Módulo 02 PDF

Curso Intensivo Avaliação do Desenvolvimento
Infantil
Módulo 02: Avaliação do Desenvolvimento
Inês João Couto Fernandes

(inesjcf@gmail.com)
Objetivo Geral do Módulo 02:
• Identificar instrumentos de avaliação do desenvolvimento na
infância e formas de avaliação
Objetivos Específicos do Módulo 02:

• Identificar formas de avaliação e fatores importantes na
contextualização do desenvolvimento
• Reconhecer a importância da avaliação do desenvolvimento
• Identificar instrumentos de avaliação do desenvolvimento
• Compreender a funcionalidade de cada instrumento de avaliação do
desenvolvimento
2
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Reconstrua o seu futuro!
Índice
– Formas de avaliação do desenvolvimento
– Instrumentos de avaliação do desenvolvimento infantil
• Escala de Desenvolvimento Mental Griffiths
• Escala de Desenvolvimento Infantil de Mary Sheridan
• Escala de Avaliação das Competências no Desenvolvimento Infantil
(SGS -Schedule of Growing Skills)
• Knowledge of Infant Development Inventory-P (KIDIP)
• Escala de Desenvolvimento Infantil de Bayley
• Escala de Denver
• Inventário Portage
3
Formas de avaliação do
desenvolvimento
4
desenvolvimento
• A avaliação do desenvolvimento permite avaliar alterações do
desenvolvimento ou o risco para as vir a desenvolver, tornando-se
importante compreender a condição mental, social e emocional da
criança o mais cedo possível para que se possa intervir e compensar os
défices o mais precocemente possível de forma a evitar o agravamento
da condição.
Carr, 2006; Cheio, 2016
desenvolvimento
• A entrevista continua a ser a base de todas as avaliações psicológicas.
O objetivo da entrevista permanece consistente:
– Identificar a natureza dos problemas apresentados,

– Obter informações acerca da história de vida
– Explorar preocupações e explorar variáveis históricas
– Observar comportamentos que podem ser úteis
– Avaliar a convergência com diagnósticos conhecidos
Carr, 2006
Informações importantes a recolher junto dos pais e/ou outras
figuras de vinculação
• História desenvolvimental da criança:

• Gravidez e parto
• Saúde física e doenças
• Problemas alimentares
• Padrões de sono
• Desenvolvimento sensorial e motor
• Controlo dos esfíncteres
• Temperamento, vinculação e quaisquer atrasos da linguagem
Carr, 2006
• História desenvolvimental da criança:

• Desenvolvimento cognitivo e problemas em manter a atenção
• Desenvolvimento social e adaptação à pré-escola
• Problemas de vinculação e com pares
• Regulação emocional e problemas de choro persistente
• Controlo de raiva e birras
• Desempenho académico
Carr, 2006
• Desenvolvimento da família:
• Agregado familiar
• Família alargada
• Rede de suporte
• Principais doenças da família
• Principais fatores de proteção e pontos fortes dos membros
familiares
• Transições mais relevantes da família (mudança de casa, irmãos,
perdas…)
• Estádio atual do ciclo de vida da família
• Reações de suporte à criança
Carr, 2006
• Desenvolvimento da família:
• Triangulação
• Estilo parental
• Relação entre os pais e irmãos
• Recursos financeiros e habitacionais
• Posição da família na comunidades
• Crenças
Carr, 2006
Instrumentos de Avaliação do
Desenvolvimento Infantil
11
Instrumentos de Avaliação do
Desenvolvimento Infantil
A DGS (2013) refere que a avaliação do desenvolvimento infantil é

realizada essencialmente de forma informal e que os instrumentos
de avaliação são, ainda, um recurso pouco utilizado. No entanto, os
instrumentos de avaliação estandardizados conseguem detetar
cerca de 70 a 90% das alterações ao nível do desenvolvimento,
sendo que uma avaliação meramente baseada na observação
clínica identifica apenas 30% dos casos.
12
Escala de Desenvolvimento Mental de Ruth Griffiths
Ruth Griffiths teve a necessidade de construir um instrumento de

avaliação que possibilitasse avaliar o desenvolvimento da criança
focando-se nas competências sociais, cognitivas e motoras que as
crianças vão adquirindo ao longo do primeiro período da vida.
Griffiths, 1954
13
Griffiths defendia a necessidade de, em situações de risco de alterações

e problemas desenvolvimentais, fazer um diagnóstico da condição
mental da criança o mais precocemente possível poderia evitar e
prevenir o desenvolvimento de situações mais graves e, assim, a
avaliação precoce ajudaria a uma intervenção educativa e terapêutica e
a compensar os défices e necessidades específicas detetadas.
Griffiths, 1954
14
Assim a Griffiths:
• Avalia competências do desenvolvimento

• Avalia competências sociais, cognitivas, motoras através da
observação direta, dos testes e do feedback dos cuidadores
• Apresenta um grau de dificuldade progressivamente superior
• Revela forças e fraquezas da criança
• Objetiva diagnosticar perturbações do desenvolvimento durante a
infância
Griffiths, 1954
15
A Escala de Desenvolvimento Mental de Griffiths (EDMG):

• Dos 0 aos 2 anos
• Dos 2 aos 8 anos
16
A EDMG (0-2 anos):
• Ruth Griffiths desenvolveu as EDMG (0-2) baseando a avaliação global
das capacidades da criança no agrupamento em 5 subescalas ou áreas
específicas do desenvolvimento:
• A - Locomoção,
• B - Pessoal / Social,
• C - Audição / Linguagem,
• D - Coordenação Olho / Mão,
• E - Realização
Em cada área ou subescala os itens estão organizados por

sequências de comportamentos.
17
Subescala A – Locomoção:
• avalia a motricidade global/grossa da criança, equilíbrio,
coordenação e controlo dos movimentos (ex: subir escadas,
chutar)
Subescala B – Pessoal/Social:
• Competência nas atividades diárias, grau de autonomia e
capacidade de interação com os outros (ex: vestir-se, brincar com
outras crianças)
Subescala C – Audição/Linguagem:
• Linguagem recetiva e expressiva (ex: nomear objetos e cores,
descrever imagens)
18
Subescala D – Coordenação olho-mão:
• Habilidades de motricidade fina,
destreza manual e
competências visuo-motoras
Subescala E – Realização:
• Capacidades visuo-espaciais,
rapidez de execução e precisão
(ex: encaixes, construções)
19
Materiais da EDMG (0-2):
• Guizo colorido redondo
• Bola pequena de borracha
• Argola agarrada a um cordel
• Sineta
• Argolas entrelaçadas
• Guizo
• Pilha elétrica
• Diapasão
• Chávena com pires
• Colher de chá de plástico
• Um par de canetas de plástico
• Brinquedo de madeira com rodas atado a um cordel
20
• Um carro
• Boneca
• Espelho
• Livro de imagens
• Brinquedo de enroscar
• Conjunto de encaixes geométricos
• Quatro cubos amarelos numa caixa
• Pacote de lenços de papel
• 20 cartões pequenos com imagens
• Pedaço de tecido colorido
• Conjunto de 3 caixas
• Caixa com 12 brinquedos diferentes dentro (ex: animais,
talheres…)
21
A EDMG (2-8 anos):
Ruth Griffiths desenvolveu também a EDMG (2-8) a fim de manter uma
continuidade na avaliação das crianças após os 2 anos.
Esta é constituída pelas seguintes:

• A - Locomoção,
• B - Pessoal / Social,
• C - Audição / Linguagem,
• D - Coordenação Olho / Mão,
• E – Realização
• F – Raciocínio Prático
22
Subescala F – Raciocínio Prático:

• Capacidade de resolver problemas
práticos, ordenar sequências,
compreensão de conceitos
matemáticos e questões morais (ex:
dias da semana, contar e comparar
tamanhos, certo e errado)
23
24
Para a Utilização das Escalas de Desenvolvimento Mental de Griffiths

é ainda necessário:
• Manual de administração
• Manual técnico
• Caderno de registos
• Caderno de grafismos
• Cronómetro
• Folhas em branco
• Lápis
25
Administração
• Motivar a criança apelando à curiosidade
• Dizer à criança que vão jogar uns jogos
• Referir que algumas coisas são fáceis e outras mais difíceis
• Incentivar a dar o seu melhor
• Concentrar a atenção da criança nas atividades da prova e assim
que se terminar uma atividade passar logo à seguinte
• Se a criança mostrar desmotivação ou cansaço pode alterar de
subescala
• Elogiar o esforço da criança mas não o resultado (o resultado não
deve ser comunicado à criança)
26
Administração
• Evitar pergunta como “queres fazer…?, “podes fazer…?”,
“gostavas de fazer…?”- dizer antes “agora vais fazer…”, “agora
quero que tu”
• Respeitar o ritmo de cada criança
• Evitar envolvimento parental e devem estar fora do alcance visual
da criança
• Perceber se a língua da criança é mesma que a língua utilizada na
administração da prova ou se esta a domina
• Ter em atenção que algumas atividades da prova exigem tempo
especifico para a sua realização
27
Sequência Sugerida de Aplicação das Escalas:

• Subescala E – Realização
• Subescala C – Linguagem
• Subescala D – Coordenação Olho-mão
• Subescala F – Raciocínio Prático
• Subescala B – Pessoal/Social
• Subescala A - Locomoção
28
• Iniciar por um item que não exija resposta verbal
• Ordem flexível de acordo com recetividade da criança e muitas vezes de
acordo com interesse – a ordem indicada atrás é apenas uma sugestão
• Tentar alternar entre itens verbais e não-verbais
• Locomoção para o fim pois as crianças podem ficar relutantes em voltar a
sentar
• Quando se verificar alguma competência da criança antes desta ser verificada
(ex: criança correu até à sala da avaliação) este considera-se realizado
• Se a criança se recusar a fazer algum item o examinador prossegue para
outro e mais tarde volta ao anterior
• Se a criança recusar repetidamente pedir aos pais que administrem aquele
item
• Aplicar de seguida todos os itens que envolvem o mesmo material para
poupar tempo
29
Códigos de Admistração:
• D: Demonstração – o item pode ser demonstrado se necessário
• DO: Demonstração obrigatória – o item tem que ser demosntrado
• Tx2: Duas tentativas: podem ser dadas 2 tentativas à criança
• Tx2 O: Duas tentativas obrigatórias
• R: Resposta – item podem ser cotados através de informação
colhida com os pais se a criança não tiver oportunidade de
demonstrar durante a avaliação
• T: Treino – nos itens em que é necessário que a criança repita
dígitos, se esta não responder corretamente à primeira, o primeiro
exemplo pode ser dado como exemplo de treino
• TO: Treino obrigatório – o examinador tem que obrigatoriamente
administrar o item de treino
30
Ordem de Aplicação:
• Iniciar pelo nível etário suposto da criança
• O examinador deve aplicar a subescala até que a criança obtenha 6

sucessos consecutivos antes de um insucesso(idade base) e termina a
aplicação da subescala após 6 insucessos seguidos (idade teto)
• Se a criança obtiver um sucesso após 6 insucessos consecutivos esse
item é anotado mas não cotado, assim como se a criança obtiver um
insucesso antes dos 6 sucessos consecutivos é registado mas não conta
como insucesso
31
Tempo de administração:
• Aplicar, se possível, numa só sessão
• Não interromper avaliação a meio de uma subescala
• Tempo estimado para aplicação de cerca de 60 a 90 minutos
32
Cotação e análise:
• Obtenção de um perfil que expressa as áreas de desenvolvimento
mais favorecidas e as mais desvalorizadas e o modo como a criança
se situa em relação à média da faixa etária correspondente.
• A interpretação do perfil e a análise do construto das subescalas
conduzem ao diagnóstico e permitem fazer uma análise qualitativa
do comportamento da criança em termos de manutenção da
atenção, empenho na tarefa, adesão ao outro, tipo de abordagem e
estratégias utilizadas.
• Certas perturbações do desenvolvimento são frequentemente
detetadas tais como, défices de atenção, disfasias, dispraxias,
défices fonológicos, etc..
33
• Permite calcular um score global, através da média dos resultados
de cada subescala, score designado por Escala Geral e um por
subescala, através dos resultados brutos de cada score subescala.
• Os valores obtidos podem ser convertidos em resultados
padronizados (percentis e notas-z) e na Idade de Desenvolvimento.
34
35
• Em cada subescala os itens cotado como sucesso até ao teto são

somado e multiplicados por 2
• O total obtido em cada secção é anotado no espaço “Sumário dos
Resultados da Avaliação”
• De seguida somam-se os resultados de cada coluna para obter o
Resultado Bruto Total para cada subescala
• Como não existe subescala F nas secções I e II (1º e 2º ano) calcula-se a
média das idades mentais das outras 5 subescalas
36
https://www.youtube.com/watch?v=S5zi8SySnb0
37
Escala de Desenvolvimento Infantil de Mary Sheridan
Escala que avalia o desenvolvimento geral:

• Postura e motricidade global
• Visão e motricidade fina
• Audição e linguagem
• Comportamento e adaptação social
Aplicação em crianças dos 0 aos 5 anos
Após conhecimento dos resultados obtidos definição de um plano de

intervenção/estimulação ou encaminhamento para profissionais
especializados
Sheridan, Sharma & Cockerill, 2007
Retirado de Moita, 2015 39

Retirado de Moita, 2015 40

Escala de Avaliação das Competências no Desenvolvimento Infantil
Instrumento de avaliação do desenvolvimento infantil, concebido para ser

utilizado por todos os profissionais ligados à saúde infantil como médicos
pediatras, enfermeiros e psicólogos. Permite depois comparar os seus
resultados com os resultados que seriam esperados para os pares da mesma
idade de forma a perceber quais as suas Áreas fortes, fracas e intermédias
Bellman, Lingam e Aukett, 1996 41

A SGS-II permite identificar o nível de desenvolvimento em 9 áreas de

competências:
•Controlo Postural Passivo
•Controlo Postural Ativo
•Locomotoras
•Manipulativas
•Visuais
•Audição e Linguagem
•Fala e Linguagem
•Interação Social
•Autonomia Pessoal

• Cada uma destas 9 Áreas é constituída por vários itens que terão que ser
realizados pela criança, num total de 179 itens.
• A pontuação dessas áreas irá variar conforme o número de itens realizado

com sucesso pois, a escala é dicotómica, ou seja, avalia se realiza ou não
realiza a tarefa, e com recurso a essas pontuações, será possível preencher
a folha de registo e perceber em que nível de desenvolvimento se encontra
a criança

Tempo de aplicação de cerca de 20/30 minutos
Aplicação a crianças entre os 0 e os 5 anos
A SGS II integra ainda a avaliação de uma área Cognitiva, extraída a partir do

soma de itens positivos cotados nas Áreas das Capacidades Manipulativas; das
Capacidades Visuais e das Capacidades de Interação Social
Consultar folhas de registo em Serápio, 2012
Bellman, Lingam e Aukett, 1996; Brandão e Domingos, 2003 44

Knowledge of Infant Development Inventory-P (KIDI-P)
O conhecimento dos pais sobre o desenvolvimento infantil influencia a

maneira como os pais entendem o comportamento dos seus filhos, as suas
ações enquanto pais e, consequentemente, o desenvolvimento infantil.
O KIDIP-P disponibiliza aos pais uma medida para avaliar os seus

conhecimentos sobre crianças em desenvolvimento.
(Bornstein, Cote, Haynes, Hahn & Park, 2010; Sigel e Lisi, 2002).
45
• Desenvolvido por MacPhee (1981) e revisto em 2002
• Instrumento de auto-relato
• Destinado aos pais
• Escala unidimensional de 58 itens
• Recolhe informações sobre o desenvolvimento inicial e foi projetado

para avaliar conhecimento sobre práticas parentais, processos de
desenvolvimento infantil e normas de comportamento infantil na faixa
etária dos 2 a 6 anos
(Bornstein, Cote, Haynes, Hahn & Park, 2010; Sigel e McGillicuddy DeLisi, 2002; MacPhee, 2002).
46
• Não contém subescalas
• Aborda domínios como:

• normas e marcos,
• princípios do desenvolvimento,
• Paternidade
• Saúde
• segurança.
(Bornstein, Cote, Haynes, Hahn & Park, 2010; Sigel e McGillicuddy DeLisi, 2002; MacPhee, 2002).
47
• As respostas à primeira parte do

inventário (itens 1 a 39) reportam-se a um
conjunto de itens sobre o
comportamento normativo na infância,
são dadas através de uma escala com
três opções de resposta:
• Concordo;
• Discordo
• Não tenho a certeza
Lima, Vale-Dias e Mendes, 2012

48
• A segunda parte (itens 40 a 58) reporta aos itens sobre os marcos de
desenvolvimento que expressam a aquisição de competências pela
criança, em idades específicas.
• Para este conjunto de itens, a opção de resposta “Discordo” é

substituída pela indicação se determinada aquisição é feita mais cedo ou
mais tarde comparativamente com o descrito na afirmação.
• A avaliação das respostas aos itens é feita segundo o critério de

resposta correta, incorreta ou não tenho a certeza, cuja veracidade dos
itens é determinada pela informação obtida nas investigações empíricas
sobre o desenvolvimento infantil.
Lima, Vale-Dias e Mendes, 2012

49
• Os resultados são obtidos a partir do cálculo de três índices:

1) o índice de confiança nas respostas (IC), que reflete o não uso da opção
“não tenho a certeza”, reportando à confiança que o respondente tem
no próprio conhecimento, obtido pelo cálculo da frequência com que os
respondentes optam pela opção “não tenho a certeza”;
2) o índice de precisão (IP) representa a exposição dos sujeitos
respondentes a informação normativa e sólida sobre as crianças e é
definido pela percentagem de respostas que são assinaladas corretamente
(onde o “não tenho a certeza” não é contabilizado);
3) o índice total (IT), definido pela percentagem de respostas corretas face
ao total dos itens do KIDI-P. Este índice é calculado através do produto dos
dois índices referidos anteriormente (índice de confiança nas respostas e
índice de precisão).
Lima, Vale-Dias e Mendes, 2012 50
Escala de Desenvolvimento Infantil de Bayley
Permite uma profunda avaliação do desenvolvimento na primeira infância,

a nível mental, cognição, linguagem e comportamento e a nível do
desenvolvimento motor
Para crianças de 1 aos 42 meses
Duração da aplicação entre os 30 e os 90 minutos dependendo da idade

da criança
51
• A linguagem é dividida nos itens da comunicação recetiva e expressiva
com a meta de identificar o atraso e intervir precocemente.
• A escala motora também é subdividida em motora fina e motora
grosseira.
• Incorpora um questionário sócioemocional que é completado pelos
cuidadores para um melhor entendimento do funcionamento
emocional.
52
• A pontuação bruta é adquirida pela soma dos pontos de cada subteste
e transformada em pontuação derivada para que as notas de um
mesmo indivíduo possam ser comparadas em momentos diferentes
• A pontuação composta é escalonada de 40 a 160, sendo a média 100.
• A pontuação de 85 a 115 equivale a um desvio padrão abaixo e acima da
média
• A pontuação de 70 a 130 corresponde a dois desvios padrão abaixo e
acima da média e entre 55 e 145 a três desvios padrão abaixo e acima da
média.
Bayley, 1969
53
Teste de Denver
Aplicação desde o nascimento até as 6 anos
Composto por 125 itens divididos entre os domínios:

• pessoal/ social,
• motor fino,
• Linguagem
• motor grosso
54
Teste de Denver
Registos apresentam-se como:
• Passou (P);
• Falhou (F);
• Recusou (R);
• Não observado (NO)
• O resultado final apresenta-se como normal na ausência de falhas

ou com apenas uma cautela)
• Suspeito para atraso (dois ou mais alertas e/ou mais atrasos)
• Intestável (recusa em fazer a testagem)
55
Teste de
Denver
56
Inventário Portage
• Permite acompanhar o desenvolvimento até aos 6 anos
• Apresenta listas de comportamentos expectáveis para cada faixa

etária
• Prevê que a cada avaliação, a aplicação dos itens até que o critério de
15 comportamentos ausentes consecutivos seja alcançado
(William e Aiello, 2001)

57
Inventário Portage
Surgiu a necessidade de implementar um programa que permitisse uma
verdadeira intervenção centrada na família
Assim surge o Programa Portage – Guia de Pais para a Educação Precoce
58
Inventário Portage
• Modelo de educação precoce
• Domiciliário, mas que pode ser igualmente realizado noutros

contextos: creches, jardim-de-infância, hospitais
• Dirigido para pais e crianças com Necessidades Educativas Especiais

que apresentem atrasos de desenvolvimento.
59
Inventário Portage
• Em Portugal, o Programa Portage, surgiu em 1992, através da criação
da Associação Portage Portuguesa, embora tenha sido desenvolvido
desde os anos 80
• Em Portugal o programa é intitulado de Guia de Pais para a Educação

Precoce (baseado na versão inglesa)
• Este guia é um instrumento educativo eficaz e de grande utilidade

quer para pais - poderão perspetivar de forma positiva e encorajador
o desenvolvimento das potencialidades dos seus filhos, bem como
encontram uma ajuda para a estimulação e educação destes - quer
para técnicos - importante recurso para o planeamento das diversas
atividades
60
Inventário Portage
• Abrange cinco áreas do desenvolvimento infantil:
• autocuidados,
• cognição,
• desenvolvimento motor,
• estimulação infantil,
• Linguagem
• socialização
Fornece uma visão global do desenvolvimento da criança, que possibilita

a deteção das áreas que devem ser o objeto da intervenção
61
Inventário Portage
• Contém 580 itens divididos nas áreas atrás mencionadas
• Pode ser usado por um leque de profissionais, tais como psicólogos,

educadores, pediatras e neuropediatras, fisioterapeutas, terapeutas-
ocupacionais, terapeutas da fala
62
Inventário Portage
3 fases de aplicação:
• 1º momento: técnico utiliza a Lista de Registos de Comportamentos - avalia
o nível de competências da criança nas várias áreas de desenvolvimento e
tendo por base essa avaliação define-se os objetivos de ensino
• 2º momento: estabelece os objetivos de ensino, recorrendo às Fichas de
Atividades, onde se inserem novas competências. A Folha de Registo de
Atividades contém um resumo detalhado do objetivo semanal de ensino
que servirá de orientação para os pais e que permite, simultaneamente, o
registo dos resultados
• 3º momento: visitas domiciliárias regulares, onde analisa os progressos da
criança e se define novos objetivos de ensino - momento de apoio aos pais e
partilha de ideias; é deixado em casa da criança um quadro de referências e
de recomendações, bem como metas a atingir, que serão alvo de atenção
na visita seguinte
Lourenço, 2018 63
Mude a sua vida,
Inventário Portage
Lista de Registos de Comportamentos:
• Avalia o nível de desenvolvimento da criança
• Lista de 619 comportamentos organizados segundo as 6 áreas de
desenvolvimento
• A cada comportamento corresponde uma ficha de atividades
• Cada ficha contém pelo menos 3 sugestões sobre o ensino de
comportamentos
Programa bastante usado na intervenção com crianças que apresentam

Atraso Global de Desenvolvimento.
Lourenço, 2018 64
Bibliografia
• Bayley, N. (1969). Bayley scales of infant development. San Antonio, TX: The
Psychological Corporation.
• Bellman, M., Lingan, S., & Aukett, A. (1996). Schedule of growing skills II.
London: Gl Assessment.
• Bluma, S., Shearer, M., Frohman, A., Hilliard, J., White, M. & East, K.(1994).
Programa Portage – Guia de pais para a educação precoce. Lisboa: Associação
Portage Portugal.
• Bornstein, M; Cote, L., Haynes, M., Hahn, C., & Park, Y. (2010). Parenting
Knowledge: Experiential and Sociodemographic Factors in European American
Mothers of Young Children. Development Psychology, 46 (6), 1677-93.
• Brandão, T. & Domingos, S. (2009/2010). Apontamentos da disciplina de
Intervenção Precoce lecionada no 3º Ano da licenciatura de Reabilitação
Psicomotora (não publicado). Cruz Quebrada: Faculdade de Motricidade
Humana. Universidade Técnica de Lisboa.
• Carr, A. (2006). Manual de Psicologia Clínica da Criança e do Adolescente: uma
abordagem contextual. Psiquilibrios Edições. 65
Bibliografia
• Cheio, C. (2016). Promoção do Desenvolvimento Infantil. Tese de Dissertação,
Universidade Católica Portuguesa – Instituto de Ciências da Saúde, escola de
Enfermagem, Lisboa.
• Griffiths, R. (1954). The Abilities of Babies. London: University of London
Press.
• Lima, L., Vale-Dias, M. & Mendes, T. (2012). CRENÇAS PARENTAIS SOBRE O
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E SUA RELAÇÃO COM O CUIDAR. International
Journal of Developmental and Educational Psychology.
• Lourenço, N. (2018). Intervenção Precoce na Infância: atuação profissional dos
Educadores de Infância sobre os riscos do desenvolvimento infantil. Tese de
Mestrado, Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, Educação
Especial. Porto.
• MacPhee, D. (2002). Manual: Knowledge of infant development inventory.
Unpublished manuscript, Colorado State University, Fort Collins, CO.
• Moita, H. (2015). Um olhar sobre o desenvolvimento das crianças em idade pré-
66
escolar - Uma perspetiva da intervenção do enfermeiro.
Bibliografia
• Serápio, A. (2012). “Mundo Meu, Diz Ao Mundo Quem Sou Eu”. Instituto
Universitário – Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida. Lisboa.
• Sheridan, M., Sharma, A., & Cockerill, H. (2007). From Birth to Five Years:
Children’s Developmental Progress, 3rd Ed. New York: Routledge.
• Sigel, I. E., & McGillicuddy-De Lisi, A. V. (2002). Parent beliefs are cognitions:
The dynamic belief systems model. In M. H. Bornstein (Ed.), Handbook of
parenting: Being and becoming a parent (pp. 485-508). Mahwah, NJ, US:
Lawrence Erlbaum Associates Publishers.
• William, A. & Aiello, R. (2001). O Inventário Portage Operacionalizado:
intervenção com famílias. São Paulo: Memmon/FAPESP.
67

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Curso Intensivo Avaliação do Desenvolvimento

Módulo 02: Avaliação do Desenvolvimento

Inês João Couto Fernandes

Objetivos Específicos do Módulo 02:

Carr, 2006; Cheio, 2016

– Identificar a natureza dos problemas apresentados,

• História desenvolvimental da criança:

• História desenvolvimental da criança:

A DGS (2013) refere que a avaliação do desenvolvimento infantil é

Ruth Griffiths teve a necessidade de construir um instrumento de

Griffiths defendia a necessidade de, em situações de risco de alterações

• Avalia competências do desenvolvimento

A Escala de Desenvolvimento Mental de Griffiths (EDMG):

Em cada área ou subescala os itens estão organizados por

Esta é constituída pelas seguintes:

Subescala F – Raciocínio Prático:

Para a Utilização das Escalas de Desenvolvimento Mental de Griffiths

Sequência Sugerida de Aplicação das Escalas:

• O examinador deve aplicar a subescala até que a criança obtenha 6

• Em cada subescala os itens cotado como sucesso até ao teto são

Escala que avalia o desenvolvimento geral:

Aplicação em crianças dos 0 aos 5 anos

Após conhecimento dos resultados obtidos definição de um plano de

Sheridan, Sharma & Cockerill, 2007

Retirado de Moita, 2015 39

Retirado de Moita, 2015 40

Instrumento de avaliação do desenvolvimento infantil, concebido para ser

Bellman, Lingam e Aukett, 1996 41

A SGS-II permite identificar o nível de desenvolvimento em 9 áreas de

Bellman, Lingam e Aukett, 1996 42

• A pontuação dessas áreas irá variar conforme o número de itens realizado

Bellman, Lingam e Aukett, 1996 43

Tempo de aplicação de cerca de 20/30 minutos

Aplicação a crianças entre os 0 e os 5 anos

A SGS II integra ainda a avaliação de uma área Cognitiva, extraída a partir do

Consultar folhas de registo em Serápio, 2012

Bellman, Lingam e Aukett, 1996; Brandão e Domingos, 2003 44

O conhecimento dos pais sobre o desenvolvimento infantil influencia a

O KIDIP-P disponibiliza aos pais uma medida para avaliar os seus

• Destinado aos pais

• Escala unidimensional de 58 itens

• Recolhe informações sobre o desenvolvimento inicial e foi projetado

• Não contém subescalas

• Aborda domínios como:

• As respostas à primeira parte do

Lima, Vale-Dias e Mendes, 2012

• Para este conjunto de itens, a opção de resposta “Discordo” é

• A avaliação das respostas aos itens é feita segundo o critério de

Lima, Vale-Dias e Mendes, 2012

• Os resultados são obtidos a partir do cálculo de três índices:

Permite uma profunda avaliação do desenvolvimento na primeira infância,

Para crianças de 1 aos 42 meses

Duração da aplicação entre os 30 e os 90 minutos dependendo da idade

Aplicação desde o nascimento até as 6 anos

Composto por 125 itens divididos entre os domínios:

• O resultado final apresenta-se como normal na ausência de falhas

• Apresenta listas de comportamentos expectáveis para cada faixa

(William e Aiello, 2001)

Assim surge o Programa Portage – Guia de Pais para a Educação Precoce

• Domiciliário, mas que pode ser igualmente realizado noutros

• Dirigido para pais e crianças com Necessidades Educativas Especiais

• Em Portugal o programa é intitulado de Guia de Pais para a Educação

• Este guia é um instrumento educativo eficaz e de grande utilidade