Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FUNDAMENTOS DA TERAPIA
COMPORTAMENTAL
2
Equipe de Elaboração
Grupo ZAYN Educacional
Coordenação Geral
Ana Lúcia Moreira de Jesus
Gerência Administrativa
Marco Antônio Gonçalves
Revisão
Ana Lúcia Moreira de Jesus
Mateus Esteves de Oliveira
2ºAndar – Centro
Piracema –MG
CEP: 35.536-000
ouvidoria@institutozayn.com.br
pedagogico1@institutozayn.com.br
3
Boas-vindas
Olá!
Sumário
CONCEITOS DE PSICOTERAPIA
e dos objetivos que 6 se buscam. Por exemplo, a psicoterapia breve trabalha com
objetivos mais específicos, então é bem mais rápida que uma psicoterapia que vai
trabalhar com uma psicopatologia mais severa, que envolverá conteúdos muito mais
profundos.
A psicoterapia pode ser aplicada para tratar diversos fins como:
➢ Resolução de conflitos pessoais, interpessoais, conjugais, familiares e
profissionais;
➢ Amadurecimento pessoal, para um autoconhecimento melhor, reflexão
e descoberta de novos modos de conduzir a própria vida;
➢ Crises existenciais;
➢ Transições difíceis como luto;
➢ Crises profissionais;
➢ Mudanças de fases de vida (puberdade, adolescência, vida adulta,
menopausa, envelhecimento, etc.);
➢ No tratamento de vários transtornos como depressão, anorexia, bulimia,
pânico, fobias, frigidez, impotência, etc.
para ajudar o paciente a resolvê-lo, ou seja, existe um problema e este pode ser
explicado por uma teoria que com suas técnicas buscará ajudar.
São várias as abordagens que dão suportem aos psicoterapeutas, aqui nos
restringiremos às terapias comportamentais e cognitivo-comportamentais, em que
estas se concentram nas alterações dos padrões habituais de pensamento e
comportamento.
10
TERAPIA COMPORTAMENTAL
HISTÓRICO
Sabemos que antes do Behaviorismo existir, muitas outras escolas de
Psicologia o antecederam, e outras surgiram a partir dele, como a Psicologia
Experimental, a Psicologia de Wilhelm Wundt, o Estruturalismo (sistema da Psicologia
de E. B Titchener, que considerava a experiência consciente como dependente das
pessoas que a vivenciava), o Funcionalismo (sistema de Psicologia que se dedicou
ao funcionamento da mente na adaptação do organismo ao ambiente tendo como
precursor William James), posteriormente o Behaviorismo (ciência do comportamento
concebida por Watson tratando somente do comportamento passível de observação
e descrição em termos objetivos), a Psicologia da Gestalt (sistema de Psicologia que
se dedica amplamente à aprendizagem e à percepção, sugerindo que a combinação
dos elementos sensoriais produz novos padrões com propriedades que eram
inexistentes nos elementos individuais), a Psicanálise (teoria de Sigmund Freud sobre
a personalidade e o sistema de psicoterapia) que juntamente com o Behaviorismo,
incentivaram o surgimento de diversas subdivisões dentro de cada escola.
Na década de 50, a Psicologia Humanista (sistema de Psicologia que enfatiza
o estudo da experiência consciente e a integridade da natureza humana) incorporando
os princípios da Psicologia da Gestalt desenvolveu uma reação contra o Behaviorismo
e a Psicanálise.
Em 1960, a Psicologia Cognitiva (sistema de Psicologia que se concentra nos
processos de aquisição do conhecimento, mais especificamente, na forma de
organização das experiências da mente) desafiou o Behaviorismo a rever o conceito
13
de Psicologia, porque seu foco principal seria o retorno aos estudos dos processos
conscientes. E posteriormente surgiram a Psicologia Evolucionista, a Neurociência
Cognitiva e a Psicologia Positiva. Nesse tópico nos restringiremos ao Behaviorismo,
chamada atualmente de Psicologia Comportamental.
De acordo com Schultz & Schultz (2005) muitos nomes marcaram a história da
Psicologia e suas escolas:
B. WATSON
<http://www.klickeducacao.com.br/Klick_Portal/Enciclopedia/images/Ps/11532
/4072.jpg>.
JACQUES LOEB
<http://www.flavinscorner.com/jllab.JPG>.
respostas que levam ao êxito, que posteriormente ele definiu como “lei do efeito”, em
que os atos que produzem satisfação em determinada situação tornam-se associados
a ela, quando a situação se repete, o ato tende a ocorrer. Outra teoria seria a “lei do
uso e desuso” ou “lei do exercício”, em que afirmava que quanto mais um
comportamento é realizado em uma situação, mais forte se torna a associação entre
comportamento e situação.
THORNDIKE
<http://www.chesapeake.edu/library/Stock/edward_thorndike_HEAD.jpg>.
IVAN PAVLOV
<http://www.algosobre.com.br/images/stories/assuntos/biografias/Ivan_Pavlov
.jpg>.
20
<http://images.com.br/imgres>.
<http://web.syr.edu/~jlbirkla/kb/images/Tolman.jpg>.
<http://www.uned.es/psico-2-
PsicologiaII/links/photogallery/1pp/personajes/Clark_L_Hull.jpg>.
SKINNER
<http://3.bp.blogspot.com/_Rg2vOgLY4e0/RwW_V2R4sVI/AAAAAAAAAIM/fT
xWXZmueXI/s1600 /skinner.jpg>.
BANDURA
<http://news-ervice.stanford.edu/news/2006/february22/gifs/ppl_bandura.jpg>.
<http://psychlops.psy.uconn.edu/founders/Images/7.jpg>.
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
<http://www.prof2000.pt/users/amtazevedo/af24/teorias.gif>.
TABELA – QUESTÕES
Esta questão final aborda as técnicas específicas que podem ser usadas
no plano de tratamento. Somente após as três primeiras perguntas terem sido
respondidas, uma seleção racional das intervenções pode ser feita.
Frequentemente, uma combinação de princípios de aprendizado é usada, para
maximizar os efeitos do tratamento.
Citaremos uma tabela feita por Rebecca Jones citada por Kaplan e Sadock
(2003):
INFORMAÇÕES
32
INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
❖ Fobias específicas;
❖ Agorafobia com ou sem pânico;
❖ Fobia social;
❖ Transtornos de ansiedade;
❖ Transtorno obsessivo-compulsivo;
❖ Disfunções sexuais: em especial ejaculação precoce e vaginismo;
❖ Dificuldade de relacionamento interpessoal;
❖ Reabilitação de doentes crônicos;
❖ Depressão;
❖ Transtornos alimentares;
❖ Problemas de comportamento na infância;
❖ Problemas de comportamento na adolescência;
❖ Abuso de dependência de álcool e drogas;
❖ Autoconhecimento.
❖ Tabagismo;
❖ Obesidade;
❖ Autismo;
❖ Transtorno do pânico;
❖ Depressão;
❖ Fobias;
❖ Transtorno obsessivo-compulsivo;
❖ Tiques;
❖ Parafilias;
❖ Disfunção sexual;
❖ Problemas de comportamento na infância;
❖ Treino de habilidades parentais;
❖ Bulimia nervosa;
❖ Transtorno de estresse pós-traumático;
❖ Dor crônica;
❖ Vítimas de abuso sexual;
❖ Jogo patológico;
❖ Dependência de drogas;
❖ Problemas de saúde relacionados com comportamento;
❖ Prevenção de problemas de saúde;
❖ Promoção de saúde;
❖ Ansiedade generalizada;
❖ Enurese noturna;
❖ Transtorno bipolar.
<http://www.ip.usp.br/imprensa/aconteceu/hu.JPG>.
37
➢ Alvos comportamentais
➢ Dessensibilização sistemática
Essa técnica foi criada por Joseph Wolpe, e baseia-se segundo Kaplan e
Sadock (2003), no princípio comportamental do contracondicionamento, o qual afirma
que o indivíduo pode superar a ansiedade mal-adaptativa provocada por uma situação
ou objeto aproximando as situações temidas gradualmente, em um estado
psicofisiológico que iniba a ansiedade.
Nessa técnica, o cliente é treinado a relaxar, é colocado em contato com uma
hierarquia de situações geradoras de ansiedade e é solicitado a relaxar enquanto
imagina cada uma delas, assim o paciente atinge um estado de completo
relaxamento, quando é exposto ao estímulo que provoca a resposta de ansiedade.
Nesse caso, a reação negativa de ansiedade é inibida pelo estado de relaxamento,
num processo chamado de inibição recíproca.
Em vez de utilizar as situações ou objetos reais que provocam medo, paciente
e terapeuta preparam uma lista graduada ou uma hierarquia de cenas provocadoras
de ansiedade associadas aos medos do paciente. Finalmente, o estado aprendido de
relaxamento e as cenas provocadoras de ansiedade são sistematicamente pareados
ao tratamento.
Percebemos que a dessensibilização sistemática consiste então de três etapas:
treino de relaxamento, construção de hierarquia e dessensibilização do estímulo.
39
➢ Exposição in vivo
➢ Flooding ou Inundação
➢ Reforçamento seletivo
➢ Modelagem
➢ Modelação (imitação)
➢ Ensaio comportamental
➢ Hierarquia de respostas/estímulos
Nessa técnica, tem-se uma lista de situações ou respostas, das mais temidas
até as menos temidas, para serem usadas em exposição.
Exemplo: o paciente e o terapeuta fazem uma lista de situações ou
comportamentos que o primeiro teme, com hierarquia de temor. O paciente fóbico de
elevador coloca “pensar em elevador” como a menos temida e “subir de elevador o
edifício mais alto da cidade” como a mais temida.
41
➢ Autorrecompensa
➢ Treinamento de Relaxamento
➢ Reforço
Punição
OBSERVAÇÕES:
➢ Extinção
EXEMPLO Nota alta em uma Permitir a uma Uma nota baixa Cortar a televisão
prova. criança que saia em um exame. de uma criança
do seu quarto que se comporta
depois de parar mal.
44
com um acesso de
raiva.
➢ Terapia aversiva
De acordo com Kaplan e Sadock (2003), técnica prega que quando um estímulo
nocivo (punição) é apresentado imediatamente após uma resposta comportamental
específica, esta acaba sendo inibida ou extinta. Assim, existem muitos tipos de
estímulos aversivos como:
✓ Choques elétricos;
✓ Substâncias que induzem vômito;
✓ Punição corporal;
✓ Reprovação social, etc.
Condicionamento respondente
➢ Estímulo condicionado
➢ Resposta condicionada
➢ Comportamento operante
Nesse tipo de comportamento novas respostas podem ser fortalecidas –
reforçadas – por eventos que as seguem imediatamente.
46
➢ Aprendizagem social
TERAPIA COGNITIVA
De acordo com Beck (1964), a Terapia Cognitiva foi desenvolvida por Aaron T.
Beck, como uma psicoterapia breve, estruturada, orientada ao presente, para
depressão, direcionada a resolução de problemas atuais e a modificar os
pensamentos e comportamentos disfuncionais.
Segundo Beck (2007), Aaron T. Beck a desenvolveram na Universidade da
Pensilvânia no início da década de 60. Desde lá, Beck e outros vêm adaptando com
sucesso essa terapia para um conjunto surpreendentemente diverso de populações e
desordens psiquiátricas.
O modelo cognitivo propõe que o pensamento distorcido ou disfuncional, que
sabemos que influencia o humor e o comportamento do paciente, seja comum a todos
os distúrbios psicológicos. Portanto, se o paciente faz uma avaliação realista e
modifica seu pensamento, ele produz uma melhora no humor e no seu
comportamento. Para se ter uma melhora duradoura deve-se modificar as crenças
disfuncionais básicas dos pacientes.
Beck (1997) enfatiza que a terapia cognitiva é utilizada em uma ampla gama
de aplicações também apoiadas por dados empíricos, que são derivados da teoria. A
terapia cognitiva foi extensamente testada desde 1977, em que estudos controlados
demonstraram sua eficácia no tratamento do transtorno depressão maior, transtorno
de ansiedade generalizada, transtorno de pânico, fobia social, abuso de substância,
transtornos alimentares, problemas de casais e depressão de pacientes internados.
47
Beck (1997) diz que a terapia cognitiva pode ser usada também para pacientes
com diferentes níveis de educação e renda, pacientes de todas as idades, da pré-
escola até os idosos.
Outras formas de Terapia Cognitivo-comportamental foram desenvolvidas por
outros teóricos. A Terapia racional-emotiva de Albert Ellis, a modificação do
comportamento de Donald Meichenbaum e a Terapia multimodal de Arnold Lazarus,
e muitos outros contribuíram de forma importante para o desenvolvimento da Terapia
Cognitiva – incluindo Michael Mahoney, Vittorio Guidano e Giovanne Liotti.
A integração entre as abordagens cognitiva e a comportamental aconteceu a
partir da aceitação de ideias cognitivas influenciada pelos “três sistemas” de Lang,
(Salkovskis et al. 1997) que são o comportamental, o cognitivo/afetivo e o fisiológico.
Esse conceito enfatiza que os problemas psicológicos poderiam ser conceitualizados
de maneira útil em sistemas de resposta 50 sutilmente ligados. Isso foi um marco para
a aceitação das noções cognitivas na abordagem comportamental.
O tratamento na abordagem cognitivo-comportamental objetiva ajudar o
paciente a reconhecer padrões de pensamento distorcido e comportamento
disfuncional, utilizando-se a discussão sistemática e tarefas comportamentais
previamente estruturadas para ajudar o paciente a avaliar e modificar tanto seus
pensamentos deformados quanto seus comportamentos disfuncionais.
Três proposições fundamentais são identificadas como estando no cerne das
terapias cognitivo-comportamentais (KNAPP, 2004):
REFERÊNCIAS