PSICOPATOLOGIA I
 TRANSTORNO PSICOLÓGICO:
TRANSTORNOS MENTAIS são disfunções
comportamentais, psicológicas ou biológicas que
surgem inesperadamente dentro do contexto
cultural, associadas ao sofrimento, prejuízo no
funcionamento ou aumento do risco de
sofrimento, morte, dor ou prejuízo.
Eles manifestam-se como desordens no
funcionamento cognitivo, emocional ou
comportamental, com uma frequência que se
repete ao longo do tempo, causando sofrimento
subjetivo devido ao prejuízo no funcionamento
da pessoa e caracterizando-se por respostas
atípicas em relação ao que é esperado no
contexto social/cultural.
 PSICOPATOLOGIA:
É o conjunto de Conhecimentos referente
ao adoecimento mental do ser humano,
abordando a descrição clínica, causas,
tratamento e resultados. Ela tem sua raiz na
tradição médica e um dos maiores representantes
é KARL JASPERS.
A AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA reconhece
os limites da ciência, que não pode reduzir
completamente o ser humano a conceitos
psicopatológicos. Sempre resta algo que
transcende à psicopatologia e mesmo à ciência,
permanecendo no domínio do mistério.
Fenômenos Semelhantes – aquilo que é normal
a todas ou quase todas as pessoas
Fenômenos em Parte Semelhante e em Parte
Diferente – o ser humano comum experimenta,
mas que apenas em parte são semelhantes aos
vivenciados pela pessoa com transtorno mental.
Patogênese – a forma do sintoma. Geral e
Universal, comum a todos os pacientes.
Patoplastia – o conteúdo do sintoma, os temas e
histórias que preenchem essas manifestações.
Algo Pessoal, história de vida singular do
paciente.
Diferentes abordagens incluem a
FENOMENOLÓGICA, que busca compreender
as experiências subjetivas, a PSICODINÂMICA,
focada nos processos inconscientes, a
CATEGORIAL, que classifica transtornos em
categorias discretas, a DIMENSIONAL, que
dimensiona sintomas em um contínuo, e a
ATEÓRICA, que adota uma abordagem
ecleticamente pragmática (multifatorial).
CID (Classificação Internacional de Doenças)
– classificar, monitorar e mapear a prevalência e
a incidência não somente dos transtornos
mentais, mas de outras doenças e condições de
saúde associadas. (OMS)
DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais) – sistema associado a um
diagnostico categórico/dimensional por meio da
utilização de critérios específicos para cada
categoria. (APA)
Normalidade como Ausência de Doença –
indivíduo que simplesmente não é portador de um
transtorno mental definido.
Normalidade Ideal – é uma utopia, aquilo que
supostamente é visto como “Sadio”, mais
“Evoluído”.
Normalidade Estatística – o normal passa a ser
aquilo que se observa com mais frequência.
Normalidade como Bem-Estar – completo bem-
estar físico, mental e social.
Normalidade Funcional – baseia-se me
aspectos funcionais e não em quantitativos.
Normalidade como Processo – considera os
aspectos dinâmicos do desenvolvimento
psicossocial, das desestruturações e das
reestruturações ao longo do tempo, crises,
mudanças próprias e períodos etários.
 CONTRIBUIÇÃO GENÉTICA:
Metade dos Traços Permanentes da
Personalidade e Capacidades Cognitivas tem
influência genética, enquanto a interação entre
genes e ambiente pode ativar certos genes,
afetando a bioquímica do cérebro.
Modelo Diátese-estresse – cada tendência
herdada é uma diátese, que é a existência de uma
condição que torna alguém suscetível de
desenvolver transtorno (vulnerabilidade da
pessoa).
Modelo Correlação Gene-Ambiente – a carga
genética pode aumentar a probabilidade de um
indivíduo experimentar eventos estressantes ao
longo da vida (próprios fatores de risco).
 DIAGNÓSTICO PSICOPATÓLOGICO:
Vai além do rótulo do paciente e deve ser
MULTIDIMENSIONAL, considerando diversas
dimensões clínicas e psicossociais. Ele não
apenas permite a análise e reconhecimento dos
dados para avaliação de problemas, mas também
contribui para o avanço da ciência, prognóstico e
estabelecimento de terapias.
O Diagnóstico deve ser sempre
PLURIDIMENSIONAL: Transtorno Mental, de
Personalidade e do Nível Intelectual, de
Distúrbios Somáticos Associados, Problemas
Psicossociais e Eventos da Vida Desencadeantes
ou Associados, Avaliação Global do Nível de
Funcionamento Psicossocial, Formulação
Psicodinâmica do Caso e Formulação Cultural do
Caso.
Os Transtornos Mentais são
MULTIFATORIAIS, envolvendo aspectos
emocionais/cognitivos, biológicos e ambientais,
sendo essencial uma abordagem holística e
cuidadosa para evitar estigmatização.
AVALIAÇÃO CLÍNICA – avaliação e medição
sistemáticas dos fatores Psicológicos, Biológicos
e Sociais em um indivíduo que apresenta um
problema psicológico.
DIAGNÓSTICO – processo a partir do qual se
determina se um problema em particular que
esteja afetando o individuo satisfaz todos os
critérios de um Transtorno Psicológico.
 AVALIAÇÃO PSICOPATOLÓGICA:
Confiabilidade – Validade – Padronização
Entrevista Psicopatológica – permite a
realização de Anamnese/Entrevista Clínica e os
Exames Psíquicos.
Anamnese/Entrevista Clínica: dados
sociodemográficos, problema principal e a
história da queixa. Além do mais, uso de
substancia, história de vida e tudo que envolve o
indivíduo em seu desenvolvimento.
Exames Psíquicos: é o exame do estado mental
atual, realizado pelo entrevistador desde o início
até a fase final. É analisado:
✓ Aparência e Comportamento
✓ Processos de Pensamentos
✓ Humor e Afeto
✓ Funcionamento Intelectual
✓ Orientação
A Primeira Entrevista é crucial no diagnóstico,
devendo gerar confiança e esperança no
paciente. Deve-se coletar o máximo de
informações possível, incluindo a queixa básica,
sofrimento e dificuldades relatadas pelo paciente.
Dissimulação é quando o indivíduo tenta
esconder ou minimizar sintomas ou problemas
existentes, enquanto simulação é quando ele
finge ou exagera sintomas ou problemas que não
existem. Esses comportamentos podem
complicar o diagnóstico e o tratamento
adequados.
REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS):
Sistema brasileiro de serviços de saúde mental,
composto por uma rede de cuidados que inclui
serviços como SAMU, Unidades de Acolhimento,
CAPS, Consultório na Rua, UPA’S, Programa de
Volta para Casa, Centro de Convivência, Serviços
Residências Terapêuticas, Hospitais Gerais e
Cuidado em Liberdade.
 CONSCIÊNCIA:
CONSCIÊNCIA é a percepção consciente e
o conteúdo da mente, podendo parte dela estar
sob o foco da atenção. É composta por:
Definição Neuropsicológica – Estado de estar
desperto, acordado, vígil e lúcido.
Definição Psicológica – Capacidade do
indivíduo entrar em contato com a realidade.
Definição Ético-Filosófica – Ciência dos
deveres éticos.
As ALTERAÇÕES NORMAIS da
consciência são:
✓ Ritmos Circadianos – padrões biológicos que
ocorrem aproximadamente a cada 24 horas e
são sincronizados por pistas ambientais
recorrentes, como luminosidade.
Infradianos: duração maior que 24 horas, como o
ciclo menstrual humano.
Ultradianos: duração menor que 24 horas.
Circanuais: duração aproximada de um ano.
✓ Sono – estado de repouso fundamental para a
saúde e bem-estar do corpo e da mente.
Estágio 1: leve e superficial;
Estágio 2: menos superficial;
Estágio 3: sono mais profundo e difícil de
despertar;
Estágio 4: difícil de despertar, podendo causar
confusão ao ser despertado.
REM: Sonhos (vivencias predominantemente
visuais).
As ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS da
consciência são:
✓ Quantitativas – rebaixamento do sensório.
Obnubilição: Um estado de consciência
diminuída, no qual a pessoa está sonolenta e
confusa, mas ainda capaz de responder a
estímulos externos de forma limitada.
Sopor/Estupor: Um estado de sono profundo no
qual a pessoa pode ser despertada
temporariamente por estímulos intensos, mas
retorna rapidamente ao estado de inconsciência.
Coma: Um estado de inconsciência profunda no
qual a pessoa não responde a estímulos externos
e não demonstra sinais de consciência.
✓ Qualitativas – alteração parcial.
Estado Crepuscular: Um estado de consciência
alterada caracterizado por desorientação,
confusão e comportamento automático ou sem
propósito.
Dissociação da Consciência: Uma separação
parcial ou completa dos processos mentais
normais, resultando em uma experiência de
desconexão ou estranheza em relação ao
ambiente ou ao próprio corpo.
Transe: Um estado de consciência alterada no
qual a pessoa parece estar em um estado de
absorção profunda ou focada em um único
pensamento ou experiência, muitas vezes
acompanhado por uma diminuição da
consciência do ambiente externo.
SÍNDROMES psicopatológicas associadas
ao rebaixamento prolongado do nível de
consciência:
✓ DELIRIUM – Um estado de confusão mental
aguda caracterizado por alterações na
consciência, atenção, cognição e percepção.
Geralmente ocorre rapidamente e pode estar
relacionado a condições médicas agudas,
intoxicação por drogas, abstinência de
substâncias, infecções graves ou
desequilíbrios metabólicos.
 ATENÇÃO:
Meio pelo qual se processa ativamente uma
quantidade limitada de informações a partir da
enorme quantidade de informação disponível por
meio do sentido, memoria armazenada e de
outros processos cognitivos.
✓ Natureza da Atenção – Voluntária
(concentração ativa) e Espontânea (interesse
momentâneo);
✓ Direção da Atenção – Externa (mundo
exterior, sentidos) e Interna (introspectiva);
✓ Amplitude da Atenção – Focal (concentrada
em um campo determinado) e Dispersa (não
se concentra em um campo determinado);
✓ Qualidade da Atenção – Tenacidade (fixar e
manter sua atenção sobre um determinado
estímulo) e Vigilância (mudança de foco).
Seus tipos são:
✓ Seletiva – focar a atenção em determinados
estímulos, ignorando outros, de forma a
selecionar o que é relevante em um
determinado contexto.
✓ Sustentada – manter a atenção em uma tarefa
ou estímulo por um período prolongado de
tempo, sem distrações.
✓ Dividida – distribuir a atenção entre duas ou
mais tarefas simultaneamente.
✓ Alternada – alternar rapidamente a atenção
entre diferentes tarefas ou estímulos.
✓ Seleção de Resposta e Controle Executivo
– envolve a seleção e execução de respostas
apropriadas a partir das informações
disponíveis, bem como o controle de
processos cognitivos superiores, como
planejamento, inibição e flexibilidade mental.
Psicopatologias da Atenção:
✓ Distração – falta de concentração ou foco,
caracterizado por dificuldade em manter a
atenção em uma tarefa ou estímulo específico,
muitas vezes resultando em erros ou lapsos de
memória.
✓ Hiperprosexia – atenção excessivamente
focada em um estímulo particular, levando à
incapacidade de perceber ou responder
adequadamente a outros estímulos
importantes ao redor.
✓ Hipoprosexia – redução significativa na
capacidade de concentração ou atenção,
resultando em dificuldade para perceber ou
processar estímulos, muitas vezes associada à
fadiga ou sonolência.
✓ Aprosexia – completa abolição ou
incapacidade de manter a atenção em
qualquer estímulo, resultando em um estado
de consciência diminuída ou coma.
✓ Distraibilidade – estado patológico
caracterizado por uma incapacidade de manter
a atenção em uma tarefa ou estímulo por
períodos significativos de tempo, com
instabilidade marcante e mobilidade acentuada
da atenção voluntária.
Transtornos Mentais da Atenção:
✓ Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade – TDAH;
✓ Transtorno de Humor – depressão e mania;
✓ Transtorno Obsessivo-Compulsivo – TOC;
✓ Esquizofrenia.
 ORIENTAÇÃO:
É a capacidade de situar-se quanto a si
mesmo e ao ambiente. A avaliação da orientação
é um instrumento valioso para verificar
perturbações do nível de consciência, percepção,
atenção, memória e toda cognição.
O. AUTOPSÍQUICA – em relação a si mesmo.
O. ALOPSÍQUICA – capacidade de orientar-se
em relação ao mundo, isto é, quanto ao espaço e
quanto ao tempo.
Espacial: o local que o sujeito está no momento
(topográfica, geográfica, julgamento de distancia
e capacidade de navegação).
Temporal: indica se o sujeito sabe em que
momento cronológico está vivendo, a hora, dia,
se é manhã ou noite, o mês, ano, a época e o ano
corrente.
Psicopatologias da Orientação:
✓ Desorientação por Redução de Memória
Imediata e Recente - Incapacidade de se
orientar devido a problemas na retenção de
informações recentes.
✓ Desorientação por Redução do Nível da
Consciência - Perda de orientação devido a
um rebaixamento do nível de consciência,
como ocorre em casos de coma ou sedação
profunda.
✓ Desorientação apática ou abúlica -
Associada a um estado de apatia ou falta de
motivação, resultando em uma atitude
indiferente em relação ao ambiente.
✓ Desorientação Delirante - Perda de
orientação causada por um estado de
confusão mental aguda, caracterizado por
pensamentos desorganizados e desconexos.
✓ Desorientação por Déficit Intelectual -
Devido a um comprometimento cognitivo
subjacente, como ocorre em casos de
demência ou deficiência intelectual.
✓ Desorientação por Dissociação - Causada
por uma desconexão entre diferentes aspectos
da experiência mental, como ocorre em casos
de transtorno de personalidade dissociativa.
✓ Desorientação por desagregação - Devido a
uma falha na integração das informações
sensoriais, resultando em uma percepção
fragmentada do ambiente.
✓ Desorientação quanta a Própria Idade -
Incapacidade de se orientar em relação à
própria idade cronológica.
 SENSOPERCEPÇÃO:
Refere-se à capacidade do organismo de
receber, interpretar e integrar informações
sensoriais do ambiente, incluindo sensações
(como visão, audição, olfato, paladar e tato) e
percepções (a interpretação dessas sensações).
Imaginação – atividade psíquica, geralmente
voluntária, que consiste na evocação de imagens
percebidas no passado ou na criação de novas
imagens. Geralmente ocorre na ausência de
estímulos sensoriais.
Alteração da Sensopercepção:
Quantitativa – Envolve mudanças na intensidade
ou quantidade das sensações percebidas.
✓ Hiperestesia: Percepções anormalmente
aumentadas em intensidade ou duração.
✓ Hipoestesia: Percepções anormalmente
diminuídas, como na depressão.
✓ Hiperpatia: Sensação desagradável, como
queimação dolorosa, produzida por leve
estímulo à pele.
✓ Anestesias táteis: Perda da sensação tátil em
determinada área da pele, incluindo analgesia
(perda de sensações dolorosas) em partes do
corpo.
Qualitativa - Envolve mudanças na natureza ou
qualidade das sensações percebidas.
✓ Ilusão: é uma percepção deformada ou
alterada de um objeto real e presente, onde há
sempre um objeto externo real, mas a
 percepção é distorcida por fatores patológicos.
As ilusões ocorrem em condições de
rebaixamento do nível de consciência ou
fadiga grave. Elas são encontradas com maior
frequência no quadro de DELIRIUM.
Elas podem ser Visual (vê pessoas a partir
de estimulo visual como o móvel) e Auditiva
(estímulos sonoros inespecíficos).
✓ Alucinações: é a percepção clara e definida
de um objeto sem a presença do objeto
estimulante real.
Elas podem ser Auditivas (ruídos
primários), Tinnitus (Zumbidos e burburinhos),
Audiverbal (ouvir vozes sem estimulo real),
Schneiderianas (audioverbais em que vozes
comandam ações ou comentam ações e
atividades corriqueiras) e a Sonorização dos
Pensamentos (ouvir o pensamento no momento
que ele está sendo pensado ou de forma repetida,
logo após ter sido pensado).
TIPOS DE ALUCINAÇÕES:
Alucinações Visuais – visões nítidas sem a
presença de estímulos visuais.
✓ Simples: Fotopsias (o indivíduo vê cores,
bolas e pontos brilhantes).
✓ Complexas: Figuras e imagens de pessoas,
partes do corpo, entidades, objetos
inanimados, animais ou crianças.
✓ Cenográfica: Visão de cenas completas.
✓ Liliputiana: O indivíduo vê cenas com
personagens minúsculos.
Outros Tipos de Alucinações:
Tatéis: Sentir espetadas, choques, insetos ou
pequenos animais correndo sobre a pele.
Olfativas: Sentir o odor de coisas podres,
geralmente acompanhadas de forte impacto
emocional.
Gustativas: Sentir na boca sabores ácidos,
sangue, urina.
ALUCINAÇÕES SENSORIAIS E Forma do pensamento: Diz respeito à estrutura
PERCEPTIVAS:
Cenestésica: Sensações incomuns e anormais
em diferentes partes dos órgãos do corpo, como
sentir o cérebro encolhendo, o fígado se
despedaçando, entre outras.
Cinestésicas: Sensações alteradas de
movimentos do corpo, como sentir o corpo
afundando, perna encolhendo ou braço se
elevando.
Extracampinas: Experimentadas fora do campo
sensoperceptivo habitual, como ver uma imagem
atrás da parede.
Autoscópica: Alucinação visual na qual o
indivíduo enxerga a si mesmo, como se estivesse
fora do corpo.
Hipnagógicas e Hipnopômpicas: Alucinações
que ocorrem durante a transição sono-vigília,
sendo as hipnagógicas quando adormecendo e
as hipnopômpicas quando despertando.
Alucinose: O paciente percebe a experiência
alucinatória como estranha à sua pessoa.
 PENSAMENTO:
Envolve a percepção consciente, sendo
ideias que surgem de forma automática na mente.
Conceitos: São puramente cognitivos e
intelectivos, não envolvendo qualquer resquício
sensorial.
Juízo: Consiste na articulação entre dois ou mais
conceitos, sendo o processo que estabelece
relações significativas entre eles.
Raciocínio: Refere-se ao modo especial de
ligação entre termos ou conceitos, à sequência de
juízos e ao encadeamento de conhecimentos,
onde estes derivam uns dos outros.
Viés de Confirmação: Envolve a busca seletiva
e ativa por informações que confirmem hipóteses
falsas ou infundadas, sem considerar
cuidadosamente os dados factuais da realidade.
Viés de salto para Conclusões: Refere-se à
formulação de conclusões apressadas, sem base
em evidências factuais, e com um grau de certeza
que não condiz com tais evidências.
Processo do Pensar:
Curso do pensamento: Refere-se ao fluxo do
pensamento, sua velocidade e ritmo ao longo do
tempo.
básica do pensamento, sua arquitetura, que é
preenchida pelos diferentes conteúdos e
interesses do indivíduo.
Conteúdo do pensamento: É aquilo que dá
substância ao pensamento, os temas
predominantes, o assunto em si.
ALTERAÇÃO na Processo de Pensar:
Aceleração do pensamento: Flui rapidamente,
com ideias sucessivas difíceis de acompanhar.
Lentificação do pensamento: Progresso lento
do pensamento.
Bloqueio do pensamento: Interrupção abrupta e
inexplicável do pensamento durante uma
conversa.
Roubo do pensamento: Sensação de que o
pensamento foi tirado da mente por uma força
estranha, associada ao bloqueio do pensamento.
Fuga de ideias: Sucessão rápida e desordenada
de ideias devido à aceleração do pensamento.
Afrouxamento das associações: Associações
menos articuladas, mais livres, observadas nas
fases iniciais da esquizofrenia.
Descarrilhamento do pensamento: Desvios e
atalhos colaterais no pensamento, retornando
eventualmente ao curso original.
Dissociação e incoerência do pensamento:
Perda ou afrouxamento das relações centrais no
pensamento, típico da esquizofrenia.
Desagregação do pensamento: Perda completa
dos enlaces associativos e da coerência,
deixando apenas fragmentos do pensamento.
Os principais conteúdos que preenchem os
sintomas psicopatológicos são: Persecutórios,
depreciativos, de ataque a autoestima, de
poder, riqueza, grandeza ou missão,
religiosos, místicos, mágicos, eróticos,
sexuais, de ciúmes, de culpa, conteúdos
hipocondríacos.
 JUÍZO:
Alterações do juízo de realidade são
consideradas alterações do pensamento
(Ajuizar significa julgar).
Erro Simples: Refere-se a uma falha de
percepção ou interpretação comum, geralmente
corrigível quando confrontado com a realidade.
✓ São Social ou Psicologicamente
compreensível;
✓ São passiveis de correção, por se aprender a
pensar com lógica.
Delírio: Consiste em uma crença falsa,
persistente e incorrigível, que está fora do
contexto cultural do indivíduo e é mantida mesmo
quando há evidências claras do contrário.
✓ É incompreensível;
✓ Não é passível de refurtar.
ALTERAÇÃO do Juízo:
Ideias Prevalentes ou Sobrevaloradas: São
pensamentos persistentes que dominam a mente
do indivíduo, sendo aceitos por ele como
verdadeiros e influenciando suas ações. Diferem
das ideias obsessivas por serem egossintonicas,
ou seja, alinhadas com os valores e crenças do
sujeito.
Ideias Errôneas por Superestimação Afetiva:
Refere-se à influência dos afetos sobre o
pensamento, manifestando-se em pensamentos
compreensíveis à luz das experiências e da
personalidade do indivíduo. Essas ideias podem
causar sofrimento, disfunção e até mesmo levar a
ações, podendo progredir para delírios
verdadeiros, mas o paciente geralmente não
busca ajuda por conta delas, assemelhando-se a
convicções religiosas ou políticas.
 DELÍRIO:
São juízos patologicamente falsos,
resistência à modificação pela experiência
objetiva, provas explícitas da realidade ou
argumentos lógicos e plausíveis. Existe o
comprometimento frequente das áreas pré-
frontais em indivíduos com delírios
Hipóteses Causais – incluem afetividade,
emoções negativas e estresse diário, com a
afetividade influenciada pelas emoções
negativas.
DIMENSÕES dos Delírios:
Primário – é psicologicamente incompreensível,
não tem raízes na experiencia psíquica do ser
humano sadio; por isso, é impenetrável, incapaz
de ser atingido pera relação intersubjetiva.
Secundário ou IdeiasDeliroides/Delírios
Compartilhados – assemelha ao primário, mas
difere pela alteração profunda em outras áreas da
atividade mental.
Delírio Compartilhados da Loucura a Dois –
um sujeito psicótico que ao interagir com outra
pessoa influenciável acaba por gerar delírio a
essa outra.
ESTRUTURA dos Delírios:
Simples (Monotemáticos) – giram em torno de
um único tema ou ideia.
Complexos (Pluritemáticos) – envolvem
múltiplos temas ou ideias interligadas.
Não Sistematizado – sem uma organização Hipocondríaco – crê com convicção extrema que
lógica ou coerente. tem uma doença grave, incurável, e que irá
morrer brevemente;
Sistematizado – com uma estrutura organizada
e lógica, seguindo um padrão ou sistema de Cenestopático – mal-estar expresso geralmente
crenças. com palavras referidas aos órgãos internos.
CURSO dos Delírios: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL do Delírios:
Agudos – surgem de forma rápida, podendo Ideias Prevalentes – pode ser compartilhada
desaparecer em pouco tempo. pelo grupo cultural. E tem possibilidade de
modificação.
Crônicos – tendem a ser persistentes, contínuos,
de longa duração e pouco modificáveis ao longo Ideias Delirantes – tem convicções
do tempo. extraordinárias, com impossibilidade de
modificação, e não é compartilhada pelo grupo
TIPOS de Delírios: cultural do sujeito.
Perseguição – é vítima de um complô e está Ideias Obsessivas – reconhece tais
sendo perseguido; pensamentos como absurdos, mas não consegue
Referência (Autorreferência) – tendência se livrar deles.
dominante a experimentar fatos cotidianos Ideias Delirantes – falta, de modo geral, a crítica
fortuitos; ao caráter absurdo do juízo em questão.
Relação – constrói conexões significativas entre Alucinação – sensorial.
os fatos normalmente percebidos;
Delírio – ideativo ou de caráter mais
Influência ou Controle – vivencia intensamente interpretativo.
o fato de estar sendo controlado ou comandado
por pessoa ou entidade externa;
Grandeza ou Missão – acredita ser uma pessoa
muito especial, dotada de capacidades e
poderes;
Religioso ou Místico – afirma ser um novo
messias;
Ciúmes ou Infidelidade – percebe-se traído pelo
parceiro de forma vil e cruel;
Erótico – afirma que uma pessoa de destaque
social ou importante para ele, está totalmente
apaixonado e vai abandonar tudo;
Falsa Identificação – acredita que as pessoas
que interagiam com ele, foram substituídas por
sósias ou duplas;
Conteúdo Depressivo – tem temática
marcantemente triste;
Ruína (Niilista) – vive em um mundo repleto de
desgraças, está condenado a miséria;
Culpa e Autoacusação – afirma, sem base real,
ser culpado por tudo de ruim que acontece no
mundo e com as pessoas;
Negação de Órgão – afirma que seu corpo está
destruído ou morto;