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Frequentemente, ouvimos dizer que ser mãe ou pai, é a melhor e mais difícil tarefa do

mundo. Ora se por um lado, dá um sentido de significado à nossa vida, por outro, as
responsabilidades e exigências de educar também podem desafiar os nossos limites,
gerar stresse e sentimentos de sobrecarga e frustração. Um compromisso dinâmico que
vai desenvolvendo-se e transformando-se conforme as necessidades, características e
alterações sociais e de desenvolvimento cada um que compõe o sistema familiar.

A abordagem à parentalidade e a relação que estabelecemos com os nossos filhos(as)


parece ser, um processo múltiplo de variáveis que por vezes podem fugir ao nosso
controlo. Ser pai ou mãe, pressupõe, assegurar a saúde, amar, cuidar, aceitar encorajar
orientar, e regrar. Compete ainda, transmitir valores sociais e culturais, ajudá-los a
desenvolverem competências e recursos, de modo a serem adultos competentes,
independentes e felizes. Assim, têm o dever à proteção das crianças num contexto de
cuidado, se desenvolvam fisicamente, cognitivamente, emocionalmente e socialmente
de forma positiva.
Os laços afectivos (vinculação segura entre os pais/mães) permite à criança estabelecer
relações saudáveis com os outros e com o ambiente em que vivem.
Quando a relação entre pais/ mães e a Criança é acolhedora, sempre com o
estabelecimento de limites adequados, (regras e razões) para os comportamentos
esperados, as crianças e jovens revelam maior segurança, maior autoestima, mais saúde
psicológica e física, melhor desempenho escolar, mais capacidade para estabelecerem
relações positivas com os outros e mais facilidade para lidarem com diferentes
ambientes (ex: casa e escola).  Pelo contrário, cuidados parentais desadequados
aumentam o risco de problemas físicos (obesidade ou problemas cardíacos, etc) e
psicológicos (agressividade, ansiedade ou problemas de comportamento, por exemplo),
com consequência diversas, entre as quais maior risco de insucesso e abandono escolar
precoce e delinquência.
A educação de uma criança, resulta dos comportamentos das mães e dos pais, sendo
estes, influenciados por vários fatores, entre os quais, as experiências anteriores com os
seus cuidadores (modelos parentais), as suas circunstâncias (por exemplo, fontes de
stresse provenientes da situação laboral), as características Psicológicas
(temperamento), as expectativas e práticas que observam nos outros à sua volta (família,
amigos, redes sociais) e as crenças pessoais e socioculturais. De salientar, ainda, o
sentido de competência pessoal, a relação conjugal, a rede de apoio que têm, os serviços
disponíveis (por exemplo, existência ou não de creches e outros apoios sociais e
cuidados de saúde) e outras situações de desigualdade ou vulnerabilidade (por exemplo,
discriminação, pobreza ou exclusão).
Embora as mães e os pais sejam centrais para o desenvolvimento saudável dos filhos e
filhas, outros familiares, amigos, professores, pares ou instituições sociais, por exemplo,
também influenciam e contribuem para o crescimento e desenvolvimento das crianças e
jovens.

(DES)EQUILÍBRIO ENTRE A VIDA


FAMILIAR
Ser mãe ou pai, não está apenas associado a prazer e recompensa, implicando lidar com
frustrações, medos, falhas e desafios. Por vezes, sentem-se divididos entre as suas
responsabilidades profissionais e parentais. Organizar o trabalho e a vida familiar de
forma a permitir uma integração de ambas as dimensões na nossa vida, pode parecer,
por vezes, uma “missão impossível” (embora essencial à nossa saúde, física e
psicológica, bem-estar e qualidade de vida da família).
RITMO DE VIDA ACELERADO

A vida na sociedade atual enfatiza a produtividade e a atividade. A maior parte dos


adultos (sobretudo aqueles que são pais e mães) queixam-se de “não ter tempo” e
parecer ser difícil “abrandar”. Assim, torna-se difícil respeitar o tempo que uma criança
leva a atar os sapatos quando já estamos atrasados para o trabalho. Difícil deixá-los
estar mais tempo a brincar no parque porque, quando chegarmos a casa, ainda temos de
tratar dos banhos e do jantar, e por vezes, voltar a trabalhar. Já as crianças e jovens têm,
em muitos casos, um horário de atividades preenchido que lhes deixa pouco tempo para
estarem, com os pais e outros familiares, aproveitando a companhia uns dos outros para
realizarem atividades não programadas ou organizadas.

O BEM-ESTAR DAS MÃES E DOS PAIS


Compreender os desafios e o(s) contexto(s) da parentalidade é essencial. Evidências
científicas demonstram que ser mãe e pai, hoje, pode ser mais stressante do que era há
décadas. Assim, pedir uma ajuda técnica, é um ato importante e necessário, afim de
conseguir a gestão e o equilibrio equilíbrio entre a vida familiar e profissional,
conciliando os diferentes papéis e objetivos.
Lidar com alguns mitos, como o de que existem pais e mães perfeitos ou o da
necessidade de superproteção das crianças, na realidade, não existe uma parentalidade
perfeita e é isso que abre caminho para o desenvolvimento de pessoas saudáveis,
confiantes, competentes, autónomas e capazes de tomar as suas próprias decisões. Na
realidade, é necessário ensinarmos os nossos filhos e filhas a lidar com o desde cedo
com a imprevisibilidade, o adiamento da gratificação, as regras, rotinas e ritmos,
promovendo a sua resiliência e maior capacidade de adaptação ao meio.
SOBRECARGA DE INFORMAÇÃO
As mães e pais estão expostos a tanta informação sobre como devem exercer a sua
parentalidade, que pode ser mais difícil tomarem decisões.
Sobre o mesmo assunto (seja ele, começar pela papa ou pela sopa, retirar as fraldas,
ajudar ou não com os trabalhos de casa, lidar com as saídas à noite e os potenciais
namorados (os), há dezenas de pontos de vista e perspetivas, muitos deles antagónicos e
nem todos credíveis.
Os pais ou mães podem questionar-se sobre qual é a melhor escolha perante orientações
externas, frequentemente, conflituantes, bem como podem ter dificuldades em
compatibilizar essas escolhas com as suas crenças ou mesmo vivenciá-las com
sentimentos de culpa.

CULTURA DA CULPA
Existe muita pressão para que os (nossos) filhos (as), sejam nesta sociedade os
melhores. Os que iniciam as aprendizagens das varias etapas do desenvolvimento mais
cedo, os mais inteligentes, bons alunos(as), os mais giros e bem vestidos, etc. Ainda
hoje existe a pressão a propósito da amamentação, da alimentação, ou das atividades
culturais com que estimulamos as crianças e jovens. Frequentemente os pais e as mães
sentem-se culpados porque não estão a fazer “o que deviam” (porque o filho ou a filha
bebe biberão, porque ainda usam chucha, porque se deita tarde, porque vê televisão ou
está no telemóvel demasiado tempo, etc.), porque não são “perfeitos”.
A maior parte das mães e dos pais já sentiram julgados e criticado por familiares,
amigos, vizinhos, colegas de trabalho, profissionais das áreas da educação, saúde ou
social ou até por desconhecidos, ainda que, na realidade, não exista uma “forma certa”
de ser pai ou mãe ou uma solução única para os desafios da parentalidade. O que existe,
é a capacidade de evoluirmos enquanto pais, sabendo que o que fizermos agora, terá
consequências (positivas ou negativas) mais tarde.
QUANDO SENTIMOS PRECISAMOS DE AJUDA
O stresse de cuidar de uma criança ou jovem pode fazer-nos sentir ansiosos, zangados,
culpados ou completamente esgotados. Podemos até questionarmo-nos se somos bons
pais/mães. Estas tensões são normais e inevitáveis, fazem parte da parentalidade.
Contudo, o stresse parental pode tornar-se um problema quando nos sentimos tão
desgastados que não conseguimos lidar com o que acontece ou perdemos o controlo.
Quando somos pais e mães é natural que haja momentos em que possamos precisar de
apoio adicional.
Recorrer a uma ajuda especializada, junto de um psicólogo(a), pode ajudar a
compreender o desenvolvimento do seu filho (a) e a explicar os comportamentos das
crianças, pode ainda, facilitar a restruturação de uma comunicação saudável e positiva e
a lidar com duvidas e problemas que possam surgir. O psicólogo(a) pode ainda, ajudar a
refletir sobre o seu papel, apoiar em processos de melhoria da estrutura familiar,
incrementando a funcionalidade e a satisfação familiar.

Estilos parentais: como são os seus limites?

Não podemos ser demasiado autoritários nem demasiado permissivos. Para educar é
necessário equilíbrio.
A criança precisa de conhecer os limites e precisa de saber que esses limites são mesmo
para cumprir.
Para educar precisamos de ser consistente e presentes.
- O Estilo Autoritário: é definido por uma exigência alta e baixa responsividade, o que
significa que os pais têm níveis muito altos de expetativa e de muito baixa tolerância
para a individualidade, a criatividade, ou desejos pessoais.
Crianças criadas em lares rígidos, autoritários, são muitas vezes ansiosas e introspetivas,
têm baixa autoestima porque são incapazes de corresponder às expectativas, e
geralmente não se envolvem em comportamentos desviantes. Como a maioria das
decisões são tomadas por elas, tendem a não apresentar um pensamento independente,
apresentam uma baixa competência social, e não estão dispostos a tentar coisas novas.
Estas crianças tendem a reagir mal às frustrações e têm dificuldades em lidar
criativamente com os desafios. Basicamente, obedecem por medo de punição e o seu
comportamento é ditado por elementos externos.
-O Estilo Permissivo/indulgente é definido por uma alta responsividade, mas exigência
baixa. Os pais permissivos/indulgentes respondem bem aos desejos dos seus filhos, mas
têm poucas expectativas. Eles usam o raciocínio, manipulação e subornos para
conseguir o controlo, querem ser amigos de seus filhos ao invés de uma figura de
autoridade. Acreditam que as crianças devem ser tratadas como iguais conferindo-lhe
um alto nível de autonomia, no entanto, não esperam que eles se comportem como
adultos. As crianças criadas em lares permissivos/indulgentes tendem a ser impulsivas,
rebeldes, são mais propensas a se envolver em comportamentos problemáticos. Uma
vez que eles são tratados como iguais, têm boas competências ao nível da comunicação,
mas podem apresentar uma regulação emocional pobre e tendem a desistir facilmente
quando confrontados com um desafio. As principais características deste estilo parental
são a ausência de normas e regras; a elevada tolerância e aceitação dos impulsos das
crianças; o fornecimento excessivo de ajuda; a pouca estimulação da criança; os baixos
níveis de exigência, a falta de autocontrolo e de autoconfiança podem levar os filhos a
sentirem-se excessivamente dependentes e sobreprotegidos.
- O Estilo Negligente é caracterizado por pouca exigência, responsividade baixa e
pouca comunicação. Estes pais satisfazem as necessidades básicas da criança, mas são
geralmente afastados da vida dos seus filhos. Em casos extremos, esses pais podem até
rejeitar ou negligenciar as necessidades dos mesmos. Este estilo revelou os piores
resultados de todos os padrões, distinguindo-se pela negativa do padrão autoritário e
permissivo. Os pais com estilo negligente não exigem responsabilidade aos filhos, mas
também não encorajam a sua independência. De um modo geral, são pais frios,
inacessíveis, indiferentes, centrados neles próprios. Os filhos tendem a ser tristes,
frustrados, inseguros, desorientados, podendo mais facilmente ter problemas de
conduta, como a delinquência
-O Estilo Democrático É definido por um nível elevado de exigência equilibrada com
um nível igualmente elevado de responsividade. Estes pais não são punitivos, no
entanto, têm um padrão claro de expetativas de comportamento. Fornecem razões para
regras e consideram comentários bem-vindos, ouvindo e respeitando o ponto de vista
dos seus filhos. As crianças são sempre ouvidas, mas estão sempre conscientes de que o
pai é a autoridade final. A punição não é normalmente usada para prevenir o mau
comportamento, e as crianças são incentivadas a desenvolver as suas potencialidades e
tomar suas próprias decisões dentro de um quadro controlado de limites. As principais
características dos pais Democraticos são a exigência e o fornecimento de autonomia
em níveis intermédios; a estimulação da comunicação verbal; o uso do poder de forma
equilibrada e não punitiva; a responsividade, sendo afetuosos, apoiantes e empenhados,
proporcionando aos seus filhos um ambiente estimulador e desafiante).

PAPEL DOS PAIS:


 Seja um exemplo para os seus filhos. O que fazemos tem mais importância do
que o que dizemos.
 Não é saudável viver em exclusivo para os filhos.
 Pai e mãe devem trabalhar em equipa.
 A paciência é uma arte que pode ser treinada.

OUVIR, AGIR, FALAR E DIZER NÃO.


 Quando o seu filho ou filha o procura para conversar, saiba ouvir. Para isso:
Esteja disponível para a conversa.
 Não esqueça a importância da linguagem corporal e gestual
 Mostre à criança que entende o que está a sentir.
 Não monopolize a conversa
 Não fale pela criança.
 Não a humilhe nem faça juízos de valor.
 Falar o essencial, sendo especifico, direto, objetivos sem ambiguidades
 Utilize uma linguagem, fácil de entender, construtiva e positiva.
 Use um tom de voz com a tranquilo

· COMO AS “REGRAS “ AUTO– REGULAM COMPORTAMENTOS.


 Ensinar de forma didática os fundamentos da analise dos comportamentos
(reforço/punição) fomentando, comportamentos mais adaptativos e reduzindo
reações agressivas.
 Promover as habilidades sociais nos pais.
 Ajudar os pais a controlarem as suas reações emocionais.
O NÃO, faz parte da linguagem parental, e deve ser consistente
Rotinas
-Regulam a vida da criança, sendo organizadoras, permitindo que as crianças
desenvolvam capacidades importantes, como exemplo a resiliência.
-Converse previamente com a criança, tendo em conta a idade e o seu nível de
desenvolvimento.
-As rotinas devem incluir varias áreas, como o sono, a higiene, a alimentação, tarefas
domesticas e escolares.

 A HORA DE DORMIR
- É essencial estabelecer uma rotina diária em relação à hora de ir para a cama.
- Devemos elogiar os nossos filhos sempre que se portam bem na hora de dormir
-Devemos estipular quanto tempo damos à criança para que ela execute todas as
atividades que precisa antes de se deitar.

DISCIPLINA
Tao importante como a disciplina é a capacidade de a criança aprender a auto
disciplinar-se, tomando como suas as regras que lhe ensinamos.
A disciplina, quando corretamente aplicada, contribui de forma decisiva para o
desenvolvimento social e moral da criança.
A disciplina contribui para tornar a criança resiliente face às adversidades da vida.
BRINCAR
-Brincar promove a criação de uma relação mais próxima com a criança.
-Quando brincar com o seu filho, ele será o protagonista, deixe-o desenvolver a sua
imaginação e criatividade. Evite a critica, assim permitirá, que expresse os seus
sentimentos.
-Brinque ao faz de conta. A criatividade é uma ferramenta importante ao nível do
desenvolvimento cognitivo.
-Utilize jogos de Tabuleiro. Através de jogos de tabuleiro, a criança tem de entender a
noção da regra, ajudando-a no seu desenvolvimento psicossocial.
COMO POR FIM ÀS BIRRAS
 No momento da birra o melhor é não dar atenção: ignorando ou afastando-se.
 Nesses momentos o “não” não poderá ser negociável. O seu nível de ansiedade
pode se alterar, mas pense, se hoje alterar o seu não, vai reforçar a birra.
 Em casa num ambiente calmo fale com a criança, explicando que na próxima
vez terá uma consequência negativa.

 Regras de higiene

10 REGRAS DE OURO
Tenha um ambiente domestico saudável;
Estabeleça regras e limites;
Faça pedidos claros e objetivos;
Pai e mãe devem de falar a mesma Linguagem;
Seja um exemplo positivo e pacifico para o9 seu filho;
Fortaleça a auto estima do seu filho;
Esteja atento às mudanças na da adolescência;
Fale sobre as “pressões” da juventude;
Comunique com a escola;
Esteja atento à saúde mental do seu filho.

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