural, sendo utilizados na antiguidade como remédios (ou com estes
objetivos) até mesmo insetos, vermes e húmus, sendo assim podemos definir como,
ciência que estuda a natureza e as propriedades dos fármacos e principalmente o
mecanismo de ação ou farmacodinâmica (3).
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Cerca de 4.000 anos a.C., ja conheciam os efeitos psíquicos provocados pela
papoula, inclusive também seu efeito antiadiarreico. O termo droga oriundo do
holandês antigo droog que significa folha seca, pois, antigamente quase todos os
medicamentos eram feitos à base de vegetais, embora ainda ha a ciência
denominada fitoterapia, que estuda a eficácia terapêutica através de chá. O francês
drogue signifique erva, relacionada por alguns autores como a origem da palavra
droga, a maioria dos autores, fundamentando-se em antigos dicionários, afirmam que
se deve a palavra droog a origem do nome (3).
Farmacologia fora reconhecida como ciência no final do século XIX, na
Alemanha, as ervas já serviam para a manipulação de remédios há bastante tempo,
e, as drogas de origem vegetal predominaram no tratamento das doenças até a
década de 1920 quando a indústria farmacêutica moderna iniciou o desenvolvimento
produzindo produtos químicos sintéticos (4).
A disciplina Farmacologia envolve os conhecimentos necessários para o
profissional de saúde, pois, consiste no estudo do mecanismo pelo qual os agentes
químicos afetam as funções dos sistemas moleculares, pois, envolve o estudo da
interação dos compostos químicos (drogas) com os organismos vivos atuando, em
maioria, através da influência das moléculas das drogas em constituintes das células
(5).
Farmacologia é utilizada com os objetivos:
Profilática: Preventiva contra doenças.
Terapêutica: Ação curativa, pode curar a patologia.
Paliativo: Diminuir os sintomatologia, mas não promove a cura.
Diagnóstica: Elucidando exames radiográficos.
Espécies vegetais possuem um arsenal de compostos químicos, um dos fatores
que contribui para a larga utilização de plantas para fins medicinais no Brasil é o
grande número de espécies vegetais encontradas. Tem aumentado a aceitação da
Fitoterapia no Brasil, resultando em crescimento da produção industrial dos
laboratórios (7).
Acredita-se que a flora mundial contenha 250 mil a 500 mil espécies, e, o Brasil
contribui aproximadamente com 120 mil dessas espécies, entretanto, apenas cerca
de 10% da flora tem sido estudada de modo cientifico, assim, a regulamentação da
Biomedicina constitui um importante passo também para a pesquisa que pode levar
às necessárias descobertas (7).
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Farmacologia pode ser definida como o estudo das substâncias químicas que
interagem com receptores, particularmente mediante sua ligação a moléculas
reguladoras e ativação ou inibição dos processos orgânicos normais, visando obter
um efeito terapêutico benéfico sobre algum processo patológico, ou pelos seus efeitos
tóxicos sobre processos reguladores em parasitas que infectam o paciente. Essas
aplicações terapêuticas deliberadas podem ser consideradas como o papel
fundamental da farmacologia médica, que é freqüentemente definida como a ciência
das substâncias utilizadas na profilaxia, diagnóstico e tratamento das doenças. As
interações entre uma droga e o corpo são convenientemente divididas em duas
classes. As ações da droga sobre o organismo são conhecidas como processos
farmacodinâmicos. Essas propriedades determinam o grupo em que a droga é
classificada e, com freqüência, desempenham o principal papel na decisão de qual
dos grupos constitui a forma apropriada de terapia para determinado sintoma ou
doença. As ações do corpo sobre o fármaco em questão são denominadas
processos farmacocinéticos, os processos farmacocinéticos controlam a absorção,
distribuição e eliminação de drogas e são de grande importância prática na escolha e
administração de uma droga específica a determinado paciente, como, por exemplo,
um paciente com comprometimento da função renal. A farmacodinâmica pode ser
definida como o estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos das drogas e de seus
mecanismos de ação. Como mencionado, são, grosso modo, as ações da droga
sobre o organismo. Trataremos dos receptores, das interações das drogas com os
receptores e da interpretação dessa interação por meio das curvas dose-resposta (6).
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2 - RECEPTORES
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3 - SISTEMA NERVOSO AUTONOMO (SIMPATICO E PARASIMPATICO)
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exercem ações opostas em outras situações como em relação às glândulas salivares,
e, o músculo ciliar. Enquanto a atividade simpática aumenta no estresse, a atividade
parassimpática predomina durante o repouso, e, a saciedade (15).
Embora os músculos ventriculares não sejam inervados pelo sistema
parassimpático, este sistema tem significativo controle no nodo sinoatrial, e, no nodo
atrioventricular. Assim, ambos os sistemas, em condições normais, exercem o
controle fisiológico contínuo de órgãos específicos. Ao estudarmos Farmacologia do
Sistema Nervoso Autônomo deve ser lembrado que a inibição farmacológica de um
sistema permite a predominância da atividade do sistema oposto, isso é bem comum
quando citamos fibras adrenergenicas e colinergicas atuando sobre a função cardíaca
(16).
Os principais neuotransmissores são: Acetilcolina (parassimpático), e, a
noradrenalina (simpático). Pois, a comunicação entre células nervosas, entre
neurônios e órgãos efetuadores, ocorre através da liberação químicos específicos
produzidos pelas terminações nervosas, denominados neurotransmissores. Esta
liberação depende de processos provocados pela captação de íons cálcio e regulados
pela fosforilação de proteínas plasmáticas. Existem receptores específicos para os
neurotransmissores, pois, como são hidrofílicos, portanto, não lipossolúveis, não
conseguem atravessar a membrana lipídica das células-alvo (17).
Embora sejam neurônios considerados simpáticos, nem todos os neurônios pós-
ganglionares simpáticos liberam a noradrenalina, como por exemplo, os neurônios
pós-ganglionares simpáticos que inervam as glândulas sudoríparas, e, alguns vasos
sangüíneos nos músculos esqueléticos que liberam a acetilcolina em vez da
noradrenalina. A sinapse ganglionar é a que se situa nos gânglios nervosos entre os
neurônios pré- e pós-ganglionares, e, neurotransmissor das sinapses ganglionares,
tanto simpáticas como parassimpáticas, é a acetilcolina, que também é o
neurotransmissor da sinapse neuroefetora do sistema parassimpático (18).
O neurotransmissor da sinapse neuroefetora simpático é a noradrenalina. Os
gânglios simpáticos consistem em duas cadeias de 22 gânglios dispostos laterais à
coluna vertebral, assim, as fibras pré-ganglionares simpáticas, geralmente, são
curtas, enquanto as fibras pós- ganglionares simpáticas, de modo geral, são longas,
pois, surgem nos gânglios vertebrais, e, seguem em direção às células efetoras
inervadas (18).
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O sistema parassimpático é formado por algumas fibras que estão contidas nos
pares cranianos III, VII, IX e X, e, por outras fibras que emergem da região sacra da
medula espinhal. Esses nervos podem correr separadamente ou junto com alguns
nervos espinhais (15).
O importante nervo parassimpático é o vago (pneumogástrico), de ampla
distribuição, que transporta as fibras parassimpáticas a praticamente todas as regiões
do corpo com exceção da cabeça. A acetilcolina, sintetizada no citosol do neurônio a
partir da acetil coenzima-A e da colina. A acetil coenzima-A possui origem
mitocondrial, mas, tem como substrato a glicose que leva ao piruvato, sendo este é
transportado para dentro das mitocôndrias onde é convertido em acetil-CoA. A colina
provém da fenda sináptica, extracelular. A colina atravessa a membrana do terminal
axônico por um mecanismo de transporte ativo específico, sendo que a combinação
da acetil-CoA à colina catalisada pela colina-O-acetil transferase ou conhecida
também como colina-acetiltransferase (CAT). Depois de formada, a acetilcolina se
armazena, por processo de transporte ativo para as vesículas pré-sinápticas (14).
No terminal axônico, as vesículas pré-sinápticas, contendo acetilcolina ficam
concentradas até que haja potencial de ação, propagado pelos canais de sódio
sensíveis à voltagem.A acetilcolina é inativada pela enzima acetilcolinesterase que
tem origem na membrana pós- sináptica da sinapse colinérgica. Esta enzima, provoca
a hidrólise da acetilcolina na neurotransmissão sináptica (16).
Foi identificada a pseudocolinesterase (também conhecida como colinesterase
inespecífica, colinesterase plasmática ou butiril colinesterase, mas, a sua função
fisiológica ainda não foi bem esclarecida, embora tenha ação sobre o metabolismo
da succinilcolina, procaína, e, muitos outros ésteres. No sistema cardiovascular,
doses pequenas de acetilcolina provocam vasodilatação nas redes vasculares mais
importantes do organismo, entretanto, esta vasodilatação depende de um
intermediário denominado óxido nítrico. A acetilcolina, assim, produz diminuição das
pressões sistólica e diastólica, além de gerar bradicardia (17).
No sistema respiratório, a acetilcolina, produz broncoconstrição e aumento da
secreção, o que pode desencadear crises asmáticas.
No sistema urinário, a acetilcolina provoca contração e redução da capacidade
da bexiga, enquanto no trato gastrintestinal provoca o aumento da motilidade e do
tônus da musculatura lisa, podendo provocar náuseas e vômitos. Através do sistema
autonômico simpático, a acetilcolina age nos receptores nicotínicos da medula supra-
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renal provocando a liberação de catecolaminas, como a adrenalina e a noradrenalina,
o que em situações de estresse, aumenta a produção destas catecolaminas,
provocando a vasoconstrição, elevação rápida da pressão arterial e aumento da
freqüência cardíaca. Os receptores colinérgicos são ou estão em macromoléculas
encontradas nas membranas pré e pós-sinápticas, apresentando estruturas de
proteínas específicas (19).
Administrando a atropina ocorre o bloqueio das ações estimuladas pela
acetilcolina nos receptores muscarínicos, ocorre a produção de efeitos semelhantes
aos da nicotina, assim, podemos afirmar que no sistema parassimpático ou
transmissão colinérgica existem dois tipos de receptores nos órgãos efetuadores que
são denominados de receptores muscarinicos, e, receptores nicotínicos (20).
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sináptica. Os receptores M3 causam a secreção, contração da musculatura lisa
vascular, e, relaxamento vascular (24) .
O sistema simpático se origina em neurônios localizados na medula
toracolombar. Os neurônios adrenérgicos liberam como neurotransmissor a
noradrenalina. No sistema simpático, a noradrenalina, portanto, é o neurotransmissor
dos impulsos nervosos dos nervos autonômicos pós-ganglionares para os órgãos
efetuadores (25).
A noradrenalina é formada a partir do aminoácido tirosina, de origem alimentar,
que chega até aos locais da biossíntese, como à medula adrenal, e às fibras
sinápticas através da corrente sangüínea. A tirosina é transportada para o citoplasma
do neurônio adrenérgico através de um carregador ligado ao sódio (Na+). A enzima
tirosina hidroxilase transforma a tirosina em DOPA (diidroxifenilalanina). A DOPA é
transformada em dopamina através da enzima dopa descarboxilase. A dopamina
recebendo a ação da enzima dopamina-beta-hidroxilase, transforma a dopamina em
noradrenalina. A transformação da noradrenalina em adrenalina ocorre, em maioria,
na medula supra-renal através da enzima feniletanolamina-N-metil-transferase (25).
Depois de sintetizada, a noradrenalina é armazenada em forma ligada, no
interior das vesículas, com ATP e com um grupo de proteínas heterogêneas
chamadas cromograninas, constituindo um complexo que não se difunde, sendo,
portanto, inativo. Ao lado dessa noradrenalina ligada existe outra forma de
noradrenalina frouxamente ligada, ou mesmo livre, nos terminais axônicos e nas
vesículas de depósito (25).
As vesículas pré-sinápticas que armazenam a noradrenalina se concentram,
principalmente, no terminal adrenérgico. As vesículas que armazenam noradrenalina
podem ainda ser encontradas na medula supra-renal e até mesmo em certos órgãos
sem inervação adrenérgicas. Depois que interage com seus receptores, situados na
células pós-sináptica e na célula pré-sináptica, o neurotransmissor adrenérgico deve
ser inativado rapidamente. Se isso não acontecesse, haveria excesso de sua ação,
destruiria a homeostase e levaria a exaustão do organismo (25).
A inativação da noradrenalina dois processos: enzimático e recapitação. As
enzimas Monoaminaoxidase (MAO), e, a Catecol-O-metiltransferase (COMT)
inativam a noradrenalina. A MAO é uma enzima desaminadora que retira grupamento
NH2 de diversos compostos, como noradrenalina, adrenalina, dopamina, serotonina.
A MAO localiza-se nas mitocôndrias dos neurônios, e, em tecidos não neurais, como
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o intestinal e o hepático, e, oxida a noradrenalina transformando no ácido
vanilmandélico (25).
Os adrenoceptores reconhecem a noradrenalina, e, iniciam uma seqüência de
reações na célula, o que leva a formação de segundos mensageiros intracelulares,
sendo considerados os transdutores da comunicação entre a noradrenalina e a ação
gerada na célula efetuadora. São conhecidos 5 grupos de adrenoceptores : Alfa 1 –
alfa 2 – beta 1 – beta 2 - beta 3.
Estes adrenoceptores quando são ativados apresentam os seguintes efeitos:
Alfa 1: Vasoconstrição – aumento da resistência periférica – aumento da pressão
arterial – midríase – estimulo da contração do esfíncter superior da bexiga – secreção
salivar – glicogenólise hepática – relaxamento do músculo liso gastrintestinal.
Alfa 2: Inibição da liberação de neurotransmissores, incluindo a noradrenalina –
inibição da liberação da insulina – agregação plaquetária – contração do músculo liso
vascular.
Beta 1: Aumento da freqüência cardíaca (taquicardia) – aumento da força
cardíaca (da contratilidade do miocárdio) – aumento da lipólise.
Beta 2: Broncodilatação – vasodilatação – pequena diminuição da resistência
periférica – aumento da glicogenólise muscular e hepática – aumento da liberação de
glucagon – relaxamento da musculatura lisa uterina – tremor muscular.
Beta 3 - Termogênese e lipólise.
Contração do músculo ciliar (o cristalino se acomoda para visão próxima)
parassimpático (contração da pupila ou miose) – parassimpático. Contração do
músculo radial da íris (dilatação da pupila ou midríase) - simpático (25).
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4 - FÁRMACOS AGONISTAS COLINÉRGICOS
13
seguido de disparo do nó sinoatrial, pois, a atividade vagal regula o coração através
da liberação de acetilcolina ao nível do nó sinoatrial (30). A hipotensão arterial pode
ocorrer porque existem receptores colinérgicos nos vasos sangüíneos que, em
resposta, causam a vasodilatação (30).
Os fármacos agonistas colinérgicos ou parassimpaticomiméticos são
distribuídos em dois grupos:
1 - Agonistas colinérgicos de ação direta, também denominados de colinérgicos
diretos ou colinomiméticos diretos ou parassimpaticomiméticos diretos, que agem nos
receptores colinérgicos como agonistas, ativando esses receptores e desencadeando
respostas semelhantes às provocadas pela estimulação do parassimpático.
2 - Agonistas colinérgicos de ação indireta, também denominados de
colinérgicos indiretos ou colinomiméticos indiretos ou parassimpaticomiméticos
indiretos, que embora não tenham ação direta sobre os receptores colinérgicos, são
drogas que proporcionam maior tempo da ação da acetilcolina, inibindo a enzima que
tem o poder de destruir a acetilcolina, portanto, os anticolinesterásicos. Estes
inibidores da acetilcolinesterase podem ser reversíveis e irreversíveis.
Vale salientar que os fármacos que afetam o sistema nervoso autônomo não
agem de modo muito específico, portanto, com freqüência, provocam efeitos
colaterais em diferentes segmentos afetados (31).
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5 - OS FÁRMACOS AGONISTAS COLINÉRGICOS DE AÇÃO DIRETA
15
6 - FÁRMACOS AGONISTAS COLINÉRGICOS DE AÇÃO INDIRETA OU
ANTICOLINESTERÁSICOS
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bloqueadores neuromusculares (por exemplo, a tubocurarina). A neostigmina é mais
útil no tratamento da miastenia grave do que a fisostigmina, pois, a fisostigmina tem
menor potencia na junção neuromuscular do que a neostigmina. Entretanto, a
fisostigmina é mais útil do que a neostigmina em condições de etiologia central, como
por exemplo, em caso de superdosagem de atropina (pois, a atropina penetra no
SNC, e, a neostigmina não atinge o SNC). Os efeitos adversos da neostigmina
consistem em estimulação colinérgica generalizada, salivação, rubor cutâneo, queda
da pressão arterial, náusea, dor abdominal, diarréia e broncoespasmo (36).
A forma parenteral da neostigmina pode ser administrada por via subcutânea,
intramuscular e intravenosa. A doença miastenia grave consiste em um distúrbio que
afeta especificamente a junção neuromuscular, (ocorrendo em um para cada 2.000
indivíduos ou um em cada 25.000 em diferentes regiões), devido a falha da
transmissão neuromuscular, o que provoca fraqueza muscular, e, aumento da
fatigabilidade (fadiga rápida, e, intensa), além de resultarem na incapacidade dos
músculos produzirem contrações persistentes. Assim, a ptose palpebral constitui um
dos sinais dos pacientes astênicos. Trata-se de doença auto-imune onde anticorpos
interferem com a transmissão do impulso no receptor de acetilcolina, mais
especificamente nos receptores colinérgicos nicotínicos no músculo esquelético
causando a diminuição da quantidade de receptores funcionais, o que resulta em
diminuição da sensibilidade do músculo à acetilcolina (fármacos corticosteróides
podem ser também indicados no tratamento, pois, reduzem a resposta auto-imune).
Os medicamentos anticolinesterásicos (que inibem a enzima acetilcolinesterase,
o que aumenta a ação da acetilcolina) são importantes tanto no diagnóstico (utilizando
o edrofônio), como no tratamento (37).
As palavras "Myasthenia gravis" têm origem grega e latina, "mys" = músculo,
"astenia" = fraqueza, e, "gravis" = pesado, severo. Entretanto, deve-se lembrar que a
fraqueza muscular não tem que ser grave para se caracterizar a doença.
A piridostigmina (Mestinon), derivado do metilpiridínio, consiste em outro
inibidor da acetilcolinsterase com duração de ação 3 a 6 horas, portanto, maior do
que a neostigmina, e, a fisostigmina, também é utilizado no tratamento da miastenia
grave e como antídoto de agentes bloqueadores neuromusculares (37).
A piridostigmina, e, a neostigmina pertencem ao grupo dos carbamatos (ésteres
do ácido carbâmico), e, apresentam atividade agonista direta nos receptores
nicotínicos existentes no músculo esquelético.
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Os efeitos adversos são semelhantes aos da neostigmina, entretanto, com
menor incidência de bradicardia, salivação e estimulação gastrintestinal. A via de
administração é de acordo com a forma farmacêutica.
O edrofônio (Tensilon), que consiste em uma amina quaternária, tem ações
farmacológicas semelhantes às da neostigmina, entretanto, o edrofônio possui ação
de curta duração, entre 10 a 20 minutos, sendo utilizada em administração venosa,
geralmente para fins de diagnóstico da miastenia grave, provocando rápido aumento
da força muscular, entretanto, o excesso pode levar a uma crise colinérgica. Tem sido
também referido o uso do edrofônio para reverter os efeitos do bloqueador
neuromuscular após uma cirurgia (37).
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7 - INIBIDORES DA ENZIMA ACETILCOLINESTERASE NO SNC
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Resumo da discussão sobre os conceitos de autacóides, hormônios, e,
neurotransmissores. O conceito de autacóide (do grego autos significando “si mesmo”
ou “próprio”, akos correspondendo a “remédio”) tem diferentes interpretações na
literatura científica.
Alguns autores conceituam como qualquer grupo substancias, como os
hormônios, que são produzidos em um órgão, e, transportadas pelo sangue ou linfa
como um meio de controlar um processo fisiológico em outra parte do corpo.
Outros consideram que essas substancias tanto tem atividade fisiológica quanto
fisiopatológica, e, os autacóides tem sido também denominados de hormônios locais,
hormônios teciduais ou agentes autofarmacológicos consistindo em um conjunto de
substancias naturalmente produzidas pelo organismo com estruturas, e, atividades
farmacológicas bem diferentes correspondendo a um grupo de mediadores da
inflamação, e, da alergia (prostaglandinas, leucotrienos, tromboxanos, histamina,
bradicinina, óxido nítrico, angiotensina, serotonina, fator de ativação das plaquetas,
e, as citocinas).
Portanto, o consenso é que os autacóides são mediadores químicos produzidos
pelo corpo humano. Alguns autores também denominam de “autacóides” ou
“secreções parácrinas” ou mesmo não citam essas substancias como pertencentes a
alguma categoria distinta porque acreditam que ainda não está bem esclarecida a
diferença entre os conceitos de hormônios, de neurotransmissores, e, de autacóides.
Inicialmente, os hormônios foram definidos como as substancias químicas secretadas
pelo organismo, sem o auxilio de ducto, e, que através da corrente sangüínea atuava
à distancia, quase sempre lentamente, sobre órgãos ou tecidos distantes. Enquanto
as substancias produzidas pelo organismo, e, que atuam com brevidade, e, à curta
distancia são classificadas em neurotransmissores porque são produzidos por
neurônios .
Tem sido, então, também definidas como autacóides as substancias que
também atuam com brevidade, e, à curta distancia, mas, não são produzidas por
neurônios. Entretanto, como existem substancias consideradas autacóides que, em
determinada situação clínica também pode agir à distancia, assim, a tendência atual
é classificar os mediadores químicos produzidos pelo corpo humano, como:
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Predominantemente hormônios - Insulina, TSH, somatostatina, e, outros
hormônios produzidos pelas glândulas; predominantemente neurotransmissores
como a Acetilcolina, adrenalina, e, noradrenalina.
Predominantemente autacóides como, prostaglandinas, leucotrienos,
tromboxanos, histamina, bradicinina, óxido nítrico, angiotensina, serotonina, fator de
ativação das plaquetas, e, as citocinas (derivados da destruição de células ou da
liberação de células ou de outras estruturas do organismo, e que, geralmente, que
não são neurônios, nem células específicas constituintes das glândulas).
Molécula transmissora (Acetilcolina, Serotonina, Ácido gama-aminobutírico
(GABA), Histamina, Adrenalina (epinefrina), Noradrenalina (norepinefrina),
Dopamina, Adenosina, Óxido nítrico (NO). Os neurotransmissores são derivados
respectivamente de Colina, Triptofano, Glutamato, Histidina, Tirosina, ATP, Arginina.
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8 - FÁRMACOS ANTAGONISTAS COLINÉRGICOS
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9 - BLOQUEADORES OU AGENTES ANTIMUSCARÍNICOS
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O efeito antiespasmódico é utilizado no tratamento de distúrbios gastrintestinais
espásticos funcionais ou neurogênicos (hipermotilidade gastrintestinal), utilizado por
via oral ou subcutânea. Na asma, como redutor da produção de muco é utilizado em
crises asmáticas via inalação diluído em 3 a 5 ml de solução salina através de
nebulizador. Como adjuvante da anestesia reduzindo as secreções, e, provocando a
broncodilatação, pode ser administrada por via oral ou intramuscular (42).
Utilizado no exame oftalmológico como midriático, pelo epitélio ocular, para
investigar melhor a retina (as ações midriáticas da atropina podem persistir por uma
semana após a aplicação ocular, assim, tem sido preferidas, atualmente, outras
drogas como ciclopentolato, e, a tropicamida, pois, a recuperação completa da
acomodação visual ocorre, respectivamente, entre 6 a 24 horas, e, 2 a 6 horas). Na
intoxicação por anti-colinesterásicos, a atropina é utilizada também como antídoto aos
efeitos dos inibidores da acetilcolinesterase, praguicidas organofosforados e
muscarina, podendo ser administrada por via venosa (1 a 2 mg).É utilizada na
bradicardia, e, como antiarrítmico pode ser administrado por via venosa (43).
As contra-indicações da atropina consistem: glaucoma, pois, pode precipitar
crise de glaucoma em indivíduos predispostos; uropatia obstrutiva; doença obstrutiva
do trato gastrintestinal; íleo paralítico; atonia intestinal de pacientes debilitados ou
idosos; colite ulcerativa grave, especialmente se complicada por megacolo tóxico;
estado cardiovascular instável em hemorragia aguda; miastenia grave; hiperplasia da
próstata (44).
Entre os efeitos adversos da atropina destacam-se: Secura da boca, cicloplegia,
sede exagerada, dificuldade em urinar e rubor facial. No SNC, pode provocar
confusão, inquietação, alucinações e delírio. Tem sido relatados casos de rubor,
principalmente, na área maxilar devido à vasodilatação. Em doses elevadas a
atropina pode provocar a taquicardia, e, isquemia cardíaca. Em crianças tem sido
relatados casos de rubor (“vermelhidão intensa”) da face, e, do tronco após 15 a 20
minutos da injeção IM de atropina sendo denominado de “rubor atropínico.”
ESCOPOLAMINA OU HIOSCINA (Buscopan). A associação com a dipirona
corresponde ao Buscopan composto. A escopolamina ou hioscina também é um
alcalóide da belladona. Apresenta efeitos semelhantes aos da atropina, porém, a
escopolamina tem ações e efeitos mais pronunciados no SNC, com a duração mais
prolongada do que a atropina. Apresenta também o efeito de bloquear a memória
recente. Também é utilizado na hipermotilidade gastrointestinal, e, tem sido indicada
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para a prevenção da cinetose, evitando náuseas e vômitos de origem labiríntica e
contra vômitos causados por estímulos locais no estômago, embora seja menos útil
após instalada a náusea (44).
Em Obstetrícia, a escopolamina é utilizada associada à morfina, para produzir
amnésia e sedação. As vias de administração da escopolamina são: Oral, parenteral
e transdérmica (na prevenção da cinetose, sendo o fármaco aplicado numa unidade
adesiva do tipo bandagem atrás da orelha). Não tem efeitos sobre o SNC, é utilizado
no tratamento da asma, bronquite e DPOC para a broncodilatação, principalmente
sob a forma de brometo de ipratrópio através da via de administração inalatória. As
reações adversas sistêmicas são reduzidas e confinadas principalmente à boca, e,
às vias aéreas. Geralmente, a via de administração do ipratrópio é a inalatória (44).
PROPANTELINA
Consiste em um antagonista muscarínico utilizado como antiespasmódico, na
rinite, na incontinência urinária, e, no tratamento da úlcera gástrica e duodenal. Em
altas doses apresenta efeitos nicotínicos que levam ao bloqueio da transmissão
neuromuscular.
DICICLOVERINA ou DICICLOMINA (Bentyl)
Antiespasmódico, e, espasmolítico derivado do ácido bicicloexilcarboxílico que
reduz a contratura da musculatura lisa do tubo digestivo e do trato urinário.
Indicado para cólicas intestinais, cólon irritável ou espasmódico, colopatias
fucionais agudas ou crônicas, e, incontinência urinária.
GLICOPIRROLATO
Um antagonista muscarínico utilizado como antiespasmódico, em alguns
distúrbios do trato gastrointestinal e para reduzir a salivação decorrente da utilização
de alguns anestésicos.
CICLOPENTOLATO e TROPICAMIDA
São utilizados em Oftalmologia como midriáticos. Orientações para o paciente
que utiliza fármacos anticolinérgicos, ingerir dieta rica em fibras para evitar a
constipação intestinal. Avisar imediatamente em caso de: Aumento da freqüência
cardíaca (palpitações, batimentos cardíacos rápidos), boca seca, visão turva, dor
ocular, dor à micção ou dificuldade de urinar, e, erupção cutânea.
25
10 - BLOQUEADORES GANGLIONARES
26
estímulos dos gânglios vagais cardíacos (que provoca a bradicardia) é menor que a
estimulação simpática do coração (levando a taquicardia), assim como a ação
simpática sobre os vasos sangüíneos provocando a vasoconstrição. Na medula
adrenal, provoca estimulo da liberação das catecolaminas que levam a taquicardia e
vasoconstrição, e, conseqüentemente ao aumento da pressão arterial temporária.
Embora em baixas doses aumente a respiração, em doses elevadas pode provocar
paralisia medular e bloqueios dos músculos esqueléticos da respiração causando a
falência respiratória. A cardiopatia isquêmica, a bronquite crônica, e 90% dos casos
de câncer do pulmão têm como principal causa o uso do fumo, além de muitas outras
doenças. A única utilidade terapêutica da nicotina tem sido no tratamento da
interrupção do uso do fumo sob a forma de goma de mascar ou emplastros
transdérmicos (que freqüentemente tem provocado irritação e prurido locais).
TRIMETAFANO (Arfonad)
Consiste em um bloqueador ganglionar nicotínico competitivo, com ação curta,
utilizado em terapêutica ocasionalmente para produzir hipotensão controlada na
anestesia, embora possa ser utilizado em outras emergências na crise hipertensiva
(tratamento agudo da hipertensão arterial) principalmente provocada pelo edema
pulmonar ou aneurisma dissecante da aorta. Como bloqueia todos os gânglios
autônomos e entéricos, além da hipotensão, pode causar inibição das secreções,
paralisia gastrintestinal, e, comprometimento da micção.
MECAMILAMINA (Inversine)
Consiste reduz a atividade das ramificações simpática e parassimpática
bloqueando os receptores nicotínicos (Nn). Como o sistema nervoso simpático
controla a reatividade vascular, a mecamilamina bloqueia o tônus simpático para as
arteríolas, resultando em vasodilatação e diminuição da pressão arterial, assim, tem
sido utilizada no tratamento da hipertensão arterial moderada e grave, entretanto,
devido aos efeitos colaterais, principalmente ao bloqueio também das ações
parassimpáticas que predominam na maioria das estruturas efetoras, como o
coração, olhos, trato gastrintestinal, bexiga, glândulas salivares, a mecamilamina tem
sido menos utilizada como terapêutica atualmente. Pois, bloqueando a ações
parassimpáticas, aumentam as ações simpáticas destas estruturas.
Assim, no coração o sistema parassimpático tem a capacidade de reduzir a
freqüência e a contratilidade, bloqueando esta ação parassimpática, aumenta a ação
simpática o que leva a taquicardia.
27
As ações parassimpáticas bloqueadas de outras estruturas referidas,
respectivamente, também podem provocar midríase, constipação, retenção da urina,
e, xerostomia (ressecamento da boca devido à diminuição da produção de saliva
aquosa).
28
11 - BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES
29
succinilcolina não é destruída pela enzima acetilcolinesterase, permanecendo ligada
ao receptor por longo tempo, assim, posteriormente, a membrana repolariza-se
(relaxamento), e, impede a ação da aceticolina no receptor. A succinilcolina é
degradada pelas colinesterases plasmáticas, e, tem sido utilizada quando é
necessária a intubação endotraqueal rápida, evitando a aspiração do conteúdo
gástrico durante a intubação. Como efeitos colaterais, pode ocorrer a hipertermia
maligna, dores musculares pós-operatória, hipercalemia e aumento da pressão ocular
(49).
30
12 - ANTICOLINÉRGICOS CENTRAIS
31
13 - REATIVAÇÃO DAS ENZIMAS COLINESTERASES
ANTIDEPRESSIVOS
32
significativa em nosso cotidiano. A depressão pode ser clinicamente identificada por
seus aspectos clínicos, tais como (55).
Episódio Depressivo Maior apresentando cinco ou mais diferentes sintomas de
freqüência diária, com duração mínima de duas semanas (56).
(anedonia).
33
Descobertos na década de 60 (imipramina), recebem esta nomenclatura devido
a estrutura química. Se mecanismo de ação similar (59).
citalopram) (60).
constipação.
HT2A/C
Nefazodona é mais potente e específica para serotonina que a trazodona.
a hepatotoxicidade (61).
ocorrência de priapismo.
34
�REAÇÕES ADVERSAS: distúrbios da TGI, dificuldade de concentração e
atípicos
ANTIDEPRESSIVOS ATIPICOS (Bupropiona)
Mecanismo de Ação por inibição da recaptação de noradrenalina e dopamina
35
14 - FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS
36
(alguns autores chamam de tensiolíticos ou ansiolíticos ou tranqüilizantes menores),
pois, o mesmo fármaco pode exercer ambas as funções (sedativo e hipnótico)
dependendo do método (66).
As principais classes destes fármacos correspondem aos benzodiazepínicos,
ciclopirrolonas, imidazopiridínicos, valepotriatos, derivados pirimidilpiperazínico, e,
outros fármacos hipnóticos não-benzodiazepínicos e não-barbitúricos, sendo a mais
importante a classe dos benzodiazepínicos, utilizada no tratamento da ansiedade e
da insônia. A classe dos barbitúricos que anteriormente pertencia ao grupo dos
fármacos ansiolíticos e hipnóticos, atualmente, encontra-se incluída entre os
fármacos que são utilizados no tratamento da epilepsia como o fenobarbital
(Gardenal), e, utilizados na anestesia como o tiopental (Thionembutal) (Thiopental).
Os barbitúricos não são mais recomendados como uso, e, da dose empregada. Em
doses elevadas são utilizados também para induzir a anestesia cirúrgica (67).
Os fármacos ansiolíticos são utilizados no tratamento dos sintomas da
ansiedade, enquanto os fármacos hipnóticos são utilizados no tratamento da insônia.
Apesar dos objetivos clínicos serem diferentes, as mesmas drogas são
frequentemente usadas para ambas as finalidades, variando-se neste caso somente
a dose para cada fim, devido ao fato de que as drogas que aliviam a ansiedade
geralmente produzem certo grau de sedação e sonolência, que é um dos principais
inconvenientes do uso clínico dos ansiolíticos (68). Os principais grupos de agentes
ansiolíticos e hipnóticos são: os benzodiazepínicos, os agonistas dos receptores de
5- HT, os barbitúricos (obsoletos) e os antagonistas dos receptores beta-adrenérgicos
(propanolol) (68).
37
O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do cérebro, pois ao se ligar aos
seus receptores, aumenta a freqüência de abertura dos canais de cloreto (Cl-) (71).
A entrada de cloreto no neurônio ocasiona a sua hiperpolarização com conseqüente
queda da excitabilidade celular. Existem subtipos do receptor GABAa em diferentes
regiões do cérebro, que diferem na sua sensibilidade aos benzodiazepínicos. Os
benzodiazepínicos ansiolíticos são agonistas nesse local regulador. Outros
benzodiazepínicos, como por exemplo, o flumazenil, são antagonistas e impedem as
ações dos benzodiazepínicos ansiolíticos. O flumazenil pode ser usado no caso de
superdosagem de benzodiazepínicos, e para reverter a ação sedativa dos
benzodiazepínicos administrados durante a anestesia. O flumazenil não antagoniza
a ação dos barbitúricos e do etanol. Os benzodiazepínicos causam (72):
38
Os Barbitúricos como (pentobarbital, fenobarbital e tiopental), exercem atividade
depressora sobre o sistema nervoso central, produzindo efeitos semelhantes aos dos
anestésicos de inalação. Causam morte por depressão respiratória e cardiovascular
se forem administrados em grandes doses, constituindo um dos motivos pelos quais
são atualmente pouco utilizados como agentes ansiolíticos e hipnóticos. Os
barbitúricos que continuam sendo utilizados amplamente são os que exibem
propriedades específicas, como o fenobarbital utilizado por sua atividade
anticonvulsivante, e o tiopental amplamente utilizado como anestésico intravenoso.
Compartilham com os benzodiazepínicos a capacidade de potencializar a ação do
GABA; entretanto, ligam-se a um sítio diferente no receptor de gaba/canal de cloreto,
e sua ação parece ser muito menos específica. Parecem aumentar a duração da
abertura dos canais de cloreto regulados pelo GABA (75).
39
Buspirona é um potente agonista (apesar de não ser seletivo) a nível do
receptores 5-HT1A (inibitórios da serotonina). Porém, ela não possui ação hipnótica,
anticonvulsivante ou miorelaxante (79). A ipsapirona e a gepirona são semelhantes.
Eles atuam sobre os receptores présinápticos inibitórios, reduzindo assim a liberação
de 5-HT e de outros mediadores. Além disso, inibem a atividade dos neurônios
noradrenérgicos do lócus celúreos, e desta maneira, interferem nas reações de
reatividade. Entretanto, são necessários dias ou semanas para que a buspirona
produza seu efeito no homem, sugerindo um mecanismo de ação indireto mais
complexo, o que também torna o fármaco inapropriado para o tratamento da
ansiedade aguda (80). A buspirona é ineficaz nos episódios de pânico. Esses
medicamentos não causam sedação nem descoordenação motora, e não foram
relatados efeitos de abstinência. Antagonistas dos receptores beta-adrenérgicos
(propranolol), são fármacos utilizadas no tratamento de algumas formas de
ansiedade, particularmente quando os sintomas físicos são incômodos, como
sudorese, tremor e taquicardia. Sua eficácia depende mais do bloqueio das respostas
simpáticas periféricas do que de qualquer efeito central (81). Algumas vezes são
usados por atores e músicos para reduzir os efeitos do medo do palco (81).
OBS: a injeção letal, utilizada nos EUA para a execução da pena de morte, é
composta por tiopental (para sedar) + brometo de pancurônio (para paralisar o
diafragma) + brometo de potássio (para paralisar o coração) (81).
40
1. Parkinsonismo: degeneração dos neurônios dopaminérgicos levando a
bradicinesia, rigidez, tremores de repouso.
2. Distonia: contrações musculares sustentadas com movimentos repetidos e postura
anormal.
3. Tremor: oscilações rítmicas e involuntárias que podem atingir qualquer parte do
corpo.
4. Coréia: movimentos rápidos que ocorrem no repouso e no movimento
5. Mioclonia: movimentos rápidos semelhantes a choque que ocorrem
espontaneamente ou não.
6. Tiques motores: movimentos simples ou complexos que podem afetar a cabeça ou
face.
7. Agitação motora: acatisia quando afeta membros
8. Hipertonicidade: Rigidez: aumento do tônus muscular
Espasticidade: aumento velocidade-dependente tônus muscular associado com
hiperreflexia
Síndrome neuroléptica maligna : rigidez muscular, hipertermia, instabilidade
autonômica e redução do nível de consciência.
9. Espasmo muscular: contração involuntária dolorosa de um músculo.
10. Ataxia: incoordenação dos movimentos dos membros e da marcha
Baclofeno
Agonista dos receptores GABA B que quando ativados resultam em
hiperpolarização, restringindo o fluxo de Cálcio e portando a liberação pré-sináptica
de neurotransmissor. Atua também na redução da dor em pacientes com
espasticidade. Possui farmacocinética, possui boa absorção oral, sem interferência
alimentar. Pico plasmático de 1 a 3 horas e eliminação de 3 a 4 hs no plasma e 5h no
LCR. 15% é metabolizado no fígado e 70 a 80% no rim; excreção urinária. São dose-
dependentes. Sonolência, fraqueza, vertigens, náusea, vômitos,
hipotensão. Podendo causar outros efeitos como, úlcera péptica, retenção urinária,
broncoespasmo. Síndrome de abstinência pode ser causada pela suspensão abrupta
levando alucinações, espasticidade, taquicardia, confusão, convulsões
(84). Interações medicamentosas, como a exacerbação dos efeitos: álcool, lítio,
41
antidepressivos tricíclicos, antiparkinsonianos (85).
Usos clínicos
Soluço intratável; espasmos musculares; síndrome de espasticidade resultantes de
lesão medular, esclerose múltipla e AVE; e discinesia causada por psicóticos.
Carisoprodol
Bloqueio da atividade interneuronal na formação reticular descendente e na
medula espinhal. Sua farmacocinética apresenta absorção oral com efeitos em 30
min; pico plasmático de 4 hs com duração de ação de 4 a 6 hs e meia-vida de
eliminação de 8 horas. Metabolismo hepático com menos de 1% de excreção
renal. Alguns efeitos adversos podem ser observados como, fraqueza muscular,
hipotensão ortostática, taquicardia, febre, angiodema, broncospasmo. Tolerância e
dependência física pode ser causada pelo meprobamato (metabólito). Contra-
indicado na porfiria intermitente aguda. Podem causar sonolência potencializada por
álcool e depressores centrais. Seu uso clínico geralmente associado a analgésicos
como paracetamol (84).
Carbamato de clorfenesina
Cloridrato de ciclobenzaprina
42
Ação agonista no receptor 5-HT2 em nível espinhal e tronco cerebral com inibição
de sistemas descendentes serotoninérgicos na medula espinhal. Apresenta
farmacocinética com boa absorção oral. Início de ação 1 h após ingesta e a meia-vida
é de 1 a 3 dias. Metabolismo por glicuronidação e a excreção é renal predominante.
Podem causar efeitos com propriedades colinérgicas (contra-indicado em glaucoma
e hiperplasia prostática); sonolência; Interações com álcool pode ser fatal; é contra
indicado em IAM, hipertireodismo, bloqueios de ramo, ICC.
Utilizado em casos de espasmos musculares dolorosos; fibromialgia; dor crônica não
oncológica (86).
Outros relaxantes de ação central
Metocarbamol: utilizado no tratamento dos espasmos musculares do tétano.
Cloridrato de Tizanidina: utilizada na esclerose múltipla e neuralgia do trigêmio.
Outros fármacos de atuação central utilizados nos distúrbios de movimento
• L-diidroxifenilalanina (L-DOPA, LEVODOPA)
• Inibidores periféricos da descarboxilase (carbidopa, benzerazida)
• Agonistas dopaminérgicos (bromocriptina, pergolida, lisurida)
• Depletores pré-sináticos dopaminérgicos (tetrabenazina)
• Anticolinérgicos
• Cloridrato de orfenesina
• Agentes glutaminérgicos (amantadina)
43
14 - OPIOIDES
44
Desde sua identificação, diversas denominações foram utilizadas para os
receptores opióides. A nomenclatura atual, aprovada pela “União Internacional de
Farmacologia”, para a identificação dos receptores opióide é a seguinte (92):
45
Tradicional Forte - Morfina Petidina Fentanil Alfentanil Remifentanil Sufentanil
Fraco - Codeína
Função (96)
46
Alucinações: principalmente após o uso de opióides agonistas KOP, porém
agonistas MOP, como a morfina, também podem desencadear alucinações.
47
Alguns opióides desencadeiam a liberação de histamina pelos mastócitos
resultando em urticária, prurido, broncoespasmo e hipotensão. O prurido, que
se manifesta principalmente em face, nariz e dorso, é um sintoma mediado
pelo SNC e sua incidência aumenta quando opióides são administrados via
intratecal. Pode-se reverter esse sintoma com a administração de antagonistas
dos opióides, como o naloxone (99).
Opióides são bases fracas (pKa 6,5 a 8,7). Em solução, eles se dissociam em
fração ionizada e não ionizada em proporção dependente do pH do meio e do pKa do
opióide. A fração não ionizada é mais difusível que a ionizada. Em meios ácidos,
como o estômago, os opióides apresentam alto grau de ionização e baixa absorção.
Em contrapartida, em meios básicos, como intestino delgado, ocorre predomínio da
forma não ionizada dos opióides e alta absorção. Porém, muitos opióides sofrem
metabolismo de primeira passagem hepática e intestinal, resultando em baixa
biodisponibilidade oral. A elevada lipossolubilidade dos opióides facilita a sua
disponibilidade para a biofase (sítio efetivo), assim quanto maior a lipossolubilidade,
mais rápido o início de ação (100).
Drogas com elevada lipossolubilidade, maior fração não ionizada (baixo pKa) e
baixo grau de ligação protéica apresentam maior volume de distribuição. A maioria
dos opióides apresenta volume de distribuição muito acima do volume de água
corporal. O breve efeito de baixas doses endovenosas de opióides de curta duração
(alfentanil, fentanil, sufentanil) se deve à rápida redistribuição da droga, que leva à
queda da concentração plasmática e cerebral a níveis abaixo do seu limiar de ação.
Maiores doses de opióides produzem ação prolongada no organismo porque, mesmo
após a redistribuição da droga, os níveis plasmáticos são mantidos acima do limiar
de ação da droga e somente após o processo de metabolização e eliminação os
efeitos serão reduzidos (100).
48
pela bile, pois são glucoronídeos hidrossolúveis. A flora intestinal metaboliza esses
glucoronídeos em compostos que podem ser reabsorvidos e direcionados para a
circulação entero-hepática. Os opióides com alta lipossolubilidade, como o fentanil,
podem então se difundir para o estômago onde o baixo pH leva ao aumento da
concentração da fração iônica. Mais tarde, esse opióide pode ser reabsorvido para a
circulação e haverá um segundo pico de ação (101).
49
15 - ANTI-INFLAMATÓRIO NÃO ESTEROIDAL (AINES)
50
bem definidas, a COX-1 (constitutiva ou fisiologica) e a COX-2 (induzida ou
inflamatória) (104).
Ácidos arilpropiônicos
Ibuprofeno, naproxeno, flurbiprofeno, cetoprofeno, loxoprofeno, oxaprozina
Ácidos enólicos
Piroxicam, tenoxicam, meloxicam
51
Furanona diaril-substituído Refecoxib
Sulfonanilida Nimesulida
Fonte: Goodman & Gilman’s. The Pharmacological Basis of Therapeutics, 10a ed. 2001.
52
16 - FARMACOLOGIA
MECANISMO DE AÇÃO
53
compostos. O principal mecanismo de ação dos AINEs ocorre através da inibição
específica da COX e conseqüente redução da conversão do ácido aracdônico ou
araquidônico (AA) em prostaglandinas. Reações mediadas pelas COXs, a partir do
AA produzem PGG2, que sob ação da peroxidase forma PGH2, sendo então
convertidas às prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos (TXs) (108).
54
mecanismo primário central pelo qual essas drogas diminuem a dor e possivelmente
a febre. A relevância dessa isoforma ainda não está clara. A aspirina e os demais
AINEs inibem a síntese de PG mediante a inativação da COX A aspirina acetila as
isoenzimas (COX-1 e COX-2) covalentemente, inativando-as de forma irreversível e
não seletiva. A maioria dos AINEs age de forma reversível e não seletiva sobre as
mesmas enzimas. Convém salientar que tanto a aspirina quanto os outros AINEs não
bloqueiam a via da lipoxigenase; não inibindo, desta forma, a produção de
leucotrienos. Portanto, os AINEs reduzem, mas não eliminam completamente os
sinais e sintomas inflamatórios (110) .
55
Este grupo de medicamentos carece de um grupo carboxílico presente na
maioria dos AINEs e, por isso, são capazes de orientar-se na enzima COX-2 de
maneira seletiva, que difere daquela dos outros antiinflamatórios. Apresentam baixa
hidrossolubilidade, o que dificulta a sua administração parenteral (111).
56
causa dano às mesmas. Entretanto, esse dano “tópico” não parece ser de
fundamental importância para a patogênese da sintomatologia ulcerosa. Essa última
se deve principalmente a uma conseqüência da inibição sistêmica da atividade COX-
1 da mucosa gastrointestinal (GI) (112). Mesmo a administração intramuscular ou
intravenosa. Por inibirem a COX-1, os AINEs impedem a síntese de prostaglandinas
gástricas, especialmente PGI2 e PGE2, que servem como agentes citoprotetores da
mucosa gástrica. Estes eicosanóides agem inibindo a secreção ácida pelo estômago,
aumentando o fluxo sangüíneo na mucosa gástrica e promovendo a secreção de
mucocitoprotetor. A inibição da sua síntese, por- tanto, acarreta ao estômago uma
maior suscetibilidade às lesões; cujo aspecto característico, com infiltrado
inflamatório, levou ao uso da denominação de gastropatia por AINE. Além disso,
diminui a adesividade plaquetária, aumentando os riscos de sangramento. A
indometacina, o sulindac e o meclofenamato sódico apresentam acentuada
recirculação enteropática, o que aumenta os efeitos tóxicos destes fármacos (113).
57
processos inflamatórios, similar a COX-2. Entretanto, a relação entre as várias
enzimas COX e sON não foram completamente elucidadas. Muitos estudos mostram
que ambas as enzimas estão envolvidas na manutenção da integridade da mucosa
gástrica, assim como na restituição epitelial. AINEs associados ao ON têm sido
desenvolvidos e estão sendo avaliados em estudos clínicos (116).
A maioria dos AINEs inibem a COX-1 e a COX-2 de forma não seletiva e assim
diminuem a produção de PGs gástricas em pequenas concentrações (<1μM). Os
inibidores seletivos da COX-2, assim como os inibidores da COX-3 (paracetamol)
preservam a proteção mediada por PGs gástricas. Entretanto, os inibidores seletivos
da COX-2 em altas doses podem perder sua especificidade e também bloquear a
COX-1 no estômago e duodeno causando danos (117).
O FDA (Food and Drug Administration), agência norte americana que controla
o uso de medicamentos, estima que úlceras gastrointestinais, sangramentos e
perfurações ocorrem em aproximadamente 1% a 2% dos pacientes usando AINEs
por três meses e, aproximadamente, 2% a 5% naqueles usando por um ano. A
maioria dessas complicações ocorrem em pacientes que não tinham história
pregressa de eventos gastrointestinais (118).
Aspirina em doses menores que 100 mg/dia pode inibir a geração de PGs e
causar dano gástrico. Após parada do uso de doses baixas de aspirina (<100 mg/
dia), o estômago necessita de cinco a oito dias para recuperar a atividade da COX-1
e a síntese das PGs protetoras. Estudos epidemiológicos placebos-controlado
mostram que existe um risco elevado de eventos graves com o aumento da dose da
aspirina (119).
58
Há controvérsias na literatura quanto à associação do H. pylori e os AINEs na
patogênese da úlcera gástrica. Em metanálises recentes e revisão sistemática da
literatura (um total de 21 estudos) se observaram que: o risco de úlcera péptica sem
complicações em usuários de AINEs foi significativamente maior entre os pacientes
com H. pylori positivo, comparados com os pacientes sem a bactéria; a doença
ulcerosa péptica foi mais comum em pacientes com H. pylori positivo comparados
com àqueles sem H. pylori, independente do uso de AINEs. A erradicação desta
bactéria deve ser reservada aos pacientes com história de doença péptica (119).
59
Cardiovascular
60
clínicos prospectivos e observacionais apontam diferenças entre os coxibes e o risco
cardiovascular. Tais diferenças não estão apenas associadas a eventos trombóticos,
mas também à retenção de sódio e água, elevação da pressão arterial e ao
desenvolvimento de insuficiência cardíaca, devido a alterações na formação de PGs
alterando as trocas de sódio e água no nível tubular renal na formação de PGs
alterando as trocas de sódio e água no nível tubular renal (121).
Renal
61
primariamente vasodilatadoras, elas não apresentam papel principal na regulação da
hemodinâmica renal, já que a síntese basal é relativamente baixa. Entretanto, a
liberação desses hormônios (particularmente a prostaciclina e a PGE2) está
aumentada em doenças glomerulares subjacentes, insuficiência renal, hipercalcemia
e por substâncias vasoconstritoras (angiotensina II e norepinefrina). A secreção
desses últimos hormônios é aumentada em estados de depleção de volume (como
insuficiência cardíaca congestiva, cirrose e perda de água e sal pelo trato
gastrointestinal ou renal). Nesses contextos, as PGs vasodilatadoras agem
preservando o fluxo renal sangüíneo e a filtração glomerular por diminuição da
resistência pré-glomerular. Isto é particularmente importante quando existe depleção
de volume efetivo, situação em que as PGs antagonizam o efeito vasoconstritor da
angiotensina II e da norepinefrina. Na doença glomerular, entretanto, o aumento na
produção de PGs parece manter a taxa de filtração glomerular na presença de
importante redução na permeabilidade do capilar glomerular (122).
Inibição da síntese de PGs por AINEs nesses pacientes pode levar a uma
isquemia renal reversível, um declínio da pressão hidrostática glomerular e
insuficiência renal aguda. O aumento da creatinina plasmática é visto durante os três
a sete primeiros dias da terapia, tempo necessário para alcançar níveis estáveis da
droga e máxima inibição da síntese de prostaglandinas. Os inibidores seletivos da
COX-2 também podem precipitar IRA em alguns pacientes. A freqüência relativa
desta ocorrência, comparada com os AINEs não seletivos ainda é desconhecida. Há
evidências de que alguns AINEs não seletivos tenham um menor potencial
nefrotóxico que os outros AINEs. Baixas doses de aspirina (40 mg/dia) e de ibu-
profeno parecem ser seguras, pois inibem menos a síntese de PG renal. A segunda
forma de IRA induzida por AINEs tem dois componentes, um ou ambos podem estar
presentes no mesmo paciente: uma nefrite intersticial aguda (NIA) (com um infiltrado
intersticial composto primariamente por linfócitos T) e a síndrome nefrótica (SN),
devido à liberação de linfocinas tóxicas por células T ativadas; e, a nefropatia
membranosa que pode ser encontrada em muitos pacientes que foram tratados com
AINEs. Estas desordens ocorrem mais comumente com o fenoprofeno, mas
provavelmente pode ser induzida por qualquer AINE não seletivo e inibidores da COX-
2. Ainda não se conhece o mecanismo pelo qual os AINEs induzem NIA ou SN. É
62
possível que a inibição da COX por AINEs resulte na conversão preferencial do ácido
aracdônico em leucotrienos, que poderia então ativar células T helper (122).
Há evidências de que alguns AINEs não seletivos tenham um menor potencial
nefrotóxico que os outros AINEs. Baixas doses de aspirina (40 mg/dia) e de
ibuprofeno parecem ser seguras, pois inibem menos a síntese de PG renal (123).
Hepático
63
normalidade, queda sérica da albumina (sugestivo de defeito de síntese induzido pela
droga) ou se o tempo de protrombina estiver prolongado (124).
Pulmonar
Hematológico
64
asséptica parece ser mais prevalente em paciente com lúpus eritematoso sistêmico
em tratamento com AINEs (em geral, ibuprofeno e naproxeno). Manifestações
oculares por uso de AINEs não tem relevância clínica. Podem ocorrer deposição de
cristais da droga na córnea e, raramente, desenvolvimento de edema de córnea. Esse
último é reversível, embora possa afetar a visão (127).
Pele
Várias reações de pele podem ocorrer com o uso de AINEs. Reação severa como
a síndrome de Steven-Johnson é incomum. Rash mobiliforme e urticária também são
encontradas com o uso desta classe de drogas (128).
65
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 - ALTMAN, Lawrence K. Dr. Louis Goodman, 94, chemotherapy pioneer, dies. The
New York Times, New York. Disponível em:
http://www.nytimes.com/2000/11/28/us/dr- louis-s-goodman-94-chemotherapy-
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