EM PSICOPATOLOGIA O conceito de saúde e de normalidade em psicopatologia é questão de grande controvérsia.
Gabriela Carolina, José Henrique, Rodrigo
Ribeiro, Priscila Sarmento, Sarah Araújo, Vinicius Santos, Vinicius Silva . Tentativa de conceituar normalidade/anormalidade Carga valorativa; é a tentativa de O que não é fato neutro = o comportamento tentar definir alguém como normal e o estado mental. Não se deve ficar ou anormal psicopatologicamente indiferente perante outros indivíduos, ao lidar sendo associado àquilo que é com seus comportamentos, sentimentos e “desejável” ou “indesejável”, ou outros estados mentais. àquilo que é “bom” ou “ruim”. EXEMPLO Esses valores, mesmo que se busque esclarecer que não devam Classificar o Plutão como planetaanão ou plutoide, estar presentes, retornam quase asteroide ou cometa, perdendo, enfim, o status de planeta. sempre, de forma explícita ou camuflada, quando se caracteriza alguém como “anormal” Classificar de normal/anormal ou patológico/saudável psicopatologicamente alguém cuja orientação do desejo erótico é homossexual ou cuja identidade de gênero é de transgênero afeta marcadamente milhares de pessoas reais, para as quais NORMAL ANORMAL essas definições interferem diretamente em suas vidas ALERTA EXEMPLO Quando são casos extremos Na CID-11, o transtorno leve de personalidade (mild que estão em discussão, cujas personality disorder) é um exemplo infeliz de criação de alterações comportamentais e entidade nosológica que, por ser muito próxima ao mentais são de intensidade comportamento de um grande número de pessoas em acentuada e de longa duração, geral tidas como normais, poderá gerar diagnósticos com sofrimento mental intenso psicopatológicos exagerados e medicalização e disfunções graves no dia a inapropriada. dia, como demências avançadas, psicoses graves ou deficiência intelectual Problema foi cuidadosamente estudado pelo profunda, o delineamento das filósofo e médico francês Georges Canguilhem fronteiras entre o normal e o (1943/1978), cujo livro O normal e o patológico patológico não é tão tornou-se uma obra clássica e indispensável problemático. em tal discussão.
. Delimitação entre comportamentos, estados
mentais e formas de sentir normais ou patológicas é bastante difícil e problemática Conceito de normalidade - O termo “doença” em psicopatologia . Foi criticado para a área de psiquiatria e psicologia clínica Implica a própria definição do que é saúde e doença/transtorno mental. . Implicaria sempre ou quase sempre . No século XIX, usava-se o termo alterações patológicas no corpo (no caso, no “alienação” cérebro). . No século XX, passou-se a usar o . Em muitas das condições psicopatológicas não termo “doença mental” se evidenciam alterações anatômicas, . Com o (CID) e Manual diagnóstico e fisiológicas ou histológicas no cérebro, estatístico de transtornos mentais convencionou-se usar o termo “transtorno”. (DSM) ganhando protagonismo, passou-se a usar o termo “transtorno mental”
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM)
Classificação internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (CID) Temas relacionados ao debate sobre normalidade 1. Psiquiatria e psicologia legal ou forense 2. Epidemiologia dos transtornos mentais. 3. Psiquiatria cultural e etnopsiquiatria. 4. Planejamento em saúde mental e políticas de saúde. 5. Orientação e capacitação profissional. 6. Prática clínica Critérios de normalidade 1. Normalidade como Aquele indivíduo que simplesmente não é portador de um transtorno mental definido. ausência de doença.
Necessidade de adaptação às normas morais e políticas 2. Normalidade ideal.
socialmente constituídas.
Conceito de normalidade que se aplica especialmente a
3. Normalidade fenômenos quantitativos, O normal passa a ser aquilo estatística. que se observa com mais frequência.
A saúde como o “completo bem-estar físico, mental e
4. Normalidade como social”, e não simplesmente como ausência de doença. bem-estar
5. Normalidade O sofrimento é ligado ao que é disfuncional ao indivíduo
funcional. Mais que uma visão estática, consideram-se os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das 6. Normalidade desestruturações e das reestruturações ao longo do como processo. tempo 7. Normalidade Maior ênfase à percepção subjetiva do próprio indivíduo em relação a seu estado de saúde, às suas vivências subjetiva subjetivas.
A doença mental como perda da liberdade existencial. 8. Normalidade
Dessa forma, a saúde mental se vincularia às possibilidades de transitar com graus distintos de como liberdade. liberdade sobre o mundo e sobre o próprio destino.
9. Normalidade Define-se, a priori, o que é normal e o que é patológico. A
demarcação de separação entre normal e patológico operacional. dos sistemas diagnósticos atuais (CID e DSM) emprega critérios operacionais e pragmáticos na definição dos transtornos mentais.