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CLASSIFICAÇÃO DAS ALTERAÇÕES

Wu Kwang

Na MTC, através da anamnese, exame físico e exames complementares, o terapeuta obtém um

diagnóstico energético, situando a energia do indivíduo perante a energia do meio. Se houver uma
boa adaptação da unidade energética (a pessoa) ao meio, existe um estado de boa saúde.

O médico tradicional chinês tenta sempre chegar à etiologia primária das doenças, embora nem
sempre seja fácil.

Na MTC, todos os sintomas e todos os sinais devem ser classificados em Yin ou Yang. Entretanto,
sendo nosso objetivo estudar o corpo humano, existem classificações mais específicas aplicadas às
doenças. Assim, em vez de classificar genericamente tudo em Yin ou Yang, facilita para nós usar os
critérios: 1) Plenitude ou Vazio; 2) Calor ou Frio; 3) Externa ou Yinterna. Somando todos os fatores
Yin e todos os fatores Yang, podemos concluir classificando o desequilíbrio geral (síndrome) como Yin
ou Yang.

Na prática, utilizam-se principalmente os critérios plenitude ou vazio; calor ou frio. Os critérios

“Externa” ou “Interna” são tão evidentes que não precisam nem classificar; e a classificação Yang ou
Yin só entram na síntese final.

EXTERNA OU INTERNA

Os critérios “Externa” ou “Yinterna” são utilizados para indicar a forma de agressão ou para localizar
o agente patogênico. As síndromes externas se apresentam quando os fatores patogênicos climáticos
invadem as camadas superficiais do corpo. As síndromes internas ocorrem quando os fatores
patogênicos climáticos, após vencer as defesas, penetram nas camadas profundas; ou quando atacar
diretamente os órgãos e vísceras; ou por disfunção primária dos órgãos e vísceras.

O mesmo critério pode referir-se às camadas do corpo, localizando o desequilíbrio energético. A

doença é externa quando atinge as camadas superficiais, e interna, quando atinge as camadas
profundas.

EXTERIOR INTERIOR

CAMADAS pele, subcutâneo, fáscia, músculos, ligamentos vísceras, órgãos

MERIDIANOS tendinomusculares, passagens (lo) longitudinais distintos, principais

ZANG FU vísceras órgãos

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MERIDIANOS ACOPLADOS Yang Yin

GRANDES MERIDIANOS Taiyang (ID e B), Shaoyang (TA e VB), Yangming (IG e E)

Taiyin (P e BP), Jueyin (CS e F), Shaoyin (C e R)

EXTERNA: superficial aguda tratamento fácil pulso superficial

INTERNA: profunda crônica difícil profundo

EXTERNA: cefaléia, febre e calafrios (intolerância ao frio ou ao vento) que não melhoram pelo calor,
sintomas nasais, corpo dolorido, cobertura lingual branca etc.

INTERNA: febre sem calafrios, disfunção de órgãos e vísceras, sintomas gastrointestinais, tosse etc.

CALOR OU FRIO

Caracteriza o estado energético do corpo. A palavra "Calor" pode significar também plenitude ou
hiperfunção, não implica necessariamente em febre. A palavra "Frio" pode ser sinônimo de vazio,
hipofunção, não necessariamente a sensação de frio.

CALOR FRIO

1) INSPEÇÃO

face e escleróticas avermelhadas (Verdadeiro) tez pálida, apagada

bochechas avermelhadas somente (Falso)

língua vermelha, púrpura língua arroxeada e mole

cobertura amarela, seca cobertura branca e úmida

2) ODOR

odor forte inodoro

3) INTERROGATÓRIO

sede, bebe muito sem sede

desejo de alimentos frios desejo de alimentos quentes

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prefere o frio prefere o calor

tosse rouca com catarros espessos, amarelos,

vermelhos ou marrons tosse clara com catarros aquosos

temperatura elevada temperatura baixa

constipação ou disenteria com fezes amareladas

ou sanguinolentas fezes aquosas

sensação de calor e queimação no ânus sensação de frio no ânus

menstruação com sangue vermelho e brilhante com sangue diluído e escuro

4) PALPAÇÃO

pele quente, extremidades quentes pele fria, extremidades frias

abdome quente abdome frio

pulso rápido pulso lento

PLENITUDE OU VAZIO

Esse critério se refere à resistência energética do organismo. A energia do corpo pode estar normal e
sofrendo ataque muito forte. Contudo, o que acontece com mais frequência é o corpo estar
deficiente, susceptível a doenças.

Classificam as doenças em Plenitude ou Vazio de energia. Costuma surgir uma dúvida: a plenitude de
energia não deveria ser interessante para as pessoas, porque está simbolizando doença?

A energia boa do corpo não pode estar em excesso. Na doença, a plenitude só pode surgir por
acréscimo através da penetração de energia perversa, i.e., a soma da energia do corpo (em
deficiência) e da energia perversa simulam uma plenitude de energia, provocando um estado de
hiperfunção, que na verdade, é prejudicial.

Quero já chamar a atenção para os sinônimos das palavras Plenitude e Vazio, vão concordar que
realmente indicam estados patológicos:

Plenitude = estagnação, congestão, acúmulo, excesso, sobrecarga, hiperfunção...

Vazio = deficiência, insuficiência, hipofunção...

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HIPERFUNÇÃO HIPOFUNÇÃO

1) INSPEÇÃO

hiperemotividade hipoemotividade

forte e ativo fraco e passivo

tez e escleróticas vermelhas

tez sombria, ou pálida, com bochechas vermelhas

músculos hipertônicos músculos hipotônicos, atróficos

respiração forte, tórax alargado respiração superficial

pouca transpiração transpirações abundantes

língua de cor acentuada língua pálida

cobertura espessa cobertura fina e esbranquiçada

2) AUSCULTA

voz forte voz fraca

3) INTERROGATÓRIO

gosta de companhia gosta de ficar só

prefere a claridade prefere a escuridão

infatigável fadiga

sem variação de temperatura ou temperatura baixa,

febre membros frios, às vezes; sensação de calor à tarde

dores agravadas pela massagem dores aliviadas pela massagem

dores queimantes hipoestesia, prurido

digestão rápida, fome (exceto em digestão lenta, anorexia

períodos de febre ou constipação)

constipação ou disenteria com diarréia com alimentos mal digeridos e fezes

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fezes amareladas brilhantes esbranquiçadas

hipertonia intestinal hipotonia intestinal

queimação e dor no ânus frio no ânus

urina pouco urina abundante

transpira pouco transpira muito

regras abundantes e vermelhas regras poucas e pálidas

dor no baixo-ventre pré-menstrual dor pós-menstrual

4) PALPAÇÃO

zonas quentes frio geral ou localizada

abdome resistente, distendido e doloroso à palpação

abdome mole, facilmente depressível, e dor melhora pela pressão

flatulência gástrica ou intestinal

pulso forte e pleno pulso fraco e vazio

QUESTIONÁRIO

Classificar os seguintes quadros clínicos segundo os 8 critérios:

1. Febre com calafrios, cefaléia, dores musculares difusas, congestão nasal.

2. Febre, desejo de bebidas frias, rosto vermelho, conjuntivas congestas, agitação.

3. Corpo da língua pálido, pulso fraco, falta de ar aos esforços.

4. Dor no cotovelo, melhora com a imobilização, não suporta apertos no local, apresenta sinais
inflamatórios.

5. Cefaléias frequentes, às vezes pressão arterial elevada, pés frios, menorragia de sangue escuro.

6. Cisto sebáceo no dorso.

7. Transpiração espontânea, dispnéia, palpitações, apatia, membros frios, boca pálida, deseja
bebidas quentes.
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8. Rosto descorado, dispnéia aos esforços, tonturas, língua pálida, pulso fraco e rápido.

9. 6 meses após um traumatismo de ombro, sente ainda dor nos dias frios, a dor melhora com
massagem ou compressas quentes.

10. Agitação e sede, desejo de bebidas frias, mau hálito, oligúria, obstipação, pulso profundo, rápido
e forte, mãos e pés frios.

11. Face descorada, fraqueza, palpitações, falta de ar aos esforços, transpiração.

12. Distensão abdominal, flatulência, empachamento pós-prandial, às vezes dor abdominal.

13. Entorse de tornozelo.

14. Edema dos pés, retenção de líquido, oligúria, obesidade, celulite, dor em peso nas pernas.

15. Calor, dor, rubor, edema na perna, febre.

16. Pessoa inquieta, loquaz, ativa, fezes secas, pulso cheio.

17. Mãos e pés quentes, às vezes com dor em queimação, dispnéia, rosto pálido, pulso fino,
profundo e fraco.

18. Opressão no peito, sente uma "bola" na garganta, suspiros.

19. Dor na face lateral da perna após friagem.