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Psicologia

2ª Etapa

Teoria da Personalidade

Conceito: É um domínio interessante e complexo, com várias definições de personalidade,


onde nenhuma está certa ou errada, podendo ser mais ou menos úteis de acordo com seu
objetivo de estudo.

Perguntas Para um Estudo de Caso: Por que esta pessoa? Por que neste momento? Por que
este problema continua? Por que o problema se apresenta dessa forma (e não pior)?

Definição de Personalidade: Características da pessoa que explicam padrões consistentes de


sentimento, pensamentos e comportamentos, sendo uma definição ampla, que permita
prestarmos atenção nas qualidades internas de cada indivíduo. Nosso interesse é avaliar como
esses pensamentos, sentimentos e comportamentos se relacionam entre si para formar o
indivíduo único e peculiar.

Cinco Grandes Fatores da Personalidade (big five): Visto como base adequada da estrutura da
personalidade, não representando uma perspectiva teórica particular. Seriam tendências
básicas que possuem uma base biológica, não necessariamente produtos da experiência da
vida.

- O (Open): Abertura (cultura, imaginação ou intelecto).

- C: Conscienciosidade.

- E: Extroversão.

- A: Amabilidade (sociabilidade).

- N: Neuroticismo (instabilidade emocional).


Cinco Áreas Da Teoria da Personalidade:

OBS: Teoria Cognitiva da Personalidade = Esquemas Mentais

- Estrutura: Aspectos mais estáveis e duradouros da personalidade, representando os


blocos constitutivos da teoria da personalidade, que são formados ao longo da vida do sujeito,
sendo controlados por estruturas genéticas e ambientais.

- Processo: Conceitos motivacionais dinâmicos que explicam o comportamento, sendo


3 categorias principais destes conceitos.

. 1: motivos hedônicos (de prazer), onde se busca prazer e evita a dor (modelos
de redução da tensão e modelos de incentivo), como fome e sede criam uma tensão que pode
ser aliviada quando o indivíduo come ou bebe.

. 2: motivos de crescimento (autorregularão), sendo o esforço para atingir o


crescimento e realizar seu potencial.

. 3: motivos cognitivos, onde a ênfase está nos esforços da pessoa para


compreender e prever eventos do mundo, e de sua realidade.

- Crescimento e Desenvolvimento: Um desafio é explicar o desenvolvimento das


diferenças individuais, e o desenvolvimento do indivíduo único, que cada um de nós é.
Tradicionalmente, os determinantes da personalidade foram divididos em determinantes
genéticos e determinantes ambientais, ambos sendo importantes na formação da
personalidade.

. Determinantes Ambientais:

. Cultura: Cada cultura tem seus próprios padrões institucionalizados


de comportamento aprendido, rituais e crenças. Maioria dos membros de uma cultura terão
certas características de personalidade comum. Não temos consciência de influências culturais
até termos contato com outra cultura diferente, que enxergam o mundo diferente.

. Classe Social: O grupo social do indivíduo, independente de classe,


tem importância particular, pois os fatores relacionados determinam o status do indivíduo, os
papéis que desempenha, os deveres e privilégios que desfrutam. Estes fatores influenciam a
maneira como os indivíduos veem a si mesmos, e como percebem os membros de outras
classes sociais, assim como o modo como ganham e gastam dinheiro.

. Família: Pais podem ser afetuosos e amorosos, ou hostis e


indiferentes, superprotetores ou possessivos, ou conscientes das necessidades de liberdade e
autonomia de seus filhos. Cada padrão de comportamento parental afeta o desenvolvimento
da personalidade da criança. Tem práticas que desenvolvem comportamentos pró-sociais e
outros antissociais. São agentes de socialização dos filhos.

. Determinantes Genéticos: fatores genéticos são importantes em


características como a inteligência e o temperamento, e menos com relação a valores, ideias e
crenças. Emoções básicas (raiva, tristeza, alegria, nojo, medo) são inatas, não significando que
a experiência também não desempenha um importante papel (em qual situação vão ser
usadas). Os genes desempenham o papel de nos tornar parecido como humanos, e diferentes
como indivíduos.

. Relação de Determinantes Genéticos e Ambientais: a personalidade é


determinada por muitos fatores que interagem, incluindo forças genéticas, culturais, de classe
social, e de família. A hereditariedade estabelece os limites na amplitude de desenvolvimento
de características, sendo determinadas por forças ambientais. A hereditariedade nos
proporciona talentos que uma cultura pode ou não recompensar e cultivas.

- Psicopatologia: Analisar porque certas pessoas são capazes de enfrentar os estresses


da vida cotidiana, ao passo que outros desenvolvem respostas psicopatológicas. Tem origem
no fracasso do ambiente emocional do indivíduo, onde os afetos não são fonte de informação
e vivacidade, mas sim, de ansiedade, incompetência, culpa, vergonha e medo. É a confiança
crônica nas defesas contra experiências afetivas genuínas.

. Esquemas Iniciais Disfuncionais: alguns esquemas, especialmente os da


infância, podem estar no centro de transtornos psicológicos. São formados por cognições,
memórias, emoções e sensações corporais, sendo desenvolvidos na infância ou adolescência,
crescendo ao longo da vida, e sendo ‘confortáveis’, por serem familiares.

. Teoria do Apego: falta de afeto e de estímulos produzem desordens da


organização cerebral, gerando letargia, falta de expressão facial, e olhar para o vazio. Menor
ganho de peso, habilidades linguísticas atrasadas, e encolhimento. Menor capacidade de
aprender a ficar de pé e de andar.

. Comportamento de Apego: condutas inatas do bebê que promove a


manutenção ou estabelecimento de proximidade com sua figura provedora de cuidados (a
mãe, na maioria das vezes). Qualquer forma de comportamento que resulta no alcançar e
manter proximidade com algum outro indivíduo considerado mais apto para lidar com o
mundo. É eliciado quando bebê está assustado, cansado, com fome ou sob estresse, levando-o
a emitir sinais que desencadeiam aproximação e motivação do cuidador. Traz segurança e
possibilita o desenvolvimento do comportamento de exploração, ao usar a figura de apoio
como “base segura” para explorar o mundo.

. Ontogenia: Esse comportamento se desenvolve durante o os


primeiros 9 meses de vida dos bebês humanos. Quanto mais experiências de interação social,
maior as probabilidades dele se apegar com essa pessoa. Por essa razão, torna-se a figura
principal de apego do bebê aquela pessoa que lhe dispensar maior parte dos cuidados. Esse
comportamento mantém-se ativado até o final do terceiro ano de vida, no desenvolvimento
saudável, se tornando cada vez menos ativado a partir daí.

OBS: O apego ainda pode-se desenvolver apesar de repetidas punições


por uma figura de apego, por ter papel secundário.

. Principais Características do Comportamento de Apego:

. Especificidade: É dirigido para um ou alguns indivíduos específicos,


geralmente em ordem clara de preferência.

. Duração: Ligação persiste por grande parte do ciclo vital.

. Envolvimento Emocional/Afetivo: Muitas emoções intensas surgem


durante a formação, manutenção, rompimento e renovação de relações de apego.

. Experimento “Situação Estranha”: verifica-se os reflexos do sentimento de


segurança e confiança de acordo com o vínculo de apego estabelecido com a mãe na presença
de uma pessoa estranha; em ambiente desconhecido; e ambas com ou sem a presença da
mãe.

. Defesas: quando o self tem que compensar as falta de competência afetiva de


seus outros significativos, ele torna-se seu próprio cuidador, e grandes esforços são investidos
em operações de segurança. São um objetivo adaptável de restringir os impactos de afetos,
pois temem ser insuportáveis e esmagadores para a mente. As consequências dessas defesas,
e a construção da restrição afetiva como parte da estrutura mental, é a patologia em si; o que
a terapia procura desfazer ao ser o que o ambiente não foi (facilitador do afeto, entender e ser
empático com o paciente).

. Objetivo: É sempre de restaurar a sensação de segurança e de


eliminar as experiências emocionais aversivas. Defesas vão além de se livrar de sentimentos
ruins, aso criar um estado de afeto positivo com estratégias defensivas utilizáveis para se
apoiar, restaurando o equilíbrio psíquico.

- Mudança: Sugerir psicoterapias através das quais as formas psicopatológicas possam


ser modificadas. Além disso, uma teoria da personalidade deveria sugerir como, e por que, as
pessoas mudam ou resistem à mudança.

Necessidades Universais do Ser Humano: Todas as pessoas têm, algumas mais fortes que
outras. Um indivíduo psicologicamente saudável é o que satisfaz, de forma adaptativa, as
necessidades emocionais fundamentais.

- Vínculos seguros com outros indivíduos (inclui segurança, estabilidade, cuidado e


aceitação; teoria do apego).

- Autonomia, competência e sentimento de identidade.

- Limite realista e auto controle.

- Liberdade de expressão, necessidade de emoções válidas.

- Espontaneidade e lazer.
EIDs (esquemas iniciais desadaptativos): Padrões emocionais e cognitivos responsáveis por
processos de funcionamento da personalidade, sendo crenças e sentimentos tomados como
verdades sobre si, e sobre o mundo. Ocorrem a partir de necessidades emocionais
fundamentais não atendidas na infância e adolescência, situações repetitivas e/ou eventos
traumáticos, em relação a demandas que necessitavam serem supridas pelos pais ou
cuidadores (baseadas no temperamento emocional)

Temperamento Emocional: Cada criança tem um temperamento singular e distinto desde o


nascimento, interagindo com eventos dolorosos da infância (formando esquemas). Diferentes
temperamentos expõem, de forma seletiva, as crianças a diferentes circunstâncias de vida.

- Domínios Esquemáticos: Jeffrey Young diz que o desenvolvimento normal ou


patológico, temos 5 domínios esquemáticos no desenvolvimento da personalidade, ocorrendo
sucessivamente.

Bases Biológicas das Emoções e dos Esquemas Mentais: Muitos esquemas surgem na etapa
pré-verbal da criança, quando apenas memórias emocionais e sensações corpóreas são
armazenadas. Mais tarde, quando a criança começa a falar, é que surgem as cognições e o
desenvolvimento do pensamento.
- Sistema Consciente: Mediado por hipocampo e áreas corticais.

- Sistema Inconsciente: Mediado pela amígdala. Formação e armazenamento de


memória emocional. Reconhece expressões faciais de medo, processa estímulos e emite
respostas apropriadas a situações de ameaça ou perigo. Lesões nessa estrutura prejudicam
capacidade de reconhecer medo e modular emoções. Estímulo pode aumentar estado de
atenção e vigilância, gerando medo e ansiedade. Aqui que se cria o viés cognitivo, que gera
interpretações erradas referentes a estímulos ambientais, reativando o sistema emocional em
qualquer situação semelhante a que criou o EID.

. Medo: a resposta emocional de medo é mais rápida do que o surgimento das


cognições referente à ameaça. O sinal de perigo atinge a amígdala antes de atingir o córtex
(responsável pelo raciocínio, pensamento e consciência). Memória inconscientes relacionadas
ao medo parecem ser permanentes.

. Características: é inconsciente, mais rápido, automático, não faz


discriminações minuciosas, “menos evoluída” que córtices superiores.

. Principais Causas de Estresse Precoce: são maus-tratos na infância, podendo


ser divididos em abuso físico (agressões físicas, geralmente por indivíduos mais velhos), abuso
emocional, abuso sexual (qualquer tipo de contato ou comportamento sexual entre indivíduo
mais velho e a criança), negligência emocional (omissão com necessidades emocionais) e
negligência física (falha no fornecimento de necessidades básicas, como moradia, alimento,
segurança, etc).

- Interação: Quando o indivíduo entra em contato com estímulos presentes no trauma


original, cada sistema é capaz de recuperar as memórias cognitivas, e emocionais, por meio de
lembranças e mudanças corporais associadas ao evento. A diferença dos locais de
armazenamento das memórias consciente e inconsciente explica por que os EIDs não são
modificáveis por métodos cognitivos simples.

Processos do Esquema: Esquemas foram desenvolvidos ao longo da vida com a melhor forma
de se adaptar às condições ambientais do momento em que o indivíduo foi exposto. Na
infância, se desenvolvem para promover adaptação ao ambiente, mas se tornam
desadaptativos na vida adulta ao se consolidar em EIDs, desconsiderando mudanças do
contexto. Ocorrem naturalmente e são vistos como corretos pelo indivíduo.

- Respostas Para Ameaças: Luta, fuga e congelamento.

. Na Terapia do Esquema: correspondem à hipercompensação, evitação e


resignação/manutenção.

Processo de Perpetuação Esquemática: Mecanismos inconscientes de manter a estrutura das


nossas crenças. Assim, se explica a ideia de proteção que indivíduos fazem às intervenções que
vão contra os EIDs.

1- Resignação ou Manutenção do Esquema: O paciente considera esse como


verdadeiro, e não luta nem tenta evita-lo.

2- Evitação Esquemática: Tem como propósito a fuga da dor gerada pela ativação do
esquema, e ao evita-lo, por ser um processo automático, podem emitir comportamentos a fim
de distrair-se (comportamentos aditivos através do uso de substâncias psicoativas, por
exemplo).
3- Compensação ou hipercompensação esquemática: Pacientes enfrentam o esquema
“pensando, sentindo, se comportando e se relacionando como se o oposto do esquema fosse
verdadeiro” (Young), tendo então reações do oposto das vividas na infância, o que pode ser
considerado como uma tentativa saudável de ir contra o esquema. No entanto, em
hipercompensadores se tem um contra-ataque, utilizando de comportamentos exagerados,
insensíveis e inadequados.

Doenças Psicossomáticas: Enfermidade cujos sintomas físicos são causados por elementos de
ordem psicológica. Sintomas somáticos (existência de lesão ou alteração
anatômica/fisiológica) são diferentes de queixas somáticas. Essa noção trás duas dimensões
(psíquica e somática) que interagem para criar uma enfermidade.

- Dualismo Cartesiano: Diz que eventos psicológicos só podem causar efeitos


psicológicos, e eventos físicos só pode produzir efeitos físicos.

- Experiências: Podem ser mais ou menos traumáticas, mais ou menos felizes,


indiferentes ou expressivas, dependendo mais da valorização sentimental que a pessoa aplicou
aos fatos do que os fatos propriamente ditos.
- Conceito: Acredita-se que transtornos psicossomáticos/psicofisiológicos são reflexo
de uma ruptura na homeostasia corporal, resultando em sintomas (como uma disfunção de
um sistema por responder em excesso e/ou por muito tempo a sobrecarga emocional).

OBS: Emoções são reações naturais, universais e com finalidade adaptativa,


mas ao serem muito intensas e/ou frequentes, podem trazer danos a saúde. Se as emoções
negativas não podem ser relacionadas diretamente ao desenvolvimento de doenças, no
mínimo provocam uma alteração na qualidade de vida, favorecendo o desenvolvimento
patológico, agravando patologias preexistentes.

Emoções: Todos nós sentimos todas as emoções. O que nos incomoda é o exagero ou
diminuição delas. É necessário evitar “positivas” e “negativas”, pois em um estado
fundamental, emoções servem para nos ajudar.

Emoções Agradáveis Emoções Desagradáveis


Amor Medo (covardia)
Alegria Tristeza (fraqueza)
-- Raiva (maldade)
-- Nojo (repulsa)

- Amor: Para nos proteger, nos incentivar e manter nossos laços com quem amamos.

- Alegria: Para reforçar nossas amizades e alianças sociais.

- Medo: Para preservar a vida.

- Tristeza: Para repensarmos a nossa vida e nossas atitudes.

- Raiva: Para nos proteger contra as pessoas que nos fazem mal.

- Nojo: Para evitarmos contaminação e para nos diferenciar de outras pessoas, as quais
não gostamos de nossas atitudes.

Desregulação Emocional: Dificuldade de lidar com experiências ou processar emoções,


podendo se manifestar tanto como intensificação quanto desativação.

- Intensificação: Pânico, depressão, fúria, euforia. Indivíduo se sente sobrecarregado e


com dificuldade de tolerá-las.

- Desativação: Experiências dissociativas, como despersonalização, desrealização. São


reações típicas a eventos traumáticos. A desativação excessiva impede o processamento
emocional, e faz parte de um estilo de enfrentamento chamado de esquiva.

Regulação Emocional: Qualquer estratégia usada para modular a intensidade das emoções
vivenciadas. Funciona como um termostato homeostático capaz de regular as moções,
mantendo-as “sob controle” para que se possa lidar com elas.

- Saudável: Manifestar emoções de forma adequada e com certo grau de liberdade.


Caso não consiga mantê-las sob controle, procurar fazer com que sejam mais breves possíveis.
Não conseguindo, procurar compensações sadias.
Estratégias Adaptativas Para Lidar (regular) Com Emoções: Desenvolvimento de habilidades
sociais como assertividade (confrontação; diminui vulnerabilidade). Distanciamento (para
instrospecção), busca de apoio social, aceitação de responsabilidade, resolução planejada dos
problemas, reavaliação positiva, exercícios de relaxamento, distração temporária durante
crises, exercício físico, conectar emoções a valores maiores, aceitação, atividades prazerosas, e
outras estratégias que ajudem a processar, lidar, reduzir, tolerar ou aprender com emoções
intensas.

Estratégias Não Adaptativas (disfuncionais) Para Lidar Com Emoções: Intoxicação alcoólica,
compulsão alimentar, automutilação, abuso de drogas, etc. Estas estratégias podem reduzir
temporariamente a intensidade da emoção, e até trazer sensação momentânea de bem-estar,
mas não condizem com as metas e os propósitos que o indivíduo aprovaria. Presume-se que
pouquíssimos indivíduos endossem a crença de que abuso de álcool e automutilação valorizem
a vida.

OBS: Entre as diversas emoções com respostas fisiológicas importantes, a ansiedade e a raiva
parecem ser as mais importantes.

Desenvolvimento da Doença Psicossomática: Para que se desenvolva e se mantenha tal


doença, são necessários alguns fatores:

- Predisposição Individual: Pessoa tende a experimentar maior reação emocional, e


consequentemente, maior reação fisiológica diante das vivências. Significa que essa pessoa
tem uma excitabilidade exagerada do SNA, bem como dos sistemas endócrino e imune.

- Circunstância Existencial: Estímulos ambientais e existenciais suficientes para que


essa reação fisiológica seja intensa e crônica.

Explicação Biológica e Neurofisiológica da Psicossomática: O estresse é considerado o mal dos


tempos modernos, tendo sempre existido, mas o que mudou através dos tempos são as
circunstâncias capazes de gera-lo. A pressa, a inovação tecnológica, e a rapidez das mudanças
e valores de família contribuem para que vivamos num processo contínuo de adaptação, mas
como toda adaptação, mesmo que de valo positivo, ela produz gasto de energia adaptativa e
consequente desgaste do organismo.

- Eixo Hipotálamo-Hipofisário: Onde emoções atuam. É o principal mecanismo pelo


qual o organismo humano mantém as condições necessárias à sobrevivência. Ao influir na
homeostasia, as emoções comprometem o equilíbrio de todo o organismo.
- Eustresse e Distresse:

. Estágio de Alarme: necessidade de sobrevivência (chamada às armas) em


defesa própria/luta ou fuga. Aumento de adrenalina e serotonina.

. Estágio de Resistência: tendo sobrevivido o impacto do desafio, o organismo


procura restabelecer a homeostasia interna para manter sobrevivência. Há cansaço físico e
mental, alteração de memória, etc.

. Estágio de Quase Exaustão: se o evento estressante continuar presente, a


energia exigida para lidar com ele pode não ser mais suficiente. O organismo se desorganiza
emocionalmente, e as vulnerabilidades biológicas são ativadas. O processo de adoecimento se
inicia, ocorrendo quando a carga alostática é grande de mais. Cansaço mais intenso,
ansiedade, queda de imunidade, etc.

. Estágio de Exaustão: após um período de grande estresse, a pessoa não


consegue mais se adaptar à situação. As reservar de energia se extinguem, e o adoecimento
pode ocorrer. Diagnósticos psicossomáticos ocorrem aqui. Auxílio psiquiátrico e psicológico é
necessário.

Consequências: As doenças psicossomáticas podem se manifestar em diversos sistemas que


constituem nosso corpo, como por exemplo:

- Gastrointestinal: Úlcera, gastrite, retocolite.

- Respiratório: Asma, bronquite.

- Cardiovascular: Hipertensão, taquicardia, angina.

- Dermatológico: Vitiligo, psoríase, dermatite, herpes, urticária, eczema.

- Endócrino/Metabólico: Diabetes.

- Nervoso: Enxaqueca, vertigem.

- Articulações: Artrite, artrose tendinite e reumatismo.

Fatores a Serem Considerados: Fatores que referem a como o ser humano reage aos eventos
desafiadores: a natureza do evento (independente ou dependentes), a intensidade e frequência
do estressor, a idade da pessoa, as estratégias de enfrentamento presentes no repertório
comportamental, o momento de vida.
O Processo de Saúde e Doença:

Surgimento de Transtornos Mentais: Transtornos psiquiátricos já presentes em pacientes


sendo internados são fatores de riscos.

- Reação a Uma Doença Física: 9 a 21% dos pacientes internados em hospitais-gerais


apresentam reações de ajustamento diante da internação.

- Provocando a Doença Física: Sintomas de depressão, cansaço, perda de libido.


Ansiedade fóbica pode estar correlacionado com doenças como, por exemplo, infarto.

- Manifestado Pela Doença Física Base: Em ~14% dos casos que apresentam algum
transtorno psiquiátrico, a patologia física encontra-se na etiologia dos sintomas, como na
ansiedade e os episódios de pânico como consequência de hipertireoidismo ou hipoglicemia.

- Manifestado Por Meio de Queixas Corporais: Estima-se que 60 a 80% das pessoas
possuam algum sintoma corporal ao longo de 1 semana, cuja etiologia os médicos não são
capazes de determinar.
Avaliação Psicológica: Busca sistemática de conhecimento a respeito do funcionamento
psicológico em situações específicas, que possa ser útil para orientar ações e decisões futuras.
Pode ser realizada em unidades de internação e em ambulatórios.

- Discussão de Caso: Importante conhecer motivo da solicitação, da avaliação


psicológica e da suspeita/impressão que o profissional tem do paciente ou familiar.
Profissional que já acompanha o caso pode fornecer dados relevantes da história clínica e
pessoal, que podem ser melhor investigados durante a entrevista de avaliação.

- Leitura do Prontuário: Conhecimento do histórico de internação do paciente e da


programação do tratamento, assim como as medicações sendo administradas ao paciente, a
rotina na internação, os exames, e a equipe multiprofissional responsável pelo caso.
Informações permitem levantamento de hipóteses.

- Exame Psíquico: Pode-se dividir a avaliação psicológica em exame psíquico e


avaliação da dinâmica emocional/situacional. Na prática, entrevistas ocorrem
concomitantemente, a menos que o paciente não esteja em condições psíquicas par avaliação
dinâmica emocional/situacional.

. Deve Ser Avaliado: estado de consciência, orientação no tempo e espaço,


orientação quanto a si mesmo, atenção, concentração, memória, senso/percepção,
pensamento, linguagem, humor, juízo da realidade, inteligência e volição.

- Avaliação da Dinâmica Emocional: Contextualizar a doença com tipo d personalidade


e os recursos de enfrentamento que o indivíduo possui. Conhecer como a pessoa lida com o
adoecimento, o tipo de doença enfrentado, e o impacto na rotina diária. Se é doença crônica
ou aguda, o tipo de exigência que o paciente e o familiar terão no pós-alta, se existe ou não a
presença de suporte social, como é a adesão ao tratamento, etc.

- Conclusão: Encerramento da avaliação psicológica, abordado todos os aspectos


observados. Propor o tipo de intervenção, seu objetivo, e sua frequência.

- Registro em Prontuário: A última etapa é a anotação em prontuário sobre o que foi


observado e realizado. Deve-se tomar cuidado no momento de apontar os dados para que a
equipe possa compreender a dinâmica emocional sem que a vida do paciente seja revelada ou
exposta, ou que sua privacidade comprometida.

Limitações da Avaliação Psicológica na Internação: Falta de privacidade, condição clínica,


situações de emergência (cirurgia e urgência).

Eixos de Diagnóstico:

- Eixo 1: Reacional.

- Eixo 2: Médico.

- Eixo 3: Situacional.

- Eixo 4: Transferencial.
Eixo 1: Maneira que os humanos se dispõem a enfrentar crises, receber notícias ruins, lidar
com mudanças, encarar a morte, e também, reagir a doenças. Ordem entre os estágios não é
fixa, e qualquer combinação é possível na prática. Há possibilidade do paciente se fixar em
uma posição intermediária entre as quatro fundamentais, ou dela variar de um dia pra outro.

- Negação: Para-choque depois de uma notícia, deixando com que ele se recupere com
o tempo. Quando se nega a doença, não é de forma proposital, e por isso deve ser respeitada.
A defesa temporária logo é substituída. A pessoa pode agir como se a doença não existisse,
minimizando sua gravidade e adiar as providências e cuidados necessários. As soluções na
negação parecem “mágica”, com a pessoa esperando algo divino para resolvem o problema.
No caso de uma doença de pele ou deformante, a única possibilidade de negação é o
isolamento. É diferente de desconhecimento.

. Negação Por Vergonha: pacientes com doenças sexualmente transmissíveis


ou outras doenças socialmente estigmatizadas.

. Negação Familiar: pode advir da família.

. Exemplos: “não pode ser verdade”, “radiografias trocadas”, “confundiram


paciente”, “procurar outro médico para uma explicação melhor”.

- Raiva: Pessoa “cai na real”, enxergando a doença e enchendo-se de revolta que pode
ser dirigida para qualquer lado (doença, médico, equipe, família, instituição, mundo, si mesmo,
etc). Podem haver sentimentos de revolta, de inveja e de ressentimento. Quando alguém
adoece, ela perde liberdade, não podendo mais fazer o que quer, mudando hábitos de vida,
mudando expectativas com relação ao futuro, perdendo autonomia, prejuízos ocupacionais,
etc. É necessário facilitar as emoções evitadas (angústia e tristeza). Paciente que permanece
tempo demais na revolta pode desenvolver padrão de estresse.

. Exemplos: “por que eu?!”, “não é justo!”, “médicos não prestam!”.

- Barganha: Tentativa de adiamento, tentando incluir prêmio oferecido por


comportamento, estabelecendo também uma meta, incluindo promessa implícita de que o
paciente não pedirá outro adiamento caos o primeiro seja concedido. A maioria das barganhas
são feitas com deus.

. Exemplos: “eu juro...”, “eu prometo...”.

- Depressão: Quando paciente se encontra mais debilitado e aparecem novos


sintomas. Não pode mais esconder a doença, o sentimento de raiva é substituído por
sentimento de perda. Nesse estágio, há entrega passiva para sua doença, como uma
desistência, e espera incerta do futuro. Desesperança. Não tem medo da morte, nem vontade
de viver, mas há tristeza. Avaliar risco de suicídio. Não preenche critério para TDM, por seu
caráter passageiro e reativo.

. Depressão Reativa: perdas passadas.

. Depressão Preparatória: perdas iminentes.

. Exemplos: “pra quê?”, “não adianta, não vai dar certo”, “você quem sabe”.

- Posição de Enfrentamento: Paciente que já passou por outras posições. A pessoa


para de fazer questionamentos, não porque achou respostas, mas porque descobriu que não
se trata de saber se a doença faz ou não sentido, e sim, de saber o que fazer com a doença. A
pessoa sente tudo, mas tudo passa dando lugar a outro estado afetivo. Há reavaliação do
sentido da vida.

. Luta: fazer, mudar, força, disciplina, soluções realistas.

. Luto: falar, elaborar, adaptar, aceitar, meditar.


Transtornos de Personalidade e Técnicas Vivenciais

Transtornos de Personalidade (TP): Padrões (de repetição) de comportamento permanentes e


persistente no ser, os quais se manifestam como respostas inflexíveis a uma ampla série de
situações pessoais e sociais. O comportamento desvia das expectativas da cultura do indivíduo,
é difuso e inflexível. Costumam começar na adolescência ou no início da fase adulta, sendo
estável ao longo do tempo, e levando a prejuízo e sofrimento.

- Critério A: Padrão persistente de experiência interna, e comportamento que desvia


das expectativas da cultura do indivíduo. Manifesta-se em duas (ou mais) das seguintes áreas.

1. Cognição: formas de perceber e interpretar a si mesmo, outras pessoas e


eventos.

2. Afetividade: variação, intensidade, labilidade e adequação da resposta


emocional.

3. Funcionamento Interpessoal.

4. Controle de Impulsos.

- Critério B: Padrão persistente é inflexível e abrange uma faixa ampla de situações


pessoais e sociais.

- Critério C: Padrão persistente provoca sofrimento clinicamente significativo e


prejuízo no funcionamento social, profissional, ou em outras áreas importantes da vida do
indivíduo.

- Critério D: Padrão estável e de longa duração, e seu surgimento ocorre pelo menos a
partir da adolescência ou no início da fase adulta.

- Critério E: Padrão persistente não é mais bem explicado como uma manifestação ou
consequência de outro transtorno mental.

- Critério F: Padrão persistente não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma


substância (drogas, medicamentos, etc) ou a outra condição médica (traumatismo
cranioencefálico).

Normalidade X Patologia: Diferença de uma personalidade “normal” e uma “patológica” é


quantitativa e não qualitativa, pois toda as pessoas distorcem a realidade, a questão sendo o
quanto se faz isso. Variam por entre gatilhos, frequência, duração e intensidade.

- Efeitos do Ambiente Moderno: Sobrecarga contextual, restrição de comportamentos


adaptativos, não tolerância a frustração.

- Normal: O normal seria a pessoa ser um pouco de tudo, sem prevalecer


patologicamente nenhuma característica.

- Patológico: Quando se destaca um traço marcante, torna-se possível a classificação.


Caso a característica responsável pela classificação prejudique ou faça sofrer seu portador, ou
outras pessoas, ao invés de ser um certo tipo de traço de personalidade, fala-se em transtorno
de personalidade.

OBS: Não se sentem esses traços como disfuncionais, parecendo certos aos
seus olhos (cuidado para não invalidar o paciente) de forma natural. Os traços de
personalidade pouco geram sofrimento para eles, muitas vezes perturbando mais suas
relações com outras pessoas; e muitas vezes não percebem o sofrimento ou não querem
perceber o sofrimento.

Transtornos: Pacientes comumente são pouco motivados ao tratamento, tendo diagnóstico


normalmente estabelecido a partir de uma perspectiva exterior (de outras pessoas). Em geral,
tratamento inicia devido a imposição de amigos, colegas e familiares, muitas vezes quando o
comportamento afeta de maneira drástica os relacionamentos pessoas e profissionais. Comum
são queixas de depressão e ansiedade, fazendo com que o terapeuta tenha a falsa impressão
que está diante de um “caso fácil”.

- Características do Tratamento: “Eu sempre fui assim”. TP raramente leva paciente a


terapia, vendo seus padrões de forma indesejáveis apenas quando levam a sintomas ou
quando parecem interferir em aspirações sociais ou ocupacionais. Tem dificuldade em aderir a
terapia, costumando até travar a terapia. Parece inconsciente de que seu comportamento
causa sofrimento sobre os outros (enxergam como algo natural). Incapacidade cognitiva
decorre da perda temporária de acesso aos modos racionais de cognição.

. Quanto ao Terapeuta: é necessário reformular expectativas quanto aos


objetivos do tratamento de um paciente com TP (mudanças são importantes, mas lentas e
graduais). Requer muito engajamento, criatividade e flexibilidade ao manusear e monitorar

. Quanto a Relação Terapêutica: é necessário tempo para familiarizar-se com a


história de vida, tendo como veículo de mudança a confrontação empática, e a reparação
limitada. O terapeuta deve ser um modelo, e impor limites ao paciente.

- Avaliação Diagnóstica: Questionários (necessário prestar atenção à falsa sinceridade


do paciente; evitação, hipercompensação e resignação), questionar informantes próximos do
paciente. Fazer múltiplos exemplos de situações para criar conceitualização de situações.
Questionários de autorrelato são mais indicados. Criar entrevistas clínicas estruturadas.

10 Sinais Que Indicam Presença de TP:

- 1: Paciente/familiar relata o problema como severo, disfuncional e persistente


“desde criança”.

- 2: O paciente é resistente ao regime terapêutico, embora seja comum em contínua.


Deve ser vista como um sinal para exploração adicional do Eixo 2.

- 3: Terapia parece parar, repentina e inexplicavelmente, apesar do terapeuta ajudar a


reduzir sintomas como ansiedade e depressão.

- 4: O paciente parece não perceber o efeito de seu comportamento.

- 5: Há dúvidas sobre a motivação do paciente para mudar, não tendo demanda clara
ou não cooperando.

- 6: Paciente fala “da boca pra fora” sobre a terapia e a importância de mudar, mas
parece evitar mudanças.

- 7: Problemas de personalidade parecem ser aceitáveis e naturais para o paciente. “É


assim que eu sou”.

- 8: Paciente considera seus problemas como resultado somente de causas externas.


- 9: Alguns são superficialmente cientes do autoboicote presente em seus problemas
de personalidade, mas veêm-se impotentes para efetivamente mudar seus próprios
comportamentos. “Não consigo”.

- 10: Outros podem reconhecer seus padrões de comportamento mal-adaptativos e ter


motivação para muda-los, mas não ter habilidades necessárias. “Não sei”.

Motivação: A entrevista motivacional postula que a adesão do paciente ao tratamento


depende da sua motivação. O termo motivação, na técnica de Entrevista Motivacional, é
diferente das abordagens usuais, sendo mais específica e pragmática: “probabilidade de que
uma pessoa se envolva, adquira e continue em uma estratégia específica para mudança.

OBS: O que o paciente diz é diferente do que o paciente faz.

- Técnicas Ineficientes: Até há pouco tempo, a forma encontrada para lidar com falta
de motivação era através da abordagem de confronto (paciente tem sintoma como parte de
um caráter, possuindo alto nível de mecanismos de defesa que o impede de se autoavaliar).
Outra forma de olha é a adoção da prática de aconselhamento, o que também não é efetivo (é
prematuro aconselhar alguém a mudar um comportamento o qual a pessoa não sabe, ou não
reconhece, tal comportamento).

- Nova Técnica: Entender que todo paciente que tem dificuldade em mudança efetiva
de comportamento tem ambivalência, havendo estímulo a uma postura de resistência para o
tratamento.

- Ambivalência (motivação flutuante): Dilema da mudança; Experiência de um conflito


psicológico para decidir entre dois caminhos diferentes.
Entrevista Motivacional (EM): Surgindo na década de 80 (Miller e Rollnick) fazem dela um
estilo de aconselhamento diretivo, centrado no paciente, viando estimular a mudança do
comportamento, ajudando o paciente a explorar e resolver sua ambivalência. A motivação é
encarada de forma não-estática, dinâmica e influenciável por fatores externos (como o
terapeuta). A ideia é que o paciente veja seu problema durante o processo, e dessa forma,
possa mudar sua atitude.

- Engloba: Psicoterapia breves, terapia centrada no paciente, terapia cognitivo-


comportamental, terapia sistêmica, psicologia social.

- Baseia-se Em: Identificar, compreender e trabalhar com a ambivalência, na intenção


de gerar prontidão para mudança (alguns pacientes naturalmente tem, outros não). Esse
modelo acredita que a mudança se faz através de um processo, e para tal, a pessoa passa por
diferentes estágios.

OBS: A confrontação e o aconselhamento Podem ser usados com objetivos em mente,


e não como estilo terapêutico.

(pré-contemplação é fora da roda, pois não há consciência do problema)

Roda da Mudança: O círculo reflete a realidade de que em qualquer processo de mudança, é


normal que a pessoa circule o processo várias vezes antes de alcançar mudança estável, sendo
necessário uma perspectiva realista que busca impedir que os pacientes desanimem (cada
deslize ou recaída, aproxima mais a recuperação). O terapeuta deve usar diferentes
abordagens com um paciente a depender do estágio que ele se encontra.

- Pré-Contemplação (pré-ponderação): A pessoa não considera a possibilidade de


mudança. Pode ficar mais surpresa do que na defensiva ao ser abordada a ter um problema.
Tais pessoas podem ser identificadas durante um exame de rotina (por exemplo) a partir de
um resultado de exame, ou processo de triagem, etc. Necessita de informação e feedback para
tomar consciência de seu problema e possibilidade de mudança.
- Contemplação (ponderação): Uma vez tendo consciência do problema, a pessoa
entra em um período caracterizado pela ambivalência (ponderador tanto considera mudança
quanto a rejeita).

. Ex: “Eu não acho que tenha problema com bebida. Provavelmente eu beba
demais, mas não mais que meus amigos. As vezes me sinto mal de manhã, e me preocupo de
não lembrar as coisas, mas não sou alcoolista. Posso parar quando quiser, não sinto falta.”

- Determinação: Semelhante a uma janela para a oportunidade, que se abre por


determinado tempo. Se durante esse tempo a pessoa entrar em ação, o processo de mudança
continua, do contrário, ela volta à ponderação. A tarefa do terapeuta não é tanto motivar, mas
ajudar a pessoa a encontrar uma estratégia de mudança que seja acessível, adequada e eficaz.

- Ação: O paciente engaja-se em ações específicas para chegar a uma mudança. Fazer
uma mudança não garante que vai ser mantida.

- Manutenção: Exige um conjunto de habilidades e estratégias diferentes das que


foram necessárias para obtenção da mudança. Largar as drogas, reduzir o consumo de álcool,
ou perder peso, é um passo inicial, seguido pelo desafio de manter a abstinência ou a
moderação.

- Recaída: Experiências humanas estão repletas de mudanças iniciais, seguidas de


pequenos deslizes ou grandes recaídas. Se a recaída ocorre, a tarefa do indivíduo é recomeçar
a circular a roda em vez de ficar imobilizado nesse estágio. A tarefa do terapeuta é ajudar a
pessoa a evitar o desânimo e desmoralização, a renovar a determinação e retomar ação e
manutenção de esforços.

O Físico:

- Constituição Física: Obesidade, magreza extrema, anomalias anatômicas ou


características muito evidentes.
- Relação do Paciente Com Seu Corpo: Cuidados de higiene, forma de se vestir,
maneira como se refere ao seu corpo.

Vida Psíquica:

- Principais Traços de Personalidade: Conjunto de disposições que conferem ao


indivíduo um padrão tanto de funcionamento psíquico como de relacionamento interpessoal,
sendo expresso em termos de traços como “impulsivo, afetuoso, introspectivo, crítico,
reflexivo”, etc. A personalidade influencia a maneira como a pessoa enfrenta a doença.

- Conflitos Internos: Ambivalência.

- Eventuais Doenças Mentais: Visa identificar alterações psicopatológicas atuais, bem


como fazer uma investigação sobre a história psiquiátrica do paciente.

Transferência: Quando o paciente é afetado pelo terapeuta, seja positivo ou negativamente.

Contratransferência: Quando o terapeuta é afetado pelo paciente, seja positivo ou


negativamente.

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