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APRENDIZAGEM EM FOCO
PSICOPATOLOGIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: André Pereira Gonçalves
Leitura crítica: Rogério Adriano Bosso
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INTRODUÇÃO
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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4
TEMA 1
Concepções epistemológicas em
Psicopatologia Geral
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Autoria: André Pereira Gonçalves
Leitura crítica: Rogério Adriano Bosso
DIRETO AO PONTO
A forma como a loucura foi vista durante os diferentes períodos
da história foi sendo alterada e ajustada às crenças e contextos.
Um exemplo das crenças sobre a loucura na Grécia Antiga era a
ousadia do homem em tentar obter o controle do seu destino,
o que despertava a ira dos deuses, e por isso era castigado.
Outros acreditavam que os loucos tinham dons especiais que
lhes davam a habilidade de comunicar com o divino e ter acesso
a verdade absoluta. Hipócrates, médico grego considerado o
pai da Medicina, apresentava uma visão diferente, indicando
que o homem teria quatro fluidos corporais (bile negra, bile
amarela, sangue e fleuma), e que o equilíbrio destes é o que
definia o saudável e o patológico. Galeno também seguia a ideia
dos fluidos corporais, e esta perspectiva perdurou por muitos
anos, mas, perdeu espaço novamente por crenças religiosas e
punições divinas. Um marco histórico era a Nau dos Loucos. A
Nau dos Loucos consistia em se livrar dos loucos e vagabundos
– outro termo utilizado, na época, para pessoas consideradas
loucas, que vagavam pelas cidades – colocando-os em barcos e
vagando com eles até deixá-los em terras distantes. Apenas no
ano de 1786, Pinel começo a propor tratamentos para pacientes.
A psicopatologia como disciplina surgiu apenas em 1913.
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Tabela 1 – Tipos de psicopatologias
Tipos de
Definição
psicopatologias
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Trata-se do modelo adotado pelas
Psicopatologia classificações de transtornos mentais. DSM-
Operacional IV e a CID 10. Não são questionadas as
naturezas da doença.
Proposto pelo psicanalista francês Pierre Fedida. Centra
a atenção sobre os fundamentos de cada conceito
Psicopatologia psicopatológico. Dá ênfase a noção de doença como áthos
Fundamental (sofrimento, paixão, passividade). É um sofrimento-paixão
que ao ser narrado se transforma em experiência e
enriquecimento.
Referências bibliográficas
CECCARELLI, P. Psychic suffering from the fundamental psychopathology
perspective. Psicologia em Estudo, 10(3), p. 471-477, 2005.
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais.
Porto Alegre: Artmed Editora, 2018.
Referências bibliográficas
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais.
Porto Alegre: Artmed Editora, 2018.
TEORIA EM PRÁTICA
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necessariamente trabalhará com o diagnóstico de psicopatologias,
e no caso relatado, terá que fechar um quadro diagnóstico para o
paciente. Para isso, o profissional deverá utilizar como base para
sustentação do diagnóstico a Classificação Estatística Internacional
de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID). Qual tipo
de psicopatologia é investigado neste caso, e quais são as limitações
encontradas por utilizar este tipo de psicopatologia?
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura
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Indicação 1
Indicação 2
QUIZ
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1. Durante o período da Renascença, uma prática de exclusão social
dos loucos chamou atenção. Para “limpar” as cidades, muitas
cidades europeias trancafiavam os loucos e os ditos vagabundos
em instituições de isolamento. Porém, o que mais chamou
atenção como forma de exclusão e de livrar a cidade dos loucos e
que ficou marcado na história foi/foram:
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d. Os loucos, ainda hoje, são segregados, e não existem
tratamentos adequados para as psicopatologias.
e. Os padres foram os primeiros a acolher os loucos e a buscar
tratamento pautado na ciência para a loucura.
GABARITO
Questão 1 - Resposta B
Resolução: Destaca-se na literatura da visão do louco no
período Renascentista a prática de pôr os loucos em barcos
para que eles fossem para longe das cidades. Era uma forma de
se livrar e enviar o problema para longe, para que outra cidade
pudesse ser responsável por eles.
Questão 2 - Resposta C
Resolução: Philippe Pinel foi pioneiro no tratamento dos
portadores de sofrimento mental no ano de 1786. Pinel foi
psiquiatra no asilo de Bicêtre e Salpêtrière, hospitais franceses
que viriam a ser parte do hospital geral. Com Pinel, nasceu
uma psiquiatria que pela primeira vez pretende tratar o louco
como um ser humano. Por meio de estudos e observações de
comportamentos, ele propunha intervenções nestes pacientes.
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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4
TEMA 2
Terminologia geral em
psicopatologia
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Autoria: André Pereira Gonçalves
Leitura crítica: Rogério Adriano Bosso
DIRETO AO PONTO
Termos Conceitos
A Organização Mundial de Saúde (OMS) propôs uma definição
ampla para a saúde que não abrange apenas a ausência
de uma doença instalada, mas, sim, que a saúde seria um
Saúde uma condição de bem-estar físico, mental e social. Pode-se
perceber que o amplo conceito de saúde abrange questões
mentais, ou seja, um sujeito com transtornos mentais não
preencheria os critérios de saúde preconizados pela OMS.
Descrição por parte do paciente, sobre alguma coisa que esteja
sentindo. Descrição de algo que o incomode, tanto na sua
Sintomas
descrição quanto no seu funcionamento mental, que passa
a ser patológico por meio da observação do profissional.
Ordenação e classificação das doenças. É uma taxonomia
Nosologia
que visa auxiliar profissionais para o diagnóstico.
Nosografia Ordena as enfermidades por um o aspecto meramente descritivo.
Estudo das causas, ou seja, o que causa o surgimento
Etiologia
e manifestação de determinada psicopatologia.
Sintomas específicos que provocam alterações no organismo e
Doença
que podem ser observadas ou verificadas por meio de exames.
Síndrome Podem ser multifatoriais e não são propriamente identificadas.
Manifestações psicológicas associadas a comportamentos
Transtorno
disfuncionais e desajustados. Conjunto sindrômico.
O diagnóstico é uma ferramenta científica com objetivo de
identificar e classificar um conjunto de sintomas e sinais. Ou seja,
Diagnóstico por meio do conjunto de sintomas chegar a uma conclusão se
um paciente tem ou não um quadro psicopatológico. Em caso
positivo, deve-se identificar qual é a psicopatologia do paciente.
Crenças fixas e rígidas que não são superadas mesmo
Delírio quando demonstrada para o paciente, com evidências de
que estas crenças não são compatíveis com a realidade.
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Alucinações são experiências similares à percepção com
Alucinação
as diferenças que ocorrem sem um estímulo externo.
Referências bibliográficas
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. O Manual de Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais. 5. ed. São Paulo: Artmed Editora, 2014.
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais.
Porto Alegre: Artmed Editora, 2018.
1. Identificação.
2. Queixa principal (QP).
3. História da moléstia atual (HMA).
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4. Revisão de sistemas.
5. História patológica pregressa.
6. História familiar.
7. História social/hábitos de vida.
TEORIA EM PRÁTICA
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Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura
Indicação 1
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.
a. Sintoma.
b. Doença.
c. Transtorno.
d. Síndrome.
e. Saúde mental.
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2. A anamnese é uma entrevista completa que visa investigar
o histórico anterior de psicopatologia, histórico de doenças
e condições que podem interferir na saúde mental do
paciente. Não faz parte de uma anamnese tradicional:
a. Queixa principal.
b. Histórico social.
c. História familiar.
d. Relacionamentos amorosos.
e. Identificação.
GABARITO
Questão 1 - Resposta B
Resolução: Sintomas específicos que provocam alterações no
organismo, que podem ser observadas ou verificadas por meio
de exames é a definição do termo doença.
Questão 2 - Resposta D
Resolução: Os relacionamentos amorosos não fazem parte
de uma anamnese tradicional. Em casos da necessidade de
investigar esse problema, necessita buscar formas alternativas
de anamnese ou outras entrevistas.
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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4
TEMA 3
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Referências bibliográficas
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. O Manual de Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais 5. ed. São Paulo: Artmed Editora, 2014.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CID-10: Classificação Estatística
Internacional de Doenças com disquete. v. 1. São Paulo: Edusp, 1994.
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Figura 2 – Exemplo de modelo dimensional
Referências bibliográficas
KOTOV et al. The Hierarchical Taxonomy of Psychopathology (HiTOP): A
dimensional alternative to traditional nosologies. Journal of Abnormal
Psychology, 126(4), p. 454–477, 2017.
TEORIA EM PRÁTICA
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e amigos que se sentem incomodados e acabam por afastar do
paciente. Estes comportamentos seguem com o paciente desde a
adolescência acentuando na idade adulta. O profissional verifica que
o paciente apresenta prejuízos e sofrimento com sua condição. A
hipótese diagnóstica do profissional é que se trata de um paciente
com transtorno da personalidade borderline. Porém, ao verificar os
critérios diagnósticos elencados na sessão II do DSM-V, percebe que
o paciente não apresenta critérios suficientes para um diagnóstico de
transtorno da personalidade borderline. Qual seria o procedimento
correto do profissional: Enviar o paciente para casa sem nenhum
diagnóstico? Ou tratar o paciente mesmo que ele não apresente o
número de critérios indicado no modelo categórico do DSM-V?
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura
Indicação 1
Indicação 2
QUIZ
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Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.
Questão 1 - Resposta E
Resolução: O modelo categórico que é utilizado nos
manuais psiquiátricos utiliza da visão categórica. Nesta visão,
os pacientes precisam apresentar um número de critério
estabelecido e indicado no manual. O resultado é sempre
dicotômico, ou a pessoa tem ou não um transtorno.
Questão 2 - Resposta D
Resolução: Neste modelo apresentado na sessão III do DSM-V,
o diagnóstico de transtornos da personalidade é feito com base
nos modelos categórico e dimensional. Primeiro, avalia-se o
critério A que vai indicar se a pessoa tem ou não um transtorno
da personalidade. O critério B é composto por 25 traços, e a
depender do nível das pessoas nestes traços é que torna-se
possível saber qual perfil patológico o paciente se encaixa.
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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4
TEMA 4
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O transtorno bipolar apresenta aspectos tanto de
transtornos de humor quanto de transtornos psicóticos.
O transtorno bipolar tem uma prevalência entre 1
e 2% da população, e é caracterizado por episódios
Transtorno Bipolar
de alteração do humor de difícil controle. Nessas
alterações, o paciente passa por momentos de profunda
depressão e estados de extrema mania (transtorno
bipolar tipo I) ou depressão e hipomania (bipolar II).
Obsessivo-
Preocupação com ordem, perfeccionismo, controle e rigidez.
compulsiva
Referências bibliográficas
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. O Manual de Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais 5. ed. São Paulo: Artmed Editora, 2014.
SANTANA, G. L. et al. The epidemiology of personality disorders in the Sao
Paulo Megacity general population. PloS one, 13(4), 2018.
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TEORIA EM PRÁTICA
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura
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públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.
Indicação 1
Indicação 2
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QUIZ
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d. No Brasil, a indústria farmacêutica não tem interesse no
diagnóstico de transtornos da personalidade.
e. Os transtornos da personalidade não fazem parte dos serviços
públicos de saúde mental.
a. Instabilidade emocional.
b. Impulsividade.
c. Tomada de Risco.
d. Suspeita de que o outro quer o prejudicar.
e. Apego.
GABARITO
Questão 1 - Resposta B
Resolução: Os cursos de Graduação têm pouco foco no
ensino de transtornos da personalidade. A grade tem mais o
foco em teorias da personalidade e menos na praticidade de
identificação destes transtornos.
Questão 2 - Resposta D
Resolução: Suspeita de que o outro quer o prejudicar não
faz parte das características do paciente com transtorno da
personalidade borderline e sim do paranoide.
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BONS ESTUDOS!