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O PAPEL DO PSICOLOGO JURÍDICO NA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS:

CONTRIBUIÇÕES À LUZ DA TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL

Letícia Maria Alvares1


Luísa Silva Assis Vidgal2

Introdução: Os conflitos são inerentes à vida humana e estão presentes em todas as


sociedades. Essencialmente, não são negativos, uma vez que oferecem oportunidade
de crescimento e aprendizados. Nessa perspectiva, o sistema judiciário, vem criando
alternativas para a solução dos problemas dos cidadãos, à exemplo do emprego da
mediação como alternativa extraprocessual, de oferta voluntária em casos da vara de
família, crianças e adolescentes e até mesmo ações criminais. Os interessados em se
tornar um mediador, devem cumprir alguns requisitos, dentre eles, a realização de
treinamento específico oferecido pelos Tribunais. Deste modo, os mediadores que
possuem formação de base em psicologia tendem a sobressair na condução das
negociações, por possuirem um repertório de habilidades, técnicas e conhecimentos
específicos para lidar com as questões emocionais do ser humano, em suas relações
pessoais, facilitando-se a comunicação, já que emoção e comunicação estão inter-
relacionadas. Enquanto abordagem teórica, a utilização da terapia cognitiva
comportamental aliada a mediação de conflitos mostra satisfatória efetividade, pois
combina intervenções comportamentais de treinamento de habilidades comunicativas e
modificação de cognição problemáticas, com a identificação e a transformação dos
aspectos dificultadores dos processos que ocorrem durante todo o momento, à medida
que as pessoas interagem. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo,
apresentar a técnica da mediação enquanto ferramenta para a resolução consensual
de conflitos judiciais, aliada à abordagem cognitiva-comportamental reforçando a
importância do profissional psicólogo inserido neste contexto. Referencial Teórico:
Para tanto, será necessário recorrer às formulações conceituais de Maria Rosa Fiorelli,
André Gomma, Marshall Rosenberg, dentre outros, que fundamentam o campo da
mediação e da visão dos conflitos na modernidade. Outro recurso utilizado será a
descrição de aspectos da abordagem Cognitiva Comportamental de Aaron Beck, para o
entendimento das técnicas auxiliares na promoção do ajustamento pessoal, manejo
das emoções, melhora no estilo da comunicação e para o desenvolvimento de

1
Psicóloga, Mestre Em Gestão Social, Educação E Desenvolvimento Local, Especialista Em Politicas De Segurança
Pública, Professora Dos Curso De Direito E Psicologia Da Univiçosa.

2
Acadêmica do 8º período de psicologia da Univiçosa. Estagiária de psicologia Jurídica. Estagiária do CEJUSC-Viçosa
estratégias de solução de problemas. Metodologia: A metodologia apliacada neste
estudo é a pesquisa bibliográfica de trabalhos que envolvem a dinâmica psíquica de
pessoas e dos conflitos à luz da teoria cognitivo comportamental, aliada as principais
técnicas para o processo de mediação de conflitos e seus benefícios para o judiciário.
Resultados: Baseado no anterior exposto, conclui-se que os conhecimentos em
psicologia se fazem fundamentais para o desenvolvimento do papel de Mediação, pois,
a percepção do mediador e a sua habilidade em ler a subjetividade do outro, são
essenciais para a capacidade de análise objetiva do quadro geral do problema. Nesse
sentido, a abordagem psicológica torna-se uma bússola para a atividade de Mediação.
A ulilização de tecnicas cognitivas comportamentais nas sessões de mediação auxiliam
na compreensão que a satisfação dos envolvidos depende comumente dos
comportamentos positivos e negativos de ambos, de suas cognições sobre o outro e
sobre a relação ao outro. Considerações Finais: A teoria cognitiva comportamental
identifica tipos particulares de conhecimento, de cognição e de afeto que podem
contribuir para o desenvolvimento do sofrimento e para a dissolução das relações. No
campo da mediação judicial de conflitos, apresenta-se como ferramenta relevante para
facilitar o andamento dos processos, alinhar as expectativas sobre a situação e
estabelecer novos contratos comportamentais para mudança, podendo inclusive, gerar
resultados positivos a partir de conflitos.

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