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REAÇÃO À DOENÇA E A HOSPITALIZAÇÃO

● Doença aguda
>A ansiedade surge primeiro (principalmente quando não tem certeza do diagnóstico
e da evolução do quadro) e posteriormente sintomas depressivos (que podem durar
semanas)
> Quebra de uma linha de continuidade da vida e das funções desempenhadas ao
adoecer.
> Em geral, sintomas transitórios que melhoram com apoio psicológico e boa
comunicação.
> Normalmente não precisa de psicotrópicos.
> Parcela significativa continua com episódio depressivo após alta .

● 8 categorias de estresse psicológico segundo Strain:

1 Ameaça básica a integridade narcísica (destruida a fantasia de um corpo


indestrutível);
2 Ansiedade de separação ( Não só de pessoas, mas de objetos, ambientes e
estilos de vida).
3 Medo de estranhos ( Paciente coloca sua vida e seu corpo nas mãos de
pessoas desconhecidas).
4 Culpa e medo ( Ideia da doença como um castigo por pecado, fantasias da
destruição da parte do corpo enferma.).
5 Medo da perda do controle de funções adquiridas (como andar e falar).
6 Perda de amor e de aprovação ( autodesvalorização gerada pela
dependência).
7 Medo da perda / dano a partes do corpo ( De orgãos ou membros)
8 Medo da morte, da dor.

● Mecanismos de defesa
> O ego tenta proteger-se de perigos internos e externos de forma mais ou menos
madura.
> Negação: Paciente age como se não estivesse sob ameaça, pode abandonar o
tratamento, desacreditar dos resultados de exames e agir como se nada de grave
estivesse acontecendo.
> Banalização trata uma doença grave como algo comum/ sem importância.
> Racionalização. Ex: Paciente com câncer grave afirma que após o tratamento
estará completamente curado (mesmo não sendo uma certeza.)
> Regressão: Equipe médica e familiares começam a colocar o doente no papel de
“criança”, paciente se sente julgado como incapaz.
> Deslocamento: O paciente em algum momento desloca sua raiva contra um
familiar ou equipe médica ou até mesmo culpa-los da doença.

● Estresse e co/ping
> O estresse está relacionado a tarefas de responsabilidades, reações a eventos
inesperados e situações de expectativa e de contato com o novo.
> Pode gerar alterações fisiológicas, como depressão do sistema imunológico.
> Coping: Maneira como as pessoas enfrentam a doença
> Categorias do coping: orientadas para o problema (buscam orientação com
médico, amigos e família para reassumir o controle da sua vida) e orientadas para
emoção (preocupadas em lidar com sua emoção, sentem mais desesperança e
depressão).
> Profissional de saúde deve tentar deixar situações ameaçadoras mais seguras.

● Pacientes problema
> Comunicação: Paciente tenta colocar uns contra os outros, a equipe tem que
reunir-se diariamente e manter uma boa comunicação.
> Acompanhamento: O paciente entra em pânico quando não identifica aliados, no
início de cada turno um profissional deveria se apresentar e perguntar como as
coisas estão.
> Direitos e prerrogativas: Paciente aferra-se e faz muitas exigências. Não deve
entrar em confronto, entender a situação difícil pela qual ele passa e acrescentar
que serão seguidas as normas da enformarias.
> Estabelecimento de limites.

● Hospitalismo

> Termo usado no meio médico para se referir a quadros de reinternações ou de


permanência hospitalar
> Dificuldade do paciente e dos familiares de enfrentar a alta ( Medo de ter uma
piora e não possuir suporte imediato).
> Necessidade de um programa de apoio a alta hospitalar que inclua suporte para
pacientes e familiares.
> Em casos de pacientes com algum interconsulta psquiatra, que não possuem
família ou não tem pra onde ir é necessário a discriminação das responsabilidades
dos distintos profissionais (como médico assistente, psquiatrea e assistente social).
ABORDAGEM DA SUBJETIVIDADE NA PRÁTICA MÉDICA

● Subjetividade: O modo singular com que cada pessoa percebe, sente, imagina,
pensa, experimenta e interpreta a si mesma sua existência.
● Atividade normativa: Estar normal para um sujeito tem a ver com as normas que
ele instituiu para si como valores subjetivos construídos ao longo da sua existência.
● Doença é definida por valores negativos, pelo paciente, de privação de sensação
de bem estar e de comportamento , diminuição da capacidade física e de ser
socialmente nocivo.
● Incongruência entre as perspectivas do médico e do paciente quanto as noções
de normatividade, saúde e doença. > 3 tipos de situações: Médico consegue
restabelecer completamente a fisiologia (Doenças agudas), Médico não consegue
uma cura efetiva (Doenças crônicas, efeitos colaterais, sequelas), sensação de estar
doente não é confirmada fisiologicamente (Se o médico falar que não tem nada pode
prejudicar a relação médico paciente desconfirmando a subjetividade).
● Exclusão da subjetividade pode ser um obstáculo epistemológico para prática
médica.
● é necessário a inclusão da subjetividade no saber médico.
● A experiência subjetiva da doença é vivenciada pelo sujeito como um drama da sua
história.
● Abordagem da subjetividade: Método fenomenológico
> Analisar: Mapear os fatores subjetivos relacionados ao adoecimento, anamnese
das imagens, dos acontecimentos, das memórias, fantasias,emoções e dos sonhos
relacionados ao adoecimento ( Sem tentar explicar ).
> Explicar: Explicar para o paciente a causa física da doença e os mecanismos das
alteraçoes fisioógicas (causa da doença).
> Compreender: Se colocar no papel do paciente, entender e fazer nexos dos
aspectos subjetivos que podem ser reconhecidos pelo paciente.
> Interpretação: A partir do modelo referencial, propor causalidades ou analogias
aos símbolos encontrados nas expressões do paciente (pode favorecer identificação de
cargas afetivo-emocionais ligadas ao adoecimento).

DESENVOLVIMENTO E ESTRUTURAÇÃO DA PERSONALIDADE

● A personalidade fica mais evidente nas interações do indivíduo com outras pessoas.
● Teoria da psicanálise: Id ego e superego
● Temperamento (Determinados tipos de comportamentos e emoções a partir de
estimulos - hereditário / natureza emocional).
● Caráter ( Construído ao longo do desenvolvimento com a representação dos pais
integrando a representação de si mesmo. Se constrói a partir do ego na tentativa de
harmonizar exigências pulsionais internas com os limites sociais do mundo externo.)
● Personalidade (Dinâmica e se caracteriza pela interação de eventos mentais
comportamentais e ambientais. Resultado da interação entre caráter e
temperamento)
DINÂMICA DA OBSERVAÇÃO E DO REGISTRO

● O campo de observação e registro muda a partir do modelo biopsicossocial e


biomédico.
● Observação e registro muda até mesmo no modelo biomédico > Fragmentação
excessiva das especialidades e visão limitada apenas a um viés.
● Abrangência e continuidade dos cuidados são requisitos fundamentais para
integralidade
● Continuidade dos cuidados: Termo multidimensional, refere-se a variedade de
relações entre pacientes e os serviços de saúde (disponibilidade de informações,
constância da equipe, constância dos lugares de atendimento, acompanhamento e
cuidado).
● 3 maiores componentes da continuidade do cuidado: Compreensão do curso
dos cuidados para um diagnóstico; identificação das necessidades médicas,
psicossociais, e de reabilitação; Provisão de serviços ao longo do continuum pela
mesma equipe.
● Além de uma boa entrevista é essencial realizar um registro correto dessas
informações no prontuário.
● O prontuário médico não está restrito ao médico, outros profissionais da equipe
também podem fazer registros.
● O prontuário não é do médico, mas do paciente.
● O prontuário atual vai além da descrição dos casos, nele deve conter um registro
minucioso das condições biopsicossociais do paciente.

PSICANÁLISE - FREUD

● Descoberta do inconsciente
> Freud inicialmente fazia perguntas para os seus pacientes e posteriormente
abandonou as perguntas e deixou os mesmo falarem livremente.
> Quando ele deixou os pacientes darem livre curso a conversa notou que eles
ficaram envergonhados e resistentes.
> Resistência: Essa força psíquica que se opunha a tornar consciente.
> Repressão: Processo psíquico que visa encobrir, fazer desaparecer da
consciência uma ideia dolorosa que está na origem do sintoma - estes conteúdos
estão no inconsciente.

● Primeira teoria do aparelho psíquico


> 3 instâncias psíquicas: inconsciente, pré-consciente e consciente.
> Insconsciente: Conjunto de conteúdos não presentes atualmente no campo da
consciência, os conteúdos podem ter sido conscientes em algum momento mais
sofreram um processo de repressão.
> Pré-consciente: Sistema onde permanecem aqueles conteúdos acessíveis a
consciência (não está na consciência nesse momento mais no momento seguinte
pode estar.
> Consciente: Recebe ao mesmo tempo as informações do mundo exterior e as do
mundo interior (Destaca-se a percepção do mundo exterior, atenção e raciocinio>).
● Conceitos
> Realidade psíquica: Algumas cenas relatadas pelos pacientes são imaginadas,
mas com mesma força e consequências de uma situação real.
> Funcionamento psíquico: 3 pontos de vista - econômico (energia que alimenta
os processos psíquicos), tópico ( aparelho psíquico é um conjunto de sistemas
diferenciados em sua natureza e funcionamento o que permite considerá-lo um
lugar) e dinâmico ( Existem forças que entram em conflitos e são permanentemente
ativas com origem na pulsão).
> Pulsão: Um estado de tensão que busca através de um objeto a supressão desse
estado.
> Sintoma: Ao mesmo tempo que sinaliza, busca encobrir um conflito, substituir a
satisfação do desejo.

● Segunda teoria do aparelho psíquico


> id: regido pelo princípio do prazer
> ego: é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências
do id, as exigências da realidade e as “ordens” do superego.
> superego: exigências sociais e culturais (sentimento de culpa).

● Mecanismos de defesa
> processos realizados pelo ego e são inconscientes, isto é, ocorrem
independentemente da vontade do indivíduo.
> ego exclui da consciência os conteúdos indesejáveis, protegendo, desta forma, o
aparelho psíquico.
> Recalque: o indivíduo “não vê”, “não ouve” o que ocorre (Pessoa que entende
proibição como permissão ao não ouvir o não).
> Formação reativa: o ego procura afastar o desejo que vai em determinada
direção, indivíduo adota uma atitude oposta a este desejo.
> Regressão
> Projeção: indivíduo localiza (projeta) algo de si no mundo externo e não percebe
aquilo que foi projetado como algo seu que considera indesejável.
> Racionalização: Uma argumentação intelectualmente convincente e aceitável,
que justifica os estados “deformados” da consciência. Ex: Pudor excessivo
justificado por argumentos morais.

CONTRIBUIÇÕES GERAIS DO COGNITISMO PARA O ENTENDIMENTO DAS REAÇÕES


EMOCIONAIS FRENTE AO ADOECIMENTO

Mecanismos de defesa: Forma do ego lidar com determinadas situações.


● Racionalização: comportamentos ou sentimentos controversos são justificados e
explicados de uma maneira aparentemente racional. Ex: Um homem compra um
carro caro e, em seguida, diz às pessoas que o seu velho carro era muito inseguro.

Perspectiva cognitiva: Comportamento anormal resulta de problemas com o conteúdo


cognitivo (pensamentos ou ruptura de pensamentos).
Pensamentos erroneos: Resultam no modo como percebemos, armazenamos e
recuperamos informações.

Processamento de informações influenciam no comportamento.

Teoria da rede associativa: Memórias individuais estão ligadas em rede e a ativação de


uma memória levará a ativação de outra memória da mesma rede.
● Cluster: Componentes que são ativados e resultam em uma memória (imagens,
sentimentos e respostas fisiológicas).
● Ativação: Memórias armazenadas em rede e a ativação de uma memória leva a
ativação de outras da mesma rede.
● Priming: Memórias e conexões que foram usadas recentemente são ativadas com
mais facilidade, ao ativar redes to tipo priming (de momentos felizes ou momentos
tristes) você tende a permanecer nessa rede.
● Conjunto cognitivo: Fato de que temos redes priming preferidas ou mais fortes.

Estágios do processamento da memória


● Teoria dos 3 estágios do processamento da memória: 1 Entrada de informações
na memória sensorial, 2 Passagem de algumas informações para memória de curta
duração (faz o processamento e armazernamento da informação) 3 memória de
longa duração (Contém todas as memórias e redes).
● Atenção seletiva e memória seletiva: Apenas uma fração das informações
sensoriais são passadas para memória de curta duração, dessas apenas algumas
entraram para memória de longo prazo.
● Nossas primeiras experiências determinam das redes de memória e conjunto
cognitivo, os quais conduzem a atenção e memória seletiva.
● A atenção e memória seletiva influência o que pensamos > o que pensamos
influência nosso comportamento.

Distorções de memórias e falsas memórias: Memórias existentes podem ser distorcidas


e também pode ocorrer a criação de memórias que nem existiam e isso influência no
comportamento.

Processos cognitivos rompidos: Deve-se a problemas com atenção e associações >


Sêquencias de fragmentos de pensamentos, dos quais nenhum é desenvolvido por
completo.

Crenças
● Faz uma pessoa interpretar uma situação diferente da outra
● Um evento identico pode ser interpretado diferentemente por pessoas diferentes
com crenças diferentes
● Crenças centrais: Fundamentais e profundas que a pessoa geralmente não
articula, pessoa leva como verdade absoluta.

Pensamentos automáticos: Cognições que ocorrem rapidamente enquanto se está com


um problema. Não estão sujeitos a base racional e baseiam-se na lógica errônea.

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