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Princípios para a Prática de Psicologia Clínica em Hospitais

INTRODUÇÃO

O corpo dá significação aos objetos e constrói seu próprio significado.


Problemas na formação do psi o atrapalham sua inserção no hospital, assim como falhas
no modelo assistencial.
Deve dar atenção direta ao pte e seu familiar junto à equipe. No primeiro caso, tarefa de
psi hospitalar, no segundo, em hospital.
Toda a conduta é pra saber se: isto é patológico ou normal? Merece intervenção ou n?

CAP 1 – A TAREFA DO PSICÓLOGO NA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR

No hospital, n é sua linha teórica q o identificará. É um trabalho voltado diretamente ao


doente.
Os aspectos emocionais podem alterar as reações e habilidades, modificando a aderência
ao tratamento e possibilitando a tomada de decisões q afetarão sua possibilidade d sobreviver.
Humanizar significa particularizar, atender às circunstâncias e necessidades individuais.
Humanização é obrigação, exigência do consumidor e tem 2 enfoques: condições de trabalho e
dispensação de cuidados ao doente.
O psi no hospital deve saber a que veio e emprestar seu saber de modo eficiente e eficaz.
Pode ter um psi específico pra cuidar das questões institucionais como clima, dinâmica e psi
institucional pra focar o bom desenvolvimento de papéis pelos prof.
Este trabalho produz satisfação de modo sublimatório, principalmente com valorização.
A atenção pode ser direta ou indireta:
Indireta:
• interconsulta: detectar fatores iatrogênicos; situações de conflito n explicitadas;
• consultor de ligação: vem de fora e mantém vínculo do pte c seus encarregados e
o setor de psiquiatria;
• grupos Balint: através de discussão de casos, ensina-se aos membros do grupo a
praticar a relação médico pte.

Direta: ao pte e sua família.


O psi pode ser atrapalhado em sua tarefa de 2 modos: ambiente de trabalho (trabalho
institucional resolve) e pessoal (análise).
Intervir, psicanaliticamente, é fazer o suj apropriar-se de si mesmo, alargando
possibilidades e compreensão e autodeterminação.
Cças gostam de estar internadas pela privacidade.
O psi deve intervir sempre q julgar necessário, n só quando solicitado.
Relações q interessam ao psi hospitalar:
1. pessoa c pessoa (qm é o pte e seu cuidador);
2. pte c grupos (familiar, equipe, outros ptes)
3. adoecer e hospitalização;
4. consigo mesmo.

O psi intermedeia a relação equipe/pte pra dirimir desencontros.


A intervenção do psi deve ser em 3 níveis: psicopedagógico, psicoprofilático e ptrpt.
É a pouca informação q agita o pte, cabe ao psi informá-lo.

CAP 2 – O QUE É NORMAL E PATOLÓGICO DO PONTO DE VISTA PSÍQUICO,


QUANDO SE ADOECE DO CORPO
O conceito de enfermo é aquele q vai ao médico é ruim.
A doença está encravada na biografia do pte. Traz consigo um significado q determina seu
próprio curso. Enfermidade é uma forma de vida, q n traz só sofrimentos e limitações, mas
também necessidades de adaptações.
O conceito ecológico diz: saúde é completa e contínua adaptação do organismo ao
ambiente em q vive.
O diagnóstico: garante a universalidade da comunicação, decide sobre o tratamento e
prognóstico. Suas dificuldades inerentes são:
1. a perda da riqueza individual;
2. risco de ser rotulado;
3. espectro da evolução da doença;
4. casos limítrofes, q são um problema de classificação pra muita gente.

Dificuldades relacionadas ao entrevistador:


1. varia em função da exp clínica;
2. diferenças teóricas;
3. casos limítrofes;
4. a vaidade pessoal de se chegar a um diagnóstico, como se fosse competência.

A definição operacional e prática de saúde psíquica associada à doença orgânica deve


incluir:
• ausência total de pptl;
• n ter retrocessos importantes em faculdades psi;
• afetividade flexível capaz de elaborar conflitos c bons resultados;
• sentir-se parte de configuração social e estar cs de normas e valores.

Quadros reativos c perda de apetite, sono, decorrentes de ansiedade q antecedem uma prova,
n são psicopatológicos. Os quadros q se apresentarem serão entendidos assim: normal, patológico,
reativo e esperado. Este último é quando n é normal nem patológico, nem reativo, mas freq
encontrado. Traz sofrimento e requer cuidado, mas n é nada alarmante.

CAP 3 – POTENCIALIDADE DOS LOCAIS FÍSICOS DO HOSPITAL EM


DESENCADEAR REAÇÕES PSÍQUICAS

Deve-se entender o q faz o pte sofrer hoje e amanhã, quais minhas ações possíveis,
curativas e preventivas. Se reconheço a potencialidade de um local em desencadear reações
psíquicas, antevejo a demanda e a ela devo me antecipar.

AMBULATÓRIO

Destina-se ao atendimento de ptes primordialmente para diagnóstico e tratamento, através de


execução de ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação dirigidas ao suj, família e
ao meio, quando constatada a n necessidade de internação. Por aqui é possível acompanhar o ciclo
do doente.
O ambulatório do posto de saúde é mais preventivo e se dedica a comunidades pequenas em
seu entorno. O do hospital é pra casos mais complexos, c mais tecnologia.
O psi do hospital só atende os casos em q o sintoma psi tem relação estreita c a
fisiopatologia. Fora isso, encaminha-se o pte pro serviço da comunidade, pois no HG n há tempo.
Sabemos o q é de nossa competência ou n pelo exercício clínico e este mostra a pertinência
ou n do acompanhamento. Trabalhar por programas ajuda o psi a saber seu lugar. Vantagens:
• multiprofissional;
• otimiza tarefa;
• dimensiona o quadro de psi necessários, n deixando-o polivalente;
• clareza do compromisso pela meta.

O médico é a fonte principal de encaminhamento. Os programas se enchem mais por


encaminhamento q por procura própria.

UNIDADE DE EMERGÊNCIA OU PRONTO-SOCORRO

Destina-se ao diag e tratamento de ptes acometidos por mal súbito. A Emergência na


verdade é um ambulatório com pronto-atendimento. É muito buscado por ser a porta de entrada
a serviços de saúde. Há muitos q vão por carência afetiva.
A instituição idealiza q o psi curará o q eles n dão conta. Sua presença cte pode:
• diminuir a procura inadequada da Unidade principalmente pela idn de casos
crônicos;
• idn corretamente o problema;
• acompanhar casos conhecendo sua história;
• colaborar no trabalho médico pois:
sensibiliza a equipe pra questões psicossociais, interage c familiares, alivia o stress
do pte e do familiar causados pelas situações.

As habilidades do psi aqui devem ser raciocínio rápido, perícia em ações e contar c apoio
de recursos da comunidade p encaminhamentos n só pertinentes e c eficiência real, mas q também
estejam disponíveis p acolher prontamente esse pte.
Deve buscar ativamente q o pte se expresse, externando fantasias e sentimentos. Emergir
como suj ativo, n só passivo, assim apresentam menos distúrbios orgânicos quanto a funções
vitais.

UNIDADES DE INTERNAÇÃO OU ENFERMARIA

O internado, mesmo se n quiser atenção psicológica, poderá ainda ser orientado e


observado através da equipe. É bom também q receba família.
A demanda n costuma vir do pte, geralmente vem da equipe e/ou próprio psi. Pode vir
formalmente, informalmente, por planejamento (faz parte do programa certas características
passarem por psi). Ainda há a procura espontânea.
A n resistência do psi só é possível se sua presença for cte na enfermaria.
Durante a hospitalização, o tratamento de questões psi pode ser profundo, mas focal
estritamente relacionados c a doença, as dificuldades adaptativas à instituição hospitalar, o
processo de adoecer, os meios diagnósticos, e sensibilizar o pte pra continuar o tratamento psi após
a alta. Deve-se considerar a otimização do tempo, racionalização da tarefa e número de pessoas
atendidas.
O atendimento grupal só tem vantagens:
• mais gente;
• permite selecionar os q vão pro individual;
• facilitam laços entre os ptes;
• conhece-se assuntos q os ptes gostariam de abordar sobre a internação.

O setting hospitalar é foda, então o psi deve ser flexível.

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Recebe ptes em estado grave, c possibilidade de recuperação, exigindo permanente


assistência e eventual equipamento médico especializado.
Classicamente, as primeiras gerações de UTI causavam desordens psi, principalmente
delírio, por conta de:
• distúrbios prévios;
• complicações subjacentes ou efeitos de remédios;
• impacto da doença;
• ambiente.

Fatores q contribuem pro surgimento de distúrbios: gravidade da doença; idade, tipos de


procedimentos, aberrações metabólicas e principalmente privação de sono. Pessoas normais
privadas de sono apresentam as mesmas alterações q as internadas em UTI:
• mudanças no estado mental;
• irritabilidade;
• fala desconexa;
• desorientação;
• alucinação;
• delírios paranoicos.

Resolve-se c uma noite de sono normal. Causas da privação de sono em UTI:


• Fatores do pte: doença e seu tratamento;
• Fatores da equipe: procedimentos;
• Fatores ambientais.

Confinamento solitário, corta qualquer comunicação, péssimo. Ptes entubados sentem


medo da morte e de sufocar, sentem-se sufocados, sós, sem dormir. A ventilação mecânica
provoca ansiedade. A ansiedade cai do 1º pro 5º dia. Esta surge pela ruptura do estilo de vida.
Um diag freq é o delírio. Ansiedade e delírio estão em contínuo. Em UTI, o delírio é um
prejuízo global cognitivo reversível. Difere da demência porque flutua. Tudo na UTI é instável.
Manifesta-se por desorientação, prejuízo da memória de curto prazo, distúrbios de atenção e
concentração, alucinações, fala e pensamento desorganizados.
A depressão vem c abatimento do humor, interesse diminuído, agitação ou lentificação
psicomotora, fadiga e perda de energia, menos valia ou culpa, diminuição da capacidade de
pensar e de se concentrar, pensamento recorrente de morte.
A síndrome da UTI é um estado confusional reversível secundário à internação. Entre o 3º
e 7º dia. É mais freq em ptes cirúrgicos. Desaparecem ou diminuem 48h após a alta da UTI. Qdo
o pte vem de acidente, já chega alterado.
A intervenção precoce é positiva. O tratamento é inicialmente n farmacológico, tirando
barulho, tendo janelas pra visão do mundo exterior, relógios e calendários pra ajudar na orientação.
Ou seja, deve-se humanizar o ambiente físico. Deve-se sempre dar informações ao pte de
maneira compreensível e afetuosas. A síndrome da UTI deve ser sempre explorada. Deve-se buscar
o “falar” deste pte através do n verbal. Mostrar ao pte q ele é agente de seu tratamento. Deve-se
colocar no lugar dele e pensar “o q estaria me incomodando aqui”? Qdo se vê o q n dá pra se fazer
por ele, localiza-se sua angústia.
O psi também deve trabalhar c familiares. Ver ql membro tem mais condições psi pra
receber as informações. Deve organizar a família.
O psi também deve se encarregar de dar reuniões didáticas sobre tópicos da sua
especialidade: lidar c familiares, pte desorientado, ansioso e c dificuldade de cooperar, delirante...
Se alguém da equipe o procurar pra tratar-se de coisas pessoais, encaminhar.

CAP 4 – A FAMÍLIA VEM AO HOSPITAL COM SEU PAPEL NO PROCESSO DO


ADOECER
Stress é quando o suj ou grupo sofre excesso do ambiente acima de seus recursos. Se a
crise continuar, as repostas variam de negação ou neutralização do problema a sentimentos de
abandono, confusão cognitiva, levando a tal desorganização q a redução da ansiedade torna-se
ineficaz. O q produz crise é o inesperado. A reestruturação do eu produz muita angústia, pois
uma parte se forma enquanto outra se desmonta.
As fontes mais freq de ansiedade na família são:
• súbita e inesperada instalação da doença;
• incerteza;
• preocupação c o pte;
• falta de privacidade;
• ambiente desconhecido;
• separação física do pte. Este leva à:
mudanças de papéis, quebra de rotinas, sentimentos de isolamento, sentimentos de
perda de controle, despesas.

Procedimentos ameaçam o sistema familiar. A doença é exp coletiva e n


individualmente. A família corre o risco de doenças físicas, diminuição da atenção, irritabilidade
e comprometimento da sua capacidade de decisão, assim pode estar comprometida sua capacidade
de entender políticas e rotinas do hospital.
A equipe foge de falar c a família. Esta precisa de honestidade, de carinho. Pra suprir as
necessidades familiares, deve-se ter horário flexível pra visitas, intervenção em crise e grupos de
apoio. Os benefícios dos grupos são:
• ver q n estão sós;
• reduzem ansiedade;
• melhor compreensão da doença;
• facilita coesão garantindo universalidade e aprendizagem interpessoal;
• tem os mesmos passos da condução de qualquer outro grupo;
• pode haver participação de outros prof.

Deve-se informar família antes dos procedimentos invasivos.

CAP 5 – EQUIPE MULTIPROFISSIONAL: É POSSÍVEL A INSERÇÃO DO PSICÓLOGO?

As atividades são:
• contribuidoras: como se viesse de fora, pouca relação e pouco atrito;
• complementares: trabalho conjunto, atrito da discussão sobre status,
responsabilidade e controle administrativo;
• competitivas: conflitos freq e n simulados.

No trabalho em conjunto cada prof tem seu lugar. Dar lugar pra escuta do diferente. A
equipe se dá por integração de métodos, método de investigação comum. As tensões
intraprofissionais freq são expressas em comportamentos interpessoais.
Deve-se saber q n precisa saber de tudo, saber da sua tarefa e respeitar a do colega. A
chefia de equipe fica c o prof q melhor se comunica c o pte.

CAP 6 – FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO PARA ATUAÇÃO EM HOSPITAIS

A saúde é social e historicamente produzida. A universidade teria q reunir o máx possível


de informação do q acontece em termos de mercado, da realidade, do ponto de vista social, e
também ser um espaço de criação, abrindo caminhos, e n ficar a deriva dos fatos.
Dá o ex da torneira pública pra se pensar em todos e detalhes, sem necessariamente ter q
saber de causas pra poder cuidar.
A prevenção em psi se dá em 3 níveis:
1. primária: prevenir em grupos de riscos, como idosos, adolescentes;
2. 2ª, prevenir q doença existente piore;
3. 3ª, prevenir consequências da doença mental.

A ética deve ser entendida como linhas de conduta. A política e a religião tem outros
interesses e afetam a formação. Eugenia. A troca do homem pela máquina, o mercado dominando a
saúde também atrapalham. Hj busca-se desinstitucionalizar o pte.
O psi deve saber: psicofarmacologia, paramentação e assepsia, noções de adm em saúde,
temas relacionados à morte e ao morrer, pptl, estatística, epidemiologia, profilaxia e cultura
geral.
As universidades devem formar de acordo c o mercado; ter prof exp ou q atuam na área; os
salários tem q melhorar.

CAP 7 – O ESTADO DA ARTE DA PSICOLOGIA HOSPITALAR NO BRASIL: REVISÃO


DA DÉCADA DE 1987-1997

A psicologia é uma profissão feminina.


O hospital é o emprego q subsidia o consultório.
É preciso incrementar o trabalhar por programas, c objetivos, metodologia, instrumental e
resultados claros e definidos a serem atingidos.

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