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HEFSIBA- Instituto Superior Cristão

Delegação de Mocuba
CURSO DE PSICOLOGIA 2 ANO

PSICOPATOLOGIA
(Resumo de conteúdos )

Por: MSC. Dionisio Cabral

(Mocuba, 2024)
Psicopatologia | Questões Gerais
Epistemiologia e definicoes
• O termo psicopatologia foi criado por Jeremy
Benthan, em 1817.
• Psyché significa alma; páthos, sofrimento ou
doença; e lógos, estudo ou ciência.
No entanto, Esquirol e Griesinger, com seus
trabalhos publicados, respectivamente, na
França (em 1837) e na Alemanha (em 1845), é
que são considerados os criadores da
psicopatologia.
Definição
• A psicopatologia é uma disciplina científica
que estuda a doença mental em seus vários
aspectos:
suas causas,
as alterações estruturais e funcionais
relacionadas, os métodos de investigação e
suas formas de manifestação (sinais e
sintomas).
Formas de manifestação das doenças
mentais.

• Comportamento
• Cognição e
• Experiências subjetivas anormais
Conceitos do comportamento

• O comportamento é um termo que caracteriza


toda e qualquer reação do indivíduo, animal,
órgão ou instituição perante o meio em que
está inserido.
Comportamento em psicologia
• Em psicologia, o comportamento é a conduta,
procedimento, ou o conjunto das reações
observáveis em indivíduos em determinadas
circunstâncias inseridos em ambientes
controlados. Podendo ser descrito como
uma contingência tríplice composta de
antecedentes-respostas-consequências, ou
respostas de um membro da contingência.
Tipos de comportamento
• Os comportamentos são divididos em duas
classes: respondente e operante:
• respondente ou reflexo: involuntário; ação de
componentes físicos do corpo
(exemplos: glândulas, sudorese, sistema nervoso
autônomo);
• operante: voluntário; ação de músculos que
estão sob controle espontâneo (exemplos: comer,
falar, etc.); é controlado pelas suas consequências
• Segundo Jaspers, “o objeto da psicopatologia
é o fenômeno psíquico, mas só os
patológicos”. Contudo, a distinção entre o
normal e o patológico em medicina é bastante
imprecisa. Podemos citar pelo menos três
critérios de normalidade, todos considerados
insuficientes: o subjetivo, o estatístico e o
qualitativo.
Fenomeno psiquico
• É definida como uma energia que é
transmitida pelo cérebro, que pode ser de
forma consciente ou inconsciente, de forma
aleatória ou não.
• Os fenômenos psíquicos são as nossas
sensações, as imaginações, os pensamentos,
as linguagens, a memória, as emoções,
dentre outros.
Cognição
• Cognição é a capacidade de processar
informações e transformá-las em
conhecimento, com base em um conjunto de
habilidades mentais e/ou cerebrais como a
percepção, a atenção, a associação, a
imaginação, o juízo, o raciocínio e a memória.

• Essas informações a serem processadas estão


disponíveis no meio em que vivemos.
Teoria cognitiva
• Criada pelo suíço Jean Piaget, a capacidade
cognitiva é a capacidade que um indivíduo
tem de interpretar, assimilar e se relacionar
com os estímulos do ambiente que o cerca e
com a sua própria essência.
• A teoria cognitiva defende a ideia de que a
construção do ser humano acontece aos
poucos, principalmente no decorrer da vida
das crianças e é dividida em 4 estágios:
Teoria cognitiva

Sensório-motor (24 meses):


Pré-operatório (2 - 7 anos);
Operatório concreto (7 - 11/12 anos)
Operatório formal (12 anos em diante):
Experiencia subjectiva
• La experiencia subjetiva es la manera en la
que cada persona percibe el mundo y lo que le
rodea. Es única e intransferible y está basada
en su interpretación personal de la realidad.
Objecto de estudo da psicopatologia
• Segundo Jaspers, “o objeto da psicopatologia é o
fenômeno psíquico, mas só os patológicos”.
Contudo, a distinção entre o normal e o
patológico em medicina é bastante imprecisa.
Podemos citar pelo menos três critérios de
normalidade, todos considerados insuficientes:
• o subjetivo,
• o estatístico e
• o qualitativo.
• critério subjetivo de normalidade está doente quem
sofre ou se sente doente. Na síndrome maníaca,
contraditoriamente, o paciente sente-se muito bem e,
apesar disso, está enfermo;

• Pelo critério estatístico – ou quantitativo –, normal é


sinônimo de comum, ou significa próximo à média.

• Critério qualitativo, normal é aquilo adequado a


determinado padrão funcional considerado ótimo ou
ideal. A crítica que se faz a esse critério é que ele se
baseia em normas socioculturais arbitrárias, as quais
podem variar de um local para outro e modificar-se
através do tempo.
Psicopatologia como ciencia
• A psicopatologia é uma ciência autônoma, e não
meramente um ramo da psicologia. Enquanto
esta tem sua origem na filosofia, a psicopatologia
nasce com a clínica psiquiátrica.

• A psiquiatria não é uma ciência e, sim, uma


especialidade médica, cujo fundamento é a
psicopatologia. A psiquiatria representa a
aplicação prática da psicopatologia, mas se utiliza
também de conhecimentos de outras disciplinas
científicas.
A psicopatologia, de uma forma geral, está
relacionada a múltiplas abordagens e
referenciais teóricos. Para ser preciso, não há
apenas uma psicopatologia: são várias.
Didaticamente, as psicopatologias podem ser
divididas em dois grupos:
• as explicativas e
• as descritivas.
• As psicopatologias explicativas baseiam-se em
modelos teóricos ou achados experimentais, e
buscam esclarecimentos quanto à etiologia dos
transtornos mentais.

• As psicopatologias descritivas, por sua vez,


consistem na descrição e na categorização
precisas de experiências anormais, como
informadas pelo paciente e observadas em seu
comportamento.
Os Principais Campos e Tipos de
Psicopatologia
Multiplicidade de abordagens e
referenciais teóricos

Não se avança em psicopatologia negando e


anulando diferenças conceituais e teóricas;
evolui-se pelo esforço de esclarecimento e
aprofundamento de tais diferenças, em
discussão aberta, desmistificante e honesta.
Psicopatologia Descritiva X
Psicopatologia Dinâmica

• Psicopatologia Descritiva: forma das alterações psíquicas, estrutura dos


sintomas, aquilo que caracteriza a vivência patológica.

• Psicopatologia Dinâmica: conteúdo da vivência, movimentos internos de


afetos, desejos e temores do indivíduo, não necessariamente classificável
em sintomas previamente descritos.

A boa prática em saúde mental implica a combinação das duas


abordagens!
Psicopatologia Médica X
Psicopatologia Existencial

• Perspectiva Médico-Naturalista: homem = ser


biológico. Adoecimento mental é sinal de mau
funcionamento cerebral, disfunção do
aparelho biológico.

• Perspectiva Existencial: doente = existência


singular. Doença: forma trágica de ser no
mundo.
Psicopatologia Comportamental X
Psicopatologia Psicanalítica

• Visão Comportamental e Perspectiva Cognitiva:


sintomas resultam de comportamentos e
representações cognitivas disfuncionais,
aprendidas e reforçadas pela experiência
sociofamiliar.

• Visão Psicanalítica: o sintoma é encarado como


um arranjo entre o desejo inconsciente, normas e
permissões culturais e possibilidades reais de
satisfação desse desejo.
Psicopatologia Categorial X
Psicopatologia Dimensional

• Dimensão Categorial: categorias diagnósticas


seriam “espécies únicas” – discerníveis e
diferentes - cuja identificação precisa constituiria
uma das tarefas da psicopatologia

• Perspectiva Dimensional: haveria dimensões de


tal quadro, que incluiria desde formas muito
graves, formas menos deteriorantes, formas com
sintomas afetivos.
Psicopatologia Biológica X
Psicopatologia Sociocultural

• Psicopatologia Biológica: enfatiza os aspectos


cerebrais, neuroquímicos ou neurofisiológicos
das doenças e sintomas mentais.

• Perspectiva Sociocultural: visa estudar


transtornos mentais como comportamentos
desviantes que surgem a partir de certos
fatores socioculturais.
Psicopatologia Operacional-Pragmática
X Psicopatologia Fundamental

• Visão Operacional-Pragmática: definições


básicas de transtornos mentais e sintomas são
formuladas e tomadas de modo arbitrário, em
função de sua utilidade. Usado no DSM-IV, CID-
10.

• Psicopatologia Fundamental: Visa centrar a


atenção da pesquisa psicopatológica sobre os
fundamentos de cada conceito psicopatológico.
Princípios Gerais do Diagnóstico
Psicopatológico
Há duas visões sobre os valores e limites do diagnóstico
psiquiátrico...

• Diagnóstico na psiquiatria não tem valor algum, pois cada


pessoa é uma realidade única e inclassificável, servindo
apenas para rotular pessoas diferentes (controle social).

• Apesar de ser absolutamente imprescindível considerar


aspectos pessoais, sem um diagnóstico psicopatológico
aprofundado não se pode nem compreender
adequadamente o paciente, nem escolher o tipo de
estratégia terapêutica mais adequada.
Sendo assim, deve haver uma relação dialética
permanente entre o particular, individual, e o
geral, universal ( categoria diagnóstica à qual
essa pessoa pertence). Diagnósticos são
constructos fundamentais para o
conhecimento do mundo, mas não objetos
reais e concretos.
Pode-se distinguir três grupos de fenômenos em
relação à possibilidade de classificação:

• 1. Aspectos e fenômenos encontrados em todos


os seres humanos;

• 2. Aspectos e fenômenos encontrados em


algumas pessoas, mas não em todas;

• 3. Aspectos e fenômenos encontrados em apenas


um ser humano em particular.
Alguns aspectos particulares que devem ser
levados em conta no diagnóstico psiquiátrico:

• O diagnóstico de um transtorno psiquiátrico é


quase sempre baseado preponderantemente
nos dados clínicos.

• O diagnóstico psicopatológico não é, de modo


geral, baseado em possíveis mecanismos
etiológicos supostos pelo entrevistador.
• De modo geral, não existem sinais ou sintomas
psicopatológicos totalmente específicos de
determinado transtorno mental.

• O diagnóstico psicológico é apenas possível com a


observação do curso da doença.

• O diagnóstico deve ser sempre pluridimensional.

• Confiabilidade e validade do diagnóstico em


psiquiatria.
• Há vários critérios de normalidade e
anormalidade em psicopatologia, e a adoção
de um ou outro depende de opções
filosóficas, ideológicas e pragmáticas do
profissional
ESTRUTURA E COMPOSICAO DE
DSM 5
O que é DSM 5?

• DSM 5 é a sigla para Diagnostic and Statistical Manual of Mental


Disorders ou Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais.
• Esse documento foi criado pela Associação Americana de
Psiquiatria (APA) para padronizar os critérios diagnósticos das
desordens que afetam a mente e as emoções.
• O número 5 se refere à quinta edição do manual, que passa por
revisões e atualizações diante dos avanços científicos sobre os
transtornos mentais.
• A edição mais recente foi formulada em 2013, substituindo o DSM
4, que estava em vigor desde 1994 e havia passado por uma
pequena adaptação no ano 2000.
• A primeira versão surgiu em 1952, como suporte ao tratamento de
traumas e doenças mentais que causavam sofrimento aos
veteranos da Segunda Guerra Mundial.
Para que serve o DSM 5
• A principal função do manual é servir de guia para o
diagnóstico e cuidados adequados para pacientes em
sofrimento mental.
• A proposta do DSM 5 é orientar profissionais de saúde
mental de um jeito prático e ágil, facilitando a troca de
saberes e a continuidade de tratamentos.
• Além de contribuir para a eliminação de tabus sobre o
tema, ampliando discussões e permitindo um registro
fiel sobre os transtornos mentais.
• Além da identificação da patologia, o DSM 5 auxilia na
prescrição do tratamento, pois traz informações sobre
o comportamento esperado durante as crises.
Critérios diagnósticos de acordo com
o DSM 5
• sintomas: eles estão presentes de forma diferente
dentro de cada transtorno. Exemplos: pensamentos
específicos, tristeza intensa, sentimento de que algo
ruim está pra acontecer;
• comportamentos: pessoas com determinado
diagnóstico têm tendências a certas atitudes. Por
exemplo: se isolar, dormir demais, ficar sem comer;
• funções psíquicas: atenção, percepção, memória,
afetividade, pensamento e self sofrem alterações;
Critérios diagnósticos de acordo com
o DSM 5
• traços de personalidade: fatores de
personalidades predispõem indivíduos a
manifestar certos transtornos, por isso são
importantes de serem identificados;
• sinais físicos: determinados transtornos são mais
explícitos na parte física causando sinais como
taquicardia e tremores;
• intensidade, durações e frequências: a potência
dos sintomas, além da persistência e
periodicidade da manifestação influenciam a
gravidade e o prejuízo.
Diferença entre doença, síndrome e transtorno

• Doença é a ausência de saúde. Ela é definida como estado


anormal do organismo, com sintomas específicos que
alteram suas funções físicas e psicológicas.
• A Síndrome é o conjunto de sintomas que definem um
determinado estado clínico associado a problemas de
saúde, que nem sempre tem as causas descobertas.
Enquanto a doença tem causa definida, a síndrome revela
uma condição quase sempre sem causas diagnosticadas.
• Transtorno é um estado alterado da saúde e nem sempre
está ligado a alguma doença. Na maioria dos casos, está
associado à saúde mental, já que a maior incidência de
casos envolve a área do cérebro.
Principais transtornos do DSM 5
• O DSM 5 apresenta mais de 300 transtornos
mentais, no entanto, iremos falar de alguns mais
frequentes:
Transtornos do Neurodesenvolvimento
O capítulo abrange um grupo de transtornos que
começam a se manifestar cedo, ainda
na infância. Muitos são percebidos ainda antes
de a criança iniciar a pré-escola e, desde já,
podem causar prejuízos funcionais.
 Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade
(TDAH); Transtorno do espectro autista;
Transtornos Depressivos
• O capítulo da depressão do DSM V conta vários tipos de
transtornos.
 Transtorno depressivo maior, persistente,
Transtorno Bipolar e Transtornos Relacionados
• Explicando de forma breve, a pessoa alterna entre fases nas
quais se sente bastante motivada e com uma energia fora
do comum (fase da mania), passando depois por
momentos de depressão.
Espectro da Esquizofrenia e Outros Transtornos Psicóticos
• O capítulo abrange algumas patologias. O termo “espectro”
aqui tem relação com o grau de gravidade da psicose.
• Por exemplo, em um dos transtornos, a pessoa apresenta
apenas um surto breve, de alguns dias. Depois disso, nunca
mais tem nada.
• Transtornos de Ansiedade (Ansiedade social,
generalizada, fobias especifica,
• Transtorno Obsessivo-compulsivo e
Transtornos Relacionados ;
O Normal, o anormal e o patológico,
(Critérios de diferenciação)
• Há vários critérios de normalidade e
anormalidade em psicopatologia, e a adoção
de um ou outro depende de opções
filosóficas, ideológicas e pragmáticas do
profissional
• Normalidade como ausência de doença “Normal” seria
aquele indivíduo que, simplesmente, não é portador de
um transtorno mental definido.
• Normalidade Ideal Normalidade, aqui, é tomada como
certa “utopia”. Estabelece-se, arbitrariamente, uma norma
ideal, o que é, supostamente, “sadio”, mais “evoluído”.
• Normalidade Estatística a normalidade estatística
identifica norma e frequência. É um conceito de
normalidade que se aplica, especialmente, a fenômenos
quantitativos, com determinada distribuição estatística na
população geral (como peso, altura, pressão arterial,
horas de sono, quantidade de sintomas ansiosos e outros).
O normal passa a ser aquilo que se observa com maior
frequência.
• Normalidade Como Bem-estar A Organização
Mundial da Saúde (OMS) definiu, em 1958, a
saúde como o completo bem-estar físico, mental
e social, e não como ausência de doença
simplesmente.
• Normalidade Funcional Esse conceito irá se
assentar sobre aspectos funcionais e não
necessariamente quantitativos. O fenômeno é
considerado patológico a partir do momento em
que é disfuncional e provoca sofrimento para o
próprio indivíduo ou para seu grupo social.
ESTRUTURA DO Capitol V DO CID
10
Classificacao dos transtornos
mentais e de comportamento
• (F00-F09) Transtornos mentais orgânicos, inclusive os
sintomáticos

• (F10-F19) Transtornos mentais e comportamentais


devidos ao uso de substânciapsicoativa As
subdivisões seguintes de quarto caractere devem ser
usadas com as categorias

• (F20-F29) Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e


transtornos delirantes
• (F40-F48) Transtornos neuróticos, transtornos
relacionados com o estresse e transtornos
somatoformes
• (F50-F59) Síndromes comportamentais associadas a
disfunções fisiológicas e afatores físicos
• (F60-F69) Distorções da personalidade e do
comportamento adulto
• (F70-F79) Retardo mental
• (F80-F89) Transtornos do desenvolvimento psicológico
• (F90-F98) Transtornos do comportamento e transtornos
emocionais que aparecem habitualmente durante a
infância ou a adolescência
Estágios de desenvolvimento para
Erikerikson;

Desenvolvimento cognitivo de Jean


Piaget (marcos evolutivos importantes da
criança, factores familiares no
desenvolvimento da criança
• Baseado na psicologia freudiana, Erik Erikson elaborou
um estu do sobre o desenvolvimento humano;
• O autor descreveu os seguintes estágios do
desenvolvimento hu mano:

Estágio 1: “Confiança Básica versus Desconfiança Básica”


(do nascimento até cerca de um ano de idade). Coincide
com o desenvolvimento oral em Freud, em que a boca é a
zona mais sensível do corpo. O bebê procura preencher
suas necessidades localizando o mamilo, sugando-o e
ingerindo outros alimentos. A mãe induz confiança
atendendo assiduamente a essas necessidades e, desse
modo, prepara o terreno para futuras expectativas acerca
do mundo.
• Estágio 2: “Autonomia versus Vergonha e Dúvida” (de um a
três anos de idade, aproximadamente). Nesse estágio, os bebês
adquirem o sen timento de que são separados dos outros. A
autonomia permite o domínio sobre si mesmo e sobre seus
impulsos. Coincidindo com o estágio anal em Freud, a criança
tem a opção de reter ou liberar as fezes, e ambos os
com portamentos têm um efeito sobre a mãe. Ao permitir que a
criança funcione com alguma autonomia, sem superprotegê-la,
ela adquire autoconfiança e sente que consegue controlar a si
mesma e ao mundo ao seu redor. Porém, se a criança é punida
por ser autônoma ou é excessivamente controlada, sente-se
irada e envergonhada. Ao equilibrar essa crise, a criança
desenvolve a virtude da vontade
• Estágio 3: “Iniciativa versus Culpa” (dos três aos
cinco anos de idade). Esse estágio corresponde à
fase fálico-edípica de Freud. O reforço à iniciativa
depende de quanta liberdade física as crianças
recebem e do quanto sua curiosidade intelectual
é satisfeita. Conflitos sobre a iniciativa podem
impedir que as crianças em desenvolvimento
experimentem todo o seu potencial e interferir
em seu senso de ambição, que se desenvolve
nesse estágio, ao final do qual, a consciência
(superego) da criança é estabeleci da.
• Estágio 4: “Indústria versus Inferioridade” (dos
seis aos onze anos de idade). Equivale ao
período de latência em Freud. É, também, o
período da idade escolar, quando a criança
começa a participar de um programa
organizado de aprendizagem. O principal
ponto desse estágio é a indústria 28 | Estágios
do desenvolvimento para Erik Erikson ou
capacidade de trabalhar e adquirir habilidades
adultas. A criança aprende que é capaz de
fazer, dominar e realizar uma tarefa.
• Estágio 5: “Identidade versus Difusão de
Papeis” (dos onze anos de idade ao final da
adolescência). A principal tarefa desse período
é desenvol ver o senso de identidade; no
entanto, essa fase coincide com a puberdade
e a adolescência. As características que
estabelecem quem é o indivíduo e para onde
está indo definem a identidade, sendo que a
identidade saudável é construída a partir da
passagem bem-sucedida pelos estágios
anteriores.
• Estágio 6: “Identidade versus Autoabsorção
ou Isolamento” (dos 21 aos 40 anos de idade).
Nesse estágio, o adulto procura intimidade,
que é o transcender a exclusividade das
dependências anteriores e estabelecer uma
reciprocidade por meio de relacionamentos
sexuais, amizades e todas as associações
profundas. Consequentemente, se tiver sua
crise de identidade resolvida, desenvolve a
virtude do amor.
• Estágio 7: “Geratividade versus Estagnação” (dos
40 aos 65 anos de idade). Geratividade não é
somente gerar filhos; envolve, também, criar e
orientar as gerações seguintes, desenvolvendo a
virtude do cuidado. Para isso, é necessário que os
pais tenham adquirido identidades próprias e
bem- -sucedidas. Do contrário, serão adultos que
não possuem interesse em guiar as gerações
seguintes e que optam pelo estado estéril,
estagnando-se devido à incapacidade de
transcender e à falta de criatividade
• Estágio 8: “Integridade versus Desespero”
(terceira idade). Esse es tágio é descrito como o
conflito entre a integridade e o desespero, sendo
o primeiro um senso de satisfação ao se refletir
sobre uma vida produtiva mente vivida,
possibilitando ao idoso a aceitação da própria
vida e da morte, desenvolvendo, assim, a virtude
da sabedoria. O segundo aspecto refere-se ao
senso de que a vida teve pouco valor, recaindo
em desespero e desgosto em razão da
incapacidade de revivê-la.
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE
JEAN PIAGET
• Piaget descreveu o desenvolvimento cognitivo
como uma série de estágios. Em cada estágio,
a criança desenvolve uma maneira de pensar
e de responder ao ambiente. Assim, todo
estágio constitui uma mudança quali tativa de
um tipo de pensamento ou comportamento
para outro. Cada es tágio é calcado no
anterior e constrói os alicerces para o seguinte
• O primeiro estágio é o sensório-motor, que
se estende do nasci mento aos dois anos. “O
bebê gradualmente torna-se capaz de
organizar atividades em relação ao ambiente.
Aprende mediante atividade sensória e
motora.
• Os bebês aprendem a “[...] coordenar
informações que recebem dos sentidos e
progredir da aprendizagem de tentativa e
erro, para o uso ru dimentar de ideias para
resolver problemas simples.”
• O estágio pré-operatório estende-se dos dois aos
sete anos de idade e compreende o período em
que “[...] a criança desenvolve um sistema
re presentacional e usa símbolos, tais como
palavras para representar pessoas, lugares e
eventos.”
• “Entre os avanços do estágio pré-operacional
estão a função simbólica, a compreensão de
identidades, a 33 | Desenvolvimento cognitivo de
Jean Piaget compreensão de causa e efeito, a
capacidade de classificar e a compreensão de
número.
• No estágio das operações concretas, que se
estende dos 7 aos 11 anos de idade, “[...] a
criança pode resolver problemas de maneira
lógica se eles estiverem voltados ao aqui e
agora.” Nessa fase, as crianças “[...] têm melhor
compreensão da conservação, da diferença entre
aparência e reali dade, e dos relacionamentos
entre os objetos; são mais proficientes com os
números; e são mais capazes de distinguir a
fantasia da realidade.” Contudo, “[...] ainda não
são capazes de pensar em termos hipotéticos,
sobre o que poderia ser em vez de sobre o que é
• O estágio das operações formais tem início
aos 11 anos e se estende até o fim da
adolescência. “A pessoa pode pensar em
termos abstratos, lidar com situações
hipotéticas e pensar em possibilidades.”
• As operações formais dão “[...] uma nova
maneira de manipular (ou operar com) a
informação.
MARCOS EVOLUTIVOS IMPORTANTES
EM CRIANÇAS
• O primeiro marco evolutivo diz respeito ao
desenvolvimento lin guístico e cognitivo;
• O desenvolvimento emocional e social constitui o
segundo marco. As sensações de prazer e desprazer
começam a ser diferenciadas no segundo ano de vida
e, de maneira geral, nessa idade, as referências sociais
são apa rentes;
• O terceiro marco é o do desenvolvimento sexual. A
diferenciação sexual torna-se evidente a partir do
nascimento, quando os pais começam a vestir e a
tratar os lactentes de uma forma diferenciada em razão
das expec tativas relacionadas à tipificação do sexo
ADOLESCÊNCIA
• A adolescência é um estágio que tem início e
durações variáveis; é o período situado entre a
infância e a idade adulta, caracterizando-se por
profundas alterações do desenvolvimento biológico,
psicológico e social. O início biológico da
adolescência é marcado pela rápida aceleração do
cres cimento esquelético e do desenvolvimento
social. O início psicológico con figura-se pela
alteração do desenvolvimento cognitivo e pela
consolidação da formação da personalidade.
Socialmente, a adolescência é um período intensivo
para a idade adulta jovem, que vem a seguir
(KAPLAN; SADOCK, 2017).
PUBERDADE
• O início da puberdade varia. Em geral, sua idade
média é de 11 anos para as meninas e 13 anos para
os meninos. Os hormônios sexuais aumentam
lentamente durante toda a adolescência e
correspondem às alterações corporais, assim como o
hormônio folículo-estimulante (FSH) e o luteinizante
(LH).
• A testosterona é responsável pela masculinização dos
meninos, ao passo que o estradiol é responsável pela
feminização das meninas. Os dois também
influenciam o funcionamento do sistema nervoso
central, incluin do humor e comportamento.
GRUPO DE PARES
• A experiência escolar altera e intensifica o grau de separação da
família. A casa é a base, o mundo real é a escola, e os
relacionamentos mais importantes, além da família, são com as
pessoas de idade e interesses seme lhantes. Os adolescentes
procuram estabelecer uma identidade pessoal dis tinta de seus
pais, porém, suficientemente próxima para que a estrutura da
família seja incluída. Além disso, frequentemente, veem a si
mesmos através dos olhos de seus pares e qualquer desvio na
aparência, como o modo de se vestir ou o comportamento,
pode resultar em uma diminuição da autoesti ma (KAPLAN;
SADOCK, 2017), podendo apresentar, ainda, algum transtorno
mental mais sério, como a anorexia nervosa e/ou a depressão.
TURBILHÃO DA ADOLESCÊNCIA
• As oscilações de humor e a impulsividade dessa fase devem ser
di ferenciadas de um diagnóstico de transtorno mental. Há o
que muitos cha mam de “Síndrome Normal da Adolescência”.
Esse período envolve um pico do desenvolvimento biológico, a
assunção de novos papéis, que envolvem as capacidades de
aprendizado e as atividades necessárias para o bom
de sempenho desses papéis e, por fim, a ascensão de um self e
de uma estrutu ra de vida adulta (KAPLAN; SADOCK, 2017).
• É no período da adolescência que muitos transtornos mentais
podem eclodir, e quanto mais precoces forem o diagnóstico e o
tratamento, melhor será a evolução do quadro clínico.
• PRINCIPAIS TRANSTORNOS MENTAIS DA
INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA
TRANSTORNOS DO HUMOR
• Define-se humor como um sentimento que afeta e se
sustenta de modo a influenciar as ações humanas.
Porém, ao perturbá-lo, seja branda ou intensamente,
podem-se desenvolver transtornos do humor ou
transtornos afetivos (SEKHON; GUPTA, 2020). Devido
à sua prevalência e consequên cias (cognitivas,
sociais e psicológicas) em longo prazo, os transtornos
do humor em crianças e adolescentes preocupam as
autoridades médicas e go vernamentais, uma vez
que é possível levar a comorbidades e à mortalidade
(SEKHON; GUPTA, 2020).
• Para avaliação de tais tipos de transtorno, pode-se
mencionar a va riação do humor, como, por
exemplo, a excitação e a depressão. Nessa últi ma,
ao invés de deprimido, os mais jovens podem
apresentar irritabilidade, segundo os critérios
diagnósticos da quinta edição do Manual diagnóstico
e estatística de transtornos mentais (DSM-V).
Excetuando-se esse detalhe, o transtorno depressivo
maior e o transtorno bipolar I são os mesmos tanto
para adultos quanto para crianças e adolescentes
(KAPLAN; SADOCK, 2017).
• O humor das crianças é especialmente
vulnerável às influências de severos
estressores sociais, como discórdia familiar
crônica, abuso, negli gência e fracasso escolar.
Meio ambiente nocivo (e.g., brigas familiares
recor rentes, abuso e descaso parental, entre
outros) pode favorecer a remissão de alguns
ou de grande parte de seus sintomas
depressivos (KAPLAN; SADOCK,
Diagnóstico
• Um dos diagnósticos pode ser o de transtorno depressivo
maior. Em crianças, tal transtorno é mais facilmente
diagnosticado quando é agudo e ocorre sem sintomas
psiquiátricos anteriores;
• De acordo com os critérios diagnósticos tanto do DSM-V
(transtor no depressivo maior) quanto do CID-10 e do CID-11
(transtornos depres sivos), as condições para caracterização
de um episódio depressivo devem possuir, ao menos, cinco
dos sintomas listados a seguir, apresentando-se por um
período de duas semanas, com consequências negativas no
âmbito social ou escolar:
• Humor deprimido ou irritável; • Perda de
interesse e prazer; • Fracasso da criança em
obter os ganhos de peso esperado; • Insônia
ou hipersonia diária; • Agitação ou retardo
psicomotor, • Fadiga diária ou perda de
energia, • Perda de sentimento otimista em
relação ao futuro; • Sensações de inutilidade
ou culpa inapropriada; • Pensamentos ou
ideações ou tentativas suicidas recorrentes; •
Capacidade diminuída para pensar ou se
concentrar ou tomar decisões
TRANSTORNOS DO ESPECTRO
AUTISTA (TEA)
• O TEA é um transtorno do desenvolvimento
neurológico que se carateriza, principalmente,
pelo comprometimento da habilidade de
comunicação e interação social, assim como
por comportamentos estereotipados e
interesses repetitivos e/ou restritos.
Causas do Transtorno do Espectro
Autista
• Acredita-se que as principais causas do TEA
são fatores genéticos e ambientais. Sendo
que a hereditariedade é a responsável por
cerca de 81% dos casos. Dentre os fatores
ambientais, destaca-se que o uso de
determinados medicamentos durante
a gestação e a idade avançada do pai sejam
fatores que influenciem no desenvolvimento
do transtorno.
Espectro Autista

Sinais e sintomas do Transtorno do Espectro Autista


• Os sinais e sintomas do TEA surgem logo nos
primeiros anos de vida e devem ser relatados ao
médico que faz o acompanhamento da criança
– Não manter contato visual por muito tempo;
– Não atender quando chamado pelo nome;
– Não se interessar por outras pessoas;
– Apresentar pouca ou nenhuma verbalização;
• Repetir frases ou palavras sem a devida função
(ecolalia);
• Incômodo incomum com sons altos;
• Interesse restrito ou hiperfoco;
• Não apontar e não olhar quando apontamos algo;
• Ser muito preso a rotinas;
• Fazer movimentos repetitivos sem função aparente;
• Alinhar objetos;
• Não brincar com brinquedos de forma convencional;
• Girar objetos sem uma função aparente;
• Quando criança, não imitar e nem brincar de
“faz de conta”.
• É importante destacar que cerca de um terço
das pessoas que apresentam o transtorno não
desenvolverá a fala. Além disso, um terço
delas também apresenta algum nível
de deficiência intelectual. É importante
destacar ainda que alguns indivíduos
são extremamente inteligentes, sendo
insuperáveis em suas áreas de conhecimento.
Suicídio
• É um ato deliberado e executado pelo próprio
indivíduo, em que há uma intenção de morte,
declarada ou não, mas provocada com uma
consciente intencional mesmo que ambivalente, ou
seja, mesmo que na dúvida, usando um meio que
aquele indivíduo acredita ser letal (Apesar dessa
definição não ser consensual, ela traz alguns
elementos importantes como: ser um ato deliberado,
de haver uma intenção de morte e utilizar-se de um
meio que naquele momento acredita ser letal).
Principais fatores de risco
envolvidos:
• História da Suicidalidade – ainda pensa em suicídio/tentativa
prévia;
• Demográficos: mais comum no sexo masculino/morar sozinho;
• Estado mental: transtorno de humor/ uso de substância
psicoativas/ irritabilidade, agitação ou sintomas psicóticos –
“perda/ ruptura de funcionalidade prévia”- Sinal de Alerta;
• História familiar [genética e ambiente]: comunicação frágil com
cuidadores/ casos familiares;
• História social: abuso sexual/ minorias sexuais e étnicas/
fragilidade de grupos de apoio;
• Religiosidade: pode ser um fator que ajuda na prevenção, mas
também pode ser um dificultador nos casos em que a religião
impede que aquele indivíduo busque ajuda.
Deficiência Intelectual: conceito
O estado de redução notável do funcionamento intelectual

significativamente inferior à média, associado a limitações

pelo menos em dois aspectos do funcionamento adaptativo:

comunicação, cuidados pessoais, competência doméstica,

habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários,

autonomia, saúde e segurança, aptidões escolares, lazer e

trabalho.

Associação Americana de
Retardo Mental
(AAMR/2002) e Manual
Diagnóstico e Estatístico
de Transtornos Mentais
84
(DSM – IV/2002)
Funcionamento Intelectual
Habilidades Intelectuais

A inteligência é concebida como capacidade geral,


incluindo “raciocínio, planejamento, solução de
problemas, pensamento abstrato, compreensão de
idéias complexas, rapidez de aprendizagem e
aprendizagem por experiência” (LUCKASSON, 2002).
*Déficits Específicos em: operações e/ou funções do processo
cognitivo (dificuldade em generalizar, transferir e aplicar
estratégias já aprendidas em situações e problemas diferentes
em que foram adquiridas). 85
Funcionamento Adaptativo
Habilidades Conceituais, Sociais e Práticas

O comportamento adaptativo é definido como o


“conjunto de habilidades conceituais, sociais e práticas
adquiridas pela pessoa para corresponder às
demandas da vida cotidiana” (LUCKASSON, 2002).

*Habilidades Conceituais: aspectos acadêmicos, cognitivos e de


comunicação.
*Habilidades Sociais: competências sociais.
*Habilidades Práticas: exercício da autonomia.
86
Habilidades Adaptativas
1. Comunicação: diz respeito às habilidades para
compreender e expressar informações por meio de
comportamentos simbólicos ou não simbólicos.
2. Auto cuidado: refere-se às habilidades que asseguram
higiene pessoal, alimentação, vestuário, uso de sanitário,
etc.
3. Vida do lar: diz respeito às habilidades para uma
adequada funcionalidade no lar (ALMEIDA, 2004).

87
Habilidades Adaptativas
4. Habilidades Sociais: dizem respeito às trocas sociais com
outros indivíduos.
5. Desempenho na Comunidade: habilidades relacionadas ao
uso apropriado dos recursos da comunidade.
6. Auto direção: se refere às habilidades de fazer escolhas;
cumprir planejamento; tomar iniciativas; resolver problemas
familiares ou em situações novas; autoadvocacia
(ALMEIDA, 2004).

88
Habilidades Adaptativas
7. Saúde e Segurança: dizem respeito às habilidades para cuidar as saúde em

termos de alimentação, identificação de tratamento e prevenção de doenças,

cuidar da própria segurança, etc.

8. Habilidades Acadêmicas funcionais: habilidades cognitivas relacionadas à

aprendizagem dos conteúdos curriculares (foco na aquisição).

9. Lazer: diz respeito às habilidades para desenvolver interesses e participar de

atividades de entretenimento individual e coletivo.

10. Trabalho: refere-se às habilidades para manter um trabalho em tempo

parcial/total; autogerenciamento (ALMEIDA, 2004).

89
Sistemas de Apoios
Os apoios são recursos e estratégias que visam

promover o desenvolvimento, a educação, os

interesses e o bem-estar de uma pessoa, e que

melhoram o funcionamento individual (AAMR, 2002).


Habilidades
Intelectuais
Comportamento
Adaptativo
Funcionamento
Participação, APOIOS
Individual
Interações, Papéis
Sociais

Saúde
90
Contexto
Intensidade dos Apoios
O apoio se efetua apenas quando necessário. Caracteriza-se por sua
Intermitente natureza episódica, com duração limitada, ou seja, nem sempre a
(Episódico)
pessoa necessita de apoio, mas durante momentos, em
determinados ciclos da vida.

Apoios intensivos caracterizados por duração contínua, por tempo


Limitado limitado, mas não intermitente. Como por exemplo, o treinamento do
(Consistente)
deficiente para o trabalho por tempo limitado ou apoios transitórios
durante o período entre a escola, a instituição e a vida adulta.

Trata-se de um apoio caracterizado pela regularidade, normalmente

Extensivo diária em pelo menos em alguma área de atuação, tais como na vida
(Contínuo)
familiar, social ou profissional. Nesse caso não existe uma limitação
temporal para o apoio, normalmente se dá em longo prazo.

É o apoio constante e intenso, necessário em diferentes áreas de


Permanente
(Constante) atividade da vida. Estes apoios exigem mais pessoal e maior
intromissão que os apoios extensivos ou os de tempo limitado.
(AAMR, 2002)
Os transtornos funcionais
específicos relacionam-se com
deficiência intelectual?
Distúrbios/Transtornos
Dificuldades de aprendizagem

• Na visão de Moojen (1999), são utilizados,


aleatoriamente, com o mesmo significado, os termos
distúrbios, transtornos, dificuldades e problemas de
aprendizagem para quadros diagnósticos
diferenciados.
Entre os transtornos funcionais específicos estão:

• Dislexia – transtorno de leitura;


• Disgrafia - Disortografia – transtorno de escrita;
• Discalculia- habilidades matemáticas;
• TDAH - transtorno do déficit de atenção e
hiperatividade.
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL- DA FAMÍLIA Á ESCOLA

• Elisabeth Kubler-Ross (1991) diz que o processo de aceitação


assemelha-se ao luto que podem ser divididos por cinco
estágios:

• Negação e isolamento;
• Raiva;
• Barganha;
• Depressão;
• Aceitação.
CARACTERÍSTICAS DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL-

• Dificuldades de compreensão, análise e síntese e retenção das


informações
• Dificuldades de explorações espontâneas
• Dificuldade em aprender ( quando esgotado todos os
recursos)
• Dificuldade para utilizar e relacionar informações
• Dificuldade de resolução de problemas ( de acordo com a
faixa etária)
• Dificuldade de compreensão de comandas
• Dificuldade em expressar de maneira lógica ideias e
pensamentos
Estratégias para auxiliar o professor não especializado na
construção de uma rotina de desenvolvimento pedagógico dos
alunos com necessidade educacional especial

• Tratar o aluno de maneira natural, não adotando


atitudes superprotetoras, infantilizada ou de rejeição;
• Respeitar sua idade cronológica, oferecendo atividades
compatíveis relacionadas ao que está sendo ensinado
aos demais alunos;
• Incentivar a autonomia na realização das atividades;
• Estabelecer objetivos, conteúdos,metodologia,
avaliação e temporalidade de acordo com a necessidade
do aluno;
• Dividir as instruções em etapas, olhando nos olhos do
aluno;
• Respeitar o ritmo de aprendizagem, oferecendo
desafios constantes;
• Repetir as instruções/atividades em situações
variadas, de forma diversificada;
• Estabelecer uma rotina na sala de aula, dizendo o
que e como vai acontecer;
• Estabelecer regras junto com o grupo de alunos,
procurando ressaltar as qualidades de cada;
• Reforçar comportamentos adequados;
• Apresentar os espaços físicos construindo
referências eu os tornem mais familiares.
Quociente de Inteligência (QI)
• O primeiro teste para medir a capacidade intelectual foi
desenvolvido no início do século XX pelo psicólogo francês
Alfred Binet (1859-1911). Inicialmente, o teste foi aplicado
apenas nas escolas para identificar estudantes com
dificuldades de aprendizado.
• As escalas de inteligência foram propostas pelo psicólogo
Lewis Madison Terman (1877-1956), com base em vários
trabalhos sobre crianças superdotadas. Através da fórmula QI
= 100 x IM/IC, classificou o resultado superior a 140 como
genialidade e os valores inferiores a 70 como raciocínio lento.

99
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento

100
• os autores Schwartzman, Mercadante e
Van der Gaag afirmam que o TID
inclui manifestações em três domínios:
• social,
• da comunicação e do
• comportamento.

101
Quais são os Transtornos Invasivos do
Desenvolvimento?

• Autismo;
• Síndrome de Asperger;
• Síndrome de Rett;
• Transtorno Desintegrativo da Infância.
• Existe ainda uma categoria conhecida como
TID-SOE, sigla para Transtorno Invasivo do
Desenvolvimento – sem outra especificação.

102
• De acordo com o pesquisador Kaplan, esses
transtornos são condições psiquiátricas nas
quais as habilidades sociais, o
desenvolvimento da linguagem e os aspectos
comportamentais esperados para uma criança
não se desenvolvem ou então são perdidos no
início da infância.

103
causas dos Transtornos Invasivos do
Desenvolvimento
• não existe nenhuma causa definida para os
TID, apenas estudos e pesquisas feitas sobre o
tema. Dessa forma, estima-se que esses
transtornos apresentem causas
neurobiológicas, podendo se manifestar de
maneira isolada ou a partir de uma condição
médica prévia, que pode ser:

104
causas dos Transtornos Invasivos do
Desenvolvimento
• Infecção pré-natal;
• Síndrome fetal alcoólica;
• Síndrome de Down;
• Síndrome de Williams;
• Síndrome de Angelman;
• Síndrome do X-frágil.
• Além disso, existem evidências de que fatores
familiares podem estar diretamente ligados
105
diagnóstico do Transtorno Invasivo do
Desenvolvimento
• o diagnóstico de TEA, os Transtornos Invasivos
do Desenvolvimento (TID) só podem ser
identificados com a observação do
comportamento do indivíduo. Além disso, os
relatos de familiares e pessoas próximas à
criança também podem contribuir para que
os sinais de atraso no desenvolvimento sejam
avaliados.

106
diagnóstico do Transtorno Invasivo do
Desenvolvimento
• Alguns dos hábitos que podem ser reparados nas pessoas
com Transtornos Invasivos do Desenvolvimento são:
• Apego à rotina;
• Seletividade alimentar;
• Pouca ou nenhuma sensação de dor;
• Pequenos toques ou estímulos aleatórios podem levar a
agitação, ou choro;
• Dificuldade com o uso ou entendimento da linguagem;
• Barreiras relacionadas a pessoas, eventos ou objetos;
• Maneiras incomuns de brincar com determinados brinquedos ou
objetos;
• Alteração a respostas do som, como hipersensibilidade.
107
Transtorno do Desenvolvimento da
Linguagem (TDL)

108
• O transtorno do desenvolvimento da linguagem
(TLD) é um distúrbio de comunicação que
interfere na aprendizagem, compreensão e uso
da linguagem. Essas dificuldades de linguagem
não são explicadas por outras condições, como
perda auditiva ou autismo, ou por circunstâncias
atenuantes, como falta de exposição à linguagem.
TDL pode afetar a fala, audição, leitura e escrita de
uma criança. O TDL também foi chamado de
comprometimento específico da linguagem, atraso
da linguagem ou disfasia do desenvolvimento

109
O que causa TDL

• TDL é um distúrbio do
neurodesenvolvimento. Os distúrbios do
neurodesenvolvimento são causados por
interações complexas entre os genes e o
ambiente que alteram o desenvolvimento
do cérebro.
• As causas exatas das diferenças cerebrais
que levam ao TDL são desconhecidas.

110
Quais são os sintomas da TDL
Crianças mais novas com TDL podem:
• Atrasar-se para juntar palavras em frases.
• Esforce-se para aprender novas palavras e
conversar.
• Têm dificuldade em seguir instruções, não porque
sejam teimosos, mas porque não entendem
totalmente as palavras que lhes são ditas.
• Comete erros gramaticais frequentes ao falar.

111
Os sintomas comuns em crianças mais velhas e
adultos com TDL incluem:
• Uso limitado de frases complexas.
• Dificuldade em encontrar as palavras certas.
• Dificuldade em compreender a linguagem
figurada.
• Problemas de leitura.
• Contação de histórias e escrita desorganizadas.
• Erros gramaticais e ortográficos frequentes.

112
Como o TDL é diagnosticado
Em geral, uma avaliação inclui:
• Observação direta da criança.
• Entrevistas e questionários preenchidos
pelos pais e/ou professores.
• Avaliação da capacidade de aprendizagem
da criança.
• Testes padronizados de desempenho de
linguagem atual.

113
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, M. A. Apresentação e análise das definições de deficiência mental propostas
pela AAMR - Associação Americana de Retardo Mental de 1908 e 2002. Revista de
educação PUC – Campinas, n. 6, p. 33-48, 2004.

OLIVEIRA, A.A.S. de; OMOTE, S.; GIROTO, R.M. Inclusão Escolar: as


contribuições da Educação Especial. São Paulo: Cultura Acadêmica Editora,
Marília: Fundepe Editora, 2008, 208 p.

114
• Bibliografia
• CHENIAUX, & Elie. (2016). Psicopatologia. Brasil: Guanabara.
• EPPE, & B., A. (2005). Uma visão psicobiológica da personalidade limitrofe.
• OLIVEIRA, & Aneska. (2021). Transtornos Mentais (DSM-5). Belem: UFra.
• Psychiatric, A. (2014). DSM-5. EUA: ABDR.
• SOUSA, & carlosPires, J. (2021). Psicopatologia da infancia e do
Adolescente. ISBN.
ALMEIDA, M. A. Apresentação e análise das definições de deficiência mental
propostas pela AAMR - Associação Americana de Retardo Mental de 1908 e 2002.
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OLIVEIRA, A.A.S. de; OMOTE, S.; GIROTO, R.M. Inclusão Escolar: as


contribuições da Educação Especial. São Paulo: Cultura Acadêmica Editora,
Marília: Fundepe Editora, 2008, 208 p.

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