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Teorias e técnicas psicoterápicas

Apresentação da Disciplina

Professora Lillian Goslee Mielli Black


lilian.black@estacio.br
Conteúdos da disciplina

• 1) Freud e principais ferramentas no campo da clínica


• 2) Aaron Beck, e as terapias cognitivo-comportamentais.
• 3) A Terapia existencial fenomenológicas no campo da clínica.
• 4) Gestalt terapia no campo da clínica.
• 5) O conceito de alta nas 4 abordagens.
• 6) Características da relação terapeuta-paciente nas 4 abordagens.
• 7) Contribuições da Terapia Sistêmica de casal e família.
• 8) Ludoterapia/terapia infantil.
Objetivos

• Objetivos Gerais: Introduzir as diferentes abordagens e modalidades de práticas


psicoterápicas a partir de suas matrizes históricas e teóricas.
• Objetivos Específicos
1) Apresentar historicamente a constituição do campo das psicoterapias.
2) Apresentar os principais fundamentos teóricos da clínica psicanalítica, da terapia cognitivo-
comportamental e terapias existenciais e Gestalt.
3) Identificar as principais diferenças entre as abordagens no que se refere a: conceito de cura,
relação terapeuta-paciente, formação do terapeuta.
4) Apresentar diferentes modalidades através das quais a psicoterapia é praticada.
Bibliografia Básica

• FREUD, Sigmund. Artigos sobre técnica. Volume 10

• URRUTIGARAY, Maria Cristina Fontes. Teorias e Técnicas Psicoterápicas.

• CORDIOLI, Aristides Volpato. Psicoterapias. Abordagens Atuais.


Terapia

• Etimologia de “terapia” A
palavra “terapia” vem do
grego THERAPEIA, que significa
“o ato de curar” ou “ato de
reestabelecer”. Já este
vocábulo grego tem origem
em um verbo THERAPEUEIN,
que significa “curar” ou
“realizar tratamento médico.
Psicologia Clínica/ Psicoterapia/ Psicanálise

• A psicologia clínica tem por finalidade o desenvolvimento e aplicação de


práticas de diagnóstico e psicoterapêuticas.
• No século XIX, surgiu o termo psicoterapia, na Escola de Nancy (França).
Membros dessa escola tratavam os problemas psíquicos com o uso da
hipnose – terapia da sugestão.
• A partir da hipnose surge a abordagem psicanalítica.
• Em 1945, nos EUA novas ideias e métodos passam ocupar o ramo das
práticas psicoterapêuticas.
Psicoterapia – introdução

• As psicoterapias estão em contínuo desenvolvimento, como também se desenvolvem


as teorias psicológicas. Porém o que não muda é a noção de ética de quem as use.
Assim o terapeuta precisa sempre examinar e questionar sua prática; deve sempre
se atualizar com os novos procedimentos, porque eles são dirigidas a pessoas que
vivem em um espaço e tempo sócio históricos.
• A psicoterapia é algo que se realiza através do diálogo entre duas pessoas.
• O processo terapêutico eticamente deve considerar o paciente e não se engessar
numa visão técnica ou na pessoa do terapeuta.
• Importante a terapia do terapeuta.
Elementos gerais da
psicoterapia
• Meios: técnicas específicas.
• Objeto focal: conflitos psíquicos e relacionais.
• Função: desfazer os bloqueios causados pelos
conflitos psíquicos.
• Objetivos ou finalidades: realizar uma mudança
positiva.

• Setting: local onde é realizada a psicoterapia,


adequado às necessidades do processo terapêutico
Principais linhas teóricas

• Psicanálise: tornar consciente as causas dos sintomas que geraram o


“adoecimento”.
• Cognitiva: trabalhar os esquemas mentais, processos cognitivos com o objetivo
de remitir os sintomas.
• Humanista-existencial: busca pela autorrealização.
• Gestalt-Terapia: aqui-agora, autorregulação e ajustamento criativo.
Conduta clínica

• O profissional deve ser o inspirador de segurança e coerência. Ambas as condições devem estar
presentes na sua própria comunicação oral e corporal.
• Precisa se conscientizar de suas fragilidades, de seus sentimentos e suas emoções de alegria,
tristeza, raiva, medo, vaidade. Não deve trabalhar com o cliente para obter benefícios pessoais,
por exemplo, mantê-lo em atendimento em função de uma necessidade financeira, mesmo
quando não há mais necessidade de continuar com o tratamento.
• Não deve expor sua vida pessoal e íntima ao seu paciente, revelando seus próprios temores,
anseios, ou como agiria em determinada situação se estivesse no lugar do seu paciente.
• Dar conselhos e dizer como resolver conflitos só atrasa o processo terapêutico. Em todas as
linhas, a responsabilização do sujeito pela sua questão é fundamental.
Normal e Patológico – Doença e loucura

• Grécia antiga – loucura como manifestação divina – os loucos eram vistos como
profetas.
• Hipócrates – Loucura vista como mau funcionamento da phisis (natureza humana)
• Idade Média – Loucura como castigo divino – Pessoa pecadora e a doença uma
penitência pelo pecado. O louco era visto como uma associação demoníaca, um ser
maligno. Se o louco fizesse a confissão de que era bruxo, poderia ser exorcizado ou
punido, após ter sido submetido a um julgamento perante a ordem religiosa. Se o louco
fosse rico, poderia comprar a Santa Inquisição e era considerado apenas “excêntrico”.
(Tortura, fogueira, tratamento religioso).
Normal e Patológico – Doença e loucura

• Renascimento – homem no centro de tudo. (Arte, comércio, dinheiro...). Necessidade de higienização


das cidades. Todos os que “não contribuíam” para o desenvolvimento social eram asilados. Exclusão nos
abrigos. Os loucos (insanos) adquirem a dimensão de ameaça à razão. E como agente de “ameaça”, a
sociedade em sua complexidade exclui e afastará de si não só os loucos, mas todo e qualquer indivíduo
que perturbe a “suposta” tranquilidade. Portanto o suposto “tratamento” é o de ser banido e asilado do
convívio social.
• Era industrial – Casas de correção e de trabalho, e posteriormente os Hospitais Gerais.
• Idade Moderna – Loucura como questão científica Com o surgimento da psiquiatria e o desenvolvimento
do campo científico, a loucura ganha categoria de doença, e passa a ser estudada. Instala-se na Europa a
partir do século XVIII uma forma universal e hegemônica de abordagem dos transtornos mentais:
internação em instituições psiquiátricas – As Grandes Internações
Pinel

• Philippe Pinel (1745-1826) fundador da psiquiatria -


manicômios como local de tratamento. Fundamentos da clínica
psiquiátrica – modelo médico. Para ele, os transtornos mentais
eram causados por alterações no sistema nervoso central,
independente de lesões. Estabelece uma intervenção nos
manicômios chamada de "tratamento moral". Foucault diz que
na realidade nesses locais, e pelo tipo de tratamento imposto, o
louco não era propriamente percebido como doente, e sim
como alguém que havia abandonado o caminho da Razão e do
Bem.
Transtornos Mentais

• Um transtorno mental é um padrão psicológico que tem explicação ou significação


clínica. Em geral costuma estar associado a um mal-estar ou a uma incapacidade que
pode prejudicar a vida humana. Com a temática “incapacitante”, convém destacar que
uma doença mental é uma alteração dos processos cognitivos e afetivos do
desenvolvimento. Ela se traduz em perturbações em nível do raciocínio, do
comportamento, da compreensão da realidade e da adaptação às condições da vida. Os
transtornos mentais podem ser ocasionados por fatores biológicos como os ambientais
e psicológicos. Por isso, requerem uma atenção multidisciplinar que permita melhorar a
qualidade de vida da pessoa.
Importante

• Precisa-se entender que quando se faz uma procura por um serviço em saúde mental,
isso não significa necessariamente que se está doente mentalmente segundo os
critérios clínicos, mas tão-somente pode significar que se está em sofrimento
emocional, com dificuldades relacionais ou preocupado com aspetos profissionais e
pessoais, por exemplo. A conotação da doença mental com aspetos pessoais e sociais
negativos é algo que vem do passado longínquo – paralela à história da loucura como já
vimos – e se projeta nos dias de hoje, sem qualquer correspondência com a realidade
atual.
Psicoterapia

• Psicoterapia é o tratamento, por meios psicológicos, de problemas de natureza


emocional, no qual uma pessoa treinada estabelece com o paciente um objetivo de
remover, modificar ou retardar sintomas, de intervir em modelos perturbados do
comportamento e de promover um crescimento e um desenvolvimento positivo da
personalidade.
Métodos
Métodos diretivos

• O método será diretivo quando o terapeuta assume a condução do processo


psicoterápico porque percebe que seu paciente não possui condições ou tem
pouca capacidade necessárias a tomadas de decisões. O terapeuta será um guia,
um orientador, um conselheiro, um encorajador que visa à solução dos casos.
Quase como um treinador (ou um coaching) recebe do paciente a total entrega
de si mesmo, se colocando nas mãos do terapeuta. É um exercício de total
submissão, obediência e completa confiança. Para o uso desta metodologia, o
terapeuta deve estar profundamente treinado, com formação profissional
comprovada, de modo que suas questões não se envolvam com as de seu
paciente.
Método não diretivo

• O método não diretivo, ou catártico, busca, conforme o significado da palavra:


purificação ou purgação, liberar o material inconveniente e muito atuante na
psique do paciente. O método catártico se situa no paciente e não no terapeuta
como no caso do diretivo. Usando da palavra, e de associações de ideias, o
paciente deixa fluir livremente seus pensamentos e consegue, aos poucos,
liberar seus impulsos bloqueados espontaneamente, favorecendo a descarga de
afetos originalmente associados a ideias traumáticas reprimidas.
Psicoterapias individuais x psicoterapia de grupo

• As psicoterapias individuais são aquelas que se processam entre duas pessoas, o paciente/cliente
e seu terapeuta. A postura do terapeuta frente ao seu cliente é determinada exclusivamente pelo
referencial teórico adotado. Mas no geral se instituiu o tempo de cada sessão em 50 ou 60
minutos que podem acontecer em uma, duas ou mais sessões semanais.
• As terapias de grupo envolvem diferentes formas, dependendo do número de participantes, dos
objetivos; e usam de técnicas especiais para não perder o sentido do trabalho a ser executado. O
grupo pode variar de 7 até 10 pessoas, mas pode ter mais participantes. No caso de muitas
pessoas é conveniente se ter mais de um psicoterapeuta. Em geral os grupos têm finalidades
diversas, e podem ser de apoio, de sensibilização, de análise, de consciência corporal e até
mesmo de treinamento de profissional.
Textos para as próximas aulas

• Aulas 2 e 3 – Tema psicanálise


• 2 – Livro didático, capítulo 2, A psicanálise – Páginas 37 a 68 e Freud “ Sobre o
início do tratamento”.
• 3 – Freud – Recordar, Repetir e Elaborar e Dinâmica da Transferência.

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