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Terapia Familiar

III Modulo

Isabel Santos
Terapia Familiar, o que é
(Carr, 2014,2016, Retzlaff, R. et al.,2013., Von Sydow, K., et al.,2010, 2013)

• O modelo sistémico permite intervir com os indivíduos, juntamente com


suas famílias permite que o terapeuta use o recurso “relações” para
efetivar melhorias na qualidade de vida dos elementos da família e reduzir
sintomas . A terapia familiar sistémica tem-se mostrado eficaz em todos os
elementos da família e em todo o ciclo de vida
• Tem-se revelado eficaz em vários quadros patológicos como por exemplo

• Alterações do sono, alimentação e ansiedade de separação


• Problemas de conduta da criança e do adolescente, transtorno de deficit de
atenção e hiperatividade (ADHD) e delinquência
Ansiedade, depressão, luto, transtorno bipolar, auto mutilação
• Sintomas psicossomáticos incluindo enurese, encoprose, dor abdominal recorrente,
Abuso de drogas
• Transtornos alimentares( anorexia, bulimia e obesidade)
• Na psicoterapia de orientação sistémica a abordagem e
sobretudo na e com as relações tomando como ponto de
partida que o individuo não existe isoladamente e de que as
relações afetam o seu dia a dia e a sua sintomatologia
Terapia Familiar/Intervenção sistémica
• A terapia familiar é a intervenção de um mais
terapeutas/técnicos na e com a família, pressupondo que o
sintoma foi ou é uma incapacidade do sistema em resolver
os seus problemas/impasses.
• Precisando assim de um Paciente Identificado ou elo mais
fraco para os ultrapassar ou para manter o sistema (para a
não desintegração do mesmo).
Conceitos importantes
Crise familiar
• Crise: momento de impasse e de crescimento na família.
• Momento de mudança
• Por exemplo saída de um filho de casa
• Mudança de emprego
• A crise não é necessariamente evolutiva. Define-se como a
perturbação temporária dos mecanismos de regulação de
um sistema, de um indivíduo ou de um grupo. Esta
perturbação tem origem em causas externas e internas.
• Existem as crises “naturais” e esperadas inerentes ao ciclo vital
da família.
• Por exemplo:
• É esperado que os filhos vão estudar, arranjem emprego e
casem, ou seja saiam de casa dos pais.
• O simples fato de não existir crise já é em si uma crise.

• Os pais que sabem que o seu filho ficará com eles toda a vida, e
nunca se tornará independente, é em si mesmo uma crise.
Crise Interna
Dentro do sistema familiar
doença, morte, etc.)
Externa
De fora para dentro
(desemprego, crise
económica, etc.)
• Contudo a saída dos filhos de casa constitui igualmente um
momento de crise.
• Existem ainda as cries inesperadas, acidentais: uma morte,
um desemprego, um divórcio.
Exercício:

Defina algumas situações de crise familiar que são


“expectáveis”
Relacione estas
imagens com o ciclo
vital da família e com a
crise familiar
Relacione a crise na família com o ciclo vital da família
Paciente identificado/
Doente designado

• Existe, muitas vezes, um ou mais


elementos que, com o seu sintoma,
fazem o sistema funcionar, manter-se
vivo, salvaguardando a sobrevivência do
mesmo.
• Por exemplo:
• Rita, 21 anos estudante de enfermagem
• “O meu pai sempre traiu a minha mãe,
mas ela ou não via ou fazia de conta
que não via, para no fundo nos proteger,
pois andávamos a estudar e o meu pai
ganhava bem”
O sistema tudo fará para se manter vivo, nem
que seja…

Complete a frase
acima
• Encontrar alguém que “sofra” por ele, que
será o paciente identificado, o elo mais
fraco.
• O Paciente identificado é o que vai procurar a
manutenção do sistema.
• Por exemplo o casal Silva está a pensar divorciar-se. O
que acha que acontece se o único filho de seis anos ficar
doente?
Paciente identificado

• O elemento que mantém o sistema unido.


• Um casal de meia idade com uma filha com dez anos,
está a cair na rotina e a afastar-se.
• A mãe perde a líbido (cansaço, rotinas, desilusão com
algumas atitudes do marido, problemas no trabalho,
aumento de peso, perda de autoestima, necessidade de
se sentir útil)
• A mãe começa igualmente a perceber que a filha está a
ficar uma mulher e que qualquer dia o seu papel de mãe
passa para um plano secundário. Percebe que o marido
pode olhar para outras mulheres e desculpar-se de que
ela não lhe liga.
• A filha ocasionalmente tem medo de dormir
sozinha e faz algumas “fitinhas”
• Perante este quadro, como acha
que o sistema vai reagir?
• A mãe vai dormir com a menina?
• Que funções cumpre o sintoma da
menina?
• Se pedirem ajuda particular e
individual para a menina, que
probabilidades tem de a menina de
ultrapassar o medo? Ou de a mãe
desistir das consultas?
Neste contexto explique porque é que uma
criança de seis anos, por exemplo, pode
regredir perante a ida do pai para o
estrangeiro.
QUIZ
Caso clínico
• A Joana, de 39 anos e o Mário de 42, estão com alguns
problemas no relacionamento. Mário começou há
algum tempo a chegar a casa mais tarde, diz que tem
mais trabalho no escritório, enquanto a Joana se queixa
que não tem tempo para nada e mesmo aos fins de
semana passa o tempo a limpar a casa, refutando
qualquer tentativa de estarem juntos. Entretanto a
diretora de turma do filho, o André de 11 anos, ligou
para os pais a solicitar uma reunião, pois o menino tem
tido comportamentos muito pouco desejáveis na sala
de aula, chega atrasado, fala mal para os professores,
entre outros.
• Os pais já o levaram à psicóloga da escola, que considerou
que o menino parece apenas revoltado com alguma coisa,
tendo sido muito pouco colaborante com ela.
• “Pois, a culpa é sempre minha…” “ Eu não tenho nada, está
tudo bem. Não é nada” - Disse ele à técnica

(dentro deste quadro, e antes de se passar aos diapositivos


seguintes, o que acha que se passa com o André?
• Vamos pensar sistemicamente…
Se falássemos com esta família e lhes
perguntássemos o que os preocupa

• Qual seria a resposta? Possíveis


respostas?
E a/as possíveis respostas do psicólogo?
(Feedback)
• Vamos desde já “montar” o setting
terapêutico.
• Temos o terapeuta e os 3 elementos da
família
• Terapeuta_ Então mãe o que os trás por
cá? E a si pai, o que o preocupa? E a ti
André?
• (responda sem passar ao diapositivo
seguinte)
Vamos fazer uma simulação
• Terapeuta:
• D. Joana, o que os trás por cá?
• Mãe_É o nosso filho, tem-nos dado imensos problemas , temos sido
chamados à escola quase todas as semanas.
• Pai_Já não sabemos o que lhe fazer, já o levamos à psicóloga da
escola , já lhe prometemos que lhe comprávamos um telefone novo se
se portasse bem.
• Terapeuta para o André _Então André, porque é que te portas mal?
Analise e comente
esta simulação

O que este tipo Que


Que crenças
O que revela? de abordagem mecanismos
tem por trás?
vai promover? reforçaria?
Este discurso demonstra:
Tem por base um pensamento linear e fechado ( não de equifinalidade)

O menino porta-se mal porque….

O comportamento do menino tem uma função no sistema

Não apareceu por acaso nem é mantido por acaso

Tem uma função que serve todos os elementos da família

E como tal o sistema vai fazer tudo para manter o sintoma ( paradoxalmente) pois fazem um pedido ( no fundo
quem fez o pedido foi a professora) para a remoção do sintoma

Em suma a própria entrevista e a intervenção do terapeuta reforçam o sistema, ou seja o psicólogo deixou-se
“engolir” pelo sistema, reforçando que o problema e do André: “Então André porque e que te portas mal?”
• A família é um sistema vivo, que tudo fará para se manter vivo como
qualquer organismo.
• Sujeito a forças de entropia e negentropia.
• Entropia - todo sistema sofre deterioração;
• Sintropia , negentropia ou entropia negativa - para que o
sistema sobreviva tem que existir forças contrárias;
• Homeostase - capacidade do sistema manter o equilíbrio;
• Heterostase - toda vez que há uma ação de desgaste do
sistema, ele tende a equilibrar-se.
Existem crises que
levam ao caos
E forças que levam à
ordem , à
autorregulação, à
negentropia
Exercício

Qual dos dois recipientes sofreu entropia?


O sistema familiar sofre forças de entropia e negentropia

Tendência à desordem e à reorganização

O marido arranjar uma amante seria uma tendência à desorganização do sistemas (a


desintegração do sistema)

Seria mais ou menos fácil o divorcio se, de repente, um dos filhos viesse a sofrer de anorexia ou
outro qualquer sintoma grave, ou a mãe ficasse doente, ou a mãe fizesse de conta que não vê?
Ou a mãe arranjasse o seu próprio “amante” ( que podia ser o vicio das compras, das novelas, de
andar sempre no médico)?

Em suma, o sintoma por vezes leva à ordem e à desordem


Caso Clínico

A esposa de Manuel ( D. Fátima)


_ D. Fátima – para o marido _A tua mãe é aborrecida, a tua família não tem
nada a ver com a minha, o teu irmão mais velho é que está bem na vida. Já
compraram um carro novo.
O Sr Manuel tem um irmão (O Sr Pedro) cuja esposa, D. Lídia, que diz que
estude, que consegue que não ligue à mãe, pois ela coitada só diz o que
aprendeu, e que irá conseguir também tirar um curso e que não é menos
inteligente do que o irmão mais velho.
• Quem é mais provável que arranje uma “amante” ( Vícios,
internet, jogo, bebida ) o Sr. Mamuel ou o Sr Pedro?
• Contudo …
• O outcome depende só da mulher?
• Só do marido?
• Não depende de ninguém em particular e depende de todos,
pois o sistema é mais do que a soma das partes.
• Outro exemplo
• D. Maria - O marido ajuda nas tarefas domésticas, leva
os miúdos à escola e vai para o jardim brincar com eles
enquanto a esposa faz o jantar.
• D. Amélia, o marido chega a casa e diz que está muito
cansado, que vem sempre exausto que precisa de
descansar no sofá e que vai para a mesa quando o
jantar estiver pronto , já que já trabalhou oito horas.
Quem é mais provável ter dores de cabeça e vir a sofrer de depressão?

A D Maria ou a D Amélia?

O porquê da depressão ou das dores de cabeça?

Como vemos, todo o sintoma cumpre uma função. Todo o comportamento é comunicação e um
sintoma é um comportamento.

Mesmo que o sintoma seja uma doença física ( há quem se queixe mais e há quem não goste de se
queixar para não incomodar o ambiente familiar)

Sintoma= comportamento= comunicação


Conceitos fundamentais
Hipótese sistémica
• Uma ferramenta que permite que os terapeutas ou outros profissionais que
conduzam entrevistas, façam as perguntas que lhes trarão informações
pertinentes e assim ter uma linha condutora. É uma "suposição não provada,
aceite provisoriamente como base para uma investigação posterior" (Palazzoli
et al., 1980a, Gehart & Tuttle, 2003, Rober, 1999, 2002, 2005a, 2005b; Rober, &
Seltzer, 2010)
• Não há hipóteses boas nem más.
• A hipótese pode ser mais ou menos funcional.
• O importante é que nos venha a ajudar a família.
Pode ser confirmada ou refutada.
A refutação traz consigo novos elementos e possibilita ao terapeuta
formular outra hipótese.
A hipótese não é nem verdadeira nem falsa, mas mais ou menos útil.
Na ausência de hipóteses, o perigo é que a família imponha as suas
próprias hipóteses lineares e que “use” também o terapeuta
enquanto peça para a disfunção
“Estás a ver, até a Dr.ª disse que tu não ajudas …”
Exercício _Quiz

• Exemplo:
• A minha mulher de há uns tempos para cá trabalha
demais, o nosso filho já se queixou, e as notas dele
desceram. Ela chega sempre muito tarde, há dias em
que vem depois das 23h.
(vamos assumir que sabemos que a senhora não mudou
de local de trabalho, nem está a fazer nada
profissionalmente diferente. É professora de matemática e
que trabalha na mesma escola há anos) São um casal de
39 anos com um filho de 10.
• Foi o marido que pediu ajuda, pois acha que a mulher
anda mais distante (perante isto podemos considerar
algumas hipóteses sistémicas - sistémicas porque
envolvem todos os elementos do sistema - e
posteriormente a hipótese de guiar a nossa entrevista de
forma a clarificar, confirmar ou infirmar a/s nossa/s
hipóteses).
Vamos lá então colocar hipóteses ..
(não vale puxar ao diapositivo
seguinte)

Escreva as suas hipóteses e depois


compare.
• H1- A esposa tem um caso com um
colega da escola
• H2- O marido tem um caso e a mulher
para não ver, acaba por se agarrar mais
ao trabalho e para evitar discussões.
• H3…
• H4…
• No caso que apresentamos se não houver
intervenção, de que forma pode o sistema
evoluir?
• Quem poderá vir a ser o paciente
identificado?
• Normalmente e o elo mais fraco, aquele que
“paga as favas” em prol do sistema
• “A nossa família e muito bem resolvida se não
fosse o .. ou a.. ou ou ou….” (esse ou e o
Paciente identificado)
A Hipótese Sistêmica é

Uma base de trabalho , um pensamento que se prevê sistémico e que envolve toda a família
, todos os elementos, que de certa forma explica a disfuncionalidade (funcional) da família

Só depois de se perceber porque o sistema funciona assim (disfuncional) é que se pode


ajudar a desatar a disfuncionalidade e remover o sintoma que mantém o próprio sistema

Identifica no núcleo do sistema determinado pelo problema - Quais são os aspetos centrais

Orienta o seu trabalho com a família

Orienta o envolvimento com a família

Informa a sua intervenção

Define o que pode ser alcançado e quando a terapia pode terminar


Sequência diferencial de comportamentos
Dentro do sistema familiar
(Carr, 2014, 2016, Von Sydow, K., et al., 2010, 2013, Rober, 2005b, Rober & Seltzer, 2010, Retzlaff, R. et al., 2013)

• Quando delineamos uma hipótese, quando delineamos tarefas a


prescrever a família (a ver de seguida) temos um “padrão
comportamental”.
• Temos uma sequência de comportamentos.
• Ex. O pai chega a casa e pousa a pasta no hall de entrada, vai para a
sala e deita-se no sofá a ver um programa. O filho vem e diz que quer
ver os bonecos o pai adormece enquanto o filho ao seu lado vê os
bonecos.
• A mãe faz o jantar, jantam todos e o pai como já dormiu fica no
portátil a ver filmes ou nas redes sociais. A mãe vai deitar o filho e de
seguida vai para a cama pois está cansada.
• A SDC permite-nos perceber os mecanismos comunicacionais do
sistema.
• Por exemplo, o pai vai para o café. Meia hora depois, a mãe liga a dizer
que o filho tem febre o pai vem para casa.
• A febre do filho passa e a mãe e o pai ficam no sofá .
• A mãe reforça o menino pois ele “trouxe” o pai para casa.
• É idêntico à hipótese sistémica, contudo a hipótese é
apenas uma hipótese (somos nós que tentamos ver
mais além, ter o tal olhar hologramático.
• A SDC é pragmática e objetiva e é efetivamente o
que acontece.
Pai chega a
casa e diz que
vem cheio de
trabalho para
Quando fazer
regressam a Jantam e vai para o
rotina escritório terminar um
projeto
repete-se

O filho vai para a


escola a mãe dar A mãe vai
aulas e o pai para o corrigir testes
atelier
O filho vai
para o
computador
TERAPIA FAMILIAR E A PRÁTICA SISTEMICA?

Carr, 2014, 2016, Von Sydow, K., et al., 2010, 2013, Rober, 2005b, Rober & Seltzer, 2010,
Retzlaff, R. et al., 2013)

Quando recebemos um pedido para terapia familiar iniciamos de imediato a terapia

O primeiro passo é delinear o setting terapêutico

Quantos elementos são, onde se vão sentar

Muitas vezes, com a primeira chamada iniciamos o nosso mergulho no Sistema familiar

Quem fez o pedido? Sob orientação de quem?

De que se queixa logo no telefonema


• Na primeira consulta
• Recebemos a família de forma mais formal do que se
fosse em casa, mas menos formal do que numa
consulta individual.
• Boa tarde, façam o favor de se sentar…
• Normalmente na primeira consulta
• O terapeuta apresenta-se
• Rapport
• A família apresenta-se
• Cada um individualmente
• Aqui começam a perceber que cada um fala na sua
vez e de que devem respeitar o “tempo” de cada um.
• Terapeutas + Família = novo sistema terapêutico

• Acoplagem de sistemas com o intuito de melhorar, de enzimar


as capacidade do sistema familiar.

Setting
Sistema terapêutico
+ Sistema familiar = terapêutico
O terapeuta lida com o sistema familiar , com neutralidade (Selvini-Palazzoli et
al.,1980), curiosidade (Cecchin, 1987) e não-conhecimento (Anderson e Goolishian,
1992).
O terapeuta começa a entrar no sistema fazendo parte do sistema terapêutico
(Whitaker e Keith, 1981), Elkaım (1997) e Andolfi (Andolfi et al.,1989).

De forma a ter um olhar límpido sistémico e não causal_ a não reforçar a


disfuncionalidade a não perguntar ( “então André porque faltas s aulas?)
• O papel dos terapeutas nem sempre é fácil, sendo muitas
vezes vistos como elementos estranhos que querem algo do
sistema (Larner, 2004, Kristeva, 1991, Frosh, 2004)
• De acordo com Frosh (2004), lidar com o não dito e o
indizível é assustador para o terapeuta.
O terapeuta deve
(Rober, 1999, 2002, 2005a, 2005b, Rober, & Seltzer, 2010)

Ouvir

Relacionar

Envolver-se ( quando e preciso) mas sem perder o seu fio condutor

Importar-se

Empatizar

Agir

Orientar

Aconselhar
O terapeuta deve estar atento e ter ajuda/supervisão

Há cenários mais destrutivos e viscosos

De se envolver em cenários destrutivos com as famílias

Perpetuar interações viciosas e impasse, resultando potencialmente

Em falhas terapêuticas ou terminação prematura.


Momentos da Terapia Familiar
Murray Bowen , 2004, Minuchin, S., Fishman, 1981, Bateson, 1972; De Beauregard, 1968, Schafroth, 1969, Selvini et al., (S/D;
Parker, 2007; Stratton, 2005; Asen, 2002, Sexton, Alexander, & Mease, 2004, Carr, 2009; Russel, 2007, 2008).

Interrogatório
circular O que o
Tarefas
Hipótese
reforça? Sistema?

Receção

Potencialidades do Feedback
Apresentação Desvendar as Paciente
identificado sistema
fragilidades do
sistema
Por norma, uma terapia ocupa seis a doze sessões, pois a partir de
certa altura o sistema (com a ajuda de todos) começa a mudar e
consegue desfazer o sintoma que criou.
A intervenção do terapeuta é no sentido de autonomizar o sistema e de
não criar dependência.
Vamos de seguida apresentar de forma sequencial os momentos
( alguns dos quais podem ser transversais a todas as consultas)
Por exemplo a hipótese sistémica pode ir mudando.
Receção

Recebe-se a família de forma mais ou menos formal, mas que se sintam


completamente à vontade, respeitados, e sintam que também é
necessário respeitar algumas “regras” entre as quais respeitar quem fala
(fala um de cada vez), e que todos terão oportunidade de partilhar as suas
opiniões e de dar o seu contributo, todos são importantes.
Apresentação
Depois de os terapeutas se
apresentarem, cada um dos
elementos da família se
apresenta. Pode ser um dos
elementos a começar
espontaneamente ou o/s
terapeutas podem pedir que se
apresentem pela ordem em
que se sentaram. O importante
é que a família se sinta à
vontade.
Interrogatório circular

• O Interrogatório circular é uma


ferramenta e um momento crucial na
Terapia familiar
• É com este tipo de entrevista que
vamos tentar perceber o que se passa,
o que trás a família à sessão, a
elaborar a/s hipótese/s sistémicas.
• A sequência diferencial de
comportamento, de forma a elaborar
com a ajuda da família que tarefas
devemos “prescrever”, de forma a
desatar os “nós”.
• É aqui que o/s terapeutas começam a
mergulhar mais profundamente nesse
sistema, de forma a que o ajudem a
desatar os nós que o sistema atou.
Com o interrogatório circular, os terapeutas exploram:
• A estrutura da família;
• Os padrões comunicacionais;
• Quem gere o quê;
• Como se organizam os subsistemas;
• Como se organizam os tempos da família;
• As rotinas;
• Como era antes do sintoma surguir.
• Quem “ganha “ o quê;
• Que ruídos existem no sistema;
• O que mantém a disfuncionalidade;
• O que cada um espera dos outros;
• O que cada um espera da terapia;
• O que cada um está disposto a mudar;
• Em suma, um olhar sistémico, de forma a que os
terapeutas possam ajudar a família a reorganizar-se,
de forma a que todos possam crescer.
• Elaboração da hipóteses sistémica em conjunto com o
coterapeuta ou outros terapeutas e/ou supervisores;
• As consultas terão entre os 60 e os 90 minutos;
• Por vezes, sobretudo na primeira sessão, faz-se um
intervalo de forma a que a família possa descansar um
pouco (por exemplo podem ir tomar um café) se houver
crianças podem ir comer qualquer coisa;
• É ainda uma oportunidade de os terapeutas trocarem
opiniões e reequacionarem as questões a colocar.
Ainda nas apresentações

• Ficamos a saber o que cada um valoriza, quem quer


falar mais;
• Quem se quer apresentar primeiro;
• Quem tenta apresentar os outros elementos;
• Quem valoriza mais o trabalho;
• Quem valoriza mais a família de origem.
• Etc
De seguida, ao perguntarmos o que os preocupa, e com a
técnica do Interrogatório circular, cada um opina.

Por exemplo, o que preocupa o pai são nas notas do filho, o


que preocupa a mãe são as horas tardias a que o pai chega a
casa, o que preocupa o filho é que os pais discutem.
• Dando espaço a cada um, sem colar
rótulos, conseguimos perceber melhor o
sistema e acoplar o sistema terapêutico
ao sistema familiar.
Explorando as potencialidade do sistema

Bom, como era antes de terem estas preocupações:


_O meu marido chegava cedo e nós íamos todos os fins de
semana passear.
_O meu pai brincava comigo,
_A minha mulher andava sempre mais bem disposta.
O que acham que pode melhorar
Filho_ O meu pai podia chega a casa mais cedo e não discutirem,
podíamos ir ao cinema todos.
Pai_O filho podia estudar mais e sim, podíamos sair mais os três.
Mãe_O meu marido podia jantar connosco de vez enquanto e ao fim
de semana arrumar as reuniões.

O que cada um está disposto a fazer?


(pode ser a próxima questão)
Perante isto…

Podemos sugerir tarefas ou serem eles a sugerir

O filho propõe-se a fazer os trabalhos de casa

A ame propõe-se a ajudar o filho na matemática ( e professora de ciências)

E o pai compromete-se a chegar pelo menos uma hora mais cedo todos os dias e a jantar com a
família pelo menos 3 vezes por semana

Ao fim de semana podem ir visitar os avos ( pois o pai há muito não os vê)

E depois vao passear por Aveiro ao Fórum que o filho queria ir ver la umas lojas

Depois no domingo enquanto o filho joga um pouco com os amigos pai e mãe vão ao cinema a me
queria ver um filme que esta agora em estreia
• Entramos no mundo das tarefas
• Que devem ser…
• Objetivas
• Exequíveis
• Verificáveis
• Simples, enquadradas na rotinas
• ( mas que alterem as
disfuncionalidades)
• E que todos ganhem com elas
O papel das tarefas é interferir na sequência diferencial
de comportamento, de forma a alterar o reforço que o
sintoma tem e que produz no próprio sistema. No fundo,
as tarefas substituem o sintoma.
Na sessão
seguinte - O
que se faz?

Para alem de
O que sentiu
continuar a
cada um, o
explorar a
que pode ser
dinâmica da
melhorado
família

Podem existir
E essencial
inúmeros
perceber se
assuntos que
as tarefas
não foram
foram ou não
ainda
cumpridas
abordados
Cada sessão é o mote
e o ponto de partida Se ninguém fizer as
para a sessão Cada um está a tarefas ou se um dos
seguinte, e se percebe crescer elementos não faz as
se a família está a tarefas?
reorganizar-se.
Nesse caso ou
Tenta Podemos
Pode ele a tarefa não foi
perceber-se perguntar: Que
próprio dizer Ele não fez bem delineada
porquê? ( pode tarefas
não fiz porque porque não lhe Ou a pessoa
perguntar-se a sugere? O que
não teve convinha.. não esta
restante família está disposto a
tempo motivada para
o que acha) fazer?
a mudança
• Se a pessoa disser que não está disposto a fazer nada…
Já não é terapia de família, podemos propor conversamos de
novo para a semana ou verificar que é necessário encaminhar
para outro tipo de consulta.
Contudo, ficará a ideia de que naquela família, a pessoa X ou Y
não fez as tarefas ( Esta situação é muito rara). É preciso
perceber porque é, pois provavelmente na semana seguinte e
em prol da família, a pessoa fará as tarefas.
• Finalmente quando o sintoma desaparece e
desaparece a “ovelha negra”, todos são
responsáveis e todos se empenham para
ultrapassar o impasse/a crise da forma mais
madura possível.
Genograma
(McGoldrick, Gerson, & Shellenberger, 1985; Bertalanffy, 1975, Carter & McGoldrick ,1995).
• Genograma – esquema representativo da estrutura da família, bem como das relações
entre os seus elementos.
• Permite realizar uma leitura rápida de uma família e permite esquematizar informação de
forma simples e objetiva.
• É uma ferramenta que nos
ajuda a esclarecer a estrutura
da família e do seu padrão de
relações;
• Quem se dá com quem, quem é
mais próximo a quem;
• Quem coabita com quem;
• É ainda um instrumento pessoal
de trabalho no qual podemos
acrescentar informação em
cada consulta.
Em anexo artigo com
toda a simbologia
• Regras básicas
• Existe simbologia própria;
• -no mínimo, três gerações; - nomes
dos membros da família; - idade ou
data de nascimento; -
• mortes, com idade ou data da morte
e sua causa;
• - doenças ou diagnósticos ( por
exemplo problemas de alcoolismo )
• - datas de casamentos e divórcios;
• Outros dados significativos ( abortos
etc.)
Caso clínico
• A mãe da Inês procurou-nos, pois a menina “não dá um passo
sem mim”;
• A Psicóloga da escola aconselhou-nos a vir aqui, pois acha que
pode ter a ver com todos,
• “A Inês é uma menina muito inteligente, fez os testes e isso tudo
e a psicóloga diz que não há nenhuma razão para ela ter estes
comportamentos” reforça a mãe.
• ( não conseguir ir para a sala de aula sozinha, ter de me ligar
umas dez vezes ao dia)
Mãe_Já fui a 3 psicólogos e ninguém consegue encontrar nada
nela, começo a ficar um bocado desesperada, a psicóloga da
escola falou-me então que seria bom eu vir aqui.

Face a esta entrevista, e quando foi realizada a ficha clínica e


perguntei à mãe o que fazia, ela respondeu com alguma arrogância
até:
_Sou mãe.
_Profissionalmente_ insisti
_Sou mãe.
Face a este pedido foi marcada uma
consulta para a família

• Sabíamos a priori que eram 3 elementos


• Pai
• Mãe
• Inês
Entrevista
Apresentação
• ( Eu e uma estagiaria minha para a ordem dos
psicólogos)
• Chegaram a horas
• Muito bom dia
• O meu nome é XXX, já tive oportunidade de conhecer a
mãe e a Inês
• Apresento a colega, a Dra Ana que vai colaborar
connosco.
• Sentem-se à vossa
vontade…
Inês

Terapeuta

Mãe

Coterapeuta Pai
Pai
• As apresentações
Começa o pai:
_ Tenho 41 anos e sou gerente de um banco e tenho muito pouco tempo
livre, muitas reuniões, muita responsabilidade, sou só eu a ganhar.
• Mãe_ Eu tomo conta da casa e da
Inês, sabe que um filho nos toma
todo o dia, não tenho tempo para
nada. É levá-la à escola, ir lá a
meio da manhã levar o lanche,
levá-la ao piano e ao Inglês.
• Depois em casa, é o jantar. Uma
pessoa não para.
_Inês- Tenho 12 anos e ando no 7º ano
Gosto de ver MTV e de estar na internet com as minhas amigas, e também
gosto de cantar, estamos a compor uma música.
(Inês é uma menina com ar de boneca, muito bem cuidada, um pouco
infantilizada talvez. Tem uma fita no cabelo que foi a mãe que fez)
( a coterapeuta vai tomando algumas notas)
A coterapeuta funciona como uma auxiliar,
uma equipa, um segundo par de olhos, mas
pode intervir quando quiser.
• A Mãe tem 37 anos, é uma senhora bonita com ar
muito elegante mas um pouco tensa. Vira-se
constantemente para a filha.
• O pai, um homem também com ar muito cuidado,
veste fato cinzento, olhou duas vezes para o
telemóvel enquanto estávamos nas
apresentações.
Interrogatório circular

• Terapeuta para o pai


• _O que é que vos preocupa na família?
• _Sabe, o que nos preocupa é a Inês, ela é uma menina tão inteligente,
não consigo perceber porque tem este problema, não consegue ir para a
escola sozinha.
• (Mãe)- pois realmente o que nos preocupa é a Inês, o resto está tudo bem.
• (Inês)_ eu não sei…
• Terapeuta_ O que achas que podia melhorar lá por casa?
• Inês- Estarmos mais juntos não sei, os meus pais, não sei, podiam estar
melhor.
• Agora gostávamos de saber como é o vosso dia a dia.
• Desta vez iniciamos pela mãe.
• _ Pois eu levanto-me bastante cedo, faço o pequeno
almoço à Inês, depois a higiene e tudo o mais e de seguida
levo-a à escola.
• Volto para casa e dou um jeito aos quartos, há imenso que
fazer, vou à escola a meio da manha, depois arrumar a
casa, fazer almoço, vou buscá-la para almoçar pois ela não
gosta da comida da cantina.
• Ao fim do dia piano e dois dias por semana Inglês.
• Quando o meu marido chega já está tudo pronto e é só arrumar a cozinha.
• É assim, mais ou menos, sempre a correr.
• A noite como é?
• À noite vejo um pouco de Televisão na sala com a Inês e depois deito-me
com ela ( ela ainda nãp disse mas não dorme sozinha)
• _ Pai_ isso é tudo culpa nossa, ela já é uma mulher.
• Inês e pai corroboram o relato da mãe
• Estes relatos permitem-nos chegar à
sequência diferencial de comportamentos,
onde percebemos melhor que rotinas
podemos ajudar a família a alterar.
Mãe levanta-se faz o o pequeno almoço a Inês,

Leva a filha a escola

Arruma a casa

Vai buscar a filha à hora almoço

Vai buscar a filha a escola

Fim do dia leva a filha ao Ingles /piano

Faz jantar

Quando o meu marido chega _ jantam

De seguida marido vai para o escritório

Mãe arruma a cozinha

Ve um pouco de Televisão com a filha

Depois deitam-se
Ao fim de semana

As x sábado de manha o pai vai lavar o carro, e vai correr

A mãe vai ao cabeleireiro e as compras

Da parte de tarde o pia geralmente vai a casa dos pais ( que


vivem a cerca de 50 km) às vezes janta por la

A ao domingo regra geral vão almoçar fora, de seguida o pai


vai correr

A Inês tem que estudar e eu aproveito para descansar um


pouco enquanto ela estuda, as vezes deito-me no sofá a ver
uma serie

A noite jantamos e e igual aos outros dias


QUIZ

• Já tem alguma
hipótese sistémica?
• Como conduzir a
restante entrevista?
Hipótese sistémica

A Mãe sente que está a perder o seu “papel” na família e no


casamento pois a menina está a ficar uma mulher

E ela, depois de a menina se tornar independente, o que vai fazer


na família e no casamento?

A menina gosta da mãe e quer manter a família unida, pelo que faz
o papel de dependente para dar valor a mãe

O pai sente-se bem pois ele e o que da ordens la em casa e assim


ninguém o incomoda

A Mulher e a filha não o “chateiam muito e ele sabe que a filha esta
bem cuidada, provavelmente terá uma relação extraconjugal
Outras questões…

• As rotinas sempre foram assim?


• Como eram as rotinas primeiro?
• A menina convive com avós ,
amigos etc, como e a relação
coma família alargada?
• A menina dorme em casa de
amigas, amigas vão la a casa?
• Como é a relação entre o pai e a
mãe? ( podemos perguntar se o
casal tem alguma atividade em
conjunto)
• Se os três praticam alguma
atividade em conjunto , se
aos domingos quando vão
almoçar fora como se
sentem
• Inês_ É muito bom, eu
gosto.
• Pai_ É sempre um
momento agradável.
• Mãe_ É pena não ser mais
vezes (diz com ar doce).
O que é que cada um acha que poderia melhorar?

Pai _Talvez estarmos mais juntos, não sei.

Mãe_ eu e o meu marido podíamos ir a qualquer lado.

Pai_ pois e a Inês não fica sozinha.

Terapeuta para a Inês_ O que dizes Inês?

Ines_Eu não me importo de ficar sozinha a tarde, a Rita as vezes vem a


minha casa, e gosto de estar na internet, a falar com as minhas amigas
• Terapeuta_ E tu Inês o que achas que podia melhorar?
• Ines_Os meus pais podiam sair mais, e nos os três podíamos
sair mais
• _A Minha mãe também podia ter as suas amigas, não sei..
• Mãe: O Meu marido também trabalha tanto, quase não esta em
casa, podia chegar mais cedo e estar connosco
• Terapeuta _Pela família com certeza estão dispostos a mudar
algumas rotinas e a realizar algumas atividades
• _Pai, sim sim - Estou disposto a chegar mais cedo
(depois de alguns minutos de conversa e de “negociações” e com
o acordo de todos)

Chegamos as seguintes tarefas

A mãe e o pai vão ao cinema sábado a tarde (A mãe disse que


gostava e que já não se lembra de ir com o marido)

A Inês fica com a amiga

E no domingo depois do almoço vão todos ate um local que


escolhem a Inês e a mãe querem ir ao shopping e o pai ao
parque da cidade, decidem então ir todos ao parque e depois ao
fim do dia vão lanchar ao shopping

Saem com ar feliz e despreocupado da sessão


• O que é que acha que vai acontecer
com a família se realizarem as tarefas e
continuariam a vir as sessões?
• Ao fim de seis sessões (…)
• A mãe está neste momento a tirar um curso de
pintura e já está a pintar um quadro.
• A Inês vai sozinha para a aula e leva o próprio
lanche logo de manha
• A mãe vai para junto dela a noite durantes uma
meia hora e depois deixa-lhe a TV ligada, já dorme
sozinha
• Os avós paternos estão a ter um papel mais ativo e
positivo na família e o filho parece mais sereno
• Os pais da mãe tinha falecido há algum tempo ela
foi criada por uma tia (sentimos que havia algo
relacionado com a infância da mãe que não estava
a ser dito.
? ?

Domestica
Gerente 2000
D
41 37
anos anos

Ines, 12a
Este seria o genograma da família antes
de iniciar a terapia, elabore um
genograma no final da 6 sessão ( já com
a informação que possui)
Tarefa

• Realize o genograma da sua família


Ultima tarefa
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