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1) Anatomia Aplicada
A coluna cervical consiste em diversas articulações. Ela é uma área na qual a estabilidade foi
sacrificada em favor da mobilidade, tornando a coluna cervical particularmente vulnerável à lesão.
As articulações atlantooccipitais (C0-C1) são as duas articulações mais superiores. O principal
movimento dessas articulações é flexão-extensão (15-20°) ou inclinação da cabeça. A flexão lateral
é de aproximadamente 10°, enquanto a rotação é desprezível. O atlas (C1) não possui corpo
vertebral como tal, durante o desenvolvimento, o corpo vertebral de C1 evolui para o processo
odontóide, que é parte de C2. As articulações atlantooccipitais são elipsóides e atuam como
uníssono. Juntamente com as articulações atlantoaxiais, essas articulações são as articulações mais
complexas do esqueleto axial.
As articulações atlantoaxiais (C1-C2) constituem as articulações mais móveis da coluna. A
flexão-extensão é de aproximadamente 10° e a flexão lateral é aproximadamente 5°. A rotação que é
aproximadamente 50°, constitui o principal movimento dessas articulações. Com a rotação, há
diminuição na altura da coluna cervical nesse nível à medida que as vértebras se aproximam, em
virtude da forma das articulações das facetas. O processo odontóide de C2 atua como um eixo de
rotação. Essa articulação mediana, é classificada como uma articulação axial (trocoidal). As
articulações atlantoaxiais laterais, ou das facetas, são classificadas como articulações planas. De
modo geral, se uma pessoa é capaz de falar e mastigar, há algum movimento em C1-C2.
Cada segmento da coluna vertebral é formado por unidades funcionais, compostas pelas
vértebras cranial (superior) e caudal (inferior), facetas articulares, ligamentos e disco intervertebral.
Essas estruturas funcionam de forma sinérgica. O disco intervertebral distribui e suporta a carga na
região anterior da coluna vertebral, poupando as facetas articulares na região posterior, com auxílio
dos músculos paravertebrais e dos ligamentos.
O segmento cervical da coluna vertebral é composto por sete vértebras que se articulam umas
com as outras por meio de um sistema de articulações de complexidade pouco usual. Cada par de
vértebras é separada pelo disco intervertebral e um par de articulações apofisárias, como em outras
regiões da coluna. Entretanto, peculiarmente, os corpos vertebrais da região cervical articulam-se
também através de um par adicional de articulações sinoviais em sua face póstero-lateral as
chamadas articulações uncovertebrais ou de Luschka.
As articulações uncovertebrais estão situadas entre os uncos dos corpos das vértebras C3 a
C6 e nas faces oblíquas dos corpos vertebrais superiores a elas. As “articulações” (fissuras) estão
nas margens laterais e póstero-laterais dos discos intervertebrais. Estas estruturas, semelhantes a
articulações, são cobertas com cartilagem e contêm uma cápsula preenchida por líquido. Ausentes
no feto, elas desenvolvem-se no período pós-natal devido à fibrilação e fissuras nas fibras marginais
dos ânulos fibrosos. As articulações de Luschka não são evidentes em todos os indivíduos ou em
todos os níveis cervicais. Seu revestimento é produzido pelo platô cartilaginoso do corpo vertebral.
Como o transudato seroso está geralmente presente dentro da fenda, as modificações simulam uma
articulação preenchida por líquido sinovial. Esta área é freqüentemente local de crescimento ósseo
anormal que pode comprometer o canal vertebral ou forame neural.
Com a redução progressiva da altura discal relacionada à degeneração do disco intervertebral
cervical, as protuberâncias ósseas em torno das articulações uncovertebrais aproximam-se umas
das outras e são firmemente unidas. A articulação que fica entre as protuberâncias degenera,
levando à formação de osteófitos que aumentam a superfície articular e se projetam da margem
posterior do corpo vertebral para o interior do espaço discal e do forame neural. O comprometimento
das estruturas neurovasculares adjacentes, incluindo as raízes nervosas e a artéria vertebral, é uma
complicação potencial da chamada uncoartrose. Assim, as articulações uncovertebrais protegem o
conteúdo do canal espinhal da protusão do disco intervertebral, porém criam um problema
patológico, pois sofrem hipertrofia e calcificação com a degeneração discal.
Platô cartilaginoso (´´Esporões´´ Luschka) nos dois lados do corpo vertebral (1) que estão crescendo para dentro do
canal ósseo (neuroforâmen) onde o nervo espinhal passa (2). Como se pode observar os nervos não estão sendo
comprimidos neste momento. (3) medula espinhal (4) processo articular superior
3) Exame físico
Quadro clínico muito diversificado pode manifestar-se como dor cervical, cefaléia, dor em
ombros, no tórax, no dorso, ou parestesia e dor em membros superiores. Sendo assim, é um desafio
diagnóstico em uma demanda freqüente. Os estudos sobre diagnóstico informam que pacientes sem
achados anatômicos podem apresentar dor cervical, e que portadores de lesões anatômicas podem
ser completamente assintomáticos.
A avaliação clínica da cervicalgia inicia com a anamnese e a inspeção paciente, buscando
alterações que indiquem postura viciosa ou antálgica; o passo seguinte consiste em solicitar que o
paciente execute movimentos da região cervical – flexão, extensão, lateralização e rotação –
observando bloqueios e dificuldade para a execução dos movimentos. A seguir procede-se a
palpação da região, buscando pontos dolorosos ou de gatilho. A identificação de irradiação da dor, e
o trajeto da mesma direcionam o exame na busca de locais onde possa haver comprometimento
anatômico ou inflamatório.
A identificação de comprometimento neurológico, caracterizado por instabilidade da região:
bloqueio antálgico, impotência funcional em trajetos de nervos, determina a necessidade de
avaliação pelo especialista focal.
A indicação de exames complementares é determinada pela falta de resposta ao tratamento,
pela dor provocada por trauma, ou ainda por sinais de comprometimento neurológico.
Geral
Uma avaliação detalhada do paciente à procura de achados físicos de causas menos comuns
de cervicalgia é necessária, principalmente quanto à perda de peso, anemia ou adenomegalias,
assim como anormalidades torácicas ou abdominais. Segue-se avaliação da postura, de movimentos
e finalmente, exame dos ombros, dos membros superiores e do sistema nervoso periférico.
Local
Exame detalhado da pele, procurando identificar marcas, hipopigmentação ou edema, seguido
pela palpação de estruturas anteriores e posteriores do pescoço, incluindo processos espinhosos,
musculatura paravertebral e tecidos moles. As artérias carótidas, temporais e occipitais devem ser
analisadas quanto a dolorimento, pulsação e presença de sopros. Por último, a palpação de gânglios
e de glândulas salivares também pode ser importante.
Movimentos
Os movimentos do pescoço podem ser produzidos em três planos: flexão/extensão
combinada realiza um movimento de aproximadamente 70°, sendo que metade desse movimento
ocorre entre o occipito e a vértebra C1, e o restante entre as demais estruturas da coluna cervical.
As rotações direita e esquerda variam de aproximadamente 90° em cada direção, sendo que metade
desse movimento é feita através da articulação atlantoaxial. As inclinações direita e esquerda têm
movimentos de 45° para cada lado. Esses movimentos podem ser testados ativa ou passivamente.
Enquanto os movimentos ativos são realizados pelo paciente isoladamente e, portanto,
dependem da vontade e de um sistema neuromuscular íntegro, os movimentos passivos auxiliados
pelo examinador fornecem uma idéia da amplitude dos movimentos possíveis.
Testes específicos
TESTE DE MAIGNE: com o paciente sentado, instruí-lo para estender e rodar a cabeça e manter
essa posição durante 15 à 40 segundos, repetir este teste para o outro lado. Esta rotação e extensão
da cabeça impõe uma compressão, induzida pelo movimento à artéria vertebral no lado oposto a
rotação. Vertigem, náuseas, sensação de desmaio e nistagmo são sinais positivos do teste.
TESTE DA ARTÉRIA VERTEBRAL: paciente deitado, estender e rodar a cabeça, observando se ele
apresenta os mesmos sintomas.
TESTES DE TRAÇÃO: Este teste demonstra o efeito que a tração do pescoço possa ter no alívio da
dor. A tração alivia a dor causada por estreitamento do forame neural (o que resulta em compressão
nervosa), por ser capaz de ampliar o forame. A tração também alivia a dor da coluna cervical, por
conseguir diminuir a pressão sobre as cápsulas articulares em torno das superfícies articulares; além
do que, poderá aliviar o espasmo muscular já que obtém relaxamento da musculatura contraída.
Para perfazer o teste da tração cervical, coloque a mão espalmada sob o queixo do paciente,
enquanto que a outra mão será colocada na região occiptal. Em seguida eleve (tracione) cabeça
removendo o peso que ela exerce sobre o pescoço. Há uma variação do teste em decúbito dorsal.
Figuras do livro de Avaliação Musculoesquelética (Magee) e Exame clínico Ortopédico (Netter)
TESTE DE VALSALVA: Este teste aumenta a pressão intratecal. Se o canal cervical estiver tomado
por alguma lesão que ocupe espaço, como os tumores e hérnia de disco cervical, o aumento da
pressão fará com que o paciente se queixe de dor. A dor poderá se irradiar pela distribuição do
dermátomo correspondente ao nível neurológico da patologia da coluna cervical. Peça ao paciente
para prender a respiração e fazer força como se quisesse evacuar. Em seguida, pergunte se houve
agravamento da dor, e em caso afirmativo, peça-lhe para descrever a localização. Lembre-se de que
o teste de Valsalva é um teste subjetivo, que requer do paciente respostas precisas.
TESTE DE DEGLUTIÇÃO: Com o paciente sentado, instruí-lo a deglutir. Essa dor com a deglutição
é usualmente indicadora de lesão, disfunção ou patologia esofagiana ou faríngea. Em virtude da
proximidade estreita do esôfago ao ligamento longitudinal anterior, na coluna cervical, patologia
anterior da coluna cervical, tal como defeito discal anterior, osteófito massa ou espasmo muscular,
pode comprimir, ou irritar o esôfago e causar dor com a deglutição.
TESTE DE ADSON: Este teste serve para determinar a permeabilidade da artéria subclávia, que
pode estar comprimida por costela ou por contratura dos músculos escalenos anterior e médio, que
podem comprimi-la quando a artéria passa por entre os músculos ou durante o trajeto do vaso em
direção ao membro superior.
Palpe o pulso radial do paciente. Continue palpando-o e abduza, estenda e gire externamente o
braço do paciente. Em seguida, peça-lhe para prender a respiração e girar a cabeça em direção ao
braço que está sendo examinado. No caso de haver compressão da artéria subclávia, o pulso radial
diminuirá de intensidade, podendo até não ser mais percebido.
Figuras da internet
TESTE DE DEPRESSÃO DO OMBRO: com o paciente sentado, colocar pressão para baixo sobre o
ombro enquanto flexiona lateralmente a cabeça para o lado oposto. Quando essa pressão é aplicada
ao ombro e a cabeça e ligeiramente flexionada para o lado oposto, músculos, ligamentos e raízes
nervosas, cobertura das raízes nervosas e plexo braquial são estirados e a clavícula é deprimida,
aproximando-se da primeira costela. Dor local no lado que está sendo testado indica encurtamento
dos músculos, aderências musculares, espasmo muscular ou lesão ligamentar. Dor radicular pode
indicar compressão do feixe neural, aderência da manga dural ou síndrome da saída torácica. No
lado oposto ao que está sendo testado o intervalo foraminal esta diminuído, as articulações
apofisárias são comprimidas e o disco intervertebral é comprimido. Se for provocada dor neste lado,
pode indicar uma diminuição patológica no intervalo foraminal, doença facetária ou defeito discal.
Exame neurológico
Exame de imagem
A indicação de RX simples da região cervical é adequada em pacientes com história de
trauma, ou com mais de 50 anos, devendo incluir uma radiografia perioral para melhor avaliar a
primeira e segunda vértebras cervicais, acompanhada de um RX frontal e lateral. Quando
necessário, para uma melhor visualização, podem ser feitas incidências obliquas.
Pacientes que apresentam sinais neurológicos (impotência funcional particularmente quando
progressiva, parestesias e hiperestesias, contratura antálgica), com RX simples normal, devem ser
avaliados com Ressonância Magnética ou Tomografia Axial Computadorizada. Quando o RX simples
sugere lesão óssea com diminuição do espaço intervertebral e sintomas neurológicos, também deve
ser realizado a Ressonância Magnética ou a Tomografia Axial Computadorizada.
4) Causas
As principais causas são mecânicas ou traumáticas, sendo que os fatores degenerativos
freqüentemente estão envolvidos em boa parte das cervicalgias. Desta forma, as principais causas
de cervicalgia são: Espondilose ou espondiloartrose; Hérnia de disco cervical; Estenose do Canal
Vertebral Cervical; Síndrome do chicote; Síndrome do desfiladeiro torácico, Síndrome dolorosa
miofascial, Cefaléia tensional e Torcicolo.
ESPONDILOSE ou ESPONDILOARTROSE
Com o envelhecimento e a degeneração, o disco intervertebral perde a sua característica
viscoelástica, podendo ocorrer lacerações no ânulo fibroso, fragmentação do núcleo pulposo e,
conseqüentemente, perda da altura discal.O desgaste discal permite o aumento da mobilidade local,
além de proporcionar distribuição assimétrica da carga axial. Esse transtorno propicia o aumento de
mobilidade nas facetas articulares, com desgaste precoce e conseqüente osteoartrose. Assim, o
desgaste discal e das facetas articulares pode proporcionar retrolistese ou espondilolistese
(deslizamento ou deslocamento de uma vértebra sobre a outra posteriormente ou anteriormente)
que, associadas à formação de osteófitos, podem determinar estenose do canal vertebral. Quando
ocorre estreitamento central e lateral do canal vertebral em múltiplos níveis, a nutrição neural pode
ser prejudicada pela compressão vascular.
Os processos degenerativos podem ocorrer em indivíduos a partir da terceira década de vida,
podendo também acometer precocemente indivíduos com seqüela de trauma, doença inflamatória
degenerativa ou malformações congênitas.
As causas degenerativas podem ser agrupadas sob o termo geral de espondilose ou
espondiloartrose. A espondilose atinge os ligamentos que recobrem o canal cervical e as estruturas
que definem o forame neural: os pedículos, os discos intervertebrais, as articulações apofisárias ou
facetarias e os platôs vertebrais. É um achado comum, quase universal a partir de determinada faixa
etária e que torna muito difícil, freqüentemente, um diagnóstico específico em casos de cervicalgia,
pois a dor pode ser originária de qualquer das estruturas descritas. As peculiares irradiações de dor
para o ombro, regiões suboccipitais ou interescapulares são resultado da complexa neuroanatomia
da região.
Um padrão específico de espondilose, radiologicamente exuberante, a hiperostose
esquelética idiopática primária (DISH) o doença de Forestier é definido pela presença de calcificação
e ossificação ao longo das faces ânterolaterais de pelo menos quatro vértebras contíguas.
Geralmente assintomática, tal condição está presente em aproximadamente 10% dos idosos.
Osteofitose exuberante é ocasionalmente descrita como causa de disfagia em idosos.
As principais dores da coluna cervical são as que se originam nas facetas articulares, nos discos intervertebrais e nas
raízes nervosas que deixam cada segmento intervertebral e que podem ser comprimidas por hérnias de disco. Exemplo
ilustrativo de uma artrose avançada gerando compressão da medula cervical
A anamnese e o exame físico são fundamentais para identificar a compressão das raízes
nervosas que levam ao desenvolvimento destas síndromes, exigindo, quando presentes, avaliação
do especialista focal pela eventual necessidade de descompressão. A identificação de hérnia de
disco, com comprometimento de raiz nervosa é de manejo do especialista focal, mas nem toda a
hérnia de disco ocasionara compressão de raiz nervosa – estudos de ressonância em pacientes sem
cervicalgia mostram hérnia de disco em 20 a 57% dos pacientes conforme a faixa etária, e muitas
vezes a conduta expectante será adequada.
SÍNDROME DO CHICOTE
Causa freqüente de cervicalgia, particularmente em jovens é a produzida pelo movimento de
chicote, em desacelerações súbitas após movimentos de aceleração, especialmente em acidentes
automobilísticos. A vulnerabilidade se deve em parte ao grande momento de massa de inércia da
cabeça relativamente pesada. Um impacto cria uma grande velocidade angular da cabeça gera
proporcionalmente um grande momento angular por toda a região craniocervical. Se direcionada no
plano sagital, o momento de flexão e extensão da cabeça pode danificar tecidos que são
excessivamente distendidos ou comprimidos. O momento direcionado no plano frontal pode criar
uma lesão em chicotada lateral que também danifica o tecido.
A lesão em chicotada associada com a hiperextensão do pescoço geralmente cria distensões
maiores sobre os músculos e tecidos moles do que uma lesão em chicotada cria quando associada a
flexão do pescoço. A maior amplitude de hiperextensão pode distender severamente os músculos
flexores e as vísceras cervicais e pode comprimir excessivamente as articulações dos processos
articulares e as faces posteriores da coluna verterbral. A extensão máxima da flexão é parcialmente
bloqueada pelo queixo atingindo o tórax.
O mecanismo pode produzir lesões musculares, ligamentares ou mesmo subluxações – pela
gravidade possível estes pacientes devem ser examinados com cautela, sendo geralmente sua
consulta realizada em nível de pronto atendimento. Clinicamente, uma pessoa com lesão por
hiperextensão apresenta freqüentemente uma sensibilidade acentuada e espasmo protetor na região
do músculo longo do pescoço. A sensibilidade também pode estar associada com o esforço
excessivo em outros músculos flexores, como o esternocleidomastóideo e escaleno anterior, e nas
vísceras cervicais. O espasmo no músculo longo do pescoço tende a tornar a coluna vertebral, sem
a lordose normal. Pessoas com um músculo do pescoço distendido e dolorido muitas vezes tem
dificuldade de encolher o ombro. Sem a estabilização adequada propiciada pelo músculo longo do
pescoço e outros flexores, a parte ascendente do músculo trapézio perde a sua fixação craniana
estável e, conseqüentemente, torna-se um elevador ineficiente do cíngulo do membro superior. Este
cenário clínico é um exemplo da interdependência da função muscular, na qual a ação de um
músculo depende da força de estabilização de um outro.
CEFALÉIA TENSIONAL
Cefaléias são dores referidas à superfície da cabeça a partir de estruturas profundas, sendo
um sintoma freqüente no atendimento médico. As mulheres são as mais afetadas, tanto em termos
numéricos quanto de intensidade dos episódios dolorosos. Em geral, as cefaléias do tipo enxaqueca
ou migrânias são responsáveis por 25% das consultas de pacientes com essa queixa, e as infecções
agudas, como gripe, infecções bacterianas e viróticas, por outros 25%. Dos demais casos, a grande
maioria apresenta a chamada cefaléia de tensão, associadas a distúrbios emocionais definidos. Em
menos de 1% dos casos a cefaléia está associada a doenças intracranianas importantes, como
tumores ou infecções cerebrais, ou hipertensão arterial sistêmica.
Segundo os critérios da classificação internacional das cefaléias, para o diagnóstico da
enxaqueca ou migrânea as seguintes características devem ser evidenciadas:
- Crises de dor durando 4 a 72 horas (não tratadas ou tratadas sem melhora);
- Cefaléia deve ter, pelo menos, duas das seguintes características: localização unilateral, caráter
pulsátil, intensidade moderada a intensa que limite ou impeça as atividades, agravamento com a
atividade física;
- Durante a crise de cefaléia deve ocorrer, pelo menos, um dos seguintes sintomas: náuseas e/ou
vômitos, fotofobia e/ou fonofobia;
-Sintomas premonitórios podem ocorrer horas ou dias antes das crises de cefaléia. São
representados por hiperatividade, depressão, irritabilidade, bocejos repetitivos, déficit de memória,
desejos de certos alimentos, hiperosmia, sonolência, entre outros.
Um dos assuntos mais controversos em cefaléias primárias é a assim chamada cefaléia do
tipo tensional, podendo englobar cefaléias provindas de numerosas causas. Contudo ao se utilizar
este termo, se quer na verdade referir-se a uma forma muito perniciosa de cefaléia, que poderia
evoluir a partir de cefaléias intermitentes ou migrâneas, para uma forma mais diária e duradoura,
englobando o conceito de cefaléia do tipo tensional. Embora uma migrânea possa transformar-se
gradualmente em cefaléia do tipo tensional crônica, mais freqüentemente, é a cefaléia do tipo
tensional episódica que cronifica. Em ambas as instâncias o uso excessivo de medicação
desempenha um papel no agravamento do distúrbio. A descontinuidade da ingestão diária de drogas
freqüentemente resulta em melhora.
Atenção especial deve ser dada aos músculos para-espinais dorsais, onde freqüentemente se
encontram pontos-gatilho associados com enxaqueca e cefaléia tensional. Entre eles se destacam
pontos-gatilho situados nos músculos quadrado lombar e glúteo médio, que têm importância maior
nas hemicranias (ou migrânias).
Como tratamento, uma série de técnicas que podem ser usadas no tratamento da cefaléia
tensional, dentre elas:
- massagem de alisamento profundo das costas, amassamento dos dedos sobre as fibras superiores
do trapézio, alisamento digital sobre as fibras superiores do trapézio, amassamento sobre a região
escapular.
- exercícios de relaxamento muscular ajudam no alívio da dor da cefaléia.
- série de alongamentos em flexão anterior de pescoço para toda musculatura extensora, variando-
os de inúmeras formas.
- manipulações e mobilizações da coluna cervical, onde seu objetivo é basicamente diminuir a dor na
região nucal e cervical inferior e aumentar a nutrição para as estruturas articulares. Algumas técnicas
utilizadas são a manipulação da coluna cervical alta com flexão ou rotação lateral, deslizamentos
vertebrais e deslizamentos cranianos.
- amassamentos dos músculos cervicais posteriores e dos músculos paravertebrais, combinado com
rotações e estiramentos, como o de estruturas moles suboccipitais.
- a massagem no couro cabeludo, uma técnica de fricção
- série de pompages, como a pompage dos semi-espinhais da cabeça, dos escalenos, trapézio
superior, elevador da escapula, esternocleidomastóideo, entre outros, além de normalizações para
lesões osteopáticas por meio da própria pompage.
- eletroterapia analgésica (correntes de baixa freqüência e ultra-som). Como por exemplo,
neuroestimulação elétrica transcutânea (TENS) na sua forma “burst” (trens de pulso) como
coadjuvante no tratamento da cefaléia tensional.
- aplicação de pacotes de gelo na região posterior cervical duas vezes ao dia no período de
tratamento da dor
- utilizar alguns pontos de acupuntura para o tratamento da cefaléia tensional crônica
- ensine ao paciente a maneira correta, principalmente o posicionamento do pescoço e cabeça,
quando se mantiver sentado, em pé, durante o sono e posturas durante o trabalho (educação
ergonômica).
TORCICOLO
O torcicolo descreve uma condição de contração crônica de pelo menos um dos músculos do
pescoço, como o trapézio e elevador da escápula, porém mais comumente o esternocleidomastóideo
é envolvido. Sua origem pode ser traumática, inflamatória, congênita, infecciosa ou psicogênica. O
encurtamento do músculo pode ser causado por uma massa fibrosa ou pode indicar uma doença
neuromuscular, freqüentemente se desconhece a causa do torcicolo.
O torcicolo congênito é definido como uma contratura unilateral do músculo
esternocleidomastoideo que, em geral, se manifesta no período neonatal ou em lactentes. Em
crianças com TC, a cabeça fica inclinada para o lado do músculo afetado e rodada para o lado
oposto. A sua incidência é de 1:250 recém nascidos e a etiologia ainda não está esclarecida. As
hipóteses relativas à etiologia da condição se relacionam ao tocotraumatismo cervical, à isquemia
arterial com hipofluxo sanguíneo para o esternocleidomastoideo, à obstrução venosa do
esternocleidomastóideo, ao mal posicionamento intrauterino e à hereditariedade. O diagnóstico é
feito clinicamente, observando-se as limitações nos movimentos do pescoço, a elevação do ombro
no lado do músculo contraturado e a posição da cabeça em inclinação ipsilateral e rotação
contralateral. Um nódulo pode estar presente na porção média do músculo esternocleidomastoideo
em aproximadamente 20% dos pacientes.
Com muita freqüência, este nódulo é detectado entre dez e 14 dias de vida e pode crescer
durante duas a quatro semanas, até atingir o tamanho aproximado de uma amêndoa, quando então
começa a regredir e pode desaparecer completamente até o oitavo mês de vida. Devido ao
encurtamento muscular unilateral, a criança com TC prefere dormir na posição prona, com o lado
afetado para baixo. O diagnóstico diferencial é feito com outros tipos de torcicolos adquiridos. Os
torcicolos adquiridos podem ser decorrentes de problemas oculares, artrite reumatóide devido à
subluxação nas duas primeiras vértebras cervicais (C1 e C2) ou cisto braquial. O uso de exames
subsidiários, como a ressonância magnética, para o diagnóstico diferencial não tem se mostrado
efetivo. Entretanto, o tratamento inicial de escolha é clínico, por meio de fisioterapia, com 90 a 95%
das crianças melhorando antes do primeiro ano de vida e 97% dos pacientes melhoram se o
tratamento for iniciado antes dos primeiros seis meses. Quando o tratamento fisioterapêutico é
tardio, os pacientes podem apresentar complicações como escolioses cervicais e/ou torácicas
compensatórias e dores crônicas. Uma vez feito o diagnóstico e iniciado programa fisioterapêutico,
existe a necessidade de complementar o tratamento com cuidados domiciliares, pois a realização
diária e constante dos exercícios melhora o TC. Os pais devem ser orientados e encorajados a
participar, realizando os exercícios propostos, e a quantidade de sessões pode influenciar o tempo
de resolução da doença.
Assim, o tratamento intensivo pode ter melhor resolução e durar menos tempo. Em casos
severos de contratura, o músculo pode ser liberado cirurgicamente, mais comumente nas cabeças
esternal e clavicular. O tratamento pós-cirúrgico normalmente envolve terapia física para manter a
posição corrigida do pescoço e reduzir a formação de cicatriz.
5) Diagnóstico diferencial
As causas mais comuns de cervicalgia estão associadas a contraturas e distensões
musculares. Como é uma região de intensa mobilidade, pela qual passam estruturas nobres, a
musculatura da região fornece mobilidade e suporte, mas é vulnerável a lesões. A clínica nestes
casos é típica de defesa e rigidez de movimento - sem irradiação com padrão de raiz nervosa. A
mobilidade espontânea é reduzida e a mobilidade passiva é bloqueada. A palpação do(s) músculo(s)
afetado(s) desencadeia dor.
Alguns diagnósticos devem ser considerados quando diante de um paciente com cervicalgia.
A artrite reumatóide é uma doença inflamatória crônica que acomete além das articulações
periféricas o segmento cervical da coluna. Clinicamente, esses pacientes apresentem dor insidiosa
com irradiação para a região occipital e claramente associada à compressão da raiz nervosa.
As espondiloartropatias soronegativas também podem acometer a região cervical causando
sinovite nas articulações apofisárias. Infecções bacterianas disseminam-se para a cervical
principalmente por via hematogênica. A infecção da coluna cervical caracteriza-se por dor local
constante e progressiva, de difícil controle, caráter inflamatório, além de febre e perda ponderal
(perda de peso).
Os tumores da coluna cervical são usualmente metastáticos, sendo os sítios primários
brônquios, rim, tireóide, próstata ou mama. A dor é a manifestação mais comum, embora
intermitente no começo, tornando-se caracteristicamente intensa e constante. Tumores primários são
menos comuns. Tumores benignos de tecidos moles como meningiomas, neurofibromas e
shwannomas, podem se apresentar clinicamente com sintomas neurológicos ou com achados
radiológicos.
A fibromialgia – síndrome dolorosa que afeta 2% dos pacientes em atenção primária- também
pode apresentar-se inicialmente com quadro de cervicalgia, exigindo que a anamnese explore outros
sintomas – como a cronicidade, vários pontos de dor, tensão e distúrbios do sono.
Artrose das articulações intervertebrais é outro diagnóstico a considerar. Clinicamente a dor
piora com o movimento, ao acordar pela manhã, e pode perceber-se crepitação a movimentação da
região. Estudo radiológico simples da região mostra o espessamento da superfície articular. Ainda
dentro deste processo de desgaste das articulações, uma outra patologia que pode causar dor é a
calcificação de tendões e músculos na região cervical – também identificáveis ao RX simples.
6) Tratamento
Identificar e tratar do modo específico a doença de base é primordial. Para a maioria dos
pacientes com alterações mecânicas, é bem definido o efeito benéfico do repouso de curto prazo,
minimizando a necessidade de analgésicos e provendo uma base para o alívio espontâneo da dor e
a resolução natural do processo patológico. O repouso prolongado geralmente é maléfico, e as
drogas analgésicas, antiinflamatórias ou relaxantes musculares podem ser usadas na fase aguda e
tem um importante papel no alívio sintomático.
O tratamento clínico consiste no uso de medicações para controle da dor, anti-inflamatórios e
relaxantes musculares, acompanhados de fisioterapia e adequação nas atividades físicas diárias.
Períodos prolongados de repouso absoluto não costumam ser necessários, nem benéficos, sendo
mais interessante a modificação das atividades de modo a evitar o estresse excessivo da região.
Pode-se fazer uso de colares cervicais, que aliviam o trabalho da musculatura, e tentam
melhorar a postura e limitar a mobilidade do pescoço, até que se reduza a inflamação das estruturas
dolorosas. Os colares cervicais podem ser de materiais leves como espuma flexível, plástico ou
couro, ou podem ter suportes rígidos da mandíbula para o tórax anterior e do occípito para o tórax
posterior. Sua utilização na fase aguda deve se manter por três a quatro semanas, sendo que, na
primeira semana, deve ser usado mesmo durante o sono e nas seguintes, com retirada progressiva.
Estão especialmente indicados em casos de instabilidade vertebral, herniações ou doenças
inflamatórias. Entretanto, deve-se considerar que seu uso prolongado pode levar à atrofia muscular e
piora do quadro clínico.
Os estudos clínicos demonstram ainda que a reabilitação tem um papel fundamental nos
casos de cervicalgia, principalmente na sua prevenção. Os pacientes devem ser orientados a corrigir
distúrbios posturais, mudar hábitos de vida, além de receber orientações sobre exercícios
terapêuticos de relaxamento muscular, alongamento e fortalecimento cervical, os quais devem ser
mantidos por tempo prolongado. Dado o fato de que uma lesão pode causar inflamação do tecido
mole com lesão tecidual miscroscópica indubitável, estes tecidos devem ser colocados em repouso
numa posição fisiológica. Um espasmo muscular seguem uma lesão aguda para proteger a parte
lesada por imobilização, mas esse espasmo, além de ser benéfico pode também ser prejudicial de
forma crônica, auxiliando na manutenção da dor.
A aplicação dos recursos eletro, termo e fototerápicos devem ser aplicados na tentativa de
melhorar o quadro inflamatório, sendo as técnicas de massoterapia útil após os mesmos e antes da
realização dos exercícios. Os exercícios deveriam ser considerados muito precocemente no
tratamento das lesões de hiperextensão de intensidade significativa da coluna cervical. A fraqueza
inicial dos flexores do pescoço não permite ao paciente elevar a cabeça do travesseiro, portanto os
flexores não funcionam para estabilizar a nuca nem eles relaxam reciprocamente os extensores
antagonistas, que estão, freqüentemente, em espasmo protetor. A fraqueza dos flexores cervicais
persiste após o desaparecimento dos aspectos agudos da lesão e é apontada como causa da
persistência de dor na nuca e disfunção.
Os exercícios devem ser tanto isométricos quanto isotônicos e devem ser designados para os
flexores curtos (occípito-cervicais) e os flexores longos (cervicais). Treinamento da postura, para
realinhar a lordose cervical fisiológica também deveria ser considerado. Exercícios são guias para os
pacientes e devem ser evitados se os mesmos tiverem sintomas ou dor. A rotina básica na
reabilitação cervical após a melhora da sintomatologia dolorosa envolve a melhora da amplitude de
movimento nos planos fundamentais sagital (flexão e extensão), transverso (rotações para os lados)
e coronal (inclinação lateral), além do treinamento muscular (estabilização, resistência ou força,
conforme a necessidade).
Podem ser realizadas infiltrações como uma modalidade intermediária de tratamento, entre as
condutas clínicas e a cirurgia. Essas infiltrações são injeções de medicações anestésicas e anti-
inflamatórias diretamente nos discos doentes ou nas raízes nervosas inflamadas. Em muitos casos,
pacientes que não melhoram com o uso normal de medicações se beneficiam com as infiltrações de
remédios diretamente no local da patologia, conseguindo evitar o tratamento cirúrgico. A infiltração
dos discos cervicais pode ser realizada em alguns casos, selecionados, de dor cervical pura.
O tratamento cirúrgico deve ser reservado para casos de falência no tratamento clínico e de
reabilitação, quadros de mielopatia ou dor incontrolável ou para casos com instabilidade da coluna
cervical causada por doenças inflamatórias, degenerativas ou neoplásicas, sobretudo quando existe
comprometimento motor progressivo.
O tratamento cirúrgico é a primeira opção nos casos em que existe quadro de mielopatia em
fases iniciais, quando ainda pode haver melhora da lesão medular. Fora isso, deve ser reservado
apenas para os casos de insucesso do tratamento clínico, quando a cervicobraquialgia não melhora,
ou quando começam a haver lesões das raízes nervosas. A cirurgia consiste na retirada da hérnia,
liberando as estruturas nervosas da compressão que estão sofrendo. Existem várias técnicas
cirúrgicas, com abordagens pela frente ou por trás, mas a cirurgia mais utilizada em nosso meio é a
discectomia e artrodese por via anterior. Nesta técnica, a coluna é abordada por um pequeno corte,
realizado na parte anterior do pescoço. O disco cervical doente é localizado e retirado, junto com a
hérnia, havendo descompressão dos nervos e da medula. O espaço deixado pela retirada do disco é
preenchido pela colocação de enxerto ósseo, acompanhado ou não de um implante de metal ou
plástico, que serve para fixar as vértebras. Com o tempo, o enxerto de osso promoverá uma união
entre as vértebras, evitando movimento e impedindo o retorno da compressão.
Outras técnicas utilizadas são a discetomia anterior simples, em que o disco é retirado da
mesma forma, mas não se utiliza nenhum enxerto ou implante no local, e a cirurgia por via posterior,
em que o corte é feito na parte de trás do pescoço. Atualmente já existe uma técnica mais moderna,
chamada artroplastia, que vem ganhando cada vez mais espaço: nessa técnica, é realizada uma
discectomia por via anterior e, ao invés de um enxerto, que vai fixar as vértebras, é colocada uma
prótese móvel, que substitui o disco, mantendo os movimentos próximos do normal. Os resultados
da cirurgia de hérnia discal cervical costumam ser bastante bons. Nos casos de cervicobraquialgia, a
descompressão dos nervos costuma trazer alívio da dor na grande maioria dos casos. Na mielopatia,
os resultados da cirurgia dependem muito do estágio da lesão da medula: o tratamento precoce
costuma ter resultados melhores, mas nos casos de sintomatologia muito avançada, com dificuldade
grande para caminhar, ou prolongada, com mais de 6 meses de duração, a melhora pode ser muito
pequena. As ciurugias realizadas quando o sintoma é apenas dor cervical, sem braquialgia ou
mielopatia, tem resultados muito incertos, devendo ser realizadas apenas em casos especiais.
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