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8 mitos e verdades sobre a psicologia

1º mito: Quem vai ao psicólogo é louco


Em seu contexto clínico, a psicologia surgiu por demandas específicas voltada para questões de
desajustes sociais e mentais, porém se modificou ao longo dos anos, e deixou de agir somente em
busca de “cura”, passando a agir também, na prevenção e manutenção.
A psicoterapia não trata somente de patologias, ela também auxilia no autoconhecimento,
autorrealização, na ressignificação de crenças limitantes, em questões emocionais, cognitivas e
comportamentais, que precisam ser ajudadas e resolvidas.
Muitas pessoas procuram a psicoterapia para aprender a lidar melhor com questões pessoais
(dificuldades, conflitos, mudanças), assim como também para um melhor desenvolvimento de si
e como um auxílio para o enfrentamento e preparação de novas fases e ciclos.
O psicólogo deve ser visto como um profissional de saúde mental, e não de doença mental.
2º mito: Psicólogos são videntes
Psicólogos não leem mentes e não possuem uma bola de cristal. Não adivinham pensamentos e
sentimentos, portanto, não tem soluções ou respostas para os seus problemas ou demandas.

Não espere fórmulas mágicas ou receitas com passos imediatos para ser feliz e se livrar dos
problemas. O processo terapêutico é uma construção, um trabalho conjunto, entre terapeuta e
paciente. O psicólogo é um facilitador do seu caminho, mas cabe a você encontrar as suas próprias
respostas.
3º mito: Psicólogos não têm problemas e “tiram de letra” as dificuldades
Se fosse assim, não existiriam nutricionistas acima do peso e os médicos não ficariam doentes.

Os psicólogos também precisam conhecer a si mesmos, aprender a enfrentar os seus “monstros” e


é muito importante que estes também façam terapia.
4º mito: Psicólogos analisam as pessoas o tempo todo
Grande parte (se não, a maioria) dos psicólogos e estudantes de psicologia já ouviram, em seu
cotidiano e vida pessoal, frases do tipo:

“Você está me analisando?”;


“Você já deve ter feito um diagnóstico meu, durante a nossa conversa”;
“Sobre isso que eu lhe falei, você acha que eu tenho algum problema?”;
“Você sabe se eu estou mentindo ou falando a verdade através dos meus gestos?”;
“O meu marido isso, o meu filho aquilo… O que você pensa a respeito?”.
Eu por exemplo, já ouvi todas as frases que eu citei acima e mais algumas. A que eu ouço com
mais frequência, até hoje, com certeza é a “você está me analisando?”.

Mas a verdade é que não. Nós não analisamos as pessoas, o tempo todo. Nós não diagnosticamos
pessoas e não ouvimos nas entrelinhas, enquanto estamos na nossa vida particular. Em nossos
momentos de lazer, no nosso tempo livre.

A nossa escuta, enquanto psicólogos, é uma escuta clínica, diferente da escuta, na vida pessoal.

É claro que mesmo em nossa vida particular trazemos o nosso conhecimento e as nossas
experiências, mas não aplicamos técnicas no dia a dia, com nossos amigos e familiares e nem
tampouco, os analisamos.

5) Existe um cérebro emocional e outro racional

Muita gente acredita que coexistem, na nossa cabeça, um cérebro racional e outro emocional. As
pessoas que utilizam mais o hemisfério esquerdo seriam mais lógicas e analíticas. Por sua vez, as
que utilizam mais o hemisfério direito seriam mais criativas e emocionais.

Não é bem assim. O que pode ter suportado esse tipo de mito é o fato de algumas áreas do encéfalo,
mais próximas ao tronco encefálico e ao sistema límbico, estarem mais ligadas aos processos
emocionais, especialmente se comparadas zonas mais superficiais do cérebro como o lóbulo
frontal.

Mas é uma simplificação pensar que nosso cérebro funciona assim. Todas as partes trabalham de
forma conjunta e é impossível saber se um padrão de ativação de neurônios é racional ou
emocional. Além do mais, ressonâncias magnéticas funcionais comprovam que os dois
hemisférios trabalham por igual.
6º mito: Se o psicólogo não passou pela mesma situação que eu, ele não está apto para me
compreender
– “Se o psicólogo não for casado, ele não vai saber nada sobre casamento/relacionamento”;
– “Se o psicólogo for muito novo, ele não tem muita experiência e não pode me ajudar. Aliás, eu
já vivi muito mais do que ele”;

– “Se o psicólogo não tem filhos, ele não sabe nada sobre crianças.”;

– “Se o psicólogo não teve depressão, ele não sabe como é na prática. Só quem já passou sabe
como é”.

Esse tipo de visão é muito frequente e equivocada, pois a formação do psicólogo possibilita,
através de anos de estudo sobre o ser humano, a compreender diversas realidades e situações, em
diferentes fases da vida, e com diferentes perspectivas.

Além da teoria, o psicólogo também aprende na prática. São dezenas de disciplinas, estágios,
atendimentos e supervisões que ele traz na bagagem e possibilitam o seu entendimento através de
vivências, assim como o torna apto para lidar com situações diversas.

Um médico não precisa ter câncer para saber lidar e tratar do câncer, certo? O psicólogo da mesma
forma.

7º mito: Psicoterapia é a mesma coisa que autoajuda

A psicologia, enquanto ciência, parte do pressuposto de que cada indivíduo é único e subjetivo, ou
seja, traz consigo formas de ser e estar no mundo. Ela leva em conta a questão psicossocial e
entende que nem tudo é para todos. Cada caso é um caso.

A autoajuda, por sua vez, geralmente discute assuntos demasiadamente abrangentes, não leva em
conta a diferença cultural e nem o contexto social. Sugere caminhos e não leva em conta as
particularidades de cada um.

Na psicoterapia os sentidos são construídos, reconstruídos e reforçados e o paciente é quem traça


o seu caminho, ele é autônomo enquanto sujeito e senhor das suas escolhas.

8º mito: Estou tomando remédio prescrito pelo psiquiatra, não preciso ir ao psicólogo fazer
psicoterapia
Muitos pacientes começam a se tratar com psiquiatras antes da buscarem psicoterapia.
Obviamente, se o medicamento prescrito for o adequado e o seu corpo reagir bem, após em média
15 dias, você deverá sentir uma melhora dos sintomas.

O problema não é o medicamento em si, o problema é achar que por ter uma melhora dos sintomas,
os seus problemas estão resolvidos.

Os medicamentos agem nos sintomas, e não na causa. Os sintomas são a “pontinha do Iceberg”,
ou seja, o que se vê e sente. Mas existe algo anterior a isso. Ou seja, a causa.

8 mitos e verdades sobre desenvolvimento


O processo de envelhecimento caracteriza-se por ser contínuo, irreversível e universal, implicando
a ocorrência de várias alterações no organismo que se repercutem em dimensões diversas do
desenvolvimento humano. Não obstante a sua universalidade, existem todavia várias formas de
envelhecer, associadas tanto à variabilidade das características dos indivíduos, como ao contexto
sociocultural. Neste sentido, envelhecer relaciona-se não só com as alterações biológicas e
psicológicas, mas também com os padrões sociais dominantes e a forma como as sociedades
perspetivam o envelhecimento.
– As crianças mais novas não entendem o mundo ao seu redor.
Mito: Os meninos e meninas começam a perceber o mundo desde a barriga da mãe. A Primeira
Infância é a fase em que o cérebro mais se desenvolve. As experiências vivenciadas nessa época
são relevantes para o restante da vida.

– O vínculo com os cuidadores é muito importante na Primeira Infância.


Verdade: As relações humanas são essenciais no desenvolvimento e empoderamento das crianças.
O vínculo dos meninos e meninas e seus cuidadores é essencial e deve ser alimentado e
correspondido diariamente.

– Mesmo sem falar, as crianças já se comunicam com o mundo.


Verdade: Com o choro, os bebês já expressam desejos. Pode ser fome, frio, calor ou que estejam
pedindo para trocar a fralda. Além disso, eles já percebem o que está acontecendo ao seu redor,
pelo que escutam e cheiram.

– As crianças só desenvolvem independência depois dos 10 anos.


Mito: A autonomia se constrói aos poucos, quando os pais oferecem tarefas que as crianças
conseguem realizar sozinhas. Apesar disso, é importante lembrar que cada pessoa é diferente e tem
o seu próprio tempo de aprendizagem.

Há períodos críticos para a aprendizagem.


As pesquisas mostram que NÃO existem períodos específicos para a aprendizagem, de forma que
se algo não for aprendido até certa idade, poderá ser absorvido posteriormente. O que existem, na
verdade, são períodos sensíveis para os processos que precisamos aprender, que ocorrem devido à
plasticidade cerebral.

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