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Plano de aula 8: Ciencias Humanas

Tema: bases psicológicas das personalidades

Personalidade é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar,


sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém. A formação da personalidade
é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. O termo é usado em linguagem comum
com o sentido de "conjunto das características marcantes de uma pessoa", de forma que se pode
dizer que uma pessoa "não tem personalidade"; esse uso no entanto leva em conta um conceito
do senso comum e não o conceito científico aqui tratado.
Personalidade é um termo abstracto utilizado para descrever e dar uma explicação teórica do
conjunto de peculiaridades de um indivíduo que o caracterizam e diferenciam dos outros.

Desenvolvimento da personalidade nos primeiros anos de vida

É possível observar diferenças individuais relativas ao temperamento do indivíduo desde muito


cedo. Os bebés, por exemplo, experimentam emoções de diversos tipos, esboçadas em reacções
de agrado ou desagrado diante das situações.

De acordo com Hidalgo e Palácios (1995), essas reacções globais dão passagem para emoções
específicas que vão aparecendo progressivamente ao longo do primeiro ano de vida –
inicialmente, a alegria e o mal-estar, depois a fúria e a surpresa e, finalmente, o medo e a tristeza.
Assim, alegria, aborrecimento, surpresa, ansiedade, medo e tristeza são emoções básicas
possíveis de serem observadas em todas as crianças durante a primeira infância.

Entre o segundo e terceiro ano de vida as crianças já são capazes de experimentar um conjunto
de emoções mais complexas que tem a ver com a descoberta de si mesmas e com a manifestação
da relação com os demais. As mais importantes dessas emoções são a vergonha, a culpa e o
orgulho. Observa-se que, para a criança sentir vergonha ou orgulho, é necessário um
conhecimento das normas sociais, uma avaliação da própria conduta em relação a tais normas e
uma atribuição de responsabilidade a si mesma diante do êxito ou fracasso para se ajustar às
situações. O sentimento de culpa, por sua vez, está ligado ao desenvolvimento sociomoral e tem
estrita relação com o aparecimento de condutas altruístas, já que inibe comportamentos que
possam prejudicar os outros e consiste em um motivador para a reparação de danos (Saarni,
Mumme & Campo, 1998).
A partir dos quatro ou cinco anos de idade, auxiliadas pela regularidade das experiências
quotidianas, as crianças já começam a compreender seus próprios estados emocionais. É nesta
idade que o processo de avaliação costuma aparecer, permitindo 12 que as emoções comecem a
ser explicadas e contextualizadas (Hidalgo & Palácios, 1995).

Tipos de personalidade:

Descobrir qual o seu tipo de personalidade pode ajudá-lo no autoconhecimento e até mesmo a entender
quais as profissões que mais combinam com o seu jeito de ser. Existem hoje alguns tipos de
metodologias que separam a personalidade em diferentes grupos’

Evolução dos estudos sobre os tipos de personalidade

Entender o comportamento humano e categorizá-lo em grupos com características semelhantes é uma


preocupação que vem desde a Idade Antiga, com os primeiros pensadores.

Essa classificação por tipo de personalidade ajuda a entender as motivações que movem a sociedade e,
assim, compreender melhor os comportamentos individuais. Os estudos dos tipos de personalidade
continuam evoluindo com o tempo e ainda são objectos de muitos estudos sobre o comportamento
humano.

Os quatro humores de Hipócrates


Na Antiguidade, os primeiros médicos e filósofos já entendiam que havia relação entre a saúde do
corpo e a da alma, e por isso buscavam compreender a ligação entre os humores (primeiro conceito de
personalidade) e suas manifestações no corpo humano. O nome dado a essa teoria é Humorismo, que
se destacou entre os estudos de Hipócrates. Inspirado nos avanços de Hipócrates, o pai da Medicina, o
médico e filósofo grego Galeno desenvolveu a Teoria Humoral, que defendia que a saúde humana se
dava pelo equilíbrio entre quatro humores, tendo cada um deles características distintas.

Essa teoria ainda divide as pessoas em quatro tipos de temperamentos, de acordo com a predominância
de algum desses quatro humores. São eles:

 Colérico: são pessoas muito activas ao lidar com problemas e desafios. Costumam ser
egocêntricas, directas, ousadas, dominadoras, exigentes, enérgicas e determinadas.
 Sanguíneo: gostam de influenciar as outras pessoas por meio de conversas e actividades e
tendem a ser mais emocionais. Entre suas características, são entusiastas, persuasivas,
convincentes, amistosas, comunicativas, confiantes e optimistas.
 Fleumático: apreciam ritmo constante e segurança, e não gostam de mudanças
repentinas. Costumam ser pacientes, confiáveis, calmos, leais, persistentes, gentis e
previsíveis.

 Melancólico: gostam de seguir regras, regulamentos e estrutura. São pessoas mais


cautelosas, sistemáticas, precisas, analíticas, perfeccionistas e lógicas.

Com o decorrer dos anos e evolução da sociedade, diversos estudiosos procuraram entender a
personalidade humana, como o médico neurologista e psiquiatra Sigmund Freud, criador da
Psicanálise, e do psicólogo Alfred Adler, criador da Psicologia do Desenvolvimento Individual.

Com interesse em estudar os tipos psicológicos e tentando reconciliar as teorias de Freud e Adler – e
de definir sua própria perspectiva -, o psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung desenvolveu
a Psicologia Analítica (ou junguiana).

Essa nova teoria distingue vários tipos ou temperamentos psicológicos, sobre os quais Jung escreveu o
livro “Tipos Psicológicos”, publicado em 1921.

A partir das ideias de Carl Jung, os estudos de Katharine Briggs e sua filha Isabel Briggs Myers
criaram um teste questionário que, através da auto-avaliação, classifica o indivíduo em um de 16 tipos
de personalidade.

Classificação dos tipos de personalidade

Enquanto Galeno dividiu as personalidades em 4 temperamentos, os estudos de Katharine Briggs e sua


filha Isabel Briggs Myers indicam outros tipos diferentes de personalidades.

Extrovertidos ou Introvertidos
O primeiro critério utilizado pelos estudiosos está relacionado com a maneira da pessoa interagir com
o mundo:
 Extrovertidos (E): sociáveis. Gostam de conversar e interagir com outras pessoas. Não
têm medo de expor suas opiniões e são comunicativos. Concentram sua energia no mundo
real.
 Introvertidos (I): sentem-se melhor sozinhos, pois são menos sociáveis e interagem com
menos pessoas. Geralmente, não se abrem facilmente. Concentram sua energia no mundo
das ideias e pensamentos.

Sensoriais ou Intuitivos
O segundo critério relaciona-se com a forma de se observar e absorver as informações do mundo:

 Sensoriais (S): mais materialistas, obtêm a informação por meio da observação de fatos e
detalhes concretos. São pessoas realistas e práticas.
 Intuitivos (N): são mais imaginativos. Preferem observar e tirar suas conclusões a partir
de seus próprios pensamentos e crenças. São pessoas mais criativas e complexas.

Pensadores ou Sentimentais
O terceiro critério é sobre o modo de julgar as acções de outras pessoas e de se tomar decisões:

 Pensadores (T): julgam as acções de outras pessoas e tomam suas decisões sempre com
base na lógica, pesando os prós e contras. São objectivos e justos, e raramente seus
sentimentos influenciam nas decisões. Valorizam a lógica, a justiça e a igualdade entre as
pessoas.
 Sentimentais (F): julgam as pessoas e tomam decisões guiados pelos instintos e
sentimentos. Costumam se decidir de acordo com o sentimento do momento. Valorizam a
harmonia, a empatia e não seguem regras rígidas, aceitando bem as excepções.

Julgadores ou Perceptivos
O quarto critério tem a ver com o modo de viver, se de forma espontânea ou planejada:

 Julgadores (J): tomam decisões rapidamente, sem pensar muito antes de agir, pois ficam
angustiados ao deixar os problemas se acumularem. Ficam satisfeitos somente após
tomarem as decisões.
 Perceptivos (P): demoram mais para agir, pois preferem pensar bastante antes de tomar
uma decisão. Ficam angustiados se precisarem tomar decisões rapidamente, e satisfeitos
ao tomar decisões bem pensadas e mais acertadas.

Artesãos
Também chamados de Exploradores, os artesãos procuram a acção e o dinamismo. Gostam de
novidades e desafios. São aventureiros naturais e estão sempre em busca de novas formas de estímulo.

Racionais
Também chamados Analistas, os racionais são determinados, lógicos e muito inteligentes. Tiram
grandes conclusões mesmo com poucas informações. Também são grandes teóricos e estrategistas.

Idealistas
Também chamados de Diplomatas, são sonhadores por natureza e estão sempre tentando mudar o
mundo ao seu redor para melhor. São passionais, e sua energia concentra-se no futuro, e por isso são
os que fazem mais planos.

Guardiões
Também chamados de Sentinelas, são pessoas muito sensatas, trabalhadoras e realistas. Encaram suas
tarefas com muita seriedade e responsabilidade. Também são as personalidades mais confiáveis.

Diferença de comportamento de acordo com o tipo de personalidade


A personalidade de cada pessoa é singular, cada indivíduo é uma mistura única de variados graus
de diversos traços, tem uma dinâmica própria, mesmo que a pessoa tenha comportamentos
isolados que entrem em choque com o todo da sua personalidade.
Muitas vezes julgamos precipitadamente uma pessoa em virtude de um comportamento que ela
manifesta, ao mesmo tempo, reforça-se o entendimento de que a personalidade é, portanto,
propulsora de comportamentos.
Conceitualmente, o comportamento pode ser entendido como a maneira da pessoa se comportar,
sua conduta, a forma como reage, seus costumes.
O comportamento é considerado como o conjunto de atitudes e reacções de um indivíduo em face
ao meio social, influenciando o ambiente e sendo influenciado por ele. Pode ser entendido como
a exteriorização da personalidade, as reacções específicas de uma pessoa diante de uma situação.
O comportamento é a expressão da acção manifestada pelo resultado da interacção de diversos
factores internos e externos que são vivenciados pela pessoa:
 Sua personalidade;
 Cultura;
 Expectativas;
 Papéis socials;
 Experiências quotidianas.
O comportamento, portanto, é a acção do ser humano ao se relacionar ao mundo.

Comportamento normal e anormal


Entre os conceitos do que constitui comportamento normal e comportamento anormal, podemos
identificar certas diferenças. No entanto, o que é interessante notar é o fato de que, embora um
comportamento particular que é considerado normal em uma cultura, pode ser considerado
anormal em outra. Isso destaca que a cultura desempenha um papel significativo na compreensão
do comportamento como normal ou anormal. Mas, às vezes, esse entendimento vai além das
expectativas culturais e se transformam em condições médicas muitas vezes prejudiciais ao
indivíduo, assim como à sociedade. Então, esse comportamento é considerado anormal
universalmente.

O que é comportamento normal?


O comportamento normal se refere a comportamento esperado em indivíduos. A maneira como
as pessoas interagem com outras, conduzem suas vidas geralmente está de acordo com as
expectativas sociais. Quando essas expectativas e o comportamento individual se sincronizam, o
comportamento é considerado normal. Por exemplo, imagine que você vê um indivíduo gritando
em um balcão de pagamento porque o caixa é muito lento. Você não consideraria o indivíduo
como louco ou seu comportamento como anormal. Isso ocorre porque o consideramos como um
comportamento humano normal e esperado. Em cada sociedade, existem expectativas sociais,
normas, valores, costumes, etc. que ditam o código de conduta dos indivíduos. Enquanto as
pessoas obedecerem a essas regras, seu comportamento será considerado normal. Pode haver
excepções a isso, onde também existem personagens excêntricos. Essas pessoas, no entanto, não
são consideradas anormais porque há uma grande diversidade de personagens e personalidades
individuais.
O que é comportamento anormal?
Se um padrão de comportamento vai contra o que é considerado normal pela sociedade, isso pode
ser definido como um comportamento anormal. De acordo com o Manual Estatístico de
Diagnóstico, anormal descreve disfunções comportamentais, emocionais e cognitivas que são
inesperadas em seu contexto cultural e associadas a sofrimento pessoal e prejuízo substancial no
funcionamento. Essa definição sugere que os mitos comuns que as pessoas têm sobre indivíduos
considerados anormais são imprecisos. Alguns dos mitos são que os comportamentos anormais
individuais não podem ser curados e são devidos à genética, são obstinados e perigosos, nunca
contribuem para a sociedade e são tortuosos. Antigamente, quando pessoas com comportamento
anormal eram encontradas, elas eram consideradas como praticantes de bruxaria ou possuídas por
demónios e eram tratadas com brutalidade. Exorcismo, trepanação e terapia de choque foram
administrados a essas pessoas. Actualmente, a anormalidade é considerada uma doença mental.
Em psicologia, eles são divididos em diferentes temas, como transtornos clínicos, transtornos de
personalidade, condições médicas gerais.

A OMS define saúde mental como "um estado de bem-estar no qual um indivíduo percebe suas
próprias habilidades, pode lidar com os estresses quotidianos, pode trabalhar produtivamente e é
capaz de contribuir para sua comunidade.

Foquem-se nos objectivos e não nas distracções


Dedil Lucas V. Andaque

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