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Curso:

Disciplina:
Professora: Aponira

Há uma longa lista de perguntas sobre quais são as diferenças entre os vários profissionais de
saúde mental. A meta de todos é a mesma: obter melhorias na saúde mental das pessoas.
No entanto, embora todos compartilhem o mesmo objetivo, há diferenças importantes que
permitem distingui-los. Uma delas é a abordagem, ou seja, o conjunto de estudos e métodos que
abordam a psique humana. Dentre as abordagens, estão a psicanálise, a logoterapia, a humanista,
a cognitivo-comportamental, etc. Cada uma com técnicas e instrumentos próprios para ajudar o
paciente durante o tratamento psicoterápico. Mas há outras variáveis a considerar.
Tais diferenças concentram-se na formação do profissional, no modo de compreender o complexo
fenômeno do comportamento humano e, consequentemente, nos métodos de intervenção.

1) QUAIS SÃO AS FUNÇÕES DE


UM PSICÓLOGO?
O psicólogo é um profissional que concluiu a
graduação em Psicologia, podendo atuar na
área clínica, organizacional, educacional,
esportiva, jurídica, social, ambiental, da saúde,
em desastres e emergências, dentre outras.
Pode, ainda, atuar com pesquisa em
universidades, contribuindo assim para
descobertas sobre as variáveis relacionadas ao
comportamento humano, normal ou desviante,
nos mais variados contextos.

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Nem todos os psicólogos fazem psicoterapia
Nem todos os psicólogos se dedicam ao tratamento individualizado clínico de seus pacientes. Por
exemplo, psicólogos educacionais não fazem psicoterapia; no máximo, realizam escuta (sem
intervenção clínica) e, quando necessário, encaminham o aluno para psicólogo clínico fora da
instituição de ensino. O psicólogo educacional faz parte das instituições de ensino de uma forma
geral (escolas, faculdades, IFs, etc.) e, além de lidar com os alunos que podem apresentar
problemas, especialmente de comportamento e aprendizagem, também exerce outras funções,
como a adaptação de certos currículos escolares às necessidades de alguns alunos, gerenciamento
das necessidades dos grupos, motivação dos alunos, redução da evasão e fracasso escolar,
aconselhamento dos professores sobre como podem melhorar a sua didática, e assim por diante.
Além de psicólogos educacionais, há também psicólogos organizacionais (que atuam em setor de
Recursos Humanos, atualmente conhecido como Gestão de Pessoas), psicólogos sociais (que
atuam em políticas públicas, como CRAS e CREAS), psicólogos jurídicos (que fornecem laudos
e pareceres para justiça, como no caso de adoção, guarda, crimes, etc.), psicólogos da saúde (que
atuam em CAPS, clínicas psiquiátricas e hospitais, por exemplo), psicólogos que se dedicam à
pesquisa, etc. Eles executam tarefas que vão além do diagnóstico e tratamento individualizado de
pacientes.

O psicólogo que trabalha com


psicologia clínica é chamado de
PSICOTERAPEUTA (ou
terapeuta)
Para atuar na área clínica, o
psicólogo utiliza a psicoterapia,
um conjunto de técnicas para
intervir nos problemas
emocionais, comportamentais
e/ou transtornos mentais. Na
psicoterapia, o psicólogo, através
da mediação verbal, ajuda no
processo de autoconhecimento
do paciente e o conduz a um processo em que este se torna mais consciente das atitudes que
toma e aprende a lidar com elas de forma menos disfuncional. Busca proporcionar ao paciente
a aprendizagem de novos comportamentos para lidar com as suas dificuldades.

Os psicólogos com formação clínica estão


aptos a fornecerem psicoterapia, realizarem
testes psicométricos e tratamentos para
melhorar os problemas psicológicos dos outros.
Um aspecto que diferencia o psicólogo do
psiquiatra é que o primeiro não pode prescrever
medicamentos para seus pacientes. Pode
acontecer que psicólogos e psiquiatras
trabalhem em conjunto para tratarem um
paciente, mas será o psiquiatra que, se
necessário, fornecerá medicamentos aos
pacientes, enquanto que o psicólogo realiza a
psicoterapia ou outro tratamento adequado às
necessidades do caso.

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ALGUNS MITOS A RESPEITO DA PSICOLOGIA

1. Psicólogo é para “gente louca ou fraca”.

A Psicologia, além de auxiliar no tratamento de psicopatologias, também pode ser procurada por
aqueles que buscam ajuda para lidar com questões pessoais, como dificuldades, conflitos,
mudanças e necessidade de autoconhecimento. As pessoas não são definidas pelas patologias
que estão trazendo sofrimento, e a busca por um psicólogo consiste no reconhecimento da
existência do problema e na coragem em buscar ajuda para superá-lo. Não se trata de uma
fraqueza, mas sim de um compromisso com seu bem-estar e qualidade de vida.

2. Doença mental/ depressão é “falta de Deus”.

Assim como as pessoas adoecem fisicamente ao longo da vida, também podem adoecer
psicologicamente. Doença mental é um processo normal, que pode acontecer com qualquer pessoa.
Buscar ajuda profissional para se curar de uma doença, seja ela física ou mental, é sinal de
inteligência e autocuidado. Não tem nada a ver com religião e/ou fé. Tanto é que, mesmo pessoas
que dedicam sua vida à religião, como padres, pastores, líderes espirituais, também podem ter
doenças mentais ao longo da vida. Não há relação entre a doença mental e a fé deles. Religião
é uma escolha. Estar doente não é uma escolha.

3. Psicoterapia é a mesma coisa que autoajuda.

A autoajuda tende a discutir assuntos bastante abrangentes, e, por não considerar cada indivíduo
particularmente, sugere caminhos mais genéricos àqueles que a buscam, não levando em conta
diferenças e contextos individuais.
Já na psicoterapia, o paciente é guiado por um profissional através de técnicas e teorias científicas
comprovadas que auxiliam na construção de seu caminho único, considerando sua individualidade
e autonomia enquanto sujeito.

4. Um psicólogo não pode me ajudar se nunca passou pelo que passei.


É comum que algumas pessoas acreditem que somente aqueles que já passaram por algo
semelhante a si poderão oferecer ajuda. Entretanto, todas as experiências são únicas e vivenciadas
diferentemente por cada um, e os psicólogos são ensinados através da graduação, supervisões,
estágios e atendimentos para serem empáticos e compreenderem as mais diversas realidades e
situações vivenciadas pelas pessoas. É importante lembrar que a psicoterapia não se baseia na
vida do psicólogo, mas sim nas técnicas utilizadas para auxiliar nas dificuldades da vida do
paciente.

5. Para que ir ao psicólogo se posso desabafar com familiares e amigos?


Com certeza, o apoio proporcionado por amigos e familiares é muito importante para auxiliar o
indivíduo a enfrentar dificuldades em sua vida. Entretanto, além de ser um profissional habilitado,
o psicólogo compreende os fatos a partir de uma visão menos enviesada e sem julgamentos
ao paciente, possibilitando um melhor entendimento da situação.

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Apesar do trabalho do psicólogo ser comparado frequentemente a dar conselhos, isso não é
verdade: apesar dos conselhos de pessoas próximas ser valioso, o que o psicólogo faz é diferente
– na Psicologia, utiliza-se técnicas para oferecer um caminho mais seguro para atingir os
objetivos desejados, baseados em pesquisas científicas e anos de experiência.

6. Estou tomando remédio prescrito pelo psiquiatra, não preciso ir ao psicólogo fazer
psicoterapia.
Estudos apontam que, quando o uso de remédios é aliado à psicoterapia, o tratamento é mais
eficaz. Uma psicopatologia pode consistir em muito mais do que a questão biológica que é tratada
pelo remédio, sendo necessária uma intervenção adicional para dar sentido às experiências de vida
e vivências que possam ter sido traumáticas, além de auxiliar na transformação de crenças, hábitos,
comportamentos e relações interpessoais que possam estar prejudicando a vida do paciente.

O QUE UM PSICÓLOGO CLÍNICO (TERAPEUTA) FAZ/NÃO FAZ:

FAZ NÃO FAZ

Utiliza técnicas para que você possa melhor


Dá muitos conselhos.
entender o problema e a forma de resolvê-lo.

Mantém o sigilo de todo e qualquer paciente,


Ele(a) fala sobre outros pacientes.
a não ser que haja risco de vida.

Escuta o paciente sem tentar dizer como viver Ele(a) dá orientações específicas sobre como
a sua própria vida ou o fazer sentir julgado. você deve proceder ou o faz se sentir julgado.

Respeita a relação psicólogo-paciente,


Tenta ser seu amigo fora do contexto clínico.
mantendo-a somente no contexto clínico.

Compreende que seu papel profissional não


Dá muitos exemplos sobre a própria vida.
compreende empregar eventos de sua vida.

Utiliza técnicas não aprovadas pelo Conselho


Utiliza somente técnicas permitidas pelo
Federal de Psicologia (CFP) ou fora do âmbito
Conselho Federal de Psicologia (CFP), além
científico (p. ex. Psicoterapia de vidas
de atuar somente no que tem formação e
passadas ou qualquer associação com religião,
experiência.
técnicas holísticas ou místicas).

https://www.ufrgs.br/saudemental/procurando-psicoterapia/

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2) QUAIS SÃO AS FUNÇÕES DE UM PSICANALISTA?

O psicanalista (também chamado de analista) não é


necessariamente graduado ou pós-graduado em
psicologia, embora normalmente possua estudos em
psiquiatria, psicologia ou filosofia.
O psicanalista muitas vezes é psicólogo ou médico, e
normalmente, posterior à graduação, faz um curso
numa instituição psicanalítica e submete-se ao
processo analítico, ou seja, será paciente em análise.
O psicanalista realiza seus estudos através de
institutos de Psicanálise reconhecidos e/ou sob a
orientação de um especialista mais experiente. Para
ser um psicanalista, o aprendiz deve fazer a formação em Psicanálise e se submeter a uma
análise pessoal antes de ser considerado apto para exercer a função. Só após concluir ambos, é
considerado psicanalista. Ou seja, além da formação teórico-prática em Psicanálise, ele precisa
vivenciar a experiência de ser paciente, para ser considerado apto a atuar como analista .

Na Psicanálise, são utilizadas as teorias da personalidade e métodos de tratamento introduzidos


por Sigmund Freud, como associação livre. Na associação livre, o paciente é orientado a dizer o
que lhe vier à cabeça, deixando de dar qualquer orientação consciente a seus pensamentos.
O analista atende pessoas com demandas análogas àquelas apresentadas ao psicólogo e psiquiatra,
mas trabalha de maneira mais profunda, visto que ajuda o paciente a ressignificar traumas
inconscientes, às vezes da infância, que influenciam a vida e os relacionamentos da pessoa na
atualidade, sem que ela se dê conta.
Manifestam-se muitas vezes através de comportamentos disfuncionais ou padrões nocivos de
relacionamento que se repetem (o famoso “dedo podre”). A análise não trata só os sintomas
atuais, ou seja, a queixa que levou a pessoa a buscar ajuda – busca as causas dos sintomas e as
trata, para que não retornem na forma de outros sintomas e/ou queixas. “Corta o mal pela raiz”.

“O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o
incurável do centro das atenções.” Martha Medeiros (escritora)

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A importância do inconsciente
A abordagem técnica e metodológica usada pelo psicanalista é a
análise, geralmente com o paciente deitado num divã ou em uma
cadeira de frente para o terapeuta. A principal diferença com as
outras abordagens psicoterapêuticas é que a psicanálise é um
processo terapêutico mais profundo, pois trabalha com o
inconsciente do indivíduo (também conhecido como ID), buscando
as causas dos sintomas atuais em situações ao longo da história de
vida do paciente, principalmente na infância.
Portanto, um dos seus fundamentos teóricos é que os seres humanos não têm controle consciente
sobre muitas das suas memórias e pensamentos, e por isso é imperativo fazermos constantemente
uma análise rigorosa e completa de nosso inconsciente para resolvermos os problemas
psicológicos do presente.
O tratamento baseado na psicanálise investiga a relação entre os aspectos inconscientes que
influenciam nossos relacionamentos e os padrões de pensamento, do comportamento e dos
sentimentos.

Freud localiza o inconsciente não como um lugar anatômico, mas um lugar psíquico, com
conteúdos, mecanismos e uma energia específica. Muitos autores, para explicarem a importância
do inconsciente e sua influência na nossa vida, comparam o aparelho psíquico a um iceberg.

O inconsciente (id) se expressa por meio dos chistes (humor), atos falhos (lapsos de linguagem
e comportamentos inesperados), sonhos e na associação livre de ideias (fala livre sem crítica e
sem preocupação com a coerência, técnica usada pelo
analista durante o tratamento terapêutico). Muitos desejos
inconscientes são apaziguados pelo superego, que é o “freio
do inconsciente”, é a instância psíquica da moralidade (certo
x errado), resulta da internalização das exigências sociais e
culturais, do que a família, a escola e a sociedade dizem que
é errado e reprovável socialmente. São “nossos” conceitos do
que é certo e do que é errado. O Superego nos controla e nos
pune (através do remorso, do sentimento de culpa) quando

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fazemos algo errado, e também nos recompensa (sentimos satisfação, orgulho) quando fazemos
algo meritório.
Para Freud, no chiste existem dois tipos de motivações: o
chiste inocente, sem outra motivação do que mostrar a
ingenuidade, e chiste tendencioso, ou aquele motivado por um
impulso hostil ou obsceno. No chiste inocente, o prazer e o
riso vêm exclusivamente da sagacidade implícita neles.
Ou seja, o chiste é também uma forma de expressão do
inconsciente. As piadas e brincadeiras, principalmente as
tendenciosas, assim com as ironias e sarcasmos, serviriam
como uma forma de liberar determinados pensamentos
inibidos, uma válvula de escape do inconsciente.

Ato falho, por vezes também chamado de ato falhado ou ainda


conhecido como lapso freudiano, deslize freudiano e
parapráxis (em latim lapsus linguae), é um equívoco na fala, na memória, em uma atuação física,
provocada hipoteticamente pelo inconsciente, isto é, através do ato falho o desejo do inconsciente
é realizado. Isto explica o fato de que nenhuma palavra, gesto, ou pensamento acontece
acidentalmente. Numa linguagem popular, é como se a boca falasse o que o coração está cheio –
mesmo tentando desesperadamente esconder, até de si mesmo, o que pensa e sente. Através do
ato falho, o inconsciente escapa pelas palavras.

Os sonhos são materiais do inconsciente e demonstram bem seu funcionamento. Como o sonho
tem a ver com a vida inconsciente, segundo os conceitos da psicanálise freudiana, é durante o sono
que ela se manifesta. Para Freud, o inconsciente seria como a parte de baixo de um iceberg, sendo
o consciente o lado visível. A psicanálise serve justamente para a 'apropriação' dessa parte
de baixo, o conteúdo inconsciente.
O sonho para a psicanálise, pode revelar desejos e traumas ou outros elementos presentes em nosso
inconsciente. Para a psicanálise, o sonho é uma das formas de acessar o inconsciente, parte
da mente a qual não temos acesso de forma fácil.
Ou seja, os sonhos podem estar falando de desejos: Para Freud, todo sonho tem um significado
que se liga à uma realização de um desejo reprimido pela sua consciência. Os sonhos então
realizam esses desejos de alguma forma simbólica, para compensar essa repressão. Por isso, o

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sonho só tem significado para a pessoa que sonha, não funcionando interpretações genéricas
disponíveis em livros que se intitulam interpretadores de sonhos ou no google. Só a própria pessoa
que sonha quem pode interpretá-lo, com ajuda de uma psicanalista. Por exemplo, sonhos
recorrentes são alertas do inconsciente quanto à necessidade de resolver algo interno (com
repercussão externa). É a forma do si-mesmo, via inconsciente, enfatizar um problema não
resolvido, um padrão de comportamento não superado, uma situação que está sendo evitada ou
alguma coisa ainda não aprendida, que está influenciando o dia a dia da pessoa sem que ela nem
perceba.

O papel do analista
Antes de mais nada, é importante destacar que o
psicanalista é um profissional que não possui juízo
de valor sobre as experiências relatadas pelos seus
pacientes, ou seja, diante do que lhe é dito durante
uma sessão de psicanálise, o analista não imprime seus
valores morais, não julga, não recrimina, nem emite
sua opinião pessoal sobre a questão. Seu papel é de
contribuir na ressignificação das emoções e traumas
do paciente, auxiliando na elaboração de
pensamentos e ações menos disfuncionais, sem que
haja um envolvimento emocional para além da
transferência natural que ocorre no processo de
tratamento.
A sessão psicanalítica é sempre permeada por assuntos delicados que fazem parte da vida do
paciente. Alguns desses temas são facilmente abordados e trabalhados entre ambos, mas
determinadas questões podem levar um tempo maior até que sejam identificadas e
abordadas tanto pelo paciente quanto pelo psicanalista. Não há uma regra geral. A forma como
uma pessoa lida com uma situação nova, adversa, tem a ver com a personalidade dela, história
pessoal e familiar, capacidade de resiliência, como lidou com situações de perda e frustração ao
longo da vida, se tem histórico familiar de adoecimento mental, o momento de vida da pessoa,
dentre outros fatores. Mas em geral, quanto mais traumática e dolorida a questão, mais tempo o
paciente leva para acessar e ressignificar. Porque mexer nas feridas dói, mas como tratar sem
mexer? Até cicatrizar, a ferida dói e incomoda. Com as feridas emocionais é assim também.

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Qual a duração do tratamento?

O sucesso do processo analítico depende muito do envolvimento do paciente. Por essa razão,
não há como prever quanto tempo durará a análise, porque não tem a ver com o tempo
cronológico, mas com o empenho e desempenho do paciente no processo analítico. Ou seja,
no seu desejo de se conhecer, de saber suas fontes de sofrimento, de parar de culpar os
outros pelo que lhe acontece, de se responsabilizar por suas escolhas e omissões, e de
ressignificar o que não pode mudar.

Na análise, diferente de outras práticas psicoterápicas, leva-se o paciente a tomar suas


próprias decisões, a estar mais consciente de suas escolhas, e a agir com o livre-arbítrio,
espontaneidade e autorresponsabilidade. O trabalho analítico é um compromisso de longa
duração - muitas vezes existem resistências para iniciá-lo e prosseguir nele, levando em
consideração a necessidade que temos de sermos imediatistas. Para se conseguir resultados
mais profundos e eficazes, é necessário tempo e dedicação.

COMO SABER SE ESTÁ FUNCIONANDO?

Primeiro passo para o sucesso do tratamento, é o paciente se


envolver, se dedicar, se implicar no processo analítico. Não
apenas frequentar as sessões, ser pontual, mas levar os aspectos
de autodescoberta sobre o que incomoda e atrapalha, para sua
rotina. É um exercício diário.
Ao longo do tempo, o paciente tem condições de saber se a
análise está surtindo efeito. Quando a pessoa consegue rever
comportamentos, atitudes, ressignificar dores do presente e
passado e seguir a vida sem carregar pesos desnecessários...
Quando, a partir da mudança interior, ela consegue mudar a
realidade e percebe isso, ou, se a partir da mudança interior,
as coisas começam a dar certo no dia-a-dia, os relacionamentos se transformam, a pessoa fica
mais autônoma, com mais autoestima, é possível associar essas situações a um tratamento bem
sucedido. Segundo os especialistas, é normal sentir um certo incômodo em alguns
momentos, as pessoas estranharem a mudança de comportamento, o paciente resistir às
colocações do analista e, por extensão, resistir ao tratamento. Às vezes o paciente alega ter
desistido da análise “por não ter mais nada a falar”. Mas é justamente quando ele acha que
“não tem mais nada a falar” que começam a emergir os conteúdos mais significativos, que
mais influenciam sua vida. E, inconscientemente, ele acha que vai evitar a dor não abordando
o que mais lhe incomoda nas sessões de análise. Por isso, ele desiste. Sem consciência do
sofrimento, sem presença da curiosidade sobre si e sem responsabilidade por si mesmo,
não há como uma análise acontecer e aí desistir do tratamento no meio do caminho é
frequente.

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Outro fator importante no processo analítico é a relação
entre paciente e o analista. Deve ficar claro desde o início
que a relação entre ambos é profissional, terapêutica,
não de amizade. Mas, se mesmo assim, esses sentimentos
do paciente persistem, é bom refletir sobre o que está
acontecendo. Quando não há empatia entre o paciente e o
analista, por exemplo, o tratamento não evolui.
Na prática, dá para se auto avaliar a partir de situações
cotidianas: por exemplo, o paciente que não falava em
público de jeito nenhum, pode comemorar como um grande
passo o fato de enfrentar cinco minutos de exposição
durante uma reunião de trabalho. Da mesma forma, quem
antes evitava conversar com qualquer autoridade, com
medo de críticas, vai se sentir fortalecido quando puder, aos poucos, encarar esses contatos
com mais naturalidade, sem tanta insegurança. Um dos bons efeitos da análise é fazer com que
a pessoa se perceba e se questione em cada situação, buscando saber por que reage de um jeito
e não de outro. Ou seja, o maior sucesso da análise é o autoconhecimento. Psicanálise não é
ciência exata que se enfia o que acontece numa equação. O que se precisa numa sessão é haver
disponibilidade para olhar as coisas com novos olhos. E também muito respeito entre os
envolvidos. A análise é uma experiência emocional entre duas pessoas que provoca e gera
transformações. É uma experiência transformadora onde passamos a nos relacionar
conosco e com a vida de uma nova maneira. Ao viver um processo analítico temos a chance
de descobrir quem somos e como podemos viver cada vez melhor.
https://valentimpsi.com.br/2020/05/29/mitos-e-verdades-sobre-a-psicanalise/

PARA APROFUNDAR E FIXAR:

O que é Terapia ou Processo Terapêutico? -


OrienteMe App – 3:07 -
https://www.youtube.com/watch?v=kapJdpsZS-U

FREUD (01) – PULSÃO DE VIDA, PULSÃO DE


MORTE E INCONSCIENTE – didatics 8:08 -
https://www.youtube.com/watch?v=XxDP90soZJk

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3) QUAIS SÃO AS FUNÇÕES DE UM PSIQUIATRA?

O psiquiatra é um profissional com formação em Medicina


e com especialização em Psiquiatria. Após a faculdade,
então, faz residência em instituições de saúde mental, clínicas
e hospitais psiquiátricos. Os conhecimentos desta área e
especialidade médica concentram-se nos comportamentos que fogem à “normalidade”.
Dessa forma, o médico psiquiatra está preparado para lidar com os mais variados transtornos
mentais (depressão, esquizofrenia, ansiedade, etc.). Ele faz uso do sistema de diagnóstico baseado
em manuais, como CID10 – Código Internacional de Doenças e DSM-5 – Manual Diagnóstico e
Estatístico dos Transtornos Mentais.
Uma das principais formas de intervenção utilizada por este
profissional, é a prescrição de medicamentos, como por exemplo,
antidepressivos, ansiolíticos e outros psicofármacos.
Pesquisas citadas nas publicações da OMS – Organização Mundial
de Saúde e NIMH– National Institute of Mental Health (Instituto
Nacional de Saúde Mental dos EUA), têm apontado a combinação
de psicofármacos e psicoterapia (terapia combinada), como uma
das formas em que as pessoas mais se beneficiam quando
necessitam de intervenção para algum transtorno mental.

https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/psiquiatra-psicologo-psicanalista.htm

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4) O QUE FAZ UM NEUROLOGISTA

O neurologista também é um médico. Neste caso, aquele que estuda e


trata dos distúrbios estruturais do sistema nervoso: cérebro, medula,
nervos e músculos. É sua responsabilidade fornecer diagnóstico e
tratamento de todas as categorias de doenças que envolvem o sistema
nervoso. As doenças mais comuns tratadas por ele são as dores de
cabeça, problemas de memória, distúrbios dos movimentos, crises
convulsivas e epilepsia.
Por se especializar em um sistema amplo, o neurologista cuida de
funções que vão muito além dos neurônios, ao contrário do que muitos podem supor. Por isso, é
importante não negligenciar sintomas supostamente banais, ainda que eles não pareçam
relacionados à doenças neurológicas, e procurar ajuda médica especializada aos primeiros sinais
de que algo não anda bem no organismo.
Alguns sintomas e doenças neurológicas:
 Dor de cabeça (causa física)
 Distúrbios do sono (causa física)
 Fraqueza muscular
 Síndrome congênita do zika vírus
 Epilepsia
 Síndrome de Guillain Barré
 Confusão mental e perda de memória, como nos
casos de Mal de Alzheimer
 Doenças neurológicas degenerativas, como Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
 Acidente Vascular Cerebral (AVC)
 Traumatismo craniano
 Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)
 Alguns transtornos de desenvolvimento, como autismo
 Dentre outros.

COMO SABER SE DEVO PROCURAR UM


PSICÓLOGO, PSIQUIATRA OU NEUROLOGISTA?

Se você deseja falar sobre o que o incomoda ou se precisa de


ajuda, nem sempre é fácil identificar a diferença entre
psicólogo, psiquiatra e psicanalista.
Normalmente, é sua preferência pessoal que decide qual o
prestador de cuidados que você deseja escolher. Ainda assim,
há certos problemas de saúde mental que são mais facilmente
tratados com medicação e/ou terapia, no caso, indicados por psiquiatra e psicólogo,
respectivamente (terapia combinada, integração do tratamento biológico com o
psicoterápico/psicanalítico). Outros, que afetam funções neurológicas, requerem
acompanhamento de neurologista. Dependendo do caso, pode necessitar do acompanhamento dos
três profissionais. O ideal é procurar o(s) profissional(is) especializado(s) no(s) tipo(s)
específico(s) de tratamento(s).

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QUANDO DEVE PROCURAR AJUDA PARA MELHORAR A SAÚDE MENTAL?
Muitas pessoas que possuem problemas de saúde mental (leves ou graves), em alguns casos, não
procuram ajuda porque têm vergonha ou não sabem ao certo a diferença entre psicólogo, psiquiatra
e psicanalista. Ser capaz de reconhecer quando alguém precisa de ajuda é importante.
Para Dr. Henrique Bottura, psiquiatra diretor clínico do Instituto de Psiquiatria Paulista,
colaborador do ambulatório de impulsividade do Hospital das Clínicas de São Paulo, a
importância de cuidar da saúde mental transcende a pandemia: "Apesar de a gente dar
pouco foco para isso, é um elemento importante que a pandemia está trazendo, essa
clareza de que é importante cuidar da saúde mental. Na pandemia, especificamente, como
a gente está numa fase de transição e instabilidade, é fundamental que a gente tenha
cuidado com todos os aspectos que envolvem saúde mental, já que são nessas fases que
surgem os quadros psiquiátricos ou se agravam quadros já existentes. É muito importante
que, nessa pandemia, as pessoas cuidem de sua saúde mental organizando rotina, sono,
atividades, alimentação e evoluindo na
relação familiar", afirma.

Questionado sobre o que deve ser parâmetro


para procurar ajuda, Dr. Henrique menciona
o nível de sofrimento emocional. "O
quanto está gerando desconforto
emocional e impactando na
funcionalidade, ou seja, na capacidade
de estudar, trabalhar, produzir,
interagir. Esses são os termômetros que
devem nos guiar para a busca de uma
ajuda. Quando o sofrimento emocional
é intenso, duradouro e persistente, eu
recomendo que se procure um
psicólogo e/ou um psiquiatra", orienta.
https://canaltech.com.br/saude/especial-dia-da-saude-mental-
parte-2-172701/

Referências

ATKINSON, R. et. al. Introdução à Psicologia. 16ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
BOCK, A. M. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 16ª. ed. São Paulo:
Atlas, 2023.
DAVIDOFF. L. L. Introdução à Psicologia. 3ª ed. São Paulo: Pearson Universidades,
2001.
WEITEN, Wayne. Introdução à Psicologia: temas e variações. 3ª ed. São Paulo:
Cengage Learning, 2016.

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PARA APROFUNDAR E FIXAR:
Vídeo 1

PSICÓLOGO, PSIQUIATRA E PSICANALISTA: QUAL É A DIFERENÇA? – 3:34


2 de mar. de 2017 - https://www.youtube.com/watch?v=jI4g0ADNFzk

Vídeo 2
O mundo precisa de terapia | Mini Saia | Saia Justa – 13:20 -
https://www.youtube.com/watch?v=xY808qKf9I0

Vídeo 3
COMO ESCOLHER O PSICÓLOGO CERTO PRA VOCÊ? -
Minutos Psíquicos – 11:48 -
https://www.youtube.com/watch?v=q4qIqIoFvfQ

Vídeo 4

Saúde mental é para todo mundo e se faz com Direitos Humanos! –


crpspvideos – 4:52 - https://www.youtube.com/watch?v=qcTKk_hAh6U

Vídeo 5

Terapia é coisa de rico? | Papo Rápido | Papo de Segunda - Canal


GNT - 14:56 - https://www.youtube.com/watch?v=DEIHtnRFiVg

Vídeo 6

Caio | Sessão de Terapia – Globoplay - 2:01 -


https://www.youtube.com/watch?v=5TmPbUk0Nvs

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