Aula 3 - Introdução à Psiquiatria II

Intervenção psicossocial

Há aspetos que são comuns à psicoterapia:

- Incentivar a motivação: levar as pessoas a fazer diferente.

- Psicoeducar: dar infos sobre doenças, sobre o modo como a pessoa funciona, como
a pessoa é responsável pelo que lhe acontece. Ao contrário dos fármacos que são
os agentes da mudança, que fazem com que as pessoas promovam mudanças, na
psicoterapia é o ser humano que é o agente da mudança, através da reflexão e
instrumentos que o permitam criar novos hábitos. Daí a importância de fazer uma
terapêutica conjunta: psico+fármacos.
- Sugestão: proporcionar uma maneira de olhar diferente para a realidade, daquela
que a pessoa tem normalmente.
- Análise de objetivos: para medir a evolução do doente.

As técnicas específicas têm apenas 15% de impacto e são as que se baseiam nestes
modelos psicossociais. Interpretação na transferência relacionado com psicoterapia e
exposição sistemática relacionada com terapia cognitivo-comportamental.
«Psicoterapia»: estratégias colaborativas onde o doente é um agente da mudança e
colabora.

- Suporte: saber comunicar, induzir tranquilização. Não é estruturada. É muito

importante na MGF.
- Psicodinâmica: mais longa, pretende mudar mesmo a dinâmica do doente.
- Cogn-comportamental e Interpessoal: normalmente de 3 a 4 meses.
- Humanista: muito relacionada com a relação que se estabelece com o doente. É a
que dá as orientações de como estabelecer relações terapêuticas, especialmente
para a psicoterapia de suporte.

CC 1

Problemas: convívio, humor depressivo.

Qual o tipo de terapia que escolheria?

- de grupo: uma vez que há dificuldade no convívio interpessoal. Mas temos primeiro
que convencê-la. Terapia de grupo requer uma coisa mto importante: confiança no
terapeuta.
- cogn-comp: modificar algumas ideias que a doente tem. Crença que a doente tem:
«recusa os convites do marido por receio de não ser boa companhia» - importante
 perceber se é sintoma depressivo ou se ela acha que sempre foi assim - , e «faz
sempre tudo mal».
- como é que confrontavam a crença? Sublinhamos os êxitos passados e
pontos positivos da sua personalidade.
- interpessoal: uma vez que a génese do comportamento dela está em problemas
relacionais e de separação.

Na depressão podemos realizar várias terapias ao mesmo tempo.

Associaria medicação? Não associava para já.

TERAPIAS

No CC1, qual era a área mais importante para trabalhar? Transição de papel, uma vez que
a senhora mudou de país e terá que se habituar a todo um novo meio que não foi o que
tinha desejado ou idealizado para ela. Disputas: discutia muito com o marido.

ALERTA: tem muito bom resultado na bulimia!!

Utiliza os círculos interpessoais (CI). O CI pode ser associado a um
genograma e temos o perfil do doente completo. De dentro para
fora, quem é que são os confidentes da pessoa.
CC 2

Pode estar a iniciar uma perturbação de ansiedade (desafio, secura, aperto estômago,
insónia inicial, inquietação).
Aluno perguntou: Amélia fez o luto da mãe? Isto porque a ansiedade pode ser secundária a
um luto ainda não encerrado, uma vez pelo overload de trabalho (pode ser obstáculo ao
luto, ou como mecanismo de defesa). No entanto, o prof diz que ela não tem ideação
suicida - sintoma válido para determinação de depressão - ou baixa de auto-estima.

Qual o tipo de terapia que escolheria?

- Counseling e psicoterapia de suporte.

Associaria medicação?
- Sim, fazíamos intervenção farmacológica para o sono.
- O que daríamos para uma insónia inicial? Zolpidem.
- Fazer higiene do sono.

Não diretividade: deixar que o doente chegue lá sozinho.

CC 3

Ansiedade social. Aqui - psicoterapia ou fármacos? Fazemos ambos.

Qual o tipo de terapia que escolheria?

- componente do evitamento: tem que ser ensinado para que ele deixe de evitar essas
situações sociais e deixar de pensar que faz figuras ridículas em frente aos outros.

Associaria medicação? SSRI

CC 4

Qual o tipo de terapia que escolheria?

- História que vem detrás, tem padrões nos seus antecedentes, e já tem uma
personalidade muito moldada a estes traços mais depressivos: psicodinâmica.
A medicação aqui não parece ser muito eficaz, mesmo pela HDA do doente.