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Guia para estudos

Apostila 2019

Investigação dos domínios das funções cognitivas


Avaliação neuropsicológica

Profª Dra. Juliana F. Cecato


cecatojuliana@hotmail.com
Índice

1. Anamnese (modelo) 1

2. Mini Exame do Estado Mental (MEEM) 3

3. Teste do Desenho do Relógio (TDR) 4

4. Teste de Fluência Verbal (FV) 6

5. Montreal Cognitive Assessment (MoCA) 7

6. Escala de Depressão Geriátrica (EDG) 9

7. Avaliação funcional 10

7.1. Questionário de Atividades Funcionais de Pfeffer (QAFP) 10

7.2. Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly (IQCODE) 10

8. Entrevista estruturada (CAMDEX) 12

ANEXOS 13
1

1. Anamnese (Modelo)

Nome Completo: __________________________________ Idade:___ Data de Nasc. ____


Endereço:_________________________________________________________________
Escolaridade: ___________________________ Profissão: _________________________
Ocupação atual: ___________________________________________________________
Hábitos de leitura: _______________________ Hábitos descrita: ____________________
AF (tipo e frequência): ______________________________________________________
Lateralidade: _____________________________________________________________
Acompanhante: ________________ Parentesco: ______________ Frequência: ________

Queixa principal:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Reside:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

Rotina Atual:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

Atividades de lazer:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

Religiosidade:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

Autonomia (cuida da casa / banco / dirige / medicação / cuidados pessoais):


Atividades de lazer:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
2

Vida social:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

Humor:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

Antecedentes pessoais (antecedentes clínicos):


__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

Medicação em uso:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

Antecedentes familiares:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

Informações complementares:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

Observações clínicas (observação pessoal):


__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
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2. Mini Exame do Estado Mental (Anexo 1)


O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) é um dos testes de rastreio mais utilizado
em todo o mundo por ser capaz de mensurar perdas cognitivas e também como instrumento
que monitora a resposta ao tratamento terapêutico. Por ser um teste extremamente simples,
que avalia orientação temporal, orientação espacial, memória imediata, cálculo, linguagem e
praxia, o MEEM é utilizado em vários estudos (Folstein et. al., 1975).

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4

3. Teste do Desenho do Relógio


Em 1953, o Teste do Desenho do Relógio (TDR) foi utilizado com o objetivo de
avaliar o desempenho funcional dos lobos parietais e, até meados de 1986, seus resultados
analisavam alterações visuoconstrutivas, auxiliando o diagnóstico médico. O TDR é
amplamente utilizado, envolve diversas funções cognitivas (compreensão verbal, memória e
função executiva). Alterações no TDR podem ser observadas antes do declínio de memória
em pacientes com demência, este conceito tem importância na medida em que a maioria
das avaliações cognitivas analisam a memória, linguagem e a orientação temporoespacial e
ainda podem estar preservados no início do declínio. Em idosos com disfunção frontal pode-
se observar erros de execução na posição dos ponteiros em indicar o horário correto ou em
seu tamanho (ponteiros que excedem o contorno do círculo). A evidência de declínio
cognitivo se torna mais evidente quando se solicita para o paciente colocar os ponteiros
indicando onze horas e dez minutos, ou seja, quando a tarefa exige abstração.
Existem algumas escalas para a sua correção, sendo as mais conhecidas as de
Shulman, Sunderland e Mendez. Abaixo os critérios de casa uma:
Adaptação da pontuação do TDR pela escala de Shulman et al., 1993.
5 pontos = desenho do relógio perfeito.
4 pontos = mínimo erro visuoespacial.
3 pontos = representação inadequada do horário “11:10”, sem grande alteração visuoespacial.
2 pontos = erro visuoespacial moderado, impossibilitando a indicação com os ponteiros.
1 ponto = desenhos de relógio com grande desorganização visuoespacial.
0 ponto = incapacidade para representar qualquer imagem que lembre um relógio.

Adaptação da pontuação do TDR pela escala de Sunderland et al., 1989.


10 pontos = Ponteiros na posição correta.
9 pontos = Erro discreto no posicionamento dos ponteiros.
8 pontos = Erro notável no posicionamento dos ponteiros.
7 pontos = Ponteiros fora da posição solicitada.
6 pontos = Uso inapropriado dos ponteiros ou forma alternativa para indicar horário.
5 pontos = Acúmulo de números no primeiro ou último quadrante; ou ordem anti-horária no
posicionamento dos números dentro do relógio.
4 pontos = Distorção na sequência numérica do relógio. Integridade do relógio está perdida (números
fora do relógio, ausência de números).
3 pontos = Ausência de ponteiros. Relação entre números e círculo do relógio desordenada.
2 pontos = Vaga impressão de um desenho de relógio.
1 ponto = Ausência do desenho ou esboço de uma imagem gráfica.
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Adaptação da pontuação do TDR pelo Clock Drawing Interpretation Scale (Mendez et al., 1992).

(1 ponto por item correto)

1. Tentativa de indicar horário de qualquer forma.


2. Todos os elementos fazem parte da figura do “relógio”.
3. Há uma figura fechada sem falhas.

Pontuar somente se houver os números do relógio.


4. Um “2” está presente e é apontado de alguma forma para um horário.
5. A maioria dos símbolos está distribuída no círculo sem maiores falhas.
6. Três ou mais quadrantes do relógio tem um ou mais números apropriados (12-3; 3-6; 6-9; 9-
12)
7. A maioria dos símbolos está ordenada numa distribuição normal de relógio ou estão em
distribuição horário.
8. Todos os símbolos estão dentro da figura.
9. Um “11” está presente e é devidamente apontado para horário.
10. Todos os números 1-12 estão indicados.
11. Não há duplicação ou repetição de números.
12. Não há substituição de algarismos arábicos ou romanos.
13. Os números não costumam ultrapassar o 12.
14. Todos os símbolos circundam igualmente o canto do relógio.
15. Sete ou mais símbolos do mesmo tipo são ordenados seqüencialmente.

Pontuar somente se houver ponteiros.


16. Os ponteiros saem do canto.
17. Um ponteiro é visivelmente maior que o outro.
18. Há dois ponteiros claramente separados.
19. Os ponteiros estão totalmente dentro do relógio.
20. Há uma tentativa de indicar horário com um ou dois ponteiros
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4. Teste de Fluência Verbal (FV)


A linguagem é uma das habilidades cognitivas que resiste à degeneração causada
pela idade e, por essa razão, alteração de linguagem observada em testes cognitivos pode
ser utilizado como um marcador de demência em andamento. Dentre os testes de FV,
existem aqueles que avaliam o componente semântico onde o paciente é instruído pelo
examinador a falar o maior número de palavras de categorias pré-determinadas em um
minuto.
A pontuação do teste consiste na soma correta das palavras, sem levar em conta as
repetições.
Os testes de FV são amplamente utilizados por serem de fácil administração, de
simples pontuação e ser adequado por mensurar declínio em seu desempenho. Mesmo
considerado um teste de simples aplicação a FV sofre influência de gênero, idade e
escolaridade.
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5. Montreal Cognitive Assessment (MoCA) – (Anexo 2)


O teste MoCA é um instrumento de rastreio cognitivo breve que avalia uma série de
funções cognitivas (função executiva, visuoespacial, nomeação, memória de evocação,
atenção, linguagem, pensamento abstrato e orientação) (Sarmento et. al., 2007). O tempo
estimado de aplicação do teste é de cerca de 20 minutos e a pontuação máxima é de 30
pontos, sendo que o ponto de corte para comprometimento cognitivo leve é de 26 pontos e
um escore acima de 26 o teste é considerado normal (Nasreddine et. al., 2005).
8

Novos critérios para correção do MoCA – proposto por Cecato et al., 2018.

http://www.neuropsicolatina.org/index.php/Neuropsicologia_Latinoamericana/article/view/392
/242
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6. Escala de Depressão Geriátrica (EDG) – (Anexo 3)


Foi aplicado em conjunto a Escala de Depressão Geriátrica (EDG) abreviada com
15 itens (Yesavage et al., 1983). A EDG possui respostas dicotômicas (“sim” ou “não”),
sendo o ponto de corte acima de 5 pontos caracteriza sinais clínicos para depressão. Escala
de Depressão Geriátrica é um dos instrumentos mais frequentemente utilizados para o
rastreamento de depressão em idosos.
Diversos estudos mostraram que ela oferece medidas válidas e confiáveis. Descrita
em língua inglesa por Yesavage et al (1983), a escala original tem 30 itens e foi
desenvolvida especialmente para o rastreamento dos transtornos de humor em idosos, com
perguntas que evitam a esfera das queixas somáticas.
A Escala de Depressão Geriátrica com 15 itens é uma versão curta da escala
original foi elaborada por Sheikh & Yesavage (1986), a partir dos itens que mais fortemente
se correlacionavam com o diagnóstico de depressão. Esses itens, em conjunto, mostraram
boa acurácia diagnóstica, com sensibilidade, especificidade e confiabilidade adequadas.
Essa versão reduzida é bastante atraente para rastreamento dos transtornos do humor em
ambulatórios gerais, assim como em outros ambientes não-especializados, pois o tempo
necessário para a sua administração é menor.
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7. Avaliação Funcional
A capacidade em desempenhar atividades básicas (tomar banho, vestir-se,
alimentar-se, dentre outras) e instrumentais (usar o telefone, fazer compras, preparar
alimentos, tomar remédios) de vida diária é um importante aspecto que deve ser avaliado,
pois o declínio na capacidade funcional pode ser um indicador de problema físico, patológico
ou de fragilidade. O processo de avaliação das capacidades funcionais deve ser realizado
por meio de escalas ou questionários feitos tanto com o paciente quanto com o cuidador.

7.1. Questionário de Atividades Funcionais de Pfeffer (QAFP) – (Anexo 4)


O questionário QAFP, desenvolvido por Pfeffer et. al., possui 10 itens que avaliam
principalmente as atividades instrumentais de vida diária (AIVDs), em escala Likert, sendo
que cada item possui uma variação de pontuação de 0 a 3, ou seja, onde a pontuação mais
alta indica pior desempenho. O resultado final varia de 0 a 30 pontos, sendo o ponto de
corte igual a 5 pontos.
A avaliação funcional em casos de suspeita de síndrome demencial contribui com a
investigação diagnóstica, pois o declínio cognitivo causado pela demência prejudica
significativamente o desempenho do paciente nas atividades básicas de vida diária (ABVDs)
e principalmente nas AIVDs.

7.2. Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly (IQCODE) – (Anexo 5)


O IQCODE é uma avaliação feita com um cuidador ou familiar com convívio diário
com o paciente. Contem 16 itens sobre atividades do cotidiano e é solicitado que o cuidador
ou familiar responda como o paciente realiza essas atividades nos dias atuais comparadas a
realização da mesma atividade há 10 anos, sem levar em conta o declínio físico. Existem 5
possibilidades de resposta, em uma escala Likert, as quais cada resposta recebe uma
pontuação: 1 ponto, muito melhor; 2 pontos, um pouco melhor; 3 pontos, não muito alterado;
4 pontos, um pouco pior; e 5 pontos muito pior. O ponto de corte é igual a 3,41 e o
desempenho do paciente é obtido pela soma ponderada dos itens que foram assinalados
pelo cuidador ou familiar e o resultado dessa soma é dividido pelo total de itens. O resultado
final varia entre 1 a 5 e os escores maiores que 3,41 indicam alteração da funcionalidade.

Referências:

Gomes GC. Avaliação funcional. In: Guariento MH, Neri AL, organizadores. Assistência
Ambulatorial ao Idoso. Campinas: Alínea, 2010. p.265-283.

Katz S, Ford AB, Moskowitz RW, Jackson BA, Jaffe MW. Studies of illness in the aged. The
index of ADL: a standardized measure of biological and psychosocial function. JAMA.
1963;21(185):914-9.
11

Jorm AF. A short form of the Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly
(IQCODE): Development and cross-validation. Psychological Medicine. 1994;24:145-153.

Pfeffer RI, Kurosaki TT, Harrah CH Jr, Chance JM, Filos S. Measurement of functional
activities in older adults in the community. J Gerontol. 1982;37:323-329.
12

8. Entrevista estruturada – CAMDEX (Cambridge Examination for Mental Disorders of


the Elderly) e CAMCOG (Cambridge Cognitive Examination)

A entrevista estruturada do Cambrigde Mental Desorders of the Elderly Examination


(CAMDEX) foi criada por Roth et. al. (1986) com o objetivo de fornecer informações
diagnósticas sobre transtornos mentais. O instrumento avalia algumas formas de demência,
sendo elas a doença de Alzheimer (DA), a demência vascular (DV) e demência decorrente
de doenças médicas, e também fornece informações relevantes sobre transtornos mentais
orgânicos e funcionais diferentes das demências.
O CAMDEX possui algumas seções em toda a sua estrutura. A seção B corresponde
à avaliação cognitiva, dispõe de 67 itens e é denominada de Cambrigde Cognitive
Examination (CAMCOG). Abrange áreas como: memória, atenção, concentração,
orientação, linguagem, pensamento abstrato, cálculo, praxia e percepção.
13

ANEXO 1 – Mini Exame do Estado Mental (MEEM)


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Anexo 2 – Montreal Cognitive Assessment (MoCA)

Escala de Depressão Geriátrica (Geriatric Depression S


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Anexo 3 – Escala de Depressão Geriátrica (EDG)

Questões Respostas

(1) Em geral, você está satisfeito com sua vida? sim/não


(2) Você abandonou várias de suas atividades ou interesses? sim/não
(3) Você sente que sua vida está vazia? sim/não
(4) Você se sente aborrecido com freqüência? sim/não
(5) Você está de bom humor durante a maior parte do tempo? sim/não
(6) Você teme que algo de ruim aconteça com você? sim/não
(7) Você se sente feliz durante a maior parte do tempo? sim/não
(8) Você se sente desamparado a maior parte do tempo? sim/não
(9) Você prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? sim/não
(10) Você acha que apresenta mais problemas com a memória do que antes? sim/não
(11) Atualmente, você acha maravilhoso estar vivo? sim/não
(12) Você considera inútil a forma em que se encontra agora? sim/não
(13) Você se sente cheio de energia? sim/não
(14) Você considera sem esperança a situação em que se encontra? sim/não
(15) Você considera que a maioria das pessoas está melhor do que você? sim/não

As seguintes respostas valem um ponto:


(1) não (2) sim (3) sim (4) sim (5) não
(6) sim (7) não (8) sim (9) sim (10) sim
(11) não (12) sim (13) não (14) sim (15) sim

Os escores inferiores a 5 são normais; entre 5 e 10 indicam depressão leve a moderada; escores
maiores que 10 indicam depressão grave.
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Anexo 4 – Questionário de Atividades Funcionais de Pfeffer (QAFP)


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Anexo 5 – Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly (IQCODE)

Agora, nós queremos que você se lembre como o seu amigo ou familiar estava há 10 anos atrás e compare com
o estado em que ele está agora.
Abaixo, são situações em que esta pessoa usa sua memória ou inteligência e nós queremos que você indique se
estas situações melhoraram, permaneceram do mesmo jeito ou se pioraram nos últimos 10 anos.
Observe a importância de comparar a sua performance com a de 10 anos atrás. Então, se há 10 anos atrás esta
pessoa sempre se esquecia onde ela guardava as coisas, e ela ainda se esquece, então isto seria considerado “não muito
alterado”. Por favor, indique as alterações que você observou, marcando com um “x” na resposta apropriada.

Comparada há 10 anos atrás, como está a pessoa nas Muito Um Não Um Muito
situações: melhor pouco muito pouco pior
melhor alterado pior
1. Lembrar-se de coisas sobre a família e amigos, Por
exemplo: ocupações, aniversários, endereços.
2. Lembrar-se de coisas que aconteceram recentemente.

3. Lembrar-se do que conversou nos últimos dias

4. Lembrar-se de seu endereço (atual) e telefone

5. Lembrar-se do dia e mês correntes

6. Lembrar-se onde as coisas são guardadas usualmente

7. Lembrar-se onde foram guardadas coisas que foram


colocadas em locais diferentes do usual
8. Saber como os aparelhos da casa funcionam

9. Aprender como usar novos aparelhos da casa

10. Aprender coisas novas em geral

11. Acompanhar uma estória em um livro ou na


televisão
12. Tomar decisões em problemas do dia-a-dia

13. Manusear dinheiro para as compras

14. Lidar com problemas financeiros, como por


exemplo, pensão, coisas de banco
15. Lidar com outros problemas matemáticos do dia-a-
dia, como por exemplo, saber quanta comida comprar,
saber quanto tempo transcorreu entre as visitas de
familiares e amigos
16. Usar sua inteligência para entender qual o sentido
das coisas

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