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Manual 4 UFCD

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A introversão na menina é menos óbvia. É mais frequente em

meninos tímidos em tratamento psicológico do que meninas.

Essa diferença deve-se às influências culturais e sociais. Vamos

imaginar um menino que não possui amigos, fica em casa o


Diferença entre tempo todo, e isola-se no recreio. Esse menino vai chamar mais
sexos: atenção do que uma menina com os mesmos comportamentos.

Na menina é esperado e reforçado que seja mais "comportada",

quieta e reservada. Assim quando uma menina fica em casa,

ajuda sua mãe nas tarefas domésticas e não tem amigas, é vista

como adequada e sem dúvida este comportamento pode estar

a esconder um comportamento retraído.


O que fazer?

A família desempenha um papel muito importante na maturidade


ou não, dessa criança. Os pais são o único apoio emocional, é na
presença deles que se sente segura e amparada. Por isso os pais
precisam ser cautelosos para não reforçar a timidez patológica e
contribuir para uma relação de dependência.

A relação com os pais, deve aos poucos, ceder lugar para outros
relacionamentos, incentivando a criança à socialização.
A timidez atrapalha e muito o desenvolvimento de habilidades sociais e hoje essas

habilidades são imprescindíveis para o sucesso pessoal e profissional. Essa criança

precisa de ajuda, pois continuando desta maneira, vai deixar de vivenciar novas

experiências e perder oportunidades. Não queremos que passe de um extremo ao

outro, de introvertida a extrovertida, precisamos respeitar a individualidade e a

personalidade de cada um, no entanto podemos ajudá-la a se desenvolver de maneira

mais funcional.
Os pais podem ajudá-la,
começando por criar situações
sociais fáceis para o filho,
convidando outras crianças com
idade semelhante para passar a
tarde em sua casa. No entanto, os
pais não devem forçar a criança a
enfrentar situações embaraçosas,
precisam acima de tudo respeitar
seu filho.
Comportamentos disruptivos e antissociais

O que são as Perturbações de Comportamentos Disruptivos e do Controlo de Impulsos?

De acordo com o DSM – 5 as Perturbações do Comportamento Disruptivo e do Controle dos


Impulsos estão relacionadas com problemas ao nível do autocontrolo das emoções e do
comportamento. Estes problemas manifestam-se através de comportamentos que violam os
direitos dos outros (p.e. agressões, destruição de propriedade) e/ou que colocam o indivíduo
em conflito significativo com normas sociais ou com figuras de autoridade.
As causas dos problemas de autocontrolo dos impulsos e do comportamento
podem variar amplamente entre as perturbações subjacentes a esta
problemática (perturbação de oposição e de desafio, perturbação explosiva
intermitente e perturbação do comportamento ou da conduta), e também
entre os indivíduos pertencentes a determinada categoria diagnóstica.

As perturbações do Comportamento Disruptivo e do Controle dos Impulsos


tendem a iniciar-se na infância e na adolescência.
Em situações muito raras, a perturbação de
comportamento e a perturbação de oposição e de
desafio poderão surgir na idade adulta.

Estas perturbações tendem a ser mais comuns no sexo


masculino, embora esta predominância possa ser
diferente entre as diferentes perturbações, bem como
numa determinada perturbação em idades diferentes.
• Tal como acontece com o indivíduo, a família passa também

por vários estádios de desenvolvimento, ao longo dos quais,

deve preencher certas necessidades emocionais (Cárter &


Papel da
família MacGoldrick, 1980).

• Determinados acontecimentos que surgem na família

prejudicam a progressão de um estádio para o outro. O

nascimento de uma criança, por exemplo, traz um novo

estádio para a família. Neste caso cada membro tem que se

ajustar e se acomodar à presença deste novo membro familiar.


Segundo Cárter & McGoldrick (1980) existem seis estádios de ciclo de
vida.

No primeiro estádio, o adulto separa-se da família de origem, inicia as


suas funções no meio de trabalho e desenvolve um íntimo
relacionamento com a competição.

No segundo estádio, duas famílias são unidas pelo casamento de dois


dos seus membros. O casal começa a formar a sua própria família,
efetuando reajustes com os seus antigos relacionamentos, preparando-
se para a aceitação de novos membros na família.

O terceiro estádio é formado pela família com as crianças. O casal


reajusta o seu relacionamento, criando espaços físicos e emocionais
para as suas crianças. Os adultos tornam-se pais e os relacionamentos
com as suas famílias de origem são novamente remodelados, para se
ajustarem aos novos papéis.
Relativamente ao quarto estádio, as crianças já se tornaram

adolescentes e começa a procurar a sua própria independência.

O relacionamento entre pais e filhos precisa mais uma vez ser

reajustado, permitindo aos jovens delinear os seus próprios

horizontes e projetos, lançando-se mais para o mundo exterior.

No quinto estádio, os filhos normalmente saem de casa. O

relacionamento conjugal volta a ter necessidade de se adequar

novamente a uma vida a dois no lar. O relacionamento com os

filhos deixa de ser um relacionamento adulto-criança e passa a

ser um relacionamento adulto-adulto.

Por último, no sexto estádio, a família inverte os seus papéis, isto

é, frequentemente os pais, agora já mais velhos, tornam-se

dependentes dos seus filhos e filhas.

 
Para todas as famílias o ajustamento de cada
membro que deverá ser feito ao longo destas fases
de mudanças é, frequentemente, “stressante”.
Apesar destes serem comuns a todas as famílias
existem, no entanto, alguns que são particularmente
problemáticos no contexto das famílias com crianças
com deficiência.

Quando uma família tem uma criança com


deficiência, o stress aumenta e os ajustamentos
multiplicam-se. Um indivíduo com deficiência, pode,
por exemplo, permanecer numa situação
correspondente à de uma criança dependente para
toda a vida.
Assim, as fases de mudança que ocorrem na família podem ser diferentes numa família com uma criança deficiente comparando

com as que ocorrem com uma criança dita normal durante os vários estádios.

Quando um casal está à espera do nascimento de uma criança, é normal e frequente que fantasie a respeito dessa “criança

sonhada”, ou seja, como é que será (a cor do olhos, do cabelos, etc.).

Aquando do nascimento de uma criança com deficiência perde-se esse sonho. Os pais passam por uma fase de grande pressão e

stress, na tentativa de se ajustarem a essa perda. Aqui se inicia todo o processo aflitivo.

O aparecimento desta criança na família vai desencadear no seio uma série de reações. Quanto mais grave for a deficiência da

criança, maior será a angústia do agregado familiar, especialmente dos pais perante uma situação nova, inesperada, desconhecida e

perturbadora.

 
De facto, a severidade da deficiência e o grau de autonomia podem
influenciar a reação das famílias relativamente a essa deficiência.

Uma criança com surdez severa ou profunda trás problemas de


comunicação bastante graves, principalmente quando se trata de
uma família que não tem na sua história antecedentes relacionados
com a surdez. Se a deficiência é logo detetada à nascença, os pais
vivenciam um choque imediato. No entanto, quando a deficiência é
notada mais tarde, como é o caso da deficiência mental, o choque
dos pais não é tão grave, embora muitas famílias se vejam como
culpadas por a deficiência não ter sido detetada mais cedo.
De facto, também a deficiência severa ou profunda que se torna visível pode
ser encarada por dois lados: por um lado culpabiliza o comportamento
inadequado da criança, por outro lado provoca na família um estigma social
e uma rejeição.

É vulgar os pais, além de se culpabilizarem, chegarem mesmo a sentir


vergonha em relação à criança. Normalmente todos os pais têm uma reação
ambivalente em relação aos filhos. As suas atitudes têm sempre alguma
rejeição: de facto, os pais amam os filhos mas também os rejeitam, já que o
nascimento de um filho pode, por vezes, levar os pais a abdicar de uma ou
outra atividade, consequentemente há um aumento de responsabilidades,
pequenos desapontamentos e angústias.
Quando se trata de uma criança deficiente, estas
componentes negativas agravam-se. No entanto,
as reações podem variar, desde o desejo aberto e
consciente que a criança morra, até à hostilidade e
rejeição reprimidas e simbólicas.

Estes sentimentos que no fundo originam


culpabilidade vão por vezes resultar numa
proteção excessiva, numa tentativa de negação ou
compensação dos sentimentos hostis, facto que
não beneficia a criança, uma vez que contribui para
o seu isolamento e consequente imaturidade.
As atitudes tomadas pelos pais perante um diagnóstico positivo estão
diretamente condicionadas, como já foi referido anteriormente, pela
existência ou não de antecedentes na família. Neste período considerado de
luto é fundamental que quer os membros da família, quer amigos e/ou
profissionais saibam relacionar-se com os pais, de modo a fazê-los perceber
a importância e as vantagens de recorrer a programas de intervenção
precoce.

Estes programas são de extrema importância, tendo como base o facto de


encontrar estratégias para apoiar a família, tendo em conta a sua
necessidade específica.

Há dois fatores que se devem ter em conta: a perceção que a família tem do
problema e a perceção que a família tem dos recursos disponíveis.
Os pais destas crianças deparam-se com muitas dificuldades na interação pai – criança, uma vez que são
crianças menos ativas, têm menos iniciativas para a interação e os seus sinais normalmente são menos
nítidos, o que por si só gera perturbações na comunicação. Alguns dos estudos relativamente à análise da
relação das mães com os seus filhos com necessidades educativas especiais, demonstraram que também
as mães produzem menos respostas, revelando uma tendência a adotar um estilo mais diretivo.
De facto, o programa de intervenção precoce deve promover nos pais competências para a
interação, produzindo da mesma maneira mudança no estilo interativo da criança.

O maior interesse da criança pela interação está diretamente ligado a mudanças positivas
nas competências interativas da mãe e/ou pai, o que evidência a relevância que o impacto
de uma intervenção centrada na interação pais/criança pode ter no seu desenvolvimento

Podemos concluir que os pais têm um papel fundamental nas primeiras intervenções com
os seus filhos com necessidades educativas especiais. Sem o envolvimento ativo dos pais, o
progresso do desenvolvimento das crianças será sempre menor. De facto, as crianças por si
só não conseguem alcançar ou mesmo fazer conquistas duradouras e fundamentais para o
seu desenvolvimento.
Uma equipa pode definir-se como um grupo em interação, que
realiza atividades integradas e interdependentes. É necessário que os
elementos partilhem de objetivos e fins comuns.
 
Papel das Existem três modelos de funcionamento em equipa:

Instituições e multidisciplinar,
interdisciplinar e
dos transdisciplinar.
profissionais  
O modelo de funcionamento em equipa que intervém com a criança
em questão é o multidisciplinar devido à coexistência de diferentes
professores de diferentes disciplinas trabalharem
independentemente uns dos outros, embora, por vezes, partilhem o
mesmo espaço e os mesmos instrumentos (McGonigel et al.; 1994,
McWilliam, 2003).
No modelo interdisciplinar as equipas são compostas pela família e por
profissionais de diferentes disciplinas. Os profissionais não podem ou devem
envolver-se em práticas que pertencem a outra disciplina, mas a informação
de uma disciplina é útil para as restantes. A avaliação pode ocorrer
separadamente, mas os resultados e o plano de intervenção são discutidos
(McGonigel et al., 1994; McWilliam, 2003).

Por último, no modelo transdisciplinar as equipas são compostas pela família


e pelos profissionais de diferentes disciplinas. Este modelo tenta atravessar
as fronteiras das disciplinas, para maximizar a comunicação, interação e
cooperação entre os elementos (McGonigel et al., 1994, McWilliam, 2003).
Os professores de diferentes disciplinas ensinam, aprendem e trabalham em
conjunto comum de objetos de intervenção para uma criança e a sua família.
Estratégias de intervenção

As crianças com problemas de


temperamento prestam pouca atenção às
consequências do seu comportamento. A
maior parte do comportamento inadequado
advém de um impulso (algo não
Castigo
premeditado) ou de uma intensidade
emotiva que não permite o controlo das
reações. Em qualquer dos casos, castigar o
comportamento não ajuda a alterá-lo mas,
por vezes, é necessário e inevitável.
Ignorar o comportamento

O ignorar o comportamento funciona com muitas crianças. Muitas crianças perturbam a aula,
por exemplo, para chamar a atenção. Tentam perceber, sobretudo, se o seu comportamento
afeta os outros.
 
Os elementos do ignorar eficaz são:
eliminação do contacto ocular;
eliminação da atenção não verbal, do contacto verbal e do contacto físico.
Algumas crianças com comportamentos
de oposição e de agressividade raramente
ganham a recompensa. Eventualmente,
Recompensas desligam-se do adulto que prometeu e
começam a ver-se a si mesmas como
fracassos. Têm dificuldade em fazer com
que o seu comportamento sirva os seus
melhores interesses.
Reforços sociais
positivos (elogios)
Empregam três tipos de recompensas:
Físicas (abraços, beijos, toques nas costas);
Verbais não específicas (“Muito bem”, “Gosto
disso”, “Bom trabalho”);
Verbais específicas (frases elogiosas que
descrevem o comportamento: “Obrigada por me
ajudares com o lixo”.
 
O elogio descreve o que a criança está a fazer e
mostra-lhe que o seu comportamento é
valorizado. Deve ser genuíno e feito de modo
adequado.

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