Você está na página 1de 7

A história da colonização da África encontra-se documentada desde que os fenícios

começaram a estabelecer colónias na costa africana do Mediterrâneo, por volta do


século X a.C. Seguiram-se os gregos a partir do século VIII a.C., os romanos no século
II a.C., os vândalos, que tomaram algumas colónias romanas já no século V da nossa
era, seguidos pelo império bizantino, no século seguinte, os árabes, no século VII e,
finalmente, os estados modernos da Europa, a partir do século XIV.

Índice
[esconder]

 1 História da colonização da África


o 1.1 A colonização fenícia
o 1.2 A colonização grega
o 1.3 A colonização romana
o 1.4 A colonização árabe
 1.4.1 Omã
 2 A colonização recente da África
o 2.1 A colonização portuguesa
o 2.2 A colonização francesa
o 2.3 A colonização britânica
o 2.4 A colonização neerlandesa
o 2.5 A colonização belga
o 2.6 A colonização espanhola
o 2.7 A colonização italiana
o 2.8 A colonização alemã
 3 A descolonização da África
 4 Referências
 5 Ver também

[editar] História da colonização da África


[editar] A colonização fenícia

A Fenícia foi um antigo reino cujo centro se situava na planície costeira do que é hoje o
Líbano, no Mediterrâneo oriental. Esta civilização desenvolveu-se entre os séculos X e
V a.C., estabelecendo colónias em todo o norte de África. Uma das colónias fenícias
mais importantes desta região foi Cartago.

[editar] A colonização grega

A partir de 750 a.C. os gregos iniciaram um longo processo de expansão, formando


colônias em várias regiões, como Sicília e sul da Itália, no sul da França, na costa da
Península Ibérica, no norte de África, principalmente no Egito, e nas costas do mar
Negro. Entre os séculos VIII e VI a.C. fundaram aí novas cidades, as colônias, as quais
chamavam de apoíkias, palavra que pode ser traduzida por "nova casa".[1] Mas 3 anos
depois a Africa conseguiu ficar independente da colonização grega
[editar] A colonização romana

Em 146 a.C. Cartago foi destruída por Roma no que se pode considerar a implantação
daquele império no Norte de África. O Império Romano dominou toda a África
Mediterrânica, ou seja, a parte do norte da África e que rodeia o Mar Mediterrâneo,
quando ocorreu a descolonização na África.

[editar] A colonização árabe

A colonização dos árabes ocorreu durante os séculos VIII e IX e abrangeu todas as


terras que formam o Deserto do Saara e grande parte da África Ocidental e a zona
costeira da África Oriental.[2]

[editar] Omã

Durante o século XVIII o Omã estabeleceu várias colónias ultramarinas, dentre as quais
estão o Baluchistão (atual Paquistão), as Comores, Moçambique, Madagascar e
Tanzania . Porém, com o declínio do sultanato, tais colónias foram perdidas quando, em
1891 o sultanato vira protetorado britânico.

[editar] A colonização recente da África

Impérios coloniais do ocidente, de 1492 até o presente.

Mapa de África Colonial em 1913.


██ Bélgica
██ França
██ Alemanha
██ Grã-Bretanha
██ Itália
██ Portugal
██ Espanha
██ Estados independentes (Libéria e Etiópia)

Pode dizer-se que a colonização recente da África iniciou-se com os descobrimentos e


com a ocupação das Ilhas Canárias pelos portugueses, no princípio do século XIV.

O processo de ocupação territorial, exploração econômica e domínio político do


continente africano por potências europeias tem início no século XV e estende-se até a
metade do século XX. Ligada à expansão marítima europeia, a primeira fase do
colonialismo africano surge da necessidade de encontrar rotas alternativas para o
Oriente e novos mercados produtores e consumidores.

No século XIV, exploradores europeus chegaram a África. Através de trocas com


alguns chefes locais, os europeus foram capazes de capturar milhões de africanos e de
os exportar para vários pontos do mundo naquilo que ficou conhecido como a
escravidão.

No princípio do século XIX, com a expansão do capitalismo industrial, começa o


neocolonialismo no continente africano. As potências europeias desenvolveram uma
"corrida à África" massiva e ocuparam a maior parte do continente, criando muitas
colônias. Entre outras características, é marcado pelo aparecimento de novas potências
concorrentes, como a Alemanha, a Bélgica e a Itália.

A partir de 1880, a competição entre as metrópoles pelo domínio dos territórios


africanos intensifica-se. A partilha da África tem início, de fato, com a Conferência de
Berlim (1884), que institui normas para a ocupação, onde as potências coloniais
negociaram a divisão da África, propuseram para não invadirem áreas ocupadas por
outras potências. Os únicos países africanos que não foram colônias foram a Etiópia
(que apenas foi brevemente invadida pela Itália, durante a Segunda Guerra Mundial) e a
Libéria, que tinha sido recentemente formada por escravos libertos dos Estados Unidos
da América. No início da Primeira Guerra Mundial, 90% das terras já estavam sob
domínio da Europa. A partilha é feita de maneira arbitrária, não respeitando as
características étnicas e culturais de cada povo, o que contribui para muitos dos
conflitos atuais no continente africano, tribos aliadas foram separadas e tribos inimigas
foram unidas. No fim do século XIX, início do XX, muitos países europeus foram até a
África em busca das riquezas presentes no continente. Esses países dominaram as
regiões de seu interesse e entraram em acordo para dividir o continente. Porém os
europeus não cuidaram com a divisão correta das tribos africanas, gerando assim muitas
guerras internas. Os seguintes países dividiram a África e "formaram" países africanos
existentes ainda hoje.

[editar] A colonização portuguesa

A colonização portuguesa de África foi o resultado dos descobrimentos e começou com


a ocupação das Ilhas Canárias ainda no princípio do século XIV. A primeira ocupação
violenta dos portugueses em África foi a conquista de Ceuta em 1415. Mas a verdadeira
"descoberta" de África iniciou-se um pouco mais tarde, mas ainda no século XV.

Em 1444, Dinis Dias descobre Cabo Verde e segue-se a ocupação das ilhas ainda no
século XV, povoamento este que se prolongou até ao século XIX.

Durante a segunda metade do século XV os portugueses foram estabelecendo feitorias


nos portos do litoral oeste africano. No virar do século, Bartolomeu Dias dobrou o Cabo
da Boa Esperança, abrindo as portas para a colonização da costa oriental da África pelos
europeus.

A partir de meados do século XVI, os ingleses, os franceses e os holandeses expulsam


os portugueses das melhores zonas costeiras para o comércio de escravos. Portugal e
Espanha conservam antigas colônias. Os portugueses continuam com Cabo Verde, São
Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.

[editar] A colonização francesa

Na África, foi no Senegal que os franceses primeiro estabeleceram entrepostos em 1624,


mas não formaram verdadeiras colônias até ao século XIX, limitando-se a traficar
escravos para as suas colónias nas Caraíbas. No Oceano Índico, os franceses
colonizaram a Île de Bourbon (actual Reunião), em 1664, Île Royale (actualmente
Maurícia), em 1718 e as Seychelles, em 1756. Durante o reinado de Napoleão, o Egipto
foi também conquistado por um breve período, mas a dominação francesa nunca se
estendeu para além da área imediatamente à volta do Nilo.

O verdadeiro interesse da França por África manifestou-se em 1830 com a invasão da


Argélia e o estabelecimento de um protectorado na Tunísia, em 1881. Entretanto,
expandiram-se para o interior e para sul, formando, em 1880, a colónia do Sudão
Francês (actual Mali) e, nos anos que se seguiram ocupando a grande parte do Norte de
África e da África ocidental e central. Em 1912, os franceses obrigaram o sultão de
Marrocos a assinar o Tratado de Fez, tornando-se outro protectorado.

Foram os seguintes os actuais países africanos que se tornaram independentes de França


no século XX (data da independência, em ordem cronológica):

País Criação/Independência
 Marrocos 2 de Março de 1956 (55 anos)
 Tunísia 20 de Março de 1956 (55 anos)
Guiné 2 de Outubro de 1958 (52 anos)
Camarões 1 de Janeiro de 1960 (51 anos)
Togo 27 de Abril de 1960 (51 anos)
Senegal 20 de Junho de 1960 (50 anos)
Madagáscar 26 de Junho de 1960 (50 anos)
Benim 1 de Agosto de 1960 (50 anos)
Níger 3 de Agosto de 1960 (50 anos)
Burkina Faso 7 de Agosto de 1960 (50 anos)
Costa do Marfim 7 de Agosto de 1960 (50 anos)
Chade 11 de Agosto de 1960 (50 anos)
República Centro-Africana 13 de Agosto de 1960 (50 anos)
República do Congo 15 de Agosto de 1960 (50 anos)
Gabão 17 de Agosto de 1960 (50 anos)
Mali 22 de Setembro de 1960 (50 anos)
Mauritânia 28 de Novembro de 1960 (50 anos)
 Argélia 5 de Julho de 1962 (48 anos)
Comores 6 de Julho de 1975 (35 anos)
Djibouti 27 de Junho de 1977 (33 anos)

Entretanto, vários territórios africanos continuam sob administração francesa, depois de


vários referendos:

 a ilha de Mayotte, nas Comores; e


 a ilha da Reunião e várias outras ilhas que dependem administrativamente deste
departamento ultramarino, mas que são reclamadas por Madagáscar e Maurícia.

[editar] A colonização britânica

No final do século XVIII e meados do século XIX, os ingleses, com enorme poder naval
e econômico, assumem a liderança da colonização africana. Combatem a escravatura, já
menos lucrativa, direcionando o comércio africano para a exportação de ouro, marfim,
tapetes e animais. Em consequência disso, os africanos ficam com o mercado dominado
pelos interesses do Império Britânico. Para isso, os britânicos estabelecem novas
colônias na costa e passam a implantar um sistema administrativo fortemente
centralizado na mão de colonos brancos ou representantes da coroa inglesa. Os ingleses
estabelecem territórios coloniais em alguns países da África Ocidental, no nordeste e no
sudeste e no sul também do continente.

Os atuais estados africanos que se tornaram independentes do Reino Unido foram (por
ordem cronológica):

País Criação/Independência
31 de Março de 1910 (101 anos)
(Criação da União da África do Sul)
África do Sul
31 de Março de 1961 (50 anos)
(deixa de ser um domínio)
 Egito 28 de Fevereiro de 1922 (89 anos)
Sudão 1 de Janeiro de 1956 (55 anos)
Gana 6 de Março de 1957 (54 anos)
Nigéria 1 de Janeiro de 1960 (51 anos)
Somália 26 de Junho de 1960 (50 anos)
Serra Leoa 27 de Abril de 1961 (50 anos)
Tanzânia 9 de Dezembro de 1961 (49 anos)
Uganda 9 de Outubro de 1962 (48 anos)
 Quênia 12 de Dezembro de 1963 (47 anos)
Malawi 6 de Julho de 1964 (46 anos)
 Zâmbia 24 de Outubro de 1964 (46 anos)
Gâmbia 18 de Fevereiro de 1965 (46 anos)
Lesoto 4 de Setembro de 1966 (44 anos)
Maurícia 12 de Março de 1968 (43 anos)
Suazilândia 6 de Setembro de 1968 (42 anos)
Seychelles 29 de Julho de 1976 (34 anos)
 Zimbabwe 18 de Abril de 1980 (31 anos)

[editar] A colonização neerlandesa

Os neerlandeses estabeleceram-se na litorânea Cidade do Cabo, na África do Sul, a


partir de 1652 e dominaram o que antes de 1994 era a província do Cabo. Desenvolvem
na região uma nova cultura e formam uma comunidade conhecida como africâner ou
bôer. Mais tarde, os bôeres perdem o domínio da região para o Reino Unido na Guerra
dos Bôeres.

[editar] A colonização belga

A Bélgica colonizou o Congo Belga (atual República Democrática do Congo).

[editar] A colonização espanhola

A Espanha colonizou a Guiné Equatorial, o Saara Espanhol e o norte do atual Marrocos.

[editar] A colonização italiana

A Itália conquistou a Líbia, a Eritreia e a região autónoma da Somália; a Somalilândia


ou Somália Italiana.

[editar] A colonização alemã

A Alemanha colonizou as regiões correspondentes aos atuais Togo, Camarões,


Tanzânia (a parte continental ou Tanganica, Ruanda, Burundi e Namíbia.

[editar] A descolonização da África


Ver artigo principal: História da descolonização de África

A ocupação da África pelas potências europeias prosseguiu até depois do final da


Segunda Guerra Mundial, quando as colónias começaram a obter a independência, num
processo que se chamou descolonização. Com exceção do Egito, que tinha proclamado
unilateralmente a sua independência em 1922, e da África do Sul, que se tinha tornado
autónoma em 1910, na forma de domínio do Império Britânico, os restantes territórios
africanos começaram a obter a independência a partir da década de 1950 e,
principalmente, a partir da Conferência de Bandung, em 1958, em que participaram os
quatro países africanos independentes nessa data. A descolonização não foi pacífica,
embora nem sempre fosse forçada através de guerras de libertação, como foi o caso das
colónias portuguesas e da Argélia; as potências coloniais tentaram manter o seu domínio
através do seu apoio a políticos amigos ou através de vínculos entre os territórios semi-
autónomos e a Europa.[3]
Os últimos países africanos a alcançarem a independência, já na década de 1990, foram
a Namíbia e a Eritreia, que tinham ficado sob administração, respetivamente da África
do Sul e da Etiópia, ao abrigo de uma antiga tutela da Sociedade das Nações. No
entanto, ainda subsistem vários territórios de África ocupados por países europeus,
como as possessões espanholas em Marrocos e as ilhas de Santa Helena, Ascensão e
Tristão da Cunha, administradas pelo Reino Unido. Outros territórios, como as ilhas
Reunião e Mayotte, decidiram por referendo popular manter-se parte da República
Francesa.

Referências
1. ↑ TemploDeApolo.net – Civilização grega. Período Arcaico
2. ↑ da Fonseca, Afonso H Lisboa "Belafrica e os afrodescendentes" no site Geocities.com
acessado a 15 de setembro de 2009
3. ↑ Araújo, Adriene Pereira (2006)

Você também pode gostar