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15,5 cm x 23,5 cm / PACTOR 10 cm

TERAPEUTA
O programa COMPASS desenvolve -se
MANUAL DO através de 12 sessões estruturadas em
MINDFULNESS grupo, procurando ajudar as pessoas a
Obra recomendada por: desenvolverem relações mais compassivas
com os outros e consigo próprias, enquanto
percorrem o caminho da recuperação de uma
TERAPEUTA vida com sentido.
DO
Um livro. Dois manuais!
MANUAL
NA RECUPERAÇÃO
Manual do Terapeuta
de uma perturbação psicótica. Christine Braehler / António Ferreira de Macedo DA PSICOSE Um guião orientador e detalhado para
Célia Barreto Carvalho / Ana Telma Pereira
a implementação do programa psicotera-
pessoal das pessoas com o diagnóstico
K
pretende ser um guia para a recuperação Maria João Martins / Paula Castilho PROGRAMA DE INTERVENÇÃO COMPASS pêutico COMPASS: descrição das sessões
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e dos materiais utilizados, informação sobre
na terapia focada na compaixão, que
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os fundamentos teóricos, questões
grama psicoterapêutico grupal, baseado
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orientadoras, alertas para os terapeutas,
necessários à implementação de um pro-
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tópicos de discussão, entre outros.
O presente livro engloba todos os materiais
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de vida. .
Com fichas de apoio e guiões para a prática
M
ração pessoal, funcionalidade e qualidade Maria João Martins / Paula Castilho C
das meditações e dos exercícios experienciais.
PROGRAMA DE INTERVENÇÃO COMPASS
resultados promissores ao nível da recupe- Célia Barreto Carvalho / Ana Telma Pereira
diagnóstico de perturbações psicóticas com
lizadas internacionalmente a pessoas com o
Christine Braehler / António Ferreira de Macedo
.
Materiais de apoio ao terapeuta
disponíveis em www.pactor.pt.
DA PSICOSE
terceira geração. Estas têm sido disponibi-
das terapias cognitivo-comportamentais de
MANUAL
NA RECUPERAÇÃO
especificamente estes aspetos são as chama-
rapia, um exemplo de intervenções que focam DO Manual do Participante
uma vida com sentido. Na área da psicote- PARTICIPANTE Estruturado pelas 12 sessões do programa
ça, pela ligação aos outros e pelo abraçar de COMPASS, o participante pode relembrar
pautada pelo empowerment, pela esperan- e registar aqui o que foi falado nas sessões
com os terapeutas – resumo da sessão,

MINDFULNESS E COMPAIXÃO NA RECUPERAÇÃO DA PSICOSE


ciais, mas também uma dimensão subjetiva
sintomas e o atingir de objetivos psicosso- práticas recomendadas, informações
MANUAL DO adicionais, ideias-chave –, sempre
PARTICIPANTE
deve incluir não apenas a redução dos
É consensual que a recuperação pessoal encorajado a fazer as suas próprias escolhas.

MINDFULNESS

9 789896 930943

ISBN 978-989-693-094-3
10 cm 15,5 cm x 23,5 cm / PACTOR 15,5 mmm
EDIÇÃO
PACTOR – Edições de Ciências Sociais, Forenses e da Educação
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Copyright © 2020, PACTOR – Edições de Ciências Sociais, Forenses e da Educação


® Marca registada da FCA – Editora de Informática, Lda.
ISBN edição impressa: 978-989-693-094-3
1.ª edição impressa: janeiro 2020
Data de comercialização: fevereiro 2020

Paginação: Carlos Mendes


Impressão e acabamento: Cafilesa – Soluções Gráficas, Lda. – Venda do Pinheiro
Depósito Legal n.º 466000/20
Capa: José Manuel Reis
Imagem de capa: © Zuccheronero

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Índice

Os Autores............................................................................................................. VII
Prefácio....................................................................................................................IX
Nota da SPESM.......................................................................................................XI
Nota Introdutória................................................................................................XIII

PARTE I: ORIENTAÇÃO....................................................................... 1
1. Terapia Focada na Compaixão e Treino da Mente Compassiva............... 3
2. Modelo dos Três Sistemas de Regulação Emocional................................. 5
2.1 Compaixão............................................................................................... 7
2.1.1 Atributos/qualidades da compaixão............................................ 7
2.1.2 Competências da compaixão........................................................ 8
3. Outros Conceitos Importantes Dentro Deste Modelo Teórico.............. 11
3.1 Autocriticismo....................................................................................... 11
3.2 Vergonha................................................................................................ 12
3.3 Mindfulness........................................................................................... 13
4. Aplicações à Psicose..................................................................................... 15
4.1 Compaixão, autocompaixão e psicose............................................... 15
4.2 Medos da compaixão na psicose......................................................... 16
4.3 Mindfulness aplicado à psicose........................................................... 16
5. R
 esultados Empíricos das Abordagens Focadas na Compaixão para
a Psicose......................................................................................................... 19
6. Orientações para os Terapeutas.................................................................. 21
6.1 População-alvo...................................................................................... 21
6.2 Manual do Participante........................................................................ 22
© PACTOR

6.2.1 Ficheiros áudio complementares às sessões............................. 23

III
Mindfulness e Compaixão na Recuperação da Psicose

6.3 Competências e background profissional dos terapeutas................. 23


6.3.1 Considerações acerca da relação terapêutica........................... 24
6.3.2 Atributos e competências dos terapeutas.................................. 25
6.3.3 Posição dos terapeutas no grupo............................................... 26
6.3.4 Lidar com o emergir de sintomatologia psicótica durante
a sessão.......................................................................................... 27
6.4 Tipo e constituição do grupo.............................................................. 27
6.5 Número, frequência e duração das sessões........................................ 28
6.6 Estrutura das sessões............................................................................ 29
6.7 Orientações práticas transversais a todo o programa COMPASS... 30
6.7.1 Enfatizar a importância da prática sempre que possível......... 30
6.7.2 Recorrer ao uso da criatividade.................................................. 30
6.7.3 Relembrar a possibilidade de realizar sessões individuais...... 31
6.7.4 Os terapeutas devem inserir-se no trabalho em pequenos
grupos............................................................................................ 31
6.7.5 Conciliar os papéis de modelo e de membro ativo do grupo.32

PARTE II: IMPLEMENTAÇÃO............................................................ 33


Fase 1: Grupo como Base Segura e Direções para a Recuperação............. 35
Sessão 1 – I ntrodução: Constituição do Grupo como uma Base
Segura........................................................................................ 35
Sessão 2 – P
 sicoeducação: Constituição do Grupo como uma Base
Segura........................................................................................ 47
Sessão 3 – O
 Sistema de Defesa-ameaça e a Importância do Treino
da Mente Compassiva.............................................................. 57
Sessão 4 – D
 ireções para a Recuperação.................................................. 69
Fase 2: Compaixão e Treino da Mente Compassiva..................................... 77
Sessão 5 – O
 Que É e o Que Não É a Compaixão................................... 77
Sessão 6 – O
 Que Dificulta (Medos da Compaixão) e o Que Facilita
© PACTOR

a Compaixão............................................................................. 87

IV
Índice

 luxos da Compaixão: Loving-kindness................................. 95


Sessão 7 – F
Sessão 8 – A
 preciar: Emoções Positivas................................................. 105
Sessão 9 – A
 Autocompaixão................................................................... 113
Sessão 10 – L
 ugar Seguro e Praticar a Autocompaixão no Dia
a Dia....................................................................................... 119
Fase 3: Recuperação e Olhar para o Futuro................................................. 127
Sessão 11 – R
 evisitar a Recuperação: O Papel da Compaixão e da
Autocompaixão.................................................................... 127
Sessão 12 – S essão Final: Planear o Futuro Compassivamente........... 131
Sessão de Seguimento............................................................................... 137

ANEXOS A: FICHAS DE APOIO...................................................... 139


Ficha 1 – Diário de bordo: Resumo da sessão............................................ 141
Ficha 2 – O que eu achei da sessão?............................................................. 143
Ficha 3 – Como lidei?..................................................................................... 145
Ficha 4 – A minha “viagem de recuperação”.............................................. 147
Ficha 5 – Como posso ser compassivo?....................................................... 148
Ficha 6 – Ser compassivo com os outros: Como?...................................... 151
Ficha 7 – As minhas frases compassivas..................................................... 152
Ficha 8 – Estratégias mais compassivas....................................................... 153
Ficha 9 – A minha lista de atividades agradáveis....................................... 154
Ficha 10 – Tratarmo-nos a nós próprios como a um amigo!................... 155
Ficha 11 – Pensar o meu lugar seguro......................................................... 156
Ficha 12 – Praticando no meu dia a dia...................................................... 158
Ficha 13 – 10 Estratégias de coping para momentos de desespero!......... 160

ANEXOS B: GUIÕES DAS MEDITAÇÕES....................................... 161


Guião 1 – Mindfulness de 1 minuto............................................................. 163
© PACTOR

Guião 2 – Mindfulness de 3 minutos........................................................... 165

V
Mindfulness e Compaixão na Recuperação da Psicose

Guião 3 – Respiração tranquila (versão 1).................................................. 167


Guião 4 – Respiração tranquila (versão 2).................................................. 169
Guião 5 – Enraizar.......................................................................................... 171
Guião 6 – Mindfulness da aceitação............................................................ 173
Guião 7 – Check-in compassivo.................................................................... 175
Guião 8 – Objeto do momento presente..................................................... 177
Guião 9 – Caminhar compassivo.................................................................. 179
Guião 10 – Meditação de cuidado e bondade: Autocompaixão............... 181
Guião 11 – M
 editação de cuidado e bondade: Compaixão pelos
outros........................................................................................... 183
Guião 12 – Toque compassivo...................................................................... 185
Guião 13 – Cor compassiva........................................................................... 187
Guião 14 – Meditação do lugar seguro........................................................ 189
Guião 15 – Momento presente...................................................................... 191
Guião 16 – M
 editação de cuidado e bondade: Autocompaixão e
compaixão pelos outros............................................................. 192
Guião 17 – Respiração tranquila e toque compassivo............................... 195

ANEXOS C: GUIÕES DOS EXERCÍCIOS EXPERIENCIAIS ............ 197


Guião 18 – Situações ativadoras dos três sistemas..................................... 199
Guião 19 – Sorriso compassivo..................................................................... 202
Guião 20 – Vinhetas de ilustração da ativação dos três sistemas............. 204

Referências Bibliográficas.................................................................................... 207


© PACTOR

VI
Os Autores

Maria João Martins


Psicóloga clínica. Mestre e doutorada em Psicologia Clínica e da Saúde pela
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.
Colabora com o Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção
Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da mesma Faculdade e com o Instituto
de Psicologia Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Os seus focos de interesse clínico e de investigação são as intervenções psico-
lógicas para pessoas com doença mental grave (em particular nas perturbações
psicóticas) e as intervenções cognitivo-contextuais.

Paula Castilho
Psicóloga clínica e psicoterapeuta. Doutorada em Psicologia Clínica. Professora
Auxiliar na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universi-
dade de Coimbra. Investigadora do Centro de Investigação em Neuropsicologia
e Intervenção Cognitivo­‑Comportamental (CINEICC). Membro e supervisora
creditada pela Associação Portuguesa de Terapia do Comportamento, da As-
sociação Portuguesa para o Mindfulness e da Sociedade Portuguesa de Sexolo-
gia (creditada como terapeuta sexual). Professora do programa de Mindfulness
e Autocompaixão (MSC) e do programa de Redução do Stress baseado no
Mindfulness (MBSR) certificada pelo UC San Diego Center for Mindfulness
(em fase final da certificação). Áreas de interesse clínico e de investigação: pro-
gramas de intervenção cognitivo-contextuais (ACT, TFC, DBT, MSC) aplicados
a várias amostras clínicas (doença mental e física), e estudos de vulnerabilidade
(fatores de risco) e de proteção e promoção da qualidade de vida e bem-estar.

Célia Barreto Carvalho


Psicóloga e psicoterapeuta. Doutorada em Psicologia Clínica. Professora Au-
xiliar no Departamento de Psicologia da Faculdade de Ciências Sociais e Hu-
manas da Universidade dos Açores. Investigadora no Centro de Investigação
em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC)
da Universidade de Coimbra e na State University of New York – SUNY
© PACTOR

Downstate (Estados Unidos da América). Está envolvida na formação inicial e

VII
Mindfulness e Compaixão na Recuperação da Psicose

pós-graduada em Psicologia e investiga na área da psicoterapia, esquizofrenia e


inteligência emocional.

Ana Telma Pereira


Psicóloga. Investigadora Auxiliar no Instituto de Psicologia Médica da Facul-
dade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Christine Braehler (DClinPsy, PhD)


Psicóloga clínica e psicoterapeuta. Graduada e doutorada pela Universidade de
Edimburgo no Reino Unido. Supervisora e Professora do curso de treino de
professores no programa Mindful Self-Compassion. Professora Honorária na
Universidade de Glasgow, no Reino Unido. www.christinebraehler.com

António Ferreira de Macedo


Professor Catedrático de Psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade
de Coimbra, onde é também diretor do Instituto de Psicologia Médica. Profes-
sor Afiliado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Coordena as
Unidades de Internamento Masculino do Serviço de Psiquiatria, Tratamento
da Perturbação Obsessivo-Compulsiva e Estimulação Cerebral Não Invasiva do
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

© PACTOR

VIII
Prefácio

Compassion Focused Therapy (CFT) offers new inroads to the effective


treatment of psychosis that draw upon the applied science of human motives
and emotions. CFT approaches are informed by an understanding of how our
affiliative emotions and our experience of social safeness can provide a platform
for psychological growth and transformation.
Grounded in both millennia of meditative practice, and the state of the art
of affective, behavioral and neuroimaging research, CFT is opening doors to
treatment innovation. Still, the process of developing, testing, implementing
and disseminating evidence-based compassion interventions can proceed
slowly. Human psychological suffering does not wait for our science to evolve.
Each day, millions of our brothers and sisters are living with psychosis, and they
need our help to live with peace, meaning and vitality.
It is for this reason that I am moved by the pioneering work of my colleagues who
have authored the COMPASS manual, and have developed this CFT informed
method for recovery from psychosis. Their research and their treatment
development efforts are hugely important.
I would encourage clinicians and researchers to explore the methods developed
by Dr. Paul Gilbert, refined through the CFT community, and brought into a
new application for psychosis by these authors. Measure your results in using
this manual and these techniques. Record your observations. Find out what
works, and what could be improved. And above all, share your observations
with our CFT community and the world of the behavioral sciences.
Many factors have contributed to the evolution of human civilization. Not the
least of these factors has been the development of techniques for irrigation.
Agriculture and societies have needed a way to bring fresh water from its source
to the places where it was most needed. Without irrigation, our crops would fail
and we would fall to thirst.
The development and dissemination of methods of alleviating and preventing
human suffering through mindfulness, acceptance and compassion are like an
irrigation system for the hearts and minds of humanity. Together, we can bring
usable water to those in need. Just like water, our methods need to be purified
© PACTOR

and tested. Perhaps most importantly, though, compassion focused science

IX
Mindfulness e Compaixão na Recuperação da Psicose

needs to move. The frozen ice on the mountaintop needs to make it to the fields
and to the bodies of our human family.
This is our charge and our mission as compassion focused therapists and
researchers.
The authors of this manual have my deepest respect, and I wish to support them
in their work fully. My hope is that our compassion focused community will
continue to do the same, and that together, we can make a very real difference
in the lives of people living with psychosis, and a range of other forms of
psychological suffering.
Dr. Dennis Tirch
Founding Director, The Center for Compassion Focused Therapy
Associate Clinical Professor, Icahn School of Medicine, Mt. Sinai Medical Center, New York
President, The Compassionate Mind Foundation, USA
President-Elect 2018-19, Association for Contextual Behavioral Science
Fellow, Association for Contextual Behavioral Science
Fellow, Diplomate & Certified CBT Trainer/Consultant, Academy of Cognitive Therapy
Past President and Founding Fellow, NYC-CBT Association
Past President and Founding Fellow, NYC-ACBS
Associate Editor, The Journal of Contextual Behavioral Science

© PACTOR

X
Nota da SPESM

Esta obra é o resultado de uma investigação científica realizada com o propó-


sito de ajudar pessoas com perturbações psicóticas a mitigar o seu sofrimento
e a construir uma vida plena. Pretende, igualmente, contribuir para que quem
dedica a sua vida profissional a ajudar essas pessoas o possa fazer de forma mais
capaz e dirigida.
Não haveria, assim, real possibilidade de criar esta proposta de duplo “Manual
do Terapeuta” e “Manual do Participante” sem a cooperação de todos aqueles
que devem participar numa rede de recuperação pessoal, do sistema de saúde às
instituições que, em que cada comunidade, organizam e protegem a construção
de planos de vida, num exercício de liberdade e autonomia centrado nas pessoas
doentes e suas famílias. Acreditamos que esta deve ser a filosofia de organização
de serviços de saúde e respostas psicossociais para todos aqueles que sofrem
de Doença Mental Grave. Esta é também a forma como a Ciência se constrói,
numa lógica que se quer metódica e objetiva, mas também colaborativa e inte-
grativa. A equipa de autores, de diferentes origens, soube articular essas dimen-
sões, equilibrando as vertentes assistencial, terapêutica e de investigação.
A Sociedade Portuguesa para o Estudo da Saúde Mental (SPESM) orgulha-se
de se associar à publicação da presente obra. Na senda do apoio e divulgação de
autores portugueses em Saúde Mental, apresentamos o primeiro manual de in-
tervenção psicoterapêutica para perturbações psicóticas de inspiração cogniti-
vo-comportamental que, partindo de um modelo teórico específico e incluindo
os mais recentes contributos nesta área, combina uma base empírica sólida com
a experiência de pessoas com perturbações psicóticas.
Esperamos que esta obra seja uma referência a nível terapêutico, mas também
uma orientação para novos trabalhos e novos caminhos, tanto em sentidos dife-
rentes como em sintonia com a proposta agora apresentada.
A Direção
© PACTOR

XI
Nota Introdutória

O COMPASS (COMPassionate Approach to Schizophrenia and Schizoaffective


disorder) é um programa psicoterapêutico em formato de grupo, baseado na
terapia focada na compaixão (TFC, do inglês compassion-focused therapy) e
desenhado para integrar a intervenção psicoterapêutica no processo de recu-
peração, com vista à reabilitação psicossocial nas perturbações psicóticas. Este
manual pretende ser uma introdução e um guia de apoio à implementação do
programa.
Apesar de o programa COMPASS, no seu estudo-piloto, ter sido aplicado por
psicólogos clínicos com formação em psicoterapias cognitivo-comportamentais
de terceira geração, especificamente na TFC, o tipo de técnicos de saúde men-
tal que podem aplicar este programa é mais abrangente. É recomendado que o
programa seja desenvolvido em coterapia1 e, caso seja possível, é importante
que um dos terapeutas tenha formação em psicoterapia ou psicologia clínica.
No entanto, o programa pode ser aplicado por outros técnicos de saúde com
experiência de intervenção a nível da reabilitação psicossocial nas perturba-
ções psicóticas. Ter experiência em intervenção em grupo é uma característica
facilitadora. É requisito fundamental que os terapeutas estejam familiarizados
com o racional teórico da TFC e que desenvolvam prática experiencial (de
mindfulness e compaixão) antes e durante a implementação do programa.
Este manual contempla todos os materiais necessários à implementação do pro-
grama COMPASS. No entanto, salientamos a importância de, antes de aplicar
o programa, os terapeutas terem formação específica no mesmo. O “Manual do
Terapeuta” está bastante detalhado e inclui não só a descrição da sessão e dos
materiais utilizados, mas também a informação sobre fundamentos teóricos,
questões orientadoras, alertas para os terapeutas, tópicos de discussão/reflexão,
entre outros. No entanto, sendo um programa psicoterapêutico que pretende
a mudança terapêutica em termos de padrões comportamentais e relacionais
(a nível intra e interpessoal), e adicionalmente tendo como população-alvo as
pessoas com perturbações psicóticas, o programa COMPASS é exigente para
os terapeutas. Desta forma, a supervisão durante o decorrer da implementação

 Para simplificar a leitura do texto, optámos por manter a expressão “os terapeutas” ao longo de
1
© PACTOR

todo o livro, exceto nos casos em que se entenda que é importante clarificar papéis diferentes
para o terapeuta principal e para o coterapeuta.

XIII
Mindfulness e Compaixão na Recuperação da Psicose

do programa é altamente recomendada, pelo menos na primeira vez em que


os terapeutas estão a ter contacto com as sessões. Estes aspetos da formação e
supervisão são importantes não só para que o programa seja implementado da
forma mais eficaz possível, mas também para que os terapeutas se sintam acom-
panhados durante a implementação e o decorrer das sessões.
Pretendemos que o programa COMPASS seja uma mais-valia para a melhoria
das intervenções de reabilitação psicossocial nas perturbações psicóticas. Para
isso, o mesmo foi desenvolvido com duas preocupações de base: a sua eficácia
e a sua efetividade. Por um lado, conduzimos um ensaio clínico para perceber
a eficácia do programa num conjunto de parâmetros que consideramos impor-
tantes para a recuperação pessoal nesta população específica. Por outro lado,
tivemos a preocupação de que esta seja uma intervenção passível de ser aplicada
no “mundo real” e no contexto dos serviços de saúde e de reabilitação portugue-
ses. Desta forma, várias adaptações foram feitas (p. ex., relativamente a progra-
mas internacionais), sendo que o programa COMPASS foi construído para ser
flexível e adaptável a vários contextos e a profissionais e utentes com diferentes
características. Assim, as características específicas da amostra em que o pro-
grama foi testado (diagnóstico de esquizofrenia, perturbação esquizofreniforme
ou perturbação esquizoafetiva, nos primeiros 5 anos da doença – período crí-
tico) não limitam a população que poderá retirar benefícios deste programa.
Consideramos que todas as pessoas com diagnóstico dentro do continuum da
psicose (p. ex., perturbação de humor com características psicóticas, pertur-
bação afetiva bipolar, entre outras), independentemente de se encontrarem ou
não no período crítico, poderão potencialmente beneficiar deste tipo de inter-
venção. Adicionalmente, as 12 sessões descritas neste manual são as sessões que
foram realizadas no ensaio clínico (em que o período temporal tinha de ser li-
mitado e uniforme). No entanto, consideramos que, dependendo dos contextos,
poderá ser necessário e/ou mais benéfico para os participantes que os conteúdos
sejam trabalhados ao longo de mais tempo (p. ex., o conteúdo de uma sessão ser
trabalhado ao longo de duas ou três sessões). Estas adaptações temporais são
encorajadas sempre que beneficiarem a implementação do programa, gerando
melhores resultados terapêuticos.
Esperamos que o desenvolvimento desta intervenção e deste manual possa in-
centivar os técnicos a incluir as estratégias baseadas na aceitação, mindfulness e,
particularmente, na compaixão na sua prática clínica com pessoas com psicose.
É nossa expectativa de que a integração dos conhecimentos das terapias cogni-
tivo-contextuais e do racional teórico das abordagens focadas na compaixão e
© PACTOR

de que a inclusão destas estratégias possam contribuir para que, cada vez mais, o
nosso papel na ajuda à recuperação pessoal das pessoas com psicose seja eficaz.

XIV
PARTE I

Orientação
1
Terapia Focada na Compaixão
e Treino da Mente Compassiva

A TFC, como uma nova abordagem psicoterapêutica, foi desenvolvida pelo


Professor Paul Gilbert e colaboradores (Gilbert, 2005, 2009a, 2009b; Gilbert &
Procter, 2006)e é especificamente dirigida a problemas emocionais crónicos e
complexos que emergem e se mantêm por dificuldades na relação do “eu” com
o “eu”. As suas bases teóricas partem das abordagens evolucionárias e biopsi-
cossociais às dificuldades psicológicas e têm uma forte influência da Teoria das
Mentalidades Sociais (Gilbert, 1989, 2005).
A TFC pretende ser uma abordagem psicológica que permite dar um novo foco
à intervenção psicoterapêutica: o desenvolvimento da compaixão e da auto-
compaixão como forma de regulação emocional. Estas estratégias de regulação
emocional são conceptualizadas como especialmente úteis em dificuldades re-
lacionadas com elevados níveis de vergonha e autocriticismo. A vergonha e o
autocriticismo têm vindo a ser associados a um grande número de problemas
psicológicos e psiquiátricos e colocam barreiras importantes à qualidade de vida
e prossecução de objetivos, parecendo ser alvos particularmente desafiantes no
processo psicoterapêutico.
As intervenções utilizadas na TFC derivam das utilizadas noutras abordagens,
como são o exemplo da grande importância dada à relação terapêutica a des-
coberta guiada, a análise funcional, o mindfulness, a exposição e a tolerância, a
imaginação guiada ou a prática independente. As muitas intervenções e estra-
tégias utilizadas são adaptadas e contextualizadas no desenvolvimento e poten-
cialização de uma mente compassiva. O treino da mente compassiva (TMC, do
© PACTOR

inglês compassionate mind training) consiste num treino específico de exercí-


cios e estratégias especialmente desenvolvidas para experienciar e desenvolver

3
Mindfulness e Compaixão na Recuperação da Psicose

as qualidades da compaixão em relação a nós próprios e aos outros (Gilbert,


2009a, 2009b; Gilbert & Irons, 2005).

© PACTOR

4
PARTE II

Implementação
FASE 1: GRUPO COMO BASE SEGURA E DIREÇÕES PARA A RECUPERAÇÃO

SESSÃO

1 Introdução: Constituição do
Grupo como uma Base Segura

A Sessão 11 tem como objetivo principal a constituição do grupo como uma


base segura e a apresentação do programa COMPASS. Devido à sua importân-
cia e relevância num programa deste tipo, a constituição do grupo como uma
base segura é um objetivo específico da primeira fase do programa, mas será
trabalhada ao longo de toda a intervenção.

Aspetos práticos e recomendações


A sessão deverá ser conduzida num local calmo, com temperatura agradável e
onde seja pouco provável haver interrupções. A disposição de lugares dos parti-
cipantes (incluindo a dos terapeutas) deverá ser em círculo.

Objetivos principais:
•  Apresentar participantes e terapeutas;
•  Perceber expectativas e receios dos participantes em integrar o grupo;
•  Debater ideias preconcebidas acerca do que é a participação no grupo;
•  Discutir e chegar a acordo acerca de regras de funcionamento do grupo;

 Apesar de as sessões estarem identificadas desta forma ao longo do manual, consideramos que
1

cada temática corresponde a um módulo que pode incluir uma ou mais sessões, dependendo
das características dos participantes e dos objetivos dos terapeutas. Desta forma, apesar de cada
© PACTOR

sessão estar identificada como uma sessão, é importante que os terapeutas possam avaliar se é
necessário mais do que uma sessão para transmitir os conteúdos indicados.

35
Mindfulness e Compaixão na Recuperação da Psicose

•  Debater e definir os objetivos do programa;


•  Criar uma identidade de grupo, diminuir a ansiedade e criar um ambien
te
seguro2.

Material necessário3:
•  Retroprojetor e tela;
•  Cartões com os nomes dos participantes e dos terapeutas (preferencialme
nte
sem títulos);
•  Novelo para a “Dinâmica 1”;
•  Cartões/Folhas de papel em branco para a “Dinâmica 2”;
•  Três recipientes para a “Dinâmica 2”.

Aspetos a avaliar (“Diário de bordo: Resumo da sessão”4):


•  Coesão do grupo (comunicação verbal e não verbal);
•  Ansiedade, desconfiança e outras expectativas negativas (verbalizações)
;
•  Expectativas e receios (verbalizações, conteúdo dos cartões na “Dinâm
ica 2”);
•  Identificação do grupo com as regras de funcionamento e objetivos do
pro-
grama (verbalizações, comunicação não verbal);
•  Pertinência dos conteúdos para o grupo (verbalizações, outras manifes
tações
de interesse/desinteresse);
•  Adequabilidade do discurso ao grupo (verbalizações, outras indicaç
ões de
compreensão/dificuldades de compreensão);
•  Sugestões.

  Objetivo transversal às quatro sessões desta primeira fase.


2

 O programa tem um conjunto de apresentações em PowerPoint (uma apresentação por sessão)
3

que dão a conhecer, de forma simples, alguns conteúdos, mas que servem, principalmente, para
guiar visualmente os participantes ao longo do que vai sendo abordado nas sessões. Estas apre-
sentações estão disponíveis no material complementar do livro em www.pactor.pt.
 O “Diário de Bordo – Resumo da sessão” (ver Ficha 1, nos Anexos A) deverá ser preenchido
4

pelo coterapeuta durante e após as sessões (para que consiga estar focado na sessão enquanto
© PACTOR

ela decorre). O coterapeuta deverá estar envolvido na sessão, contribuindo quer a nível da apre-
sentação dos conteúdos, quer a nível da realização dos exercícios e da partilha de experiências.

36
Sessão 1

Orientações para os terapeutas


No início do trabalho em grupo, é normal que os participantes estejam ainda
numa
“fase de orientação” (Yalom, 1985), em que procuram estrutura e objetivo
s e con-
tam, principalmente, com a orientação dos terapeutas. Usualmente, estão
também
preocupados com os limites do grupo. Desta forma, o papel principal
dos tera-
peutas nas primeiras sessões consiste em providenciar um ambiente de seguran
ça,
modelando comportamentos compassivos (escuta compassiva, não julgame
nto,
encorajamento, normalização de emoções, nomeadamente da ansiedade
de fazer
parte de um grupo). Os terapeutas deverão encorajar a participação dos
membros
do grupo de forma compassiva (é natural que alguns participantes não
se sintam
ainda confortáveis para participar ativamente, e isso não deverá ser forçado
). É im-
portante que, ao longo de toda a sessão, os terapeutas vão promovendo um
sentido
de “humanidade comum”.

Início da sessão
Os terapeutas deverão dar as boas-vindas aos participantes, oferecendo cartões
com os nomes e indicando-lhes que se deverão sentar nos lugares que preferi-
rem (previamente distribuídos em círculo). Após os participantes se sentarem,
os terapeutas deverão ocupar os lugares que sobrarem (não deverão “reservar”
lugares e não terão de ficar necessariamente lado a lado).
Pretende-se um ambiente descontraído, no qual os participantes sintam os te-
rapeutas como partes integrantes do grupo. O início da sessão deverá consistir
num agradecimento pela presença de todos.

Nota Pedir para preencher a escala de desconforto antes da sessão. Explicar que em
todas as sessões se preencherá a escala de desconforto antes, no intervalo e depois
da sessão, para os terapeutas poderem perceber e monitorizar como as pessoas se
estão a sentir.

Antes de iniciar a sessão, os terapeutas deverão guiar os participantes no exercí-


cio de mindfulness de 1 minuto, seguindo, para isso, o Guião 1 – “Mindfulness
de 1 minuto” (ver Anexos B).
© PACTOR

37
Mindfulness e Compaixão na Recuperação da Psicose

Nota Fazer uma pequena introdução ao exercício como mindfulness (poderá ser
introduzido como um treino de atenção). Poderá usar-se a metáfora da lanterna
(uma lanterna que aponta para um determinado ponto torna esse ponto mais visí-
vel, sem, no entanto, fazer desaparecer todos os outros pontos, e podemos sempre
redirecionar a lanterna para outro ponto) para ser mais fácil de compreender. Dar
algumas indicações de base para exercícios de mindfulness (postura relaxada, mas
alerta, olhos fechados/fixos num ponto), antecipar o vaguear da mente e transmitir
que este exercício é a base para os outros que se irão fazer ao longo do programa. O
objetivo será regressar ao momento presente através do foco na respiração.

Após o exercício, os terapeutas deverão encorajar uma breve discussão que de-
verá focar a experiência de cada participante com o exercício. Para tal, poderão
utilizar as seguintes questões orientadoras:

Algumas questões orientadoras:


•  O que acharam do exercício?
•  Que pensamentos notaram que surgiram durante o exercício?
•  Que sensações notaram que surgiram durante o exercício?
•  Como se sentem no final do exercício?

Dinâmica 1
Os terapeutas começam por explicar que os participantes irão fazer um exercí-
cio simples para se conhecerem melhor uns aos outros.

Parte 1

Na primeira parte da dinâmica (semelhante à “dinâmica do novelo”), os par-


ticipantes distribuem-se em círculo e é-lhes dado um novelo de lã que deverá
ser passado entre eles. O participante que receber o novelo de lã deverá parti-
lhar com o grupo o seu nome e idade. Após esta apresentação, deverá guardar
uma ponta do novelo e atirá-lo a um outro participante à sua escolha, e assim
© PACTOR

sucessivamente, até todos os participantes (incluindo os terapeutas) se terem

38
15,5 cm x 23,5 cm / PACTOR 10 cm

MINDFULNESS
O programa COMPASS desenvolve -se
através de 12 sessões estruturadas em
TERAPEUTA
MANUAL DO

grupo, procurando ajudar as pessoas a


Obra recomendada por: desenvolverem relações mais compassivas

MINDFULNESS E COMPAIXÃO NA RECUPERAÇÃO DA PSICOSE


com os outros e consigo próprias, enquanto
percorrem o caminho da recuperação de uma
TERAPEUTA vida com sentido.
DO

NA RECUPERAÇÃO Um livro. Dois manuais!


MANUAL

de uma perturbação psicótica. Christine Braehler / António Ferreira de Macedo DA PSICOSE Manual do Terapeuta
Um guião orientador e detalhado para
Célia Barreto Carvalho / Ana Telma Pereira
a implementação do programa psicotera-
pessoal das pessoas com o diagnóstico
pretende ser um guia para a recuperação Maria João Martins / Paula Castilho PROGRAMA DE INTERVENÇÃO COMPASS pêutico COMPASS: descrição das sessões
K

e dos materiais utilizados, informação sobre


na terapia focada na compaixão, que CMY

os fundamentos teóricos, questões


grama psicoterapêutico grupal, baseado CY

orientadoras, alertas para os terapeutas,


necessários à implementação de um pro- MY

.
tópicos de discussão, entre outros.
O presente livro engloba todos os materiais CM

de vida.
Com fichas de apoio e guiões para a prática
M

Maria João Martins / Paula Castilho

.
ração pessoal, funcionalidade e qualidade PROGRAMA DE INTERVENÇÃO COMPASS
das meditações e dos exercícios experienciais.
C

resultados promissores ao nível da recupe- Célia Barreto Carvalho / Ana Telma Pereira
diagnóstico de perturbações psicóticas com
DA PSICOSE Christine Braehler / António Ferreira de Macedo Materiais de apoio ao terapeuta
lizadas internacionalmente a pessoas com o
terceira geração. Estas têm sido disponibi- disponíveis em www.pactor.pt.
das terapias cognitivo-comportamentais de NA RECUPERAÇÃO
MANUAL
Manual do Participante
especificamente estes aspetos são as chama-
rapia, um exemplo de intervenções que focam DO
uma vida com sentido. Na área da psicote- PARTICIPANTE Estruturado pelas 12 sessões do programa
ça, pela ligação aos outros e pelo abraçar de COMPASS, o participante pode relembrar
pautada pelo empowerment, pela esperan- e registar aqui o que foi falado nas sessões
ciais, mas também uma dimensão subjetiva com os terapeutas – resumo da sessão,
sintomas e o atingir de objetivos psicosso-
deve incluir não apenas a redução dos
MINDFULNESS MANUAL DO
práticas recomendadas, informações
adicionais, ideias-chave –, sempre

ISBN 978-989-693-094-3

9 789896 930943
PARTICIPANTE
É consensual que a recuperação pessoal encorajado a fazer as suas próprias escolhas.

10 cm 15,5 cm x 23,5 cm / PACTOR 15,5 mmm


EDIÇÃO
PACTOR – Edições de Ciências Sociais, Forenses e da Educação
Av. Praia da Vitória, 14 A – 1000-247 LISBOA
Tel: +351 213 511 448
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DISTRIBUIÇÃO
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LIVRARIA
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Copyright © 2020, PACTOR – Edições de Ciências Sociais, Forenses e da Educação


® Marca registada da FCA – Editora de Informática, Lda.
ISBN edição impressa: 978-989-693-094-3
1.ª edição impressa: janeiro 2020
Data de comercialização: fevereiro 2020

Paginação: Carlos Mendes


Impressão e acabamento: Cafilesa – Soluções Gráficas, Lda. – Venda do Pinheiro
Depósito Legal n.º 466000/20
Capa: José Manuel Reis
Imagem de capa: © Zuccheronero

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permitido pelo CDADC, em termos de cópia privada pela AGECOP – Associação para a Gestão da Cópia Privada,
através do pagamento das respetivas taxas.
Índice

Os Autores................................................................................................................ V
Seja bem-vindo ou bem-vinda!.............................................................................. 1
Para que serve e como está construído este manual?.......................................... 1
O que é que este manual não é!.............................................................................. 3
A sua ajuda é muito importante!............................................................................ 3
Outras informações.................................................................................................. 4

Sessão 1...................................................................................................................... 7
Sessão 2.................................................................................................................... 13
Sessão 3.................................................................................................................... 17
Sessão 4.................................................................................................................... 21
Sessão 5.................................................................................................................... 25
Sessão 6.................................................................................................................... 31
Sessão 7.................................................................................................................... 37
Sessão 8.................................................................................................................... 43
Sessão 9.................................................................................................................... 49
Sessão 10.................................................................................................................. 55
Sessão 11.................................................................................................................. 61
Sessão 12.................................................................................................................. 65

ANEXOS: FICHAS DE REGISTO DA PRÁTICA................................. 69


© PACTOR

III
Seja bem-vindo ou bem-vinda!
Este “Manual do Participante” vai acompanhá-lo ao longo da viagem que vai
ser o programa COMPASS1. Pretendemos que este manual seja como um com-
panheiro de viagem ou um mapa, que o ajude a traçar o caminho que quer
percorrer, e que seja uma lembrança das ferramentas que tem ao seu dispor
para as alturas menos boas. O “Manual do Participante” é acompanhado por
um conjunto de ficheiros áudio que contém gravadas as práticas para realizar
entre as sessões.

Para que serve e como está construído este manual?


O “Manual do Participante” foi construído a pensar na melhor forma de aju-
dar os participantes a relembrarem o que foi falado nas sessões e a treinarem
as competências que aprenderam nas mesmas. Este manual está dividido por
sessão, sendo que cada sessão corresponde a uma sessão de grupo e inclui várias
informações. A maioria das sessões do “Manual do Participante” corresponde
a uma mesma estrutura e inclui (poderá encontrar os ícones abaixo indicados
para uma melhor identificação das várias secções):

Resumo da sessão
Nesta secção, poderá encontrar um resumo dos aspetos princi-
pais abordados na sessão. Este resumo poderá ajudar a recordar
as aprendizagens que fez na sessão e poderá ser útil após o pro-
grama terminar, para relembrar as competências adquiridas.

1
 COMPASS significa bússola em inglês e inicia-se como a palavra compassion (compaixão). O
© PACTOR

que pretendemos é que este programa seja uma ajuda, uma orientação, para que viva a sua vida
da forma que valoriza, mantendo relações compassivas consigo próprio e com os outros.

1
Mindfulness e Compaixão na Recuperação da Psicose

Prática entre sessões


Nesta secção, estão todas as instruções para a prática entre ses-
sões sugerida pelos terapeutas. Existe sempre, em todas as ses-
sões, uma prática recomendada, que é sempre guiada por
instruções áudio representadas pelo seguinte ícone:
(Número e título da faixa)

Nota A faixa que vem referida em cada sessão é uma sugestão


baseada no que os autores do programa consideraram que pode-
ria ser mais útil. No entanto, cada participante poderá escolher a
prática que funciona melhor para si, mesmo que não seja a prá-
tica indicada para a sessão. O importante é praticar e registar a
prática (no espaço próprio no final do material de cada sessão)!
As práticas que o participante encontra ao longo do manual são
as seguintes:
•  Faixa 1: Mindfulness de 3 minutos;
•  Faixa 2: Enraizar;
•  Faixa 3: Momento presente;
•  Faixa 4: Respiração tranquila (versão 1);
•  Faixa 5: Mindfulness da aceitação;
•  Faixa 6: Check-in compassivo;
•  Faixa 7: Respiração tranquila (versão 2);
•  Faixa 8: Meditação de cuidado e bondade: Autocompaixão
e compaixão pelos outros;
•  Faixa 9: Respiração tranquila e toque compassivo;
•  Faixa 10: Cor compassiva;
•  Faixa 11: Meditação do lugar seguro.

Informações adicionais
Nesta secção poderá encontrar várias informações adicionais
que poderão ser úteis, como tarefas opcionais, dicas, sugestões,
entre outras.
© PACTOR

2
Seja Bem-vindo ou Bem-vinda!

Ideias-chave
Nesta secção, ser-lhe-ão relembradas algumas informações
fundamentais (gerais ou relacionadas com o conteúdo da ses-
são) de que se deve recordar ao longo de todo o programa.

O que é que este manual não é!


Apesar de ter o nome “manual” o “Manual do Participante” não pretende ser
como um “manual escolar”, em que o participante é “obrigado” a realizar as
indicações lá propostas. Este manual deverá ser utilizado da forma como cada
participante considerar mais útil, experimentando todas as sugestões ou sele-
cionando as sugestões que lhe parecem mais úteis ou que antecipa funcionarem
melhor para si. As tarefas, exercícios ou práticas descritos no “Manual do Parti-
cipante” não são obrigatórios. Nas sessões do programa, os terapeutas encoraja-
rão os participantes a realizar estas tarefas, exercícios ou práticas, uma vez que
os estudos têm demonstrado que são úteis para ajudar as pessoas a lidar com as
dificuldades e a viver de forma mais gratificante. O que se pretende é que cada
participante olhe para o manual com curiosidade, abertura e responsabilidade.

A sua ajuda é muito importante!


Pretendemos que este manual não seja apenas desenvolvido por técnicos de
saúde (a equipa que construiu este programa envolve profissionais – clínicos e
investigadores – das áreas de psicologia clínica e psiquiatria), mas que também
inclua o contributo de algumas das pessoas que usufruíram deste programa.
Assim, este manual será continuamente melhorado, incluindo as opiniões, crí-
ticas e sugestões dos participantes. Por este motivo, no lado direito das páginas
seguintes do manual, poderá encontrar um espaço para “Notas/Sugestões”. Este
espaço é seu! Poderá escrever neste espaço todos os comentários, sugestões ou
críticas que entender. A sua ajuda é muito importante para que este manual
seja útil para as pessoas que participarem nos próximos grupos deste programa.
Variados tipos de informação podem ajudar-nos a melhorar este manual, por
exemplo:
•  Informação que não esteja clara;
© PACTOR

•  Informação irrelevante ou pouco útil;

3
Mindfulness e Compaixão na Recuperação da Psicose

•  Informação que poderia ajudar e que não está presente;


•  Informação que considerou particularmente útil;
•  Tarefas, exercícios ou práticas que considerou mais úteis ou menos úteis;
•  Opiniões acerca do aspeto gráfico (imagens, maneira como a informação
é apresentada);
•  Opiniões acerca do que poderia ajudar a motivar o participante para o
programa ou para as práticas entre sessões (quer esteja ou não presente
no manual);
•  Outras informações, opiniões ou sugestões que lhe pareçam importantes.
Numa das últimas sessões deste programa (sessões individuais), ser-lhe-á pe-
dido que partilhe com os terapeutas a sua opinião acerca do programa. Nessa
altura, seria importante que partilhasse também os comentários, críticas ou su-
gestões que anotou ao longo do programa. Em alternativa, poderá pedir ao seu
terapeuta que nos comunique a sua informação, que muito agradecemos!
Além disto, no final de cada sessão do manual, encontrará uma escala (ver o
exemplo que se segue), para que possa avaliar o conteúdo da sessão e a forma
como está apresentado:
Nada
útil 1 2 3 4 5 Extremamente
útil

Outras informações
Além das informações presentes neste manual, os seus terapeutas poderão en-
tregar-lhe mais informações durante as sessões. Quaisquer dúvidas que surjam
poderão ser colocadas presencialmente ou através dos seguintes contactos:

E-mail: Contacto telefónico:

Outras formas de contacto:


© PACTOR

4
Sessão 1 Notas/Sugestões

Resumo da sessão
Esta primeira sessão iniciou-se
com a apresentação dos membros
do grupo: participantes e terapeu-
tas. Falámos sobre expectativas e
receios em relação a participar
num grupo deste género e todos deram sugestões
para que o grupo funcione o melhor possível. Dis-
cutimos que é normal sentir alguma ansiedade ou
desconforto (uma vez que é uma experiência
nova) e tentámos criar algumas regras de funcio-
namento para que todos se sintam bem!

Regras principais
•  Respeito – é importante que todas as opi-
niões sejam respeitadas, para que as pes-
soas se sintam confortáveis em partilhá-las.
Saber ouvir o outro com interesse, tole-
rância, sem criticar, com curiosidade e de
forma compassiva, mesmo quando não
concordamos, é uma competência que de-
vemos treinar;
•  Confidencialidade – tudo o que os parti-
cipantes discutem nas sessões deverá ficar
apenas entre os membros do grupo. É im-
portante que os participantes saibam que
podem partilhar experiências pessoais sem
receio. É um privilégio poder estar com os
outros e poder ouvir as suas experiências.
Isto implica responsabilidade e maturidade;
•  Assiduidade e pontualidade – para que
as sessões corram como planeado, é im-
© PACTOR

portante estarmos todos juntos no início


de cada sessão. Quando falto a uma sessão

7
Mindfulness e Compaixão na Recuperação da Psicose

posso perder aprendizagens importantes Notas/Sugestões


para as sessões seguintes. No entanto, im-
previstos acontecem e, se tiver de faltar a
alguma sessão, deverei avisar os terapeutas
e, caso eu o solicite, poderá ser-me disponi-
bilizada uma sessão individual de compen-
sação (até um máximo de duas sessões);
•  Partilha – os temas principais serão dis-
cutidos em grupo. Embora possa ser útil,
a partilha de experiências pessoais não é
obrigatória. Cada participante partilhará o
que se sentir confortável em partilhar. É im-
portante que a partilha seja feita de forma
genuína e sincera.

Outras regras que me pareceram importantes


• 
• 
• 

Discutimos também os objetivos do grupo. Nesta


discussão, os terapeutas referiram que este pro-
grama pretende ajudar as pessoas a viver uma
vida realizada, apesar das dificuldades que todos
enfrentamos.
Não é objetivo deste programa ser uma cura para
qualquer doença, mas sim ser um treino para
aprendermos a lidar com as nossas experiências
– quer externas (o que acontece no mundo exte-
rior), quer internas (o que acontece cá dentro –
pensamentos, emoções) – de uma forma mais útil
para nós!
Visto que, por vezes, é difícil lidar com as nos-
sas experiências, este grupo poderá funcionar
como uma “base segura”, onde podemos falar
© PACTOR

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