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Viés cognitivo

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Um viés cognitivo (ou tendência cognitiva) é um padrão


de distorção de julgamento que ocorre em situações
particulares, levando à distorção perceptual, julgamento
pouco acurado, interpretação ilógica, ou o que é
amplamente chamado de irracionalidade.[1] Implícito no
conceito de um “padrão de desvio” está também o objeto
de comparação, ou o que é esperado; isso pode ser o
julgamento de pessoas que estão fora das situações em
específico, ou pode ser um aglomerado de fatos
verificáveis independentemente. Uma lista longa e em
constante crescimento de vieses cognitivos tem sido
identificada nas últimas seis décadas de pesquisas acerca
do julgamento humano e tomada de decisões na ciência
Os vieses cognitivos podem ser organizados em
cognitiva, psicologia social e economia comportamental. quatro categorias: vieses que resultam de muita
informação, significado insuficiente, necessidade
Vieses cognitivos são instâncias de um comportamento de agir rapidamente e limites de memória.
mental evoluído. Alguns são presumidamente adaptivos
(resultado do processo de adaptação do ser humano), por
exemplo, visto que levam a ações mais efetivas em determinados contextos ou possibilitam decisões mais
rápidas quando estas são de maior valor (conhecidos como heurística). Outros presumidamente resultam de
uma falta de mecanismos mentais apropriados (racionalidade cerceada), ou simplesmente de falta de clareza
mental ou distorções de mesma natureza.

Índice
Visão Geral
Tipos de vieses cognitivos
Exemplos de Vieses
Importância prática
Críticas
Ver também
Referências

Visão Geral
Vieses são advindos de vários processos que são, em muitos casos, de difícil distinção. Esses incluem atalhos
no processamento de informação (heurística), falta de clareza mental e a capacidade limitada da mente ao
processar informações, ou até mesmo influência social.
A noção de vieses cognitivos foi primeiramente introduzida por Amos Tversky e Daniel Kahneman em
1972[2] e surgiu da experiência de ambos com a inumeracia das pessoas, ou inabilidade do racionalizar
intuitivamente com ordens de grandeza maiores. Juntamente com outros colegas, demonstraram várias
maneiras replicáveis nas quais julgamentos humanos e decisões diferem da teoria da escolha racional. Eles
explicaram essas diferenças pela heurística, conjunto de regras pelas quais é mais simples para o cérebro levar
em conta erros sistemáticos, introduzindo-os.

Estes experimentos tornaram-se o “heuristics and biases research program”, que logo se estendeu da psicologia
acadêmica para outras áreas, como medicina e ciência política.[3] Isso se tornou um ponto crucial no
crescimento da economia comportamental, rendendo a Kahneman um Prêmio Nobel em 2002. Este, mais a
frente, juntamente com Tversky, desenvolveu a “teoria da expectativa” como uma alternativa mais realista à
teoria da escolha racional.

Os críticos de Kahneman e Tversky, tais como Gerd Gigerenzer explicitam que a heurística não deveria nos
levar a conceber o pensamento humano como crivado de vieses cognitivos irracionais, e sim para aceitar a
racionalidade como uma ferramenta adaptiva que não é idêntica às regras da lógica formal ou ao cálculo de
probabilidade.

Tipos de vieses cognitivos


Vieses podem ser separados em diferentes tipos. Por exemplo, existem vieses específicos a grupos assim como
existem alguns de caráter individual.

Alguns vieses afetam a tomada de decisão, onde a percepção de interesse em diferentes opções deve ser
considerada. Outros, como a correlação ilusória afetam o julgamento de quão plausível algo é, ou se alguma
coisa é a causa de outra. Uma classe distinta de vieses afeta a memória,[4] tais como vieses de coerência
(lembrar-se das atitudes passadas de alguém e seu comportamento como mais próximas das atitudes presentes).

Algumas tendências refletem na motivação de uma pessoa,[5] como por exemplo no desejo de uma auto-estima
positiva, o que conduz a um viés egocêntrico[6] e evita a dissonância cognitiva desagradável. Outros vieses são
devido ao modo particular de como o cérebro percebe, faz lembranças e faz julgamentos. Esta distinção é por
vezes descrita como "cognição quente" versus "Cognição Fria".

Entre as "cognições frias", estão as oriundas do fato de se ignorar as informações pertinentes (por exemplo, no
viés da negligência de probabilidade), enquanto que algumas envolvem uma decisão ou sentença do que está
sendo afetado por informações irrelevantes (por exemplo, o efeito de enquadramento em que o mesmo
problema recebe respostas diferentes dependendo de como ele é descrito) ou dar um peso excessivo para uma
característica sem importância, mas grande frente ao problema (por exemplo, o víes da Ancoragem).

O fato de que alguns vieses refletem a motivação para se ter atitudes positivas para si mesmo explica o fato de
que muitos vieses são auto referidos e servem para a autoconveniência (por exemplo, Ilusão de visão
assimétrica, o viés de Self-serving e o viés de projeção).

Alguns vieses cognitivos pertencem ao subgrupo de vieses da atenção que se referem ao ato de dar uma maior
atenção a certos estímulos. Tem sido demonstrado, por exemplo, que as pessoas dependentes do álcool e
outras drogas dão mais atenção à assuntos relacionadas com a droga.

Exemplos de Vieses
Framing: É se usar uma abordagem bastante ortodoxa na descrição de uma situação ou problema
Framing: É se usar uma abordagem bastante ortodoxa na descrição de uma situação ou problema.

Viés de retrospecto às vezes chamado de "eu-sabia-de-tudo": É a inclinação para ver os eventos do passado
como sendo previsíveis.

Viés de confirmação: É a tendência para procurar ou interpretar informações de uma maneira que confirme
preconceitos próprios, o que é relacionado ao conceito de dissonância cognitiva.

Viés da autoconveniência: É a tendência de reivindicar mais responsabilidade pelos sucessos do que pelas
falhas. Este viés também pode se manifestar como a tendência de avaliar informações ambíguas de uma forma
benéfica a interesses próprios.

Importância prática
Diversas instituições sociais confiam nos indivíduos ao fazerem julgamentos racionais . Um julgamento justo,
por exemplo, requer que se ignore aspectos irrelevantes do caso, julgando os relevantes de forma apropriada,
considerando diferentes possibilidades de forma aberta e resisistindo à falácias, como o apelo a emoção. Os
vários vieses demonstraram que nesses experimentos psicológicos as pessoas falham ao realizar tais
atividades.[7] No entanto, elas falham nisso de forma sistemática de forma que essas falham são previsíveis.

Vieses cognitivos estão relacionados a persistência nas superstição, em grandes questões sociais como o
preconceitos, atuando inclusive como impedimentos para a aceitação de conhecimento científico não intuitivo
pelo público.[8]

Críticas
Na literatura sobre vieses e heurística, é quase impossível tomar uma decisão inviesada e precisa, uma vez que
uma decisão racional está geralmente entrelaçada entre dois vieses contraditórios. Por exemplo, ao
superestimar a habilidade de alguém se está sob o efeito de Dunning-Kruger, ao passo que subestimá-los causa
a ideia de falso consenso. Como exemplo se pode utilizar a estima em relação a habilidade de jogar um disco
voador o mais longe possível, a pessoa que faz isso deve acertar a própria estimativa ou pareceria que ele teria
uma visão envieasada.

Ver também
Lista de vieses cognitivos

Referências
1. Haselton, M. G., Nettle, D., & Andrews, P. W. (2005). The evolution of cognitive bias. In D. M.
Buss (Ed.), The Handbook of Evolutionary Psychology: Hoboken, NJ, US: John Wiley & Sons
Inc. pp. 724–746
2. Kahneman, Daniel; Shane Frederick (2002). «Representativeness Revisited: Attribute
Substitution in Intuitive Judgment». In: Thomas Gilovich, Dale Griffin, Daniel Kahneman.
Heuristics and Biases: The Psychology of Intuitive Judgment. Cambridge: Cambridge
University Press. pp. 51–52. ISBN 9780521796798
3. Gilovich, Thomas; Dale Griffin (2002). «Heuristics and Biases: Then and Now». In: Thomas
Gilovich, Dale Griffin, Daniel Kahneman. Heuristics and Biases: The Psychology of Intuitive
Judgment. Cambridge: Cambridge University Press. pp. 1–4. ISBN 9780521796798
4. Schacter, D. L. (1999), «The Seven Sins of Memory: Insights From Psychology and Cognitive
Neuroscience», American Psychologist, 54 (3): 182–203

5. Kunda, Z. (1990), «The Case for Motivated Reasoning», Psychological Bulletin, 108 (3): 480–
498
6. Hoorens, V. (1993), «Self-enhancement and Superiority Biases in Social Comparison», in:
Stroebe, W. and Hewstone, Miles, European Review of Social Psychology 4, Wiley
7. Sutherland, Stuart (2007) Irrationality: The Enemy Within Second Edition (First Edition 1994)
Pinter & Martin. ISBN 978-1905177073
8. Ariely, Dan (2008). Predictably Irrational: The Hidden Forces That Shape Our Decisions. [S.l.]:
HarperCollins. 304 páginas. ISBN 9780061353239

Este artigo foi inicialmente traduzido do artigo da Wikipédia em inglês, cujo título é «Cognitive
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