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Módulo de História da

Antiguidade Oriental e Clássica


Curso de Licenciatura em Ensino de História

Faculdade de Ciências Sociais e Filosóficas

Departamento de História

Universidade Pedagógica
Rua João Carlos Raposo Beirão nº 135, Maputo
Telefone: (+258) 21-320860/2 ou 21 – 306720
Fax: (+258) 21-322113

Centro de Educação Aberta e à Distancia


Programa de Formação à Distância
Av. de Moçambique, Condomínio Vila Olímpica, bloco 22 edifício 4, R/C, Zimpeto
Telefone: (+258) 84 20 26 759 / 84 900 18 04
e-mail: cead@up.ac.mz / up.cead@gmail.com
Ficha técnica

Autoria: Hermenegildo Lange

Revisão da Engenharia de EAD e Desenho Instrucional: Cristina M. Ribeiro Loforte

Edição Linguistica: Salomão António Massingue

Edição técnica/Maquetização: Valdinácio F. Paulo

© 2018 Universidade Pedagógica

Primeira Edição

Impresso e Encadernado por

© Todos os direitos reservados. Não pode ser publicado ou reproduzido em nenhuma forma ou meio – mecânico ou
eletrónico- sem a permissão da Universidade Pedagógica.
Índice
Visão Geral do Módulo 1

Ícones de Actividades 5

Unidade 1: Antiguidade Oriental 9

Lição n° 1 11
Fontes para o estudo da história da Antiguidade Oriental .............................................. 11
Orientação para o estudo ....................................................................................... 13
Lição n° 2 16
Suméria/Akad ................................................................................................................. 16
Orientação para o estudo ....................................................................................... 18
Lição n° 3 21
Babilónia ......................................................................................................................... 21
Orientação para o estudo ....................................................................................... 22
Lição n° 4 27
Egipto .............................................................................................................................. 27
Orientação para o estudo ....................................................................................... 28
Lição n° 5 33
Fenícia ............................................................................................................................. 33
Orientação para o estudo ....................................................................................... 34
Lição n° 6 38
Assíria ............................................................................................................................. 38
Orientação para o estudo ....................................................................................... 39
Lição n° 7 42
Pérsia ............................................................................................................................... 42
Orientação para o estudo ....................................................................................... 44
Lição n° 8 47
Índia ................................................................................................................................ 47
Orientação para o estudo ....................................................................................... 48
Lição n° 9 51
China ............................................................................................................................... 51
Orientação para o estudo ....................................................................................... 52
Referências bibliográficas da Unidade 57

Unidade 2: A Grécia 60

Lição n° 10 62
Origens da Grécia: o período pré-homérico, arcaico e clássico ..................................... 62
Orientação para o estudo ....................................................................................... 63
Lição n° 11 67
As Cidades – Estado e as classes sociais ........................................................................ 67
Orientação para o estudo ....................................................................................... 69
Lição n° 12 73
O Impulso do Movimento Democrático na Grécia ......................................................... 73
Orientação para o estudo ....................................................................................... 74
Lição n° 13 78
A Guerra do Peloponeso ................................................................................................. 78
Orientação para o estudo ....................................................................................... 79
Lição n° 14 83
O legado da Civilização grega para o Mundo ................................................................. 83
Orientação para o estudo ....................................................................................... 84
Referências bibliográficas da Unidade 88

Unidade 3: Roma 89

Lição n° 15 91
Roma: Localização, condições naturais e os habitantes ................................................. 91
Orientação para o estudo ....................................................................................... 92
Lição n° 16 96
Roma durante a República .............................................................................................. 96
Orientação para o estudo ....................................................................................... 96
Lição n° 17 100
Roma durante o Império ............................................................................................... 100
Orientação para o estudo ..................................................................................... 102
Lição n° 18 106
Decadência de Roma .................................................................................................... 106
Orientação para o estudo ..................................................................................... 107
Considerações Finais 118
Visão Geral do Módulo
Caro estudante!

O Módulo da disciplina de História da Antiguidade Oriental e


Clássica é constituído de duas partes: uma colectânea de textos (em
separado) e este guia de estudo.

Para facilitar a sua aprendizagem, o guia de estudo contempla


textos introdutórios para situar o assunto que será estudado; os
objetivos a serem alcançados ao término de cada lição ou
unidade temática, a indicação de textos como leituras obrigatórias
que você deve realizar; as diversas actividades que garantem a
aprendizagem da matéria apresentada nos textos lidos e os
comentários/respostas às actividades que lhe permitem verificar se
está a compreender o que está a estudar. Vai também encontrar,
neste guia, a indicação de leituras complementares, isto é,
indicações de outros textos, livros e materiais relacionados ao tema
em estudo, para ampliar as suas possibilidades de reflectir,
investigar e dialogar sobre aspectos do seu interesse. O mesmo é
acompanhado obrigatoriamente por uma colectânea de textos
organizados por unidades e por lições.

A História da Antiguidade estuda civilizações que se desenvolveram


no Mundo desde o surgimento do homem até ao século V d. C. As
civilizações que se desenvolveram no Oriente Antigo são
denominadas Civilizações Orientais, e as que se desenvolveram na
Grécia e Roma antiga são denominadas clássicas. Algumas
civilizações importantes na actualidade têm raízes ancestrais, por
isso, o estudo das civilizações antigas poderá ajudar a perceber o
percurso histórico dessas civilizações que ainda preservam a sua
importância bem como aquelas que desapareceram com o tempo.

1
Aqui está a grande finalidade da História: estudar o passado para
melhor compreender o presente.

Objectivos do Módulo
O módulo visa ajudá-lo a ser capaz de:
 Diferenciar a civilização oriental da civilização clássica;

 Orientar a investigação científica com base em estudo da


história das civilizações antigas;

 Compreender as civilizações mais antigas da humanidade;

 Distinguir as principais etapas históricas da evolução


humana;

 Descrever as primeiras manifestações da democracia no


mundo.

Para estudar a disciplina de História da Antiguidade Oriental e


Clássica vai precisar de um caderno ou de um bloco de apontamentos
e de uma caneta ou lápis. Para melhor organização indique, no seu
caderno, o número da unidade e da lição que está a estudar. Mãos à
obra. Deixe tudo aquilo que lhe possa distrair de lado e vamos
começar o estudo!

Estrutura do Módulo
O Módulo de História da Antiguidade Oriental e Clássica está
organizado em unidade de aprendizagem, e estas por sua vez estão
organizadas em lições. Cada lição é composta por uma introdução,
a indicação dos objectivos dessa lição, orientações para o estudo

2
(onde se indica a relação entre a lição do guia e o texto
correspondente na colectânea de textos), actividades de
aprendizagem e questões de auto-avaliação. Encontre também
comentários sobre a resolução das actividades e auto-avaliação que
deve consultar só depois de ter resolvido as actividades e questões
de auto-avaliação.

É composto por 3 unidades de aprendizagem assim distribuídas:

Unidade nᵒ 1: Antiguidade Oriental (total de horas de estudo 55h)

Lição nᵒ 1: As fontes para o estudo da História da Antiguidade


Oriental (5h)

Lição nᵒ 2: A Suméria e Akkad (7.5h)

Lição nᵒ 3: Babilónia (5h)

Lição nᵒ 4: Egipto (6h)

Lição nᵒ 5: Fenícia (6.5h)

Lição nᵒ 6: Assíria (7h)

Lição nᵒ 7: Pérsia (6h)

Lição nᵒ 8: Índia (6h)

Lição nᵒ 9: China (6h)

Unidade nᵒ 2: Antiguidade Clássica - Grécia, (total de horas de


estudo 50h)

Lição nᵒ 1: Origens da Grécia: o período pré-homérico, arcaico e


clássico (7.5)

Lição nᵒ 2: As Cidades - Estado e as classes sociais (7.5h)

Lição nᵒ 3: O Impulso do Movimento Democrático na Grécia (7.5h)

Lição nᵒ 4: A Guerra do Peloponeso (7.5h)

3
Lição nᵒ 5: O legado da civilização grega para o Mundo (10h)

Unidade nᵒ 3: Antiguidade Clássica Roma (total de hora de estudo


45h)

Lição nᵒ 1: Roma: localização, condições naturais e os habitantes


(5h) Lição nᵒ 2: Roma durante a República (7h)

Lição nᵒ 3: Roma durante o Império (7h)

Lição nᵒ 5: Decadência de Roma (10h)

A quem se destina o Módulo


Este Módulo foi concebido para os estudantes da Universidade
Pedagógica inscritos no Curso de Licenciatura em Ensino de
História na modalidade de Educação à Distancia. Poderá ocorrer,
contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar seus
conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-vindos.

Avaliação
Ao longo deste módulo encontram-se actividades e tarefas de auto-
avaliação. Parte das actividades e essas terefas serão objecto de
avaliação devendo ser entregues aos tutores/doceentes para efeitos
de correcção e subsequentemente atribuição da nota. Haverá outros
objectos de avaliação como: participação em chats na plataforma,
actividades disponibilizadas na plataforma, testes presenciais e
exame do fim do módulo. Pelo que, caro estudante fazer todos os
exrcícios de avaliação é uma grande vantagem.

4
Ícones de Actividades
Caro estudante, para lhe ajudar a orientar-se no estudo deste módulo e
facilmente foram usados marcadores de texto do tipo ícones. Os ícones
foram escolhidos pelo CEMEC (Centro de Estudos Moçambicanos e
Etnociência) da Universidade Pedagógica. Tomou-se em consideração a
diversidade cultural Moçambicana. Encontre, a seguir, a lista de ícones, o
que a figura representa e a descrição do que cada um deles indica no
módulo:

1. Exercício 2. Actividade 3. Auto-Avaliação

[peneira]
[colher de pau com
[enxada em actividade] alimento para provar]
4. Exemplo/estudo de 5. Debate 6. Trabalho em grupo
caso

[Jogo Ntxuva]
[fogueira] [mãos unidas]
7. Tome nota/Atenção 8. Objectivos 9. Leitura

[estrela cintilante] [livro aberto]


[batuque soando]

5
10. Reflexão 11. Tempo 12. Resumo

[sentados à volta da fogueira]

[sol]
[embondeiro]
13. Terminologia 14. Video/Plataforma 15. Comentários
Glossário

[Dicionário] [computador]
[Balão de fala]

1. Exercício (trabalho, exercitação) – A enxada relaciona-se com um


tipo de trabalho, indica que é preciso trabalhar e pôr em prática ou
aplicar o aprendido.
2. Actividade - A colher com o alimento para provar indica que é
momento de realizar uma actividade diferente da simples leitura, e
verificar como está a ocorrer a aprendizagem.
3. Auto-Avaliação – A peneira permite separar elementos, por isso
indica que existe uma proposta para verificação do que foi ou não
aprendido.
4. Exemplo/Estudo de caso – Indica que há um caso a ser resolvido
comparativamente ao jogo de Ntxuva em que cada jogo é um caso
diferente.
5. Debate – Indica a sugestão de se juntar a outros (presencialmente ou
usando a plataforma digital) para troca de experiências, para novas
aprendizagens, como é costume fazer-se à volta da fogueira.
6. Trabalho em grupo – Para a sua realização há necessidade de
entreajuda, que se apoiem uns aos outros

6
7. Tome nota/Atenção – Chamada de atenção
8. Objectivos – orientação para organização do seu estudo e daquilo
que deverá aprender a fazer ou a fazer melhor
9. Leitura adicional – O livro indica que é necessário obter
informações adicionais através de livros ou outras fontes.
10. Reflexão – O embondeiro é robusto e forte. Indica um momento para
fortalecer as suas ideias, para construir o seu saber.
11. Tempo – O sol indica o tempo aproximado que deve dedicar á
realização de uma tarefa ou actividade, estudo de uma unidade ou
lição.
12. Resumo – Representado por pessoas sentadas à volta da fogueira
como é costume fazer-se para se contar histórias. É o momento de
sumarizar ou resumir aquilo que foi tratado na lição ou na unidade.
13. Terminologia/Glossário – Representado por um livro de consulta,
indica que se apresenta a terminologia importante nessa lição ou
então que se apresenta um Glossário com os termos mais
importantes.
14. Vídeo/Plataforma – O computador indica que existe um vídeo para
ser visto ou que existe uma actividade a ser realizada na plataforma
digital de ensino e aprendizagem.
15. Balão com texto – Indica que existem comentários para lhe ajudar a
verificar as suas respostas às actividades, exercícios e questões de
auto-avaliação.

7
Conteúdos
Lição n° 1

Fontes para o estudo da história da Antiguidade Oriental .......... 11


11 Antiguidade
Orientação para o estudo ..................................................................13
Lição n° 2 16 Oriental
Suméria/Akad ......................................................................................16
Orientação para o estudo ..................................................................18

UNIDADE
Lição n° 3 21

Babilónia................................................................................................. 21

1
Orientação para o estudo .................................................................22
Lição n° 4 27

Egipto ..................................................................................................... 27
Orientação para o estudo ................................................................ 28
Lição n° 5 33

Fenícia .................................................................................................. 33
Orientação para o estudo .................................................................34
Lição n° 6 38

Assíria .................................................................................................. 38
Orientação para o estudo ................................................................ 39
Lição n° 7 42
Pérsia .................................................................................................... 42
Orientação para o estudo ................................................................. 44
Lição n° 8 47

Índia ....................................................................................................... 47
Orientação para o estudo ................................................................ 48
Lição n° 9 51

China .......................................................................................................51
Orientação para o estudo .................................................................52
Referências bibliográficas da Unidade 57

Pág. 10 - 58

Unidade 1: Antiguidade Oriental

9
Introdução
Nesta primeira unidade, abordaremos aspectos relacionados com a
Antiguidade Oriental no que diz respeito às principais civilizações
que lá se desenvolveram. Conscientes que a História se faz com
recurso a fontes, abordamos também aspectos relacionados com o
tipo de fontes usadas para reconstituir a história desta região.

Você terá a oportunidade de aprender algo mais sobre as civilizações


que criaram as primeiras formas de escrita, as primeiras sociedades
de classes, as primeiras leis e os primeiros bancos. Entre elas
destacam-se: Suméria; Babilónia; Egipto, Fenícia, Palestina; Assíria,
Arartu, Caldeia, Pérsia, Índia e China. Estas civilizações marcaram
a vida política, económica e social do Norte de África e da Ásia na
antiguidade. Então não perca!

Objectivos da unidade
Ao fim desta unidade, você deverá ser capaz de:

 Identificar as fontes para o estudo da Antiguidade Oriental;


 Analisar o surgimento e desenvolvimento das civilizações
orientais;
 Comparar as civilizações no que respeita ao aspecto
económico;
 Compreender o processo do declínio das civilizações e o
seu impacto.

10
Lição n° 1
Fontes para o estudo da história da Antiguidade Oriental

Introdução
Você sabia que a região onde se desenvolveu a Antiguidade
Oriental é também conhecida por Oriente Próximo ou Oriente
Antigo? Estas são as designações usadas para a região que se
estende da antiga parte do Nilo passando pelo Mediterrâneo até aos
planaltos da Anatólia na actual Turquia.

Nesta lição, você terá a oportunidade de aprender sobre as fontes


disponíveis para a reconstituição da história desta região onde se
desenvolveram as civilizações mais antigas da humanidade.

Estes conhecimentos, para além de ajudarem a compreender a


História do Oriente Antigo, vão munir - lhe de ferramentas para a
reconstituição da História de períodos muito recuados, como é o
caso da antiguidade e idade média.

Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:

 Identificar as fontes para o estudo da História da


Antiguidade Oriental;

 Localizar no tempo e espaço a antiguidade oriental;

Objectivos  Descrever a importância histórica do Oriente Antigo para


o Mundo.

11
Observe o mapa. Ele refere-se às principais cidades do Oriente
Próximo ou Oriente Antigo.

Figura 1: Mapa das grandes cidades do Oriente Antigo


Actividade 1

1. Identifique as principais cidades do Oriente Próximo destacadas


no mapa.
2. Aponte as cidades do continente africano que faziam parte do
Oriente Próximo.
3. A partir do título destacado no mapa, identifique o período a que
se refere o mapa.

Ao responder à pergunta 1, deve ter em conta que o Oriente Próximo


referia-se a uma parte do Norte de África e da Ásia. Por isso, se você
identificou Mênfis, Sais, Kadesh, Susa, Babilónia, Nínive, Ur, Biblos,
Tiro, parabéns está num bom caminho. Mas se não identificou estas
Comentário da actividade 1
cidades, por favor volte a observar o mapa porque provavelmente você
confundiu o nome do território/Estado com cidade.

12
Na pergunta 3, o período destacado no título do mapa é “Antes da
Nossa Era”, mas isso não é suficiente para os nossos estudos. Por
i sso , a melhor resposta seria Antiguidade, porque a Antiguidade não
só diz respeito à “Antenas da Nossa Era” como também “Nossa Era”
concretamente até ao século ao século V.

Orientação para o estudo


Para este conteúdo, l e i a os textos da l i ç ã o n º 1 d a c o m p i l a ç ã o
d e t e x t o s , concretamente (GIORDANI, 2008 p, 49-54). Ao
longo da sua leitura deve concentrar mais atenção para a
localização das fontes bem como a importância histórica do
próximo oriente para o mundo. Estes aspectos constituem o foco
desta lição. Poderá consultar também “os povos do oriente
próximo” disponível em:
http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4679740/4120171/H6_2BI
M_ALUNO_2014.pdf.

Este texto é rico em material ilustrativo sobre as diversas fontes do


oriente antigo.

Resumo da lição
Em suma, o Oriente Próximo ou Próximo Oriente é uma região que
abrange diferentes países para Arqueólogos e Historiadores. O
termo, como é usado pelos arqueólogos, geográfos e historiadores
ocidentais, refere-se à região que engloba a Anatólia (a porção
asiática da Turquia moderna), o Levante (Síria, Líbano, Jordânia,
Chipre, Israel e territórios Palestinos), Mesopotâmia (Iraque) e,
ocasionalmente, Trascaucásia (Geórgia, Arménia e Azerbaijão).

Nesta região encontramos as primeiras grandes realizações que


revelam ter o ser humano atingido um nível elevado de civilização.
Dessas manifestações herdaram as civilizações clássicas e, através

13
das mesmas, herdou a nossa civilização preciosos legados: a vida
urbana, a escrita, a organização estatal, o culto religioso altamente
desenvolvido, as actividades científicas (astronomia, medicina,
matemática) e artísticas, a vida económica intensa, o alfabeto
instrumento maravilhoso da vida intelectual.

Auto-avaliação
1. Identifique as principais fontes para a reconstituição da
história do Oriente Antigo.
2. Localize a Antiguidade Oriental no tempo e no espaço.
3. No Oriente Antigo desenvolveram-se as civilizações
milenares da história. Descreva a importância histórica
do Oriente Antigo.

Comentários da auto-avalição
Na pergunta 1 se você conseguiu identificar como principais
fontes, documentos provenientes da tradição literária, das
escavações arqueológicas e da decifração das escritas antigas;
parabéns! Está num bom caminho.

Para a pergunta 2 no que diz respeito ao tempo, não basta dizer


antiguidade, é necessário ser mais preciso. Neste caso indicando
o IV e III milénios a. C. Quanto ao espaço, releia o ponto 1
da página 48 do texto proposto. Está com dúvidas sobre a sua
resposta? Compare a sua resposta com a dos colegas. Se a dúvida
prevalecer, releia o texto ou consulte o texto sobre “os povos
do oriente próximo” disponível em:

http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4679740/4120171/H6_2
BIM_ALUNO_2014.pdf

14
Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode-lhe ajudar na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e para a
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá-los.

ARRUDA, José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval.


São Paulo: Ática. 1981. GIORDANI, Mário Curtis. História da
antiguidade oriental. Rio de Janeiro: Editora vozes, 1969.
LEVEQUE, Piere. As primeiras civilizações. Edições 70, Brasil,
1987.

SENGULANE, Hipólito. Das Primeiras Economias ao


Nascimento da Economia-Mundo. Maputo, DINAME. 2007.

Nesta lição, você teve a oportunidade de aprender sobre as fontes


do Oriente Antigo. Na próxima vamos abordar sobre a civilização
suméria e o império Akad, civilizações que, como outras,
tiveram grande impacto no desenvolvimento da civilização
oriental.

15
Lição n° 2
Suméria/Akad

Introdução
Por volta do ano 5000, grupos de agricultores se estabeleceram na
área fértil do Sul da Mesopotâmia, (hoje conhecida por Iraque), a
Suméria. A partir desse início humilde, formou-se uma das
primeiras grandes civilizações do Mundo: a Suméria que teve como
capital Akad. Akad foi o importante centro político e comercial da
Suméria no III milénio a.C por isso, o nome do império que se
formou levou o nome de Akad.

Nesta lição fala-se sobre a Suméria ou Akad, desde o seu


surgimento, desenvolvimento, as atividades económicas e o seu
declínio. Ao estudar esta lição, você poderá perceber por que razão
a Mesopotâmia não chegou a constituir um Estado unificado e quais
os factores que explicam o desenvolvimento das suas cidades, bem
como as actividades económicas a elas associadas.

Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:

 Localizar geograficamente a Suméria;

 Descrever os impérios Ur e Akade a níveis político,


económico e sócio religioso;

Objectivos  Identificar as principais cidades da Suméria;

 Caracterizar as cidades-Estado mesopotâmicas.

16
Observe o mapa referente a Mesopotâmia região onde se
desenvolveu a Suméria.

Figura 2: Mapa sobre a evolução política da Mesopotâmia


Actividade 2

1. No mapa é possível identificar dois rios que atravessam Suméria.


Nomeie-os.
2. A partir da legenda, identifique o período de prosperidade da
civilização Sumérica.
3. Identifique as principais cidades da Suméria.

Já aprendeu nas classes anteriores que Mesopotâmia era


atravessada por dois rios principais. Esses rios estão visíveis no
mapa, são os rios Tigre e Eufrates. Na pergunta 2, se você identificou
o III a.C como período de prosperidade, a resposta está correcta, você
Comentário da actividade 2
percebeu a legenda.

Para a pergunta 3, você deve prestar atenção aos pontinhos


alaranjados que aparecem no perímetro correspondente à Suméria.

http://www.aromasesabores.com/p/especiarias.html

17
Orientação para o estudo
Para este conteúdo leia os textos da lição nº 2, apresentados na
compilação de textos, concretamente (LEVEQUE, 1987, p, 39-49)
e (TAVARES, 209-220 e 229- 234). Durante a leitura destes textos
poderá encontrar expressões como: Mesopotâmia ou Crescente
fértil, não se preocupe, referem-se à mesma região onde se
desenvolveu a Suméria.

Nestes textos concentre a sua maior atenção para a evolução história


da Suméria, a religião, as actividades económicas, as principais
cidades, as guerras entre as cidades e a decadência desta civilização.
Os textos são longos, por isso se sentir cansaço descanse um pouco,
aponte ou sublinhe os aspectos que considera mais importantes e
continue.

Nas páginas 221 e 222 de Tavares, há um conjunto de actividades


para verificar o seu nível de compreensão, por favor, não deixe de
resolver essas actividades.

Resumo da lição
Os habitantes Sumérios aparecem na Mesopotâmia no quarto
milénio a.C. Praticavam a agricultura, a criação de gado, indústria
e o comércio. A religião mesopotâmica era politeísta e
antropomórfica. Cada cidade tinha seu deus, cultuando como todo-
poderoso e imortal. Os principais deuses eram: Anu, deus do céu;
Shamash, deus do Sol e da justiça; Ishtar, deusa do amor; e Marduk,
criador do céu, da Terra, dos rios e dos homens.

18
A Mesopotâmia não constituia uma única unidade política. Era
formada por pequenas cidades independentes umas das outras
denominadas Cidades-Estado. As principais Cidades-Estados eram
Akade, Ur, Lagash, Babilonia e Unur. O rei concentrava as
atribuições religiosas, militares e administrativas. Abaixo do rei
podemos enumerar, os privilegiados que constituíam a corte e os
altos funcionários do Estado: os cortesãos, os governadores, os
prefeitos, os administradores dos bens reais, etc...

Auto-avaliação
1. A Mesopotâmia é famosa pela sua organização política
constituída basicamente por Cidades-Estado. Os impérios
Akade e Ur foram os primeiros a quebrar a tradicional
organização política constituindo estados centralizados.
a) Descreva as principais características das Cidades –
Estado sumérias.
b) Compare a organização política do Império Akade à do
império Ur.
c) Descreva as causas da decadência do império Akade.

2. Em diferentes Cidades-Estado da Mesopotâmia havia


contradições entre o rei e os sacerdotes.
a) Dos centros do exercício de poder na Mesopotâmia
qual era o mais importante: o templo ou o palácio?
b) Quanto à religião, o panteão sumério era constituído
por tríade principal e outros deuses secundários. Indique
os deuses que constituíam a tríade principal.

19
Comentários da auto-avaliação
Ao resolver os problemas e questões colocados nesta lição será
obrigado(a) a recorrer a alguns conceitos aprendidos na escola
secundária.

Por isso, ao responder à pergunta 1.a) deve ter em conta das


condições naturais na Mesopotâmia que muito contribuíram o
desenvolvimento das Cidades-Estado.

Na pergunta 2.a) tanto o templo como o palácio gozavam de


importância relativa, mas em tempo de guerra o palácio era o mais
importante.

Para a pergunta 2.b) se você respondeu An, Enlil e Nin-hursag,


bravo, essa é a resposta certa.

Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode-lhe ajudar na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e na
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá- los.

LEVEQUE, Pierre. As primeiras Civilizações; edições 70, Brasil,


1987.

KRAMER, Samuel Noah. Os Sumérios, Bertrand, Lisboa, 1977;

ARRUDA, José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval.


São Paulo: Ática. 1981. GIORDANI, Mário Curtis. História da
antiguidade oriental. Rio de Janeiro: Editora vozes, 1969.

Já ouviu falar da Babilónia? Será o tema da próxima lição. Todas


as suas curiosidades sobre esta civilização serão esclarecidas na
lição que se segue.

20
Lição n° 3
Babilónia

Introdução
Depois de ter estudado o império de Suméria/Akade, nesta lição,
você vai estudar a Babilónia, uma outra civilização que também se
desenvolveu na Mesopotâmia. A Babilónia foi um império cuja
primeira grande dinastia durou cerca de 300 anos, de 1894 até ao
reinado de Hamurabi (1795-1750), altura em que alcançou o auge
da sua influência. Foi durante o reinado de Hamurabi que a
Babilónia tornou-se num centro de uma actividade cultural e de uma
actividade literária intensas que marcaram toda a história posterior
da Mesopotâmia.

O estudo desta lição vai permitir - lhe conhecer uma das mais antigas
leis da História: O código de Hamurabi. Mas também poderá
perceber o contributo de Hamurabi para o desenvolvimento da
Babilónia, as principais actividades económicas e, finalmente, as
causas do declínio do império.

Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:


 Descrever o desenvolvimento da Babilónia no reinado
de Hamurabi;

 Caracterizar o código de Hamurabi;

 Identificar a base da economia do império Babilónico;


Objectivos
 Caracterizar o declínio da Babilónia;

 Identificar as consequências do declínio da Babilónia.

21
Consulte o código de Hamurabi em
http://www.infoescola.com/historia/codigo-de-hamurabi/ e responda:

Actividade 3 1. Quando é que foi elaborado o código de Hamurabi?


2. O código de Hamurabi é também conhecido por lei de talião. Em
que consistia essa lei?
3. O código de Hamurabi impulsionou uma cultura de trabalho.
Explique porquê?

Orientação para o estudo

Nos textos seleccionados para o estudo da lição nº 3, você vai


encontrar um rico texto de LEVEQUE, 1987, p, 79-105. Ao ler este
texto você deve concentrar a sua atenção para a formação do império
babilónio, as principais actividades económicas, a evolução politica
e as causas da decadência. Ao longo do texto é dada especial atenção
ao código de Hamurabi como um conjunto de leis cuja aplicação
impulsionou o desenvolvimento da Babilónia. Portanto, você poderá
também se preocupar em perceber as razões que levaram a
publicação desse código e o seu impacto socioeconómico e político
na Mesopotâmia.

O Código de Hamurabi é contemporâneo do rei Hamurabi, o seu


grande mentor e impulsionador. Por isso na pergunta 1 se você
respondeu 1772, está de parabéns porque a sua resposta está correcta.

Comentário da actividade 3
Na pergunta 2, deve lembrar-se que este código foi criado na tentativa
de tornar as penas mais justas por isso, o princípio de Talião, seria
proporcional à ofensa cometida pelo criminoso. E sendo assim "olho
por olho, dente por dente" era o que dominava esse código.

22
Resumo da lição
A história da Babilónia confunde-se com a obra de Hamurabi
(1795-1750). Utilizando alternadamente ameaças, diplomacia,
promessas e força militar, Hamurabi conseguiu em menos 30
anos, constituir um Estado que dominaria toda a vida da
Mesopotâmia. A administração foi assegurada por conjunto de
funcionários reais e governadores dos estados satélites. A
sociedade foi regulada por um conjunto de decisões imperiais cuja
colectânea ficou conhecida por Código de Hamurabi.

As principais actividades económicas deste império eram


agricultura praticada nos vales dos rios, o comércio a longa
distância e o pagamento de compensações e resgate de
prisioneiros de guerra. Graças a uma actividade comercial intensa,
a Babilónia fundou um dos primeiros bancos da antiguidade. A
decadência da Babilónia esteve ligada a vários factores: lutas
dinásticas, invasões de estados vizinhos, secas prolongadas e
maus anos agrícolas, redução de efectivos militares devido a falta
de mantimentos, entre outros.

Auto-avaliação
1. A Babilónia desenvolveu-se Entre-Os-Rios Tigre e Eufrates,
por volta do II milénio a.C.
Mas depois de 300 anos este império chegou ao fim.
a) Qual era a principal base da economia da Babilónia?
b) Que factores explicam o rápido desenvolvimento da
Babilónia durante o reinado de Hamurabi?
c) O código de Hamurabi é considerado uma das leis mais
completas da antiguidade. Justifique.

23
d) Identifique as principais fases da evolução política do
império babilónico.
e) Quais foram as causas que ditaram a decadência da
Babilónia?

24
Comentários da auto – avaliação
As civilizações antigas que se desenvolveram ao longo dos rios
são designadas por civilizações hidráulicas e tinham a agricultura
como base da economia. Portanto, a Babilónia não foi excepção
(pergunta 1.a).

Para a pergunta 1.b) a economia foi impulsionada pela prática de


juros baixos, introdução de um sistema de irrigação melhorado,
regulamentação de direitos sobre a terra e submissão dos
sacerdotes ao palácio. Estes elementos estavam contidos no
Código de Hamurabi.

Para a reflexão sobre as questões 1.c) e 1.d) releia as páginas 87


a 105 do texto de LEVEQUE, e compare a sua resposta com a dos
seus colegas. Não ficou satisfeito? Leia também:

KERSTEN, Vinícius Mendez. O Código de Hamurabi através de


uma visão humanitária. Disponível em:
http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=4
113 e

Código de Hamurabi. Disponível em


http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/hamurabi.htm

25
Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode-lhe ajudar na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e para a
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá-los.

LEVEQUE, Pierre. As primeiras Civilizações; edições 70, Brasil,


1987.

KRAMER, Samuel Noah. Os Sumérios, Bertrand, Lisboa, 1977;

GIORDANI, Mário Curtis. História da antiguidade oriental. Rio


de Janeiro: Editora vozes, 1969. ARRUDA, José Jobson de
Andrade. História Antiga e Medieval. São Paulo: Ática. 1981.
SENGULANE, H i p ó l i t o . Das Primeiras Economias ao
Nascimento da Economia-Mundo. Maputo, DINAME. 2007

26
Lição n° 4
Egipto

Introdução
O prestígio do Egipto, como sendo o país da ciência hermética,
somente acessível aos iniciados, perdurou através de toda a
Antiguidade e atravessou séculos, favorecido pela complexidade
dos hieróglifos que, desafiaram todas as tentativas de decifrá-los.
Pirâmides, templos, sarcófagos e esfinges faziam do Egipto uma
civilização particular na antiguidade. Hoje em dia a fascinação do
velho Egipto continua a exercer-se, principalmente pela
Antiguidade da sua civilização e pela relativa facilidade com que
podemos seguir, quase sem lacunas, a História multimilenar de um
povo desde as dinastias lendárias até os dias da República Árabe
Unida.

Nesta lição trata-se do Egipto. Você ficará sabendo sobre a


localização geográfica, o desenvolvimento da ciência e da arte
bem como espirito religioso do Egipto Antigo. Estes
conhecimentos permitirão que você perceba por que razão a
História do Egipto antigo interessou a humanidade por longos
séculos.

Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:


 Localizar geograficamente o Egipto Antigo;

 Descrever o processo de formação do estado egípcio;

 Identificar as principais actividades económicas do


Egipto Antigo;
Objectivos
 Descrever a organização social do Egipto Antigo;

 Caracterizar a arte, a cultura e a ciências egípcias.

27
Leia o seguinte Hino e veja, a seguir a actividade a realizar.

Hino ao Nilo Salve, ó Nilo Que sais da terra


Actividade 4 E vens dar de beber ao Egipto!
Misteriosa é a tua saída das trevas. Ao irrigar os prados criados por Ré
Tu fazes viver todo o gado,
Tu, que dás de beber à terra!
Tu crias o trigo, fazes nascer o grão, Garantindo a prosperidade aos
templos. Se páras a tua tarefa e o teu trabalho, Tudo o que existe cai no
desespero.
[…]
Se, ao contrário, te levantas,
A terra inteira grita de regozijo, Os dentes mastigam,
Os ventres alegram-se,
As costas sacodem-se de riso!

1. A partir do hino produza um texto de 10 linhas sobre a importância


do Rio Nilo para o Egipto.

Depois de produzir o seu texto veja se teve em conta os seguintes


aspectos: i) o Egipto localiza- se numa zona desértica, daí a importância
do rio Nilo; ii) o rio Nilo tem regime periódico registando momentos
de alto ou baixo caudal; iii) No Egipto, a agricultura era a principal
Comentário da actividade 4
actividade económica e era praticada nas margens do Nilo.

Orientação para o estudo


O Egipto antigo desenvolveu-se na África do Norte ao longo do
rio Nilo. Foi uma civilização que sempre atraiu a atenção dos
pesquisadores.

Para orientar o seu estudo, foi disponibilizado, na coletânea de


textos que acompanha este guia, um conjunto de textos que

28
constituem a lição nº 4, concretamente GIORDANI, p 54- 118,
PERRY, p 13-26, TAVARES, p 31-168. Nestes textos você deve
concentrar maior atenção para: fontes para o estudo do Egipto
antigo, localização geográfica, desenvolvimento da ciência e da
arte, formação do estado, evolução política, surgimento das classes
sociais e o papel da religião. Pode consultar também

“O Egipto antigo” disponível em:

www.pucrs.br/edipucrs/oegitoantigo.pdf e
www.lpm.com.br/livros/Imagens/egito_antigo.pdf

Ao longo dos textos desta lição, você vai encontrar uma série
de exercícios por exemplo: TAVARES 65 a 68; 87 a 89 e, 125
a127. Estes exercícios foram elaborados para acompanhar a sua
aprendizagem, por isso, não deixe de os resolver.

Resumo da lição
A civilização egípcia desenvolveu-se no Norte de África ao longo
das margens do Rio Nilo, concretamente numa região situada nos
seguintes limites: Norte – Mar Mediterrâneo; Sul- Núbia (actual
Sudão); Oeste-Líbia e, a Este o mar Vermelho. Portanto, numa
zona desértica que corresponde ao deserto de Sahara. O
desenvolvimento do Egipto foi graças a existência do rio Nilo e do
mar Mediterrâneo. Os egípcios cultivavam o trigo, a cevada,
legumes, árvores fruteiras e a vinha. Ao lado da agricultura
domesticavam animais como: boi, asno, porco, cabras, carneiro,
ganso e pato. O cavalo só foi introduzido mais tarde, isto é, na
segunda metade do segundo milénio a partir do contacto com os
hicsos.

29
A sociedade egípcia estava dividida por classes sociais sendo as
mais destacadas as seguintes: Faraó, Altos Funcionários, Nobreza
Feudal, Guerreiros, Sacerdotes, Escribas, Camponeses (felás) e
Escravos. Quanto à política do Egipto antigo, desenvolveu-se em
7 períodos, sendo a época Tinita (3197-2778) a mais antiga e, a
época baixa (1090-332), a mais recente. A passagem de um
período para outro foi sempre marcada por instabilidade política
provocada por lutas dinásticas e de sucessão.

Na ciência, os egípcios desenvolveram: astronomia, matemática,


medicina, filosofia, direito e arquitectura.

Auto-avaliação
1. O Egipto antigo constituiu uma das primeiras sociedades de
classes. A partir do IV milénio a.C, tentando reduzir a forte
dependência em relação à natureza, desenvolveram vastas
áreas: agricultura, ciência, arte e a medicina.
a) Localize no tempo e no espaço a civilização egípcia.
b) Descreva a estrutura social do Egipto antigo.
c) Uma das grandes características do Egipto Antigo é a sua
profunda religiosidade.
Identifique os principais deuses egípcios.
d) Qual foi a influência da religião na arquitetura egípcia?
e) Identifique as principais actividades económicas do
Egipto antigo.

30
Comentários da auto – avaliação
Para responder à pergunta 1.a) releia a página 14 do PERRY,
página 35 de TAVARES e páginas 55 a 59 de GIORDANI. Na
sua resposta não basta responder que localiza-se no África Norte.
Você deve indicar os limites e as condições naturais da região onde
formou-se o estado egípcio.

Ao responder à pergunta 1.b) você vai perceber como a sociedade


egípcia era estratificada e complexa. Para orientar o seu trabalho
releia GIORDANI, páginas 78 a 94. Na pergunta 1.c) se você
respondeu Horus, Isis, Osiris, Falcão; parabéns! Está percebendo
a matéria.

A arquitetura egípcia foi dominada por grandes templos e


pirâmides, ambos com finalidade religiosa, por isso, se você
respondeu assim à pergunta 1.d), está correcto. Os templos
estavam ligados ao cul to aos deuses enquanto a crença na
imortalidade levou os egípcios a construírem grandes pirâmides
como casa dos faraós após a sua morte.

31
Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode ajudar - lhe na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e para a
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá-los.

LEVEQUE, Pierre. As primeiras Civilizações; edições 70,


Brasil, 1987.

KRAMER, Samuel Noah Os Sumérios, Bertrand, Lisboa, 1977;

GIORDANI, Mário Curtis. História da antiguidade oriental. Rio


de Janeiro: Editora vozes, 1969. ARRUDA, José Jobson de
Andrade. História Antiga e Medieval. São Paulo: Ática. 1981.
SENGULANE, Hipólito. Das Primeiras Economias ao
Nascimento da Economia-Mundo. Maputo, DINAME, 2007.

32
Lição n° 5
Fenícia

Introdução
Fenícia foi uma das civilizações que se desenvolveram na
Antiguidade Oriental entre a Mesopotâmia e o Mediterrâneo. A sua
localização geográfica (numa estreita faixa do Mediterrâneo) e as
condições naturais (existência de montanhas e rios) fizeram da
Fenícia uma civilização comercial. A vocação comercial dos
fenícios fez deste pequeno povo um grande elo entre as civilizações
da antiguidade. Pode afirmar-se que antes dos romanos, nenhum
povo contribuiu para que o ocidente europeu participasse na cultura
mediterrânea como os Fenícios.

A nível político, a história da Fenícia é a história das suas cidades-


estado como Sidon, Biblos e Tiro. A fragilidade e a sua localização
geográfica estratégica fizeram com que esta civilização fosse vítima
dos grandes impérios da antiguidade. Por isso não chegou a
constituir um império ou um estado no verdadeiro sentido do termo.

Ao estudar esta lição, você terá a oportunidade de conhecer o papel


desempenhado pelo comércio no desenvolvimento da Fenícia e o
papel da Fenícia no intercâmbio entre o Oriente asiático e o
Ocidente europeu na antiguidade.

Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:


 Descrever a localização geográfica da Fenícia;

 Identificar as actividades económicas desenvolvidas na


Fenícia;

 Descrever o papel do comércio na organização política


Objectivos da Fenícia;

33
 Explicar a importância histórica da Fenícia na
antiguidade.

Vamos testar os conhecimentos que você adquiriu nas classes


anteriores.

1. Das frases que se seguem apenas 2 estão correctas. Identifique-as:


Actividade 5
i) Fenícia foi um dos estados poderosos da antiguidade oriental;

ii) Devido a sua localização geográfica a Fenícia serviu como


ponto de passagem entre o Mediterrâneo e a Europa;

iii) A Fenícia desenvolveu uma actividade agrícola muito intensa;

iv) A Fenícia localiza-se no Norte de África;

v) A Fenícia foi uma civilização comercial porque vivia do


comércio.

Orientação para o estudo

Para este conteúdo consulte os textos da lição nº 5, concretamente


GIORDANI, p 167-187, 220-

254, TAVARES, p 341-396. Ao ler estes textos você vai perceber


que a história da Fenícia divide-se entre Biblos, Sidon e Tiro. Os
termos império, governo, imperador são quase inexistentes na
história desta civilização. Por isso, durante a leitura procure
identificar a principal actividade económica dos fenícios, os
principais entrepostos comerciais, as relações entre a Fenícia e os
grandes impérios que se desenvolveram naquela região e,
finalmente a religião e as Classes sociais.

34
A Fenícia não chegou a formar um estado ou império no verdadeiro
sentido do termo. A sua localização geográfica e as condições naturais
não favoráveis para a agricultura fizeram com que os fenícios se
dedicassem ao comércio. Por isso ao responder à actividade 5, você
Comentário da actividade 3
considerou os pontos ii) e v), está correcto, são as únicas opções certas.

Resumo da lição
Fenícia desenvolveu-se numa pequena faixa limitada a sul pelo
monte Carmelo, a norte pelo mar Mediterrâneo e a oeste pela
cadeia do Líbano. Esta faixa era cortada por pequenos rios que
transbordavam na época chuvosa. A principal actividade dos
fenícios era o comércio, por isso integra-se nas chamadas
civilizações comerciais da antiguidade oriental. Aproveitando a
sua situação geográfica funcionaram como grande entreposto
comercial entre a África, Ásia e Europa, desenvolveram também a
navegação o que facilitou o comércio à longa distância.

A história política da Fenícia é a história das suas cidades-estado.


Situadas geralmente ao longo da costa nos cabos naturais, eram de
pequena importância militar por isso foram sucessivamente
dominados pelos egípcios, sírios, sumérios, etc.

Auto-avaliação
1. As actividades económicas fenícias foram impulsionadas
pelas condições naturais e pela localização geográfica, mas
as realizações culturais fenícias foram notoriamente
impulsionadas pelas necessidades econômicas.
a) Descreva as condições naturais da Fenícia.

35
b) Nomeie os principais entrepostos comerciais fenícios na
costa do Mediterrâneo.
c) Qual foi o papel da Fenícia no intercâmbio cultural da
antiguidade?
d) Nomeie as principais classes sociais da Fenícia.
e) Caracterize a arte fenícia.

Comentários da auto – avaliação


A resposta da pergunta 1.a) é crucial para perceber o
desenvolvimento da civilização fenícia. Por isso, se você
respondeu: Região sem grandes rios, com montanhas e com solo
pobre em fertilidade; parabéns! Você está num bom caminho. Se
não conseguiu responder correctamente deverá ler mais uma vez
o texto.

As perguntas 1.b) e 1.c) estão interligadas. Ao identificar os


principais entrepostos comerciais dos fenícios você vai informar
– s e sobre os principais povos com quem entravam em
contacto, mas isso não é suficiente para responder 1.c). É preciso
destacar também que o facto de Fenícia localizar-se num ponto
estratégico usado frequentemente para encurtar a distância entre
a Ásia e o Mediterrâneo ajudou o florescimento de um
intercâmbio cultural forte.

36
Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode ajudar -lhe na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e para a
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá-los.

LEVEQUE, Pierre. As primeiras Civilizações; edições 70,


Brasil, 1987.

KRAMER, Samuel Noah. Os Sumérios, Bertrand, Lisboa,


1977.

GIORDANI, Mário Curtis. História da antiguidade oriental. Rio


de Janeiro: Editora vozes, 1969. ARRUDA, José Jobson de
Andrade. História Antiga e Medieval. São Paulo: Ática. 1981.
SENGULANE, Hipólito. Das Primeiras Economias ao
Nascimento da Economia-Mundo. Maputo, DINAME, 2007.

Depois de ter lido e aprendido sobre a civilização Fenícia, você


ainda precisa de estudar sobre outras civilizações da
Antiguidade Oriental. Deste modo, na próxima lição terá a
oportunidade de abordar assuntos sobre a civilização Assíria.

37
Lição n° 6
Assíria

Introdução
O império Assírio estava localizado ao norte da Mesopotâmia, a
partir da fronteira norte do actual Iraque. Suas conquistas se
estenderam aos vales dos rios Tigre e Eufrates. O núcleo central da
Assíria era Assur e estava na região norte da Mesopotâmia, mas em
800 a.C. dominava os vizinhos como nunca qualquer Estado havia
feito. Não possuía fronteiras definidas, entretanto, suas dimensões
dependiam da época e variavam de acordo com suas vitórias ou
derrotas. Seus habitantes eram guerreiros ferozes; possuíam armas
de ferro que os tornavam superiores na arte da guerra. Eram
famosos pela crueldade com que tratavam os adversários derrotados
nas batalhas. Os povos subjugados pelos assírios tinham de pagar
altos impostos.

Nesta lição, você terá a oportunidade de consolidar


conhecimentos sobre esta região banhada pelos rios Tigres e
Eufrates e o contributo deles para as civilizações do próximo oriente.
Agora presta atenção nas orientações dadas.

Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:

 Localizar geograficamente o Império Assírio;

 Descrever o papel do exército na formação do império;

 Identificar as principais cidades que constituíam o império


Objectivos Assírio;

 Descrever a organização política e social da Assíria;

 Explicar o impacto das conquistas na economia da Assíria.

38
Lembra-se do mapa 2? Volte a observar o mapa 2 na lição nº2
e responda às questões que se seguem.

1. Quando é que se constituiu o império Assírio?


Actividade 6
2. Quais foram as principais cidades que foram integradas no
império Assírio?
3. Compare o império Assírio aos impérios Sumério e
Babilónio em termos de extensão.

O mapa 2 apresenta, de forma resumida, os principais impérios


que se desenvolveram no Oriente Antigo. Observando a legenda do
mapa, você poderá perceber que dos 3 impérios que se desenvolveram
na Mesopotâmia, a Babilónia foi o último, por isso, na pergunta 1 se
Comentário da actividade 6
você respondeu I milénio, parabéns. Você percebeu a legenda. Para
responder às perguntas 2 e 3 deve ter em conta que cada império foi
marcado por uma cor própria, sendo o verde para o império

Assírio. Ficou mais claro agora?

Orientação para o estudo

Para este conteúdo consulte os textos da lição nº 6, concretamente


GIORDANI, p 121-139, LEVEQUE, p 110-137, TAVARES p 281-
305. Assíria foi um império guerreiro, vivia dos espólios da guerra,
dos impostos dos estados vencidos e da produção interna. Isso
exigia uma organização política e administrativa muito forte. Ao
estudar os textos selecionados para esta lição procure
compreender os seguintes aspectos: A formação do império
Assírio, a economia e as classes sociais, organização política e
administrativa; a ciência e a arte, e a religião.

39
Nos textos desta lição, (TAVARES, pp 300 a 303) apresenta uma
série de actividades. Não deixe de resolver, elas foram elaboradas
mesmo para você acompanhar a sua aprendizagem. Por isso não
deixe de resolver.

Auto-avaliação
1. Localize geograficamente o império Assírio.

2. Qual foi o papel do exército na formação do império?

3. Identifique as principais cidades do império Assírio.

4. Nomeie as principais fases da história política da Assíria.

5. Descreva as principais classes que compunham a estrutura

social da Assíria.

Comentários da auto-avalição
Ao responder a pergunta 1, você deve recordar-se que as
fronteiras do império Assírio eram instáveis dependiam das
vitórias ou derrotas com os estados vizinhos. O mais correcto seria
indicar que estendia-se da Mesopotâmia atá ao Mediterrâneo e
todas as cidades situadas nessa extensão estavam sob o domínio
Assírio. Por isso, na pergunta 3, se você respondeu Ugarit,
Akad, Sidon, Biblos, Tiro, parabéns, está percebendo a matéria.
Para as perguntas 4 e 5 volte a reler os subtópicos com esses
conteúdos mas deve ter em conta as classes sociais assírias foram
variando de acordo com desenvolvimento político do império.

40
Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode-lhe ajudar na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e para a
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá-los.

LEVEQUE, Pierre. As primeiras Civilizações; edições 70, Brasil,


1987.

KRAMER, Samuel Noah. Os Sumérios, Bertrand, Lisboa, 1977;

GIORDANI, Mário Curtis. História da antiguidade oriental. Rio


de Janeiro: Editora vozes, 1969. ARRUDA, José Jobson de
Andrade. História Antiga e Medieval. São Paulo: Ática. 1981.
SENGULANE, Hipólito. Das Primeiras Economias ao
Nascimento da Economia-Mundo. Maputo, DINAME, 2007.

TAVARES, António Augusto. Civilizações Pré-clássicas, Lisboa,


1995.

Na próxima lição oferecemos-lhe a possibilidade de aprender


algo mais sobre a Pérsia, uma civilização que também se
desenvolveu na região de crescente fértil.

41
Lição n° 7
Pérsia

Introdução
A civilização Persa foi uma das mais expressivas civilizações da
Antiguidade. A Pérsia situava- se a leste da Mesopotâmia, num
extenso planalto que hoje corresponde ao Irã, localizado entre o
golfo Pérsico e o mar Cáspio. Esta civilização estabeleceu-se no
território por volta de 550 a.C. através de Ciro, que era um príncipe
persa. Ele conquistou o reino da Lídia, a Fenícia, a Síria, a Palestina,
as regiões gregas da Ásia Menor e a Babilônia formando assim um
grande império.

Já deve ter notado que percorrer a história da Antiguidade Oriental


é muito interessante, pois permite conhecer a origem e, por vezes, a
explicar os fenómenos que até hoje caracterizam cada região.

Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:

 Localizar geograficamente o império persa;

 Descrever a estrutura administrativa do império persa;

 Nomear os principais reis persas;


Objectivos  Identificar as principais actividades económicas
desenvolvidas pelos persas;

 Descrever a religião e os cultos religiosos praticados;

 Explicar o caracter expansionista dos persas.

42
Observe o mapa:

Mapa 3: Extensão do Império Persa


Actividade 7

1. O mapa em destaque refere-se ao império Persa.


a) No mapa estão indicadas algumas civilizações ou
estados por si estudados ao longo desta disciplina.
Identifique - os.
b) Identifique as cidades ligadas pela estrada real.
c) Nomeie os mares que banhavam o império persa.

Para responder às perguntas desta actividade, basta você observar


atentamente o mapa. Por isso na pergunta 1.a) se você respondeu
Egipto, Babilónia, Assíria, Fenícia e Mesopotâmia, bravo! Você
olhou atentamente para o mapa. Para as perguntas 1.b) e 1.c)
Comentário da actividade 1
observe atentamente o mapa, formule a sua resposta e compare a
sua resposta com a dos seus colegas. Se não ficar satisfeito com
as suas respostas, observe o mapa em grupo e tente, juntamente
com os colegas, responder novamente.

43
Orientação para o estudo
Para este conteúdo consulte os textos da lição nº 6, concretamente
(GIORDANI, p 274-289), sem se esquecer de que este autor não
esgota todos os conteúdos referentes à Pérsia, daí que irá precisar
de ler outras obras apresentadas nas leituras complementares.
Pode consultar também

“Civilização antiga da Pérsia” disponível em:


www.infoescola.com/civilizacoes-antigas/persia/

Nestes textos, o mais importante é concentrar-se nos seguintes


subtópicos: História política, Estrutura político-social, finanças e
economia, direito, artes e religião. A História do império Persa
concentra-se nestes aspectos, por isso, você não deve perder de vista.

Resumo da lição
O império persa desenvolveu-se no planalto de Irã. Graças a um
exército forte e disciplinado, eles conquistaram outros povos que
viviam nas proximidades do planalto. A extensão do império
compreendia a Ásia Menor, a Mesopotâmia e uma parte da Ásia
Central, impondo a todos a mesma administração. Mas a nível
religioso optaram por uma política de tolerância religiosa e cultural,
que se transformou no selo distintivo da Pérsia. Foi devido a
tolerância religiosa que nasce um islamismo transformador: o
zoroatismo (seculos IV – I a.C). O comércio, uma das principais
actividades económicas da pérsia era praticado por estrangeiros
nomeadamente, Fenícios, babilónios e judeus. Para dinamizar e
controlar esta actividade o rei mandou cunhar moedas de ouro
chamadas daricos.

Tal como os outros estados, a decadência da Pérsia deveu-se aos


seguintes factores: lutas dinásticas pelo poder, guerras prolongadas

44
com os povos vizinhos, sucessivas derrotas do seu exército e lutas
entre vários estados do império. Foi assim no século V a.C. com o
assassinato de Dário III, um dos últimos sucessores do império,
Alexandre Magno dominou toda a Pérsia e anexou-a ao império
greco-macedônico.

Auto-avaliação
1. Os persas fundaram na Ásia um vasto império graças a um
exército tão poderoso que era conhecido pelos gregos como
"Imortais". Também eram conhecidos por usarem elefantes
em batalha.
a) Localize a Pérsia no tempo e no espaço.
b) Nomeie os reis que governaram a Pérsia.
c) Descreve as técnicas usadas para administrar o império.
d) Identifique as principais actividades económicas
praticadas pelos persas.
e) Explique o funcionamento do sistema de justiça persa.
f) A Pérsia tinha ambições expansionistas. Com exemplos
concretos demonstre como se manifestavam essas
ambições.

Comentários da auto-avalição
Para responder à pergunta 1.a) volte a ler o primeiro parágrafo
da introdução. A história da

Pérsia começa com as conquistas e estas diferiram de um rei para


o outro, por isso na pergunta

1.b) a resposta correcta é Ciro, Dário e Xerxes I. Para a pergunta


1.c) Você deve ter em conta que para administrar um vasto império

45
como é o caso da Pérsia era necessário ter uma boa divisão
administrativa e vias de comunicação. Na pergunta 1.c) pode
procurar as evidências da sua resposta no último parágrafo da
introdução.

Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode ajudar-lhe na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e na
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá - los.

CARDOSO, C.F. Antiguidade Oriental. Política e religião. São


Paulo, Contexto, 1997

KRAMER, Samuel Noah. Os Sumérios, Bertrand, Lisboa, 1977.

GIORDANI, Mário Curtis. História da antiguidade oriental. Rio


de Janeiro: Editora vozes, 1969. ARRUDA, José Jobson de
Andrade. História Antiga e Medieval. São Paulo: Ática. 1981.

A Antiguidade Oriental é muito vasta e por questões didácticas


subdivide-se em: Oriente Antigo ou Próximo Oriente e Extremo
Oriente ou Oriente Distante. O Extremo Oriente é constituído
essencialmente por duas grandes civilizações: Índia e China.

Na próxima lição, você vai ter a possibilidade de estudar uma das


civilizações Mais antigas do planeta a Índia.

46
Lição n° 8
Índia

Introdução
A Índia é uma das civilizações mais antigas do planeta. Assim como
as demais civilizações antigas, ela também desenvolveu-se ao longo
dos rios, neste caso, ao longo dos rios Indo e Ganges. Esta
civilização começou por volta de 3 mil anos a.C. e a sua economia
era baseada na agricultura, os rios ajudavam no seu
desenvolvimento. O povo indiano fundou cidades de Harappa e
Mohenjo-daro, com desenvolvimento dos sistemas de irrigação e
coleta de esgotos. Mas, o relacionamento com as demais
civilizações ocorreu através do comércio.

A civilização indiana preserva, até hoje, muitos dos traços da sua


antiguidade. Estudando esta lição você ficará a saber como é que a
Índia dos nossos dias permanece ainda ligada ao seu longínquo
passado.

Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:

 Localizar geograficamente a Índia;

 Caracterizar a estrutura social da índia antiga;

 Identificar as diferentes religiões professadas na Índia


Objectivos antiga;

 Descrever as principais actividades económicas da Índia


antiga.

47
Orientação para o estudo
A história da Índia antiga é a história de uma civilização que s e
desenvolveu nas margens dos rios Indo e do Ganges. A sua estrutura
social e política, a religião, a escrita, e as suas actividades
económicas fazem da Índia uma civilização particular. é sobre estes
aspectos com os quais você deve se preocupar ao estudar a lição.

Nos textos seleccionados para esta lição, a civilização indiana está


bem desenvolvida em GIORDANI, p. 289-322, mas como
estudante, universitário você sabe que não deve ficar agarrado a uma
só obra, deve explorar tantos outros textos e as obras apresentadas
nas leituras complementares.

Leia os textos sugeridos e faça um resumo dos aspectos importantes


no seu caderno ou bloco de notas que reservou para o estudo desta
disciplina. Para poder identificar quais os aspectos importantes e
veja os objectivos de aprendizagem propostos nesta lição.

Depois de ter elaborado e revisto o seu resumo, realize a auto-


avaliação proposta.

Resumo da lição
A civilização indiana antiga desenvolveu-se nas margens do Indo e
do Ganges. Os primeiros habitantes da Índia a deixarem vestígios
materiais foram os drávidas. Eram agricultores e criadores de gado
que desde o III milénio a.C desenvolveram uma brilhante civilização
no vale do Indo, cujos principais centros eram as cidades de Harappa
e Mohendjo-Daro. Desenvolveram a ciência e a arte: na matemática

48
sabiam extrair a raiz quadrada, cúbica e tinham conhecimentos de
geometria; na medicina alcançaram grande avanço nas técnicas
utilizadas na cirurgia e no fabrico de produtos farmacêuticos; na
arquitetura produziram templos feitos em forma de torre e decorados
com estátuas de deuses, de pessoas ou de animais onde figurava a
abundante vegetação da Índia.

A socidade ariana estava estruturada em cinco camadas sociais


designadas castas. Define-se casta como grupo social hereditário, no
qual a condição do individuo passa de pai para filho. As principais
castas da Índia eram: os brâmanes os kshátriyas/Xatria, os
vaiyas/vaixiás os sudras e os párias.

A história política foi marcada pelas lutas entre estados onde se


destacou o de Magadha, que foi conquistando os territórios
circundantes até se tornar um grande império. Este imperio
designou-se Maurya e estendeu-se a quase toda a Índia com
excepção da parte meridional.

Auto-avaliação
1. Localize a civilização indiana no tempo e no espaço.
2. Pode-se afirmar que o sistema de castas na Índia condenava
as pessoas logo à nascença.
a) Comente a afirmação.
b) A estrutura social da Índia encarnava o sistema de castas.
Em que consistia este sistema?
c) Por que razão os párias ou sem casta eram também
designados “intocáveis”?
3. Escreva a história política da Índia.
4. Identifique as principais religiões da Índia.

49
Comentários da auto-avalição
Para responder à pergunta 1 volte a ler a introdução a esta lição.
As perguntas 2.a) e 2.b) incidem sobre o sistema de castas; por isso
tenha em atenção que casta é um grupo social hereditário, no qual
a condição do individuo passa de pai para filho. É também um
grupo endógeno, isto é, cada integrante só pode casar-se com
pessoas da mesma casta e exercer profissões da casta. Para
responder à pergunta 3 leia o ponto 3 de GIORDANI p 298.

A Índia é também famosa pela sua profunda religiosidade.


Portanto, na pergunta 4, se você respondeu: Bramanismo,
Hinduísmo e Budismo, parabéns, a sua resposta está certa.

Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode ajudar - lhe na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e para a
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá-los.

CARDOSO, C.F. Antiguidade Oriental. Política e religião. São


Paulo, Contexto, 1997

Samuel Noah Kramer, Os Sumérios, Bertrand, Lisboa, 1977;

GIORDANI, Mário Curtis. História da antiguidade oriental. Rio


de Janeiro: Editora vozes, 1969. ARRUDA, José Jobson de
Andrade. História Antiga e Medieval. São Paulo: Ática. 1981.

Na próxima lição vamos abordar a China, outra civilização que se


destacou no Extremo Oriente.

50
Lição n° 9
China

Introdução
Depois de ter estudado a Índia e os aspectos importantes da
civilização indiana, agora chegou a vez de estudar sobre a China
que também é vasta em termos de extensão e o seu legado marcou
a civilização oriental. Quando se fala de China vem em mente a
invenção remota da imprensa, da pólvora, da bússola e da seda.

A China é também conhecida por ter estabelecido uma ordem social


baseada nas teorias de Confúcio, um sábio que viveu entre os anos
551 e 479 a. C. O confucionismo foi uma escola de pensamento
sustentada pela benevolência e a cortesia entre as pessoas; ajudou a
formação dos valores de sacrifícios individuais pelos interesses
colectivos. Mas ele não conseguiu evitar que a China antiga tivesse
uma sociedade estratificada porque as classes sociais existiam
na China desde o período neolítico1.

Ao estudar esta lição, você ficará a saber sobre o papel que a


civilização chinesa desempenhou no mundo antigo, bem como, as
influências do seu legado para o desenvolvimento tecnológico na
actualidade. O mais importante ainda é que você ficará a saber
também sobre a localização geográfica da China Antiga, a história
politica, as fontes históricas e o impacto do confucionismo.

1
Se não se lembra a que corresponde o período neolítico consulte:
http://www.infoescola.com/pre-historia/periodo-neolitico/

51
Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:

 Localizar geograficamente a China Antiga;

 Identificar as fontes para o estudo da História da China


Antiga;

Objectivos  Descrever a evolução política Chinesa;

 Explicar o impacto do confucionismo para a sociedade


chinesa;

 Descrever o legado deixado pela China para a


humanidade.

Orientação para o estudo

A China possui uma tremenda massa de literatura histórica, sem


igual em extensão e intensidade. Mesmo as mais antigas cortes,
tinham seus escribas oficiais que faziam trabalho de historiador da
corte, trabalho que foi mantido até aos nossos tempos. Graças à
sinologia, ciência de fundação relativamente recente, a China possui
uma considerável literatura, cujo valor vai sendo, aos poucos
decifrado, aumentando assim as possibilidades do conhecimento da
história desta civilização.

Para orientar o seu estudo nesta lição concentre-se nos seguintes


aspectos: fontes para a história da China, o país e os habitantes, as
actividades económicas, a sociedade chinesa, a ciência e arte, e, a
história política. Estes conteúdos você poderá encontrar nos textos
seleccionados para esta lição concretamente (GIORDANI, p 326-
357). Não deixe de consultar os outros textos e as leituras
complementares.

Na leitura que fizer destes textos, aponte no seu caderno os


pontos principais de acordo com aquilo que se espera que aprenda

52
nesta lição. Escreva no seu caderno uma descrição sobre a
localização geográfica da China antiga. Explique o impacto do
confucionismo para a sociedade chinesa e indique qual foi o legado
deixado pela China para a humanidade. Organize esses assuntos
distinguindo-os com subtítulos adequados.

A seguir, responda às questões de auto-avaliação e depois verifique


se estudou correctamente, confrontando as suas respostas com os
comentários fornecidos.

Resumo da lição
Os primeiros habitantes da China estabeleceram-se na região que se
estende pelo vale do Hoang-Ho (rio Amarelo) ao vale do Yang-Tse-
kiang (rio Azul). Estes rios desempenharam na vida dos antigos
chineses um papel importante como que o Nilo, o Tigre e o Eufrates
tiveram em relação às populações que junto deles viveram. Por isso,
os chineses desenvolveram a agricultura, a pastorícia, a pesca, o
artesanato e mais tarde o comércio.

Na China, a Ciência também se desenvolveu a partir das


necessidades da vida diária. Estabeleceram um dos calendários
solares mais antigos do mundo, embora na prática utilizassem um
calendário lunar. Inventaram o compasso, o sismógrafo para
determinar os tremores de terra e a bússola. A medicina chinesa
ainda hoje é conhecida pela sua antiguidade. A arte chinesa era
constituída pela pintura, escultura e arquitetura.

A sociedade chinesa era constituida por classes sociais, sendo as


mais importantes as seguintes: o imperador, os ministros e outros

53
funcionários letrados (Mandarins), os trabalhadores especiais
(militares, os comerciantes, o clero); No último posto da pirâmide
estavam os camponeses artesãos e, finalmente, os escravos.

A história política da China divide-se em quatro dinastias mais


importantes, sendo a dos Chang (1600 a 1122 a.n.e) a mais antiga e
a dos Han (206 a.n.e a 220 n.e) a mais recente.

Auto-avaliação
1. A China tal como o Egipto e a Mesopotâmia foi uma
civilização hidráulica.
a) Localize geograficamente a civilização Chinesa;
b) Quais são as actividades económicas que foram
desenvolvidas na China Antiga?
c) Qual foi o contributo de Confúcio para a sociedade
chinesa?
d) Como estava organizada a sociedade Chinesa?

2. A história política da China é constituída por dinastias que


também estão muito relacionadas com as invenções
técnicas.
a) Identifique as principais dinastias na China antiga.
b) Quais foram as principais invenções técnicas da China
antiga?

Comentários da auto-avalição
Os primeiros habitantes da China a estabeleceram-se na região
que se estende pelo vale do Hoang- Ho (rio Amarelo) ao vale do
Yang-Tse-kiang (rio Azul) na Ásia. Eles fundaram nessa região a

54
civilização chinesa que vivia basicamente da agricultura, a
pastorícia, a pesca, o artesanato e mais tarde o comércio.
Portanto, aqui você tem as respostas 1.a) e 1.b).

Ao responder a pergunta 2.a) deve ter em conta que a evolução


política da China antiga desenvolveu-se em 4 dinastias. Na
pergunta 2.b), se você respondeu que inventaram o compasso, o
sismógrafo para determinar os tremores de terra e a bússola,
parabéns, você está entendendo a matéria.

Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode ajudar-lhe na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e para a
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá-los.

CARDOSO, C.F. Antiguidade Oriental. Política e religião. São


Paulo, Contexto, 1997

SENGULANE, Hipólito. Das Primeiras Economias ao


Nascimento da Economia-Mundo. Maputo, DINAME. 2007

GIORDANI, Mário Curtis. História da antiguidade oriental. Rio


de Janeiro: Editora vozes, 1969.

ARRUDA, José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval.


São Paulo: Ática. 1981.

55
Resumo da unidade
Terminou assim o estudo sobre as civilizações que compõem a
antiguidade oriental. Como forma de rever tudo o que aprendeu nas
lições desta unidade, reveja todas as questões apresentadas nas
actividades e auto-avaliações de cada uma das lições desta
unidade. Reveja também os comentários para essas auto-avaliações
e actividades.

Escreva um resumo num documento word e submeta ao seu tutor


(a) para verificação e/ou avaliação.

Auto-avaliação da Unidade

Estado Localização no Estrutura social Actividades Causas da


tempo e espaço económicas decadência

Suméria
Babilónia
Egipto
Fenícia
Assíria
Pérsia Planalto do Irã/ Rei; Alta Agricultura Lutas dinásticas;
550 ate finais Nobreza; e comércio secas prolongadas;
do seculo V Funcionários da invasões pelos povos
a.C. administração; vizinhos e a
camponeses e dissidência dos
Escravos mercenários.
India
China

56
Comentário para a Auto – avaliação da unidade
A tabela apresentada contém aspectos estudados ao longo da
unidade, por isso, preenchendo a tabela poderá ajudar a perceber
até que ponto você está compreendendo a matéria. Para preencher
a tabela basta você seguir o exemplo da Pérsia. Para tal, leia os
textos das lições sobre o estado do Oriente Antigo e extrai a
resposta.

Referências bibliográficas da Unidade


CARDOSO, C.F. Antiguidade Oriental. Política e religião. São
Paulo, Contexto, 1997

SENGULANE, Hipólito. Das Primeiras Economias ao Nascimento


da Economia-Mundo. Maputo, DINAME. 2007

GIORDANI, Mário Curtis. História da antiguidade oriental. Rio de


Janeiro: Editora vozes, 1969.

ARRUDA, José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval.


São Paulo: Ática. 1981.

LEVEQUE, Pierre. As primeiras Civilizações; edições 70, Brasil,


1987.

TAVARES, António Augusto. Civilizações Pré – clássicas, Lisboa,


1995;

KRAMER, Samuel Noah. Os Sumérios, Bertrand, Lisboa, 1977;

57
A próxima unidade de aprendizagem será dedicada ao estudo
de uma das civilizações que compunham a antiguidade clássica:
a civilização grega.

A civilização Grega desenvolveu-se há mais de quatro mil anos, era


composta por povos antigos gregos – também chamados de helenos
– que viviam em grupos de comunidades, estendidas por toda a
margem do Mar Mediterrâneo.

O povo grego antigo foi responsável por criar uma civilização


elaborada, capaz de influenciar, até hoje as sociedades ocidentais
em termos de política, desporto, arte, filosofia e mitologia. Vai
poder aprender a seguir como essa civilização se desenvolveu,
começando por estudar as origens da Grécia e terminando com o
estudo do legado que a civilização grega deixou para o mundo

58
Conteúdos

Lição n° 10
Origens da Grécia: o período pré-homérico, arcaico e
62
A Grécia
clássico ................................................................................................. 62
Orientação para o estudo............................................................... 63

UNIDADE
Lição n° 11 67

2
As Cidades – Estado e as classes sociais ................................ 67
Orientação para o estudo............................................................... 69

Lição n° 12 73
O Impulso do Movimento Democrático na Grécia.................. 73
Orientação para o estudo............................................................... 74

Lição n° 13 78
A Guerra do Peloponeso ................................................................. 78
Orientação para o estudo............................................................... 79
Lição n° 14 83

O legado da Civilização grega para o Mundo ........................... 83


Orientação para o estudo............................................................... 84
Referências bibliográficas da Unidade 88

Pág. 60 - 88

59
Unidade 2: A Grécia

Introdução
A Grécia antiga ocupava, no Mediterrâneo, um território pouco
extenso, mas muito variado sob o ponto de vista geográfico que
compreendia o Sul da Península Balcânica, as ilhas do mar Egeu e
do mar Jónio e as costas ocidentais da Asia Menor. O clima é
do tipo mediterrânico: muito quente e seco no verão; frio húmido
no inverno. A água não era abundante, e o solo fornecia magras
colheitas de trigo e de cevada. O subsolo era rico em minerais e
materiais de construção: cobre, prata, ouro granito mármore.

Foi dentro destas condições naturais que se desenvolveu uma das


maiores civilizações da antiguidade clássica: a civilização grega.
Nesta região desenterraram-se cidades inteiras com suas ruas, as
suas praças, seus vestíbulos, os seus teatros, as suas escolas, templos
e as suas habitações. Os estabelecimentos de ensino continham ainda
listas dos alunos, os seus nomes, as suas características anotadas
pelos mestres.

Esta unidade aborda civilização Grega. Estudando os conteúdos


desta unidade você poderá apreender como os gregos saíram do
mito à razão, como surgiram as poderosas cidades-estados, como os
gregos inauguraram a democracia e os jogos olímpicos.

Objectivos da unidade
Ao fim desta unidade, você deverá ser capaz de:
 Localizar a Grécia no Tempo e Espaço;
 Identificar as fontes da história da Grecia;
 Descrever a Cidade-Estado Grega;

60
 Caracterizar a movimento democrático na Grécia;
 Descrever as causas das Guerras na Grécia.

61
Lição n° 10
Origens da Grécia: o período pré-homérico, arcaico e clássico

Introdução
Há mais de quatro mil anos, uma região excessivamente
acidentada da Península Balcânica passou a abrigar vários povos
de descendência indo-europeia. A história da Grécia é constituída
por sucessões de vagas migratórias que invadiam e se fixavam
naquele território. Portanto, durante o período de formação da
civilização grega observamos a chegada de diferentes povos à região
da Península Balcânica, do Mar Egeu e no litoral da Ásia Menor.
Com as sucessivas vagas migratórias houve mistura de várias
culturas originando a cultura grega que o mundo conhece hoje.

Esta lição aborda a origem da civilização grega. Estudando esta


lição, você ficará a saber sobre os diferentes povos que ocuparam a
Grécia, a sua origem e as suas realizações.

Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:

 Descrever as origens da civilização grega;


 Identificar os diferentes povos que ocuparam a Grécia;
 Periodizar a civilização Grega.
Objectivos

Vamos ver se você ainda se recorda de algumas informações que teve


nas classes anteriores sobre a Grécia.

62
Actividade 8 1. Marque com x a afirmação correcta.
a. Não se sabe ao certo quem foram os povos mais antigos da
Grécia ( );
b) b. A Grécia é o berço da democracia ( );
c) c. Platão é o filósofo grego que também é conhecido como
pai da História ( ).
d) d. A falta de terras, as guerras frequentes levaram aos gregos
a emigrarem e fundarem várias colónias no
ghhgbvxczMediterrâneo ( );
e) e. A Grécia foi um Estado altamente militarizado ( );
f) Foi na Grécia onde se realizaram os primeiros jogos
olímpicos ( ).

Esta actividade vai mesmo testar os seus conhecimentos sobre a Grécia.


Por isso se você marcou 1.b, 1.d e 1.f, então a sua memória está fresca
pois, esta é a resposta certa. Se você não acertou, pode enriquecer os seus
conhecimentos consultando: “ A Grécia Pré-homérico” disponível em
Comentário da actividade 8
http://www.infoescola.com/historia/periodo-pre-homerico/

Orientação para o estudo


Para estudar este conteúdo consulte os textos da lição nº 1 desta
unidade, concretamente SENGULANE, p 111-118; PERRY, p 42-
48. Poderá consultar também sobre a “Grécia Pré- Homérico”
disponível em http://www.infoescola.com/historia/periodo-pre-
homerico/

Durante as suas leituras poderá notar que a periodização da História


da Grécia não foge muito do mito das 5 idades. Mas, o mais
importante é perceber que ela está ligada às vagas das invasões dos
outros povos e a gerações dos principais filósofos. Portanto,
concentre-se nas 5 idades que compõem o mito grego; nas invasões

63
migratórias que, no geral, foram 3 (três); na filosofia grega que
também influenciou o pensamento da antiguidade clássica.

Resumo da lição
A Grécia antiga ocupava no Mediterrâneo um território pouco
extenso, mas muito variado sob o ponto de vista geográfico que
compreendia o Sul da Península Balcânica, as ilhas do mar Egeu
e do mar Jónio e as costas ocidentais da Ásia Menor. O
povoamento da Grécia conheceu sucessivamente as seguintes
vagas migratorias: aqueus (III milénio), Eólios, jónios e os dórios
(II milenio).

O relevo isola as populações, uma vez que dificulta as


deslocações e os contactos entre as regiões. O litoral é muito
recortado, oferecendo aos barcos numerosos abrigos, e as ilhas no
mar Egeu eram pontos de escala favoráveis para longos percursos.
Com efeito, o mar foi para a Grécia Antiga uma óptima via de
comunicação e os gregos tornaram-se marinheiros
experimentados.

Auto-avaliação
1. O Período Pré-Homérico representa o período no qual
ocorreram as invasões dos povos indo-europeus na região
da Grécia. Cada grupo invasor foi operando transformações
sobretudo construindo cidades e constituindo centros
políticos.

a) Descreva o mito grego das 5 idades.

64
b) Nomeie os principais povos que invadiram a Grécia
indicando as principais cidades por eles edificadas.
c) Explique o impacto das condições naturais para o
desenvolvimento político e económico na Grécia.
d) Nomeie os principais filósofos gregos do período
clássico.

Comentários da auto – avaliação


Como temos vindo a referir ao longo desta lição, a Grécia conheceu
sucessivas invasões, mas as mais significativas foram 3, por isso
na pergunta 1.b) se você identificou os aqueus, os Jónios ou eólicos
e os dórios, está de parabéns pelo facto de ter compreendido o que
era necessário. Para a pergunta 1.c) deve ter em conta que a Grécia
era banhada por mares o que fez da pesca uma das actividades
principais, mas também não era possível viver só dos produtos do
mar por isso era preciso trocar por cereais que eram escassos. Foi
desta forma que nasceu uma outra actividade que ocupou o povo
– o comércio. Para ter a sua resposta completa, você deve procurar
identificar os principais entrepostos comerciais gregos no
Mediterrâneo.

65
Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode ajudar -lhe na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e para a
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá-los.

BROWN, P . O fim do mundo clássico de Marco Aurélio a


Maomé. Lisboa, E d i t o r i a l

Verbo,1972.

DETIENNE, M. e SISSA, G. Os deuses gregos. São Paulo,


Companhia das Letras, 1989. SENGULANE, H i p ó l i t o . Das
P r i m e i r a s E c o n o m i a s a o N a s c i m e n t o d a Economia-
Mundo.

Maputo, DINAME. 2007

ARRUDA, José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval.


São Paulo: Ática. 1981. ANDERSON, P. Passagens da
Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo, Brasiliense, 1987.

ANGOLD, Michael. Bizâncio. A ponte da Antiguidade para a


Idade Média. RJ, Imago, 2002

66
Lição n° 11
As Cidades – Estado e as classes sociais

Introdução
No Período Pré-Homérico (XX – XII a.C.), temos o processo de
ocupação da Grécia e a formação dos primeiros grandes centros
urbanos da região. Logo em seguida, ao período Homérico (XI –
VIII a.C.), as comunidades gentílicas transformam-se nos mais
importantes núcleos sociais e económicos de toda a Grécia. Em cada
genos, uma família desenvolvia atividades agrícolas de maneira
colectiva e dividiam, igualmente, as riquezas oriundas de sua força
de trabalho.

Com o passar do tempo, as limitações das técnicas agrícolas e o


incremento populacional ocasionou a dissolução dos genos. Entre os
séculos VIII e VI a.C., na fase Arcaica da Grécia Antiga, os genos
perderam espaço para uma pequena elite de proprietários de terra.
Tendo poder sobre os terrenos mais férteis, as elites de cada região
se organizaram em conglomerados demográficos e políticos cada
vez maiores. É aqui que temos o nascimento das primeiras cidades-
Estado e das classes sociais na Grécia Antiga.

Nesta lição, você tem a oportunidade de saber mais sobre as


cidades-estado gregas, as classes e sua evolução na antiguidade
clássica.

67
Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:

 Descrever o processo de formação das cidades-estado


gregas;
 Identificar as principais cidades-estado gregas;
 Identificar as classes sociais existentes na Grécia antiga;
Objectivos
 Explicar o impacto das condições naturais na formação das
cidades-estado.

Mapa 3. Grécia Antiga

1. No Mapa estão indicadas as cidades gregas.


a. Extraia do mapa as cidades da Grécia Antiga.
Actividade 9
b. A Grécia apresenta uma costa muito acidentada. Explique
porquê.

68
No mapa podem se identificar as seguintes cidades: Tebas, Atenas,
Delfos, Corinto, Esparta, Olimpia e outras. Estas constituem a
resposta da 1.a). Para responder a pergunta 1.b) você deve preocupar-
se em perceber primeiro o que são acidentes de uma costa e a partir
Comentário da actividade 9
desses conhecimentos explicar a afirmação apresentada.

Orientação para o estudo


Para este conteúdo consulte os textos da colectânea anexo a este
guia, referente a esta Unidade, concretamente, (SENGULANE, p
118-126); (PERRY, p 48-51). A Grécia, tal como a Mesopotâmia,
não constituía uma única unidade politica. Era formada por unidades
politicas independentes umas das outras. O processo de formação
destas unidades processou-se de maneira diferente às outras
civilizações. A estrutura social também diferia de uma cidade para
outra.

Estas particularidades devem concentrar a sua atenção ao estudar


esta lição. Na sua aprendizagem deve também preocupar-se na
influência exercida pelas condições naturais para

formação das unidades políticas bem como a existência de classes


sociais diferenciadas de uma cidade-estado para outra.

69
Resumo da lição
A história política da Grécia Antiga é a história da Cidade-Estado
ou polis grega. A polis grega era o conjunto de várias tribos e seus
vilarejos com uma independência política, administrativa e
económica: eram minúsculos países. Com o desenvolvimento das
forças produtivas foram se constituindo em cada cidade grupos de
famílias aristocráticas que detinham o poder de fazer as leis,
distribuir terras e outros benifícios como: cobrar impostos, julgar
os detidos, etc. Em cada cidade formou-se um governo que se
estendia à população do território vizinho. Assim, contrariamente
ao que sucedia no Oriente Antigo, onde várias regiões estavam
sujeitas a um estado unificado (exceptuando a Mesopotâmia), na
Grecia houve muitas Cidades-Estado independentes umas das
outras. As mais importantes foram Atenas e Esparta.

Auto-avaliação
1. A Grécia foi uma das grandes civilizações da antiguidade
clássica que se particularizou pelas cidades-estado e sua
estrutura social.
a) Explique a influência das condições naturais para o
surgimento e desenvolvimento das cidades-estado.
b) Identifique as principais cidades-estado da Grécia
antiga.
c) Descreva a constituição de uma cidade-estado.
d) Identifique as principais classes sociais da cidade-
estado de Esparta.
e) Compare a Educação na Esparta à mesma em Atenas.

70
Comentários da auto – avaliação
Para responder à pergunta 1.a) deve indicar a economia baseada
no comércio, o relevo montanhoso típico da região, as
dificuldades de comunicação por terra e o isolamento das
unidades territoriais. Para a pergunta 1.b) existiam duas
cidades-estado mais influentes neste caso, Atenas e Esparta por
isso, se você identificou essas cidades, a sua resposta está certa.

Ao responder às perguntas 1.d) e 1.e) deve ter em conta que a


estrutura social e o sistema de educação deferiam de uma
cidade para outra, sobretudo nas duas principais cidades-
estado.

Portanto ao diferenciar o sistema de educação entre Atenas e


Esparta deve também descrever a estrutura social de Esparta que
reflectia também os direitos a determinados tipos de educação.

Você tem dúvidas nas suas respostas? Então compare as suas


respostas com as dos seus colegas. Se a dúvida persistir releia os
textos desta lição ou consulte “As cidades estado gregas”
disponível em:

http://brasilescola.uol.com.br/historiag/grecia-antiga.htm

http://www.suapesquisa.com/grecia/polis_grega.htm

71
Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode ajudar - lhe na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e para a
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá-los.

BROWN, P. O fim do mundo clássico de Marco Aurélio a


Maomé. Lisboa, Editorial

Verbo,1972.

DETIENNE, M. e SISSA, G. Os deuses gregos. São Paulo,


Companhia das Letras, 1989. SENGULANE, Hipólito. Das
Primeiras Economias ao Nascimento da Economia-Mundo.
Maputo, DINAME. 2007

ARRUDA, José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval.


São Paulo: Ática. 1981. ANDERSON, P. Passagens da
Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo, Brasiliense, 1987.
ANGOLD, Michael. Bizâncio. A ponte da Antiguidade para a
Idade Média. RJ, Imago, 2002.

A próxima lição é dedicada ao estudo do impulso da democracia


na Grécia, concretamente na cidade- estado de Atenas.

72
Lição n° 12
O Impulso do Movimento Democrático na Grécia

Introdução
A história da democracia na Grécia pode ser compreendida à luz de
uma série de transformações sofridas pela sociedade nos séculos VII
e VI a.n.e., quando depois de vários conflitos, a classe baixa foi
obtendo a satisfação de algumas das suas reivindicações. As leis
foram escritas e afixadas na praça pública, o que limitou as sentenças
arbitrárias dos juízes, geralmente defensores da aristocracia. Esse
movimento Democrático foi impulsionado em Atenas.

Nesta lição poderá compreender como surgiu e evoluiu a democracia


ateniense. Poderá também conhecer as principais instituições e
órgãos democráticos que impulsionaram a democracia em Atenas.

Nesta lição, você poderá compreender como é que o renascimento


iniciado na Itália propagou-se por toda a Europa como uma
velocidade nunca vista antes. Ser-lhe-á fornecida, igualmente, a
possibilidade de conhecer os países que viveram o renascimento no
século XVI bem como a relação entre a estrutura de algumas cidades
e o renascimento.

Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:

 Situar a democracia ateniense no tempo;

 Descrever as condições que permitiram o surto da


democracia em Atenas;

Objectivos  Identificar as principais características da Democracia


Ateniense;

 Nomear os principais reis que impulsionaram a


democracia em Atenas;

73
 Descrever as limitações da Democracia Ateniense;

Teste os seus conhecimentos sobre a democracia em Moçambique.

a) Quando é que ocorreram as primeiras eleições multipartidárias


em Moçambique?
Actividade 10
b) Quantos partidos estiveram representados no primeiro
parlamento multipartidário? c) Quantos deputados constituem
o nosso parlamento?
c) Na lei eleitoral moçambicana, quem pode votar?

Esta actividade é de cultura geral. Tente individualmente ou em


grupo responder às perguntas colocadas. Quanto à pergunta 1.a) e
1.b) deve-se lembrar de que as primeiras eleições decorreram 2 anos
depois do Acordo Geral de Paz e apenas 3 partidos conseguiram
Comentário da actividade 10
assentos no parlamento. Ficou mais claro agora? Mãos à obra.

Orientação para o estudo

A emergência da democracia em Atenas não foi fruto do acaso,


houve um conjunto de factores que permitiram que ela acontecesse.
Para o funcionamento de uma democracia é necessário que existam
instituições democráticas. No caso de Atenas existiam 3 principais
instituições. Durante as suas leituras procure identificar essas
instituições e o seu funcionamento e as condições políticas e sociais
de Atenas no século V. As características da democracia ateniense
ficam completas percebendo as suas restrições, ou seja, percebendo
quem podia votar e quem não devia.

Para orientar o seu estudo consulte os textos indicados para esta


unidade, concretamente, (SENGULANE, p 127-129 e PERRY, p 50-
51). Encontrará também nos textos seleccionados para esta unidade,

74
outros que mesmo abordando este conteúdo, não foram mencionados
aqui. Não deixe de ler, caro estudante.

Resumo da lição
A história da democracia ateniense pode ser compreendida à luz de
uma série de transformações sofridas pela sociedade nos séculos VII
e VI a.n.e., quando depois vários conflitos, a classe baixa foi
obtendo a satisfação de algumas das suas reivindicações. As leis
foram escritas e afixadas na praça pública, o que limitou as
sentenças arbitrárias dos juízes, geralmente defensores da
aristocracia. Por volta de 594 a.n.e conseguiram eleger para
magistrado um nobre arruinado de nome Sólon que imprimiu uma
série de reformas políticas em Atenas: eliminou a escravidão por
dívidas, restituiu as terras confiscadas aos seus donos, libertou os
presos por dívidas, criou novas instituições políticas.

Clístenes foi o reformador que conseguiu estabilizar o regime


democrático ateniense. Porém, o conceito de cidadania dos
atenienses não englobava a maioria da população. Somente os
homens livres, de pai e mãe ateniense, maiores de 21 anos e
nascidos na cidade eram considerados cidadãos. As mulheres,
escravos e estrangeiros não desfrutavam de nenhum tipo de
participação política. Dessa forma, a democracia ateniense era
elitista, na medida em que somente um décimo da população
participava do mundo político ateniense.

Auto-avaliação

75
1. No século V a.C., Atenas transformou-se numa cidade-estado
democrática.
a) Descreva as condições políticas e sociais de Atenas que
foram favoráveis à implantação da democracia.
b) Quem podia votar em Atenas? E em Moçambique, quem
pode votar?
c) Nomeie os reis que impulsionaram a democracia em
Atenas.
d) Quais eram as principais instituições democráticas da
democracia ateniense?

Comentários da auto – avaliação


Numa democracia nem todos têm direito a voto. No caso de Atenas
só podiam votar cidadãos atenienses homens (filhos de pais e
mães atenienses) maiores de 18 anos; as mulheres, os escravos,
os estrangeiros e os prisioneiros não tinham direito a voto.
Esta é a resposta da pergunta 1.b). Na pergunta 1.c) se você
respondeu Sólon, Pisístrato e Clístenes, parabéns, estes foram os
reis que introduziram reformas democráticas.

Para a pergunta 1.d) existiam 3 instituições que são: Bulé ou


Conselho dos quinhentos, a

Assembleia do povo ou Eclésia e a Helieia. O mais importante


aqui é você descrever as tarefas de cada uma das instituições.

76
Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode-lhe ajudar na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e para a
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá-los.

BROWN, P. O fim do mundo clássico de Marco Aurélio a


Maomé. Lisboa, Editorial

Verbo,1972.

DETIENNE, M. e SISSA, G. Os deuses gregos. São Paulo,


Companhia das Letras, 1989. SENGULANE, H i p ó l i t o . Das
P r i m e i r a s E c o n o m i a s a o Nascimento da Economia-
Mundo. Maputo, DINAME. 2007

ARRUDA, José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval.


São Paulo: Ática. 1981. ANDERSON, P. Passagens da
Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo, Brasiliense, 1987.
ANGOLD, Michael. Bizâncio. A ponte da Antiguidade para a
Idade Média. RJ, Imago, 2002.

O desenvolvimento político e sócio - económico diferenciado


criou várias contradições entre as duas principais cidades-estado
(Esparta e Atenas) dando origem à guerra do Peloponeso. Na
próxima lição abordaremos a guerra do Peloponeso

77
Lição n° 13
A Guerra do Peloponeso

Introdução
Guerra do Peloponeso foi um conflito militar entre as duas
cidades-estado, Esparta e Atenas. Para compreender melhor esta
guerra é necessário entender as diferenças que existiam entre Esparta
e Atenas na antiguidade. Enquanto Esparta era voltada para o
militarismo, Atenas era o centro político e cultural do período. Se
recuar um pouco para as lições anteriores perceberá estas diferenças
que foram suficientes para que as duas cidades-estado entrassem em
conflito armado, que ficou conhecido por guerra do Peloponeso. Esta
guerra também envolveu outras cidades- estado que se alinharam
com Atenas ou Esparta transformando-se num conflito grego.

Estudando esta lição, você ficará a saber sobre as causas que levaram
aos gregos a entrarem em conflito, as coligações formadas pelas
cidades-estado para o conflito e as consequências desse conflito.

Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:


 Situar a guerra do Peloponeso no tempo;
 Descrever as causas da guerra do Peloponeso;
 Identificar as cidades-estado participantes da guerra do
Peloponeso;
Objectivos  Caracterizar as diferentes fases da guerra;
 Descrever as consequências da Guerra;

78
Orientação para o estudo

A guerra do Peloponeso foi uma das guerras da antiguidade que


foram descritas com mais detalhes, por isso, existe muita informação
sobre este aspecto. Ao estudar este conteúdo deve ter em conta os
seguintes aspectos: periodização ou duração do conflito, causas,
participantes, desfecho e consequências. Ao estudar estes aspectos,
você vai se surpreender com as informações.

Em termos bibliográficos, você pode auxiliar-se de PERRY, p 53-


57 e outras obras indicadas nas leituras complementares. Poderá
consultar também “História da guerra do Peloponeso” disponível
em:

www.funag.gov.br/loja/download/0041-
historia_da_guerra_do_peloponeso.pdf

www.livrosgratis.com.br/download_livro.../historia_da_guerra_do
_peloponeso

www.files.a-bigorna.pt/200000052-
1367e145ed/Guerra%20do%20Peloponeso.pdf

Resumo da lição
A Guerra do Peloponeso foi um conflito militar entre as cidades-
estado de Atenas e Esparta. Ocorreu entre os anos de 431 e 404
a.C. Portanto, durou 27 anos. A principal causa da guerra é
politica: Atenas era a mais rica e poderosa cidade da Grécia, e seu
sistema democrático de governo estava sendo amplamente
copiado, para o alarme das oligarquias tradicionais como as da
Esparta.

79
Quase todas as cidades-Estado gregas se envolveram ou foram
envolvidas no conflito, algumas se aliaram a Atenas (formando a
liga de Delos), enquanto outras se aliaram a Esparta (formando a
liga de peloponeso). A guerra terminou com a derrota de Atenas,
o que deu aos espartanos a possibilidade de um golpe oligárquico
em Atenas, derrubando o sistema democrático e implantando um
sistema de governo autoritário conhecido como Tirania dos Trinta.

Auto-avaliação
1. A guerra do Peloponeso foi entre as cidades-estado gregas
agrupadas em dois blocos liderados pelas principais cidades-
estado: Atenas e Esparta.
a) Quais são as principais fontes para o conhecimento da
história da guerra de Peloponeso?
b) Localize a guerra de Peloponeso no tempo.
c) Descreva as causas do conflito.
d) Nomeie os blocos envolvidos nesta guerra.
e) Descreva as consequências desta guerra.

80
Comentários da Auto – avaliação
Como deve ter notado, nas suas leituras, a guerra de Peloponeso
foi um conflito militar entre as cidades-estado lideradas por Atenas
e Esparta e ocorreu entre os anos de 431 e 404 a.C. Foi descrita
com detalhes por dois historiadores da Grécia Antiga, Xenofonte e
Tucídides. A partir destes comentários pode responder às
perguntas 1.a) e 1.b).

Para responder à pergunta 1.c) e 1.d) deve ter em conta a orientação


sociopolítica e cultural de cada cidade-estado que acabou
constituindo-se na principal causa. Portanto, a cidade-estado de

Esparta liderou a liga de Delos enquanto a Atenas liderava a liga


de peloponeso. Se enfrentar dificuldades ao elaborar as suas
respostas para além dos textos, pode consultar também, “História
da guerra do Peloponeso” disponível em:

 www.funag.gov.br/loja/download/0041-
historia_da_guerra_do_peloponeso.pdf
 www.livrosgratis.com.br/download_livro.../historia_da_g
uerra_do_peloponeso
 www.files.a-bigorna.pt/200000052-
1367e145ed/Guerra%20do%20Peloponeso.pdf.

Se duvida persistir, volte a ler os materiais disponibilizados para


este conteúdo e compare a sua resposta com a dos seus colegas.

81
Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode-lhe ajudar na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e para a
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá-los.

BROWN, P. O fim do mundo clássico de Marco Aurélio a


Maomé. Lisboa, Editorial Verbo,1972.

DETIENNE, M. e SISSA, G. Os deuses gregos. São Paulo,


Companhia das Letras, 1989. SENGULANE, Hipólito. Das
Primeiras Economias ao Nascimento da Economia-Mundo.
Maputo, DINAME, 2007.

ARRUDA, José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval.


São Paulo: Ática. 1981. ANDERSON, P. Passagens da
Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo, Brasiliense, 1987.

82
Lição n° 14
O legado da Civilização grega para o Mundo

Introdução
A civilização grega é, de todas civilizações da antiguidade, a que
mais influenciou as civilizações modernas. Apesar de possuir
condições naturais pouco favoráveis, os gregos procuraram meios
alternativos, quer praticando o comércio quer criando colónias nas
margens do Mediterrâneo. Com o desenvolvimento da cultura e
maior disponibilidade de bens materiais, os filósofos passaram a
buscar explicações racionais e organizadas para os acontecimentos.

Os gregos buscaram vários conhecimentos da antiguidade oriental e


atribuíram-lhes um carácter universal. À semelhança das
civilizações orientais os gregos explicavam a origem das coisas por
meio de mitos. Mas a sua religião era Antropomórfica, ou seja, seus
deuses tinha forma humana. A religião grega era uma fusão de
divindades locais e orientais.

Nesta lição são abordadas as principais áreas onde a civilização


grega exerceu maior influência sobre as civilizações modernas e,
sobretudo para a História.

Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:


 Descrever os contributos da Grécia na cultura, na ciência,
na religião e na política;
 Nomear os principais filósofos gregos da antiguidade;
 Identificar as principais realizações Gregas.
Objectivos

83
Orientação para o estudo
Para este conteúdo consulte os textos da colectânea referentes a esta
lição, concretamente, PERRY, p 58-84. Durante a sua leitura deve-
se lembrar que a cultura grega foi imensamente rica, por isso, teve
muita influência no resto do mundo ocidental. As principais áreas
onde se manifestou a cultura grega foram a arquitectura, a arte, a
ciência e a religião.

Sabe-se que a história começou a ser estudada como ciência pelos


gregos. Heródoto escreveu o primeiro livro da história com
fundamentos científicos e baseado em pesquisa. Tucídides redigiu
um eficiente relato da Guerra de Peloponeso.

Nos textos seleccionados para esta lição, concretamente (PERRY


2002: 57-84) e (BURNS 1941: 655-668), procure identificar o
legado, os principais intervenientes, as suas manifestações na
Actividade 11 época antiga e as suas manifestações no mundo moderno.

Provavelmente o que você sabia até agora é que os gregos foram os


primeiros a tratar a História com espírito científico, separando as lendas
ou mitos dos factos concretos, reais. Heródoto de Halicarnasso, tido
como o “Pai da História”. Mas agora descobriu que a herança cultural
Comentário da actividade 7
deixada pelos gregos influenciou toda a civilização ocidental. Suas
concepções em todos os domínios são tidas como clássicas, por seu
equilíbrio e harmonia. Igualmente suas produções filosóficas, científicas
e teatrais foram reproduzidas e delinearam o pensamento universal até a
Idade Moderna. Na filosofia, os gregos buscavam respostas às questões
mais diversas, com espírito crítico destruíram crenças, mitos e
construíram teorias que influenciam o mundo moderno.

84
Auto-avaliação
1. Descreva a influência da civilização grega na arquitectura
e arte.
2. Descreva a religião grega.
3. O grande contributo da civilização grega foi através da
filosofia. Nomeie os principais filósofos?

Comentários da Auto – avaliação


Para a pergunta 1, entre muitos aspectos, você deve considerar que
a arquitetura grega tinha aspectos monumentais. O uso intenso de
mármore nas obras, o desenvolvimento das sensibilidades e da
estética, uma arquitectura harmoniosa foram característicos das
artes gregas. O teatro era muito apreciado na Grécia antiga. A
construção de locais para exibição das peças estava muito
adiantado.

A Grécia também revolucionou a religião e a noção de Deus. Sua


religião era Antropomórfica, ou seja, seus deuses tinham forma
humana. Para os gregos, os deuses tinham sentimentos e paixões
como os seres humanos, mas eles eram imortais. Os heróis estavam
entre os deuses e os homens, e eram tidos como filhos de Deuses
com humanos. Isto pode ajudar a responder a pergunta 2.

Na pergunta 3, se você respondeu: Sócrates, Platão, Xenofonte,


Aristóteles, e s t á d e parabéns. De facto, estes foram gregos
mais destacados na Grécia antiga.

85
Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode ajudar -lhe na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e para a
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá-los.

ANGOLD, Michael. Bizâncio. A ponte da Antigüidade para a


Idade Média. Rio de Janeiro, Imago, 2002.

AZEVEDO, Ana Maria. História Viva. Lisboa, Plátano. 1985.

BROWN, P . O fim do mundo clássico de Marco Aurélio a


Maomé. Lisboa, Editorial Verbo,1972.

BURNS, Edward Mcnall. História da Civilização Ocidental: do


Homem das cavernas até a bomba Atómica. Vol.I Rio de Janeiro,
Editora Globo, 1941

DETIENNE, M. e SISSA, G. Os deuses gregos. São Paulo,


Companhia das Letras, 1989. SENGULANE, H i p ó l i t o . Das
Primeiras Economias ao Nascimento da
E c o n o m i a - M u n d o . Maputo, DINAME. 2007

ARRUDA, José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval.


São Paulo: Ática. 1981. ANDERSON, P. Passagens da
Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo, Brasiliense, 1987.

86
Resumo da unidade
Na unidade que agora termina, abordou-se sobre a Grécia,
concretamente nos seguintes aspectos: i) Origens da Grécia; ii) As
Cidades; iii) O Impulso do Movimento Democrático na Grécia; iv)
A Guerra do Peloponeso e, finalmente, v) O legado da civilização
grega para o Mundo.

Auto-avaliação da Unidade
1. A história da Grécia é a história das Cidades-estado, da
democracia, das ciências e da arte.
a) Comente a afirmação.

Comentários para a auto - avaliação da unidade

A Grécia é conhecida como o berço de todos elementos que


caracterizam a civilização ocidental moderna. Na filosofia e na
ciência ela deu os primeiros passos, produziu teorias e formulou
leis que conduzem a ciência moderna. Para comentar a
afirmação você deverá voltar a ler os textos sobre esta unidade
concentrando-se nos tópicos referidos na pergunta.

87
Referências bibliográficas da Unidade
BROWN, P. O fim do mundo clássico de Marco Aurélio a Maomé.
Lisboa, Editorial Verbo,1972.

BURNS, Edward Mcnall. História da Civilização Ocidental: do


Homem das cavernas até a bomba Atómica. Vol.I Rio de Janeiro,
Editora Globo, 1941

DETIENNE, M. e SISSA, G. Os deuses gregos. São Paulo,


Companhia das Letras, 1989. SENGULANE, Hipólito. Das
Primeiras Economias ao Nascimento da Economia-Mundo.
Maputo, DINAME. 2007

ARRUDA, José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval.


São Paulo: Ática. 1981. ANDERSON, P. Passagens da Antiguidade
ao Feudalismo. São Paulo, Brasiliense, 1987.

Uma vez que já estudou sobre a Grécia agora prepare-se para


estudar Roma que é tão interessante quanto à Grécia. Estamos a
entrar na terceira e última unidade deste módulo.

O estudo de Roma inicia com a lição em que se vai abordar a


localização geográfica de Roma, habitantes e actividades
económicas. Esta constitui a primeira lição da unidade 3 sobre a
civilização romana.

88
Conteúdos

Roma
Lição n° 15 91

UNIDADE
Roma: Localização, condições naturais e os habitantes ..... 91
Orientação para o estudo............................................................... 92

3
Lição n° 16 96
Roma durante a República ............................................................. 96
Orientação para o estudo............................................................... 96

Lição n° 17 100
Roma durante o Império ............................................................... 100
Orientação para o estudo..............................................................102

Lição n° 18 106
Decadência de Roma ...................................................................... 106
Orientação para o estudo.............................................................. 107

Considerações Finais 118

Pág. 90 - 110

Unidade 3: Roma

89
Introdução
Roma foi uma das civilizações que se desenvolveu na antiguidade clássica.
Diferentemente da Grécia, Roma tinha tendências expansionistas chegando
a constituir um vasto império. Enquanto a Grécia está rodeada de ilhas e o
seu litoral é muito recortado, facilitando a navegação e o comércio, na Itália
tal não acontece. No Entanto, tem algumas vantagens no que diz respeito
à fertilidade do solo e à abundância de rios, entre os quais o Tibre junto
do qual foi fundada a cidade de Roma. A história política de Roma
conheceu várias fases, sendo de destacar: a República e o Império.

Nesta unidade, você ficará a saber de muitos aspectos sobre Roma como:
a vida económica, a vida política, a cultura e as relações com os outros
povos. Portanto, você vai se surpreender com a civilização romana, por
isso, não hesite, comece imediatamente e animadamente o estudo sobre a
civilização Romana.

Objectivos da unidade
Ao fim desta unidade, você deverá ser capaz de:

 Localizar a civilização romana no tempo e no espaço;

 Descrever a evolução política de Roma;

 Descrever o processo de formação do império romano;

 Identificar as causas de decadência de Roma.

90
Lição n° 15
Roma: Localização, condições naturais e os habitantes

Introdução
Roma localiza-se na península itálica no Mediterrâneo tal como a Grécia.
Três mares banham as suas costas: Adriático, Jónico e Tirreno.
Inicialmente era um conjunto de aldeias dirigidas por um rei que era ao
mesmo tempo juiz, chefe de exército e sacerdote. Era ajudado por um
conselho de velhos designado Senado, composto pelos chefes das tribos
mais antigas. Roma foi crescendo e nela se foram desenvolvendo ofícios e
comércio. Em meados do século VII a.n.e. começou a tomar feição de uma
autêntica cidade-estado.

Nesta lição descreve-se a localização geográfica, os primeiros habitantes,


as actividades económicas e o seu impacto no crescimento da cidade.

Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:

 Localizar geograficamente Roma;

 Descrever as condições naturais de Roma;

 Descrever os primeiros habitantes de Roma;


Objectivos
 Identificar as principais actividades económicas da Roma
antiga;

91
Observe atentamente a figura abaixo.

Actividade 12

Fig. 3.1 Representação da lenda de Roma

Fonte:http://www.paolaraffetta.com.ar/extension/Parens_patriae/parens-
patriae_html_m3c8a7216.jpg

1. O que vê na figura?

2. Acha que é possível uma loba amamentar humanos?

Na figura estão representados uma loba amamentando dois bebés


humanos e, de certeza que durante o seu percurso estudantil já viu esta
imagem. Ela liga-se directamente a lenda da fundação de Roma. Já ouviu
falar dessa lenda? O que diz a lenda? Se nunca ouviu, queira por favor
Comentário da actividade 12
consultar “Fundação de Roma” disponível em
https://www.tudosobreroma.com/lenda-romulo-remo.

Ficou mais claro agora? Compare a sua resposta com a dos seus colegas.

Orientação para o estudo

Para este conteúdo consulte os textos selecionados para a unidade 3,


(SENGULANE, p 132-135), (PERRY, p 91-102). Pode consultar também
a bibliografia indicada nas leituras complementares.

92
Para orientar o seu estudo concentre-se nos seguintes aspectos: i)
Localização geográfica indicando os limites; ii) Condições naturais - desde
recursos hídricos, recursos minerais e vegetais; iii) Primeiros habitantes -
proveniência e evolução; iv) Actividades económicas e sua evolução ao
longo tempo.

Resumo da lição
A civilização romana nasceu no centro da Península Itálica, na
cidade de Roma, por volta do século VIII a.C. A Península Itálica
foi povoada por diversos povos: italiotas, etruscos, gregos e
gauleses. Os italiotas chegaram à Itália por volta do II milênio a.C.,
fixaram-se na Itália Central, subdividiam-se em diversos grupos:
latinos, volcos, équos, úmbrios, sabinos, samnitas etc.

Os etruscos chegaram à Itália por volta do século VIII a.C. e,


progressivamente, conquistaram a Itália, a área do Mediterrâneo,
a Europa, o norte da África e a Ásia Menor.

Auto-avaliação
1. Faça a localização geográfica de Roma.

2. Descreva as condições naturais de Roma antiga.

3. Descreva o processo de povoamento da Roma.

4. Qual foi o impacto das condições naturais no

desenvolvimento das actividades económicas?

5. Descreve a fundação e desenvolvimento de Roma.

93
Comentários da Auto – avaliação
Para responder à pergunta 1 volte a ler o 1º parágrafo da introdução
a esta lição mas, terá que completar a sua resposta lendo os textos
indicados para esta lição, pois, é de lá onde vai extrair os limites.
No caso das perguntas 2 e 4, você deve ter em conta que Roma
apresentava um rio navegável (o Tibre), com uma planície fértil e
salinas naturais que forneciam o sal para o comércio. O subsolo era
rico em minerais. Estas condições permitiram o desenvolvimento
da agricultura, do comércio, da mineração e da pastorícia.

Quanto aos primeiros habitantes de Roma (pergunta 3) acredito


que você sentiu muita dificuldade em responder, porque os
primeiros habitantes de Roma foram um mosaico de povos com
costumes e línguas diferentes que receberam uma designação
genérica de italiotas. Portanto se você respondeu italiotas ou
latinos, parabéns, a sua resposta está correcta.

94
Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode-lhe ajudar na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e para a
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá-los.

ALFOLY, G. A História social de Roma. Lisboa, Editorial


Presença, 1989. BALDSON, J.P.D. (org.) O mundo romano.
Rio de Janeiro, Zahar, 1968.

BLOCH, L. Lutas sociais na Roma Antiga. Lisboa, Europa-


América, 1974. BLOCH, R. & COUSIN, J . (org.) Roma e seu
destino. Lisboa, Cosmos, 1964. BOWDER, Diana. Quem foi
quem na Roma Antiga. São Paulo, Art Editora, 1980.

CARCOPINO, Jérôme. Roma no apogeu do Império. São Paulo,


Companhia das Letras,1990.

Na próxima lição aborda-se sobre a República romana, um dos


regimes políticos que vigorou em Roma

95
Lição n° 16
Roma durante a República

Introdução
No fim do século VII a.n.e. Roma foi conquistado pelos etruscos. Mais
avançados tecnicamente do que os Latinos e da civilização essencialmente
urbana, os Etruscos instalaram um rei seu no poder e promoveram o
desenvolvimento da cidade.

Em 509 a.n.e. o povo romano revoltou-se contra o domínio etrusco,


expulsou o último rei e proclamou a república. Na República, o poder do
rei passou a ser exercido por dois cônsules, eleitos anualmente. O Senado,
composto por patrícios, dirigia a política externa, administrava o tesouro do
Estado, velava pelo respeito das leis, declarava a guerra, fazia tratados de
Paz.

Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:

 - Periodizar a República romana;

 - Explicar o processo de formação da República em Roma;

 - Identificar os principais órgãos políticos no período da


Objectivos República.

 - Descrever as consequências das conquistas romanas;

Orientação para o estudo

Para este conteúdo consulte os textos desta unidade seleccionados para esta
lição, sobretudo o de (SENGULANE, p 136-139, PERRY, p 91-97). Para
orientar o seu estudo deve ter em conta que depois da proclamação da

96
república, os romanos sentiram a necessidade de alargar as suas
fronteiras para acomodar a sua polução que não parava de crescer.

A partir dos textos seleccionados para esta lição, procure situar a


república romana no tempo, estabelecer a relação entre as condições
naturais e o crescimento da população. Uma das questões mais
Actividade 13 debatidas sobre Roma no período da república é característica do
exército e o impacto das conquistas para a estrutura social e
política de Roma, por isso, deve descrever o impacto das conquistas
romanas.

As condições naturais de Roma jogaram um papel preponderante para o


seu desenvolvimento socioeconómico. Durante o seu estudo procure em
primeiro lugar descrever as condições naturais, para depois descrever o

Comentário da actividade 13 seu impacto para o desenvolvimento de Roma.

Resumo da lição
Em 509 a.n.e. o povo romano revoltou-se contra o domínio etrusco,
expulsou o último rei e proclamou a república. Na República, o poder
do rei passou a ser exercido por dois cônsules, eleitos anualmente. O
Senado, composto por patrícios, era o órgão político mais poderoso:
dirigia a política externa, administrava o tesouro do Estado, velava
pelo respeito das leis, declarava a guerra, fazia tratados de Paz. Em
caso de perigo para a Republica, o Senado designava um ditador que
concentrava nas suas mãos todos os poderes por um período máximo
de seis meses. A decadência da república deu-se no século I d.C.
devido a degradação progressiva das instituições republicanas, a
violação dos direitos, a corrupção e o descontentamento popular.

97
As actividades económicas também evoluíram acompanhando as
dinâmicas da própria república por vezes substituindo as actividades
tradicionais por outras alimentadas pela economia de guerra.

Auto-avaliação
1. Localize a República Romana no tempo.
2. Descreva os órgãos políticos de Roma durante a república.
3. Depois de instaurada a república, Roma lança-se num
processo de conquistas. Descreva as conquistas romanas.
4. Explique o impacto das conquistas na dinâmica das
actividades económicas.

Comentários da auto - avaliação


Para verificar se respondeu correctamente à pergunta 1 volte a ler
o 2º parágrafo da introdução. Para verificar as respostas às
perguntas 2, 3 e 4 releia os textos da unidade seleccionados para
esta lição. Ao organizar as suas respostas, você deve ter em conta
o seguinte: i) na república romana existiam órgãos de tomada de
decisões a diferentes níveis e, eram consideradas instituições
políticas da república; ii) o aumento extraordinário da população
exerceu uma pressão sobre os recursos existentes e começaram a
ser insuficientes para uma população numerosa por isso lançaram-
se em conquistas.

98
Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode ajudar - lhe na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e para a
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá-los.

ALFOLY, G. A História social de Roma. Lisboa, Editorial


Presença, 1989. BALDSON, J.P.D. (org.) O mundo romano. Rio
de Janeiro, Zahar, 1968.

BLOCH, L. Lutas sociais na Roma Antiga. Lisboa, Europa-


América, 1974. BLOCH, R. & COUSIN, J . (org.) Roma e seu
destino. Lisboa, Cosmos, 1964. BOWDER, Diana. Quem foi
quem na Roma Antiga. São Paulo, Art Editora, 1980.

CARCOPINO, Jérôme. Roma no apogeu do Império. São Paulo,


Companhia das Letras,1990.

Roma conheceu dois regimes políticos importantes: a república


e o império. Depois de termos falamos da república, na próxima
lição vamos abordar sobre o império romano.

99
Lição n° 17
Roma durante o Império

Introdução
Com as conquistas, as famílias poderosas, enriquecidas pela excessiva
concentração da propriedade agrária ou pela acumulação de dinheiro,
passaram a ocupar sistematicamente os altos cargos da administração.
Para conseguirem estes lugares, falsificavam por vezes as eleições
comprando os votos dos eleitores.

A degradação progressiva das instituições republicanas, a violação dos


direitos e a corrupção dos costumes exigiam reformas que os senadores e
os cavaleiros, classes dominantes e privilegiadas, não se dispunham a
executar. O descontentamento popular aumentava cada vez mais exigindo
a existência de um homem forte que acumulasse todos os poderes na sua
pessoa. Em 27 a.n.e., Octávio, sobrinho de Júlio César, adquire poderes
extraordinários concedidos pelo próprio Senado e tornou-se o primeiro
imperador de Roma com o título de Augusto.

Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:

 Localizar o império romano no tempo e no espaço;

 Descrever as actividades económicas de Roma no período


do império;

Objectivos  Descrever as diferentes fases do império;

 Nomear os principais imperadores de Roma;

 Descrever as causas da decadência do império romano.

100
Mapa 4: Mapa do império romano

1. Observe atentamente este mapa sobre a extensão do império


romano e responde às questões que se seguem.
Actividade 14
a) Identifique os continentes ocupados pelo império romano.
b) b) Identifique os territórios africanos anexados ao império
romano.

O império romano foi considerado o mais extenso da antiguidade


por ter anexado territórios de três continentes. No mapa estão
visíveis os referidos continentes. No que diz respeito ao continente
africano, pode-se ver, a partir do mapa, que o império romano
Comentário da actividade 14
ocupou a África do Norte mas, para completar a sua resposta você
deve identificar os países/estados anexados. Se não estiver
confiante com as suas respostas pode comparar com as dos seus
colegas.

101
Orientação para o estudo

A história do império romano é constituída por conquistas expansionistas e


anexações territoriais. As conquistas exigiam um exército forte e
disciplinado. Ao estudar este conteúdo concentre-se em primeiro lugar
sobre a extensão do império e sua organização administrativa; em
segundo lugar explore as dinâmicas da economia de guerra; em terceiro
lugar a estrutura social na era do império e, finalmente, em quarto lugar as
contradições internas e decadência do império.

Para orientar a sua aprendizagem consulte os textos desta unidade


selecionados para esta lição, sobretudo, SENGULANE, p.134-139;
PERRY, p.91-97.

Resumo da lição
O império romano vigorou do século I ao IV n.e. Octávio Cesar
Augusto foi o primeiro imperador de Roma, apoiado pela maioria
do senado, o imperador romano concentrou em si todos os
poderes políticos do Estado: podia vetar leis, era o chefe do
exército, velava pelo respeito da religião considerando-se
“Grande Pontífice”.

Os antigos órgãos do governo republicano perderam todo o poder


de decisão em proveito do imperador. Para governar, o imperador
rodeava-se de um conselho e de altos funcionários ou prefeitos.
Havia ainda quatro repartições que agrupavam os diferentes
serviços administrativos: finanças, justiça, correios e inspeção. O
exército e a religião eram utilizados para reforçar o poder
imperial.

102
Auto-avaliação
1. Em 27 a.n.e., Octávio, sobrinho de Júlio César, adquire
poderes extraordinários concedidos pelo próprio Senado e
tornou-se o primeiro imperador de Roma com o título de
Augusto. A partir dessa altura, as instituições políticas e
administrativas republicanas foram modificadas ao serviço
do império.
a. Identifique as instituições políticas no período do império
romano.
b. Descreva os órgãos administrativos de Roma.
c. Nomeie os 10 primeiros imperadores romanos.

2. As conquistas romanas, para além da formação do império


transformaram Roma num principal centro económico do
mundo antigo.
a) Explique o impacto das conquistas para a dinâmica
comercial de Roma.
b) O que entende por economia esclavagista.
c) Descreva a estrutura social no império romano.

103
Comentários da auto – avaliação
Em Roma depois da implantação do império, o imperador
romano concentrou em si todos os poderes políticos que durante
a República estavam repartidos por vários organismos do Estado:
podia vetar leis, era o chefe do exército, velava pelo respeito da
religião. Os antigos órgãos do governo republicano perderam todo
o poder de decisão em proveito do imperador. Por isso, para a
única instituição política (pergunta 1.a) era o imperador. Para
responder à pergunta 1.b) responder à pergunta 1.b) precisa ter
em conta um sistema administrativo muito forte para garantir a
colecta de impostos e o cumprimento das normas ditadas pelo
imperador.

Para a pergunta 1.c) a resposta correcta é Octávio Augusto ( 2 7


a.C a 14), Tibério (14 a 37 d.C), Calígula (37 a 41), Cláudio
(41 a 54), Nero (54 a 68), Vespasiano (69 a 79), Tito Flávio (79
a

81), Domiciano (81 a 96), Trajano (98 a 117), Adriano (117 a


138). Se tiveres dúvidas pode consultar também “principais
imperadores romanos” disponível em
http://www.suapesquisa.com/imperioromano/imperadores_roman
os.htm

Para responder às perguntas 2.a), 2.b), 2.c) e 2.d) deve ter em conta
que as conquistas romanas trouxeram para vários produtos
provenientes dos territórios conquistados. Desses produtos faziam
parte os escravos que geralmente eram prisioneiros de guerra. A
intensificação da actividade comercial relegou a agricultura para
o segundo e modificou a estrutura social do período anterior ao
império.

104
Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode-lhe ajudar na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e para a
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá-los.

ALFOLY, G. A História social de Roma. Lisboa, Editorial


Presença, 1989. BALDSON, J.P.D. (org.) O mundo romano. Rio
de Janeiro, Zahar, 1968.

ARRUDA, José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval.


São Paulo: Ática. 1981. BLOCH, L. Lutas sociais na Roma
Antiga. Lisboa, Europa-América, 1974.

BLOCH, R. & COUSIN, J . (org.) Roma e seu destino. Lisboa,


Cosmos, 1964. BOWDER, Diana. Quem foi quem na Roma
Antiga. São Paulo, Art Editora, 1980. CARCOPINO, Jérôme.
Roma no apogeu do Império. São Paulo, Companhia das
Letras,1990.

Na próxima lição vai-se abordar a decadência do império romano

105
Lição n° 18
Decadência de Roma

Introdução
Como fizemos referência no fim da lição anterior, nesta lição o assunto a
ser estudado é a Decadência de Roma. O poderio militar de Roma garantiu
que os romanos anexassem territórios de três continentes (África, Ásia e
Europa), mas não conseguiu evitar a sua decadência. Nos finais do século
II, o Império Romano entrou num período de crise económica, social e
política. Os imperadores sucediam-se: ao menor motivo de
descontentamento podiam ser destituídos ou assassinados. A esta anarquia
interna juntavam-se os perigos externos e criavam-se condições para uma
precipitada invasão. Largas zonas de insegurança existiam nas fronteiras
do Império; certas tribos permaneciam rebeldes ao domínio romano, graves
insurreições tinham lugar e os romanos não conseguiam impedir.

Estudando esta lição, você ficará a saber das causas que levaram a queda
deste monstruoso império, do destino dos seus territórios bem como das
suas consequências para o mundo. O mais importante ainda é que o fim do
império romano do ocidente marca o início da idade média e nesta lição
você poderá perceber como foi feita a transição da antiguidade para a idade
média.

Ao completar esta lição, você deve ser capaz de:

 Situar no tempo a decadência do império romano;

 Descrever as causas da decadência do império romano;

 Identificar os povos que invadiram e derrubaram o império


Objectivos romano;

 Descrever as consequências da decadência do império


Romano;

106
 Descrever o impacto da decadência do império romano
para a divisão periódica da história universal

Orientação para o estudo


Durante o seu estudo, quando se fala em queda do Império Romano,
deve-se entender que se trata da queda do Império Romano do Ocidente,
isto é, a porção do vasto Império Romano que tinha por sede a cidade de
Roma. Porque a porção oriental do Império, cuja sede era Bizâncio (depois
Constantinopla), vigorou até 1453. Os aspectos mais importantes a ter em
conta para este conteúdo são: i) o contexto político, social e económico
em que se dá a queda do império romano, ii) os povos estrangeiros que
instabilizavam as fronteiras do império, iii) as causas mais destacáveis da
queda do império; iv) a queda do império e a transição da antiguidade
para a idade media.

Em termos bibliográficos, para este conteúdo, consulte os textos de


(SENGULANE pp 140-144) e (PERRY, pp 117-123). Dada a importância
do império romano para a História da Antiguidade, encontrará na coletânea
de textos para esta lição, outros textos não indicados aqui, por favor não
deixe de ler. Pode consultar também “a queda do império romano”
disponível nos seguintes endereços:
www.historiadomundo.uol.com.br/romana/queda-do-imperio-
romano.htm

www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Europa-Ocidental-Após-a-Queda-Do-
imperio-romano

107
Resumo da lição
A decadência do império romano acelera-se a partir do século III
d.C. d as tribos bárbaras nas fronteiras do império começam com
um movimento invasor. A necessidade de defesa obrigou a novas
medidas militares. O exército deixou de ser formado por
voluntários, sendo os donos de terras obrigados a contribuir com
certo número de homens para o exército. O poder central,
envolvido em lutas internas, não podia assegurar a ordem. Nas
províncias, generais ambiciosos ocupavam-se do seu governo
pilhando o mais que podiam, provocando desse modo revoltas
ocasionais das populações. As pressões externas aumentavam
cada vez mais e os bárbaros infiltravam-se no império que
começou a perder províncias inteiras. Em 476 n.e os bárbaros
assaltaram por completo Roma dando origem a ruralização da
economia: Era o início da Idade Média.

Auto-avaliação
1. O processo de declínio do Império Romano do Ocidente
começou em meados do século IV d.C., sobretudo em
razão da série de problemas que desde o século III o
assolavam.
a. Quando é que se deu a queda do império romano?
b. Descreva o contexto interno em que se deu a queda do
império.
c. Identifique os principais factores que ditaram a queda
do império. d) Quem foi o último imperador Romano?

108
2. Devido à extensão do império romano, a crise do império
fez-se acompanhar por pressões de povos vizinhos sobre
as suas fronteiras.
a) Identifique os povos que pressionavam as fronteiras
romanas.
b) Quais foram as consequências da invasão desses
povos sobre as cidades romanas?
c) Como foi a transição da antiguidade para a idade
média?

Comentários da auto – avaliação


A queda do Império Romano do Ocidente deu-se em 476.
Num contexto caracterizado por ondas migratórias dos povos
bárbaros do norte da Europa e de regiões da Ásia em direção a
Roma, forçando o Império a redimensionar o seu exército. Do
ponto de vista econômico, o Império entrou em crise sobretudo
após o colapso do sistema esclavista. Muitos proprietários que
possuíam escravos passaram a libertá-los.

Esse processo acabou por provocar uma decadência dos centros


urbanos e da atividade comercial nas cidades. Por outro lado, a
ascensão do cristianismo que levou o Imperador Constantino a
transferir a sede do Império Romano para Bizâncio – a instituir
o cristianismo como religião principal do Império Romano,
tendo ele próprio se convertido. Com estes comentários você tem
subsídios para as respostas das perguntas 1.a) e 1.b). Na pergunta
1.d) se você respondeu Rómulo Augusto, a sua resposta está certa
pois, ele governou de Outubro de 475 a Setembro de 476.

Para responder à pergunta 2.a) deve ter em conta que povos


estranhos aos romanos eram designados por bárbaros. Mas os

109
povos bárbaros que invadiram Roma pertenciam a um grupo de
germânicos que subdividiam-se em hunos, os vândalos, os
visigodos, os ostrogodos, os francos e os lombardos e os anglo-
saxões.

Leituras complementares
A leitura dos textos indicados, a seguir, pode-lhe ajudar na
compreensão de alguns conteúdos tratados nesta lição e para a
realização das actividades propostas. Portanto, não deixe de
consultá-los.

ALFOLY, G. A História social de Roma. Lisboa, Editorial


Presença, 1989. BALDSON, J.P.D. (org.) O mundo romano. Rio
de Janeiro, Zahar, 1968.

BLOCH, L. Lutas sociais na Roma Antiga. Lisboa, Europa-


América, 1974. BLOCH, R. & COUSIN, J . (org.) Roma e seu
destino. Lisboa, Cosmos, 1964. BOWDER, Diana. Quem foi
quem na Roma Antiga. São Paulo, Art Editora, 1980.

CARCOPINO, Jérôme. Roma no apogeu do Império. São Paulo,


Companhia das Letras,1990.

110
Respostas às actividades do guia
Actividade 12

Há pelo menos duas versões sobre sua origem. Uma delas,


considerada lendária, conta que a cidade foi fundada pelos gêmeos
Rômulo e Remo, abandonados e amamentados por uma loba, mais
tarde recolhidos por pastores que os criaram. Quando adultos fundam
Roma – a imagem da actividade refere-se a essa lenda. Outra versão,
histórica por estar baseada em documentos, fala que a região central
da península foi invadida por várias tribos vinda da Europa dentre as
quais se destacaram os latinos e seus dominadores os etruscos.

Actividade 13

A sua localização rodeada por cadeias montanhosas garantia uma


fortaleza natural contra ataques inimigos; a existência de rios
navegáveis como o Tibre facilitavam a comunicação com outros
povos, as planícies férteis permitiram boas campanhas agrícolas, e,
finalmente, a existência de salinas que garantiam o sal para trocas.
Quanto às conquistas romanas permitiram a emergência de um estado
militarizado alimentado por uma economia de guerra.

Actividade 14

1.b) Marrocos, Argélia, Líbia Tunísia e Egipto

111
Respostas da auto – avaliação das lições do guia
Para ajudar-lhe a avaliar a qualidade das suas respostas ao longo
das lições desta unidade, apresento, a seguir, alguns
comentários. Seleccionei as questões onde achei que você
poderia ter dificuldade em responder. Se existir uma pergunta
onde você sentiu dificuldade em responder e não consta desta
lista, por favor releia, o texto e a bibliografia recomendada na
lição a que corresponde a pergunta e compare as suas respostas
com a dos seus colegas. Se persistir a dúvida consulte o tutor.

Licão nº 3

1.c) O código de Hamurabi era composto por vários fragmentos, sendo


alguns civis, outros penais, alguns referentes ao direito do trabalho.

1.d) Após a morte de Nabucodonosor, o segundo Império Babilônico entrou


em decadência por falta de administração, levando a conflitos internos. No
ano de 539 a.C., os babilônios acabaram conquistados e submetidos, pelo
rei Ciro II, do Império Persa.

Lição nº 5

1.e) Estava ligada a religião e ao culto aos mortos. Divindades eram


esculpidas em pedra, bronze e madeira. As sepulturas eram também bem
preparadas para garantir o repouso além morte e evitar as acções dos
profanadores.

Lição nº 7

1. d) Os persas praticavam a agricultura, a pesca, o artesanato, a metalurgia


e a mineração de metais e de pedras muito preciosas. Também eram muito

112
bons no comércio, construíam estradas de pedras, para facilitar o transporte,
trocas e como correio. Eram bons também em economia monetária. Por
isso este povo fez do comércio a principal fonte de desenvolvimento
económico.

1.e) O direito era da vontade do soberano divino, os crimes comuns de


pouca importância, eram punidos com multas ou chicotadas. Os crimes
graves eram punidos severamente com atos bárbaros como cegueira, a
mutilação e a morte.

Lição nº 8

2c) Era um grupo formado pelos criminosos, marginais e escravos.


Conscientes da sua exclusão da estrutura social da Índia, apresentavam os
comportamentos mais desviantes, por isso eram também designados por
intocáveis devido a esse comportamento rebelde.

Lição nº 9

1.c) Confúcio um sábio chinês é lembrado como “o grande sábio e mestre”


do povo chinês, pois ensinou as pessoas como ser um bom ser humano e
praticar seus princípios na vida diária. Seus ensinamentos incluem quatro
aspectos fundamentais: conhecimento e aprendizado, palavras e
comportamentos, lealdade e perdão e justiça. Ele defendeu o “princípio da
benevolência” para governar o país.

1.d) No topo da pirâmide social da China, estava o imperador, que era


considerado o intermediário entre os deuses e o povo. Abaixo dele, mas
responsável pela maioria das ações no império, estavam os ministros e
outros funcionários letrados (Mandarins). Os militares, os comerciantes e o
clero estavam abaixo dos Mandarins, mas não tinham seus poderes no

113
império. No último posto da pirâmide social chinês estavam os camponeses
e artesãos e os escravos.

Lição 10

1.a) Idade de Ferro, Idade de Bronze, Idade dos Heróis, Idade de Prata e
Idade de Ouro.

1.d) Sócrates, Platão e Aristóteles.

Lição 11

1.c) A pólis grega era formada, basicamente, por: uma Acrópole


corresponde à parte mais elevada, alta da pólis, onde existiam templos
dedicados aos deuses; Ágora que era a parte mais pública da comunidade;
Khora corresponde à parte agrícola, onde moravam os camponeses e onde
eram cultivados alimentos e, finalmente a Ástey, que era a "cidade" da
pólis, a parte urbana.

1.d) As principais classes sociais de Esparta: Espartanos - eram os cidadãos


de Esparta, filhos de mães e pais espartanos que haviam recebido a
educação espartana; Periecos - eram pequenos comerciantes e artesãos.
Moravam na periferia da cidade e não possuíam direitos políticos; Hilotas
- levavam uma vida miserável, pois eram obrigados a trabalhar quase de
graça nas terras dos espartanos. Não tinham direitos políticos e eram alvos
de humilhações e massacres.

1.e) A educação ateniense tinha como objectivo principal a formação de


indivíduos completos, ou seja, com bom preparo físico, psicológico. Por
volta dos sete anos de idade, o menino ateniense era orientado por um
pedagogo. Na escola, os jovens estudavam música, artes plásticas,
Filosofia, etc. As atividades físicas também faziam parte da vida escolar, e

114
cultural. Ao passo que na educação espartana, o ensino primário em
primeiro lugar cabia aos exercícios de ginástica: luta, corrida, lançamento
do disco e do dardo, que contribuiriam para desenvolver o físico dos jovens
para endurecer, obrigavam-no a marchar a pés nuns durante todas estações
do ano. Era preocupação dominante que eles se tornassem destrosos,
espertos e obedientes. Esta era uma educação de disciplina militar.

Lição 13

1.e) O fim da guerra derrubou o poder de Atenas na península e resultou na


hegemonia política e economia de Esparta na região, com seu sistema
voltado para o fortalecimento militar.

Lição 15

3.Os latinos que foram os fundadores de Roma em 753 a.n.e na região de


Lácio junto ao rio. Roma inicialmente eram um conjunto de aldeias
dirigidas por um rei que era ao mesmo tempo juiz, chefe de exército e
sacerdote. Era ajudado por um conselho de velhos designado Senado,
composto pelos chefes das tribos mais antigas. Roma foi crescendo e nela
foram se desenvolvendo ofícios e comércio. Em meados do século VII
a.n.e. começou a tomar feição de uma autêntica cidade-estado.

Lição 17

1.b) O imperador rodeava-se de um conselho e de altos funcionários ou


prefeitos, uma parte para governar. Havia ainda quatro repartições que
agrupavam os diferentes serviços administrativos: finanças, justiça,
correios e inspeção. O exército e a religião eram utilizados para reforçar o
poder imperial. Foi esta forma de governo adoptada em Roma do século I
ao IV n.e.

115
2.c) Os descendentes dos mais antigos habitantes de Roma chamavam-se a
si mesmo patrícios, nome derivado de pater que quer dizer chefe de família.
O conjunto de um certo número de famílias patrícias constituía uma gens,
dez gens formavam uma cúria e dez cúrias, uma tribo. Os chefes das gens
constituíam o Senado ou Conselho dos Anciãos. Os membros das tribos
conquistadas pelos Romanos eram designados por plebeus: considerados
como homens livres, não tinham, contudo, os direitos dos cidadãos, tais
como o de participar na Assembleia Popular, servir no exército, participar
os rituais religiosos dos patrícios ou utilizar terra comum. No início, a
situação do camponês em Roma não era muito dura: possuía um pedaço de
terra que cultivava com a família e desfrutavam da terra comunal. A sua
situação piorou com as grandes campanhas militares.

Lição 18

1.c) Nos finais do século II, o Império Romano entrou num período de crise
económica, social e política. A nível político – os imperadores sucediam-
se ou eram assassinados. A necessidade de defesa obrigou a novas medidas
militares. O exército deixou de ser formado por voluntários, sendo os donos
de terras obrigados a contribuir com certo número de homens para o
exército. O poder central, envolvido em lutas internas, não podia assegurar
a ordem. Nas províncias generais ambiciosos ocupavam-se do seu governo
pilhando o mais que podiam, provocando desse modo revoltas ocasionais
das populações.

A nível económico - Roma importava mais mercadorias do que exportava


e por isso o dinheiro começou a rarear, por faltarem o ouro e a prata em que
as moedas eram cunhadas. Por outro lado, o trabalho escravo deixou de ser
lucrativo. A sua manutenção tornou-se muito dispendiosa pois a
produtividade deles continuava tão baixa como dantes, enquanto o custo de
vida aumentava. O artesanato entrou em declínio por falta de matérias-
primas, de compradores e também devido ao agravamento dos impostos
fiscais.

116
A nível externo - No século III a pressão das tribos bárbaras nas fronteiras
do império começa a adquirir o carácter de movimento invasor,
generalizando-se a todo o mundo romano as acções de guerra, as razias, as
pilhagens. Tudo isso trouxe como consequência a instabilidade política e
social e o agravamento da vida económica do Império. As cidades
cobiçadas pelos invasores e palco de agitação social, deixaram de ser
residência das classes esclavagistas. O campo encheu- se destes grandes
proprietários e dos seus descendentes. Mas muitas explorações agrícolas
foram abandonadas por falta de braços; outras sofriam roubos e pilhagens.
Assim em 476 n.e os bárbaros assaltaram por completo Roma dando origem
a ruralização da economia.

117
Considerações Finais
Chegamos assim ao fim desta viagem fascinante a t r a v é s da História
da Antiguidade Oriental e Clássica, esperamos que tenha gostado do que
aprendeu.

Ao longo deste guia de estudo sugerimos-lhe várias leituras e fomos -


lhe orientando para o estudo dos textos que, obrigatoriamente,
acompanham este guia. A sua preparação para o exame pode ser feita
fazendo uma revisão de tudo aquilo que aqui é apresentado, refazendo
as actividades de aprendizagem propostas, fazendo resumos dos textos
de leitura obrigatória e respondendo, de novo, às questões de auto-
avaliação. Esperamos que tenha sido proveitosa esta viagem e que a
sua aprendizagem tenha sido um sucesso.

118

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