Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Discentes:
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
3. METODOLOGIA ............................................................................................................... 6
5. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 10
1. INTRODUÇÃO
Falar em Psicologia Forense ou questões relacionadas o tema ainda é uma novidade e, muitas
vezes, uma dificuldade, visto que essa é uma disciplina ainda por se construir, possuindo pouca
literatura disponível. Porém, mesmo sendo uma disciplina nova, já é considerada de grande
importância para a Psicologia e as outras ciências relacionadas a ela neste caso específico, o
Direito. Uma das funções mais importantes da Psicologia interligada ao Direito e conflitos é o
objeto de nosso estudo: Analisar o processo de mediação de conflitos no âmbito da psicologia
forense.
Segundo Fiorelli, Malhadas e Moraes (2004), o conflito é inerente à vida; falar de conflito é
falar de vida. O conflito parece estar presente em todos os relacionamentos humanos e em todas
as sociedades. Assim, nem todos os conflitos são ruins; existem conflitos que podem promover
o crescimento e desenvolvimentos dos indivíduos. Porém, quando o conflito é negativo e traz
sofrimento e desentendimento entre os envolvidos dependendo da sua natureza.
Existem várias formas de resolução consensual de conflitos, como a negociação, a arbitragem,
a conciliação e a mediação. Segundo Grunspun, apud Silva (2003), o mediador pode ser um
psicólogo, assistente social, advogado, sociólogo, médico, entre outros. Com essa variedade de
profissionais que podem exercer o papel de mediador, à primeira vista, parece que essa tarefa
é simples e fácil; porém, este profissional deve, primeiramente, perceber quais os aspectos
psicológicos que estão por trás do conflito que as partes expõem. Assim, o psicólogo se torna
um importante profissional nessa área.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
2. DISCUSSÃO CONCEPTUAL
De acordo com Berg (2012, p.68), a palavra conflito vem do latim conflictus, que significa
choque entre duas coisas, embate de pessoas, ou grupos que lutam entre si, ou seja, é um embate
entre duas forças contrárias.
Berg (2012) afirma ainda, que não existe estilo certo ou errado para gerir conflitos, e que cada
um pode ser apropriado e efectivo, dependendo da situação e do assunto a ser resolvido e dos
personagens envolvidos. O importante é conhecer e servir-se das várias opções a nossa
disposição para manejar conflitos e aprender a utilizar suas técnicas.
Dessa forma, baseados ainda nesses autores, percebemos que os conhecimentos em psicologia
se fazem fundamentais para o desenvolvimento do papel de Mediação, pois, tanto a percepção
do mediador como a sua habilidade de ler a subjectividade do outro, são tão essenciais quanto
a sua capacidade de análise objetiva do quadro geral do problema. Nesse sentido, a abordagem
psicológica torna-se uma bússola para a atividade de Mediação.
O mediador com habilidade na gestão das técnicas, conseguirá uma maior eficácia e uma
4
• Análise e síntese: essa técnica é bastante importante, visto que, como sabemos, um
5
conflito vem carregado de emoções, as quais podem, com o passar do tempo, tornar as
percepções das partes confusas e misturar os fatos na memória, podendo distorcê-los.
Na análise, o psicólogo na qualidade de mediador fará uma compreensão geral do que está se
passando no processo. Ele poderá actuar separando as diversas causas do conflito, investigar
quando um motivo termina e o outro começa, delimitar o que é físico e o que é psicológico,
identificar quem, onde e de que forma se exerce o poder e seus impactos.
• Resumo seguido de confirmações – por último, para que os conhecimentos obtidos no
processo de mediação não se percam, o psicólogo no exercício da mediação pode
utilizar-se da referida técnica.
O mediador, ao expor sua conclusão, na forma do resumo, solicita a confirmação pelos
mediandos de que ela corresponde às suas percepções e, com isso, cria um ambiente emocional
positivo e favorável à compreensão do que, realmente, cada um deles quis expressar
(FIORELLI; MALHADAS; MORAES, 2004: 73).
Para Huss (2010), os psicólogos forenses estudam o comportamento dos indivíduos e buscam
aplicar esse conhecimento para ajudar o sistema legal, ou seja, é a aplicação da psicologia
clínica, no sistema legal. E segundo Canter (2004), a Psicologia Forense procura observar o
tratamento em que os criminosos são submetidos a partir do momento que são presos.
A psiquiatria forense busca contribuir para a melhora da norma e do social dos indivíduos, de
forma que o laudo apresente a defesa de um bem moral, em que o sujeito estará em condições
mentais de se defender caso haja a necessidade (Moraes & Fridman, 2004). Para Taborda
(2004), a psiquiatria forense esclarece se aquele indivíduo apresenta algum transtorno mental e
quais as consequências deste para o fato ocorrido. Ambas as profissões, a psicologia e a
psiquiatria forense tem suas metodologias e visões, porém, as duas se dedicam ao estudo do
comportamento do indivíduo criminoso, buscando compreender qual foi o percurso da vida
deste sujeito, e quais processos psicológicos que o levou a praticar a criminalidade (Freitas,
2009).
3. METODOLOGIA
“Metodologia pode ser definida como um conjunto de etapas e instrumentos pelo qual o
pesquisador científico, direciona o projecto de trabalho com critérios de caráter científico para
alcançar dados que suportam ou não sua teoria inicial” (CIRIBELLI, 2003: p.64). Desta forma,
ele, o pesquisador, tem toda a liberdade de definir quais o melhor instrumento vai utilizar para
cada tipo de pesquisa a fim de obter resultados confiáveis e com possibilidades de serem
generalizados para outros casos.
Como sabemos, em alguns conflitos, as partes por si só podem conseguir chegar a uma solução,
dependendo isso, dentre outras coisas, do grau de comunicação entre as mesmas. Acontece que,
muitas vezes, as partes não conseguem chegar a um consenso, necessitando, para isso, de uma
terceira pessoa externa ao conflito. É a partir daí que iniciamos a análise do papel do psicólogo
forense na mediação.
Deste modo, verificamos que os mediadores que possuem formação de base em Psicologia
terão uma maior “facilidade” na condução da resolução dos conflitos, tendo em vista possuírem
um repertório vasto de habilidades, técnicas e conhecimentos específicos para lidar com as
questões emocionais do ser humano, em suas relações pessoais, facilitando-se a comunicação,
já que emoção e comunicação estão inter-relacionadas. A falta de comunicação entre as partes
ou uma comunicação não apropriada criam mais conflitos e tornam difícil a realização da
mediação. Para isso, “em mediação, a comunicação deve ser direta, autêntica, desprovida de
artifícios e de jogos de poder” (ÁVILA, 2004: 59).
o mercado unicamente para que operadores do Direito sejam mediadores, implicando que a
participação de outros profissionais de áreas diferenciadas deverá ser restrita à ocupação de co-
mediador.
A Mediação é apresentada como uma forma alternativa à Justiça para as pessoas resolverem
suas demandas conflitantes, com a garantia de que elas dialogarão e decidirão em acordo
consensual o que será feito para solucionar o problema. O Direito pautado pela lei estaria fazendo
valer seus direitos. O Direito esteve sempre pautado na lógica binária, de ganhadores e perdedores. Então
parece que faz parte do jogo em que eles se constituíram, disputar pelo mercado da Mediação
independentemente do profissional em suposta oposição.
Na busca pela resolução dos litígios, o mediador perito em psicologia ou o conciliador poderão
valer se de diversas técnicas desenvolvidas pela psicologia. Essas, que são típicas da
Psicanálise, terão a função de facilitar a comunicação entre as partes, bem como gerar o
entendimento ao terceiro imparcial que conduz a sessão acerca das questões subjetivas que
obscurecem e dificultam a resolução da lide tanto processual quanto
sociológica. (BACELLAR, 2016).
É possível destacar algumas dessas numerosas táticas. A primeira, bastante desenvolvida por
Freud (1912), é a transferência, caracterizada por ser um episódio psicanalítico através do qual
o paciente traduz com cristalinidade um lapso essencial da sua trajetória de vida, isto é, ele
apresenta de forma representativa os fatos, não apenas contando. Ainda, sob essa técnica é
construído o pilar quase total de fundamentação da relação de confiabilidade entre o
interlocutor e as partes.
Um segundo método, também frisado por Freud em sua obra “Recomendações aos médicos
que exercem Psicanálise”, é a atenção flutuante, que pode ser interpretada como a habilidade
de escutar tudo o que as partes falam, mas sem prestar atenção em nada de forma seletiva ou
dedicada:
Por fim, ainda de acordo com Barbieri (2012), a análise e síntese, são técnicas complementares.
A primeira indica uma compreensão extensa do conflito e do que está acontecendo, cabendo ao
interlocutor traçar os limites entre o que está no plano físico e o que é psicológico, se inteirar
das circunstâncias fontes do litígio e reconhecer as prováveis consequências. Enquanto a
síntese, cuja função é preencher a análise, tem como tarefa estruturar as informações obtidas
em uma linha de raciocínio eficiente.
10
5. CONCLUSÃO
Diante da pesquisa realizada, percebemos que o conflito está no cotidiano das relações
humanas, podendo, muitas vezes, ser positivo, promovendo o crescimento pessoal. Porém,
quando ele é negativo, faz com que as pessoas que estão envolvidas em seu contexto hajam de
forma pouco saudável, trazendo sofrimento para todos.
Vimos, então, que é importante prestar atenção principalmente nos conflitos de família, já que
estes vêm acompanhados de intensos sentimentos manifestos e latentes e muitas vezes,
necessita-se a continuidade das relações entre as partes, como são os casos da separação e do
divórcio. Assim, nesses casos, faz-se necessária a implementação de novos métodos que
resolvam consensualmente essa disputa.
Psicologia auxilia a interpretação dos diálogos travados entre as partes, influindo diretamente
no desfecho da situação conflituosa. A ligação de ideias que envolve cada caso concreto levado
à apreciação do Poder Judiciário deve ser compreendida integralmente para chegar à finalidade
de pacificação social visada. Diante disso, há perfeita harmonia da Psicologia com o Direito,
uma vez que o objeto para o qual se volta o estudo daquela é justamente o comportamento
humano, sendo este incisivo no momento de proceder à solução das contendas sociais.
O processo deve findar em conformidade com a satisfação das partes, ao mesmo tempo em que
não deve subverter a vontade consolidada na intenção individual, extinguindo o conflito
processual e sociologicamente. Portanto, o acesso à justiça e efetiva pacificação social
encontram assistência decisiva nas outras disciplinas que versam acerca da sociedade, em
especial a Psicologia.
11
6. Referências Bibliográficas
• ACELLAR, Roberto Portugal. Mediação e arbitragem. 2. ed. São Paulo (SP): Saraiva,
2016.
• GIL, A. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 1999.