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PSICOPATOLOGIA I - resumo prova

Semiologia → Ciência dos signos (linguística, Conteúdo: preenche a alteração estrutural (culpa,
musical, artes). religioso, persecutório). Preenche a forma.
Semiologia→ Médica/psicológica estudo dos Patoplastia. (é o que dá o preenchimento) É mais
sintomas e dos sinais das doenças, permite pessoal, envolve a história de vida pessoal, cultural,
identificar alterações físicas e mentais, ordenar os personalidade, cognição.
fenômenos observados, formular diagnósticos, Campos da psicopatologia
empreender terapêuticas. Trata-se de um campo de conhecimento com uma
Semiologia→ Psicopatológica: Estudos dos sinais multiplicidade de abordagens teóricas.
e sintomas dos transtornos mentais, transcende a Descritiva: Preocupa-se com a forma das
esfera linguística (gestos, atitudes, comportamentos alterações psíquicas, a estrutura dos sintomas,
não verbais). aquilo que caracteriza a vivência patológica.
Sintomas objetivos (observados pelo examinador) Dinâmica: interessa-se pelo conteúdo das vivências,
dos sintomas. Sintomas subjetivos (percebido os movimentos internos de afetos, desejos e temores
apenas pelo paciente). Sinais, são definidos como do indivíduo, a experiência particular, pessoal.
dados elementares das doenças que são provocados Médico-naturalista: noção de homem centrado no
(ativamente evocados) pelo examinador. corpo. Como ser biológico, natural. A doença mental
Divisões da Semiologia: é vista como mau funcionamento do cérebro, uma
Semiotécnica: Técnicas e procedimentos desregulação ou disfunção de uma parte do
específicos de observação e coleta de sinais e “aparelho biológico”.
sintomas, bem como sua descrição. Na perspectiva existencial, a pessoa é vista na sua
Semiogênese: Campo de investigação da origem singularidade, natural e biológica na sua dimensão
dos mecanismos, do significado e do valor elementar, mas principalmente histórica e humana. O
diagnóstico e clínico dos sinais e sintomas. ser é construído na experiência particular de cada
Entidades Nosológicas: (Transtornos específicos – sujeito na relação com o outro.
esquizofrenia, doença de alzheimer) Fenômenos Categorial: Os transtornos mentais podem ser
mórbidos onde se pode identificar ou presumir com entendidos como entidades individualizadas, com
certa consistência certos fatores causais (etiologia) contornos e fronteiras bem demarcadas.
curso / relativamente homogêneo, estados terminais, Dimensional: hipoteticamente mais adequada à
típicos mecanismos psicológicos e psicopatológicos realidade clínica. Pressupõe um continuum entre os
característicos, antecedentes genético-familiares quadros clínicos. Espectro esquizofrênico (demência
específicos e resposta a tratamento mais ou menos precoce) esquizofrenia com sintomas afetivos,
previsíveis. depressão e mania psicótica.
Definição Psicopatologia Biológica: enfatiza os aspectos cerebrais,
-Conjunto de conhecimentos referentes ao neuroquímicos e neurofisiológicos das doenças e
adoecimento mental dos ser humano – sistemático, dos sintomas mentais. A doença mental decorre de
elucidativo, desmistificante. aspectos neurais de determinadas áreas e circuitos
-Científico não aceita critérios de valor, dogmas, cerebrais.
verdades, priori (suposição). Sociocultural: os transtornos mentais seriam
-Sujeito a revisões, críticas e reformulações. comportamentos desviantes que decorrem de fatores
-Doença Mental – são vivências, estados mentais e como pobreza, discriminação, migração, estresse
padrões comportamentais com especificidade ocupacional, problemas familiares, aspectos
psicológica própria. simbólicos e históricos de normas e valores
-Se beneficia dos conhecimentos das tradições, construídos historicamente determinam o normal e o
neurológicas, psicológicas e filosóficas, não se patológico e as formas de tratamento.
confundindo ou limitando - se a cada um destes Operacional Pragmática: as definições dos
campos. transtornos são formuladas de forma arbitrária
Forma e conteúdo dos sintomas visando a clínica ou pesquisas. Não são
Forma: estrutura semelhante em diversos pacientes questionadas a natureza da doença, os fundamentos
(alucinação, delírio, ideias obsessivas). Patogênese filosóficos e antropológicos, modelos adotados pelas
é universal, comum a todos os pacientes em classificações da CID 10 e DSM V.
diferentes culturas.
PSICOPATOLOGIA I - resumo prova

Psicopatologia Fundamental: Pierre Fedida, busca psicossocial, desestruturações, e reestruturações, ao


os fundamentos históricos de cada conceito, não só longo do tempo, de crises, das mudanças em alguns
na tradição médica, mas também literárias, artísticas períodos etários.
e outras áreas humanas. Doença mental como Normalidade subjetiva: Percepção do indivíduo em
phatos, que significa paixão, sofrimento, passividade. relação a sua condição de saúde.
Ao ser narrado a um interlocutor, em certas Normalidade como liberdade: Perda da liberdade
condições, pode significar uma experiência de de escolha, incapacidade de escolhas, dependência.
enriquecimento (Berlinck, 1977). Normalidade operacional: Arbitrária, vivência do
Relação da psicopatologia com a psicologia geral transtorno é individual.
Psicopatologia como “patologia do psicológico”. Aqui, Neurociência e filosofia
a psicopatologia é tida como um ramo da psicologia Relação mente-cérebro: As possíveis relações entre
geral. Nesse sentido, se a psicologia é o estudo a atividade mental, aquilo que a tradição filosófica
sistemático da vida psíquica normal, a psicopatologia chama de espírito, alma ou mente, e o órgão do
deveria ser vista, então, não propriamente como uma corpo humano responsável por essa atividade, ou
disciplina autônoma, mas como uma parte ou um seja, o cérebro, têm sido objeto de reflexões e
ramo da psicologia geral, uma subdisciplina que intensas discussões filosóficas desde a Antiguidade.
estuda os fenômenos anormais. Trata-se da complexa relação mente-cérebro (RMC),
Psicopatologia como propedêutica psiquiátrica. ou alma-corpo. Filosofia da Mente.
Nessa conceitualização, a psicopatologia passa a ser Perspectivas Dualistas: Acreditam que a mente e o
vista como o campo de estudo dos princípios e dos cérebro são separados.
métodos de estudo do adoecimento mental, a ciência Perspectivas Monistas: Acreditam que a mente e o
introdutória e prévia à psiquiatria e psicologia clínica. cérebro são uma coisa só. Fruto de processos que
Medicalização modulam o que somos e que fenômenos da mente
Medicalização: processo pelo qual problemas não ocorrem no cérebro).
médicos passam a ser definidos e tratados como CAUSALIDADE EM PSICOPATOLOGIA
problemas médicos. Plausibilidade: É plausível (explica-se) do ponto de
Psiquiatrização: transformação de problemas não vista biológico, psicológico, social. Ex. H.I.V. > aids.
psiquiátricos em psiquiátricos. Temporalidade: A causa antecede o efeito.
Psicologização: transformação de problemas não Reversibilidade: A remoção ou redução da causa,
psicológicos em psicológicos. cessa ou diminui o efeito.
Os critérios de normalidade e doença em Força de associação: Relação intensa (causa e
psicopatologia variam consideravelmente em função efeito).
dos fenômenos específicos com os quais se Gradiente Biológico/dose resposta: Níveis crescentes
trabalha, também das opções filosóficas do de exposição ao fator causal aumentam o risco de
profissional ou da instituição. Em certos casos, ocorrência do efeito.
pode-se utilizar a associação de vários critérios, Consistência: Sob diferentes óticas, contextos,
dependendo dos objetivos. Trata-se de uma área estudos os resultados se assemelham.
que requer crítica e reflexão contínua dos Especificidade: A atuação da causa é necessária
profissionais. para surgir o efeito.
Critérios de normalidade Evidência experimental: Demonstrada por
Normalidade como ausência de doença: nem experimentos.
todos terão seus sintomas manifestos. Coerência: A relação de causalidade não deve
Normalidade ideal: Adaptação às normas. conflitar com conhecimentos já bem estabelecidos
Patológico o que fugia do normal. pela ciência.
Normalidade estatística: Fora da curva. Analogia: Relações causais analógicas já tenham
Normalidade como bem estar: Completo bem estar sido demonstradas.
pela oms (utópico).
Normalidade funcional: É patológico quando a
disfunção produz sofrimento ao indivíduo e ao grupo
social.
Normalidade como processo: Considera os
aspectos dinâmicos do desenvolvimento

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