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UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE ENFERMAGEM

GREYCE KELLY SÁ MARTINS


JULIANA DA SILVA ANDRADE
LORRANY ARAÚJO DA SILVA
TAMIRES YASMIM GUIDO DE CARVALHO

INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM NO AUTOCUIDADO DO IDOSO:


Revisão de Literatura

PALMAS - TO
2020
GREYCE KELLY SÁ MARTINS
JULIANA DA SILVA ANDRADE
LORRANY ARAÚJO DA SILVA
TAMIRES YASMIM GUIDO DE CARVALHO

INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM NO AUTOCUIDADO DO IDOSO:


Revisão de Literatura

Trabalho de conclusão de curso elaborado e


apresentado como requisito parcial para aprovação
na graduação em Enfermagem apresentado à
Universidade Paulista – UNIP.

Orientadora: Prof. Esp. Mayara da Costa Azevedo.

PALMAS – TO
2020
GREYCE KELLY SÁ MARTINS
JULIANA DA SILVA ANDRADE
LORRANY ARAÚJO DA SILVA
TAMIRES YASMIM GUIDO DE CARVALHO

INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM NO AUTOCUIDADO DO IDOSO:


Revisão de Literatura

Trabalho de conclusão de curso elaborado e


apresentado como requisito parcial para aprovação
na graduação em Enfermagem apresentado à
Universidade Paulista – UNIP.

Aprovado em: _____/_____/_______

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________
Prof.ª Esp. Mayara da Costa Azevedo
Orientadora
Universidade Paulista – UNIP

____________________________________________________________
Prof. Esp. Meire Vasconcelos de Oliveira
Universidade Paulista – UNIP

____________________________________________________________
Prof. Esp. Natália Rios Coelho de Paiva Araújo
Universidade Paulista – UNIP
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por esta oportunidade e por mais uma conquista.
A nossa orientadora Mayara da Costa Azevedo, pela paciência na orientação e incentivo
que tornaram possíveis a conclusão deste trabalho.
Aos nossos professores que com paciência e sabedoria, souberam nos proporcionar o
conhecimento da educação no processo de formação profissional.

OBRIGADA!!!
“O envelhecimento não é
juventude perdida, mas uma nova
etapa de oportunidade e força”.

(Betty Friedan)
RESUMO

MARTINS, Greyce Kelly Sá; ANDRADE, Juliana da Silva; DA SILVA, Lorrany Araújo;
CARVALHO, Tamires Yasmim Guido. INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM NO
AUTOCUIDADO DO IDOSO: Revisão de Literatura. 2020. f.53 Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação) – Curso de Enfermagem, Universidade Paulista de Palmas/TO, 2020.

O autocuidado tem sido amplamente estudado em pesquisas de diferentes áreas da saúde, por
ser o cuidado o conceito central para o desenvolvimento de ações que promovam a saúde, bem
como, àquelas voltadas para prevenção e/ou complicações de doenças. O autocuidado é
definido como a prática de atividades que uma pessoa inicia e realiza por sua própria vontade
para manter a sua vida, saúde e bem-estar, sendo uma conduta aprendida em resultado de
experiências cognitivas culturais e sociais. O objetivo geral deste trabalho busca analisar a
intervenção de enfermagem prestada no autocuidado ao idoso, identificando os fatores de
promoção da qualidade dos cuidados á essa população, ficando como objetivos específicos,
identificar os cuidados de enfermagem prestados aos pacientes idosos, avaliar a intervenção de
enfermagem frente á essa população, descrever as dificuldades enfrentadas pela equipe de
enfermagem junto aos pacientes idosos, conscientizar sobre á importância do autocuidado e
hábitos de vida saudáveis. A atenção à pessoa idosa deve basear–se na melhoria da qualidade
da assistência e no aumento de sua resolutividade com envolvimento de todos os profissionais
da rede. A metodologia utilizada foi à revisão bibliográfica, fundamentada através de livros,
publicações periódicas e artigos científicos publicados nas bases de dados da Biblioteca Virtual
em Saúde (BVS), Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americano
e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de dados em Enfermagem (BDENF) e
Manuais Ministério da Saúde. Conclui – se que o papel dos profissionais de enfermagem é de
extrema importância, tanto na valorização e potencialização do papel da família frente às ações
de autocuidado dos idosos, como na oferta de práticas interventivas de educação em saúde ao
binômio idoso-família. Entretanto, demonstrou que, para humanizar o cuidado, os trabalhadores
precisam, necessariamente, estar inseridos em um ambiente de trabalho que também seja
humanizado.

Palavras-chave: “Idoso; Intervenção de Enfermagem; Autocuidado do Idoso”.


ABSTRACT

MARTINS, Greyce Kelly Sá; ANDRADE, Juliana da Silva; DA SILVA, Lorrany Araújo;
CARVALHO, Tamires Yasmim Guido. NURSING INTERVENTION IN THE
ELDERLY'S SELF-CARE: Literature Review. 2020. f.53 Course Conclusion Paper
(Graduation) - Nursing Course, Universidade Paulista de Palmas / TO, 2020.

Self-care has been widely studied in research in different areas of health, as care is the central
concept for the development of actions that promote health, as well as those aimed at
preventing and / or complications of diseases. Self-care is defined as the practice of activities
that a person initiates and performs on his own will to maintain his life, health and well-being,
being a conduct learned as a result of cultural and social cognitive experiences. The elderly
adult faces a series of health difficulties, such as chronic diseases, functional deterioration,
disability and dependence, which causes a deficit in their self-care, consequently impairing
their quality of life. Human aging is a universal, progressive and gradual process, so it is
necessary to understand the role of nurses in relation to the self-care of elderly patients. Care
for the elderly should be based on improving the quality of care and increasing its resolution
with the involvement of all professionals in the network. The methodology used was the
bibliographic review, based on books, periodical publications and scientific articles published
in the databases of the Virtual Health Library (VHL), Scientific Eletronic Library Online
(SCIELO), Latin American and Caribbean Literature in Life Sciences. Health (LILACS),
Nursing Database (BDENF) and Ministry of Health Manuals. The role of health professionals
is extremely important, both in valuing and enhancing the role of the family in relation to the
self-care actions of the elderly, and in offering interventional health education practices to the
elderly-family binomial. The role of health professionals is extremely important, both in
valuing and enhancing the role of the family in relation to the self-care actions of the elderly,
and in offering interventional health education practices to the elderly-family binomial.
However, it demonstrated that, to humanize care, workers must necessarily be inserted in a
work environment that is also humanized.

Keywords: “Elderly; Nursing intervention; Self-care for the Elderly ”.


LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Resultados da pesquisa literária composto por ordem cronológica..........................35


LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

BDENF Base de dados em Enfermagem


BVS Biblioteca Virtual em Saúde
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
COREN Conselho Regional de Enfermagem
CQH Compromisso com Qualidade Hospitalar
DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis
DE Diagnóstico de Enfermagem
LILACS Literatura Latino Americana em Ciências da Saúde
OMS Organização Mundial de Saúde
PE Prescrição de Enfermagem
PNI Política Nacional do Idoso
PNSI Política Pública Nacional de Saúde do Idoso
REBRAENSP Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente
SCIELO Scientific Electronic Library Online
UAPS Unidades de Atenção aos Programas de Saúde
UNIP Universidade Paulista
SUMÁRIO

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ......................................................................................... 11


1.1 Metodologia ....................................................................................................................... 13
2. O ENVELHECIMENTO ...................................................................................................15
3. O AUTO CUIDADO E O IDOSO......................................................................................18
4. POLITICAS PÚBLICAS DE SAÚDE PARA A TERCEIRA IDADE..........................22
5. O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL............................................................................26
6. O PAPEL DO ENFERMEIRO NO AUTO CUIDADO..................................................29
7. DIFICULDADES NO ATENDIMENTO HUMANIZADO............................................33
8. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................35
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................44
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 46
11

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O autocuidado tem sido amplamente estudado em pesquisas de diferentes áreas da


saúde, por ser o cuidado o conceito central para o desenvolvimento de ações que promovam a
saúde, bem como, àquelas voltadas para prevenção e/ou complicações de doenças. É vinculado
à saúde humana, e esse fato confere a ele uma dimensão ética. A estratégia do autocuidado
fundamenta-se na concepção do homem como um ser capaz de refletir sobre si mesmo e seus
ambientes, simbolizar aquilo que experimenta desenvolver e manter a motivação essencial para
cuidar de si mesmo (SODERHAMN, 2000).
As experiências de manter o bem-estar e/ ou de lidar com o adoecimento são constantes
na vida daqueles que enfrentam o envelhecimento, sendo necessário promover a saúde e
estimular comportamentos visando à manutenção da autonomia e ao envelhecimento bem-
sucedido. Considerando que esse tipo de envelhecimento é uma condição a ser atingida por
quem lida com as mudanças inerentes ao envelhecer, reflete-se que isso é um objetivo
alcançável por quem planeja e trabalha para ele. Tal fato revela o comportamento denominado -
autocuidado - que busca as potencialidades, entende as limitações, valorizando o bem-
estar/saúde e encontrando maneiras criativas de se cuidar (SILVA; SANTOS, 2010).
Através das várias alterações fisiológicas e patológicas pertinentes ao processo de
envelhecimento, os idosos perdem sua autonomia e independência, com a limitação da
capacidade para o autocuidado, o que, consequentemente, compromete a qualidade de vida do
indivíduo e seu processo de interação social. O envelhecimento causa transformações com
repercussões específicas nos aspectos funcionais, sociais, emocionais e ambientais. Junto a
essas mudanças, ocorrem as doenças crônicas, o que exige do idoso modificações em seus
hábitos diários e no desempenho das atividades antes consideradas simples, entre elas o
autocuidado (MARIN, 2008).
Então, frente a esta realidade, o autocuidado deve ser estimulado para que haja
promoção da saúde e autoestima, fatores necessários a qualquer pessoa, principalmente a
pessoa idosa, o que comprova sua sensação de independência. Portanto, o idoso deve ser
coadjuvante no processo de promoção de sua saúde e bem-estar de sua vida dentro do ambiente
em que ele está inserido (MAFRA, 2011).
A estratégia do autocuidado fundamenta-se na concepção do homem como um ser capaz
de refletir sobre si mesmo e o seu ambiente, simbolizar aquilo que experimenta desenvolver e
12

manter a motivação essencial para cuidar de si mesmo. O autocuidado implica a execução de


ações dirigidas pela e para a própria pessoa ou dirigidas ao ambiente com a finalidade de
satisfazer as próprias necessidades, de maneira a contribuir para a manutenção da vida, saúde e
bem-estar (SODERHAMN, 2000).
O autocuidado tem sido compreendido à luz do referencial teórico de Orem que tem
como premissa a crença de que o ser humano tem habilidades próprias para promover o cuidar
de si mesmo e que pode beneficiar com os cuidados de enfermagem quando apresentar
incapacidade de se auto cuidar. O autocuidado é definido como a prática de atividades que uma
pessoa inicia e realiza por sua própria vontade para manter a sua vida, saúde e bem-estar, sendo
uma conduta aprendida em resultado de experiências cognitivas culturais e sociais. Exige o
desenvolvimento de habilidades que são influenciadas por um conjunto de fatores intrínsecos e
extrínsecos à pessoa como a idade, o sexo, o sistema familiar, o padrão de vida, os fatores
ambientais, acesso a adequação e disponibilidade de recursos de saúde (SODERHAMN, 2000).
Com o contínuo crescimento da população idosa, o sistema de saúde passa
constantemente por grandes desafios para suprir a sobrecarga de serviços que tem que oferecer
para estas pessoas, que se encontram cada vez mais velhos, e também mais doentes. O adulto
idoso enfrenta uma série de dificuldades de saúde, como doenças crônicas, deterioração
funcional, incapacidade e dependência, o que provoca déficit no seu autocuidado, prejudicando
consequentemente sua qualidade de vida (KUCHEMANN, 2012).
O aumento da população de idosos no Brasil, o fenômeno do envelhecimento constitui
uma preocupação e uma realidade. A fragilidade em idosos é um problema de saúde pública,
essa situação gera desafios para a manutenção e a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar
dessa população. Nesse contexto atual faz se necessário saber qual o papel do enfermeiro frente
ao autocuidado do paciente idoso? Baseado nessa questão norteadora será realizado o estudo e
assim compreender o papel do enfermeiro frente ao autocuidado com idoso (BRASIL, 2016).
É de senso comum que á prática regular de esportes traz uma série de benefícios a saúde
daquele que á pratica como: melhora na postura nas funções motoras, na capacidade
cardiorrespiratória, enfim um melhor condicionamento físico como um todo (ARAÚJO, 2000).
O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica desenvolvida a partir de
materiais já elaborados, como artigos científicos. A estratégia utilizada para coletar os dados foi
inicialmente efetuar uma pesquisa bibliográfica, buscando consultar fontes diretas e indiretas
relacionadas ao tema estudado, idoso, intervenção de enfermagem, autocuidado idoso.
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Referente ao objetivo geral busca analisar a intervenção de enfermagem prestada no


autocuidado ao idoso, identificando os fatores de promoção da qualidade dos cuidados á essa
população, ficando como objetivos específicos, identificar os cuidados de enfermagem
prestados aos pacientes idosos, avaliar a intervenção de enfermagem frente á essa população,
descrever as dificuldades enfrentadas pela equipe de enfermagem junto aos pacientes idosos,
conscientizar sobre á importância do autocuidado e hábitos de vida saudáveis.
Sabemos que o envelhecimento humano é um processo universal, progressivo e gradual.
Desta forma se faz necessário entender o papel do enfermeiro frente ao autocuidado do paciente
idoso (FERREIRA, 2012).
Portanto, se faz necessário a enfermagem no autocuidado do idoso, para uma melhor
qualidade de vida e bem-estar consigo mesmo. Tendo em vistas os posicionamentos anteriores,
este trabalho se justifica nos faz refletir e querer buscar melhorias para essa população que só
cresce no nosso país.

1.1 Metodologia

Este trabalho consiste em um estudo de revisão da bibliográfica, com abordagem


descritiva, utilizando-se, para isso, a busca de informações bibliográfica em plataformas
eletrônicas. Realizar uma revisão bibliográfica faz parte do cotidiano de todos os estudantes e
cientistas. É uma das tarefas que mais impulsionam o aprendizado e o amadurecimento na área
de estudo. Atualmente, as plataformas digitais têm facilitado e simplificado muito essa tarefa,
pois trazem recursos de busca e cruzamento de informações que facilitam a vida de todos.
A revisão bibliográfica é a base que sustenta qualquer pesquisa científica. Acredite:
algumas horas a mais na biblioteca podem poupar alguns meses de trabalho no laboratório ou a
campo. Para proporcionar o avanço em um campo do conhecimento é preciso primeiro
conhecer o que já foi realizado por outros pesquisadores e quais são as fronteiras do
conhecimento naquela (VIANNA, 2001).
Desta forma, a revisão bibliográfica é indispensável para a delimitação do problema em
um projeto de pesquisa e para obter uma ideia precisa sobre o estado atual dos conhecimentos
sobre um tema, sobre suas lacunas e sobre a contribuição da investigação para o
desenvolvimento do conhecimento (LAKATOS E MARCONI, 2010).
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Trata-se de um estudo de revisão da literatura no qual este método tem como principal
finalidade reunir e sintetizar os estudos realizados sobre um determinado assunto, construindo
uma conclusão, a partir dos resultados evidenciados em cada estudo, mas que investiguem
problemas idênticos ou similares. (POMPEO; ROSSI; GALVÃO, 2009).
O estudo foi realizado através de levantamento bibliográfico de busca computadorizada
nos bancos de dados, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino –
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e
Base de dados em Enfermagem (BDENF). Utilizou se como descritores: “idoso, intervenção de
enfermagem, autocuidado idoso”. A pesquisa ocorreu nas bases de dados citadas, a partir de
materiais acadêmicos relacionados ao tema, entre os meses de novembro de 2019 a março de
2020.
Foram considerados como critérios de inclusão: a) abordar a temática em estudo; b)
publicações de procedência nacional; c) constar nas bases de dados selecionadas; d) texto
disponível na integra; e) do período de 2015 a 2019; f) idioma português. Como critérios de
exclusão foram excluídos textos incompletos; repetição de um mesmo artigo em mais de uma
base de dados; texto com acesso indisponível; falta de relação com os objetivos do estudo.
Após está em posse de todos os dados relevantes ao estudo, foi levantado à
problemática, traçando os objetivos a serem alcançados e arguida à hipótese. Posteriormente,
serão analisadas as teses neles contidos.
Nesse contexto, após esta de posse dos materiais literários selecionados, foi realizado
uma leitura minuciosa nestes materiais. Após esse processo, a fim de compilar as informações
encontradas foi realizado um fichamento dos artigos, no qual contempla título, os autores, ano
de publicação, objetivo, resumo e relação com o tema do presente estudo. Os resultados são
apresentados de forma descritiva. Para a leitura e busca de dados e informações foram
selecionados 22 artigos, dos quais após a leitura foram selecionados 12 para realizar o estudo.
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2. O ENVELHECIMENTO

O envelhecimento populacional tem ocorrido de forma acelerada. De acordo com o


IBGE, o grupo de pessoas com 60 anos ou mais de idade terá aumento de forma acentuada,
passando de 13,8%, em 2020, para 33,7%, em 2060. A expectativa de vida dos brasileiros
poderá aumentar de 73,17 anos, em 2009, para 81,29 anos, em 2050 (IBGE, 2010,2013).
Sabemos que o envelhecimento acontece ao longo de toda a vida, mas as pessoas só
percebem as mudanças quando estão perto dos 60 anos de idade, pois a meia idade é uma fase
da idade adulta na qual as características desse processo se tornam mais evidentes. A forma
com que as pessoas percebem o processo de envelhecimento pode ter grande influência em
como elas se cuidam no decorrer da vida (TEIXEIRA, 2011).
A velhice deve ser compreendida em sua totalidade porque é, simultaneamente, um
fenômeno biológico com consequências psicológicas, considerando que certos comportamentos
são apontados como características da velhice. Como todas as situações humanas, a velhice tem
uma dimensão existencial, que modifica a relação da pessoa com o tempo, gerando mudanças
em suas relações com o mundo e com sua própria história. Assim, a velhice não poderia ser
compreendida senão em sua totalidade; também como um fato cultural (FREITAS, 2010).
Portanto o envelhecimento e a velhice, têm se tornado um grande desafio para o Sistema
de Saúde no que concerne ao idoso doente por promover o aumento de internações e
reinternações, separação do ambiente familiar e dificuldade para ter um familiar como
acompanhante neste período, além de riscos como infecções hospitalares. Com isso os gastos
públicos são grandes, sendo assim o precedente pela responsabilidade de aumentar as
potencialidades de saúde dos idosos em níveis que lhes permitam conservarem-se no contexto
familiar com autonomia, autoestima e qualidade de vida, ao sistema de saúde coube criar
alternativas para essas situações (LIMA, et al. 2016).
A velhice é, também, revelada como perda da saúde envolvendo aspectos que os idosos
evidenciaram como independente de determinação da idade. A influência das condições
presentes durante toda a vida em que a pessoa foi submetida é determinada pela perda da
qualidade de vida, que, progressivamente, vai desgastando o organismo e levando ao
envelhecimento, para alguns idosos do estudo, marcadamente precoce (FREITAS, 2010).
Para NUNES; MENEZES; ALCHIERI (2010), no processo de envelhecimento ocorre a
instalação de síndromes e fragilidades que tem como principais consequências à imobilidade no
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leito e a diminuição das capacidades visuais, auditivas, cognitivas e físicas, o que muitas vezes
comprometem a autonomia e a independência do idoso.
O envelhecer pode ser compreendido como um processo natural, de diminuição
progressiva da reserva funcional dos indivíduos, o que, em condições normais, não costuma
gerar problemas. Cabe ressaltar que certas alterações decorrentes do processo de senescência
podem ter seus efeitos minimizados pela assimilação de um modo de vida mais ativo (BRASIL,
2007).
O envelhecimento é considerado um processo universal, porém, cada indivíduo vive
uma experiência única de acordo com o ambiente em que está inserido, sua cultura, dieta,
valores e escolhas de vida (FREITAS; QUEIROZ; SOUZA, 2010).
De acordo com Carvalho Filho e Netto (2006), diversos fatores conjugados, dentre os
quais o melhor controle de doenças transmissíveis, a diminuição e controle de doenças crônicas
e a melhora da qualidade de vida, contribuem para o aumento de expectativa de vida.
Como uma de suas consequências, o envelhecimento traz a diminuição gradual da
capacidade funcional, a qual é progressiva e aumenta com a idade. Assim, as maiores
adversidades de saúde associadas ao envelhecimento são a incapacidade funcional e a
dependência, que acarretam restrição/perda de habilidades ou dificuldade/ incapacidade de
executar funções e atividades relacionadas à vida diária. Tais dificuldades são ocasionadas
pelas limitações físicas e cognitivas, de forma que as condições de saúde da população idosa
podem ser determinadas por inúmeros indicadores específicos, entre eles a presença de déficits
físicos e cognitivos (FERREIRA, 2012).
O processo de envelhecimento populacional constitui um novo desafio ao mundo atual.
Esse fato ocorre tanto nos países desenvolvidos como naqueles que estão em desenvolvimento
e tem sua origem inicialmente marcada por transformações socioeconômicas no século XIX,
vividas por nações desenvolvidas. Entretanto, mudanças significativas nas variáveis
demográficas dessas nações só puderam ser verificadas na virada no século XX. Nos países em
desenvolvimento, o processo de envelhecimento foi mais rápido e desordenado, como fruto das
desigualdades sociais (MIRANDA, 2016).
A velhice deve ser encarada como uma fase natural de desenvolvimento humano e não
uma doença ou um castigo. A avaliação do idoso tem por objetivo básico melhorar a qualidade
de vida e não apenas acrescentar anos a sua vida. A atenção à pessoa idosa deve basear–se na
melhoria da qualidade da assistência e no aumento de sua resolutividade com envolvimento de
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todos os profissionais da rede. Deve estar baseada na realidade assistencial caracterizada por
carência de médicos especialistas em idosos, ou seja, o profissional a ser utilizado
prioritariamente não deverá ser o geriatra (BRASIL, 2016).
O processo de envelhecer frequentemente implica mudanças do status e papéis
desempenhados anteriormente, assim como das expectativas sociais de auto conceituação e
autoestima. Dessa forma, existe uma tendência ao empenho maior para manutenção de
relacionamento mais íntimo com amigos e de forma especial com a família, como compensação
ao crescente isolamento que ocorre por parte da sociedade. Acredita-se que o relacionamento
com essas pessoas adquire proporções bastante grandes e, se positivo, é fundamental para uma
velhice sadia e equilibrada. Por isso, conversar com amigos e familiares é um lazer que traz às
idosas participantes do estudo muito contentamento e satisfação (ASCARI, 2010).
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3. O AUTOCUIDADO E O IDOSO

O autocuidado é a prática de atividades que o indivíduo inicia e executa em seu próprio


benefício, na manutenção da vida, da saúde e do bem-estar. Tem como propósito as ações que,
seguindo um modelo, contribuem de maneira específica na integridade, nas funções e no
desenvolvimento humano. Esses propósitos são expressos por meio de ações denominadas
“requisitos de autocuidado. Alcançar o autocuidado é um processo aprendido, ou seja, é uma
prática da pessoa para si mesma e desenvolvida por ela mesma em que o indivíduo deve ser
livre para acertar, aprender, utilizar ou rejeitar o que lhe é oferecido (OREM, 1995).
Dessa forma, os déficits de autocuidado delineiam a necessidade da interferência da
enfermagem, quando as pessoas não têm competência ou estão limitadas para execução do
autocuidado. Assim sendo, ao realizar o reconhecimento dos déficits, a enfermeira faz as
intervenções utilizando-se da Teoria dos Sistemas de Enfermagem (OREM, 1995).
A Fundamentação para estratégia do autocuidado e sua concepção apresenta o homem
como um indivíduo capaz de refletir sobre si mesmo e o seu habitat, simbolizando aquilo que
experimenta, desenvolvendo e mantendo a motivação essencial para cuidar de si mesmo. O
autocuidado está atrelado à execução de ações desenvolvidas e dirigidas para a própria pessoa,
voltada ao ambiente com a finalidade de satisfazer as próprias necessidades, contribuindo para
a manutenção da vida, saúde e bem-estar (FREITAS, 2006).
O autocuidado é compreendido à luz do referencial teórico, tendo como conclusão a
crença de que o ser humano tem habilidades próprias para promover o cuidar de si mesmo,
beneficiando-se dos cuidados de enfermagem quando apresentar incapacidade de se auto
cuidar. Definimos o autocuidado como atividades que realizamos e iniciamos por vontade
própria, com o intuito de manter uma boa saúde e bem–estar, adquiridos com as experiências
da vida, tanto cognitivas, quanto sociais e culturais. Existem habilidades que são influenciadas
por um conjunto de fatores intrínsecos e extrínsecos à pessoa como o padrão de vida, a idade, o
sexo, a família, os fatores ambientais, e a disponibilidade de recursos de saúde (LIMA, 2014).
Efetivamente para o desenvolvimento de ações de autocuidado deve haver a
participação ativa, responsável e eficaz do idoso e o envolvimento de cuidadores, mais sempre
que possível, deve ser por ele gerido, desta forma, é trabalhado sua autonomia e integração ao
ambiente que estão inseridos (MARIN, 2008).
19

Os valores que são adquiridos com a idade, junto com a sua história de vida não é
necessariamente a idade ou a doença, mas os valores adquiridos ao longo da vida e a própria
história de vida que influenciam as decisões dessas pessoas no que diz respeito ao seu próprio
cuidado. Assim, existem outros fatores que aparecem na vida social, cultural ou pessoal
moldando o autocuidado através da experiência de adoecer. O adoecimento junto com a
experiência da doença é um conhecimento único da pessoa, que não pode ser negligenciado
pelo profissional uma vez que é essencial para um suporte efetivo à gestão do autocuidado, a
relação exercida entre o profissional e o idoso precisa ser recíproca, onde a experiência de vida
constituirá o eixo que se alicerça o processo de autocuidado (MARIN, 2008).
As pirâmides etárias do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram
que o número de pessoas idosas no Brasil continuará aumentando nos próximos anos, sendo
que a representação da população em 1990, em forma triangular com base alargada e pico
estreito, passa a modificar-se em 2010 e continuará conforme projeções para 2030 e 2050
quando deixará de ter a forma de um triângulo (IBGE, 2013).
O envelhecer pode ser compreendido como um processo natural, de diminuição
progressiva da reserva funcional dos indivíduos, o que, em condições normais, não costuma
gerar problemas. Cabe ressaltar que certas alterações decorrentes do processo de senescência
podem ter seus efeitos minimizados pela assimilação de um modo de vida mais ativo (BRASIL,
2007).
Vale lembrar que OREM (1995) aponta que o ser humano está ligado ao meio ambiente,
sendo que juntos formam um sistema interligado de influência recíproca e relacionado com o
desenvolvimento de ações de autocuidado. Nesse sentido, o bem-estar pode ser afetado tanto
positivamente quanto negativamente pela estabilidade ou pelas mudanças que porventura
ocorram nas diversas condições ambientais.
Para CARDOSO et al. (2012), as doenças podem interferir na capacidade funcional do
idoso. As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) acometem com frequência os idosos,
que necessitam ser acompanhados em todos os níveis do serviço de saúde, para possibilitar o
controle da progressão da doença e favorecer a prevenção de complicações e agravamentos.
Segundo NOVAIS et al. (2009) , a qualidade de vida da pessoa com doença crônica tem
grande relevância para a assistência de enfermagem; por isso, é importante que as perspectivas
e necessidades dos pacientes guiem os cuidados de enfermagem. Nesse contexto, entende-se
que o autocuidado é uma ferramenta importante para maximizar a qualidade de vida, devendo,
20

portanto, ser estimulado e preservado independentemente da causa do adoecimento. Portanto,


considera-se relevante traçar estratégias para estimular o autocuidado dos idosos, sendo
essencial que os profissionais de saúde tomem consciência dos fatores determinantes desse
processo, compreendendo sua complexidade e magnitude, atuando com vistas à promoção e
prevenção da saúde dos idosos.
O autocuidado é uma expressão do saber acumulado pela pessoa ao longo da vida e
também um instrumento de adaptação às limitações e às perdas na velhice. O conhecimento da
história de vida do idoso, sua posição no seu meio social e na família e o significado que ele dá
à sua existência são, ao lado da avaliação da sua capacidade funcional, formas de presumir seu
potencial para um determinado grau de autonomia e participação na sociedade (BRASIL,
2016).
Entretanto, ao analisarmos esse fenômeno sob o ponto de vista da enfermagem,
identificamos que o avanço na idade na expectativa de vida aliado ao crescimento dos fatores
de risco relacionados às doenças crônicas não transmissíveis, aos acidentes domiciliares e às
dificuldades econômicas e ao estresse emocional representa um sinal de alerta, sinalizando para
mudanças no cotidiano do cuidado em saúde. Essa parcela da população passa a necessitar de
atenção especializada sob a égide de Políticas Públicas voltadas para a promoção, manutenção
e ampliação da qualidade de vida e de saúde (MENDES, 2012).
As modificações no perfil de saúde de pessoas idosas afetam-lhes as ações de
autocuidado, que se reestabelecem quando associadas à melhoria das condições de vida, ao
suporte por redes de apoio, ao acompanhamento próximo por equipe multiprofissional, aos
tratamentos médicos propostos e à assistência espiritual (MENDES, 2012).
O autocuidado e a promoção da saúde ultrapassam meras informações sobre como
manter o controle de uma condição crônica de saúde (COELHO, 2006).
O autocuidado é a capacidade que o indivíduo tem para cuidar de si mesmo sem
precisar do auxílio de outras pessoas. Sendo assim, as ações que as pessoas realizam no dia a
dia para se prevenir controlar ou reduzir o impacto das condições sensíveis a sua saúde
caracterizam o autocuidado (MOYSÉS, 2012).
A par do envelhecimento e das doenças crónicas, também o número significativo de
acidentes rodoviários e de trabalho têm contribuído para o aumento de pessoas com sequelas
incapacitantes, que impedem a realização das atividades executadas pelo próprio (RIBEIRO,
2011). Neste sentido, a pessoa dependente é aquela que durante um período de tempo, mais ou
21

menos prolongado, necessita de ajuda de outra pessoa ou de equipamento, para realizar certas
atividades de autocuidado (ARAÚJO, 2010). Partindo do pressuposto que o autocuidado é
central na vida de qualquer pessoa, e que as transições estão intimamente associadas à mudança
na capacidade de autocuidado gerada pelos processos de desenvolvimento ou por eventos
significativos da vida que exigem adaptação, a dependência no autocuidado, de instalação
gradual ou súbita, merece particular atenção dos enfermeiros.
Apesar de atualmente apresentar contornos diferentes, a dependência no autocuidado há
muito que constitui uma grande preocupação, sendo que uma das questões fundamentais é
perceber como é que uma pessoa é considerada dependente e qual o grau da sua dependência.
Já ROPER; LOGAN; TIERNEY (2001), no Modelo de Enfermagem, consideraram que avaliar
o nível de dependência da pessoa em cada atividade é uma competência importante do
profissional de Enfermagem, uma vez que permitirá perceber de que forma as pessoas devem
ser assistidas e quais as intervenções adequadas para alcançar os objetivos exequíveis em cada
situação.
O fato de necessitar de ajuda para as atividades de vida diária não está associado
obrigatoriamente à falta de engajamento do idoso no autocuidado. Como já foi dito, não se
pode ignorar o impacto que o envelhecimento produz sobre os órgãos dos sentidos, o sistema
nervoso e algumas funções cognitivas que podem interferir ou constituir-se em obstáculo para o
autocuidado. O que há comumente é uma forte associação entre a quantidade e o tipo de
incapacidade e o autocuidado praticado. Dificuldades para mobilidade e para as atividades de
vida diária podem ser barreiras para o autocuidado, mas podem ser minimizadas pelo uso de
equipamentos, tais como bengala, andador, calçadeiras, adaptações no ambiente e mudanças de
comportamento (BRASIL, 2016).
Conforme MARTINS et al. (2007), “a educação em saúde é um caminhar educativo, um
processo construído passo a passo, que vai levar as pessoas a refletir e buscar o prazer de viver
bem”. Apontam que compete aos profissionais da saúde o empenho em desenvolver um
trabalho educativo que agencie a promoção do autocuidado junto à família, ao idoso e à
sociedade. Em relação à educação em saúde específica com idosos, salientam que ela permite a
inclusão de ações do idoso no autocuidado e a importância de focalizar aspectos como a
satisfação com a vida, à autonomia e independência no trabalho educativo.
22

4. POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE PARA A TERCEIRA IDADE

As Políticas Nacionais de Saúde voltadas especificamente para o idoso contemplam a


preocupação com ações direcionadas à promoção do envelhecer saudável e à manutenção e
melhoria da capacidade funcional, dentre outras. As Políticas Públicas e de Saúde relativas aos
idosos vêm sendo pensadas, formuladas e reformuladas de acordo com os pressupostos da
Promoção da Saúde como campo da saúde coletiva, considerando a distinção e especificidades
diferentes das demais faixas etárias, fundamentadas na preservação/manutenção/recuperação
da autonomia, da independência e da qualidade de vida dessa população (VERAS, 2006).
De acordo com o Ministério da Saúde, ainda persiste o desafio de realizar estudos que
viabilizem a avaliação de ações de promoção da saúde integradas às diretrizes propostas na
Política Nacional de Promoção da Saúde, as quais são: “integralidade, equidade,
responsabilidade sanitária, mobilização e participação social, intersetorialidade, informação,
educação e comunicação, e sustentabilidade” (BRASIL, 2006).
CAMARANO; PASINATO (2004) apontam que nos últimos anos houve grandes
avanços tanto em nível internacional quanto nacional nas questões relacionadas ao
envelhecimento. A criação de legislações específicas para a terceira idade incorporando grande
parte das sugestões das assembleias internacionais muito têm contribuído para a qualidade de
vida e saúde dessa parcela da população. Vale salientar que o Brasil é um dos pioneiros na
América Latina na implementação de políticas públicas para a terceira idade.
RODRIGUES et al. (2007) apontam que a Política Nacional do Idoso (PNI), que foi
criada pela lei n. 8.842, reconhece a transição demográfica no país e a importância desse
segmento social. Essa lei caracteriza como idoso o indivíduo com 60 anos e mais, assegura
direitos sociais, garantindo o exercício da cidadania, a promoção da autonomia, a integração e
a participação do idoso na sociedade. Delineia-se assim um quadro cujo objetivo principal é
manter ao máximo o idoso na comunidade, junto à sua família, da forma mais digna e
confortável possível.
Dentre os objetivos do envelhecimento ativo destaca-se a manutenção da qualidade de
vida e o aumento da expectativa de vida saudável, considerada como o bem-estar físico,
mental e social, para quem está envelhecendo, ou seja, com conservação da autonomia, da
independência, com a manutenção de redes de apoio (familiares e sociais). Por essa ótica,
programas com tais objetivos adotam o pressuposto de estimular também a
23

corresponsabilidade para alcance dos mesmos, através de práticas consideradas saudáveis


(WHO, 2005).
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o envelhecimento ativo está sujeito a alguns
fatores designados como determinantes, os quais são: fatores determinantes transversais que
envolvem questões de cultura e gênero, caracterizados como transversais porque influenciam
os demais fatores; fatores determinantes relacionados aos sistemas de saúde e serviço social,
que envolvem aspectos de promoção da saúde e prevenção de doenças e necessidade de
reorientação dos serviços curativos e dos sistemas de apoio; fatores comportamentais
determinantes que envolvem questões de hábitos e estilos de vida saudáveis, com ênfase na
participação ativa no cuidado da própria saúde; fatores determinantes relacionados a aspectos
pessoais com abordagem das questões genéticas, biológicas e psicobiológicas; fatores
determinantes relacionados ao ambiente físico, que abordam questões de moradia, segurança e
riscos ambientais; fatores determinantes relacionados ao ambiente social, que englobam
aspectos de apoio, risco social e vulnerabilidade, e ainda os fatores econômicos determinantes
que se referem aos aspectos de renda, educação, proteção social e trabalho (WHO, 2005).
A partir de 19 de outubro de 2006, a Portaria Gabinete Ministro n° 2.258, tem por
objetivo crucial, assegurar um envelhecimento saudável, defender a liberdade, a capacidade
funcional e preservar a qualidade de vida do idoso. Incluindo também a essa política diretrizes,
diante das necessidades da terceira idade para melhor atende-los (BRASIL, 2010).
Compreende-se a prevenção e a promoção de sua saúde, não como um mero privilégio,
mas sim um dever do estado. A grande demanda de pessoas consideradas idosas resultou na
necessidade da criação da Política Pública Nacional de Saúde do Idoso (PNSI). Por essa faixa
etária apresentar mais ocorrências de doenças crônicas degenerativas o custo será maior, o que
se justifica mais recurso e consequentemente previstos em lei. Regulamentada em 1996, tem
como de caráter ofertar a pessoa idosa, melhores condições vida, mostrando que mesmo na
atual idade tem direito a autonomia, integração e participação ativa na sociedade (BRASIL,
2010).
Tendo em vista o avanço do envelhecimento, foi necessário desenvolver o pensamento
de políticas que pudessem amparar tal população. A política do envelhecimento ativo foi
proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2002 e traduzida como política
brasileira em 2005. Enfatiza que “envelhecer bem não é apenas uma questão individual, e sim
um processo que deve ser facilitado pelas políticas públicas e por iniciativas sociais e de saúde
24

no decorrer do ciclo vital” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Primeiramente, a criação da


política parte do pressuposto de que, para se envelhecer de forma saudável e bem-sucedida, é
preciso aumentar as oportunidades para que as pessoas idosas possam adotar estilos de vida
saudáveis, tendo o controle do próprio status de saúde.
Assim como as demais políticas públicas voltadas à pessoa idosa, o Estatuto do Idoso
também é um dispositivo legal que guia ações sociais e de saúde. Garante os direitos das
pessoas idosas e obriga o Estado a efetivar a proteção delas (MARTINS et al. 2007).
O estatuto do idoso foi sancionado pelo Congresso Nacional em 2003, entrou em vigor em
2004 e conta com 118 artigos, que discorrem sobre várias áreas dos direitos fundamentais e das
necessidades de proteção dos idosos, buscando reforçar as diretrizes contidas na PNI e na PNSI
(BRASIL, 2003).
Esse documento se caracteriza como um dos instrumentos consolidadores de direitos
dos idosos já assegurados na Constituição Federal. Ele reúne novos elementos e enfoques,
dando um tratamento global, com uma visão de longo prazo através da fixação de medidas que
visam proporcionar o bem-estar dos idosos (BRASIL, 2007; RODRIGUES et al. 2007).
O estatuto versa sobre os direitos fundamentais do idoso referentes aos seguintes
aspectos: “à vida, à liberdade, ao respeito e à dignidade, a alimentos, saúde, educação, cultura,
esporte e lazer, profissionalização do trabalho, previdência social, habitação e ao transporte”.
Também fazem parte de seu conteúdo medidas de proteção, política de atendimento aos idosos
e acesso à justiça e crimes; descreve ainda sanções penais e administrativas pelo
descumprimento dos direitos dos idosos estabelecidos no estatuto (RODRIGUES et al. 2007).
Em relação ao Estatuto do Idoso, MARTINS et al. (2007) salientam que a concretização
de uma política pública demanda atitude consciente, ética e cidadã dos sujeitos envolvidos e
interessados em viver de forma mais saudável o processo de envelhecimento. Reforçam que
tanto o Estado quanto os profissionais da saúde, o próprio idoso e a sociedade são
corresponsáveis por esse processo.
Especificamente no setor da saúde tem-se ainda um longo caminho a ser trilhado para
que ocorra uma mobilização relevante ante o contexto proposto pelo Estatuto do Idoso. Para
que isso aconteça, pensa se que é necessária uma adesão expressiva tanto de profissionais
quanto dos próprios idosos, pois diversas ações dependem muito mais da atuação dos
profissionais e da adesão dos idosos do que de recursos do Estado, como por exemplo, as ações
que promovam a saúde, dentre elas o autocuidado. Nesse sentido, é imperativo o uso de
25

referenciais teóricos metodológicos que favoreçam e estimulem ações de autocuidado com


vistas à promoção da saúde (ASCARI, 2010).
26

5. O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

É uma condição a ser atingida por quem lida com as mudanças do envelhecer. As
experiências de manter o bem-estar e/ ou de lidar com o adoecimento são constantes na vida
daqueles que enfrentam o envelhecimento, sendo necessário promover a saúde e estimular
comportamentos visando à manutenção da autonomia e ao envelhecimento bem-sucedido
(SILVA; SANTOS, 2010).
Atualmente, diferentes termos são utilizados para descrever o processo de
envelhecimento no qual as consequências negativas da idade avançada possam ser adiadas, tais
como: envelhecimento bem-sucedido, envelhecimento saudável e, mais recentemente, o termo
envelhecimento ativo, proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2005).
A combinação entre o envolvimento ativo com a vida, por meio do estabelecimento de
relações sociais e atividades produtivas, a ausência de doenças e a manutenção da capacidade
funcional, representa um conceito ampliado de envelhecimento bem-sucedido (VITORINO,
2012).
À medida que o indivíduo envelhece, ocorre uma redução das necessidades de energia e
ao mesmo tempo um aumento da demanda de alguns nutrientes. A desnutrição calórica e
proteica é mais prevalente em pacientes idosos com doenças crônicas, com baixa renda e que
moram sós. O estado nutricional do idoso é o reflexo de hábitos alimentares consolidados no
passado e pode ser influenciado por diversos efeitos de longo prazo. As doenças crônicas, o
consumo de medicamentos que podem gerar interações indesejáveis, alterações no apetite,
olfato e paladar, dificuldades na habilidade mastigatória, dentição, processo de deglutição
(hipossalivação, disfagias orofaríngeas, dentre outros), autonomia para realizar as refeições
diárias e mesmo a percepção sensorial podem interferir no estado nutricional (BRASIL, 2016).
O envelhecimento saudável assume uma conceituação mais ampla do que a ausência de
doença, sendo considerado um processo de adaptação às mudanças que ocorrem ao longo da
vida, o que permite aos idosos manterem seu bem-estar físico, mental e social, estando esse
termo fortemente relacionado à manutenção de uma boa velhice e à identificação de seus
determinantes. A importância do apoio emocional, que envolve expressões de amor e afeição e
está associada a desfechos positivos na vida dos idosos, como saúde e bem-estar (VILELA,
2006).
27

A palavra “ativo” refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas,


culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer
parte da força de trabalho. As pessoas mais velhas que se aposentam e aquelas que apresentam
alguma doença ou vivem com alguma necessidade especial podem continuar a contribuir
ativamente para seus familiares, companheiros, comunidades e países. O objetivo do
envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para
todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são frágeis, fisicamente
incapacitadas e que requerem cuidados (WHO, 2005).
Contudo, para que o envelhecimento seja bem sucedido, deve-se analisar não apenas a
ausência de enfermidades, mas também a manutenção das condições de autonomia e de
funcionalidade (FERREIRA et al. 2012).
A qualidade de vida que as pessoas terão quando avós dependem não só dos riscos e
oportunidades que experimentarem durante a vida, mas também da maneira como as gerações
posteriores irão oferecer ajuda e apoio mútuos, quando necessário (WHO, 2005).
Manter os idosos independentes funcionalmente é o primeiro passo para se atingir uma
melhor qualidade de vida. Para tanto, é necessário o planejamento de programas específicos de
intervenção, visando à eliminação de fatores de riscos relacionados com a incapacidade
funcional. Ao lado disso, devem ser elaboradas ações de promoção da saúde, prevenção de
doenças, recuperação e reabilitação, que interfiram diretamente na manutenção da capacidade
funcional destes idosos. Deve-se levar em conta que esta capacidade funcional depende
também de fatores demográficos, socioeconômicos, culturais e psicossociais, além do estilo de
vida (FERREIRA et al. 2012).
Para ser bem sucedido, o envelhecimento deve representar não apenas a ausência de
enfermidades, mas também a manutenção das condições de autonomia e de funcionalidade.
Pode-se dizer que quanto mais ativa é uma pessoa, menos limitações físicas ela tem. Então,
para se ter saúde e se manter ativo, recomenda-se uma vida independente, casa, ocupação,
afeição e comunicação (FERREIRA et al. 2012).
O autocuidado é uma expressão do saber acumulado pela pessoa ao longo da vida e
também um instrumento de adaptação às limitações e às perdas na velhice. O conhecimento da
história de vida do idoso, sua posição no seu meio social e na família e o significado que ele dá
à sua existência são, ao lado da avaliação da sua capacidade funcional, formas de presumir seu
28

potencial para um determinado grau de autonomia e participação na sociedade (FERREIRA et


al. 2012).
O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e a
qualidade de vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são frágeis,
fisicamente incapacitadas e que requerem cuidados. Manter a autonomia e independência
durante o processo de envelhecimento é uma meta fundamental para indivíduos e governantes
(WHO, 2005).
A adoção de estilos de vida saudáveis e a participação ativa no cuidado da própria saúde
são importantes em todos os estágios da vida. Um dos mitos do envelhecimento é que é tarde
demais para se adotar esses estilos nos últimos anos de vida. Pelo contrário, o envolvimento em
atividades físicas adequadas, alimentação saudável, a abstinência do fumo e do álcool, e fazer
uso de medicamentos sabiamente podem prevenir doenças e o declínio funcional, aumentar a
longevidade e a qualidade de vida do indivíduo (WHO, 2005).
Uma vida ativa melhora a saúde mental e frequentemente promove contatos sociais. A
atividade pode ajudar pessoas idosas a ficarem independentes o máximo possível, pelo período
de tempo mais longo. Além disso, pode reduzir o risco de quedas. Portanto, há importantes
benefícios econômicos quando os idosos são fisicamente ativos. Os custos médicos são
significativamente menores para as pessoas idosas ativas (OMS, 1998).
29

6. O PAPEL DO ENFERMEIRO NO AUTOCUIDADO

O autocuidado foi mencionado pela primeira vez, no campo da enfermagem em 1958


quando a enfermeira Dorothea Elizabeth Orem passou a refletir à cerca do por que os
indivíduos necessitam de auxílio da enfermagem e podem ser ajudados pela mesma. A partir
desta reflexão formulou a sua teoria sobre o déficit de autocuidado como uma teoria geral
constituída por três teorias relacionadas. O autocuidado é uma atividade do individuo
apreendida pelo mesmo e orientada para um objetivo, é uma ação em situações concretas da
vida, em que o individuo dirige para si mesmo ou para regular os fatores que afetam seu
próprio desenvolvimento, atividades em beneficio da vida, saúde e bem-estar. Os requisitos
universais do autocuidado são comuns para todos os serem humanos e incluem a conservação
do ar, água, alimentos, eliminação, atividade e descanso, solidão e interação social, prevenção
de risco e promoção da atividade humana (ROLIM, 2004).
Nesse contexto, entende-se que o autocuidado é uma ferramenta importante para
maximizar a qualidade de vida, devendo, portanto, ser estimulado e preservado
independentemente da causa do adoecimento. Portanto, considera-se relevante traçar estratégias
para estimular o autocuidado dos idosos, sendo essencial que os profissionais de saúde tomem
consciência dos fatores determinantes desse processo, compreendendo sua complexidade e
magnitude, atuando com vistas à promoção e prevenção da saúde dos idosos. Em relação à
enfermagem, LEITE E GONÇALVES (2009), referem que a equipe de enfermagem, formada
por enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem, é responsável pelo cuidado dos pacientes, o
que inclui os idosos. Para tanto, os profissionais precisam de conhecimentos e habilidades
específicos acerca do cuidado do idoso.
De acordo com HAMMERSMIDT et al. (2006), o cuidado gerontológico de
enfermagem deve ser regulado pelo respeito e sensibilidade, mediado pela interação entre
profissional e idoso/família. Deve valorizar a interação, reconhecendo a influência mútua,
valorizando o cuidado digno na busca do bem-viver, promovendo não só o cuidado técnico,
mas todas as dimensões envolvidas no processo de envelhecimento, pela relação dialógica e de
uma visão plural de cuidado.
Em suma, o cuidar é uma necessidade e um recurso do ser humano e que deve atender
às suas próprias necessidades. Cuidar de si mesmo não é uma tarefa fácil. Principalmente na
30

velhice que é compreendida por um processo de mudança contínua e que, a todo o momento,
necessita de uma reconquista do equilíbrio (SILVA; SANTOS, 2010).
O envelhecimento populacional brasileiro caracteriza-se pelo acúmulo de incapacidades
progressivas nas atividades funcionais e de vida diária, associada às condições
socioeconômicas adversas. O risco de mortalidade é substituído por comorbidades e a
manutenção da capacidade funcional que surge como um novo paradigma de saúde, relevante
para o idoso. Essa é uma situação cuja responsabilidade pertence a todos, sociedade e,
principalmente, governo (PEREIRA, 2004).
As demandas na área de saúde dos idosos requerem uma análise especial, já que seus
padrões de morbi-mortalidade diferem dos observados para a população jovem e se
caracterizam primordialmente por enfermidades crônicas, cujos custos diretos e indiretos são
mais elevados. A assistência à saúde dos idosos deve se dar prioritariamente através da atenção
primária, de modo a evitar, ou pelo menos postergar, hospitalizações e institucionalizações, que
constituem alternativas mais caras de atenção à saúde (OMS, 2005).
Nesse cenário, a longevidade é contraditória, porque, ao mesmo tempo em que significa
mais anos de vida, implica também mais prejuízos físicos e psicológicos. Isso pode ser
exemplificado com a presença de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), isolamento
ou separação, declínio na posição social e depressão, resultando em acréscimo de anos à vida, e
não de vida aos anos (LANGE, 2005).
Dessa forma, é importante para os profissionais de saúde que lidam com pacientes
idosos conhecerem e distinguirem o conjunto de alterações fisiológicas do envelhecimento,
denominado “senescência”, daquelas do envelhecimento patológico ou senilidade. Com isso, o
conceito de capacidade funcional do idoso se torna primordial para o reconhecimento do
processo do envelhecimento, e pode ser definido como a manutenção plena das habilidades
físicas e mentais desenvolvidas ao longo da vida, necessárias e suficientes para uma vida com
independência e autonomia (VERAS, 2012).
Apesar dos os recursos tecnológicos estarem, positivamente, presentes no cotidiano da
assistência ao paciente a fim de propiciar-lhes maior suporte, principalmente à pacientes
hospitalizados, a assistência de enfermagem não deve ser automatizada. Pois os indivíduos
necessitam não só da assistência física, mas também do emocional e espiritual (FIGUEIREDO,
2004).
31

Segundo o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN, 2009), o diagnóstico de


enfermagem é entendido como o processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados
na primeira etapa do Processo de Enfermagem, que culmina com a tomada de decisão sobre os
conceitos diagnósticos de enfermagem que representam, com mais fidedignidade, as respostas
da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença;
e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva
alcançar os resultados esperados.
A padronização da linguagem de enfermagem é de extrema valia para o alcance do
cuidado mais qualificado, por representar a enfermagem baseada em evidências e funcionar
como nomes de arquivos para a documentação em sistemas informatizados, determinando,
portanto a qualidade do cuidado realizado. O diagnóstico é a resposta dos problemas de saúde e
processos de vida, bem como um papel importante do enfermeiro, porque essas respostas
interferem no estado de saúde e guiam o cuidado de enfermagem (LUNNEY, 2011).
A doença no idoso tem significados especiais, trazendo consigo o medo da dependência
física, a desesperança em obter melhoras, a impotência diante da situação e a percepção do
inexorável destino que se aproxima: a morte. A irreversibilidade de suas fraquezas é, para o
idoso, um forte motivo para uma descompensação funcional no plano psicológico. Assim,
constata-se a importância de um atendimento direcionado e especializado ao idoso que
necessite de acompanhamento durante períodos de doenças, sendo essa uma responsabilidade
da enfermeira e de sua equipe (CORREA, 1997).
A intervenção de enfermagem eficaz é um dos pilares da Enfermagem, baseada em
evidências, pois procura articular a evidência com a experiência e também preservar a
característica de cada paciente. Assim, permite um cuidado individualizado, o que é algo de
grande valia para a questão do risco de queda, em especial para população idosa. Assim, faz-se
necessário que o enfermeiro, ao executar seu planejamento de intervenções a serem realizadas,
utilize uma linguagem padronizada em seu registro, possibilitando que o Processo de
Enfermagem esteja interligado com a sistematização da assistência e compreensível
(ALMEIDA, et al. 2011).
ANDRADE; CHIANCA (2007) traz a contribuição de que os sistemas reconhecidos
como classificações o diagnóstico, intervenções e resultados de enfermagem– colaboram com
uma linguagem uniformizada, que conferem visibilidade ao trabalho do enfermeiro. O Processo
de Enfermagem (PE) é o método que orienta o julgamento clínico e a tomada de decisão do
32

enfermeiro. Esse processo é constituído pelas etapas de investigação (coleta de dados),


Diagnóstico de Enfermagem (DE), planejamento, implementação de intervenções de
enfermagem e avaliação dos resultados apresentados pelo paciente, família ou comunidade
diante das condutas adotadas (ALMEIDA, et al. 2011).
Por meio do Processo de Enfermagem e utilização das classificações, há a possibilidade
de se realizar uma comunicação e a documentação sistemática das ações da enfermagem, além
de outros benefícios relacionados à prática clínica (MOORHEAD et al., 2010).
O Conselho Regional de Enfermagem do Estado de São Paulo (COREN-SP) e a
REBRAENSP - polo São Paulo lançaram, em 2010, uma cartilha apresentando os “10 passos
para a segurança do paciente” com a intenção de contemplar os principais pontos que impactam
diretamente a prática assistencial de enfermagem. São eles:
1. Identificação do paciente;
2. Cuidado limpo e cuidado seguro – higienização das mãos;
3. Cateteres e sondas – conexões corretas;
4. Cirurgia segura;
5. Sangue e hemo componentes – administração segura;
6. Paciente envolvido com sua própria segurança;
7. Comunicação efetiva;
8. Prevenção de queda;
9. Prevenção de úlcera por pressão;
10. Segurança na utilização de tecnologia (REBRAENSP, 2014).
Destaca-se que a queda é considerada como indicador de qualidade da assistência de
enfermagem e também um dos indicadores monitorados pelo programa Compromisso com a
Qualidade Hospitalar (CQH), que visa à melhoria da qualidade assistencial, tendo como
objetivo a excelência no atendimento hospitalar (NAGEH 2006).
A associação direta entre a idade e a ocorrência das quedas demonstra que, conforme a
idade avança mais suscetível o idoso se torna a este evento. Assim como a pesquisa realizada,
estudos mencionam o aumento da idade como um fator de risco de quedas (SIQUEIRA et al.
2007; GAMA GÓMEZ-CONESA, 2008).
33

7. DIFICULDADES NO ATENDIMENTO HUMANIZADO

O entendimento da humanização em ambientes de cuidados complexos, parte do


significado de acolher a dinamicidade da organização deste enquanto unidade, gestão, trabalho
dos profissionais e usuários, os quais alimentam e realimentam as relações/interações humanas
e profissionais. Este tema, também traduz a capacidade de entender do ser humano, como um
ser complexo, singular e capaz de se articular dependendo das condições e/ou ambiente em que
se encontra e das relações em que se constitui (SANCHES et al. 2016).
Conforme TESSER (2010), o acolhimento envolve uma postura ética e de cuidado, uma
abertura humana e empática e respeitosa ao usuário e implica na avaliação de riscos e
vulnerabilidades, eleição de prioridades, percepção de necessidades clínico-biológicas,
epidemiológicas e psicossociais. Acolhimento deve permitir hierarquizar necessidades quanto
ao tempo do cuidado, e ainda distinguir entre necessidades desiguais e tratá-las conforme suas
características. Ainda conforme o autor, o acolhimento é uma proposta voltada para a melhoria
das relações dos serviços de saúde com os usuários. Baseia-se no encontro do usuário que
procura o serviço espontaneamente com os profissionais de saúde, em que há uma escuta, um
processamento de sua demanda e a busca da resolução, se possível.
FRANCO, JUNIOR (2003) indicam que o acolhimento consiste em uma ferramenta,
estratégia e arranjo tecnológico utilizado para iniciar mudanças no processo de trabalho em
saúde, garantir o acesso em serviços humanizados, resolutos e de qualidade com
responsabilização coletiva dos trabalhadores às necessidades dos usuários.
Acolhimento também pode ser entendido, conforme RIBEIRO; ROCHA; et al. (2010),
não como um espaço ou local, e sim uma postura ética que não pressupõe hora ou profissional
específico para fazê-lo, implica compartilhamento de saberes, angústias e invenções, buscando
“abrigar” aqueles que procuram o serviço, com responsabilidade sinalizada pelo caso em
questão.
A humanização é um processo amplo, demorado e complexo, o qual é compreendido e
recebido com resistência, pois envolve mudanças de atitudes, pensamentos e comportamentos
que geram insegurança quanto às incertezas futuras (COSTA; LUNARDI; SOARES, 2003).
No que se refere à humanização no cuidado, é percebido que se trata de um processo
abrangente, necessitando ser implementada de acordo com a singularidade e necessidade de
cada pessoa (VEDOOTTO; SILVA, 2010). Isto significa que um meio para superar o modelo
34

cartesiano hegemônico nos serviços de saúde, a partir do desenvolvimento de um cuidado


holístico e humanístico, tanto ao paciente quanto a sua família (COSTA; FIGUEIREDO;
SCHAURICH, 2009).
A constante busca pela excelência da assistência ao paciente enfermo culminou no
surgimento do principal desafio da enfermagem: o incessante aprimoramento do cuidado
especializado e das técnicas baseadas em preceitos humanistas (MARANHÃO et al. 2011).
O cuidado está inteiramente ligado ao profissional que o executa, seu estado
psicológico, físico e mental. Assim, o cansaço físico e a escassez de funcionários podem ser
fatores desfavoráveis para executar essa prática (BRITO; CARVALHO, 2010).
Porem, um estudo realizado por SANCHES et al. 2016, demonstrou que, para
humanizar o cuidado, os trabalhadores precisam, necessariamente, estar inseridos em um
ambiente de trabalho que também seja humanizado.
No estudo de BRITO et al. 2016, ao abordar a humanização na UTI, mesmo no
momento que antecede a morte, demostrou que que a essência do cuidar humanizado em
enfermagem está na comunicação interpessoal exercida por esses profissionais, que se traduz
na inter-relação entre o profissional e seu paciente.
35

8. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente realizamos levantamento dos artigos nos bancos de dados da Scientific


Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino – Americana e do Caribe em Ciências
da Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Base de dados em Enfermagem
(BDENF). Utilizou - se como descritores: “idoso, intervenção de enfermagem, autocuidado
idoso”, encontrando 12 artigos que foram lidos na íntegra para obtenção das informações que
compõem este estudo.

Quadro 1 – Resultados da pesquisa literária composto por ordem cronológica.

ANO TÍTULO AUTOR OBJETIVO CONSIDERAÇÕES


PRINCIPAIS
2014 O enfermeiro LIMA, Maria Identificar A gestão do autocuidado
auxiliando o Aparecida influências na gestão no idoso diabético
idoso diabético Barbosa deste autocuidado no apresenta-se como um
para gestão do idoso com diabetes. processo pouco claro, com
autocuidado o diversos fatores em
idoso diabético e dimensões que se
a gestão do entrelaçam o que os torna
autocuidado interdependentes.
2014 Tendências na BOTH, Juliane Apresentar e discutir Percebe-se que a
construção do Elis; et al as tendências na produção do
conhecimento construção do conhecimento em
em enfermagem: conhecimento em enfermagem relacionado
idoso e enfermagem, ao autocuidado do idoso
autocuidado caracterizando a vem sendo abordado em
produção da estudos, principalmente
enfermagem em referentes a patologias
dissertações e teses específicas. Isso
acerca do demonstra a necessidade
autocuidado do de avançar com novos
idoso. trabalhos que investiguem
as estratégias adotadas
pela enfermagem para
estimular o autocuidado
36

no idoso diante das


questões do adoecimento
2014 Percepção do SEREDYNSKYJ, Compreender a Ressalta-se a necessidade
autocuidado de Fernanda Laporti percepção que os de compreensão desse
idosos em et al idosos, em cuidados processo pelo pessoal de
tratamento paliativos enfermagem para que as
paliativo oncológicos, medidas a serem
possuíam do seu implementadas passem a
autocuidado em contemplar todas as
relação às diferentes implicações da doença e
etapas de visem à melhora da
desenvolvimento da qualidade de vida.
doença e como essa
interferia na vida dos
mesmos.
2014 A pessoa RIBEIRO, Olga Descrever a Os dados, relativamente
dependente no Maria Pimenta dependência no aos diferentes domínios
autocuidado: Lopes; autocuidado das de autocuidado,
implicações para PINTO, Cândida pessoas dependentes evidenciaram que uma
a Enfermagem Assunção Santos; em contexto familiar parte substantiva dos
REGADAS, e identificar áreas de dependentes precisava, no
Susana Carla intervenção de mínimo, de ajuda de
Ribeiro de Sousa enfermagem no pessoa para a
apoio às pessoas concretização das
dependentes e às atividades de autocuidado.
famílias que as
integram.
2015 Revisão narrativa LOPES, Miriam; Identificar e As estratégias para o
sobre a et al problematizar as cuidado humanizado se
humanização da publicações baseiam em atitudes que
assistência pela científicas nacionais favoreça a expressão e a
equipe de acerca da valorização dos
enfermagem na humanização da sentimentos dos pacientes,
área oncológica assistência pela para que seja possível
37

equipe de identificar prováveis áreas


enfermagem na área problemáticas, além da
oncológica. compreensão de suas
necessidades.
2016 Capacidade de NICOLATO, Analisar a O desenvolvimento da
autocuidado de Fernanda Vieira; capacidade de consulta de enfermagem
idosos atendidos COUTO, Alcimar autocuidado de objetiva alcançar metas
pela consulta de Marcelo; DE idosos atendidos específicas de
enfermagem na CASTRO, Edna pela consulta de diagnósticos de
atenção Aparecida enfermagem em um enfermagem a fim de
secundária à Barbosa ambulatório orientar, apoiar e ampliar
saúde multiprofissional de a capacidade do idoso à
atenção à saúde do participação no
idoso e levantar as autocuidado,
características
sociodemográficas e
epidemiológicas
deste grupo
populacional.
2016 Conhecimento e GARBACCIO, Avaliar o A população idosa
prática referidos Juliana Ladeira; conhecimento e a negligencia ações simples
por idosos no FERREIRA, prática referidos por de autocuidado, como: a
autocuidado com Amanda idosos em relação ao não adesão ao protetor
a pele no Centro- Domingos; cuidado básico da solar diariamente e em
Oeste de Minas PEREIRA, própria pele. dias nublados, mesmo
Gerais Amanda Laís tendo consciência da sua
Gonçalves Gama relevância, e a insuficiente
quantidade de ingestão de
líquidos para manter a
hidratação cutânea.
2016 Potencialidades e SANTOS, Identificar A importância de se ter
dificuldades nas Débora potencialidades e uma equipe integrada e
práticas de Aparecida; et al. dificuldades nas um bom relacionamento,
acolhimento na ações de cuidado assim como uma boa
38

rede de atenção percebidas por receptividade aos


básica conforme funcionários da Rede usuários, facilitam um
a Política de Atenção Básica acolhimento humanizado.
Nacional de de um Município do
Humanização Sul de Santa
Catarina
2017 Busca do FERREIRA, Analisar como os O acesso ao serviço de
autocuidado por Luiza Vieira et al idosos utilizam os saúde pelo idoso e a busca
idosos na rede de serviços de saúde por apoio para o
atenção à saúde oferecidos em nível autocuidado são duas
primário de atenção categorias de análise. Os
à saúde, na idosos não utilizam a rede
perspectiva da de cuidados oferecidos
promoção da saúde e pelos serviços de saúde
prevenção de em sua totalidade.
agravos relacionados
ao envelhecimento.
2017 Desafios da DIAS, Ernandes Identificar os Faz se necessária a
prática do Gonçalves et al desafios da prática conscientização dos
autocuidado do autocuidado do idosos e profissionais de
do idoso idoso portador de saúde a respeito dos
portador de Diabetes Mellitus benefícios da atividade
diabetes tipo 2. física.
mellitus tipo 2

2017 Autocuidado e FERREIRA, Compreender o Compreendeu-se que,


vivências do Olívia Galvão autocuidado no além da tensão do papel
envelhecer de Lucena et al processo de de cuidador, o familiar
cuidadores envelhecer de convive com problemas
familiares de familiares que secundários ao próprio
idosos: cuidam de idosos no envelhecimento, por
contribuições domicílio. vezes, associados aos
para agravos crônicos. A
enfermagem condição de ter que cuidar
gerontológica associada a esses agravos
39

influencia na dinâmica da
vida do cuidador familiar.
2017 Competência VIANNA, Analisar a A competência para o
para o Mayara Sousa et competência para o autocuidado apresentou
autocuidado al autocuidado na associação negativa para
na administração de os aposentados e
administração insulina por idosos associação positiva para
de insulina por septuagenários ou os idosos que realizavam
idosos mais de idade. glicemia capilar e prega
septuagenários subcutânea, durante a
ou mais de aplicação de insulina.
idade
Fonte: Elaborado pelos autores, 2020.
De acordo com os autores SANTOS et al., (2012) o desenvolvimento das ações de
autocuidado deve ser estimulado para que haja promoção da saúde e autoestima da pessoa
idosa, corroborando com sua independência e autonomia, uma vez que o idoso deve ser
coadjuvante no processo de promoção de sua saúde e bem-estar de sua vida.
A atenção à saúde do idoso, por meio desta modalidade, é uma oportunidade ampla para
o ensino que não se limita aos conhecimentos de saúde, mas se estende a todo um contexto de
compreensão de vida de acordo com os autores LINDOLPHO et el., (2008).
Os autores SILVA e SANTOS (2010), afirmam que a responsabilidade pela promoção
da saúde compartilha-se entre indivíduos, comunidade, grupos, instituições que prestam
serviços de saúde, governos e por profissionais da saúde de todas as áreas, sendo crescente a
participação dos enfermeiros nessas atividades.
Conforme o autor MONIZ (2008), a Enfermagem tem assumido em seu processo de
cuidar práticas direcionadas para a promoção, manutenção e restauração da saúde; prevenção
de doenças; e assistência às pessoas para lidar com os efeitos residuais das doenças. No
contexto do desenvolvimento humano, uma das finalidades da enfermagem é a de ajudar as
pessoas a aproveitarem ao máximo suas capacidades funcionais, seja qual for seu estado de
saúde e a sua idade.
Por outro lado, os autores VERAS et al. (2013) analisa-se que os cuidados poderiam ser
realizados no âmbito das ações da atenção primária de saúde, não sendo necessária ser
desenvolvida em nível secundário, refletindo que os serviços de saúde muitas vezes não se
40

articulam, havendo uma sobrecarga dos níveis secundários e terciários pela fragilidade do
cuidado nos níveis primários de atenção. Os níveis de atenção à saúde deveriam se pautar na
complexidade do cuidado ao idoso, de acordo com a evolução da sua fragilidade, e estes níveis
de atenção se comunicando para que haja um cuidado integral.
No estudo realizado pelos os autores DIAS et al. (2014) demonstra que a equipe
multiprofissional, assim como o enfermeiro, deve estimular a capacidade funcional do idoso, de
modo que esse vivencie um processo de envelhecimento com autonomia e independência. Os
profissionais devem ser capazes de orientar, incentivar, auxiliar e buscar alternativas que
promovam a saúde e o bem-estar do idoso, juntamente com a sua família, de modo que esta
também contribua para o estabelecimento de ações que denotem o autocuidado.
Na relação autonomia e promoção da saúde, ASSIS (2005) descreve que a manutenção
da saúde e autonomia na velhice é o horizonte desejável para se preservar o potencial de
realização e desenvolvimento nesta fase da vida e, neste contexto insere-se a promoção da
saúde com destaque no eixo das políticas contemporâneas na área do envelhecimento.
O Ministério da Saúde preconiza que o trabalho da equipe de Atenção Básica por meio
da Saúde da Família deve buscar sempre o máximo da autonomia dos usuários frente as suas
necessidades, propiciando condições para melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa
(BRASIL, 2007).
MARQUES et. al. (2013) afirma que idosos diabéticos devem participar de forma ativa
na manutenção do tratamento, sendo corresponsáveis no processo de atenção à saúde,
desenvolvendo competências para ações de autocuidado. Diante da necessidade de
transformação cotidiana na vivência com as diversas condições crônica em saúde, o idoso
precisa colocar-se na condição de agente transformador de seu próprio cuidado, por meio das
ações de autocuidado, sejam elas voltadas para o diabetes, hipertensão, câncer, artrite, ou,
qualquer outra doença crônica.
Nesse sentido, considerando a presença da doença crônica no envelhecimento e o papel
importante do apoio social, LOPES (2007), afirma que o cuidado aos idosos com doenças
crônicas deve ser realizado com a participação dos idosos (autocuidado), familiares e
profissionais. Os profissionais de saúde, neste contexto, devem desenvolver o papel de agentes
de transformação da sociedade, na busca pela inserção da família no cuidado ao idoso.
No estudo realizado por DIAS et al. (2014) a equipe multiprofissional, assim como o
enfermeiro, deve estimular a capacidade funcional do idoso, de modo que esse vivencie um
41

processo de envelhecimento com autonomia e independência. Os profissionais devem ser


capazes de orientar, incentivar, auxiliar e buscar alternativas que promovam a saúde e o bem-
estar do idoso, juntamente com a sua família, de modo que esta também contribua para o
estabelecimento de ações que denotem o autocuidado.
Nesse sentido, de acordo com Ministério da Saúde, no Caderno de Atenção Básica
(2014), o autocuidado também é responsabilidade do profissional de saúde e não deve ser
entendido como exclusiva responsabilidade do indivíduo e de sua família, mesmo que estes
tenham que compreender e aprender a desenvolver atividades de incentivo do autocuidado.
Assim, deve ser centrado no indivíduo, utilizando sempre do diálogo para construir
conjuntamente o plano de cuidados, levando em consideração as vulnerabilidades da pessoa
tendo em vista estabelecer um horizonte comum de cuidados entre todos os atores envolvidos
no processo.
De acordo com estudo realizado por FERREIRA et al. (2017) manter os idosos
independentes funcionalmente é o primeiro passo para se atingir uma melhor qualidade de vida.
Para tanto, é necessário o planejamento de programas específicos de intervenção, visando à
eliminação de fatores de riscos relacionados com a incapacidade funcional. Ao lado disso,
devem ser elaboradas ações de promoção da saúde, prevenção de doenças, recuperação e
reabilitação, que interfiram diretamente na manutenção da capacidade funcional destes idosos.
Deve-se levar em conta que esta capacidade funcional depende também de fatores
demográficos, socioeconômicos, culturais e psicossociais, além do estilo de vida.
FERREIRA et al. (2017) afirma que a atual Política Nacional de Atenção Básica
descreve que a realização do cuidado em saúde da população idosa, de área circunscrita às
USFs, se dá tanto no âmbito da unidade de saúde quanto no domicílio e nos demais espaços
comunitários (escolas, associações, entre outros). A escuta qualificada das necessidades dos
usuários proporciona um atendimento humanizado e viabiliza o estabelecimento do vínculo
entre os profissionais e os idosos, ações estas comuns a todos os membros da equipe de Saúde
da Família.
A enfermagem precisa usar a criatividade para que os idosos possam usufruir de
estratégias que lembrem, dentre outras atividades, a do uso de medicamentos. De acordo com
os autores NICOLATO; COUTO; CASTRO (2016), a perda de memória influencia
consideravelmente no uso dos medicamentos em virtude do esquecimento do horário e do
42

medicamento correto, influenciando na terapêutica medicamentosa. A enfermagem deve atentar


pelo fato de que os prejuízos de memória não detenham a manutenção da capacidade funcional.
O desenvolvimento de atitudes e comportamentos preventivos, os quais incluem o
autocuidado, a vacinação e os exames periódicos, é um exemplo de como esses fatores podem
contribuir para o alcance de melhores níveis de saúde dessa população de acordo com estudo de
SANTOS et al. (2012).
Conclui-se no estudo feito por NICOLATO; COUTO; CASTRO (2016), que os idosos
independentes são os que mais procuram o atendimento em nível ambulatorial, e nessas
condições, adotando os pressupostos de Dorothea Orem, observa-se o predomínio do sistema
de enfermagem apoio-educação para ensinar medidas de autocuidado terapêutico, prevalecendo
à oferta de ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, com vistas a valorizar a
independência, a autonomia e o autocuidado dos idosos.
Ainda baseado no estudo dos autores NICOLATO; COUTO; CASTRO (2016), o
desenvolvimento da consulta de enfermagem objetiva alcançar metas específicas de
diagnósticos de enfermagem a fim de orientar, apoiar e ampliar a capacidade do idoso à
participação no autocuidado, diminuir impactos negativos de alterações do envelhecimento,
desenvolver ações de promoção/prevenção no âmbito educativo, minimizar o sofrimento e a
sobrecarga familiar no processo de cuidado. A ênfase das ações e intervenções prioritárias da
enfermagem são as de educação em saúde e visam primeiramente à promoção da saúde
buscando-se, em seguida, obter adesão para a prevenção de agravos secundários a patologias
crônicas ou outros próprios do processo de envelhecimento.
O trabalho da enfermagem, ou seja, a assistência de enfermagem junto aos pacientes
inicia-se desde sua admissão na instituição com o acolhimento, sendo a assistência direta a
atividade principal e, as atividades administrativas, sistema de informação, educativas,
científicas e humanizadas referentes às atividades que favorecem o cuidado qualificado
(GOMES; REIS; COLLET, 2010).
Assim, como mencionado anteriormente, a assistência e/ou o cuidado constitui-se na
essência da enfermagem, o qual compete ao enfermeiro reconhecer as peculiaridades de cada
pessoa por ele atendida e adaptar o cuidado, ou seja, fornecer um cuidado individualizado,
integral e humanizado. Nesse sentido, a partir de uma análise quali-quantitativa com o intuito
de identificar o conceito de humanização sob a perspectiva dos pacientes, um estudo dos
autores: BRITO; CARVALHO, (2010), identificou que a humanização, segundo os
43

entrevistados, depende da interação com o profissional e da capacidade do profissional de fazer


o paciente se sentir parte do processo, assim como as características pessoais influenciam na
humanização, uma vez que compreende-se o cuidado como uma atitude imparcial, sem
julgamentos e que, portanto, se traduz pelo respeito ao paciente, à sua individualidade, à sua
intimidade, ao seu espaço e às suas crenças e valores
A participação da família no ambiente hospitalar também ajuda na redução do tempo de
internação, a enfrentar o medo e o terror do tratamento, de forma que as situações e rotinas
vivenciadas no período de internação acabam se tornando mais compreendidas e aceitáveis, o
que culmina na inserção da criança como agente participante do seu próprio cuidado (GOMES;
REIS; COLLET, 2010).
44

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os idosos independentes são os que mais procuram o atendimento em nível


ambulatorial, e nessas condições, adotando os pressupostos de Dorothea Orem, observa-se o
predomínio do sistema de enfermagem apoio-educação para ensinar medidas de autocuidado
terapêutico, prevalecendo à oferta de ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, com
vistas a valorizar a independência, a autonomia e o autocuidado dos idosos, e sua autonomia.
O desenvolvimento da consulta de enfermagem objetiva alcançar metas específicas de
diagnósticos de enfermagem a fim de orientar, apoiar e ampliar a capacidade do idoso à
participação no autocuidado, diminuir impactos negativos de alterações do envelhecimento,
desenvolver ações de promoção/prevenção no âmbito educativo, minimizar o sofrimento e a
sobrecarga familiar no processo de cuidado. A ênfase das ações e intervenções prioritárias da
enfermagem são as de educação em saúde e visam primeiramente à promoção da saúde
buscando-se, em seguida, obter adesão para a prevenção de agravos secundários a patologias
crônicas ou outros próprios do processo de envelhecimento.
Em conjunto com a equipe multiprofissional, o enfermeiro é um dos atores responsáveis
por desenvolver ações que visam ao autocuidado dos idosos, como a realização de grupos
educativos, caminhadas orientadas e oficinas, sendo essas atividades essenciais, por
possibilitarem o autoconhecimento dos idosos quanto a sua saúde e por proporcionarem um
estreitamento do vínculo entre o profissional de saúde, o usuário e a Unidades de Atenção aos
Programas de Saúde (UAPS).
As necessidades que são específicas de cada idoso que é usuário do sistema requerem
um cuidado direcionado e multiprofissional, fazendo-se necessário o desenvolvimento de um
trabalho em equipe, que irá criar um vínculo com o usuário, além de estimular a participação
ativa da população na busca pelo autocuidado.
O papel dos profissionais de saúde é de extrema importância, tanto na valorização e
potencialização do papel da família frente às ações de autocuidado dos idosos, como na oferta
de práticas interventivas de educação em saúde ao binômio idoso-família. Neste aspecto, a
interdisciplinaridade favorece a ocupação de diferentes espaços de atuação pelos profissionais e
desta forma, promove saúde, autonomia e independência, tanto no envelhecimento saudável
quanto na presença de condição crônica em saúde.
45

Uma das maneiras mais efetivas para promover saúde por meio das práticas de
autocuidado desenvolvida por idosos é a inserção dos idosos em grupos de convivência.
Diversos estudos apontam este apoio formal como uma atividade que transforma o cotidiano
das pessoas idosas no enfrentamento das transformações da velhice, assim como, das limitações
impostas pela presença de doenças crônicas.
Assim sendo, estratégias precisam ser elaboradas, utilizando os padrões culturais para que as
ações sejam efetivas, a fim de proporcionar saúde e bem-estar aos idosos.
Espera-se que esse estudo possa auxiliar o profissional de saúde no planejamento de
intervenções educativas para que os idosos compreendam a importância do autocuidado e
sintam-se motivados a realizá-lo.
46

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