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Por Rayra Cavalcante

“O brincar é a mais alta forma de pesquisa.”


Albert Einstein
Muito prazer!

Me chamo Rayra Cavalcante e sou mãe do Bernardo, da Maitê e do Bento.


Nunca imaginei, sequer planejei, ter três filhos. Mas, uma vez sendo mãe me
esforço ao máximo para dar a eles toda a base para que possam crescer confiantes, com
saúde, em um ambiente cheio de amor e respeito.
Para mim, entender e estudar – além do básico - sobre desenvolvimento infantil é
uma missão. De vida!
Após o diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) do Bernardo, ficou
muito claro que não bastava só acompanhá-lo as terapias e escutar suas terapeutas. Eu
precisava entender tudo que envolvesse aprendizado, habilidades, desenvolvimento e
estímulos.
Costumo dizer que: Ninguém segura uma mãe altamente determinada.
Pensei nesse e-book sobre brincadeiras, especificamente, por ter sido uma
dificuldade minha lá trás quando Bernardo ainda era um bebê e já demonstrava alguns
sinais sutis do autismo.
Por outro lado, trago alguns conceitos que esclarecem e confirmam a importância
do brincar. Brincar esse, que muitas vezes passa despercebido pelos pais na correria
diária de suas vidas.
Todas as informações contidas nesse e-book têm como fonte livros e artigos. Além
de cursos, palestras e conversas diárias dessa mãe que não perde a oportunidade de
aprender.Espero que possa ser útil e que vocês gostem. Aproveitem!
QUAL A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA INFÂNCIA?

Há diferentes maneiras que uma criança pode brincar. Seja sozinha, com colegas
ou com adultos, as possibilidades de imaginar outra realidade e interagir com o mundo
real são múltiplas.
O importante é que haja tempo e estímulos ao ato de brincar. É por meio disso que
a criança se desenvolve, conhece a si e ao mundo, cria laços sociais e afetivos, expressa
emoções e sentimentos, aprende a lidar com o próprio corpo, reconhecer e respeitar seus
desejos e limites.
Assim, a brincadeira na infância é um processo fundamental, que articula diversas
outras esferas de formação e crescimento.
Ou seja, isso vai muito além da diversão infantil. Então, assim como a boa
alimentação, a saúde e a educação, o momento de brincar deve ser respeitado e
oportunizado, para que se garanta o desenvolvimento sadio.
Tudo isso reflete na saúde física e mental, que não se finaliza na infância, pois
mesmo na vida adulta, tudo aquilo que foi vivenciado e aprendido reflete e gera impactos.

Alguns pontos importantes da brincadeira:

Desenvolve a autonomia
As brincadeiras são formas adequadas da criança aprender sobre si e sobre as
outras pessoas. Isso, porque elas permitem que a criança se coloque como protagonista
da ação, criando regras, determinando pausas, escolhendo brinquedos e construindo
narrativas.
Esses fatores vão auxiliar na construção da autonomia da criança, de modo que, na
vida adulta, fica mais fácil reconhecer e respeitar as próprias vontades.

Regula emoções e sentimentos


Brincar pode ser considerado uma preparação para a vida adulta. Isso, porque o
ato envolve diversos sentimentos e experiências que vão ser comuns no dia a dia, mas
que na infância ainda são desconhecidas (e, por vezes, difíceis de regular).
A frustração, o medo, a ansiedade e a felicidade, por exemplo, podem surgir em
meio aos jogos e brincadeiras. Essas são ótimas oportunidades da criança aprender a
dominar o que sente.
Desenvolve a concentração
Jogos e brincadeiras são ótimas atividades para a mente. Decorar regras, ouvir
instruções ou optar por jogos da memória, por exemplo, são meios de estimular a
concentração e o raciocínio infantil.
Dessa forma, desde cedo as crianças aprendem a ouvir e agir em relação às
situações, o que é bastante positivo em diversas outras esferas da vida.

Desperta o interesse sobre o mundo


A melhor maneira de aumentar o repertório infantil é oportunizar que elas explorem
novas possibilidades. E isso pode ser feito por meio de desenhos educativos, filmes e
principalmente por livros.
Incentivar novas descobertas desde cedo faz com que as crianças tenham mais
curiosidade e facilidade em descobrir o mundo. Isso, por si só, já é ótimo para ampliar o
conhecimento da realidade. Mas, além disso, tem efeitos diretos na própria compreensão
de si. Ou seja, quanto mais a criança (ou adulto) explora o mundo, mais descobre sobre si
— novas viagens, novas profissões, novos hobbies e habilidades, por exemplo.

O importante é que haja tempo e estímulos ao ato de

brincar. É por meio disso que a criança se desenvolve,

conhece a si e ao mundo, cria laços sociais e afetivos,

expressa emoções e sentimentos, aprende a lidar com o

próprio corpo, reconhecer e respeitar seus desejos e

limites.
ENTENDENDO AS FORMAS DE BRINCAR

De forma geral, pode-se pensar em dois tipos de brincadeiras: as que pais ou mães
interagem mais intensamente com as crianças, tanto mental quanto fisicamente, e
aquelas em que as crianças interagem com colegas ou brinquedos.
Até os dois anos de idade, a primeira é a mais frequente. Nela, responsáveis
precisam apresentar o mundo ao bebê, estimular visual e sonoramente, manusear objetos
e alcançar brinquedos.
Nessa fase, a criança ainda tem maiores limitações físicas, tanto para caminhar
quanto para manusear objetos. Mas é exatamente por isso que esse estímulo intenso é
importante, pois a coordenação motora esta em pleno aperfeiçoamento.
O mundo todo é uma grande novidade, então, absolutamente qualquer coisa pode
ser bastante divertida para uma criança. Mas, além do mundo material, os bebês estão
conhecendo suas primeiras emoções, compreendendo a extensão de seus corpos e
estabelecendo seus primeiros laços afetivos (coisas promovidas também pelas
brincadeiras).
Depois dos dois anos de idade, as brincadeiras começam a ganhar mais
abrangência. Os pequenos interagem com mais autonomia com os objetos e com outras
crianças. Nessa hora, mesmo que o mundo ainda tenha muito para ser explorado, é a
imaginação que domina o ato de brincar.
Qualquer boneco pode ganhar vida, bem como qualquer objeto (estojo, caixas,
lápis) pode ajudar a compor um cenário bastante rico e detalhista. Basta entrar em cena a
criatividade e imaginação infantil.
E esse é uma habilidade muito comum às crianças, mas que tende a ser cada vez
menos presente nos adultos: a capacidade de imaginar, de criar um momento além de
tudo aquilo que é real, e poder de fato interagir com ele.

Criatividade e imaginação são habilidades muito

comuns às crianças, mas que tende a ser cada vez menos

presente nos adultos: a capacidade de imaginar, de criar

um momento além de tudo aquilo que é real, e poder de

fato interagir com ele.


COMO ESTIMULAR O ATO DE BRINCAR NA INFÂNCIA?

Pais e mães, bem como educadores e outras pessoas responsáveis têm uma tarefa
importante durante a infância: garantir que haja tempo e condições favoráveis às
brincadeiras.
pois assim as crianças despertam a curiosidade em relação ao mundo, aumentam
o repertório e o conhecimento para imaginar as coisas e interagem melhor, consigo
mesmas e com outras pessoas.
Algumas opções para proporcionar momentos assim incluem:
o Estimular os sentidos: mostrar cores, formas, texturas, cheiros diferentes;
o Estimular a autonomia: deixar que a criança decida os brinquedos, nomeie as
coisas, defina narrativas;
o Aumentar o repertório: ler, contar histórias, mostrar desenhos, apresentar músicas
e filmes são formas de estimular a imaginação;
o Dar tempo livre: é preciso haver tempo para que a criança se sinta livre e disposta
para brincar;
o Orientar para a diversão: dar estímulos iniciais pode ser essencial para algumas
crianças se sentirem confiantes e interessadas nas brincadeiras;
o Não desmotivá-las: fazer críticas à forma como a criança brinca pode ter efeitos
negativos para a sua confiança e autoestima. Por isso, o cuidado com as
intervenções é essencial.

Apesar do brincar poder ser considerado a linguagem das crianças, o estímulo é


essencial!
BRINCADEIRA E JOGO – SERÁ QUE É A MESMA COISA?

O jogo pressupõe a existência de uma competição e de um vencedor. No jogo


existem regras previamente estabelecidas, que todos os participantes devem seguir.

No brincar não existem regras (ou estas são criadas pelos participantes da
brincadeira de forma livre), não existe um vencedor, nem uma competição. O foco do
brincar não está, portanto, na competição, nem em vencer. O foco do brincar está na
cooperação e, sobretudo, na diversão.

Durante o jogo, as crianças estimulam o seu pensamento lógico, conhecem limites


e regras que os estruturam, lidam com a frustração de perder, e com a satisfação de
vencer.

Enquanto brincam, as crianças são expostas as sensações positivas, dentro da sua


participação voluntária, e podem explorar tudo: os seus medos e receios, as suas
preferências, os movimentos livres dos seus corpos, a linguagem (real ou fantasiada),
exploram a criatividade… como bem sabem, sem número de vantagens.

Naturalmente, tanto o brincar como o jogar têm o seu papel e importância no


desenvolvimento da criança, e ambos devem ser estimulados e incentivados.

BRINCAR FUNCIONAL X BRINCAR SIMBÓLICO

As crianças, no brincar funcional, dão função adequada aos objetos e brinquedos


que envolvem a brincadeira. Por exemplo, quando brincam com carrinho andando na
pista, chutando uma bola para fazer o gol ou quando levam o telefone de brinquedo ao
ouvido.
Já o brincar simbólico é imaginativo, a criança usa o brinquedo ou objeto como seu
fosse outro. A imaginação possibilita que a criança experimente o novo e descubra novas
possibilidades. Temos como exemplo de brincar simbólico quando a criança utiliza o
controle da TV como um telefone ou usam uma caixa de papelão como se fosse uma
casa.
BRINCADEIRAS

 BOLINHAS DE SABÃO

Uma brincadeira antiga e de fácil


acesso, as bolinhas de
sabão estimulam a coordenação
motora e visual, trabalha os
movimentos corporais, ajuda na
percepção e atenção, nos
movimentos orofaciais, além de
proporcionar sensação de bem-
estar e prazer.

Áreas estimuladas: comunicação, contato visual, imitação, interação.

 LIVROS

Os livros infantis são compostos


por poucas páginas e muitas
figuras coloridas, sendo ótimos
estímulos, onde podemos ter
vários momentos ricos em
aprendizagem.

Áreas estimuladas: nomear e identificar figuras (formas, objetos, lugares, animais, partes do
corpo, cores), comunicação receptiva na compreensão das histórias, atenção sustentada
(capacidade que a criança tem de manter a atenção nos trechos contados), atenção auditiva
(quando interpreta e realiza o que foi pedido).
 BLOCOS, CAIXAS OU COPOS DE EMPILHAR

A maioria das crianças possui


esse tipo de brinquedo em casa.
A brincadeira com blocos de
empilhar ajudam a criança a
praticar movimentos de forma
efetiva e coordenada,
desenvolve a lateralidade e bons
reflexos. Quanto mais se
trabalha com a coordenação
motora da criança, melhor para
seu equilíbrio e confiança.

Áreas estimuladas: coordenação motora, troca de turnos (esperar a vez do outro), conceitos
espaciais (dentro/fora, em cima/embaixo, grande/pequeno), quantificação das peças,
pareamento por cores e/ou tamanhos, verbalização, iniciativa.

 JOGOS DE ENCAIXE

Brinquedos que encaixam


chamam muito a atenção das
crianças além de ser uma ótima
atividade para desenvolver a
coordenação motora fina,
treinando movimentos, dando
noção de equilíbrio e de formas.

Áreas estimuladas: coordenação motora fina, pareamento de formas e figuras, percepção


visual, coordenação olho mão, raciocínio lógico, concentração.
 QUEBRA CABEÇAS

Quebra cabeças são excelentes


brinquedos para auxiliar em
diversas áreas do
desenvolvimento, estimulam à
lógica e a racionalidade, além de
propiciarem a interação social e
a auto-estima das crianças.
Melhoram a atividade e a
agilidade mental.

Áreas estimuladas: atenção sustentada, coordenação motora fina, flexibilidade mental (mudar
a posição ou a peça para encaixar corretamente); interação social, noção de organização,
atenção compartilhada, consciência de imagem.

 JOGOS DE TABULEIRO

Jogos de tabuleiro são uma


maneira eficiente de desenvolver
as habilidades das crianças,
como raciocínio, coordenação
motora e interação social. Além
do mais, incentivam a
criatividade infantil, que é tão
importante para promover a
capacidade de resolução de
problemas.

Áreas estimuladas: atenção sustentada e compartilhada, conceitos de ganhar e perder,


sequência lógica (compreender quando o jogo começa, está em andamento e quando chega ao
final), socialização.
 BRINCADEIRAS DE FAZ DE CONTA

Nas brincadeiras de faz de


conta, a criança consegue
digerir e acomodar as diversas
experiências pelas quais passa,
bem como os sentimentos e as
emoções que vivencia. Além
disso, o faz de conta ajuda a
criança a desenvolver
habilidades como a criatividade,
empatia e competências sociais
na infância.

Áreas estimuladas: atenção ampliada, iniciativa, partilha de brinquedos, interação social,


habilidades sociais.

 BOLAS DE TIPOS E TAMANHOS DIFERENTES

Brincar com bolas são sempre


uma diversão e as crianças
adoram. Essas brincadeiras
desenvolvem a coordenação
motora grossa em movimentos
de correr, chutar, jogar,
equilibrar-se, contornar objetos.

Áreas estimuladas: equilíbrio, atenção, controle motor, planejamento motor, conceitos


(grande/pequena, leve/pesada).
 SIGA O MESTRE

É uma brincadeira que estimula


a atenção social e as crianças
precisam estar atentas e
compreender as instruções
dadas.

Áreas estimuladas: atenção, contato visual, coordenação motora, equilíbrio, imitação.

 BRINCADEIRAS DE PEGA-PEGA

Essa brincadeira estimula o


desenvolvimento da criatividade,
da agilidade e da velocidade nas
crianças, além de mantê-las
atentas.

Áreas estimuladas: atenção, equilíbrio, flexibilidade mental, planejamento, interação social.

 JOGO DA MEMÓRIA

Com o jogo da memória, se


obtém benefícios como a
capacidade de desenvolver
habilidades de concentração,
autonomia e confiança.

Áreas estimuladas: atenção visual, atenção compartilhada, atenção sustentada, troca de


turno, pareamento e identificação.
 MATERIAIS DE ARTE

Desenhar é uma brincadeira


essencial para crianças de todas
as idades, uma vez que reúne o
ensino com a diversão. Por meio
de atividades artísticas
despretensiosas, é possível
desenvolver a coordenação
motora fina, a criatividade, a
cooperação e a linguagem.

Opções de materiais: lousa magnética, quadro negro e giz, giz de cera grande, canetinhas,
adesivos para papel, papéis coloridos, massinhas de modelar e forminhas.

 BRINQUEDOS SENSORIAIS

A estimulação sensorial é
importante porque é através dos
sentidos que as crianças
conhecem o mundo tal e qual
como é, adquirem ferramentas
que mais tarde ajudarão nas
competências como, a
preparação para a
aprendizagem da escrita, da
matemática, o desenvolvimento
da coordenação motora, da
atenção, do equilíbrio, da
memória, da criatividade e na
interação social.

Opções: caixas de areia, colocar a crianças em contato com diferentes materiais e texturas,
utilizar brinquedos enquanto toma banho, massagens e brincadeiras com o corpo, livros
(sonoros, com texturas, imagens, cores), brincar no parque (no escorrega, no balaço, no
trampolim).
O AMBIENTE DAS BRINCADEIRAS

O ambiente também é um fator importante para desenvolver os estímulos através


das brincadeiras. Criar um ambiente seguro e disponibilizar brinquedos adequados à
idade e interesses da criança são formas de estimular o desenvolvimento e
aprendizagem.

Por isso mantenha um espaço adequado para as brincadeiras, organizado,


confortável e com poucos distratores. Faça ―rodízios‖ entre os brinquedos para que as
crianças explorem adequadamente cada um deles. Como sugestão, tenha uma mesa
pequena com cadeira, um tapete emborrachado, prateleira no alcance das crianças e
caixas para guardar os brinquedos após o uso.
Por fim, quero te levar a refletir que todo tempo gasto brincando com seus filhos na
verdade não é gasto, é investido. Por experiência própria, a melhor coisa que existe é ver
aqueles olhinhos brilhando quando me chamam para brincar e eu brinco. Aquele tempo
(as vezes mais, as vezes menos) que tiro para me dedicar a diversão com eles será
lembrado futuramente com muito amor por mim e principalmente por eles.
Brinquem com seus filhos.
Com carinho,

Rayra Cavalcante.
REFERÊNCIAS

1. BRITES, Luciana. Brincar é fundamental: Como entender o neurodesenvolvimento


e resgatar a importância do brincar durante a primeira infância.

2. GAIATO, Mayra. SOS Autismo: Guia completo para entender o Transtorno do


Espectro Autista.

3. BRITES, Clay. MENTES ÚNICAS: Aprenda como descobrir, entender e estimular


uma pessoa com autismo e desenvolva suas habilidades impulsionando seu potencial.

4. KERSHES, Deborah. O brincar no Transtorno do Espectro Autista. Disponível em


https://dradeborahkerches.com.br/o-brincar-no-transtorno-do-espectro-autista-tea/

5. BRITES, Luciana. Desenvolvimento Infantil: brinquedos são importantes?


Disponível em https://institutoneurosaber.com.br/desenvolvimento-infantil-brinquedos-sao-
importantes/

6. BRITES, Luciana. Brincadeiras que estimulam o ensino em casa. Disponível em <


https://institutoneurosaber.com.br/brincadeiras-que-estimulam-o-ensino-em-casa/>

7. CORDAZZO, Scheila Tatiana Duarte e VIEIRA, Mauro Luís. A brincadeira e suas


implicações nos processos de aprendizagem e de desenvolvimento. Estud. pesqui.
psicol. [online]. 2007, vol.7, n.1 [citado 2020-10-26], pp. 0-0.

8. GONÇALVES, Carlos Augusto Pereira. O BRINQUEDO: As perspectivas de Walter


Benjamin e Vygotsky para o desenvolvimento social da criança. XII Encontro de Pesquisa
em Educação, p. 6-17, 2014.

9. MOURA, Alana; et al. O brincar e sua influência no desenvolvimento de crianças


com transtorno do espectro autista, São Paulo, n°21, ano 1, jan/jun 2021. Disponivel em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-03072021000100003>

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